OJB EDIÇÃO 33 - ANO 2021

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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 15/08/21

Uma nova razão de viver Celson de Paula Vargas

pastor, colaborador de OJB

“logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). Antes de conhecer e se converter a Jesus, a razão de vida do apóstolo Paulo era a de, em suas convicções religiosas legalistas, perseguir os seguidores de Cristo, o qual ele considerava uma ameaça às leis mosaicas. Convertido a Jesus, sua razão de

viver mudou de perseguidor de Cristo, a seu proclamador; de perseguidor a perseguido pela Sua causa. “e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Que és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;” (At 9.4-5). Assim também é com todos os seres humanos, antes de um encontro restaurador com Jesus. Vivemos em razão de nós mesmos, empenhados nas satisfações de nossas necessidades pessoais, apegados a meros rituais religiosos, buscando a Deus por obrigação ou tradicionalismo religioso, ou quando passamos

por alguma dificuldade, e muitas vezes criticando ou perseguindo os seguidores de Jesus. Tudo isto, entretanto, sem nenhum vínculo de comprometimento irrefutável com Deus e com o Evangelho de Jesus, no sentido de aceitação, obediência e proclamação. Convertidos a Jesus, nossa razão de viver é radicalmente mudada, pois, a partir deste momento, a vida que vivermos na carne, ou seja, o tempo de vida que nos resta neste mundo, passará a ser na fé em Jesus, a ponto de sentir que é o próprio Jesus que vive através de nós, ou que nossas atitudes se assemelhem às Dele, ao ponto de elas refletirem o

próprio Salvador ao mundo que ainda o persegue. Sabemos que Cristo vive em nós quando: amamos e obedecemos ao Pai acima de todas as coisas; amamos nosso próximo como Deus o faz; perdoamos uns aos outros como Deus em Cristo nos perdoa; eliminamos dia a dia as práticas pecaminosas de nosso passado; e passamos a viver como novas criaturas por atos que glorificam a Deus; elegemos Jesus como nosso único Salvador e Senhor. Qual é a sua razão de viver neste tempo de sua vida? Continua vivendo para si mesmo, ou já vive por e para Cristo? n

Pais por excelência

José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB

Confesso meu desconforto em trazer uma palavra para os pais. Já ouvi, algumas vezes, que não poderia falar algo acerca do que seja ser pai, ou sobre educação de filhos pelo fato de não ser pai. Como filho posso lhes dizer que os filhos guardarão boas e más lembranças dos pais, terão elogios e queixas sobre a forma como nos trataram. Deus criou a Paternidade humana para ser um retrato de si mesmo. O pastor e escritor Pascoal Piragine Jr diz: “Assim, quando você vê um bom pai, você está vendo, ainda que de modo distorcido pelas falhas humanas, uma foto de Deus”. Temos, na Bíblia, numerosos exemplos de pais que amaram seus filhos e lhes transmitiram a fé no único Deus. São pais por excelência. Não são perfei-

tos, mas são inspiradores. Nas Sagradas Escrituras temos alguns pais inspiradores, que exerceram a paternidade com excelência. Vamos elencar alguns deles e extrair lições preciosas para nós. Em primeiro lugar, José foi alguém com quem Deus pode contar para educar Seu Filho (Mateus 1.16). Dentre todos os pais descritos na Bíblia, ninguém teve missão mais árdua que o carpinteiro. Talvez, você pergunte: por que? Possivelmente, uma possível resposta seja que Deus confiou a homens como Davi um reino. A Moisés, Deus delegou a condução de um povo. A homens como Elias, Jeremias, Isaías, Ezequiel, Deus confiou Sua Palavra. Entretanto, a José, Deus confiou Seu Filho. Ao lermos o relato do médico e historiador Lucas (Lucas 2.52), percebemos que José cumpriu sua tarefa com maestria. Jesus crescia em sabedoria - ele possibilitou educação

formal a Jesus. Crescia em estatura José providenciou uma alimentação balanceada e saudável para o crescimento de Jesus. Crescia em graça - José viabilizou educação religiosa para Jesus. Sem dúvida, José foi um pai por excelência. Em segundo lugar, Jacó - o pai que amou profundamente a mãe de seus filhos (Gênesis 29.20). Como este homem amou a esposa! O maior presente que um pai pode dar a um filho, é amar profundamente a mãe de seu filho (a). O relato bíblico nos informa que os anos de trabalho que Jacó teve para ter sua mulher amada foram como poucos dias, tamanho amor ele tinha por Raquel. O pai que ama a mãe de seu filho (a), não trai, não usa de violência para com ela seja física ou psicológica. Bianca Toledo, no artigo intitulado “Pai segundo coração de Deus”, afirma: “Ao amar e cuidar da esposa, o homem cria um ambiente

seguro e faz os seus filhos se sentirem amados também”. Em último lugar, Jó - o pai que intercedia por seus filhos (Jó 1.4-5). Essa, talvez, seja uma das cenas mais belas das Escrituras. Jó se levantava de madrugada para clamar, interceder por seus filhos. Eles eram conhecidos no céu por ser ele um intercessor. Ele era um homem rico, um empresário de sucesso, mas sua agenda cheia de compromissos não impediu que ele colocasse seus filhos diante de Deus em oração. O saudoso pastor e escritor Isaltino Gomes Filho diz: “Um pai cristão que se preza, digno do nome de pai, ora pelos filhos. Dobra os joelhos para pedir por eles. Pai cristão transmite valores espirituais aos filhos. Não os manda à Igreja. Vai com eles”. Ver o evangelho na vida dos pais é a mais poderosa pregação que um filho pode receber. n


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