Revista Asdap Ed. 18 Set_Out 2015

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Hora de refletir e planejar O final do ano se aproxima e, com ele, uma série de responsabilidades e afazeres. É hora de colocar na balança todos os prós e contras deste que é talvez um dos anos mais complicados da nossa economia. Momento de baixar a cabeça e planejar as ações e estratégias para o ano seguinte, com o objetivo de acertar e fazer cada vez mais. É época também de comemorar! Esta 18ª edição da Revista Asdap fecha o terceiro ano de circulação deste importante veículo de comunicação que tem por objetivo levar informações do mercado de reposição automotiva independente aos três estados da região Sul do Brasil. E o que não falta é conteúdo de qualidade. A começar pela matéria de capa sobre a Interauto 2015. A segunda edição do evento dobrou em relação à primeira e proporcionou a aproximação e o relacionamento entre indústrias, representantes, distribuidores, lojistas e aplicadores, para uma troca de informações e experiências. Sem dúvida, reforçamos a nossa intenção de continuar apoiando iniciativas como essa, que fortalecem o nosso setor de atuação. Outro tema importante que ganhou as páginas desta edição é o aumento das alíquotas do ICMS. Elas serão válidas por três anos, a partir de 2016, quando a medida entra em vigor, e possivelmente contribuirão ainda mais para a redução de consumo, o que preocupa a todos nós. A Revista Asdap traz ainda uma entrevista com Jefferson Germano, gerente de aftermarket para o Brasil e América Latina da Knorr-Bremse Sistemas de Freios Pneumáticos e presidente da Associação Nacional dos Remanufaturadores de Autopeças (Anrap), uma matéria sobre comércio eletrônico, que fará parte de uma série de outras sobre esse amplo e importante tema, a história do Chevette, primeiro carro pequeno produzido no Brasil pela General Motors, além de outras novidades. A todos, uma ótima leitura!

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Henrique Steffen Presidente

Diretoria Executiva Henrique Steffen Presidente (presidencia@asdap.org) Rogério Mendes Colla Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org) Flávio Telmo Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org) Ricardo Krolikowski Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org) Conselheiros Celso Zimmermann, e Fernando Bohrer Suplentes Marcelo Zambonin e Silvio Cohn Assessor de Imprensa Cristina Rispoli d’Azevedo, R & A Comunicação Associação Sul-brasileira dos Distribuidores de Autopeças (ASDAP) Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: revista@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034 Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati, Silvio Cohn e Thiago Alves

A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor. Editor: Claudio Fontoura Editor Reportagem: Rosangela Groff Diagramação: Carlos Rema Revisão: Daniele Alves Inácio Tiragem: 10 mil exemplares Impressão: Gráfica e Editora Palotti Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.

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ECONOMIA

ICMS, a ‘bola de neve’ na redução de consumo

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situação calamitosa das contas públicas do Rio Grande do Sul desencadeou medidas para reduzir o desequilíbrio fiscal do Estado. Dentre as medidas adotadas, está o aumento das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS. Elas serão válidas por três anos, a partir de 2016, quando a medida entra em vigor. Os aumentos são os seguintes: alíquota básica, que inclui os produtos e serviços que não têm alíquota específica na lei, aumenta de 17% para 18%. Combustíveis (álcool hidratado e gasolina), serviços de comunicação (telefonia fixa e móvel) e energia elétrica (residencial acima de 50 kWh e comercial) passam de 25% para 30%. Por último, cervejas e chope passam de 25% para 27% e refrigerantes de 18% para 20%. Seguem com alíquota reduzida de 12% alimentos da cesta básica, serviços de transporte e alguns itens de materiais de construção. Conforme o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Guilherme Stein, é necessário destacar duas características do ICMS que fazem com que o impacto no preço final ao consumidor seja maior do que o simples aumento da alíquota. “Em primeiro lugar, o ICMS é um imposto que ‘incide por dentro’, isso quer dizer que o ICMS faz parte da base de cálculo para o próprio ICMS. Por isso, o aumento, na prática, implicará em um aumento de preços maior do que o das alíquotas”, explica o especialista. “Se levarmos em conta apenas o efeito da ‘incidência por dentro’, os preços dos bens onde incide a alíquota básica subirão 1,2%. Da mesma forma, para os produtos cujo ICMS subiu de 25% para 30%, o aumento será de 7,2%. Já para os produtos em que a alíquota subiu de 25% para 27%, o aumento no preço é 2,7% e para

aqueles que foram de 18% para 20% o aumento será de 2,5%”, aponta Stein. Segundo ele, em segundo lugar, o ICMS é um imposto que “incide em cascata”, ou seja, sempre que há a compra e venda de mercadorias e serviços dentro de um elo de uma cadeia produtiva, o ICMS incidirá. “Essa incidência vai sendo repassada através de cada elo e resulta de um preço final maior do que o simples valor da alíquota”, indica o economista. “Quanto aos impactos, o aumento do preço dos bens causará uma redução no consumo das famílias. Essa redução dependerá do grau de essencialidade do bem. Por exemplo, é muito difícil para um consumidor substituir o consumo de energia elétrica. Ele até pode tentar reduzir em parte o consumo deste bem (utilizando menos eletrodomésticos, por exemplo), mas isso só pode ser feito até certo ponto. O mesmo vale para um estabelecimento comercial que, muito provavelmente, já economiza bastante no uso de energia para reduzir seus custos variáveis. Os empreendedores que atuam em mercados onde os bens ou serviços são mais substituíveis do ponto de vista do consumidor sofrerão mais com uma queda na quantidade vendida”, avalia. “É importante também salientar que o aumento do ICMS ocorre em um período onde o poder de compra da população está caindo, a inflação é crescente e há menos oferta de crédito para as famílias. Além disso, o aumento de alíquotas ocorre concomitantemente com outros reajustes de preços, como o recente aumento do óleo diesel e da gasolina, anunciado pela Petrobrás. Só neste ano, de janeiro a setembro, os preços administrados subiram 14,6%, atingindo empresas e consumidores. Há ainda propostas de outros aumentos da carga fiscal, como a CPMF, que afetaria toda a cadeia

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Segundo Stein, é importante também salientar que o aumento do ICMS ocorre em um período onde o poder de compra da população está caindo, a inflação é crescente e há menos oferta de crédito para as famílias.

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ECONOMIA

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Sant’Ana considera que o o controle artificial de preços experimentado pelo governo e a ideia de que seria possível reduzir os juros apenas pela vontade do BC não produziram a aceleração de crescimento, nem desaceleração da inflação.

produtiva. Logo, o cenário macroeconômico atual potencializa os efeitos do aumento do ICMS na redução do consumo”, conclui Stein. O presidente da Asdap, Henrique Steffen, analisa de forma preocupante os reflexos da elevação do imposto. “A alta de preços em função do aumento das alíquotas do ICMS vai atingir a todos os setores, inclusive o nosso. Entendemos que o aumento da carga tributária é uma das principais medidas do atual governo para tentar amenizar a crise financeira do Estado, mas não acreditamos que transferir esta responsabilidade para o consumidor seja

a melhor alternativa. Na prática, é a população que mais uma vez vai pagar a conta”, critica. “Além disso, a alta de impostos pode surtir resultado contrário ao esperado pelo governo, que é aumentar a arrecadação, porque alguns produtos e serviços as pessoas podem inclusive deixar de consumir e, mesmo aqueles que são indispensáveis, elas podem consumir menos. Assim, o aumento da carga tributária pode gerar retração de consumo, o que só piora a situação econômico-financeira do Estado e, consequentemente, do país”, estabelece Steffen.

Inflação na Capital deve fechar o ano com dois dígitos E o cenário econômico gaúcho ainda sofre com medidas do governo federal como a manutenção pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central da taxa Selic em 14,25%, uma ação para a “convergência da inflação à meta no horizonte relevante da política monetária”, de acordo com o economista da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Porto Alegre, Victor Sant’Ana. “Apesar do alto patamar da taxa de juros, o controle artificial de preços experimentado pelo governo e a ideia de que seria possível reduzir os juros apenas pela vontade do BC não produziram a aceleração de crescimento, nem desaceleração da inflação”, afirma Sant’Ana. Ele também avalia a inflação que atinge a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Em setembro, a (RMPA) apresentou inflação superior à média nacional na comparação com

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agosto. Enquanto os preços medidos pelo índice oficial de inflação do Brasil (IPCA) apontaram variação de 0,54% no mês, resultando em um aumento de 7,64% no acumulado do ano. Na Capital gaúcha teve um incremento de 0,56% em setembro e 8,39% no ano. Com base em dados do Relatório Focus/Banco Central do Brasil e do IBGE, o economista da CDL Porto Alegre, Victor Sant’Ana, assinala que o IPCA acumulado em 12 meses para a RMPA é o maior já observado na série histórica iniciada em janeiro de 2012. “Seguindo este raciocínio, é bem provável que a inflação de Porto Alegre feche o ano com dois dígitos”, cita Sant’Ana. No acumulado em 2015, o índice foi fortemente influenciada pelo aumento dos preços da energia elétrica residencial que variou 47,74% no período.



ENTREVISTA

Produzir hoje

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pensando no futuro é estratégia para sucesso

á mais de 30 anos atuando no mercado de autopeças, Jefferson Germano é gerente de aftermarket para o Brasil e América Latina da Knorr-Bremse Sistemas de Freios Pneumáticos e presidente da Anrap (Associação Nacional dos Remanufaturadores de Autopeças). Administrador de empresas e com MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela USB (Escola Superior Balear), da Espanha, o executivo é pós-graduado em gestão empresarial na Ibemec / IBTA – Metrocamp e é professor universitário em cursos de pós-graduação na Unimonte, Faccamp, Unianchieta e Esanc, universidades do estado de São Paulo. Germano iniciou sua carreira no setor automotivo muito cedo. “Com 15 anos, comecei a trabalhar em um varejo de autopeças e aos 18 anos fui trabalhar num distribuidor nacional de peças. Naquele momento, iniciava-se também uma grande mudança tecnológica: as empresas passaram a ter o sistema como aliado e as informações eram cada vez mais dinâmicas, enquanto os veículos passaram a ter sua tecnologia embarcada. Este cenário fez com que a minha escolha fosse a área administrativa”, relata. “Cursei a faculdade de administração de empresas pela PUC e trouxe para o

“Hoje, vivemos na era da informação, onde o diferencial competitivo das empresas está na sua velocidade e não no seu tamanho”

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meu dia a dia, as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. Trabalhando num distribuidor, o foco principal era o de fidelizar clientes. Após dez anos, migrei para a indústria de autopeças e, buscando aperfeiçoar estas técnicas, fiz pós-graduação em Gestão Empresarial. Logo após, cursei MBA em Gestão de Negócios e Mercado Europeu”, descreve. De acordo com Germano, na indústria, o grande desafio é manter a cadeia de distribuição próxima do cliente final. “Hoje, vivemos na era da informação, onde o diferencial competitivo das empresas está na sua velocidade e não mais no seu tamanho. Detalhes como facilidade na comunicação e proximidade com o cliente fazem toda a diferença. Atualmente, as universidades oferecem cursos de várias especialidades. Temos vários cursos de gestão automotiva e com foco no mercado. O cenário atual do setor automotivo no Brasil abrange uma frota de mais de 40 milhões de veículos a espera de um especialista. É só se preparar”, enfatiza. O executivo esclarece como é buscar cada vez mais conhecimento sobre o setor e como é construída essa experiência. “A globalização tornou o setor automotivo muito competitivo. Os veículos com características globais, que atendem às leis ambientais e requisitos de sustentabilidade, fazem com que os


Fotos Divulgação/Knorr-Bremse

profissionais do setor sejam obrigados a se profissionalizar. O desafio e o diferencial da indústria, atualmente, é fornecer informação do produto e a aplicação correta”, comenta. “Existem várias empresas, sindicatos e associações que fornecem essas informações com credibilidade, o que facilita um bom planejamento estratégico à empresa. O profissional que deseja ter sucesso tem que estar produzindo hoje e pensando no futuro. Vivemos em tempos exponenciais, onde é preciso usar a tecnologia do presente para estudar o passado e assim, construir o futuro. Essa é a base do sucesso. Boa sorte aos estrategistas”, aconselha.

Knorr-Bremse chegou à marca de 250 mil itens remanufaturados

Remanufatura é solução viável para indústrias e consumo Segundo Germano, o ano de 2015 tem sido bastante conturbado para o setor automotivo. Um cenário que deve se manter no próximo ano. No entanto, também tem demonstrado oportunidades para firmar o produto remanufaturado como uma opção segura, economica e de qualidade na hora da manutenção automotiva. “Para a remanufatura será um bom ano porque o produto remanufaturado acaba sendo a opção mais econômica e confiável para o mercado. Logo, o produto remanufaturado certamente será a solução para algumas indústrias, por ser mais barato que um produto novo, em um ano de recessão econômica”, analisa. Conforme o executivo, a KnorrBremse, líder mundial na fabricação de sistemas de freios e controles para veículos comerciais rodoviários e ferroviários, está comemorando dez anos de remanufatura, no Brasil. “Em uma década realizando esse processo, dentro de suas instalações, a Knorr-Bremse chegou à marca de 250 mil peças re-

manufaturadas e recuperou cerca de 700 toneladas de matérias-primas, entre essas o alumínio e o ferro. Com o crescimento médio de 30% ao ano, a área de remanufatura da empresa no país tem capacidade atual para processar 3,5 mil peças por mês”, enumera Germano. “Implantamos a remanufatura no mercado brasileiro como uma grande iniciativa de recuperação de peças usadas, motivados por uma tendência de sustentabilidade mundial. Iniciamos com compressores e ao longo dos anos, incluímos no processo os freios a disco, válvulas, secadores e servo embreagens. No primeiro semestre de 2015, a empresa passou a remanufaturar cilindros combinados (piggyback)”, explica o gerente que identifica compressores e freios a disco como os produtos com maior demanda. O executivo descreve como ocorre a remanufatura das peças, passo a passo. O processo inicia-se com o retorno da peça usada (carcaça) para a

fábrica, uma ação que é vital na remanufatura. Para isso, a Knorr-Bremse conta com um eficiente programa de logística reversa: o usuário compra o produto remanufaturado à base de troca com a peça usada. “Toda vez que uma peça usada chega à fábrica, localizada em Itupeva, no interior de São Paulo, ela é inspecionada minuciosamente e passa por seis etapas: avaliação da peça recebida; desmontagem do componente; lavagem de todos os itens; inspeção das partes reaproveitáveis - caso algum item não esteja em condição de reuso, o mesmo é substituído por um novo; montagem e testes de qualidade - todas as peças fabricadas pela Knorr-Bremse são criteriosamente testadas, inclusive as peças remanufaturadas”, salienta. Após estes procedimentos, o produto remanufaturado está finalmente pronto para aplicação e retorno ao mercado. Ele fala da sustentabilidade como um fator importante no processo. “Nos últimos anos, houve uma

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ENTREVISTA

Peça passa por desmontagem, lavagem e testes de qualidade

revolução na área de remanufatura de peças. Isso ocorreu porque o remanufaturado passou a atender projetos ambientais mais sustentáveis, o que contribuiu para que houvesse uma evolução dos processos industriais visando atender a esse novo mundo, que surgiu com o avanço tecnológico dos veículos e, consequentemente, dos produtos usados. O processo de remanufatura tem foco na sustentabilidade global, ajudando a reduzir o consumo de matéria-prima, de água, de energia elétrica e de resíduos na cadeia produtiva”, ressalta. “A economia de recursos é um dos grandes benefícios do processo, fundamental para a preservação do meio ambiente. Durante todo o processo de remanufatura, os resíduos têm um descarte correto através de práticas em conformidade com as leis ambientais. Em dez anos, a Knorr-Bremse recuperou aproximadamente 700 toneladas de matérias-primas. Isso equivale a aproximadamente 30 caminhões pesados (trucks), com carga máxima de 23 toneladas cada, numa fila de mais de 400 metros”, relaciona. Germano frisa que a remanufatura tem outros valores agregados, assim como outros benefícios para o consu-

mo. “A remanufatura de peças na Knorr-Bremse tem o objetivo de oferecer ao mercado os produtos com garantia, procedência e originalidade, incluindo atualizações tecnológicas de fábrica a um custo mais acessível aos usuários - já que o preço do item remanufaturado é mais baixo do que um produto novo. Por isso, o veículo que usa o remanufaturado tem uma manutenção mais barata, segura e ainda contribui para a preservação ambiental”, reforça. “Todo produto remanufaturado pela Knorr-Bremse possui uma plaqueta de identificação na cor azul. A identificação comprova que a peça foi remanufaturada e possui a originalidade, procedência e garantia do fabricante. Segundo as normas ABNT 15.296 e 16.290, a remanufatura de produtos só pode ser feita pelo fabricante original”, complementa o executivo. Germano especifica os números da marca do ano passado e as projeções para 2015. “Em 2014 foram remanufaturadas aproximadamente 15 mil peças. Para este ano, a companhia espera aumentar em até 30% este número”, destaca. “Ainda em 2015 será lançado o caliper de freio a disco SN5 para aplicações de sete a dez toneladas em veí-

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culos comerciais, que também será mais uma excelente opção de peça remanufaturada para o usuário”, adianta.

Processo contribui com a lucratividade sustentável De acordo com Germano, aproximadamente 70% da receita do setor de peças de reposição da América do Sul são provenientes do Brasil e da Argentina. Mais de 50% dessas peças podem ser remanufaturadas. “No entanto, apenas 6% dos produtos que são inseridos no mercado, atualmente, passam pelo processo de remanufatura, que é uma tendência mundial e um caminho sem volta. Um dos grandes desafios para aumentar esse percentual é a falta de incentivos fiscais para práticas de logística reversa, a qual visa a devolução aos fabricantes das peças usadas (carcaças), consideradas matérias-primas e vitais à remanufatura”, considera.


De acordo com o gerente de aftermaket, o processo de remanufatura atende plenamente às práticas de responsabilidade ambiental, gerando diminuição do consumo de matérias-primas, de energia e água; emissão de gás de efeito estufa; e redução da sonegação fiscal. Ao mesmo tempo, contribui para aumentar a geração de empregos, a lucratividade sustentável da indústria e o processo industrial controlável, além de melhorar a imagem do setor automotivo diante do consumidor e governo. Mundialmente, mais de 110 indústrias reciclam produtos, incluindo o setor automotivo. “As empresas precisam estar conscientes de que é preciso produzir com menos desperdício, realizar processos industriais que preveem o descarte reciclável e, principalmente, projetar

inovações sustentáveis. Juntos, vamos construir um setor automotivo melhor!”, enfatiza. Para fortalecer as ações no mercado, a Knorr-Bremse firmou parceria com a Anrap, uma instituição sem fins lucrativos, fundada há 20 anos, que reúne dez dos principais fabricantes de autopeças da indústria automotiva (BorgWarner, Cummins, Delco Remy, Eaton, Garrett, Knorr-Bremse, Schaeffler Brasil - Divisão LuK), TRW Automotive, WABCO e ZF, com a linha de embreagem Sachs). “Acreditamos na importância de um trabalho conjunto para disseminar o conceito e os benefícios dos produtos remanufaturados no mercado, tanto para uma manutenção mais segura dos veículos e extensão de sua vida útil quanto para a preservação ambiental”, salienta.

“Ao disseminar o conceito da peça remanufaturada, a associação busca aumentar a qualificação da reparação automotiva e reduzir o tempo de manutenção, assegurando que o veículo seja entregue nas mesmas condições de uso, conforme normas de segurança e durabilidade do produto”, completa. A Anrap mantém parcerias com outras associações e sindicatos da indústria para incentivar a troca de informações sobre tendências do setor e leis governamentais. No que se refere às práticas de logística reversa, desenvolve ações de responsabilidade ambiental que promovam a conscientização sobre a importância da devolução da peça usada ao seu fabricante de origem e o descarte responsável de resíduos não mais utilizáveis durante o processo da remanufatura.


Comércio eletrônico, da gestão à segurança do negócio

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revista Asdap traz para os seus leitores a partir desta edição uma série de matérias sobre comércio eletrônico. As informações sobre o tema terão uma abordagem direcionada ao empresário, tanto ao que pretende atuar na área digital quanto ao que já trabalha com o mecanismo de vendas on-line e busca aprofundar-se nos processos de gestão e segurança do seu negócio. O assunto relacionado ao e-commerce é muito amplo e exige diversas abordagens. Os cuidados e conhecimentos que se devem ter em relação ao comércio eletrônico vão além do simples fato de vender produtos pela internet. É preciso saber sobre gestão de crise on-line, propriedade intelectual, plataformas, blindagem concorrencial, contratos, termos de uso e serviço, complianse com as mais novas regulamentações, como o Marco Civil da Internet e o CDC, e análise de direitos e deveres do consumidor. Nesta primeira matéria, um dos temas a ser discutido são os principais fatores na tomada de decisão pela abertura do comércio eletrônico. O que tem motivado o empresário a abrir um braço de varejo on-line tem sido a diferença brusca de crescimento no faturamento de seu empreendimento. Segundo o advogado Filipe Pereira Mallmann, que atua no Direito Digital e é membro da Comissão Especial de Direito da Tecnologia da Informação (CEDTI) da OAB/RS, considerando os últimos três anos, de 2012 a 2014, a média de crescimento no faturamento do comércio eletrônico no Brasil foi de 29% ao ano frente a 4,7% do varejo físico. “O varejo físico não dá prejuízo, mas tem um desenvolvimento mais lento que o varejo on-line. No comércio eletrônico a tomada de decisão tem que ser mais imediata e efe-

Cristelle Valle/OAB-RS

tiva. No físico, o empresário demora mais até para verificar onde ocorre o problema na cadeia de comércio. Diante disso, o empresário precisa se preparar, implantar e efetivar o varejo eletrônico concomitante à sua atividade física”, explica Mallmann. A modalidade de venda, ou área de concentração do negócio, deve ser definida no início do processo de implantação do e-commerce. O modelo pode ser o B2B (Business to Business), que são transações de comércio entre empresas, e para este formato caberia uma loja virtual onde o distribuidor vende para o varejista, que tem disponível um estoque 24 horas por dia no sistema. Ou também pode ser adotado o sistema B2C (Business to Consumer) onde o comércio é realizado entre a empresa varejista e o consumidor final. “Para se iniciar um empreendimento digital, o primeiro item a ser considerado é o planejamento, que é um processo aprofundado e inclui um projeto inicial envolvendo estudos sobre registro de nome no INPI, análise de mercado potencial e de investimento mínimo. Também é necessária

Segundo Mallmann, área de concentração do negócio deve ser definida no início do processo de implantação do e-commerce. O modelo pode ser o B2B (Business to Business) com transações entre empresas ou o B2C (Business to Consumer), entre varejista e consumidor final

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a definição territorial de atuação e o estudo de aumento de visibilidade on-line”, especifica Mallmann. “Outro ponto muito importante é a definição da plataforma e tecnologia adotada tanto para a venda ao consumidor, quanto para a gestão interna, assim como estoque e logística. A escolha correta da tecnologia é vital para a operação. Vai impactar no valor investido pelo empresário que evitará um gasto maior do que o necessário. Equipara-se quase à escolha do ponto comercial da loja física e de seus fornecedores”, compara o advogado. O próximo passo, segundo ele,

ocorre após a análise e revisão do atual contrato da empresa para que ele englobe a nova operação, deixando-a em conformidade com a legislação federal e estadual de cada região onde serão comercializados os produtos. “É neste momento que determinamos o tipo de sociedade, a responsabilidade e administração societária, o procedimento venal futuro do e-commerce e outros aspectos que devem ser previstos antes mesmo de o negócio ter início”, considera. De acordo com Mallmann, é possível também, dependendo do caso, ser realizada a abertura de uma nova empresa para

representar a operação apartada da operação física. “Outros pontos importantes que merecem atenção são a averiguação do grau de segurança da informação do ambiente virtual, impactos trabalhistas e fiscais, aplicação ostensiva e extensiva do Código de Defesa do Consumidor, análise casuísta do direito de arrependimento e combate ao plágio, impedindo a atuação de agentes que se aproveitam do conteúdo gerado pelo empreendimento, e em último caso, efetuando a retirada de sites ou perfis do meio on-line”, indica o especialista.

Acordos de nível de serviço e uso Nesse modelo de negócio nascem outros tipos de contratos. Entre eles estão o SLA (Service Level Agreement), que é o acordo de nível de serviço. Dentro desse acordo, o empresário passa a se preocupar com outro tipo de fornecedor que é o de tecnologia. E o SLA será o responsável pela garantia do cumprimento da obrigação de fornecedor para com o empreendedor.

“Nele será descrito pormenorizadamente todas as garantias e obrigações. É ele que garante, por exemplo, que o site de comércio eletrônico da empresa não pode ficar fora do ar por mais de uma hora ao mês ou que a empresa fornecedora deve iniciar o procedimento de emergência em, no máximo, 30 minutos. Esse é o contrato que garante o funcionamento do negócio 24 horas Banco de Imagens

Empresário tem que se preocupar também com fornecedor de tecnologia 16 - Revista da Asdap l Setembro/Outubro 2015 l Ano 3 l Número 18

por dia, sete dias por semana”, reforça. “A loja virtual fora do ar é como se fosse o ponto comercial da loja física de portas fechadas em horário comercial. Um dano que reflete no capital intangível da empresa, na reputação da marca, e nos cofres, no momento em que inviabiliza a venda de mercadorias”, alerta o advogado. Outro contrato importante, segundo ele, é o documento que relaciona os termos de uso da loja, primordial para a blindagem jurídica do negócio. Esse documento determina as principais regras que pautam a relação entre a empresa e o usuário, a que vincula todos que assim forem classificados. “É seguro afirmar que grande parte dos usuários não dá a devida importância para esse documento, tendendo simplesmente a aceitar os termos de uso e prosseguir o acesso ao site ou serviço desejado, sendo encarado muitas vezes como simples formalidade. Este ‘defeito’ não acompanha somente os usuários, mas muitas empresas também têm ainda o mesmo pensamento, ignorando a sua importância”, ressalta. Para Mallmann, o documento constitui-se em um contrato em que o usuário, ao proceder no acesso ao site


ou serviço, a ele se vincula. Os termos de uso servem para formalizar de forma expressa em que se pautarão as relações entre as partes naquele domínio. “Prescrevem direitos e deveres/ proibições, dilação de prazos, responsabilidade civil, situações em que se excluem responsabilidades, proibição de reprodução de informações e materiais de propriedade intelectual da empresa detentora por pessoas não autorizadas, entre inúmeros dispositivos possíveis de serem incorporados. Vale lembrar que as partes apenas se vinculam a dispositivos que não sejam conflitantes com os dispositivos do ordenamento jurídico”, relaciona. A elaboração dos termos de uso, realizada por profissional especializado com tecnicidade e direcionada para o

cenário específico da empresa, pode evitar passivos desnecessários para a operação. “No atendimento aos clientes do Pereira & Mallmann Advogados, auxiliamos na implantação e acompanhamento do back office, que seria a retaguarda da operação. Consiste na gestão interna do negócio on-line. Esse processo inclui logística, gerenciamento de pedidos, clientes, estoque, relatórios, planejamento e demais processos que viabilizam a operação”, identifica. Na próxima edição da revista Asdap, o enfoque dentro da série sobre comércio eletrônico será sobre as regulamentações que incidem neste formato de negócio, como o Marco Civil da Internet, e os direitos e deveres de consumidores que adquirem os produtos através da plataforma on-line.

Os termos de uso prescrevem direitos, deveres e proibições, dilação de prazos, responsabilidade civil, situações em que se excluem responsabilidades, proibição de reprodução de informações e materiais de propriedade intelectual


ADMINISTRAÇÃO

Notícias do período por Daisy Machado Novamente, temos um mês cheio de novidades. Referente à SPED, o Bloco K traz uma importante trégua. Neste mês, foi publicado o Ajuste Sinief 08/2015, com os novos prazos para entrega do Bloco K e agora temos uma escala de obrigações tais como: para janeiro de 2016 as indústrias com subclasse do CNAE de 10 a 32 e com faturamento igual ou acima de R$ 300.000.000,00 anual, além das indústrias habilitadas no Recof ou alternativo, para janeiro de 2017 as indústrias com subclasse do CNAE de 10 a 32 e com faturamento igual ou acima de R$ 78.000.000,00 anual e para janeiro de 2018 as demais indústrias e empresas atacadistas nos grupos 462 a 469 (matérias primas agrícolas e animais) do CNAE e os equiparados à indústria. Resta saber quando os estados irão retificar o RICMS e tirar a sombra do Bloco K dos demais atacados. A reunião do Confaz ainda esclarece sobre o ajuste Sinief 21/2010, obrigando a emissão de MDF-e especialmente para as empresas, emissoras de NFe que possuem veículos próprios, arrendados ou que contratem transportador autônomo, a partir de abril de 2016. Já nas alterações das NFe, o ajuste Sinief 4/2015 vem incluir mais um campo na emissão da NFe que deve conter o Código Especificador da Substituição Tributaria (CEST), sendo obrigatório o preenchimento a partir de janeiro de 2016, observado pela NT 03/2015 que vai entrar em produção no dia 03/11 para os testes, por isso, deve-se dar uma atenção aos produtos listados nos convênios específicos que deverão ter esses códigos nas operações interestaduais. Também é criado um novo grupo de informações no

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item, para identificar a partilha do ICMS para a UF do destinatário nas opera-ções interestaduais de venda ao consumidor final, CFOP 6108, sendo 40% em 2016, 60% em 2017; 80% em 2018 e 100% a partir de 2019, atendendo ao disposto na Emenda Constitucional 87 de 2015. Não haverá alteração no leiaute do DANFE, mas as empresas remetentes devem informar, no campo de informações adicionais, os valores recolhidos através de GNRE e descritos no campo W04b-10, visando à conferência nas unidades de fiscalização de mercadorias em trânsito das UFs destinatárias. Outra mudança na NFe é a inclusão da Tabela C, informando o tipo de contribuinte destinatário, se é contribuinte do imposto, se contribuinte mas consumidor final ou não contribuinte, portanto precisaremos informar o tipo de cliente nas NFe. Outra alteração que temos, são as de campo da GIA-ST para quem tem inscrição como substituto em outra UF. A dinâmica de alterações são um tanto surpreendentes pelo volume de informações que estão gerando, as empresas precisam ficar atentas não só à crise, mas aos processos internos e sistemas, para fazerem as adaptações e configurações dos sistemas e treinamento de pessoal na emissão correta das Notas Fiscais, uma vez que, muitas desses detalhes não estarão visíveis no Danfe. Até a próxima. (*) Contadora, Informações www.planper.com.br



MERCADO

Interauto

O

fortalece os negócios do setor

Brasil está passando por um período difícil de sua economia. Aumentos de impostos, gasolina, energia, a falta de crédito e a desvalorização da moeda estão impactando diretamente nas vendas das empresas e nos serviços. Sinais de retração que podem provocar o desemprego e o fechamento de empresas. O país também passa por um delicado momento político, com tantas investigações de desvios de

dinheiro público e do alto custo do Estado, que gasta muito mal o dinheiro que arrecada. Seguindo na contramão desse quadro político-econômico, o Sindicato do Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (SincopeçasRS) e o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Rio Grande do Sul (SindirepaRS), com o apoio da Associação Sulbrasileira dos Distribuidores de Autopeças (Asdap) e da regional RS do

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Sindipeças/Abipeças, promoveram o 2º Centro de Interação e Relacionamento com a Indústria de Autopeças do Brasil – Interauto 2015, nos dias 20 e 21 de outubro. O evento que aconteceu no Unik Eventos, em Porto Alegre, contou com a participação de diversas indústrias. Estiveram presentes as empresas Ampri, Anéis Hastings, Arca Retentores, Bins, BRB Tapetes Automotivos, CWB, Dayco, Ceccarelli, DBH Retentores, DNK Automotive, DSC Autopeças, ECS – KRUG, Engecass, Grarro, Grid


MERCADO

Calotas, HS Vedações, Juntas Illinois, Mahle Turbos, Mecabrazil, Mobensani, Pysko, Radibras, Ranalle Polias e Tensionadores, Reflex & Allen, RPD Borrachas, Sulcarbon, Tecnomotor, Texsa, Valclei, Viemar Indústria e Comércio e WD40. O evento contou com a colaboração do empresário Eduardo de Oliveira, da Remot Auto Peças, e teve como objetivo estreitar o relacionamento entre indústria, representantes, distribuidores, lojistas e aplicadores para uma troca de informações e de experiências, além de informar a chegada de novos produtos ao mercado independente de autopeças. As rodadas de negócios aconteceram em um ambiente descontraído aproximando os participantes e seus interesses. Feliz com os resultados do encontro, o presidente do Sincopeças-RS, Gerson Nunes Lopes, comemorou o aumento de empresas que estiveram presentes. “O número de indústrias aumentou. O evento teve a visita de um público mais focado no setor e maior do que na edição anterior. Os expositores elogiaram a iniciativa e manifestaram o interesse em participar da próxima edição”, declarou. Nunes também aproveitou para afirmar que os objetivos, apesar da crise pela qual passa o país, foram alcançados. “A Interauto evoluiu, está maior. Os visitantes comentam sobre a divulgação, e isso demonstra que as entidades organizadoras investiram no evento e, nesse momento de crise, essa ação tem gerado créditos para a Interauto.” O presidente do Sincopeças-RS destacou ainda que a Interauto não é uma feira; ela é um centro de relacionamento do setor, um espaço para rodadas de negócios. “O enfoque é outro. O que as entidades promotoras vinham constatando nas feiras que aconteciam é que elas não atingiam os

objetivos que defendíamos que é gerar o contato mais próximo com a indústria para garantir uma boa interação entre os diversos elos da cadeia de reposição automotiva e fortalecer o mercado. O esforço das entidades, Sincopeças-RS e Sindirepa-RS, busca manter a chama acesa de que o Rio Grande do Sul é capaz de promover um evento com indústrias.” Nunes afirmou ainda que uma avaliação do evento será feita com a participação das entidades organizadoras, apoiadoras e talvez de alguns visitantes. “As entidades analisarão os resultados. Estudaremos o que ocorreu neste ano; veremos os prós e contras, ouviremos as opiniões dos expositores e visitantes e decidiremos se em 2016 teremos a 3ª edição. Nossa ideia inicial é de que sim, continuaremos com a Interauto e promoveremos muitas edições. Muitas indústrias demonstraram interesse em participar nas últimas semanas, antes do evento, mas como já tínhamos formatado o Centro, não foi possível re-

cebê-las. Por isso, nossa perspectiva é continuar investindo na Interauto, nesse modelo simples, barato e acessível para todos, além de ser focado na participação de empresários e profissionais do setor”, complementou. Preocupado com a crise que atinge ao nosso país, o presidente do Sindirepa-RS, Ênio Guido Raupp, declarou durante a Interauto que a economia do Brasil está causando grande preocupação para toda a sociedade, principalmente para os empresários, independentemente do porte de suas empresas. “Está ficando cada vez mais difícil a manutenção das empresas e a garantia de trabalho aos empregados”, frisou. Para ele, a incerteza econômica causa desestímulo aos investimentos e retarda a chegada ao mercado de novos empreendedores. “Temos convicção que momentos como os atuais também geram oportunidades de negócios e falando especificamente em relação aos nossos representados, no tocante as ações como as da Interauto, Fotos: Carlos Rema

Rene Zanini, Enio Guido Raupp (Sindirepa-RS), Eduardo de Oliveira (Remot) e Gerson Nunes Lopes (Sincopeças-RS) felizes com os resultados


MERCADO

nosso sentimento é de que elas aproximam todos os elos da cadeia automotiva, propiciando relacionamento e possibilidade de negócios”, salientou. Pensando nos resultados das negociações realizadas no encontro, Raupp destaca que todos os que se fizeram presentes no evento, desde o fabricante, passando pelo representante, distribuidor, lojista e aplicador, saíram satisfeitos. “Esperamos que em 2016, ocorra a 3ª edição da Interauto e que o Sindirepa-RS e Sincopeças-RS possam organizar, em conjunto, um evento que suplante o de 2015. A Interauto veio para ficar”, concluiu. Conhecimento e experiências Conforme Mário Rio, da empresa Pysko Comércio Importação e Exportação de Autopeças, a Interauto é um importante encontro de relacionamento que está em sua segunda edição. “Estamos chegando pela primeira vez neste evento e estamos satisfeitos. São ações importantes como estas que nos aproximam do nosso público”, esclareceu. “Vivemos num momento difícil da economia, onde temos que trabalhar muito mais e feiras como essa abrem, como já disse, uma oportunidade de fazer novos contatos e divulgar a nossa marca”, afirmou. Ronaldo Teffeha, representante da Reflex & Allen, empresa italiana que chegou ao Brasil esse ano, a partir da compra da divisão de mangueiras da empresa Sabó, também elogiou a Interauto. “Acabamos de desembarcar no Brasil e já estivemos participando da Automec”, disse. Além do Brasil, a Reflex & Allen possui unidades na Itália, Reino Unido, Japão, Índia e Estados Unidos. “Somos uma empresa especializada na produção de peças para montadoras de veículos e mercado de reposição e recebemos um convite para participar desse evento aqui no Sul. Estamos felizes com o formato apresentado, acre-

Asdap: associados participaram da troca de informações e experiências

ditamos nesse trabalho e isso vai nos colocar em contato com o nosso público. Estamos dando os primeiros passos em termos de divulgação da nossa marca no Brasil”, justificou Teffeha. Outra empresa que está chegando ao mercado gaúcho e que apostou na Interauto é a Radibras. “Estamos chegando ao mercado do Sul e precisávamos ter essa interação com revendedores e aplicadores. Por isso, a feira está sendo uma grande oportunidade de a gente ter um contato com eles. E pelo que estamos notando, o movimento está superando as nossas expectativas”, considerou o administrador Augusto Camargo. Para Jamil Igneis, representante da RPD, a Interauto é uma grande oportunidade para a empresa ficar mais próxima dos consumidores de seus produtos. “Trata-se de um evento sério que está em sua segunda edição e esperamos colher bons resultados nestes dois dias com a presença de lojistas e aplicadores”, declarou. Intercâmbio Para o presidente da Associação Sulbrasileira dos Distribuidores de Autopeças (Asdap), Henrique Steffen, a segunda edição da Interauto foi bem

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maior do que a primeira e o número de indústrias expositoras dobrou em relação a 2014. “A Asdap orgulha-se de apoiar uma iniciativa como essa, que incentiva o intercâmbio de todos os elos da cadeia da reposição independente e fortalece o nosso setor de atuação como um todo”, ressaltou. Steffen salientou que de acordo com as entidades promotoras do evento, SincopeçasRS e Sindirepa-RS, os objetivos foram alcançados. “A Interauto evoluiu significativamente em comparação à edição anterior, tanto em número de indústrias participantes quanto em número de visitantes, sendo que o público presente, além de maior, é mais focado no setor. Além disso, foi um evento muito bem planejado e organizado. As entidades envolvidas estão de parabéns”, reforçou. Para 2016, a Associação pretende estar presente apoiando o evento. “Sem dúvida, a Asdap continuará apoiando iniciativas como essa, que fortalecem o nosso setor de atuação. Os expositores elogiaram a Interauto e manifestaram o interesse em participar da próxima edição. Esperamos que haja não apenas a terceira edição da feira, mas que este se torne um evento confirmado em nosso calendário anual de encontros de negócios”, enfatizou.


Revista da Asdap l Setembro/Outubro 2015 l Ano 3 l NĂşmero 18 - 23


FORMAÇÃO

Novo centro de treinamento nasce da parceria entre Peugeot e Senai-RS

A

Peugeot, o Ministério de Educação, o Ensino Superior e Pesquisa da França e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai-RS) inauguraram em setembro o módulo PSA Peugeot-Citroën na Escola de Educação Profissional Senai Automotivo Porto Alegre, com capacitação profissional e uso de ferramentas e veículos da marca. O perito Alain Leroux ministrou curso para conhecimento da Tecnologia PSA Peugeot Citroën para instrutores do Senai Automotivo da Capital e da Autotrônica de Caxias do Sul. Com esta iniciativa, a Peugeot reforça a qualificação de profissionais que prestarão serviços aos clientes da marca na rede de concessionárias. De acordo com a montadora, a parceria assegura aos futuros técnicos toda a infraestrutura adequada para que o treinamento ocorra da melhor forma possível, com salas de formação, espaço reservado para as práticas de oficinas, atendimento ao aluno, restaurante e enfermaria.

Do lado do Senai, a cooperação é igualmente vantajosa ao tornar disponíveis as tecnologias aplicadas aos produtos automotivos, promovendo o desenvolvimento das competências técnicas dos docentes das escolas ao melhorar os recursos empregados pela Peugeot, como veículos, equipamentos e ferramentas especiais. O Centro de Treinamento do Senai em Porto Alegre contará com cursos de especialização em Tecnologia e Reparação; cursos de Métodos e Atendimento para Consultores de Serviço; cursos de Controle de Qualidade de Serviços para Técnicos da Rede; cursos de Peças para as equipes de peças de reposição; cursos abertos à comunidade geral (reparadores independentes) e aos alunos do CAI (Curso de Aprendizagem Industrial) e curso Superior em Sistemas Automotivos.

Centro de Treinamento de Porto Alerge contará com cursos de especialização em Tecnologia e Reparação, abertos aos reparadores e alunos do CAI

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A integração entre a Peugeot e os centros de treinamentos do Senai iniciou em 1994, com a escola Conde José Vicente de Azevedo, no Ipiranga, em São Paulo (SP). A mesma iniciativa se deu há 17 anos com a unidade da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). A mais recente delas, estabelecida há quatro anos, ocorreu com a divisão de motores do Grupo PSA Peugeot Citroën, que doou 15 propulsores e ferramental para a utilização no Worldskills 2015, a maior competição de educação profissional do mundo, realizada neste ano, no Brasil, organizada pelo Senai. Há também o intercâmbio de informações técnicas sobre estudos de motores de combustão interna PSA e análise de performance em dinamômetro, além da disponibilização de veículos híbridos para atualização tecnológica do corpo docente do Senai Nacional. Em 2014, a formação realizada para os profissionais da rede de concessionárias Peugeot nas escolas Senai somou 16.480 horas. Este ano, com a inauguração de mais uma parceria, a previsão é chegar a 15 mil horas e ampliar a oferta de treinamento especializado. O Senai é um dos cinco maiores complexos de educação profissional do mundo e o maior da América Latina. Seus cursos preparam trabalhadores para 28 áreas da indústria brasileira, desde a iniciação profissional até a graduação e pós-graduação tecnológica. Desde 1942, quando iniciou suas atividades, já formou mais de 65 milhões de trabalhadores. Atualmente, essa rede funciona com 518 unidades fixas e 504 unidades móveis, em 2,7 mil municípios brasileiros.



RETROVISOR

Atos R. Fagundes

Chevette: econômico, estável e de mecânica simples

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O

Chevette, um veículo muito atual para o seu tempo lançado em 1973 foi e ainda é hoje uma paixão nacional que reúne um grande número de proprietários que não se desfazem do modelo, que o colecionam e o exibem com orgulho em eventos organizados pelo país, em exposições e disputas automobilísticas, como o Racha Tarumã, no Rio Grande do Sul. Um dos maiores acertos na história da montadora, conhecido como o primeiro carro mundial da GM, o automóvel vendeu mais de 1,6 milhão de unidades no mercado brasileiro. Primeiro carro pequeno produzido no Brasil pela General Motors, o Chevette é econômico, estável e com mecânica simples. Segundo o jornalista Rogério Ferraresi, que escreve sobre automóveis há 25 anos e é o autor do livro Clássicos do Brasil – Chevette, juntamente com José Rogério Lopes de Simone, o automóvel oferecia mais conforto que os da Volkswagen arrefecidos a ar, como o Fusca e a Brasília, e por um preço inferior ao de concorrentes, como o Ford Corcel e Dodge Polara, além de ter uma condução mais agradável que a do Fiat 147. O modelo foi lançado inicialmente no Brasil, e só depois fabricado em países como Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Japão e Argentina, e em geral com nomes diferentes. “Foi graças a ele que a General Motors do Brasil conseguiu atravessar o difícil período da crise do petróleo, durante a década de 70. Em 1983, foi o carro mais vendido do Brasil, superando seu tradicional concorrente, o Fusca. Seu comprador era o cliente de veículos de baixo custo, do tipo popular. O

último Chevette foi fabricado em 1993”, afirma Ferraresi. Segundo ele, o Chevette destacouse por trazer algumas novidades tecnológicas, como motor superquadrado com comando na cabeça acionado por correia dentada sintética de neopreme e não corrente metálica (que era o tradicional) e admissão de fluxo cruzado (cross flow), com admissão de um lado e escape do outro. A embreagem era do tipo monodisco a seco, com platô “chapéu chinês”, que não patinava, ao contrário do usual sistema com molas helicoidais tipo “gafanhoto”. O carro tinha tração traseira e usava tubo de torque. Também inovou por, no início da produção, não ter modelos standard ou luxo: ele era oferecido em uma única versão, a qual poderia ser completada por diversos pacotes opcionais. Foi o primeiro carro nacional a ter a “cabeça” da chave de ignição (que também abria as por-

Veículo destacou-se por algumas novidades tecnológicas, como motor superquadrado com comando na cabeça acionado por correia dentada sintética de neopreme, e não a tradicional corrente metálica, e admissão de fluxo cruzado com escape

Rogério de Simone

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RETROVISOR

tas e o porta malas) feita de matéria plástica, de modo a quebrar e machucar o motorista em caso de colisão. Trazia painel acolchoado em plástico ABS (também para evitar machucar os ocupantes em caso de acidentes, tal como os botões do painel giratórios e de cabeça flexível e a coluna de direção não-penetrante). O sistema de freios era de duplo circuito: se um circuito falhasse, duas rodas do carro ainda o freariam. De acordo com Rogério de Simone, um biólogo que já escreveu diversos livros sobre automóveis e possui um arquivo pessoal de mais de 1 milhão de fotos de veículos antigos, outra inovação do Chevette, visando à segurança, foi a colocação tanque de gasolina atrás do banco traseiro, que o protegia em caso de batida por trás,

evitando assim um possível incêndio em caso de acidente. “O pequeno da Chevrolet também foi o primeiro automóvel brasileiro a abolir o quebravento nas janelas dianteiras, seguido posteriormente por todos os outros carros nacionais lançados depois dele”, complementa. “Existiram várias versões do Che-vette que agradavam os mais diversos tipos de consumidores: carroceria de duas ou quatro portas, sedan (três volumes) ou o hatch (dois volumes), perua (Marajó) e esportivo (Chevette GP e S/R), além de versões simples e de luxo. Essa última versão foi bem aceita pelo consumidor que não abria mão do conforto e sofisticação, mas com economia de combustível”, identifica Simone. O primeiro modelo lançado pela GM para substituir o Chevette foi o Chevrolet

Kadett, em 1989 (tratava-se do Opel Kadett E, de geração duas vezes mais avançada que o Chevette, que corresponderia ao Kadett C). Sua substituição foi completada com o surgimento do Chevrolet Corsa, em 1994. Na obra da editora Alaúde, um extenso trabalho de pesquisa conta toda a história do carro com fotos dos testes de época (feitos com protótipos pela fábrica, antes do lançamento), fotos do primeiro motor Chevette fundido no mundo e imagens do departamento de estilo da GM. “Mostramos o protótipo do Chevette Monza, jamais produzido e apresentado no Salão do Automóvel de 1976, além das versões especiais feitas por empresas particulares, como o Chevette 500 Itacolomy, o Chevette Minuano Envemo e o Chevette Summer Dipave”, conclui Ferraresi.

Bem conservado e o mais original possível O músico André Silva Araújo, de 30 anos, da cidade de Caieiras (SP) é um dos tantos adoradores do Chevette. Segundo ele, o Chevette foi o seu primeiro carro. “Desde criança sou um apaixonado por carros. E com o tempo, a paixão só aumenta! Quando eu tinha 17 anos, em 2002, já fui à procura de comprar um carro, e o Chevette que era um carro que sempre tive uma admiração, foi a minha primeira aquisição”, comenta. “Sempre ouvia - e ainda ouço - as histórias que meu pai contava das aventuras que teve com um Chevette na sua época de solteiro, e o quanto o carro era confiável e econômico. E num dia, na ‘caça’ ao tão sonhado primeiro carro, me deparo com um Chevette L 1993, numa agência. O engraçado foi que nessa agência só havia carros bem judiados, e o Chevette era o único bem conservado. Fiquei até um pouco “cismado”, mas ao verificar a situação do carro e histórico, fechei negócio na hora!”,

Marcelo Bezerra

Araújo fala de histórias que seu pai contava sobre aventuras com o carro

relata Araújo. “Uma coisa que sempre digo às pessoas quando o assunto é Chevette: foi a melhor opção que fiz quando comprei o meu Chevette! Fazem 13

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anos que tenho ele, e nunca me deu problemas. É um carro muito fácil de manter, manutenção simples e barata, econômico, com bom espaço interno, bom desempenho, e claro, tem tração traseira. Só quem tem sabe o quanto é bom! A minha paixão por Chevette, hoje, é muito grande! Tanta paixão que já estou em busca do segundo Chevette, e de preferência, o modelo S/R (modelo esportivo lançado em 1981, e produzido até 1982). Modelo

raríssimo atualmente”, especifica. O músico fala no prazer em ter o carro que aprendeu a dirigir e onde “curtiu” muitos momentos que ficaram gratas memórias. “Fiz muitos passeios com amigos, família, e ele carregou minha bateria em shows por um bom período. Foi meu carro diário durante uns cinco anos, e ao conseguir um carro mais novo, o Chevette só sai da garagem para passeios e encontros de carros antigos. Apesar do tempo,

ele está bem conservado e o mais original possível”, conta Araújo. “Uma das coisas mais bacanas em ter um carro antigo são as amizades que surgem em torno dele, conhecendo pessoas que têm a mesma paixão pelo carro. E tendo essa paixão pelo Chevette, me associei ao Chevette Clube do Brasil, o CCB é o único clube do modelo reconhecido pela GM do Brasil e participamos de muitos eventos durante todo ano”, ressalta o músico.

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NA ESTRADA

Programa gratuito

de saúde para motoristas e caminhoneiros

M

otoristas e caminhoneiros que percorrem as rodovias de todo o país podem dispor de serviços de saúde gratuitos através do programa Saúde na Estrada, uma iniciativa da Ipiranga realizada há oito anos nos postos Rodo Rede, estabelecimentos especializados no atendimento ao público. A previsão é que mais de 88 mil motoristas, em especial caminhoneiros, sejam atendidos até dezembro. São 140 eventos em 70 postos de diferentes estados e regiões do país que oferecem, gratuitamente, exames como teste de glicemia, pressão arterial, acuidade visual, cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea) e vacinas. O Rio Grande do Sul faz parte do programa desde março desse ano. Em 2014, após percorrer 16 estados e 90 municípios, o Saúde na Estrada atendeu 60 mil pessoas, 33% de crescimento em relação ao registrado no ano anterior. Somente em um único dia, foram realizados cerca de 1.300 atendimentos, em um Posto Rodo Rede no Rio de Janeiro, na cidade de Tanguá. No programa do ano passado foram aplicadas ainda 156 mil vacinas. Os atendimentos realizados constataram uma realidade preocupante, o que demonstra a importância de uma campanha de conscientização na população: 22% dos participantes apresentaram pressão arterial alterada, acima do recomendável pelos órgãos de saúde; 33% têm dificuldades de visão; e quase 80% estão acima do peso. Desde 2013, o projeto passou a contar

Projeto percorreu 16 estados e atendeu 60 mil pessoas em 2014 com um sistema de informação exclusivo que permite o acompanhamento do histórico de atendimento dos participantes, comparando os resultados dos exames com os de anos anteriores. Esse sistema possibilita traçar um panorama das condições de saúde do público da estrada, formado, em sua maioria por caminhoneiros. Para orientar e engajar ainda mais os motoristas, esse ano a campanha contará com duas novidades digitais. Uma delas é o aplicativo Saúde na Estrada, que disponibilizará as informações dos postos Rodo Rede onde o programa é realizado, o cronograma do Saúde na Estrada e o histórico dos exames de saúde realizados. A outra é a página no Facebook “Na estrada com a Ipiranga”, onde viajantes e caminhoneiros poderão ter acesso a conteúdos relacionados ao universo das estradas brasileiras,

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dicas de saúde e manutenção dos veículos, além das informações do programa e dos postos. Esse ano, a campanha percorre os estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. “O principal público da campanha é o caminhoneiro. Em geral, ele tem pouco tempo, às vezes quase nenhum, para cuidar da saúde. No entanto, é uma profissão que demanda atenção tanto pelo estresse e pela rotina pesada que ocorre diariamente quanto pelo sedentarismo. O Saúde na Estrada é uma opção para que os caminhoneiros possam estar em dia com a saúde”, afirma Flávio Dantas, diretor comercial da Ipiranga.


Bem-estar e conforto No ano passado, o programa contou com mais de 3 mil voluntários, entre profissionais da saúde, policiais rodoviários e estudantes. Desde 2012, a iniciativa tem a parceria do Ministério da Saúde, por meio do apoio à divulgação de suas campanhas e distribuição de material informativo que promove a saúde e a prevenção de doenças, entre eles a Cartilha do Caminhoneiro, com dicas para o profissional da estrada poder viver melhor. A campanha itinerante tem o apoio de secretarias municipais e estaduais de Saúde e de universidades. A Ipiranga implantou também a Academia Saúde na Estrada, com o objetivo de incentivar a prática de atividades físicas entre os caminhoneiros. Hoje, são 150 academias nos postos Rodo Rede, todas gratuitas. Também foi criado um projeto dife-

renciado de banheiro nos postos para os motoristas. O banheiro Rodo Rede possui cabines para banho exclusivas que garantem a privacidade, música ambiente e uma equipe dedicada, chamada de Time Brilhante, que cuidam da limpeza e higiene do espaço. Além disso, a Ipiranga disponibiliza também em seus postos estacionamentos fechados e exclusivos para caminhões, o Parada Segura. Isso permite que os caminhoneiros descansem com mais segurança e possam deixar seus veículos em local seguro durante as paradas feitas nas viagens. Outra iniciativa voltada à promoção da qualidade de vida do público da es-trada é o projeto Semeando Cidadania, que desde 2011 integra à campanha Saúde na Estrada. Em parceria com a Fundação Educar DPaschoal, a Ipiranga apoia esse programa de estímulo à leitura, promovendo a educação como estratégia de

Diversos exames são oferecidos aos motoristas transformação social. A iniciativa produz e distribui gratuitamente livros educativos para crianças e adolescentes por meio de uma instituição de ensino local indicada pelos revendedores dos postos, contribuindo assim com a formação dos jovens cidadãos da sua região. Fruto dessa parceria, uma média de 21 mil livros paradidáticos foi doada durante o ano passado.


Divulgação

Carro mais rápido do mundo em São Paulo Um carro criado para bater o recorde mundial de velocidade em terra estará exposto no Brasil, o Bloodhound. Ele estará exposto em São Paulo entre os dias 12 e 19 de novembro, no Centro Brasileiro Britânico. Desenvolvido pelo engenheiro inglês Mark Chapman, o Bloodhound utiliza uma turbina Rolls Royce e um motor Jaguar,

que juntos prometem desenvolver 135 mil cavalos de potência para tentar atingir o recorde de 1.600 km/h de velocidade, nos desertos da África. O responsável por tentar atingir o recorde é o piloto da força aérea britânica Andy Green.

Uma nova Ferrari nas ruas brasileiras É confirmada a chegada da Ferrari 488 GTB até o fim do ano nas ruas brasileiras. O superesportivo deve vir com preço na casa dos R$ 2 milhões. Sob seu capô, está um proDivulgação

pulsor V8 turbinado de 670 cv de potência, com uma transmissão automática de sete velocidades. Capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos e alcançar a velocidade máxima de 330 km/h. Além de toda exclusividade, a 488 GTB possui inúmeras personalizações que envolvem costura de bancos, cor da carroceria, rodas, pinças de freio, acabamento interno e outros detalhes.

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Caminhões gaúchos no Chile Marca norte-americana, a Navistar International está utilizando sua fábrica de Canoas, na região Metropolitana de Porto Alegre, para exportar 51 caminhões montados no RS, para o Chile. Os caminhões utilizarão carretas frigoríficas para a distribuição de frutas produzidas no Chile e exportadas para todo o Mercosul. A fábrica da International de Canoas produz dois modelos de caminhões, os pesados 9800i e os semipesados DuraStar. Divulgação


Divulgação

Red Bull e Aston Martin, juntas em um superesportivo

Vem aí a picape

Fiat Toro Em time que ganha também se mexe. É assim que a Fiat do Brasil olha para o mercado nacional e mesmo comemorando a liderança das picapes, com seu modelo Strada, a montadora trabalha para lançar uma nova picape nas ruas, é a picape Toro, que chegará no início de 2016 para atingir a faixa acima da Strada e “brigar” com modelos como Chevrolet S10 e a recém lançada Renault Oroch. Utilizando a plataforma e motores e câmbio do Jeep Renegade, a Fiat Toro pretende conquistar o cliente que deseja um veículo de estilo picape, mas com desempenho e conforto de automóvel. Seus preços devem ficar na faixa dos R$ 60 mil a R$ 70 mil. Divulgação

Prevista para 2018, será a estreia do esportivo que a Red Bull, fabricante de bebidas energéticas, pretende lançar em parceria com a marca inglesa Aston Martin. E para isso, as marcas contam com uma ajuda de peso: Adrian Newey, um dos

mais conceituados projetistas da Fórmula 1, qual já está totalmente entregue ao desenvolvimento do carro. A ideia é que se trate de um modelo novo e pronto para quebrar paradigmas na relação entre o motorista e a tecnologia embarcada no veículo.

Divulgação

Kia Rio chega ao Brasil em 2016 A Kia vai aproveitar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, para lançar no Brasil um novo automóvel no mercado nacional, é o Kia Rio, um dos modelos mais vendidos da marca no mercado global. O compacto Rio virá entre agosto e setembro nas versões hatch e sedã com motor 1.6 de 128 cv, com opções de câmbio manual e automático de seis marchas. A marca também projeta entrar no segmento dos SUVs compactos com o conceito Kia KX3. Baseado no primo Hyundai ix25, o modelo também será produzido no México.

Audi volta a produzir no Brasil A marca alemã dos quatro anéis Audi volta a produzir automóveis no

Brasil. A partir de novembro, chegam às concessionárias da marca, os novos Audi A3 Sedan montados na fábrica de São José dos Pinhais (PR). O carro utiliza motor 1.4 turbo flex de 150 cv de potência e câmbio automático de

seis marchas. O SUV (utilitário esportivo) compacto Q3 será o segundo veículo a ser montado no Brasil, devendo chegar às lojas no início de 2016. O Q3 nacional também utilizará o motor turbo flex.

Revista da Asdap l Setembro/Outubro 2015 l Ano 3 l Número 18 - 33


Periscópio

Susin nova série de comando de válvulas A Susin Francescutti passa a oferecer ao mercado de reposição mais uma variedade de comando de válvulas, o CO547 para motor Cummins série ISBe, modelo Interact 6 – 5.9. A peça é fabricada em aço e tem a aplicação voltada a caminhões Ford modelos C1722e, C2422e, C2622e e C2628e, caminhões Volkswagen 17

Biagio lança rede social diesel e automotiva Considerando a primeira rede social diesel e automotiva do Brasil, a Biagio criou o Guia BR Automotivo para aproximar aos profissionais do segmento, de modo que esses possam buscar e compartilhar conhecimentos técnicos e comerciais com outros profissionais de todo o país. Com a ferramenta mecânicos, balconistas, vendedores, representantes e outros profissionais ligados ao setor, os profissionais poderão trocar informações e experiências, além de fazer networking dentro da plataforma. Mais informações podem ser obtidas no site www. guiabrautomotivo.com.br

250e e 24250e e ao Eurocargo Tector da Iveco, modelos 170E22, 170E25, 240E25, 260E25, 230E22 e 230E24. No catálogo eletrônico da empresa é possível conferir os dados técnicos deste e de outros produtos de forma detalhada e interativa. O download é gratuito no site www.sufran.com.br. A Susin Francescutti é fabricante de

virabrequins e comandos de válvulas. Com participação em 38 países e 61 anos de tradição, a empresa está localizada em Caxias do Sul (RS). Conta ainda com uma engenharia especializada que fabrica protótipos de virabrequins, comandos de válvulas e bielas para novos motores em desenvolvimento.

Affinia recebe recertificação do SGI

A Affinia Automotiva, empresa especializada na fabricação e distribuição de autopeças para o mercado de reposição, renovou a certificação do SGI - Sistema de Gestão Integrado para a fábrica de Diadema (SP). A certificação inclui ISO 9001 - Gestão de Qualidade, ISO14001 - Gestão de Meio Ambiente e OHSAS 18001 - Gestão de Saúde e Segurança. O trabalho de auditoria envolveu checagem de processos para confirmar os

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Divulgação

padrões. A recertificação precisa ser renovada a cada três anos e anualmente é realizada a manutenção. Segundo o coordenador de gestão da qualidade da Affinia Automotiva, Frank Yoshida, a recertificação, comprova o aprimoramento constante dos processos de gestão integrado e a contínua melhoria da performance e de resultados graças ao envolvimento e desempenho de todos os colaboradores.


Periscópio

Divulgação/Sampel

Homenagem ao fundador da Sampel

Lançamentos Cobreq para motos

Estevão Caputto, presidente fundador da Sampel, é homenageado pelo grupo que reúne as empresas Samkit, Sampremium e Sampel, onde iniciou sua trajetória no mercado de peças automotivas, na década de 60. O executivo que nasceu em 1946 e faleceu este ano. Caputto trabalhou sempre baseado no princípio de que para se ter sucesso era necessário excelência e muita dedicação. Seu espírito empreendedor enxergou que o mercado brasileiro tinha um grande potencial a ser explorado e só

Já se encontram no mercado de autopeças nacional os cubos de roda dianteiros, espelhos de freio dianteiro e traseiro e flanges dianteiras Cobreq produzidos para modelos das motos Honda e Yamaha. A reposição terá disponível neste lançamento 18 itens para a Honda e quatro para a Yamaha, abrangendo dezenas de aplicações.

Caputto, espírito empreendedor um exemplo a ser seguindo

assim seria possível entregar algo a mais para seus clientes. Ele trans-formou a Sampel em uma das maiores empresas de autopeças da América Latina, disputando a liderança e exportando para diversos países e continentes.



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