OJB EDIÇÃO 45 - ANO 2021

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ANO CXX EDIÇÃO 45 DOMINGO, 07.11.2021

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Oração, diaconato, educação teológica, música e ação de graças: O mês de novembro para os Batistas brasileiros

Reflexão

Coluna Vida em Família

Notícias do Brasil Batista

Ponto de Vista

Carecemos de uma nova reforma?

Ao redor da mesa

AMBF realiza 39° congresso dos músicos

O que nos distingue como grupo religioso?

AMBF reúne músicos batistas fluminenses em live

Texto destaca a diferença da denominação Batista

pág. 10

pág. 14

Pastor fala sobre mudanças necessárias aos Batistas brasileiros pág. 03

Coluna fala da importância da família se reunir ao redor da mesa

pág. 06


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

EDITORIAL

Educação Cristã - uma visão ministerial Geralmente, toda vez que um escritor ou expositor pretende estudar um determinado assunto, começa por buscar conceituar o tema, bem como demonstrar a origem e o desenvolvimento do mesmo no tempo e no espaço, todavia, esta linha muito utilizada será aqui abandonada, para dar lugar a uma busca do entendimento a partir de um sentido pragmático e uma adequação produtiva entre a teoria e a prática. A educação no sentido lato é um processo. E o termo processo, dá a ideia de algo dinâmico, que está em movimento de um para outros pontos, de forma lenta ou às vezes velozes. A educação cristã insere-se neste contexto dinâmico e pragmático. O pragmatismo de Deus consiste em querer como resultados imediatos a conversão genuína do pecador e o seu doutrinamento; estes resultados imediatos devem ser tanto em termos

de quantidade, bem como de qualidade (Efésios 4.13). A educação cristã insere-se claramente na missão dinâmica da Igreja, como ordenado por Jesus na grande comissão. “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra; portanto ide, e fazei…” (Mt. 28-18-20). A ordem sequencial dos verbos que demandam ação no discurso de Jesus é intencional e estabelece uma sucessão prioritária evidente e inalterável. Primeiro, fazer discípulos (conversão); em seguida, batizando-os, e a seguir ensinar. Esta ordem é inalterável, pois não há batismo se não houver conversão e só os conversos aceitam ser batizados e consequentemente se dispõe a aprender. Como já afirmado acima, a educação cristã é um processo contínuo, uma ação sem limite. A educação cristã não esta cerceada por tendências ou linhas de uma norma de comportamento. Ela

tem a ver com a totalidade da vida humana. E vida é um tema básico na Bíblia de Gênesis a Apocalipse. E exatamente a posse desta vida que distingue um cristão das outras pessoas. A promessa de vida fala de restauração das capacidades, traz uma nova capacidade de perceber a realidade (Hebreus 11.3). A educação cristã, portanto, é um processo contínuo de transformação de vida, onde o discípulo vai adquirindo uma nova forma que o identifica com Jesus Cristo e vai, ao mesmo tempo, perdendo a identidade com o passado, ou seja, o tema central da educação cristã é a vida. Em Romanos encontramos a síntese desta transformação, quando Paulo usa a expressão “Conformeis” (syschematizo) = tomar forma aparente, forma exterior, termo usado pelos gregos para definir o que o ator fazia no palco. A outra expressão é “transformai-vos”

(metamorfeuo) = mudança da forma, tomar forma daquilo que realmente é. A educação cristã não deve produzir algo pronto. Deve suprir o que é preciso para que o processo de crescimento se desenvolva de maneira normal e salutar. A educação cristã deve se preocupar com a vida, com o crescimento da vida eterna dentro da personalidade humana, em direção à semelhança com o Deus que a dá. A educação cristã deve se preocupar com a transformação progressiva do discípulo no caráter, valor, motivação, atitudes e entendimento do próprio Deus (Gálatas 2.20). Enquanto a educação geral se preocupa em fazer que as pessoas saibam o que seus professores sabem, a educação cristã quer ajudar as pessoas a se tornarem o que seus professores são. Assim, passa a entender a educação cristã como um intercâmbio - interação de professores e alunos na vida. n

( ) Impresso - 120,00 ( ) Digital - 50,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

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DICAS DA IGREJA LEGAL

Modelo de ata de fundação de igreja Jonatas Nascimento No dia .... do mês de ........ do ano de dois mil e...., um grupo de pessoas, qualificado como membros fundadores, em lista anexa e inseparável desta ata, reuniu-se na Rua...., nº...., bairro..., na cidade de ....., Estado do ......., CEP ......., para a criação de uma organização religiosa, de fins não econômicos, com base na Constituição Federal e demais diplomas legais, que se denominará ..................... Após a parte devocional, o senhor Fulano de tal......, assumiu a presidência da assembleia, por aclamação unânime, tendo sido secretariado por .......... e, depois de prestar os esclarecimentos necessários, foi instalada uma assembleia, que teve como primeiro item de deliberação a votação sobre a criação da Igreja .........., que foi apro-

vada por unanimidade, seguindo-se a apreciação do projeto de Estatuto, que foi integralmente aprovado e segue anexo a esta ata, e também a eleição da diretoria por declaração de votos, que terá mandato de ... (....) anos, iniciando-se em ..../../...., e encerrando-se em ..../....../......, excepcionalmente, à exceção do presidente, que terá mandato por tempo indeterminado, em conformidade com o artigo ..., parágrafo ...., e com o artigo do Estatuto ora apreciado e aprovado na íntegra, e que ficou assim constituída: Presidente: ......... (qualificação completa, inclusive correio eletrônico); Vice-presidente: ............ (qualificação completa, inclusive correio eletrônico); 1º Secretário: ........... (qualificação completa, inclusive correio eletrônico); 2º Secretário: ......(qualificação completa, inclusive correio eletrônico); 1º

Tesoureiro: ..........; (qualificação completa, inclusive correio eletrônico); 2º Tesoureiro: .......... (qualificação completa, inclusive correio eletrônico). Em seguida, foi lida pelo presidente e demais membros da diretoria eleita, a seguinte declaração: “Nos termos da Lei nº10.406, artigo 1.011, parágrafo 1°, o presidente e a diretoria eleita e empossada nesta data declaram, sob pena da lei, que não estão impedidos de exercerem a administração da Igreja ........, por lei especial ou em virtude de condenação criminal”. Cumpridas as formalidades legais, o presidente declarou definitivamente constituída a organização religiosa denominada ........, com sede na Rua ........, que tem duração por tempo indeterminado, com o objetivo de reunir-se regularmente para cultuar a Deus e proclamar o Evangelho de Jesus Cristo, estudar

a Bíblia Sagrada, cultivar a comunhão entre os crentes, promover a educação cristã, praticar a beneficência e tratar dos demais assuntos relativos às suas finalidades (Fica facultado à igreja ora em organização inserir em seus objetivos atividades típicas das Organizações da Sociedade Civil, tais como educação e assistência social). E, para constar, eu, ........., eleito secretário “ad hoc”, lavrei a presente ata, que vai por mim assinada e, após lida e aprovada em plenário, será assinada pelo presidente .........., seguindo-se a relação dos membros fundadores, nos termos da lei. n Empresário contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” E-mail: jonatasnascimento@hotmail.com WhatsApp: (21) 99247-1227

Carecemos de uma nova reforma?

José Manuel Monteiro Jr.

pastor, colaborador de OJB

No dia 31 de outubro de 1517 deu-se início a Reforma Protestante, quando o reformador Martinho Lutero fixou as 95 teses na porta da catedral de Wittenberg. Um dos gatilhos que influenciou Lutero a deflagar a reforma - foi o tráfico de indulgências, que desviava o povo da verdade oferecendo falsas esperanças. No afã de combater esse abuso, a reforma teve como finalidade trazer para o contexto da igreja a pureza e a fidelidade original do Cristianismo. A reforma está ancorada basicamente em cinco pilares conhecidos por todos nós hoje, que são: Sola Scriptura - Sola Fide - Sola Gratia - Sola Christus - Soli Deo Glória. Ao olharmos para o contexto de fé no qual estamos inseridos seria necessário passarmos por uma nova reforma? Em certo sentido sim, pois, a comercialização da fé é algo gritante em nossos dias. O pastor e escritor Ed. René Kivitz certa feita afirmou: “Comercializar religião é melhor que vender droga”. Por mais dura que

seja a afirmativa, não há como negar que ela exprime a realidade de nossos dias. Talvez você pense: esta não é a realidade de nós batistas e por isso não há necessidade de pensarmos em uma reforma para nós. Sou grato a Deus por pertencer a uma denominação que ama as Escrituras e faz dela a sua única regra de fé e prática. Porém, gostaria de ressaltar alguns aspectos onde necessitamos de uma reforma. Já que a reforma protestante teve como objetivo resgatar a pureza e a fidelidade original do Cristianismo - se faz necessário pensar em reforma no seguinte sentido. Em primeiro lugar, carecemos de uma nova reforma vocacional. A quantidade de pessoas que estão na liderança sem serem vocacionados para tal tarefa é enorme. Quando temos pastores não vocacionados no contexto ministerial, esse obreiro torna-se um peso para a Igreja e a Igreja um peso para ele. Muitos dos problemas existentes no seio de nossas Igrejas se dão justamente pelo fato de termos no exercício da liderança alguém não vocacionado. Alguns, por não terem

conseguido êxito na vida secular, acreditam que a alternativa é ingressar no seminário e depois ser consagrado ao santo ministério da Palavra. Não tenho a menor dúvida que a vocação pastoral é a vocação das vocações, mas, se o sujeito não foi chamado por Deus para o episcopado causará danos a si e a Igreja de Cristo. Em segundo lugar, carecemos de uma nova reforma pessoal. Estamos em um mundo de aceleradas transformações, que produz ansiedade em demasia. Os pastores estão dentro deste contexto, e por isso precisam tratar suas questões pessoais. As cobranças, as solicitações dos membros, da denominação, geram para o obreiro muita ansiedade e exaustão. Exaustão que pode levar o obreiro a depressão e, em alguns casos extremos até mesmo o suicídio. É neste contexto que digo que necessitamos de uma reforma pessoal, onde buscaremos auxílio, ajuda de um pastor experiente que poderá auxiliar-nos nas questões ministeriais, ou ajuda de um profissional na área psicológica que nos ajudará a lidar com nossas questões pessoais. Não

há nada mais perigoso que um pastor doente tentando tratar seu rebanho. Em último lugar, carecemos de uma nova reforma espiritual. O que quero dizer com reforma espiritual? Mais uma vez ressalto o cuidado, o zelo dos pastores Batistas para com a Palavra de Deus. Somos caracterizados pelo compromisso doutrinário na exposição da Palavra. Mas é importante ressaltar que em muitas situações - mesmo não sendo heréticos, podemos estar sem vitalidade espiritual. O reverendo Hernandes Dias Lopes acentua que divorciamos academia de piedade. Nossa mente está repleta de informações, de conhecimento, mas não nutrimos vida piedosa. Nosso tempo de oração é sofrível. Olhamos para a Bíblia e a vemos como um livro de onde tiramos nossos sermões, mas não olhamos mais como um livro devocional, um livro que nutre nossa alma para lidarmos contra as investidas do inimigo. Por vezes vemos obreiros que são gigantes no púlpito e anões no cotidiano de suas vidas. É preciso renovação espiritual na vida daqueles que estão a frente do rebanho de Deus. n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

A seara continua grande e os trabalhadores ainda são poucos

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

A harpa de Davi, o poder de Deus Edson Landi

pastor, colaborador de OJB

Ano após ano, nós, os Batistas, participamos da Campanha da Junta de Missões Nacionais em prol da evangelização do nosso país. Como pastor de uma Igreja missionária e como alguém que já serviu ao Senhor no quadro de obreiros da JMN, louvo a Deus pelo empenho dos crentes que têm entendido a urgência desse trabalho. Homens, mulheres, jovens e crianças que não têm medido esforços para que o Evangelho chegue ao nosso povo. Por outro lado, há em meu coração uma tristeza em relação àqueles que ainda não compreenderam a grandeza da importância em estarmos engajados com a obra missionária. Esta ausência de comprometimento por parte de alguns não ocorre por falta de condições. É, na verdade, uma falta de visão! Pois os recursos necessários para a realização desta obra já estão conos-

co. Deus já nos concedeu o privilégio da oração. Ele também tem nos capacitado. E tem nos abençoado também na questão financeira, pois a grande maioria dos cristãos têm condições de colaborar mais financeiramente com Missões. Orar, ir ou contribuir financeiramente: os cristãos têm condições para fazer estas três coisas. Bom seria se todos os crentes entendessem quão grande é a necessidade da oração, pregação e contribuição de todos. Assim, muito mais pessoas estariam sendo alcançadas pelo Evangelho. Fazer missões é uma obra que exige urgência. Dois milênios após as palavras de Jesus em Lucas (10.2), a seara continua grande e os trabalhadores ainda são poucos. Não há salvação fora de Cristo (Atos 4.12). Por mais que haja muitos grupos religiosos espalhados pelo país, o cristianismo é o único que possui a verdadeira mensagem de salvação. Somos nós, os crentes

“E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele (I Sm 16.23). Qual foi a enfermidade que adoecia o rei Saul? O livro de I Samuel (capítulo 16, do verso 14 ao 23) faz o seguinte relato, usando obviamente a terminologia daqueles tempos bíblicos: “O Espírito do Senhor saiu de Saul e um espírito mau, mandado por Deus, começou a atormentá-lo. Então, os empregados de Saul lhe disseram: sabemos que um espírito mau, mandado por Deus, está atormentando o senhor. Mande, e nós iremos procurar

em Cristo Jesus, que temos a única e verdadeira mensagem de reconciliação entre o homem e o seu criador. Temos a mensagem e as condições para proclamá-la. Contudo, se não tivermos a disposição, nada será feito!

um homem que saiba tocar lira. Assim, quando o espírito mau vier sobre o senhor, o homem tocará a harpa e o senhor ficará bom”. Como seria de esperar, os escritores bíblicos usavam os termos de sua própria cultura, para explicar o comportamento enfermo, que hoje descrevemos usando o termo amplo “doença mental”. De igual maneria, o termo tiamina não existia, uma vez que vitamina é uma expressão moderna da medicina. O que importa, em todo esse relato, é a declaração bíblica que afirma ser o Senhor a origem da saúde e do bem. Os cientistas “descobrem” curas, mas é o poder divino que inspira os cientistas (Atos 3.16).

Ore, participe e contribua com a Campanha de Missões Nacionais em sua Igreja local. Não fique de fora dessa obra maravilhosa. Proclamemos ao nosso povo que Jesus Cristo é a única esperança! n

Um culto em Trôade Marinaldo Lima

pastor, colaborador de OJB

Durante a terceira viagem missionária Paulo esteve em Filipos; de lá ele navegou Para uma cidade denominada Trôade, Onde, com afinco, o Evangelho pregou. Quando o apóstolo desembarcou em Trôade, Um grupo de irmãos já estava na cidade. Esperavam Paulo para pregarem o Evangelho Com a força do Espírito e com autoridade.

Durante sete dias Paulo e os seus amigos Estiveram na cidade, na obra da pregação. Na véspera da partida, realizaram um culto; Era um domingo e houve o partir do pão. Paulo foi o pregador e estava animado; À meia-noite ainda estava falando. Em um cenáculo grande e iluminado Muitas pessoas estavam escutando. Um jovem estava sentado numa janela E acabou caindo lá do terceiro andar.

Foi grande o sono e acabou dormindo E não teve jeito para se equilibrar. Seu nome era Êutico e foi tido como morto; Pois assim o levantaram, ficando preocupados. Mas Paulo o abraçou e disse aos irmãos: “A alma está nele” e foram consolados. Por toda madrugada continuou o culto Com a pregação de Paulo até a alvorada. O apóstolo despediu-se e foi para o navio; Continuou a viagem, a sua grande jornada. n


REFLEXÃO

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Aprendendo com o Mestre dos mestres! Márcia Alves Doneda Fagundes

associada da Associação de Educadores Cristãos Batistas do Brasil; educadora cristã; mestranda em Teologia; pesquisadora; psicopedagoga; capelã escolar; pedagoga; professora no Seminário Batista Sul Mato-Grossense e missionária da Junta de Missões Nacionais em parceria com Convenção Batista Sul-Mato-Grossense e ACIBAMS

Em tudo que lemos sobre a vida de Jesus, Seus ensinos, Sua vida, Sua trajetória enquanto aqui na Terra, é notório Seu cuidado, o acolhimento fraternal, Seu amor restaurador ao ser humano. Para Jesus, o bem das pessoas é a essência da lei e está acima de qualquer tradição ou prática religiosa. Sua prioridade na missão que Lhe e confiada sempre foi: promover a vida e vida com abundância para as pessoas. Ele é um mestre que instrui não somente o intelecto, depositando novas ideias na mente, Ele é o Mestre que molda e forma nossos próprios corações, buscando satisfazer nossos desejos, amores e anseios. Seguir a esse Mestre é se tornar um aluno na escola da “Vida”, e ter o grande privilégio de aprender, experimentar e compartilhar seus ensinos pautados em seu amor. O ensino e as curas são parte do ministério de Jesus. Nos evangelhos vemos o ensino teórico seguido da ação prática. Um dos métodos preferidos de Jesus sabemos que eram as parábolas, pois proporcionavam uma aprendizagem contextualizada para as pessoas de sua vida cotidiana. Que levavam as pessoas a pensar, refletir e tirar suas próprias conclusões. Ele sempre estava rodeado de multidões, mas Jesus não as viam como números, via cada pessoa como singular e única. Para Ele, as pessoas eram valorizadas, pessoas compunham a multidão, cada uma era alvo de sua compaixão. Tinha bem definido Sua missão, sabia e conhecia da carência existencial, espiritual e material do ser humano resultando em sua entrega na cruz do calvário como solução completa. O Mestre dos mestres tem nos ensinado de várias formas. Ele nos ensina

com Sua vida, com Seu exemplo e, muitas vezes, com Sua própria dor. Jesus sofreu com a perda de seu primo, João Batista, nota-se que diante do triste fato nos ensina tantas verdades, bem como manteve a sensibilidade de perceber as necessidades das pessoas ao Seu redor demonstrando compaixão. Leia esse capítulo de Mateus 14.1-36, e perceba o que Jesus fez mesmo com o coração partido pela perda de seu primo. Quando ficou sabendo da morte e que fora decapitado, se retirou e ficou só. Perceba que por onde Ele passava, as pessoas aflitas O procuravam. O Mestre não despedia as pessoas que precisavam de socorro, mas tinha compaixão delas e as curava. No final do dia deu uma ordem para os discípulos quando as pessoas dessa multidão estavam com fome: “Eles não precisam ir. Deem-lhes vocês algo para comer”. Quanto aprendemos com o Mestre, Seu amor por gente, diante da dor que humanamente estava passando. A experiência do amor eterno nos faz entender o propósito de Deus em nossas vidas, mesmo diante da dor. Saber, ver e sentir esse cuidado divino nos fortalece no propósito de ser bênção em qualquer tempo na vida das pessoas. Sempre falo: duas coisas que nos mantém vivos e focados na missão que Deus nos confiou: Sonhar e ajudar o próximo. Se seu sonho está baseado no outro, em ter compaixão, (compaixão é a emoção movida por ação) em querer mudar e diminuir seu sofrimento aqui e o eterno, é isso que te mantém “vivo”. “Vivo” para não desistir, vivo para superar a sua dor, vivo para aliviar a dor do outro que reflete no alívio da própria dor. Sempre que Deus te pede algo, Ele te dá condições para realizar. Quanto mais se procura viver uma vida de obediência, com certeza enfrentará a fúria do inimigo para te desanimar. A nossa missão tem como base o amor, amor a Deus ao próximo a si mesmo. Estamos ligados ao grande mandamento com a mais plena expressão humana do amor de Deus. Veja, o grande mandamento não está isolado da grande comissão. Pelo contrário, a grande comissão: fa-

çam discípulos de todas as nações, percebemos quem é o alvo da missão: pessoas. Enquanto o grande mandamento: ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, é o como alcançar essas pessoas. Somos comissionados nesse amor ensinável e quase palpável de Deus por meio do Mestre dos mestres Jesus. Outro ensino que podemos verificar nesse texto de Mateus 14 é o poder da oração no sofrimento. Perceba que depois de um certo tempo de oração com o Pai, tudo estava tranquilo. Esse relacionamento com o Pai dava a Jesus condições para cumprir Sua missão. Sempre atento, Jesus observava do alto Seus discípulos que obedeceram às ordens, mas de repente o mar em fúria açoitado pelas ondas deixa os inseguros. Talvez, nesse momento, você esteja sendo açoitado pelas perdas, lutas, aflições, incertezas, enfermidades, doenças, vírus, isolamento ou outras angústias da vida. O texto mostra que já tinham passado nove horas, mas Jesus estava na montanha vendo tudo o que acontecia no barco com seus alunos. Jesus sempre chega na hora certa, Seu relógio nunca atrasa, sabe tudo o que está acontecendo. Todas as situações estão abaixo dos pés de Jesus. Aos Seus discípulos aflitos, cheios de insegurança, aterrorizados, Ele chega andando por cima das águas, por cima do problema, do que os afligiam; chega caminhando suave para o socorro bem presente daquela tripulação. Tudo que você pode estar enfrentando nesse momento está debaixo dos pés de Jesus, está tudo sob seu controle. Jesus andou por cima do mar para que Seus discípulos pudessem ver que Ele tem o controle de tudo. Então chega aos seus e diz: Coragem! Sou eu. Não tenham medo. Em outras palavras: Tende bom ânimo, não temas, sou Eu mesmo! Jesus precisou verbalizar em alto e bom som, porque eles não estavam conseguindo ver quem era. Há momentos que não se pode ver, mas ouvir e conhecer a voz do Senhor. Um texto muito rico de acontecimentos que retrata nos dias que estamos vivendo e com eles

aprender a confiar e descansar nos braços seguros do Mestre. Notamos que Pedro se lança ao mar para ir ao Seu encontro. E quando nas águas estava começando a afundar ele clama ao Senhor. Jesus ouviu imediatamente seu clamor no desespero de afundar nas águas do mar. A fé de Pedro foi abastecida, mesmo sendo pouca naquele momento. Deus pode usar a dor, suas lutas, suas angústias para chegar andando e caminhando por cima, ouvindo seu clamor para fortalecer sua fé. Não espere a onda, o vento cessar para clamar e confiar em Jesus. Só quando Ele estiver em nosso barco conseguiremos chegar do outro lado. Só com Jesus “chegaremos do outro lado” mesmo com nossa dor, iremos conseguir realizar os sonhos, os alvos, a vitória, fortalecer a fé. Então: Busque, Clame, Acredite, Confie, Não Desista! Certamente, Jesus curou sua dor, cuidando das pessoas em sua volta, com Seu amor redentor e restaurador. O poder sobrenatural de Deus nos torna testemunha desse amor para as pessoas do mundo, e que não deve ser privatizado. Fomos alcançados por pessoas que nos amaram, amando a Deus, o Evangelho chegou até você por ações e obediências de pessoas de outras culturas e etnias. Uma grande verdade, não havia americanos e nem brasileiros no pentecostes, fomos alvos do grande mandamento e por Ele comissionados. Tem pessoas em seu convívio que estão à espera de um envolvimento social, que gera um envolvimento relacional e pode resultar em ricas oportunidades de ensinar as verdades do evangelho. Spurgeon nos lembra: “Não deixe aquilo que é urgente tomar o lugar daquilo que é importante em sua vida”. Aprendamos com o Mestre Jesus, que sempre estava ocupado, mas nunca apressado; em sua agenda, o bem-estar do outro era seu foco de vida em qualquer situação. Concluo com Colossenses 3.16: “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações”. Deus o abençoe. n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21 VIDA EM FAMÍLIA

Ao redor da mesa Na Bíblia encontramos vários textos que abordam o valor da refeição em família. A mesa nos tempos bíblicos era diferente das que temos hoje. Algumas passagens bíblicas nos dão ricas lições dos benefícios das refeições em família. Coisas importantes, na história bíblica, aconteceram ao redor da mesa. Nos textos abaixo podemos perceber que ao redor da mesa, num ambiente de refeição em família, o mais importante não era o que se comia, mas o ambiente de aceitação, amor, conversação, instrução, compartilhamento e ministração. Reconciliação e perdão Uma das passagens mais lindas de toda a Bíblia é o reencontro de José com seus irmãos (Gênesis 42 a 45). O perdão de José aos seus irmãos se deu num ambiente de refeição (Gênesis 43.31-34). Lendo esse texto podemos chegar a conclusão que muitas vezes podemos externar nosso arrependimento, pedir perdão ou liberar o próprio perdão ao redor da mesa. Conheço um amigo que precisava pedir perdão a um colega. Pediu para que a esposa preparasse um jantar, convidou esse colega e sua esposa, para jantarem em sua casa e na presença de todos, inclusive dos filhos, externou seu arrependimento e supli-

cou pelo perdão que foi prontamente atendido. O ambiente foi de pura espiritualidade e comunhão ao redor da mesa.

sentava à mesa era de sua importância para os pais instruírem seus filhos a respeito de Deus e de Sua vontade. “Converse sobre elas quando estiver sentado em casa” nos aponta que o Lembranças momento da refeição é um lugar propício para ensinar os filhos a respeito Em Êxodo 12.1-20 encontramos das coisas espirituais. Deus orientando o povo para usar a refeição em família para relembrar a Orientação libertação do Egito. Use os momentos das refeições Deuteronômio 14.3-27 é um texto para lembrarem o quanto Deus tem que narra sobre os alimentos proibidos sido bondoso para com sua família. e permitidos em Israel. À mesa também Lembrem juntos o que Deus tem a favor podemos conversar com os filhos soda família. bre o valor de uma boa refeição e os benefícios que um alimento rico em Ministração fibra, proteína e vitaminas podem fazer ao organismo. Jesus usou um momento de refeição, na casa de um fariseu, para miCompartilhamento nistrar lições valiosas para os seus discípulos (Lucas 14.1-14). Naquela Jesus também usou um ambienoportunidade falou sobre as priorida- te de refeição, ao redor da mesa, para des do Reino e do valor da humildade. compartilhar sua dor e sofrimento (MaAproveite as refeições em suas teus 26.17-30). Podemos aproveitar casas para discipular os seus filhos e um ambiente de refeição para abrir o transmitir preciosidades eternas para coração e compartilhar com nossos suas vidas. queridos as preocupações, ansiedades, dores e sofrimentos. Instrução Lugar de sonhar Deuteronômio 6.4-8 é um texto muito conhecido. Embora a palavra Gênesis 24.50-60 narra como se “mesa” não apareça no texto, podemos deu o acerto de casamento de Isaque concluir que o momento que a família e Rebeca. Com certeza hoje, em nos-

sa sociedade, não é recomendável. Mas o que está por detrás do texto é que podemos usar as refeições em família para compartilhar com os filhos os nossos sonhos, como pais e mães, a respeito dos seus futuros maridos e esposas. Aproveite as refeições em sua família e conversem com seus sobre casamento, namoro e noivado. Alegria Jesus usou a figura da refeição para falar de alegria (Apocalipse 3.20). Cear com alguém está associado, na cultura hebraica, a momentos de alegria. Transforme as refeições em sua família em momentos de alegria, de riso e de contentamento. Concluindo, procure fazer das refeições momentos marcantes em família. A mesa é um lugar propício para deixar um legado para seus filhos e entes queridos. E na sua família, você e sua família tem valorizado as refeições ao redor da mesa? n Por: Gilson Bifano Preletor, escritor na área de família e casamento. Siga-me no Instagram e no Twitter: @gilsonbifano. Facebook: facebook/gilsonbifano E-mail: oikos@ministeriooikos.org.br


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

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Tempo de festa da Cristolândia de Alagoas

Thatiana Cordeiro

jornalista em Missões Nacionais

Graças a Deus, temos muitos motivos para comemorar e a Cristolândia Alagoas é prova disso. No fim do mês de outubro, o trabalho completou quatro anos de existência na região, o que é motivo de alegria e gratidão ao Senhor, pois sabemos que esse trabalho não tem sido em vão. Estamos felizes, pois cada aniversário da Cristolândia nos lembra de que Deus tem sustentado o trabalho missionário nas cracolândias do nosso país. Além de ser um tempo de festa por mais um ano da Cristolândia Alagoas, há também outros motivos para comemorar. Três acolhidos da unidade aceitaram Jesus em seus corações

e desceram às águas, confessando publicamente que só Jesus Cristo salva! É ou não é um tempo completo de festa? O começo de um novo ano para a unidade do projeto não poderia ser representado de melhor forma. Os batismos refletem novidade de vida, novo nascimento, novas chances e outras oportunidades. A Cristolândia Alagoas agora inicia um novo ano e esses irmãos na fé também. Eles nasceram de novo e nascimento é para ser comemorado! Deus tem feito maravilhas em nosso meio. Basta olhar para os campos missionários. Todo o trabalho e investimento valem a pena por uma alma que se rende ao Senhor. Por isso, vamos seguir anunciando que Jesus Transforma! n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

IB Central de Santo Amaro - SP retoma atividade com Embaixadores do Rei Trabalho volta a acontecer após quase 35 anos. Nícholas Bié Baptista da Silva

membro da Igreja Central de Santo Amaro, São Paulo-SP

Com grande alegria e gratidão a Deus, A Igreja Batista Central de Santo Amaro, em São Paulo-SP informa que fomos abençoados com o retorno das atividades dos Embaixadores do Rei, no dia 19 de setembro. Os sete primeiros candidatos a Embaixadores, que realizaram o primeiro encontro para ter contato com os requisitos mínimos do manual do candidato, são estes: Samuel Ferreira (11 anos), Isaac Vieira (11 anos), Pedro Henrique (13 anos), Tiago Macedo (11 anos), Luan Moreira (12 anos) e Nathan Torres (11) anos. Além dos candidatos a ER, esteve presente nessa primeira reunião, o pastor Waldir Esteves, que foi ER na Segunda Igreja Batista em Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, de 1965 a 1969. É importante salientar que os trabalhos para a retomada da embaixada da IB Central de Santo Amaro-SP recebe o auxílio da Embaixada Pr. Pedro Vovechenco, da Primeira Igreja Batista de São Caetano do Sul-SP, através do Conselheiro de Embaixadores do Rei,

Primeira reunião ER seminarista Gileade Soares. O sentimento da necessidade de reorganizar nossa Embaixada partiu de um sermão dominical apresentado em nossa Igreja com as palavras desafiadoras de nosso pastor Irtor Paulino de Oliveira, (in memoriam) que antes de descansar no Senhor, confrontou-nos a exercitar a consciência de que somos em Santo Amaro (cidade de São Paulo) a Embaixada da mensagem e do serviço Real do Evangelho para reconciliação do pecador nesse tempo e local, e, por isso, precisamos avançar

nos trabalhos missionários com todos os membros de nossa Igreja, inclusive, com os meninos em idade de ER, e as meninas em idade de MR, para que possam agir e influenciar a comunidade que estamos, nossa cidade e até os confins da Terra. “Muitos querem chamar o trabalho com os Embaixadores e Mensageiras de retrógrado, mas como classificar dessa forma um trabalho com meninos e meninas, que visa criar em seus corações e mente a responsabilidade missionária do Evangelho numa idade

crucial para que esses se firmem no Evangelho para toda vida? Trabalhos missionários, sejam eles quais forem, nunca serão retrocesso, mas avanço, sempre um avanço necessário para cumprir o mandamento de missões que nosso Senhor Jesus Cristo nos deixou, e nossa Igreja vai avançar e cumprir esse mandamento, inclusive, com ajuda dos Embaixadores do Rei” declarou o pastor Jairo Carlos de Castro Ribeiro, pastor titular da IB Central de Santo Amaro, em São Paulo-SP. Nossa esperança no Senhor é que este trabalho, que retorna pela graça, misericórdia e para glória de Deus, frutifique nos corações, mente e vida dos meninos e suas famílias e, assim, através deles, e de forma missionária, suas famílias e a Igreja, sintam o mover missionário do Evangelho cada vez mais presente, visível e real entre nós. Os Embaixadores do Rei (ER) locais vão se reunir quinzenalmente, aos domingos, pela manhã, antes das atividades dominicais, para estudarem o conteúdo proposto pelo material próprio da organização, sob a orientação do Conselheiro de Embaixadores do Rei, seminarista Nícholas Bié. n

Primeira Igreja Batista em Tamandaré - PE celebra aniversário de 70 anos Igreja também promoveu a abertura de Missões Nacionais.

Rafael Dantas

jornalista, membro da Primeira Igreja Batista em Dois Unidos - PE

Nos dias 27, 28 e 29 de agosto, a Primeira Igreja Batista em Tamandaré, no estado de Pernambuco, celebrou a Conferência de Aniversário dos 70 anos. Pastor Marquinhos Lima é o

atual pastor presidente da igreja, que fica localizada na Mata Sul de Pernambuco. Na abertura, o pastor local foi o responsável pela ministração da palavra. No sábado (28) estiveram presentes na celebração os jovens da Cristolândia em Pernambuco, juntamente os internos, o coral e o coor-

denador geral, o pastor Gildo Freitas. No domingo, pregou no culto matinal o jornalista e teólogo Rafael Dantas, membro da Primeira Igreja Batista em Dois Unidos, no Recife-PE. No encerramento, a Igreja convidou para a ministração da palavra o pastor Álvaro Neto, da Primeira Igreja Batista em Catende-PE.

“A PIB Tamandaré é uma Igreja localizada no litoral Pernambucano, que tem um grande desafio de evangelismo numa cidade voltada ao Turismo e Hotelaria”, afirmou o pastor Marquinhos Lima. Além do aniversário foi dada à abertura a Campanha de Missões Nacionais com o tema “Jesus Cristo é a única esperança”. n


JBB

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O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

Associação de Músicos Batistas Fluminenses realiza 39º Congresso Evento aconteceu totalmente online no dia 18 de setembro. Diana Sampaio

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Fluminense

Desde 2019, a Associação dos Músicos Batistas Fluminenses (AMBF) não deu continuidade aos seus Congressos devido a pandemia. Esses encontros são muito esperados pelos músicos em todos os anos, pois são ocasiões especiais que reúnem muita comunhão e música. Em setembro de 2020, para não passar em branco, foi realizada uma live especial de retrospectiva através do Youtube e do Facebook, a fim de relembrar momentos e participações dos congressos anteriores. Felizmente, este ano, o presidente da AMBF e ministro de Música Altiene Flores, com a diretoria da Associação, viabilizaram a realização do 39º Congresso, totalmente online. A programação foi organizada previamente e transmitida na Primeira Igreja Batista em Araruama-RJ no dia 18 de setembro. Os participantes puderam realizar as inscrições, mas o evento também foi aberto para outros telespectadores através da página do Facebook da AMBF e do canal de Youtube TV Batista, da Convenção Batista Fluminense (CBF). Com o tema “Cuidem-se”, baseado na passagem

de I Pedro 5.7, a programação contou com inúmeras participações virtuais de coros, músicos, ministros e Ministérios de Música de várias Igrejas. O presidente da AMBF deu as boas-vindas a todos os que estavam acompanhando e, presencialmente, tiveram apenas as participações do Quinteto Feminino de ex-alunas do Seminário Teológico Batista de Niterói e do ministro de Música Geremias Pereira com o seu filho em um duo instrumental. Além das músicas, a programação também teve um bloco voltado para as crianças, as quais participaram através de apresentações e coros. Nesse momento, a ministra de Música Renata Shuwartz esteve à frente da oficina de Recursos Didáticos para Musicalização Infantil e a irmã Lília Godoy fez uma participação com os seus dois bonecos ven-

tríloquos. Durante o Congresso ocorreram as palestras e workshops do ministro de Música Samuel Barros sobre “Como a geração ‘Z’ compreende o que é Louvor e Adoração”; da Tallita Barros, compartilhando suas experiências acerca do fortalecimento emocional; e do Rogério Pefi trazendo as técnicas para a montagem de coros virtuais. O quadro “Música - O que vai pelas Igrejas” foi criado para os participantes saberem e conhecerem o que tem acontecido durante todo esse tempo em diversas Igrejas de todo o Brasil. Também foram realizadas entrevistas, como a do presidente da Associação dos Músicos Batistas do Brasil e ministro de Música Anderson da Costa, além de palavras deixadas pelos presidentes da AMBF, pastor Marciano Gregório e o ministro

de Música João Marcos Souza. Antes da mensagem, um vídeo da amada Big Band da AMBF, sob a regência do maestro João Carlos no 37º Congresso foi transmitido para todos os que estavam assistindo. O momento de reflexão foi levado pelo ministro de Música Ugel Russi Lota falando um pouco sobre o tema “Cuidem-se’. A programação foi encerrada com a participação do Coro Virtual com os Ministros de Música da AMBF. O 40º Congresso está marcado presencialmente para os dias 23, 24 e 25 de setembro de 2022, na Primeira Igreja Batista em Rio Bonito-RJ. Se você não pôde acompanhar ao vivo o 39º, basta acessar uma das plataformas abaixo: • Página do Facebook - Associação dos Músicos Batistas Fluminenses • Canal do Youtube - TV Batista n

Convenção Batista do Amazonas promove impacto evangelístico Resultado do trabalho foi além do esperado pela Convenção. Claudio de Castro Fernandes

pastor, presidente da Convenção Batista do Amazonas

Durante os dias 01 a 07 de setembro, um grande impacto evangelístico promovido pela Convenção Batista do Amazonas (CBA), envolveu 11 Igrejas de Manaus e cinco do interior do estado. Ao todo, 150 pessoas participaram: 67 de Manaus; 15 de Itacoatiara; 15 de São Sebastião do Uatumã; duas de Urucará; e das Igrejas hospedeiras a Primeira e a Segunda Igreja Batista de Itapiranga, 51 pessoas. Para o deslocamento foram necessários um ônibus, duas vans, cinco carros e um barco. O alvo a ser alcançado era a zona urbana do município de Itapiranga, com 11 mil habitantes. Planejamos levar para todas as casas uma mensagem de salvação e um kit evangelístico que continha o livro de

Marcos, a História de Deus e os Amigos de Jesus. Deus fez cumprir o que está escrito: “muito mais do que pedimos ou pensamos”. Além da zona urbana, Deus fez com que fossem alcançados o bairro da Enseada (10 minutos de carro), a Ilha do Madrubar (10 minutos de voadeira), a Comunidade Augusto Montenegro

(uma hora e 15 minutos de voadeira), a Comunidade de Santana (duas horas de barco) e uma visita à Primeira Igreja Batista de Silves. Foram dias especiais de proclamação do Evangelho com destaque, para meninas de 12 anos empenhadas na administração, na evangelização de crianças (EBF) e na distribuição de

literaturas. Merece destaque a participação especial do palhaço Aleluia, personagem feito pelo pastor Joselito, da Igreja El Shaday, que além da mensagem de salvação, encantou as crianças e adultos, fazendo com que dessem muitas e boas gargalhadas. Seguindo o lema de missões estaduais da Convenção Batista do Amazonas, “Até o Último Ribeirinho,” estamos com o coração alegre e grato a Deus por nos permitir cooperar com Ele nessa grande obra de salvação, por termos ido e retornado com toda a segurança. Deixamos aqui o nosso agradecimento a Deus, à AMME Evangelizar, à MIBRAFÉ, à Igreja Batista Amar, que iniciou os trabalhos e aos demais guerreiros da CBA. Com poucos recursos, mas com os olhos fixos em Jesus, nada nos faltou. A missão foi cumprida, graças à boa mão do Senhor. n


MISSÕES MUNDIAIS

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Walter e Alzira Freire: 22 anos dedicados à salvação de surdos e muçulmanos Marcia Pinheiro Walter e Alzira Freire já haviam recebido o chamado missionário quando se conheceram, em 1993. Após uma direção de Deus, em resposta às suas orações, decidiram se casar e seguirem juntos com a mesma visão. “Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro. Mas antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tinham ouvido falar dele, e o entenderão aqueles que não o haviam escutado.” (Romanos 15:20,21) O casal esteve um período na Inglaterra e na Jordânia, onde foi enriquecido com muitas experiências e contemplado com a chegada de sua filha, Samya. E foi em 1999 que Alzira e Walter se apresentaram à Missões Mundiais.Naquele mesmo ano, eles seguiram para o Senegal, para trabalhar com muçulmanos. Ali começava um ministério para levar a mensagem salvadora de Cristo aos muçulmanos e também aos surdos. Walter e Alzira Freire têm uma forte base bíblica. Ela é formada em Teologia pelo Seminário Bíblico Antioquia. Ele, após concluir dois cursos superiores, em Direito e Comércio Exterior, fez cursos modulares no mesmo seminário que Alzira e, juntos, fizeram o Curso de Preparo Missionário e Islā. Durante 22 anos eles serviram à obra missionária transcultural por meio de Missões Mundiais. A maior parte deste ministério foi dedicada ao Senegal. O ciclo foi quebrado entre maio de 2002 e 2004, quando atuaram com os povos árabes em uma região, na França. Em 2005 o casal retornou ao Senegal, onde também atuou no treinamento de adaptação de turmas do projeto Radical África. “Foi um momento de muita alegria ver a promessa se realizando em nossas vidas... Aprender tantas línguas e viver em outras culturas foi sempre um desafio”, comenta o casal. A família missionária viveu basicamente em três culturas diferentes. Na França, sentiram na pele a semelhança física que têm com árabes. Conheceram um pouco do preconceito e da hostilidade na convivência entre franceses e magrebinos. A mudança da Jordânia para o Senegal foi um impacto com a diferença da prática islâmica e o animismo, tão forte na cultura senegalesa. Mas por onde passaram, aprenderam a apreciar aspectos muito importantes como comer juntos, louvar com danças, respeitar os mais velhos. E também deixaram suas marcas, como garantir a surdos no Senegal o acesso ao Evangelho para um encontro verdadeiro com Deus.

“Sempre cremos que o Deus que chama é o que capacita e sustenta. Louvamos ao Senhor por igrejas que, com fidelidade, cumpriram conosco a grande comissão”, alegram-se Walter e Alzira Freire. Agora, de volta ao Brasil, o casal tem

o sentimento de missão cumprida, mas o coração ainda está dividido entre o campo e a nova realidade. “Deixamos o campo transcultural, mas não o nosso chamado missionário. Isso é para vida toda”, revelam. Os missionários são gratos aos ba-

tistas brasileiros que sustentaram suas ações nos campos através de orações e ofertas, permitindo que a mensagem do Evangelho fosse anunciada em todos os lugares por onde passaram. Colabore para que a obra prossiga através de outros vocacionados. n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

Batistas do Acre celebram 60 anos no estado durante sua 24a Assembleia bienal Uma Assembleia histórica, fruto de uma semente plantada há muito tempo. Gilvan Mourão

pastor da Primeira Igreja Batista em Epitaciolândia; presidente da Convenção Batista Acreana

Dirceu Bonomo

pastor, secretário executivo da Convenção Batista Acreana

No final de 2019, os mensageiros à 23ª Assembleia dos Batistas Acreanos resolveram sair da capital para voltar a fazer seu encontro estadual no interior, depois de 16 anos. Desta forma, a cidade de Epitaciolândia, no sudeste do Acre, fronteira com a Bolívia, se tornou a capital dos Batistas acreanos por dois dias, em 03 e 04 de setembro. Para realizar suas atividades administrativas e comemorar o Jubileu de Diamante dos batistas do Alto Acre, todos os municípios acreanos onde existe uma Igreja Batista se fizeram presentes ao evento de apenas dois dias. O tema da nossa celebração foi “60 anos compartilhando graça e misericórdia desde o alto Acre”, com divisa em Tito 2.11: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”. Tivemos também um hino oficial, “Geração de Samuel”. Num ambiente de muita comunhão e presença de Deus foi realizada a maior de nossas assembleias dos últimos anos, respeitando ainda os limites impostos pelo tempo pandêmico que vivemos, observando o uso de máscaras e álcool, foram celebrados os 60 anos, ou seja, o Jubileu de Diamante de uma obra iniciada através de homens e mulheres que não tiveram suas “vidas por preciosas”, mas receberam e abraçaram o ide do Senhor Jesus sem reservas para plantar as sementes da Palavra de Deus aos acreanos da fronteira com a Bolívia e o Peru. Os Batistas acreanos existem há mais de 100 anos. Seu início aconte-

ceu nos seringais, no período áureo da borracha, quando chegou aqui o missionário Crispiniano José da Silva, vindo da Bahia para iluminar as terras acreanas com a luz do Evangelho do Senhor Jesus. No Alto Acre já são 60 anos de uma história plantada com sangue, pois o missionário da Junta de Missões Nacionais, Corintho Moreira Filho, se deu completamente ao Senhor nestas terras, porém, seu testemunho ainda é forte na memória dos antigos moradores da região de Brasiléia e Epitaciolândia, onde ele e seu sucessor, o pastor Paulo de Souza Neto, atuaram incansavelmente pregando o Evangelho e oferecendo cuidados de medicina, tamanha a carência no início da década de 1960, e plantando uma escola de ensino fundamental, o antigo primário. Hoje, a Convenção Batista Acreana vem passando por um processo de revitalização, contando com a parceria da Junta de Missões Nacionais (JMN) através dos missionários Dirceu Bonomo Severino e sua esposa, Ana Paula, e do missionário Márcio Alessandro trabalhando com a visão de Igreja Multiplicadora.

A presença de Deus foi marcante, de tal forma que os mensageiros tiveram uma participação assertiva em todos os momentos de nossa assembleia, tudo sob a unidade, a camaradagem cristã, o amor fraternal e o respeito aos nossos Princípios Batistas. A Primeira Igreja Batista em Epitaciolândia, Igreja hospedeira, liderada pelo pastor Gilvan Mourão, recebeu com muito zelo e dependência de Deus a tarefa de receber os queridos irmãos Batistas acreanos. Foi um período de intensas atividades para estar com tudo dentro do necessário para nossa assembleia. Como era uma assembleia de jubileu, foram feitas homenagens aos servos de Deus que ajudaram a construir a nossa história. Dentre eles foram lembrados o pastor Geremias Pereira da Silva, missionário da JMN que atuou no campo acreano, e que foi um dos entusiastas para organizar nossa Convenção Batista Acreana, que ainda era ligada à Convenção de Rondônia; foram também homenageados os pastores que mais presidiram e também atuaram como secretários executivos em nosso campo, sendo eles: pastor Ivanildo Oliveira e pastor

Sebastião Torres da Silveira; mas o decano, pastor Enock da Silva Pessoa, que além de ter sido nosso primeiro residente da CBA, já ocupou a função de secretário-executivo e é o obreiro mais antigo em atividade e também o mais antigo na mesma Igreja, com mais de 30 anos ministeriais prestados ao Reino de Deus na Igreja Batista da Seis de Agosto; o casal José Railton Pessoa e Lenir Pessoa, por lutarem de forma incansável pela unidade e preservação dos batistas na região; irmã Blandina Silva e Silva, que foi aluna de nossa escola Batista no final dos anos de 1960; foi feita homenagem aos antigos obreiros, que foram grandes desbravadores plantadores de Igrejas em nossa capital, pastor Jorge Falcão e o casal de diáconos (in memoriam) Osvaldo e Alcy Miranda, que também são a família mais antiga em atividade de nosso trabalho Batista no Acre. Pela vontade soberana dos mensageiros, a assembleia convocada para comemorar os fatos históricos, fez história ao eleger pela primeira vez um presidente do interior, pastor Gilvan de Sousa Mourão, que é o quarto mais antigo na mesma Igreja, dirigindo sob a direção do Espirito Santo de Deus o trabalho Batista na região do alto Acre há 22 anos. Nova Diretoria Presidente: pastor Gilvan de Sousa Mourão (Primeira Igreja Batista em Epitaciolândia - cidade: Epitaciolândia); 1º vice-presidente: pastor Sebastião Torres da Silveira (Igreja Batista da Colina - cidade: Rio Branco); 2º vice-presidente: pastor Ivanildo Nascimento de Oliveira (Igreja Batista da Vila Ivonete - Cidade: Rio Branco); 1º secretária: Marineide Miranda dos Santos (Igreja Batista da Vila Ivonete - cidade: Rio Branco); 2º secretária: Jorgeneide Cunha de Lima (Igreja Batista Salém - cidade: Porto Acre). n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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Convenção Batista Sergipana comemora jubileu Sandra Natividade

membro do conselho editorial de OJB

No dia 29 de setembro de 2021, a Convenção Batista Sergipana, celebrou 75 anos do jubileu de brilhante. Em todos estes anos, a CBS acolhe e vive para a cooperação com as igrejas. A denominação Batista chegou em Sergipe em 1901 na Igreja Batista de Penedo-AL. A cidade de Aracaju recebeu o segundo Templo Batista. Em 1913 é fundada a Primeira Igreja Batista de Aracaju. Os irmãos batistas vieram do estado de Pernambuco para expandir a denominação em solo sergipano. Na época a Igreja fundada pelos pernambucanos haviam poucos recursos, mas eles perseveravam, eram incessantes na seara e almejavam trabalhar para o Reino. Em 1917, foi realizada a fusão entre as igrejas cooperantes do estado do nordeste. O nome se denominou como Convenção Batista Interestadual a unir as igrejas batistas nordestinas: Penedo-AL, Petrolina-PE e Corrente-PI. Após dois anos, o consórcio das igrejas do nordeste receberam o missionário, doutor Charles Franklin Stapp. Foi o primeiro missionário enviado pela Junta Missionária de Richmond. O norte-americano orientava os membros. O campo nordestino vivenciou bons momentos na construção de congregações para cultos. O custeio ficou encargo da parte de finanças da Comissão Predial do Norte.

Em 1920 era a oportunidade do missionário John Mein abençoar as terras batistas nordestinas. Os batistas sergipanos passaram a ganhar apoio do estado de Alagoas que fazia parte do conglomerado das Igrejas Batistas do nordeste. Em 29 de abril de 1924, foi realizado o Instituto Bíblico na Primeira Igreja Batista de Aracaju. O encontro reuniu as igrejas compostas da Convenção Batista Interestadual para efetivamente consagrar a primeira Convenção Batista Sergipana e eleger a diretoria. Diante de dificuldades, a Convenção Sergipana não se prosperou. Em 1931, o trabalho batista de Sergipe se une oficialmente a Convenção Batista Alagoana. O missionário Leslie Leônidas Johnson ajudou os irmãos Batistas de Sergipe. A parceria com a Convenção Batista Alagoana logo se rompeu. O desligamento com os batistas alagoanos fez renovar as esperanças de fundar uma nova convenção local. A independência das igrejas e associações batistas de Sergipe chamou a atenção do missionário John Mein. Ele foi o responsável de organizar a Convenção Batista Alagoana. John Mein tinha o filho chamado David Mein. O projeto de inaugurar a Convenção Batista local em Sergipe estava próximo. 15 anos depois do rompimento entre as parcerias dos batistas de Sergipe e Alagoas, o missionário David Mein e sua esposa Lou Demie

Mein ajudaram a esboçar o surgimento da Convenção Batista Sergipana. O campo missionário de Sergipe contava com doze igrejas: Primeira Igreja Batista de Aracaju, Primeira Igreja Batista de Propriá, Igreja Batista de Neópolis, Primeira Igreja Batista Brasileira de Aracaju, Igreja Batista de Maruim, Primeira Igreja Batista em Nossa Senhora das Dores, Igreja Batista de Itabaianinha, Segunda Igreja Batista de Aracaju, Igreja Batista de Boquim, Igreja Batista de São Cristóvão, Primeira Igreja Batista de Estância e a Primeira Igreja Batista de Penedo/AL. Em meados de abril de 1946, lideranças da Igreja Batista de Penedo e da região de Sergipe receberam segunda carta do missionário David Mein. O comunicado apresentou a proposta de fundar a convenção local de Sergipe. A unificação das Igrejas nordestinas Batistas fez movimentar o surgimento oficial da Convenção Batista Sergipana. A primeira assembleia da Convenção Sergipana estava prestes de ser anunciada. No dia 18 de setembro de 1946, na residência do missionário David Mein, com os representantes da denominação e da Junta evangelizadora da Convenção de Sergipe, foi inaugurado a Convenção Batista Sergipana. Foram eleitos os colaboradores das igrejas batistas do estado de Sergipe: presidente -Wandir Lôbo Bomfim, secretária-professora Hilda Sobral de Faria, membros-José Raimundo

de Lucena, missionário David Mein, doutor Osvaldo Barreto Dantas, Nicanor José dos Santos, Anthero Alves Cunha. Oito dias depois, foi realizada a primeira assembleia da CBS na Primeira Igreja da capital de Sergipe. Os membros das Igrejas Batistas de capitais dos estados nordestinos presenciaram as nomeações da comitiva que elaborassem o programa da assembleia. Os irmãos presentes para as nomeações: pastor Hercílio Arandas, professora, Hilda Sobral de Faria, Wilson Carlos do Amaral, Corália Campelo, pastor José Bernardo de Oliveira, Waldemar Quirino dos Santos, Anthero Alves Cunha, Jesuíno Freire de Oliveira, seminarista Benilton Carlos Bezerra e Nicanor José Santos.

Davis Mein, missionário e fundador da CBS

Líderes das Igrejas batistas do nordeste unem a Convenção Batista Sergipana

David Mein foi indicado como relator da comissão para elaborar o projeto do regimento interno. O Estatuto da CBS passa a ser basear do Estatuto da Convenção Evangelizadora Batista de Pernambuco. A Igreja Batista de Penedo deixou a Convenção Batista Sergipana em 1952, após a realização da 33a assembleia anual da Convenção Batista de Alagoas. A CBS criou as primeiras áreas voltadas para ação social e de informação. Construída uma clínica ambulatorial sobre a direção da missionária enfermaria, Maria Clementina Lima. David Mein fundou o noticiário, O Jornal Sergipano. Nestes 75 anos, a Convenção Batista Sergipana, está presente em todo o território de Sergipe. São 84 e igrejas e de centenas de congregações batistas. A sede é visitada pela membresia das igrejas batistas do estado e de organizações missionárias. Os filiados batistas de Sergipe faz avançar o evangelho de Cristo no estado. n


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PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

O que nos distingue como grupo religioso? (Os Batistas e Seus Princípios) Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek

pastor da Igreja Batista Marapendi-RJ

Imagine, caro leitor, que um acadêmico sabendo que você é um cristão Batista vem até você, compartilha a novidade e lhe faz a seguinte pergunta: para qual Igreja eu devo ir? Logicamente que eu e você já sabemos a resposta: Igreja Batista (e da CBB, porque a dos caracóis, para ficar num exemplo, não dá…). Mas, por que a Igreja Batista? Qual é sua diferença? Logicamente, que não estamos falando aqui da virtuosa e transparente prestação de contas, nem tampouco do congraçamento fraternal sadio, igualitário (sem acepção de pessoas) que existe (ou deveria existir) numa Igreja Batista. Estamos falando daqueles elementos que marcariam nossa identidade e, por isso, nos diferenciariam das demais denominações. Você saberia dizer quais são eles? Possivelmente, alguém arriscaria a Declaração Doutrinária. Ocorre que, como herdeiros da Reforma, os Batistas não possuem o que poderíamos chamar de uma originalidade doutrinal. Nossas primeiras confissões estão mais para uma colcha costurada com panos diferentes. Sim, os primeiros Batistas não sentiram a necessidade de “reinventar a roda”. Eles selecionaram, daquilo que já existia, as partes que entendiam ser as mais fiéis à sua leitura da Bíblia. Note bem: sempre em relação a Bíblia e esta, internamente, sempre em relação a Jesus Cristo, o Verbo encarnado. Nota-se aqui que a fidelidade, e não a originalidade, é a marca distintiva do sistema doutrinal Batista. Tal postura seletiva (e que bela seleção!), trouxe consigo três implicações:

a) A não promoção da Confissão de Fé ao status de Credo. Lembre-se que, historicamente, os Batistas aparecem no movimento separatista inglês. Para eles, proto-Batistas, nada mais estranho que a imposição de um Credo, afinal eles se insurgiram criticamente contra um; b) A não adoção de um Credo se deve, segundo Walter Schurden, ao risco da indesejável (para o Batista “raiz”) diminuição do valor da Bíblia. Explico: ao promover algo a Credo, rebaixamos por outro lado a Bíblia, igualando-a a um Credo. Implicaria dizer que certa leitura do texto, mesmo que circunscrito ao seu tempo, ao seu contexto, é igual à Palavra de Deus… Ao rejeitar essa noção credal, os Batistas assumem que suas Confissões ou Declarações de Fé partem da Palavra de Deus, mas definitivamente não são a Palavra de Deus. c) O não fechamento de alguns pontos doutrinários. A beleza da Declaração Batista, daí sua durabilidade, é justamente aquilo que para alguns parece ser sua maior falha: sua abertura. Penso que essa abertura é decorrente do texto bíblico. Se é verdade que a Bíblia fecha questão em alguns pontos, também é verdade que ela não encerra outros, como no caso da escatologia, ou ainda da antropologia cristã. A doutrina Batista se fecha sobre Jesus Cristo, sobre a Cristologia. É a partir dEle, ensino, vida e obra que se deve julgar o resto. Cá entre nós, caro leitor, eu considero aquelas aberturas e esse fechamento fantásticos. E você? Uma outra pessoa poderia sugerir alguns pontos eclesiológicos, que constam de nossas doutrinas. Gover-

no congregacional da Igreja; batismo por imersão; celebração da Ceia como Memorial. Ocorre que tais elementos, conquanto ganhem maior aderência e profusão no meio Batista, não são exclusivos a nós. Zwinglio, assim como outros anabatistas (por exemplo), celebravam a Ceia como Memorial e batizavam por imersão, motivo da dissidência no Colóquio de Marburgo (1529). Quanto ao congregacionalismo, embora exista (para nossa surpresa) um desencantamento em algumas Igrejas Batistas, ele nunca foi nossa exclusividade. Onde estaria, então, nosso elemento identitário? Ele está calcado justamente sobre os nossos Princípios. São eles que fornecem as lentes pelas quais lemos a realidade, interpretamos a Bíblia, formulamos as doutrinas. É neles que reside a nossa originalidade, nossa identidade. Se alguns deles não são exclusivos a nós nos dias de hoje, podemos dizer que sua originalidade, maternidade, reside entre os Batistas. Um clássico exemplo é nossa ênfase na liberdade, cujo legado Moderno foi a tríplice coroa da liberdade de consciência, liberdade de expressão e liberdade religiosa. O resultado é que os Batistas não nos misturamos em fileiras para apedrejar religiosos de outras religiões. Ao contrário, optamos, como a PIB da Vila da Penha-RJ, na época do pastor João Mello, em cerrar fileiras para denunciar atos que atentem contra a liberdade religiosa. Fruto da liberdade, os Batistas defendemos o princípio da competência do indivíduo (vide artigo no OJB de 28/12/2021). Por compreender a

liberdade como bem inalienável do ser humano, os Batistas somos contra toda forma de ditadura, repudiando toda forma impositiva. Somos o povo do convite e da persuasão. Nosso princípio da autonomia da Igreja resulta no modelo cooperativo de trabalho denominacional, que na prática faz com que a denominação sugestione, jamais recomende, às Igrejas. Essa liberdade atinge também a relação com o Estado. Os primeiros Batistas viram que nenhuma ligação com o poder estatal amplia a liberdade. Por isso, os Batistas sempre se propuseram, a partir dos seus Princípios, a respeitarem as autoridades constituídas, mantendo concomitantemente, uma consciência crítica para toda forma de governo. Como bem diz o amado missionário pastor Gunther Carlos Krieger, “o Profeta não deve morar dentro do Palácio, mas na porta dele, a fim de que possa denunciar os desmandos do rei”. Termino dizendo nosso objetivo ao mencionarmos rapidamente alguns dos mais caros Princípios Batistas foi simplesmente realçar o argumento que nosso elemento identitário (os Princípios) é, também, ao que nos parece, o mais esquecido como grupo sócio-religioso que somos. Essa impressão me faz recordar aqui do sensacional livro da JUERP, “Teologia dos Princípios Batistas”, escrito pelo pastor doutor John Landers (outrora missionário de Richmond e professor do Seminário do Sul). Se você puder, tente adquiri-lo. Ou melhor ainda: peça ao querido pastor Sócrates para reimprimi-lo pela Convicção Editora. Afinal, se somos um povo da “Convicção”, nada melhor que sabermos as raízes onde ela repousa. n


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 07/11/21

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150 anos da presença Batista no Brasil

Jeferson Cristianini

pastor, colaborador de OJB

No último dia 10 de setembro comemorou-se os 150 anos da presença Batista em solo brasileiro. Os primeiros Batistas que desembarcaram por aqui vieram dos EUA, após a Guerra da Secessão. Os colonos americanos formaram uma colônia na região de Santa Bárbara do Oeste e organizaram a Primeira Igreja Batista em solo brasileiro, em 10 de setembro de 1871. A Igreja tinha seus cultos com a língua inglesa no início e acolhia os imigrantes americanos que se estabeleceram na região. Os primeiros colonos, preocupados com a expansão da denominação Batista em solo brasileiro, entraram em contato com a Junta de Missões Estrangeiras da Convenção Batista do sul dos Estados Unidos, a Junta de Richmond, mas o foco da junta naquele momento estava voltado para a África e Ásia. Os imigrantes tinham alguns interesses em vir para o Brasil, e aqui estabelecidos começaram a se reunir e prestar culto a Deus. Eles trouxeram o Evangelho em seus corações, mas também a cultura americana e suas ideologias. Os americanos sempre tiveram uma cosmovisão norte-americana de vocação de transferência do “sonho americano” e do “estilo americano de vida”. Essa vocação tinha a compreensão de que os Estados unidos eram depositários da missão divina de levar

aos povos os benefícios do reino de Deus na terra (livro “O Marco Inicial Batista”, do pastor Marcelo Santos). A história conta a conversão e batismo do ex padre Antônio Teixeira de Alburquerque, o primeiro Batista brasileiro. Ele foi batizado pela PIB de Santa Bárbara e ali foi consagrado o primeiro pastor batista brasileiro. Em meados de 1879 estabeleceu-se a Missão Batista no Brasil, pela votação da Convenção Batista do sul dos Estados Unidos, executada pela junta de Missões Estrangeiras, a junta de Richmond. Em 02 de novembro de 1879, a PIB de Santa Bárbara organizou a segunda Igreja Batista em solo brasileiro, na própria cidade de Santa Bárbara, com membros demissórias da PIB. Há relatos históricos que a PIB de Santa Bárbara recebeu missionários nomeados pela Junta de Missões Estrangeiras da Convenção Batista do Sul dos EUA, a Junta Richmond. A história conta que o Brasil recebeu esses missionários visando a expansão da evangelização do país. Desembarcaram no Brasil as famílias missionárias Bagby e Taylor, que se dedicaram profundamente para a expansão da evangelização da nossa nação, e assim trabalharam para implementar novas Igrejas. Em 15 de outubro de 1882, na Bahia, foi organizada a terceira Igreja Batista em solo brasileiro, com membros das duas Igrejas de Santa Bárbara, inclusive a transferência do primeiro pastor Ba-

tista brasileiro, o pastor Antônio Teixeira de Albuquerque. Essas duas famílias missionárias e mais o pastor brasileiro Antônio, foram fundamentais para que o movimento Batista pudesse alcançar novos estados da nação brasileira. Os Batistas organizam a PIB da Bahia, na cidade mais católica da América Latina, sede do arcebispado do Brasil, mostrando qual seria a vocação missionária dessa denominação, cuja ênfase é o ensino bíblico e a evangelização. O trabalho Batista em nosso país encontrou uma boa terra e novas oportunidades surgiram para a divulgação e a evangelização do nosso povo; assim, novas Igrejas começaram a ser plantadas e o Evangelho foi sendo divulgado. É claro que no início as dificuldades foram intensas e nossos primeiros irmãos sofreram muito, pois, por exemplo, os considerados “evangélicos protestantes” não podiam enterrar seus mortos nos cemitérios que até então eram católicos. Em Santa Bárbara, onde está a capela da PIB de Santa Bárbara, há aos fundos um cemitério onde nossos primeiros irmãos foram enterrados, assim como em algumas cidades foram construídos os Cemitérios evangélicos. Os Batistas em alguns estados investiram em hospitais, em escolas, e em seminários, para poder cuidar do povo que não tinha ligação com a religiosidade católica. Os Batistas ficaram conhecidos em solo brasileiro como “o povo da Bíblia”, e alguns

irmãos que viveram na década de 50 a 80 do século passado, dizem que eram chamados de “Bíblia”, pois carregavam as suas Bíblias debaixo do braço rumo ao templo para louvar a Deus. A forte ênfase missionária de nossa denominação vai se tornar o DNA do povo Batista brasileiro visando ganhar almas para Cristo. Se olharmos os registros históricos, ouvirmos os relatos dos irmãos e irmãs mais experientes, veremos um grande desejo dos nossos primeiros irmãos e missionários que aqui desembarcaram, de alcançar o Brasil com a mensagem do Evangelho. Damos graças a Deus, pois depois de 150 anos, nossa denominação segue avançando e pregando aos quatro cantos do Brasil por meio da Junta de Missões Nacionais (JMN), e nos tornamos um celeiro missionário “exportando” missionários ao mundo por meio da Junta de Missões Mundiais (JMM). Os Batistas possuem muitos desafios, e por isso precisam olhar no retrovisor e ver o desprendimento, amor pelas almas e desejo de ver nossa nação louvando a Deus por meio de Jesus, para darmos sequência nessa linda história. Que continuemos sendo conhecidos como um povo que ama a Deus e consequentemente missões, e como povo da Bíblia. O Brasil precisa de um povo apaixonado por missões e pela Bíblia. Que os Batistas brasileiros continuem sendo usados pelo Senhor nessa nação! n



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