Revista Asdap Ed. 22 Mai_Jun 2016

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Próxima parada: Autopar Em maio, promovemos o 3º Painel Asdap, sem dúvida a me-lhor edição até hoje. Com o auditório lotado por mais de 160 participantes, conseguimos levantar e debater as principais questões relacionadas ao atual momento do setor, com apresentação de dados, gráficos e números que analisam a evolução do mercado e projetam os possíveis cenários futuros. Frente ao excelente evento realizado, só nos resta agora trabalhar ainda mais para preparar a 4ª edição, em 2017, o que já começamos a fazer. Paralelamente a isso, temos agora outro grande evento pela frente: a Autopar, que acontece de 8 a 11 de junho, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Entre as novidades desta edição está a Tratorparts e Truckparts, feiras voltadas para o setor de peças, equipamentos, serviços e tecnologias de reparação para tratores e veículos pesados, respectivamente. Certamente, será uma ótima oportunidade de fazer contatos e prospectar novos negócios. Além de informações e depoimentos sobre esses dois importantes eventos, a Revista Asdap traz ainda uma série de matérias e reportagens interessantes. Uma delas é sobre a campanha lançada pelo Detran/RS, que estimula a aquisição de peças usadas com procedência garantida e que tem gerado opiniões divergentes entre os representantes de entidades e órgãos do setor de autopeças sobre a forma como foi conduzida e executada. O entrevistado desta edição é Claus Hoppen, diretor presidente para a América do Sul da Mahle Metal Leve, empresa que ele considera “uma verdadeira escola” na sua vida profissional. Conversamos ainda com Ana Beatriz Figueiredo, a primeira brasileira a correr na Fórmula Indy, a primeira mulher do mundo a vencer na Firestone Indy Lights, a única a vencer na Fórmula Renault, a marcar uma pole position na Fórmula 3 e a conquistar o Desafio das Estrelas. Em Retrovisor, os 47 anos do Ford Maverick, carro que marcou época e ainda mobiliza grupos de admiradores por todo o País. Boa leitura a todos!

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Henrique Steffen Presidente

Diretoria Executiva Henrique Steffen Presidente (presidencia@asdap.org) Rogério Mendes Colla Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org) Flávio Telmo Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org) Ricardo Krolikowski Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org) Conselheiros Celso Zimmermann, e Fernando Bohrer Suplentes Marcelo Zambonin e Silvio Cohn Assessor de Imprensa Cristina Rispoli d’Azevedo, R & A Comunicação Associação Sul-brasileira dos Distribuidores de Autopeças (ASDAP) Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: revista@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034 Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati, Silvio Cohn e Thiago Alves

A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor. Editor: Claudio Fontoura Reportagem: Rosangela Groff Diagramação: Carlos Rema Revisão: Daniele Alves Inácio Ilustração de Capa: Freepik.com Impressão: Gráfica Noschang Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.

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ENTREVISTA

Negócio estratégico cria oportunidades de crescimento

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entrevistado da revista Asdap nesta edição é Claus Hoppen, diretor presidente para a América do Sul da Mahle Metal Leve, empresa que ele considera “uma verdadeira escola” na sua vida profissional. “Quando ingressei na Mahle ela era de médio porte, muito focada em equipamento original e pouca exportação. Já muito cedo, desenvolvemos uma matriz de negócio focada em um terço do faturamento no mercado de equipamento original local, um terço na exportação e um terço no aftermarket, o que se tornou um negócio estratégico e que sempre nos ajudou a minimizar o impacto de todas as crises econômicas que tivemos no Brasil”, relata. Hoppen iniciou sua carreira em Porto Alegre, durante estudos de administração de empresas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), quando atuava em uma pequena consultoria na área de marketing e finanças. Após concluir o curso, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou inicialmente na Câmara de Comércio Brasil Alemanha, representando as feiras alemãs no Brasil. Posteriormente, foi para a Alemanha com uma bolsa de estudos da Fundação Krupp e se especializou na área de controladoria, atuando em

uma empresa chamada Wacker Chemie, com sede em Munique. Após um ano e meio, retornou ao Brasil como gerente e depois como diretor administrativo financeiro da subsidiária brasileira dessa empresa. Depois, ingressou na Melitta como diretor administrativo financeiro e, em 1991, foi chamado pela Mahle, onde está há 25 anos. “Na Mahle tive a chance de passar por várias posições: diretor administrativo-financeiro, de Controladoria, Recursos Humanos, Compras, Vendas e por último diretor presidente”, afirma o executivo que também é membro do Conselho de Administração do Grupo. Ele conta que, em 1996, a Mahle assumiu o controle da Metal Leve, principal concorrente em pistões e bronzinas. “Em 1997, juntamente com a Magneti Marelli, adquirimos o controle da Cofap, que no passado já foi a maior fabricante de autopeças do Brasil. Posteriormente, separamos as operações, sendo que a Magneti Marelli ficou com a parte de suspensão e a Mahle com os anéis de motor. As demais divisões foram vendidas”, explica. “Com essas aquisições, tivemos a chance de incorporar os canais de vendas das marcas Metal Leve e Cofap (somente para anéis) em nossa estratégia de mercado de reposição, o que fortaleceu em muito todo o nosso negócio de

“Fomos e ainda somos benchmark dentro do Grupo Mahle até hoje. Aliado a isso, ter formado uma equipe competente e bem treinada, sem dúvida alguma é um dos fatores determinantes de sucesso da empresa”

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aftermarket. Em um curto espaço de tempo, praticamente todos os distribuidores tradicionais de componentes de motor tornaram-se nossos clientes. Eu considero esses canais de vendas, assim como as marcas incorporadas, os ativos mais valiosos que migraram para a Mahle com essas aquisições”, destaca. Seguiuse a aquisição da parte de componentes de motor da Dana (anéis, bronzinas, camisas de cilindro). “Alguns anos mais tarde, iniciamos nossa operação de filtros no Brasil, construindo uma planta própria em Mogi Guaçu (SP), e que hoje contribui com uma boa parcela do faturamento do nosso aftermarket.” Com todo o sucesso obtido na integração dessas operações, Hoppen foi convidado a coordenar a reestruturação mundial do aftermarket da Mahle, período em que ele se mudou com a família para Stuttgart (Alemanha) e assumiu a vice-presidência mundial de Vendas de Aftermarket do Grupo. Após concluir esse trabalho em um período de dois anos, retornou ao Brasil. “Em 2000, assumi a função de diretor presidente para a região América do Sul da Mahle Metal Leve, acumulando, a partir de 2007, a função de presidente e membro do conselho de administração”, descreve. O dirigente enfatiza que a sua maior conquista na empresa foi ter desenvolvido um aftermarket sólido e com grande participação mundial. “Fomos e ainda somos benchmark dentro do Grupo Mahle até hoje. Aliado a isso, ter formado uma equipe competente e bem treinada, sem dúvida alguma é um dos fatores determinantes de sucesso da nossa empresa. Muito cedo aprendi que o foco nas pessoas é fundamental para o sucesso de uma companhia”, salienta. Desde 1992, Hoppen acumula ainda a função de diretor de Recursos Humanos do Grupo, que conta hoje com aproximadamente 10 mil colaboradores. “Em função de ter uma grande

“Nossos esforços de pós-venda não se limitam ao canal de distribuidores, mas passam pelo varejo, retíficas, indo até o aplicador. Monitoramos a cadeia de distribuição para avaliar o posicionamento dos nossos produtos junto aos consumidores finais, pois são eles que definem a escolha da marca”

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afinidade com a área e em virtude da formação humanista que tive na minha juventude, a defini como uma área estratégica na empresa e que deve ser dirigida pessoalmente por mim. Até hoje participo de entrevistas de candidatos para funções operacionais, como engenheiros de vendas do aftermarket. Escolher as pessoas certas para cargos específicos contribui em muito para o sucesso da equipe”, considera. Relação de confiança com a distribuição Hoppen acredita que a Mahle conseguiu criar uma relação de extrema confiança com a rede de distribuição, fidelizando-a em função de boas práticas na área comercial, no pós-vendas, nas atividades de marketing e até ajudando clientes na motivação de suas equipes de vendas através de palestras e atividades de promoção. “Nossos esforços de pós-venda não se limitam ao canal de distribuidores, mas passam pelo varejo, retíficas, indo até o aplicador. Monitoramos a cadeia de distribuição para avaliar o posicionamento dos nossos produtos junto aos consumidores finais, pois são eles que definem a escolha da marca”, reforça. “O pacote de componentes que oferecemos no mercado de reposição também é importante. Temos hoje um portfólio de produtos que não se restringe apenas a pistões, anéis, bronzinas, camisas de cilindro, etc. Na última década, nos convencemos de que teríamos de ampliar a nossa gama, oferecendo à nossa sólida rede de distribuidores também produtos de giro mais rápido, como os filtros. Hoje, essa família de produtos já participa com 25% do nosso faturamento total do aftermarket”, relaciona. O executivo afirma que a empresa conseguiu quebrar um paradigma de mercado. “Antes de atuarmos no segmento de filtração, em torno de 35%



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do abastecimento de filtros eram feitos pelos distribuidores clássicos de autopeças. Hoje esse percentual já ultrapassou em muito os 50%. Com isso, conseguimos agregar mais valor aos nossos clientes, compensando o crescimento moderado de vendas dos componentes clássicos de motor, em função da renovação de frota que vem acontecendo na última década.” “Continuamos na estratégia de agregar novos produtos, como os turbocompressores e componentes elétricos (motores de partida e alternadores), que foram incorporados mediante a aquisição mundial da Letrika, feita pela Mahle há dois anos. No futuro, teremos novos lançamentos cujos projetos já se encontram em fase adiantada de desenvolvimento”, informa o diretor presidente da Mahle Metal Leve.

Centro de Distribuição em Limeira tem várias soluções de logística, como a armazenagem robotizada e o conjunto de esteiras automatizado

A visão de futuro e o amor pelo passado Hoppen descreve sua percepção em relação ao desempenho de mercado. “Como cenário futuro vejo, a médio prazo, uma recuperação do mercado de aftermarket, tanto na linha leve quanto na pesada, pois a crise econômica brasileira e seu forte impacto sobre o setor automotivo está alavancando a venda de veículos usados, que por sua vez gera maior demanda por peças de reposição. Hoje, apesar da queda do poder aquisitivo, existe uma demanda reprimida para o setor de reparação. O retorno do crescimento desse setor está fortemente ligado à recuperação da credibilidade e confiança da nova política econômica do nosso país”, analisa. Ele também fala um pouco sobre a iniciativa da Mahle de promover a cultura, a história da indústria automotiva e competições. “Sinto-me imensamente recompensado pelo reconhecimento que os amantes do automobilismo brasileiro

“Vejo, a médio prazo, uma recuperação do mercado de aftermarket, tanto na linha leve quanto na pesada, pois a crise econômica e seu forte impacto sobre o setor automotivo está alavancando a venda de veículos usados, que por sua vez gera maior demanda por peças de reposição”

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têm pela nossa empresa, pois já há muitos anos promovemos o resgate da história de nosso automobilismo, através do nosso disputado calendário com fotos históricas de corridas, através das biografias de pilotos famosos ou dos livros que contam a história de alguns autódromos, como Interlagos (SP), Tarumã (RS) e Circuito da Gávea (RJ)”, especifica. Segundo Hoppen, também o apoio da Mahle na fabricação de componentes de motor para veículos antigos tem o reconhecimento de colecionadores de carros. “Recentemente, relançamos pistões para o famoso caminhão FNM e para os Fuscas 1200 que pararam de ser fabricados em 1965, contribuindo para a imagem da Mahle no mercado brasileiro”, cita. “Como coordeno pessoalmente essa atividade cultural, consigo combinar os interesses da nossa empresa com a minha paixão por carros antigos”, confessa.



3º Painel Asdap

debate mercado de reposição e serviços automotivos 12 - Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22


ENTIDADE

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Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças realizou, no dia 9 de maio, o 3º Painel Asdap que teve por objetivo motivar a troca de informações e experiências sobre o mercado de reposição e serviços automotivos. O resultado não foi diferente. O evento teve grande participação do público que lotou o auditório da Macro Office, em Porto Alegre. A expectativa do presidente da Asdap, Henrique Steffen, de superar a edição anterior se confirmou com a participação de profissionais renomados que enriqueceram os debates e trouxeram informações relevantes ao mercado. Na abertura do evento, o presidente da Associação, Henrique Steffen, falou da importância do Painel em reunir um público que faz a diferença. “Se o atual cenário político e econômico do País nos entristecem e nos desmotivam, então que possamos nós mesmos nos servir de inspiração para sermos cada vez melhores, porque somos maiores do que tudo isso. E a prova disso está aqui, nesse encontro de pessoas interessadas em arregaçar as mangas, trabalhar e trocar experiências”. O encontro foi aberto com a palestra “O potencial de mercado na região Sul do País – a frota circulante e suas principais características”, apresentada por Danilo Fraga, analista de Marketing da Fraga Serviços de Marketing. “Abordei em minha apresentação as perspectivas de crescimento da frota em circulação no Brasil e do mercado de reposição de autopeças até 2020 e demonstramos a evolução que o segmento obteve de 2007 a 2014 por região”, comentou o palestrante. Segundo Fraga, a receptividade do público foi muito boa. “Nos momentos em que a situação econômica do país passa por sérias dificuldades, a atenção e busca por informações estratégicas passa a ser

redobrada. Nesse sentido, conseguimos através do painel da Asdap compartilhar com os participantes, análises do mais completo e qualificado banco de dados referente à frota brasileira de veículos”, considerou. Em seguida, o assunto debatido foi “É hora da reposição independente”, com a participação de três representantes da indústria automotiva: Jorge Schertel, presidente do Grupo Affinia; Edvaldo Ricardo Selidonio de Souza, gerente de Marketing e Vendas da Mahle; e Claudio Doerzbacher, CEO da Gauss. A mediação foi feita pelo jornalista Cesar Bresolin. Schertel, que participou pela primeira vez do Painel Asdap, fez questão de cumprimentar o presidente Henrique Steffen pela iniciativa, que enriquece o mercado de reposição sul-riograndense, segundo ele. “Aproveito também para parabenizar o Thiago Alves pela competente organização do evento”, adicionou. O presidente da Affinia falou do momento delicado no país, tanto no cenário político quanto

econômico. “Durante esse período é recomendável cuidado redobrado dos empresários no sentido de manter uma posição financeira sólida.” “O mercado independente é responsável por cerca de 80% do mercado total de autopeças, o que é bom. Além disso, a frota circulante vem crescendo ao longo dos últimos anos e vai continuar crescendo, o que gera demanda no aftermarket. O cenário de médio prazo é externamente favorável. Entretanto, como mencionado, temos uma barreira de curto prazo a transpor”, elucidou. Para Schertel, é inegável o aumento da inadimplência em toda a cadeia. “Portanto, sem deixar de lado as oportunidades, precisamos estar muitos atentos às finanças das empresas (capital de giro e, especialmente, caixa) nos próximos meses”, advertiu. O dirigente falou da transformação dos desafios em oportunidades. “Em 2016, a frota brasileira já ultrapassa a marca de 40 milhões de veículos. Isso é muito bom para toda a cadeia de autopeças. Todavia,

Fraga abordou o crescimento da frota e do mercado de reposição Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22 - 13


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também existem desafios e não são pequenos. Para terem uma ideia, há alguns anos, na linha leve, tínhamos quatro marcas e cerca de 50 modelos de veículos no Brasil. Hoje temos ao redor de 50 marcas e 800 modelos diferentes. Além disso, a complexidade tecnológica aumentou muito”, assinalou. “Claro que essas mudanças trazem oportunidades mas, também, desafios e reflexão. Certamente voltarão os especialistas por marcas, por segmento - leve e pesado, suspensão, motor, etc. - pois será quase impossível para os distribuidores, varejos e até oficinas participarem de todas as opções dessa nova configuração do mercado.” A diversidade de opções tenderá a aumentar sobremaneira a demanda por capital de giro no sistema e a segmentação da distribuição em todos os níveis será iminente. Portanto, planejamento, logística eficiente e experiência de toda a equipe de profissionais serão fundamentais para se obter resultado com as enormes oportunidades que se apresentam”, encerrou Schertel. O gerente de Marketing e Vendas da Mahle achou a receptividade do público excelente. “Inclusive parabenizei a Asdap representada pelos seus diretores e presidente Henrique Steffen pela incitativa da realização do painel e, sobretudo, pela decisão de envolver os fabricantes nos temas a serem abordados, já que os trabalhos e as decisões precisam ser tomadas a quatro mãos”, salientou. Em suas colocações para o público, Souza citou alguns temas como a percepção da indústria em relação ao cenário econômico atual, se esta é mesmo a hora da reposição independente e como transformar os desafios em oportunidades. “Foi comentado que vários fatores influenciaram positiva e negativamente a performance do setor de autopeças. Acreditamos ainda que temos que separar a análise em três mercados distintos: veículos de passeio, motocicleta e mercado da linha diesel”, indicou.

“Do lado positivo, temos o aumento da localização em função da redução das importações; aumento da frota (veículos produzidos nos últimos anos: de 2005 a 2010 foram 10,9 milhões e de 2010 a 2014, 16,9 milhões); maior conscientização da manutenção preventiva, já que o gasto médio por veículo é muito inferior ao de outros países (R$ 316, segundo Roland Berger, e R$ 570 conforme a Cinau – Central de Inteligência Automotiva) e queda de venda de veículos novos, embora a evolução da manutenção não seja inversamente proporcional”, apontou. “Portanto, acreditamos que é a hora do mercado de aftermarket.” Souza afirma que os comentários abordaram a performance de vendas da linha diesel que caminha na mesma tendência do comportamento do PIB; do aumento da durabilidade das peças e consequentemente menor ciclo de manutenção dos produtos e maior foco das montadoras em peças e serviços. Também foi comentada a situação econômica e seus desdobramentos, sobretudo na queda da renda, desemprego, juros, redução nos investimentos e aumento da inadimplência. “Estamos falando de mais de 57 milhões de brasileiros endividados. Consequentemente, as empresas estão enfrentando alta exigibilidade de capital de giro e pressão por redução nos estoques; aumento dos custos operacionais e redução

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“A diversidade de opções tenderá a aumentar a demanda por capital de giro no sistema e a segmentação da distribuição será iminente. Planejamento, logística e experiência da equipe serão fundamentais para se obter resultados”, assinala Schertel



“Foi comentado durante o evento que vários fatores influenciaram positiva e negativamente a performance do setor de autopeças. Acreditamos ainda que temos que separar a análise em três mercados distintos: veículos de passeio, motocicleta e mercado da linha diesel”, indica Souza.

do ticket médio; fluxo de capital negativo (empresas renomadas fechando as portas) e aumento dos custos operacionais”, relacionou. “Além disso, houve o comentário que estamos tendo uma crise de confiança e, conforme Larry Summers, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, confiança é a forma mais barata de estímulo econômico. Portanto, foi sugerido para que todas as empresas focassem na geração de caixa, administrassem a inadimplência e promovessem programa de redução de despesas”, contextualizou. O executivo da Mahle falou também sobre temas como o aumento de conteúdo eletrônico nos veículos e a qualificação para fazer frente à inovação; investimentos das montadoras no mercado de reposição, via redução de preços; Multi Brand Strategy; Reman; vantagem dos impostos (IVA) e extensão de garantia. Ele ainda tratou da consolidação na cadeia de distribuição, concentração e internacionalização dos distribuidores e varejos (grupos internacionais); proliferação significativa dos modelos de carros e motores (116 motores em 1990 para 1.053 diferentes tipos de motores da linha veículos de passeio em 2013); crescimento de E-Tailing (venda on-line - EUA representam 6% das vendas totais e previsão de crescimento de 20% a.a.) e novos players em crescimento como seguradoras, im-

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portadores e desmanches. Por fim, o painelista fez um breve comentário sobre as megatendências que podem convergir para o setor de autopeças: crescimento populacional e urbanização; mobilidade e a tendência de compartilhamento (crescimento de car sharing e transporte público, conscientização climática e o boom da conectividade). Souza acrescentou a frase de Sheik Ahmed Zaki Yamani: “A Idade da pedra não acabou por falta de pedra e a idade do petróleo irá acabar muito antes que o mundo fique sem petróleo.” Para o presidente da Asdap, o principal desafio do Painel é sempre realizar um evento melhor do que o do ano anterior. “E essa 3ª edição do Painel Asdap foi, sem dúvida, a melhor até agora, tanto pela qualidade das palestras e do painel quanto pelo número de participantes, que excedeu o registro de 160 pessoas, um crescimento em torno de 20% em comparação ao número de participantes da edição de 2015”, constatou.

Desafios e oportunidades Claudio Doerzbacher Júnior, CEO da Gauss, disse ter percebido uma boa recepção ao tema proposto em sua palestra e aos pontos abordados e discutidos. “Particularmente, fiquei lisonjeado por nossa empresa poder participar do evento da Asdap e poder falar com pessoas tão importantes para nós e para o mercado”, enfatizou. O executivo considerou que os temas propostos formaram um roteiro interessante para discutir questões de grande importância para o segmento. “Partindo da avaliação do cenário econômico, passando por uma avaliação do mercado e suas perspectivas e indo até a discussão dos desafios e das oportunidades para as empresas que trabalham na reposição inde-


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pendente, pudemos elencar e absorver questões importantes”, destacou. “Eu particularmente lembrei que os anos de maior euforia no mercado automotivo (2011 e 2012), com recorde de vendas de veículos, também foram os anos em que o Brasil definitivamente passou a não enfrentar seus desequilíbrios e a insistir em políticas econômicas equivocadas, que hoje cobram seu preço. No entanto, nosso timing no mercado de reposição é diferente e hoje aproveitamos na reposição esse boom de vendas de novos no passado, em que pese as dificuldades econômicas que o país inteiro atravessa. O caminho, então, é cuidar ao máximo das variáveis do cotidiano do nosso negócio (compra, estoque, caixa, margem, crédito) e se posicionar bem no mercado”, reiterou.

Rentabilidade, a nova fronteira Ainda durante o evento ocorreu a palestra “Mercado de reposição, um porto seguro na crise?”, com Cassio Hervé, presidente do Grupo Oficina Brasil. Ele disse que o evento foi muito bem organizado e prestigiado por uma plateia extremamente atenta e interessada. “A gestão da Asdap tem o papel de mobilizar o setor e fez esta mobilização com todo o sucesso”, elogiou. Para Hervé, houve uma sintonia entre palestrantes e participantes. “O painel do Fraga com estimativa de crescimento de frota provou o potencial de mercado nesse momento crítico da economia brasileira. Os três grandes executivos do setor deixaram claro que vivemos um momento positivo guardando alguma cautela em relação a um aspecto ou outro. Mas o setor, falando de linha leve e comercial leve, tem cenário positivo”, analisou. Em suas abordagens, usando a ótica da oficina mecânica, maior consumidor deste mercado, segundo ele, procura analisar

o mercado de baixo para a cima. “Existe potencial do ponto de vista científico na análise da frota, mas do ponto de vista do nascedouro da demanda está tudo ‘azul’. As oficinas estão cheias e consumindo. Um alerta, porém: há um entendimento de que existe mercado, mas caímos na rentabilidade dos negócios; a reposição já foi mais rentável”, assegurou. “Sugiro investimentos na área de pesquisa com estudos sistemáticos da demanda para saber se a queda é um fator irreversível ou simples falta, a exemplo de outros segmentos”, apontou Hervé, indicando que a oficina considera o preço como quarto fator na cadeia de decisão. “A disponibilidade está acima de qualquer preço. Há potencial para crescimento nos próximos anos, mas devemos saber as reais necessidades das oficinas. A rentabilidade de quem faz o comércio de peças.” O presidente do Grupo Oficina Brasil conta que conversou com as pessoas durante o painel e concluiu que atingiu seu objetivo que era reforçar o que foi dito: o desafio da rentabilidade era a nova fronteira. “Fiquei admirado de como o auditório lotou. Estou há 27 anos no segmento, viajo o Brasil inteiro participando de eventos e já constatei que o pessoal não é muito participativo. Mas no painel da Asdap foi diferente. Isso é um bom sinal”, concluiu.

“Nosso timing na reposição é diferente e hoje aproveitamos esse boom de vendas de novos no passado, em que pese as dificuldades econômicas que o país inteiro atravessa. O caminho é cuidar ao máximo das variáveis do dia a dia do nosso negócio (compra, estoque, caixa, margem, crédito) e se posicionar bem no mercado”, reitera Doerzbacher

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“A disponibilidade está acima de qualquer preço. Há potencial para crescimento nos próximos anos, mas devemos saber as reais necessidades das oficinas. A rentabilidade de quem faz o comércio de peças”, considera Hervé

Cenário para os próximos anos De acordo com o diretor do Senai Automotivo, Fabiano Prato Rath, as palestras foram adequadas para o segmento, dando um panorama do cenário automotivo para os próximos anos. “Dentre os assuntos abordados, o da expectativa de crescimento na frota de veículos usados, além do crescimento de veículos novos, mesmo que menor do que nos anos anteriores, é um tema de suma importância para o planejamento do setor, visto que, mesmo com a crise que estamos passando, este segmento demonstra uma perspectiva de crescimento”, avaliou. “Este crescimento está diretamente ligado ao fornecimento de autopeças e à formação de mais profissionais qualificados para atender esta demanda”, complementou. Em relação ao Senai, Rath explicou que a instituição está cada vez mais buscando parcerias, qualificação de instrutores e novas tecnologias para que os alunos possam sair qualificados para atender o setor da manutenção

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automotiva. “Para atender esta demanda, o Senai conta com várias modalidades de cursos, desde a aprendizagem, aonde atendemos o jovem menor aprendiz, até o curso técnico, além de termos vários cursos de qualificação para melhorar o desempenho dos profissionais da área automotiva”, enumerou. Sergio Leonardo João, diretor da Climer Soluções Automotivas, definiu o evento como ‘fantástico’, o qual abordou temas atuais, como a conjuntura econômica do país com foco no segmento da reposição automotiva. “Foram apresentados dados e pesquisas com informações, algumas de estímulo e outras nem tanto, embora seja muito importante conhecê-las”, afirmou. “Quanto à qualidade das palestras foram diretamente proporcionais aos convidados. Quando se escuta pessoas do peso e conhecimento de mercado como os palestrantes é certo que se aprende muito. Trazem para nós a ótica dos grandes fornecedores e como



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eles estão reagindo no cenário atual e se preparando para o futuro. Com isso, podemos traçar linhas de atuação dentro de nossa realidade de mercado.” Carlos Dourado, diretor de Vendas e Aftermarket no Brasil da Dana, disse que a empresa sempre procurou aproveitar e prestigiar os eventos promovidos pela Asdap. “Agradecemos pelo convite e oportunidade. Escutar os depoimentos de profissionais renomados, com a tendência do mercado local, é ação estratégica, além de dar a todos nós a oportunidade para ampliar nosso networking e rever os amigos”, citou. “O viés positivo que uma crise econômica do porte que estamos vivendo traz para o mercado de reposição é inegável, mas sempre é bom escutar isso com o apoio de dados e de profissionais renomados. E por essa razão fazemos votos de que a Asdap continue promovendo iniciativas deste porte e conceito, ajudando a fortalecer o mercado regional e os negócios”, disse.

Networking Conforme o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Braslux, Gustavo Santiago Petersen, o Painel Asdap é uma ótima forma de atualizar os cenários e expectativas para o mercado de reposição. “Nota-se pelos temas selecionados, pela organização, bem como pelo nível dos palestrantes. Os participantes podem absorver as informações de diferentes percepções, de economistas, industriais e instituições, para afinar seu desempenho no mercado. É importante salientar o público seleto que estava presente, o que possibilitou as trocas de informação nos momentos de networking”, finalizou. O diretor da Meridional, Flávio Telmo, salientou a qualidade dos assuntos debatidos pelos painelistas, em especial os representantes da Affinia,

Receptividade do público foi grande com lotação total do auditório

Mahle e Gauss. “Os temas abordados, bem como suas considerações, foram muito bem fundamentados, dentro da realidade que nosso país está atravessando, pontuando questões importantíssimas, como organização e formatação dos estoques, cuidados com o fluxo de caixa e atenção para quem relizar suas vendas. Entendo que aí esteve o ponto alto do painel”, afirmou. Para o diretor da Veissid Representações, Paulo Ricardo Veissid, o painel foi muito bom. “Gostei do Bresolin; a sua presença abrilhantou o evento, que conduziu com competência. Os temas abordados pelos convidados foram expostos com fundamento. O que me chamou atenção foi a presença física dos diretores das indústrias, o que trouxe importância ao evento. No Painel da Asdap pude agregar informações, reencontrar amigos e fazer contatos, dando visibilidade ao nosso escritório”, reconheceu. A sócia-gerente da empresa, Rosemari Onofre, disse que sua participação foi de grande proveito. “O evento foi muito bem organizado, e os palestrantes foram claros e coerentes”, argumentou. Os dois empresários, que participaram pela primeira vez do Painel, afirmaram que serão presenças confirmadas na próxima edição.

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FEIRA & EVENTOS

Autopar:

visibilidade das marcas em um mercado que se supera 22 - Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22


FEIRA & EVENTOS

“A

s inúmeras iniciativas implementadas no intuito de cobrir a quase totalidade do espectro de tecnologias demandadas pelo setor automotivo, nos permitiu vencer este momento econômico, montando uma feira com o mesmo cenário apresentado em 2014”, explica Cássio Dresch, diretor comercial da Diretriz, empresa que organiza a Autopar. “Exigiu mais trabalho e mais criatividade e a dedicação de todos os agentes envolvidos com a organização, como o Sincopeças-PR, Sindirepa-PR e Fecomércio-PR, e os integrantes do comitê organizador”, comenta. “O resultado é uma Autopar no padrão de excelência como vem se caracterizando em suas últimas edições”, opina Dresch, que não arriscou uma previsão de negócios que podem ser fechados, durante a feira de fornecedores. A 8ª edição da mostra acontece de 8 a 11 de junho, no Expotrade, na capital do Paraná. A exposição ocupa todas as instalações do pavilhão com área total de 30 mil metros quadrados, localizado em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A previsão é de receber mais de 50 mil visitantes nos quatro dias do evento. Neste ano, há novidades para pesados e extra pesados com a implementação das marcas Tratorparts e a Truckparts. Segundo Dresch, a Tratorparts tem a missão de estabelecer uma plataforma definitiva de intercâmbio comercial e tecnológico para um setor que experimenta crescimento expressivo em termos de material rodante e, em consequência, nas suas bases de reparação e de reposição. “A frota de tratores com utilizações diversas, como em obras viárias, floresta, mineração, logística e agricultura passa a ter na Tra-

torparts uma plataforma de soluções que pretende se identificar como a maior do segmento no continente em duas ou três edições. O primeiro passo já foi dado”, enfatiza. “Estamos também investindo na marca Pró-funilaria. Como o nome sugere, trata-se de um setor que prevê dar espaço para ofertadores de tecnologias (de pequeno e grande porte), utilizadas na reparação da carenagem veicular como funilaria e pintura”, citou Dresch. Há ainda a Busparts e a Audiotech, feira de sonorização, acessórios e customização automotiva. A Busparts é direcionada às peças, equipamentos e serviços para veículos de transporte de passageiros. Representando empresas de turismo, transporte escolar, vans e coletivos de forma geral, estes profissionais além das tecnologias afeitas ao material de rodagem e propulsão, passaram também a solicitar soluções aplicadas à carenagem, estética e conforto na instalação e transpor-

te de passageiros. Empresas gaúchas estão presentes na feira, fazendo parte das mais de 500 marcas expositoras. Uma delas é a Meridional, instalada no estande 142, localizado na avenida 4, com rua P. “Estaremos, como tradicionalmente acontece, recebendo nossos clientes, amigos e fornecedores. Nessa edição da feira, nós daremos ênfase aos 25 anos de atuação da Meridional”, salienta o diretor Flavio Telmo. “A exemplo das edições anteriores, quando apresentamos as novidades de nosso portfólio de vendas (MWM International, turbos Mahle, embreagens e transmissão Eaton), desta vez, além dos já citados, estaremos apresentando nossa nova linha de produtos. São os diferenciais da marca Meritor. E é com grande satisfação que convidamos todos a nos visitar”, afirma. Sergio Leonardo João, diretor da Climer Soluções Automotivas, indica uma expectativa “altamente” positiva. “Em se tratando de um ano, onde não

Gates traz lançamentos de correias, tensionadores e mangueiras

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FEIRA & EVENTOS

há outra feira de expressão no Brasil, a Autopar torna-se a maior exposição de autopeças no país, e neste aspecto proporcionará um grande número de visitantes de várias localidades e de vários estados. Consequentemente, trará uma visibilidade e exposição da empresa na mesma proporção. Embora, estejamos trabalhando num cenário de incertezas políticas e econômicas, nosso setor de reposição mantém-se com uma demanda contínua”, especifica. “Participar de eventos desta natureza sempre colabora com a fidelização do cliente e nos permite um contato direto possibilitando o conhecimento de suas necessidades e seus anseios”, reforça. Aposta em bons resultados Segundo Alirio de Almeida, gerente de vendas da Sampel, a expectativa da empresa em relação à Autopar é muito grande, pois estarão apresentando na feira muitos lançamentos. “A Sampel trabalha na direção do mercado, procurando atender as novas demandas de peças automotivas. Desta forma e como sempre, é focada no desenvolvimento de novos produtos, aumentando sua cobertura de linha para atender cada vez melhor seus clientes”, ressalta. Jane de Castro, gerente de Marketing da Ampri, fala da nova linha que a empresa estará lançando. “Estaremos fortalecendo ainda mais a marca e o portfólio de produtos com a chegada de 115 modelos de axiais de direção para linha hidráulica, mecânica e elétrica”, informa. “Esse item não é surpresa para nós, pois já desenvolvemos o mesmo, como parte do componente do mecanismo de direção, porém não tínhamos a venda do componente desmembrado do mecanismo, e agora teremos essa novidade”, descreve. “Vamos também lançar mais oito novos modelos de bombas hidráulicas. A Ampri tem enxergado essa necessidade no mercado e estamos nos especializando na parte de bombas.

Segundo Almeida, Sampel procura atender novas demandas de peças

Teremos bombas para Ônix, Azera, ix35, Vera Cruz, entre outros. Ainda estamos trazendo todo o portfólio de produtos via catálogo 2016”, complementa. Para a executiva, esse é um grande momento para fazer divulgação ao mercado. “Referente à Autopar, estamos esperando ótimas colheitas desta feira. Estamos indo preparados e munidos para receber nossos clientes da melhor forma, assim como divulgar a linha com toda força e êxito possível. Com certeza, será mais uma edição de muito sucesso”, encerra. O gerente geral da ABR Indústria e Comércio de Autopeças, Belchior O. Santiago Júnior, afirma que esta será a terceira participação da marca na Au-

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topar, evento hoje consolidado com o maior e mais representativo da região Sul, segundo ele, e onde a presença da ABR no mercado é muito representativa. “Nossas participações na feira sempre foram produtivas, em que mostramos aos nossos clientes e aplicadores a qualidade e abrangência dos produtos fabricados pela empresa”, comenta. “Podemos mostrar a todos a qualidade e expertise em fornecimento de produtos originais, os quais repassamos para o mercado de reposição. Para nós é muito importante estar presente na Autopar, pois a confiança e empenho que temos no mercado de reposição nos animam cada vez mais a celebrar o sucesso deste evento junto aos nossos clientes”,



Jane: “Ampri apresenta na feira 115 modelos de axiais de direção”

reconhece. De acordo com o gerente geral, a indústria irá apresentar a nova linha de parafusos de cabeçote e vários outros lançamentos de juntas e retentores para motores a diesel e gasolina. “Convidamos a todos para nos visitar e conhecer as novidades e celebrar com nossa equipe o crescimento e sucesso que estamos tendo ao longo destes últimos anos no mercado de reposição.” A Mann+Hummel, fabricante de sistemas de filtragem, através da marca Mann-Filter, estará presente na exposição com lançamentos de filtros e elementos filtrantes. A multinacional alemã apresenta amplo portfólio ao mercado de reposição para diversos modelos de veículos das linhas leve, pesada e agrícola, que seguem especificações técnicas das montadoras para cada aplicação. “Estamos atentos às necessidades do mercado nacional em relação aos lançamentos para atendermos rapidamente o mercado de reposição. Os novos filtros para os veículos recém-chegados ao mercado, como o Renegade e o novo

Audi 1.4, são reflexos de que estamos preparados para disponibilizar produtos de qualidade ao consumidor”, explica Pedro Ortolan, diretor de Vendas, Reposição e Marketing da companhia no Brasil. A indústria ainda oferece ao público o catálogo atualizado com todas as aplicações para modelos de linha leve, pesada, motocicletas e aplicações fora de

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estrada. Dentre os itens apresentados, inclui-se filtro do ar, filtro do óleo, filtro do combustível e filtros de cabine (arcondicionado) para manutenção de veículos. Para localizar a aplicação do filtro certo a cada veículo, é possível pesquisar a partir da marca, modelo e ano. A Gates também participa da Autopar com muitas novidades. Os profissionais da reposição que visitarem o estande 78 (avenida 5 com rua I) poderão conhecer os últimos lançamentos em correias, tensionadores, mangueiras e kits para a manutenção dos sistemas de sincronismo e acionamento dos acessórios do motor. As equipes de plantão estarão demonstrando todos os recursos de suporte técnico da marca e serão realizadas campanhas especiais com distribuidores, varejos e oficinas mecânicas durante a feira. As fabricantes brasileiras de bombas e carburadores, Urba e Brosol, apresentarão novos produtos para distribuidores, varejistas e reparadores. Quem visitar o estande 110 (avenida 6 com rua O) conhecerá as novas aplicações das empresas em bombas d’água, bombas de combustível, bombas de óleo, carburadores e kits de reparo. Além disso, os clientes poderão contar com o suporte de uma equipe de atendimento e conhecerão, em primeira mão, a campanha publicitária que será lançada em todo o país.



Campanha

que estimula aquisição de peças de ferrosvelhos gera polêmica 28 - Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22


PEÇAS RECUPERADAS

C

om a frase “Faça sua parte contra o roubo de veículos. Exija peças usadas com procedência garantida”, o Detran/RS lançou uma ação no Estado que é veiculada em mais de 2,5 milhões de envelopes que levam documentos dos carros para os proprietários e os de habilitação para os condutores. A ideia é conscientizar a população, pois a compra de peças usadas de veículos em ferros-velhos que desmancham carros roubados estimula cada vez mais os roubos, que muitas vezes incluem violência contra motoristas e passageiros. A campanha também atingiu outros canais de comunicação do Detran/RS, como site, redes sociais e cartazes para centros credenciados, sem veiculação em mídia. “O Detran/RS também fez um esforço de assessoria de imprensa no sentido de informar sobre a nova legislação e prestar contas à sociedade sobre o que está sendo feito para combater o crime e a violência”, lembra o diretor geral do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski. “Desenvolvemos algumas peças de comunicação para informar o cidadão sobre o processo de regulamentação dos desmanches. As informações esclarecem o consumidor sobre a nova lei em vigor, a Lei dos Desmanches, como identificar os estabelecimentos credenciados e localizar as peças que precisa, em estabelecimentos regulares. O objetivo era desencorajar a compra de autopeças sem procedência.” O Departamento criou Centros de Desmanche de Veículos (CDVs), mais de 200 em todo o Rio Grande do Sul, empresas credenciadas e que, segundo o Detran/RS, seguem normas rígidas quanto à procedência do veículo desmanchado e à segurança da peça. As

peças recebem etiqueta com código de barras para sua identificação, podem ser localizadas através do site e ser compradas pelo proprietário do veículo ou qualquer outra pessoa. “Toda peça vendida em um Centro de Desmanche passa pela avaliação de um responsável técnico e recebe um selo de segurança, garantindo que a peça está em condições de ser utilizada”, informou Szinvelski. Lei dos Desmanches A Lei Federal 12.977 (Lei dos Desmanches) entrou em vigor em 20 de agosto de 2015, com o objetivo de combater a recepção de veículos roubados. Desde esta data, somente as empresas registradas no Detran/RS podem atuar no comércio de peças usadas. Essas empresas devem seguir uma série de requisitos e incluir cada uma

das peças à venda no sistema informatizado, vinculando-as à nota fiscal e à placa do veículo de origem. O Rio Grande do Sul possui hoje 212 empresas de desmanches registradas. “O objetivo da Lei dos Desmanches é combater o furto e roubo de veículos, crimes alimentados pela receptação, que têm na ponta os desmanches ilegais. Mais do que o combate a um crime contra a propriedade, a regularização dos desmanches é um combate à violência que atinge toda a sociedade”, frisa o diretor geral do Detran/RS. No Estado, uma força tarefa atua na fiscalização dos estabelecimentos ilegais. Os órgãos envolvidos têm funções específicas nas operações. A Secretaria de Segurança Pública coordena o trabalho do grupo e também define os alvos, através do setor de Inteligência. O Instituto Geral de Perícias tem a função de identificar peças roubadas e atua na Fotos: Arquivo Detran/RS

Força tarefa atua na fiscalização de estabelecimentos ilegais

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PEÇAS RECUPERADAS

parte criminal das operações, juntamente com a Polícia Civil, que também efetua as prisões. O Detran/RS autua administrativamente as empresas e coordena todo o trabalho de apreensão da sucata e a destinação para reciclagem. A Brigada Militar, por fim, faz a segurança de toda a operação com agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOE).

Mais de 200 Centros de Desmanche de Veículos foram criados no RS

Peças recuperadas apresentam risco de falhas O presidente da Asdap, Henrique Steffen, salienta que a Associação compreende e apoia o objetivo da campanha do Detran/RS, porém considera que foi mal executada, pois o incentivo deve ser ao consumo de peças com procedência, independentemente de ser peça nova ou usada. “Da forma como está sendo colocada, a mensagem da ação induz ao usuário a utilização de peças usadas, o que não deveria ocorrer por privilegiar apenas um setor do mercado”, argumenta. Em relação ao trabalho desenvolvido pelo Detran de regularizar os desmanches no Rio Grande do Sul e de fiscalizar os irregulares numa operação que envolve Polícia Civil e Brigada, com prisão dos infratores e apreensão de peças que seguem para a reciclagem, Steffen diz: “Conferimos o nosso total apoio ao trabalho do Departamento de regularizar os desmanches e acreditamos, inclusive, que a fiscalização deve ser intensificada”. Segundo o diretor procurador do Sindirepa-RS, Alexandre Ruga, estas são de fato duas questões importantes que merecem o debate e o esclarecimento à

opinião pública. Para Ruga, o esforço desenvolvido pelo DETRAN/RS para estimular a aplicação de peças usadas ou recuperadas oriundas somente de empresas de desmanches credenciadas, sendo portanto, com origem lícita, é muito louvável. “Entretanto, as atividades eminentemente de cunho privado destas empresas de desmanche não devem encontrar no órgão estadual um agente facilitador para operações por e-commerce como o ofertado no site. O texto da peça publicitária através dos envelopes também deveria utilizar uma linguagem mais conceitual e não tão agressiva”, opina. “Embora se reconheça pela necessidade econômica dos consumidores a existência da prática da aplicação de peças usadas ou recuperadas nos serviços de reparação automotiva, o Sindirepa-RS nunca orientou e não orientará a partir de agora os seus afiliados a seguirem com esta recomendação. Tal posição justifica-se pelo entendimento de que a responsabilidade pela aplicação da peça correta e sua especificação será sempre do reparador solidariamente ao fabricante conforme preconiza o

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CDC. Por não serem fabricantes nem representantes vinculados à marca, as empresas de desmanches não podem oferecer certificações sobre a qualidade e especificações da peça usada fornecida. Sendo assim, o potencial de risco de falhas nas peças usadas ou recuperadas aplicadas pelos reparador é exponencialmente maior, cabendo ao reparador o ônus de um eventual retrabalho”, estabelece. “É preciso que, assim como ocorram em países da Europa, os processos de remanufatura ou reciclagem de peças avancem ainda mais para poderem ofertar aos consumidores soluções econômicas, confiáveis tecnicamente e sustentáveis para o meio ambiente. Em relação às ações desenvolvidas pelo Detran/RS na coibição do comércio de peças de origem ilícita, Ruga diz que o Sindirepa-RS apoia integralmente o Departamento no trabalho desenvolvido em conjunto com as entidades de segurança pública na regularização e fiscalização das empresas de desmanches de veículos. ”Sabe-se que o crime organizado permeia este território que é danoso para a sociedade”, especifica.



PEÇAS RECUPERADAS

Legislação necessita de ajustes Conforme o presidente do Sincopeças-SP e vice-presidente do Sincopeças Brasil, Francisco Wagner de La Tôrre é, o Sindicato apoia a Lei do Desmanche. “A desmontagem de veículos e o comércio de peças usadas sempre existiu e pior seria não ter lei nenhuma. Essa lei que aí está não é ruim, mas precisa de alguns ajustes e os Sincopeças de todo país vêm trabalhando para que os ajustes sejam efetivados. Apoiamos uma legislação sobre o tema porque entendemos que somente a regulamentação dessa atividade econômica é que trará maior credibilidade para a reposição e manutenção da frota circulante”, afirma. Conforme La Tôrre, esse trabalho não se esgota apenas com a edição da lei. “Pelo contrário, é o início de uma nova etapa para regulamentar uma atividade real porque, afinal, carros ao término de sua vida útil precisam ser desmontados. O apelo ecológico é muito forte para que, na medida do possível, se recuperem peças”, indica. Ele reafirma que a lei precisa de ajustes, como, por exemplo, ter certificações para peças usadas, ter equilíbrio tributário entre os diferentes canais de

comercialização, carcaças passíveis de remanufatura e recondicionamento. “Além disso, no comércio de peças usadas não há limitações para peças que incidem direta ou indiretamente na quantidade de emissões de um veículo, e entendemos que essas peças têm que ter sua comercialização bem limitada porque afeta diretamente o meio ambiente”, reitera. Garantia de fábrica Para Jefferson Germano, presidente da Anrap (Associação Nacional dos Remanufaturadores de Autopeças), que acompanha em São Paulo e em outras regiões do Brasil a questão das peças usadas oriundas de ferros-velhos, a regulamentação dos desmanches é uma lei que “vem a pedido da segurança” para reduzir o roubo de veículos. No entanto, a Anrap considera que peças de segurança, como as aplicadas em sistema de freio, direção e suspensão, não podem ser “reparadas”, e sim, remanufaturadas. “As peças devem passar por um processo que é realizado pelo fabricante original do produto que fornece para montadoras e mercado”, contesta. Germano salienta a importância do

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Para o Sincopeças, Lei dos Desmanches precisa de ajustes

processo, já que quando termina a vida útil das peças, elas retornam para a fábrica de origem e são remanufaturadas sob normas e padrões específicos para depois voltarem ao consumo. “Estes itens vêm com garantia de peças novas, pois refazem todos os processos dos produtos novos. Já a peça reparada é recondicionada por um mecânico”, adiciona. O dirigente da Anrap aponta que há um crescimento de 10% ao ano no número de peças remanufaturadas que “são retiradas do meio ambiente e retornam ao mercado”.



ADMINISTRAÇÃO

Período exige atenção por Daisy Machado Os veículos importados e as suas peças de reposição que não possuam similar produzido neste estado, o que será comprovado mediante declaração emitida pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – FIERGS, a partir do dia primeiro de janeiro de 2017, passam a importar com diferimento do pagamento do imposto na importação, referidas no Livro I, Art. 53, II, conforme Apêndice XVII, Item LXXII, Alínea c. Outra questão é o layout do pva da EFD ICMS/IPI, foi alterado para inclusão do Registro E316: obrigações recolhidas ou a recolher - fundo de combate à pobreza e ICMS diferencial de alíquotas, UF origem/destino ec 87/2015, conforme a alteração ocorrida na NFe. Já a situação do bloco K, no estado do RS está com os prazos escalonados, para as indústrias de cnae, iniciado de 10 a 32, com faturamento superior a 300 milhões em janeiro de 2017, e os faturamentos superiores a 78 milhões será em janeiro de 2018, já as demais indústrias e os atacadistas de cnae 462 a 469, será em janeiro de 2019. Devendo ter atenção nos campos dos registros K210, k215, k260, k265, k270, k275 e k280, consultando as regras do Ato Cotepe/ ICMS 07/2016 Outra novidade é que no mês de julho será o novo mês de entrega da ECF do ano base 2015, para as empresas do regime de lucro real, lucro presumido e as imunes e isentas, sendo essas últimas, dispensadas da entrega, no ano base de 2014. Recomendo que leiam o manual e as notas técnicas, pois foi utilizada

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uma linguagem clara, com print de tela, abrangendo a legislação como um compendio. Atenção para quem precisa emitir a MDFe poderá utilizar o aplicativo disponibilizado em www.mdfe-portal.sefaz.rs.gov.br ou fazer a contratação deste serviço. A Receita Federal lança aplicativo APP MEI (Microempreendedor Individual) para smartphones e Tablets, podendo acompanhar a sua situação tributária, gerar DAS, obter informações gerais e também realizar um teste de conhecimentos, disponibilizado na APP Store e Google play. A Receita Federal alterou as regras da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB, de que trata a Lei nº 12.546 de 2011, através da IN 1.642 de 16/05/2016, as empresas optantes pelo Simples Nacional que exercerem, concomitantemente, atividade tributada, na forma do Anexo IV da LC 123/06, e de outro anexo contribuirão à CPRB, somente referente a parcela da receita e as demais parcelas devem ser apuradas no PGDAS. Também lembro a todos os leitores que o eSocial para as empresas com faturamento acima de 78 milhões inicia em 09/2016, as demais empresas será em 01/2017, e esse período está perto, muito perto.

(*) Contadora. Mais informações no site www.planper.com.br



Notícias do mercado que tem a ver com o seu negócio

O que a Europa nos fala sobre o marketing automotivo para os próximos anos Todos sabem que a Europa é, sem dúvidas, uma grande referência para o Brasil na área automotiva por conseguir superar ano após ano a crise de 2008. Analisando o cenário atual pós crise, encontramos na Europa uma nova realidade que sugerem algumas tendências para o mercado automotivo brasileiro nos próximos anos. Veja algumas delas abaixo: Carros mais leves Cada vez mais o tema sustentabilidade está ditando regras na indústria e na área automotiva não é diferente. Hoje já se fala muito sobre os projetos de carros do futuro. Modelos que buscam na sua concepção, por exemplo, a redução no peso dos carros, provocando automaticamente um menor consumo de combustível e menor emissão de gases poluentes. Qual é o impacto disso na indústria? Primeiro: como o processo de fabricação implica em novas tecnologias para controlar esses poluentes, isso demanda uma readequação em oportunidades de empregos e, consequentemente geração de renda. Segundo: um carro mais leve, exige materiais diferenciados como alumínio, aço de alta resistência e plástico reforçado com fibra e carbono, incentivando novos setores da indústria. Ou seja, para um futuro bem sucedido neste cenário da sustentabilidade é fato que as empresas terão que adotar medidas e políticas internas, planejamentos de riscos e oportunidades em toda a cadeia até a produção, se preparando para a evolução tecnológica na área automobilística. Entrada de novas empresas A sustentabilidade como palavra de

ordem, também dita tendências e dá os primeiros sinais no mercado europeu sobre o potencial de veículos elétricos. Estes projetos que pareciam tão distantes da realidade já começam a se tornar realidade e ganham força chamando a atenção de investidores pela diferença que fazem no meio ambiente. E, como já era de se esperar, a tecnologia empregada nestes modelos sugere a entrada de novos players no setor automobilístico. Marcas que estão conectadas com esta tendência são: Google, Yamaha e Apple. Carros com conectividade Já temos a internet chegando na frota brasileira. Mas, isso ainda não é nada diante do que o futuro nos aponta. É fato que a internet vai invadir ainda mais o setor automotivo. Especialistas dizem que até 2024 as redes móveis terão um crescimento em 10x na conexão M2M entre máquinas sem fio, sendo que metade destas conexões estará vinculada à área automotiva. Esse dado aponta ainda uma tendência bônus: compartilhamento de veículos. Devido a essa conexão de redes sem fio, ficará mais fácil encontrar alternativas de veículos que oferecem caronas com-

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partilhadas, algo que aqui no Brasil, vem crescendo consideravelmente. E, vale comentar que esse cenário afeta não apenas a indústria automotiva, mas a indústria de seguros. Em síntese, a internet está conectando até mesmo a indústria. Como muitos dizem, crise é oportunidade. E a crise da Europa parece mesmo ter preparado um novo cenário de oportunidades para toda a indústria ligada ao setor automobilístico. O que isso tem a ver com o Brasil? Empresas que estão antenadas com o movimento do mercado e respondem rapidamente aos desafios que ele traz tem maior chance não apenas de se destacar, como apresentar novas tendências. Um bom exemplo disso é a TAKAO, empresa de peças para motor, que há cinco anos vem conquistando o mercado nacional observando o aplicador brasileiro e suas necessidades bem como o cenário da indústria automobilística no mercado de reposição, trazendo um mix diferenciado de produtos e serviços pós-venda. Em outras palavras, podemos esperar ainda muitas mudanças no mercado automobilístico nos próximos anos. E como a Europa, o Brasil também terá muito para contar. Mas, o empresário brasileiro está pronto para tudo isso? Fica a reflexão.



SUSTENTABILIDADE

Reciclagem de alumínio gera

sustentabilidade na cadeia automotiva

O

alumínio é o primeiro nome lembrado quando o assunto é reciclagem. A reciclabilidade é um dos principais atributos do metal e reforça a vocação de sua indústria para a sustentabilidade em termos econômicos, sociais e ambientais. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o alumínio pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder suas características no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais. O metal pode ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, quanto por sobras do processo produtivo. Vários tipos de peças como os componentes automotivos, podem ser fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos. O tema é amplo e faz parte da abordagem sobre produção, inovação e sustentabilidade na cadeia automotiva, passando também pelo foco em nanotecnologia. Os benefícios promovidos pela redução de peso nos veículos, como eficiência energética, redução de consumo de combustíveis e de emissões atmosféricas são fatores do metal que o inserem, cada vez mais nos equipamentos automotivos. Os veículos ficaram mais pesados ao longo dos anos, com o aumento de componentes de conforto, tecnologia e segurança, exigindo a incorporação de materiais mais leves nos automóveis. Segundo a Novelis, especializada em laminados e reciclagem de alumínio, a utilização cada vez mais frequente do metal em uma ampla variedade de veículos, estruturas e subcomponentes ajuda a oferecer os níveis mais altos de ve-

30 mil carrocerias da F-150 podem ser produzidas com material reciclado locidade e conforto ao mesmo tempo em que maximiza a eficiência e minimiza os custos. Depois de décadas de uso do alumínio para componentes como portas e capôs, as montadoras estão indo agora um passo mais além, introduzindo veículos totalmente de alumínio. As aplicações básicas para o alumínio em carros incluem carrocerias nuas ou carroceria completa do veículo, componentes estruturais, painéis e paredes laterais da carroceria, portas, capôs, porta-malas, acabamento e vedação automotiva. O alumínio tem um conjunto único de características que o tornam particularmente valioso para o segmento automotivo. A baixa densidade significa que o alumínio é leve. Assim, os materiais são fáceis de manusear e os veículos são mais eficientes em termos de combustível. A excelente formabilidade permite que o

38 - Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22

alumínio assuma diversas formas, tendo um papel essencial em vários designs. A aparência atraente do alumínio o torna um recurso interessante para o exterior e o interior de um veículo, criando um aspecto particularmente moderno. A resistência superior é outra qualidade que significa que o alumínio pode resistir a tensões, oferecendo suporte e proteção. Características específicas, como alta condutividade térmica e elétrica, permitem que o alumínio seja utilizado com sucesso em diversas funções especializadas. A possibilidade de reciclagem total significa que peças de alumínio usadas têm o potencial de se tornar novas peças de alumínio, contribuindo com o quociente de sustentabilidade da indústria de transporte. De acordo com levantamento realizado pela Associação Nacional dos Rema-


nufaturadores de Autopeças (Anrap), são recuperadas pelos associados anualmente uma média de 2,6 mil toneladas de matérias-primas, como o alumínio e o ferro. As fabricantes de autopeças destacam que o maior desafio para aumentar esses resultados continua sendo a falta de incentivos para a logística reversa, visto que a devolução da peça usada (casco) ao fabricante original é fundamental para se manter o processo da remanufatura vivo. Ford recilca 9 mil toneladas por mês A Ford divulgou a reciclagem de mais de 9 mil toneladas de sucata de alumínio todos os meses na unidade de estamparia

em Dearborn, nos Estados Unidos, onde produzem peças para a nova picape F-150, veículo líder naquele país. Para medir o significado dessa operação, a quantidade de material reciclado seria suficiente para produzir nada menos que 30 mil carrocerias da picape. As fábricas da Ford em Dearborn e Kansas City (EUA) criaram um painel representativo desse marco. A opção da Ford pelo uso de alumínio de alta resistência em vez de aço na fabricação de novos veículos é a melhor forma de reduzir o consumo de energia e as emissões de carbono, segundo o Oak Ridge National Lab, maior e o mais importante laboratório de ciência e energia dos Estados Unidos. O alumínio reciclado evita 95% das emissões de gases de efeito estufa associa-

das com a produção de alumínio primário. O processo reduz significativamente o consumo de energia e água, outra razão pela qual a Ford F-150 conquistou o título de picape grande mais “verde” do mercado norte-americano – considerando as emissões de carbono durante todo o ciclo de vida – pelo instituto especializado Automotive Science Group. A Ford F-150 é a única caminhonete no mundo a ter carroceria em liga de alumínio de nível militar, aliada a um chassi de aço de alta resistência, que torna o veículo 300 quilos mais leve em relação aos modelos convencionais. Essa redução de peso permite uma capacidade adicional de 240 kg de carga e também dá à linha, os melhores índices de economia de combustível da categoria.


CONSUMO

Todas as montadoras aderem ao

programa de etiquetagem

T

odas as montadoras e importadoras que operam no país aderiram ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que chega ao oitavo ciclo com participação recorde desde a sua criação e 90 % dos veículos comercializados no mercado brasileiro trarão a informação de eficiência de consumo e emissão de gases, tanto poluentes quanto de efeito estufa (CO2). A regra já atinge 795 modelos e versões. Ao longo do primeiro semestre do ano, outros 131 modelos e versões serão incluídos, fechando 2016 com 926 veí-

culos enquadrados no programa. O lançamento do 8º ciclo do PBEV foi apresentado em Brasília pelo presidente do Inmetro, Luís Fernando Panelli Cesar, e o ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Furlan, no final de abril. O evento contou com a presença de representantes da indústria automotiva. Este ano, a principal novidade é que a classificação da emissão de gases poluentes passa a ser exibida também por meio de letras, como já ocorre com a avaliação do consumo e a eficiência do veículo em quilômetro por litro de combustível, o que facilita o entendimento do consumidor. Outra inovação é a entrada dos veíDivulgação

Lançamento do PBEV foi apresentado pelo presidente do Inmetro 40 - Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22

culos leves a diesel (picape, SUV e fora de estrada), etiquetados a partir do dia 1º de maio, e a inclusão de duas novas categorias: as picapes e os microcompactos (veículos com até 6 metros de comprimento). Ao total, 14 categorias compõem o PBEV: microcompacto, subcompacto, compacto, médio, grande, esportivo, utilitário esportivo compacto, utilitário esportivo grande, extragrande, comercial leve, minivan, fora de estrada grande, picape e carga derivado de veículo de passageiro. “Na hora de escolher o seu carro, o consumidor encontrará de forma mais clara as informações de eficiência energética, que vão impactar no consumo em toda a sua vida útil, e poderá escolher o modelo menos poluente e mais econômico. O objetivo é estimular que o cidadão procure a etiqueta para comparar veículos de uma mesma categoria, auxiliando-o a tomar uma decisão de compra consciente”, explica o diretor de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Alfredo Carlos Orphão Lobo. Automóveis que forem mais eficientes e obtiverem as melhores classificações em sua categoria e também no ranking geral serão contemplados adicionalmente com o Selo Conpet de Eficiência Energética, concedido pela Petrobras, parceira do Inmetro no PBEV. A tabela do programa, com a lista de todos os modelos e respectivas classificações, está disponível no site do Inmetro. A consulta também pode ser feita de forma interativa na página do Conpet, (www.conpet.gov.br/consultacarros) ou por meio de aplicativo para smartphones Android ou IOS (por meio de QR Code na etiqueta) com o título Etiquetagem



CONSUMO

Veicular, que ajudará o consumidor a escolher os veículos mais eficientes comparativamente. Emissões de gases Desde 2008, quando o PBEV teve início de forma voluntária, com apenas cinco montadoras e 54 modelos inscritos, os veículos são avaliados e recebem etiqueta com faixas coloridas de “A” (mais eficiente) até “E” (menos eficiente). Para se ter uma ideia do que isso representa, um carro compacto classificado como “A”, que é um dos segmentos mais comercializados no Brasil, faz em média 12,98 km com um litro de gasolina na cidade e 15,08 na estrada, contra 8,28 km/l e 10,79 km/l respectivamente para um compacto classificado como “E”. Num percurso diário de

40 km, quem opta por um veículo classe “A” pode ter uma economia superior a R$ 1.800,00 no período de um ano. Em cinco anos, o valor fica superior a R$ 9.000,00, o que representa de 22% a 30% do valor do próprio veículo. A partir de 2016, os automóveis terão também informações de emissões de CO² (gás de efeito estufa) de origem fóssil, não renovável e de gases poluentes (hidrocarbonetos, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio) do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) do Ibama. Em 2012, a adesão ao PBEV foi definida como um dos requisitos para habilitação ao Programa de Incentivo à Inova-

ção Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto). Hoje, a meta de 64% exigida no Inovar-Auto foi superada, com 90% dos veículos participantes do programa. “Esse resultado demonstra o alcance dos objetivos de melhoria de eficiência energética dos veículos comercializados no Brasil, buscada pelo Programa InovarAuto”, avalia o secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Carlos Gadelha. Até 2017, de acordo com o InovarAuto, 100% dos veículos declarados deverão ter a etiqueta em seus vidros.



Tocha Olímpica em terras brasileiras

JAC Motors trará jipinho compacto T3 para o Brasil Enquanto ainda negocia o futuro de sua fábrica de Camaçari, na Bahia, a montadora chinesa JAC Motors acelera o projeto de trazer para o nosso mercado o jipinho compacto T3. O modelo T3 acaba de ser lançado no Uruguai, importado da China pelo preço de 18 mil dólares, algo em torno de 62 mil reais. De estilo aventureiro, o crossover da JAC tem o porte semelhante ao Renault Sandero, medindo 4 metros e 13 centímetros de comprimento e porta-malas com capacidade para 450 litros de bagagens. Mecanicamente, o JAC T3 utiliza o conhecido motor 1.5 litro, à gasolina com 112 cv de potência e o câmbio é o manual de cinco marchas. Entre os equipamentos estão a direção com assistência elétrica, duplo airbag, controle de estabilidade e sensores de estacionamento traseiro.

Os brasileiros que estão acompanhando o giro da Tocha Olímpica por mais de 300 cidades brasileiras, também podem conferir o próximo lançamento da marca japonesa Nissan nas ruas nacionais, o crossover Nissan Kicks. Veículo oficial das Olimpíadas do Rio de Janeiro em agosto e setembro, o Kicks

é um jipinho compacto que chega para brigar no segmento que tem atrações como: Ford EcoSport, Honda HR-V e Jeep Renegade. O modelo chega inicialmente importado do México e a partir do segundo semestre será produzido na fábrica brasileira da Nissan, no Rio de Janeiro. Com preço estimado na faixa dos 70 a 80 mil reais, o Kicks tem motor 1.6 de 114 cv de potência e câmbio automático CVT. Segundo o Inmetro, o Nissan Kicks está entre os SUVs mais econômicos do país, fazendo médias de consumo de 13,7 km/l.

Nürburgring tem novo proprietário O magnata russo Viktor Kharitonin adquiriu 99% de participação no controle do famoso autódromo alemão de Nürburgring, numa negociação próxima dos 300 milhões de reais. O 1% restante continua nas mãos da Getspeed, empresa do ramo de competições e com instalações nas imediações do autódromo. O novo dono deve garantir um futuro mais seguro para Nürburgring, após seu destino ser colocado em dúvida por causa de problemas financeiros da antiga proprietária, a Capricorn. A expectativa é que com o dinheiro russo, ocorra investimento, modernização e melhorias na segurança de Nürburgring e que assim, o tradicional autódromo alemão volte a sediar corridas da Fórmula 1.

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Zotye está chegando ao Brasil Mais uma marca chinesa anuncia projeto para instalação de uma fábrica de automóveis no Brasil, a Zotye. A marca que, inicialmente negociava com o estado do Espírito Santo, acabou escolhendo a cidade de Goianésia, em Góias para receber sua futura fábrica. Com início de produção confirmado para 2018, a unidade ocupará uma área de 200.000 m². A nova fábrica terá capacidade para produzir 20.000 unidades/ano e irá gerar cerca de 1.000 empregos e um investimento estimado

de 150 milhões de reais. Antes da produção nacional, a Zotye iniciará a importação das primeiras unidades do modelo Z100, nas versões de motor gasolina ou ainda a possibilidade de uma versão 100% elétrico. No futuro, também está prevista a chegada de novos modelos, como: os SUV T600 e T500 e o carro elétrico E200.

Audi começa as vendas do SUV Q3 A Audi iniciou as vendas da versão nacional do SUV Q3, montado em São José dos Pinhais (PR) e disponível em duas versões, ambas equipadas com o motor 1.4 turbo, à gasolina com 150 cv de potência e câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas. Na versão de

entrada, o preço começa a partir de 142 mil reais. O modelo topo de linha com propulsor 2.0, turbinado de 220 cv e tração integral chega no segundo semestre. Todas as versões trazem de série freio de estacionamento elétrico, bancos de couro, computador de bordo, sensores de luz e chuva, ajuste elétrico do banco do motorista, sistema de som com Bluetooth, ar-condicionado, assistente de partida em rampas e faróis de xenônio com luzes de condução diurna de LEDs.

BMW desenvolve produto para as Olimpíadas Um produto desenvolvido pela alemã BMW estará nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Não é nenhum automóvel de alto luxo, mas sim uma cadeira de rodas de competição. Projetada pelo estúdio BMW Design, a cadeira é construída com fibra de carbono e pensada para entregar eficiência aerodinâmica. Por meio de uma parceria com o Comitê Olímpico dos Estados Unidos, o protótipo será finalizado por membros da equipe paralímpica norte-americana, a tempo de ser utilizado em provas de velocidade nos Jogos do Rio de Janeiro. Lembrando que as competições paralímpicas serão realizadas de 7 a 18 de setembro. A cadeira de rodas da BMW foi desenvolvida com a colaboração do piloto Alessandro Zanardi. O italiano Zanardi teve as pernas amputadas, após grave acidente automobilístico em 2001 e hoje divide a carreira de piloto com a de paraciclista e vai competir no Rio por seu país natal, a Itália.

Cadeira é construída com fibra de carbono

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H

á 47 anos a Ford apresentava nos Estados Unidos o Maverick. Em uma fria tarde de 17 de abril de 1969 o cupê de estilo “invocado” e equipado com motor dianteiro e tração traseira era exibido ao público norte-americano. Nascia ali uma lenda, que chegou ao Brasil no Salão do Automóvel de 1972. As vendas, porém, só começaram em junho do ano seguinte. Na edição de julho de 1973, uma revista brasileira especializada na área automotiva dedicou a capa e mais seis páginas ao primeiro teste completo do Maverick nacional. A reportagem levou ao extremo a versão Super Luxo com motor 3.0 de seis cilindros e 112 cv. “É um carro gostoso de dirigir, cujo motor tem boa elasticidade e silencioso”, dizia a avaliação. “Não é um carro para desempenho esportivo, pois suas acelerações não são de molde a entusiasmo.” No teste, o Maverick alcançou 150,86 km/h de velocidade máxima e acelerou de zero a 100 km/h em 19,4 segundos. Seu consumo médio na cidade foi de 6,3 quilômetros com um litro de gasolina. “É um carro que vai fazer sucesso, pois tem linhas agradáveis e pode transportar até seis pessoas”, previa a reportagem. Mas a previsão não foi confirmada. O Maverick não foi um sucesso de vendas no Brasil. O maior responsável: a crise do petróleo na década de 70 que afastou compradores de carros beberrões. Até o fim de sua produção no país, em abril de 1979, foram vendidas 108.106 unidades (10.573 do GT, 85.654 dos demais cupês e 11.879 do quatro portas). No ano de seu lançamento, em 1973, o Maverick era negociado a partir de 30.558 cruzeiros. O carro mais popular

Fotos: Arquivo/Ford

da época, o VW Fusca 1300, tinha preço de 16.756 cruzeiros. Também nos EUA a história do Maverick foi curta: exatos oito anos. Feito sobre a plataforma do Falcon, o Maverick, que significa inovador, contrário às tradições, foi equipado com motor de seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco e duas opções de cilindrada: 2.8 de 82 cv e 17,8 kgfm e 3.3 de 91 cv e 21,3 kgfm. Já em 1970, a Ford passava a oferecer uma versão mais forte – a 4.1 com 98 cv e 25,3 kgfm de torque. Todas as opções podiam vir com transmissão manual ou automática de três marchas. Para atrair o consumidor norte-americano, a fabricante passou a oferecer ar-condicionado e direção assistida como itens opcionais na linha 1971. Deu certo. Em 1973, o fraco motor 2.8 deixava de ser produzido. No mesmo ano, o Maverick passou pela primeira cirurgia estética. Recebeu um enorme parachoque dianteiro criticado por muitos por destoar do desenho do carro. Mesmo com a crise do petróleo fazendo es-

Em uma fria tarde de 17 de abril de 1969 o cupê “invocado” e equipado com motor dianteiro e tração traseira era exibido ao público norte-americano. Nascia ali uma lenda, que chegou ao Brasil em 1972 no Salão do Automóvel

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trago nas vendas, nos EUA as vendas só começaram a definhar em 1975 quando surgiu o Ford Granada, seu substituto. Com o sucesso do Granada, o Maverick saiu de linha nos EUA em 1977 com 2,5 milhões de unidades vendidas. Três versões No Brasil, do início dos anos 70, a Ford buscava um carro para enfrentar o Chevrolet Opala e ocupar a lacuna entre o popular Corcel e o topo de linha Galaxie. O escolhido foi o Maverick, especialmente por um motivo: a Ford poderia aproveitar diversos componentes do Aero Willys. De início, o Maverick era oferecido apenas na opção cupê e três versões (Luxo, Super Luxo e GT). Essa última tinha câmbio de quatro marchas e alavanca no assoalho. Para muitos, o motor 3.0 não acompanhava as linhas esportivas do Maverick. Era pouca força e potência (22,6 kgfm e 112 cv) para muito peso (1.340 kg). A boa notícia para essa turma surgiu na versão GT com motor V8 5.0 – usado no Maverick americano. Desenvolvia 197 cv e 39,5 kgfm de torque. E, segundo a Ford, acelerava de zero a 100 km/h em 11 segundos.

Para reverter a ideia de carro lento e beberrão, a Ford substituiu o motor 3.0 por um outro 2.3 de 99 cv e 16,9 kgfm. Moderno, esse motor vinha com comando de válvulas no cabeçote e tinha desempenho superior ao do veterano 3.0. Acelerava de zero a 100 km/h em 17 segundos. E o melhor: consumia menos. Em 1978 a Ford lançava o Corcel II. Era o começo do fim do Maverick. Mais leve e disponível com motor 1.6 e câmbio de cinco marchas, o Corcel II caiu no gosto do brasileiro e, aos poucos, roubou o público do Maverick. A Ford ainda pensou em fazer uma grande reformulação no desenho do modelo, mas desistiu. A última unidade do Maverick saiu de linha em abril de 1979. E com ele uma legião de fãs por todo o país. Para jovens casais Ao fim dos anos 60, a Ford norteamericana buscava um veículo compacto, barato e econômico - pelo menos para os padrões do país - que pudesse fazer frente à crescente concorrência dos carros europeus e japoneses. O modelo compacto que a fábrica tinha até então, o Falcon, não era tão compacto assim e já estava obso-

De início, o Maverick era oferecido apenas na opção cupê 48 - Revista da Asdap l Maio/Junho 2016 l Ano 4 l Número 22

leto, ainda mais depois que a própria fábrica lançou o moderno e bem-sucedido Mustang em 1964. O Maverick foi lançado por 1.995 dólares, com 15 cores disponíveis. A Ford o anunciou como o veículo ideal para jovens casais, ou como segundo carro da casa. O estilo foi claramente copiado do Mustang, mas suavizado. O sucesso foi imediato e logo no primeiro ano foram vendidas 579 mil unidades, uma marca melhor do que a do próprio Mustang. Logo vieram outras versões, com apelo esportivo ou de luxo e motorizações diferentes, como os Maverick Sprint e Grabber. Em 1971, outra marca do grupo Ford, a Mercury, lançou o Comet, que basicamente era o mesmo Maverick com grade e capô diferentes. Os dois modelos fizeram sucesso mesmo depois do estouro da crise do petróleo, em 1973, apesar de neste período ter ficado evidente a necessidade de carros ainda mais compactos. Os dois modelos foram produzidos com poucas modificações. Carro com estilo Em 1968, a Ford, que tinha operações ainda pequenas no Brasil, adquiriu o controle acionário da fábrica da Willys Overland no país. A Ford logo finalizou o projeto que a Willys vinha fazendo em parceria com a fábrica francesa Renault para substituir o Dauphine e lançou o bem-sucedido Corcel. Além do novo compacto, foram mantidos em fabricação os modelos já existentes Aero Willys 2600 e sua versão de luxo Itamaraty. Porém, os modelos da Willys, que haviam sido remodelados em 1962 mas ainda eram originários do pós-guerra, já estavam bastante defasados no início da década de 70. O Galaxie já vinha sendo fabricado desde 1967 mas era demasiadamente luxuoso e caro, com acessórios como direção hidráulica, ar-condicionado e câmbio automático. E a General


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Motors do Brasil, com a marca Chevrolet, lançou em 1968 o Opala, baseado no modelo europeu Opel Rekord e no modelo americano Chevy impala. A Ford, então, precisava de um carro com estilo e, para os padrões brasileiros, de médiogrande porte. A fábrica fez um evento secreto com 1.300 consumidores em que diferentes veículos foram apresentados sem distintivos e logomarcas que permitissem a identificação. Entre eles, estavam o modelo da Ford alemã Taunus, o Cortina da Ford inglesa, o Maverick e até mesmo

um Chevrolet Opala. Essa pesquisa de opinião indicou o moderno Taunus como o carro favorito dos consumidores brasileiros para aquele momento. Mas a produção do Taunus no Brasil se mostrou financeiramente inviável, especialmente pela tecnologia da suspensão traseira independente e pelo motor pequeno e muito moderno para a época. Preocupada em não perder mais tempo, com o Salão do Automóvel de São Paulo se aproximando, a Ford preferiu o Maverick, que, por ter originalmente motor de seis cilindros, tinha espaço suficiente no

capô para abrigar o motor já fabricado para os modelos Willys, e a sua suspensão traseira de molas semi-elípticas era simples e já disponível. Apesar do motor Willys ter sido concebido originalmente na década de 30, esse foi o meio que a Ford encontrou para economizar em torno de 70 milhões de dólares em investimentos para a produção do Taunus. Esse procedimento, que mais tarde chegaria ao conhecimento público, acabou manchando a imagem do Maverick antes mesmo do seu lançamento.

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Um motor que deu trabalho O velho motor Willys de seis cilindros ainda era grande demais para o capô do Maverick, e por isso a Ford precisou fazer um redesenho do coletor de exaustão, e nos testes isso causou constantemente a queima da junta do cabeçote. Para amenizar o problema, foi criada uma galeria externa de refrigeração específica para o cilindro mais distante da frente, com uma mangueira específica só para ele. A primeira modificação no motor 184 (3 litros), como era conhecido na Engenharia de Produtos da Ford, foi a redução da taxa de compressão para 7,7:1. Esse motor, que em pouco tempo se tornou o maior vilão da história do Maverick no Brasil, seria o básico da linha, pois a fábrica já previa o lançamento do modelo com o famoso motor 302 V8, importado do Canadá, como opcional. Dados coletados pelos jornalistas informavam que a Ford gastou 18 meses e 3 milhões de cruzeiros em engenharia, e mais 12 milhões de cruzeiros em manufatura, para modernizar o velho motor 184. A Ford organizou uma pré-apresentação do Maverick com o motor 184 a cerca de 40 jornalistas no dia 14 de maio de 1973 no prédio do seu Centro de Pesquisas. No dia seguinte à apresentação, o Jornal da Tarde de São Paulo publicou uma reportagem intitulada “O Primeiro Passeio no Maverick”. Depois de o veículo ser dirigido na pista de teste da Ford, em São Bernardo do Campo, os comentários foram de que o carro era silencioso, confortável e ágil. Do primeiro modelo à Fase 2 O primeiro Maverick nacional de produção deixou a linha de montagem em 4 de junho de 1973. O que seguiu foi uma das maiores campanhas de mar-

Carro apresentava inicialmente as versões Super, Super Luxo e GT

keting da indústria automobilística nacional, contando inclusive com filmagens nos Andes e na Bolívia. A apresentação oficial à imprensa ocorreu no dia 20 de junho de 1973, no Rio de Janeiro. Como parte da campanha de publicidade do novo carro, o primeiro exemplar foi sorteado. No Autódromo Internacional do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, foi realizado um test drive, onde os jornalistas convidados puderam dirigir nove Mavericks, seis deles com motor de 6 cilindros e três com o V8 302. O carro apresentava inicialmente três versões: Super (modelo standard), Super Luxo (SL) e o GT. Os Super e Super Luxo apresentavam-se tanto na opção sedã (quatro portas) quanto cupê (duas portas), sendo sua motorização seis cilindros em linha ou, opcionalmente, V8, todos com opção de câmbio manual de quatro marchas no assoalho ou automático de três marchas na coluna de direção. Já o Maverick GT era o topo de linha, com produção limitada, e equipado com motor de 8 cilindros em V, potência de 195 cv (potência bruta, 135

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cv líquido), e 4.950 cm3 de cilindrada, oferecido somente com câmbio manual. Porém, pouco potente e com consumo injustificavelmente elevado, o motor de seis cilindros deu ao Maverick a fama de beberrão que muito pesou nos anos da crise do petróleo. Em 1976 ele foi abandonado e substituído por um motor de 2,3 litros e quatro cilindros, mais potente, bem mais econômico e moderno, com comando de válvulas no cabeçote e correia dentada, que deu ao veículo um desempenho mais satisfatório. No final de 1976, já como modelo 77 foi apresentada a denominada Fase 2 do Maverick. Além de algumas alterações estéticas como novo interior, grade dianteira e novas lanternas traseiras, também trazia algumas melhorias mecânicas como sistema de freios mais eficiente, eixo traseiro com bitola mais larga e suspensão revista para o uso de pneus radiais. Nesta fase foi introduzida a versão LDO (Luxuosa Decoração Opcional) e o modelo GT passou a ser oferecido com o econômico motor 2.3 OHC de série, tendo o 302-V8 se


Julio Junior

tornado opcional. Com a produção encerrada em 1979, após 108.106 unidades produzidas, o Maverick é na atualidade um objeto de desejo dos admiradores de carros antigos nacionais, em especial o com motor V8. Um modelo GT bem conservado e com as características originais pode ultrapassar o valor de R$ 40.000,00. Sucesso em competições Os Maverick equipados com o potente motor V8 fizeram grande sucesso nas pistas brasileiras, reinando de 1973 a 1977 em praticamente todas as provas das quais participou, como o Campeonato Brasileiro de Turismo, as provas de Endurance e a antiga Divisão 3. Alguns Maverick receberam extensas modificações, como por exemplo o modelo construído pela Ford especialmente para a Divisão 3, por intermédio do preparador Luiz Antonio Greco. O motor recebeu, entre outros itens, cabeçotes de alumínio Gurney-Weslake, iguais aos usados no lendário Ford GT40, comando de válvulas especial e 4 carburadores de corpo duplo Weber 48 IDA. Segundo relatos, com esta modificação o motor atingiu a potência de 450cv líquidos, cerca de 3 vezes a potência original. Grandes pilotos tiveram o Maverick sob seu comando nas disputas de automobilismo, como José Carlos Pace, Bob Sharp, Edgar Mello Filho e Paulo Gomes, o “Paulão”, e o argentino Luís Ruben Di Palma. A partir dos anos 90, devido à maior facilidade de importação no Brasil, muitos proprietários equiparam seus Maverick com peças para alta performance de origem norte-americana, o que fez o carro ser largamente usado em provas de arrancada que se multiplicaram no país. Neste tipo de prova os Maverick têm logrado grande sucesso, sempre arrancando vibração do público com o ronco característico de seu potente motor.

Alexandre Sharin: “Admiro o design do carro e o som do V8”

Uma história que vem de família O chef de cozinha e restauranter, Alexandre Sharin, de Porto Alegre, sempre foi fascinado pelo estilo fastback e por específicos carros da década de 70. “Quando criança, meu pai tinha dois Mavericks. Foram boas lembranças. Inclusive o 6 cilindros puxava um trailer nas férias da família”, especifica. Sharin adquiriu um Maverick em 2010. Era um modelo GT, motorização V8, ano 1976. Segundo o chef de cozinha, o carro recebeu algumas modificações, mas manteve as características originais do veículo. “O motor foi totalmente refeito com peças importadas de performance e a parte mecânica foi completamente restaurada, bem como a lataria e pintura. Foi um longo processo que dura até hoje. Como minha ideia é usar o carro diariamente, como o faço, incluí alguns itens de conforto como ar-condicionado e direção hidráulica”, cita. Sharin se diz “super satisfeito” com o automóvel ao qual doa seu tempo e dedicação. “Lá em casa é tratado como se fosse um membro da família. Admiro o design do carro e o som do V8”, destaca. “O mais interessante é escutar as histórias e ver a emoção das pessoas ao ver o carro”, salienta. O profissional da gastronomia é um dos fundadores do Clube do Maverick do Rio Grande do Sul. “Para você ter uma ideia da legião de fãs do carro, em nossa comunidade no Facebook já são mais de 10 mil participantes”, evidencia.

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AUTOMOBILISMO

Bia Figueiredo,

P

pioneirismo feminino nas pistas de velocidade

rimeira brasileira a correr na Fórmula Indy, Ana Beatriz Figueiredo, com 31 anos, é também a primeira mulher do mundo a vencer na Firestone Indy Lights, a única a vencer na Fórmula Renault, a marcar uma pole position na Fórmula 3 e a conquistar o Desafio das Estrelas. Em entrevista à revista Asdap, Bia Figueiredo conta como aconteceu essa escolha pelas pistas de velocidade, suas principais dificuldades e satisfações em uma carreira marcada pelo pioneirismo. “Essa paixão nasceu em mim, exclusivamente. Ninguém da minha família era envolvido com automobilismo. Tive sorte de ter uma família que me apoiasse em um esporte tão predominantemente masculino. É um esporte diferenciado, que você tem que controlar uma máquina que pode chegar a quase 400 km/h, deve ter um controle mental gigante e deve gostar de desafiar o tempo”, explica. Bia diz que teve que enfrentar muitos desafios em toda a sua trajetória, mas que hoje em dia, são bem menores. “No começo era complicado, perdi boas vitórias e campeonatos, pois os meninos dificultavam ao máximo. Era inaceitável para eles e para os pais, que os seus filhos perdessem para uma mulher. Porém, isso me fortaleceu e aprendi a revidar, na pista, claro”, comenta a piloto. Ela conta sobre a emoção de ser a primeira brasileira a correr na Fórmula Indy. “Sempre sonhei em pilotar um carro de uma categoria top do automobilismo

Rafael Gagliano

“Temos mulheres competindo em categorias de base no automobilismo” mundial. Consegui alcançar isso na Fórmula Indy, ou seja, missão cumprida. Agora, o objetivo é vencer a Stock Car”, indica Bia. Quanto ao título de ser a primeira mulher do mundo a vencer na Firestone Indy Lights, a competidora descreve o “gostinho” especial dessa conquista. “Essa vitória talvez tenha sido a principal da minha carreira, primeiro por ter quebrado um recorde, e segundo por ter sido internacional. O mundo está mudando e acredito que isso também vá mudar. Hoje, temos mulheres competindo em categorias de base no automobilismo. Torço muito por elas, peço que foquem 100% no automobilismo e não desistam nunca. Falar sobre

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este tema, já é um incentivo”, observa. O fato de ser a única mulher a vencer na Fórmula Renault marcou também o seu perfil profissional, assim como ser a única a conquistar uma pole position na Fórmula 3, além de ser a única a disputar e a vencer o Desafio das Estrelas, um torneio anual de kart organizado pelo piloto Felipe Massa. Todas essas vitórias carregam um sucesso diferenciado e Bia tem o prazer do reconhecimento e a receptividade do público e dos colegas. “Tenho muito orgulho da minha história e estou trabalhando para que outras conquistas aconteçam. Gosto de pensar que posso inspirar outras pessoas. Isso acontece porque estou fazendo algo cer-


AUTOMOBILISMO

to. Acho legal quando as crianças vêm pedir autógrafo, me perguntar com quantos anos comecei no kart e ouvir que querem seguir meus passos. Isso é gratificante”, salienta. “Sobre a opinião dos outros pilotos, hoje, na Stock Car, me sinto muito respeitada, ou seja, lidam comigo como um piloto, independente do gênero.” Bia é também a primeira brasileira a conquistar um lugar no grid e a disputar as 500 Milhas de Indianápolis. Com tantas categorias disputadas no currículo, ela acredita ser uma competidora versátil e que trabalha de forma intensa. “Tenho uma carreira bem diversificada, com bons resultados e títulos. E não desisto nunca.” Ela complementa apontando o que deveria mudar nos boxes e nas pistas: “Acredito que o principal desafio seja obter parceiros suficientes para ter

uma estrutura vencedora, na Stock Car. O Automobilismo é o esporte mais caro que existe”, diz Bia. “Foi criada recentemente a ABPA (Associação Brasileira dos Pilotos de Automobilismo), que trabalhará ao lado da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) para cobrar melhorias no nosso esporte, tanto na parte de estrutura, quanto na segurança e organização”, reforça. Em relação à Stock Car, a competidora analisa a sua performance nesse ano e o que espera da competição. “Sempre me falavam que os pilotos que vêm da Fórmula, sofrem para se adaptar à Stock Car. Não imaginava que seria tão difícil. Mas neste ano, o meu terceiro na categoria, estou muito mais adaptada e confiante, tenho um bom equipamento para brigar por ótimos resultados”, considera.

Em relação aos projetos e ao seu amor pelas corridas, Bia ressalta que atualmente seu foco é 100% na Stock Car. “Sempre avalio oportunidades internacionais. Para o futuro, penso em trabalhar com algo ligado ao esporte ou automobilismo. Competição é a minha paixão”, frisa. A profissional das pistas também realiza palestras sobre o ambiente de competitividade. “As palestras estão muito relacionadas às quebras de barreiras que enfrentei em um esporte tão masculino, além de todo o trabalho de equipe e detalhes que contribuem para um piloto conseguir chegar ao topo. O ambiente é extremamente competitivo e depende de vários fatores para chegar onde deseja. Por isso, vale muito a pena me contratar para palestrar aos funcionários da sua empresa”, conclui a piloto.


Periscópio

Perfect: site reformulado e bandejas exclusivas

Dayco lança kits com bomba d’água A Dayco, fornecedora de sistemas de transmissão para as indústrias automotivas e mercado de reposição, tem nova linha de kits com bomba d’água para toda a América do Sul. Inicialmente, serão lançados 17 itens que atenderão grande parte da frota circulante no Brasil. “Estamos otimistas com o lançamento da linha, em virtude da mudança no hábito de troca das peças, visto que a substituição de todos os itens do kit torna-se mais vantajosa tanto economicamente quanto na garantia da qualidade dos produtos do mesmo fabricante para o serviço executado”, salientou Silvio Alencar, dire-

tor comercial para a América do Sul. Segundo Pedro Luiz Scopino, proprietário da Auto Mecânica Scopino, é muito importante que o cliente final opte por fazer a troca da bomba d’água junto com as correias e os tensores. “Além disso, o mecânico valoriza a sua mão de obra, oferecendo maior confiabilidade e segurança ao seu cliente”, afirma. “Principalmente nos motores em que a bomba d’água é acionada pela correia sincronizadora, já peguei problemas onde a bomba danificada acabou comprometendo todo o conjunto”, diz César Samos da Mecânica do Gato.

Magneti Mareli tem nova linha térmica A unidade Aftermarket, da Magneti Marelli anunciou o lançamento de novos códigos de bomba d’água premium, radiador e bobina de ignição. Os componentes da linha térmica são destinados aos veículos Ford Focus e Volkswagen Fox Bluemotion, Amarok, Gol Rally, Saveiro Cross, Space Fox e Voyage Evidence. A bobina de ignição aplica-se aos modelos Cruze e Sonic, da GM. Os lançamentos complementam o catálogo da linha que também oferece condensadores, compressores, evaporadores, termointerruptores e válvulas termostáti-

cas. A marca conta com uma série de outros produtos para o mercado de reposição, além das bobinas de ignição e da linha térmica. São bicos injetores, cabos de vela, bombas de combustível, baterias (linhas leve, pesada e moto), alternadores, relés, componentes para câmbio automatizado Free Choice, componentes para carburadores, filtros, correias, bombas de óleo, faróis, lanternas, espelhos retrovisores e equipamentos de diagnose (veículos leves, pesados e moto), estações para manutenção de arcondicionado e analisadores de gás.

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O site da Perfect foi totalmente reformulado e está cheio de novidades! Além de um novo projeto gráfico, mais moderno e dinâmico, as informações e acessos foram reorganizados. O objetivo da revitalização foi tornar o site mais atraente e fácil de navegar, além de contribuir para a atualização e produção de conteúdos para distribuidores, varejistas, mecânicos e proprietários de carros. A bandeja Perfect, uma das apostas da marca para 2016, somase a 601 itens de 24 montadoras, produzidas pela empresa. Possuem aço forjado, são completas, com e sem pivô e destacam-se na linha de suspensão, que conta também com amortecedores, bieletas, buchas, coxins e pivôs. Atualmente, está em segundo lugar no ranking de vendas Perfect, somando 22% do faturamento da empresa, o que se deve também aos lançamentos. Os números impressionam: só neste ano, foram mais 130 itens novos no mercado, alguns deles exclusivos como as bandejas para os modelos Etios, HB20 e Veloster.




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