Revista Asdap Ed. 21 Mar_Abr 2016

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Vem aí o 3º Painel Asdap! É grande a nossa expectativa em relação à 3ª edição do Painel Asdap, que acontece agora em maio. Reunimos ainda mais conteúdos, dados e informações e profissionais renomados para enriquecer os debates sobre o mercado de reposição e serviços automotivos. Esperamos atrair cerca de 200 participantes para esse encontro que já se consolidou no calendário de eventos do setor. Um dos painelistas inclusive é o nosso entrevistado desta edição. Conversamos com o presidente da Affinia Automotiva, Jorge Schertel, um profissional que sempre se dedicou ao setor automotivo, com foco no mercado de aftermaket brasileiro. Ele conta sobre a sua trajetória profissional e fala de desafios, cenário econômico, inovação e investimentos em desenvolvimento. Carros autônomos e conectados. A nossa matéria de capa é sobre tecnologias de mobilidade e comunicação. Vale a pena conferir o que é tendência e a série de produtos evoluídos, funcionais e seguros que chegam ao mercado para transformar a comunicação e os hábitos das pessoas ao volante. Outro tema de destaque é o momento certo de realizar as manutenções preventivas, preditivas e corretivas do automóvel. Embora muitos motoristas não saibam, existem diferentes tipos de manutenção e períodos específicos para cada uma delas. Importante estar atento a essas questões para manter as boas condições do veículo, pois isso está diretamente relacionado à segurança de todos no trânsito.

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A resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que torna obrigatória a instalação do Sistema de Controle de Estabilidade (ESC) nos veículos que saem de fábrica, válida a partir de 2022 para carros nacionais e de 2020 para os importados, também é matéria desta edição. Em Retrovisor, a história da moto CBX 750F, ou Sete Galo, como ficou conhecida no Brasil, fabricada e comercializada pela Honda com inspiração nos modelos esportivos. Boa leitura para todos e nos vemos no 3º Painel Asdap!

Henrique Steffen Presidente

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Diretoria Executiva Henrique Steffen Presidente (presidencia@asdap.org) Rogério Mendes Colla Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org) Flávio Telmo Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org) Ricardo Krolikowski Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org) Conselheiros Celso Zimmermann, e Fernando Bohrer Suplentes Marcelo Zambonin e Silvio Cohn Assessor de Imprensa Cristina Rispoli d’Azevedo, R & A Comunicação Associação Sul-brasileira dos Distribuidores de Autopeças (ASDAP) Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: revista@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034 Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati, Silvio Cohn e Thiago Alves

A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor. Editor: Claudio Fontoura Reportagem: Rosangela Groff Diagramação: Carlos Rema Revisão: Daniele Alves Inácio Ilustração de Capa: Freepik.com Impressão: Gráfica e Editora Palotti Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.



ENTREVISTA

Soluções dinâmicas e preparadas para as mudanças

É

preciso estar sempre à frente para poder acompanhar a evolução da indústria automobilística e atender a demanda na velocidade que o mercado exige. Entretanto, nos dias de hoje, ter o produto certo já não é o suficiente. Precisamos ir além, oferecer na hora certa e no local certo.” É dessa forma que pensa o presidente da Affinia, Jorge Schertel, um profissional que sempre se dedicou ao setor automotivo, com foco no mercado de aftermaket brasileiro. Com uma carreira de mais de 40 anos, ele respondeu por diversas funções no segmento e conquistou experiência, além de sucesso na reposição. Schertel iniciou a carreira na Dana Albarus, em Porto Alegre, onde atuou em várias áreas. Formado em Administração de Empresas, no início teve exposição nos setores administrativo e financeiro, em que chegou ao cargo de controller da empresa. “Também tive a oportunidade de residir no exterior, passando por várias divisões da Dana, o que me proporcionou experiência internacional e que foi muito útil no desenvolvimento da carreira”, relata. Em 1985, foi transferido para São Paulo, onde atuou na Distribuidora Pellegrino, chegando à posição de diretor comercial e vice-presidente de

operações. Segundo o administrador, a Pellegrino foi muito importante para seu aprendizado sobre reposição. “Em 1992, voltei para a Dana como diretor de distribuição do Brasil e, oito anos depois, assumi a gerência-geral e vicepresidência do Aftermarket”, destaca. Em 2004, quando a Affinia adquiriu os negócios aftermarket da Dana, Schertel foi convidado e passou a atuar na vice-presidência e gerência-geral no Brasil. “Em dois anos, me tornei vicepresidente e gerente-geral para América do Sul e, em 2011, cheguei à presidência da Affinia, cargo que ocupo até hoje. Em 2015, as operações da Affinia foram adquiridas pelo grupo de investidores brasileiros Autopartners Participações, do qual faço parte”, complementa. Desafios Schertel fala sobre o trabalho iniciado em 2004 com a Affinia. “Os desafios eram imensos, pois começávamos um novo projeto e em uma empresa nova. Por outro lado, tínhamos uma equipe excelente, profissional, envolvida e focada em fazer acontecer. Esse comprometimento, com experiência e muito trabalho, nos ajudaram a enfrentar as dificuldades e a tornar a empresa forte e líder no mercado de

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“É preciso estar sempre à frente para poder acompanhar a evolução da indústria automobilística e atender a demanda na velocidade que o mercado exige. Entretanto, nos dias de hoje, ter o produto certo já não é o suficiente. Precisamos ir além, oferecer na hora certa e no local certo.”


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FORMAÇÃO

“Torna-se necessário ter um olhar extremamente crítico para dentro do negócio e uma atuação bem intensiva para fora que vai muito mais além da simples venda. É preciso ter o cliente como parceiro e contar com recursos para que ele possa ter condições de oferecer bom atendimento ao consumidor final.” reposição”, conta. “Sabíamos que a marca Nakata tinha representatividade e reconhecimento muito expressivo no mercado, com mais de 50 anos de atuação. Então, somamos forças para colocar em prática o ousado planejamento que incluía introduzir novas linhas de produtos e ampliar as linhas em pouco tempo. Além de expandir os negócios, era necessário apresentar resultados aos acionistas e imprimir crescimento, com metas agressivas.” Com o tempo, Schertel começou a sentir os resultados positivos. Em dez anos, a empresa se consolidou no mercado, sendo hoje umas das principais marcas no Aftermarket brasileiro para várias linhas de produtos, principalmente em componentes de suspensão. “Mas esse desafio não termina nunca. Continuamos a ampliar e desenvolver novos produtos e componentes, pois a oferta de novos itens é muito importante para uma marca que atua na re-

posição que é um segmento em consolidação e altamente competitivo”, considera. Segundo ele, a empresa tem como objetivo aprimorar sempre, para assim oferecer produtos e atendimento de alta qualidade, garantindo ampla cobertura para atender a diversificação da frota circulante. “Uma disciplina onde estamos investindo muito e é fundamental para nós é a logística. A cada dia investimos mais em equipamentos e sistemas no sentido de diminuir ao máximo o lead time do processo de fabricação até a entrega no consumidor final”, aponta. E os novos projetos não param no trabalho desenvolvido por Schertel. De acordo com ele, em um mercado muito competitivo, as mudanças ocorrem a todo o momento. Por isso é necessário ter projetos em andamento e em estudo. “Faz parte da estratégia da empresa visar o futuro. Neste ano de 2016, expandimos o desenvolvimento de uma nova linha de produto para o mercado de motocicletas no segmento de transmissão. Estamos investindo em novos formatos de banco de dados e transmissão de conhecimento para que a peça certa esteja no lugar certo e seja aplicada da forma correta, e também contribua de forma efetiva para o trabalho do profissional da cadeia. Como disse, o mercado é dinâmico e precisamos estar abertos a mudanças”, frisa.

O lado positivo no cenário econômico O presidente da Affinia comenta a situação econômica e sobre o cenário

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consumidor: “Estamos passando por um momento singular na história do país, mas ainda é cedo para prever o que vai acontecer. A situação da economia não é nada favorável e vai depender dos próximos capítulos do cenário político para saber como o mercado vai reagir”, analisa. “O desemprego vem aumentando significativamente, o que não é nada bom para o consumo. Especificamente para o mercado de reposição, quando as vendas de veículos novos caem, a tendência é que o motorista faça manutenção no usado para rodar. Esse é o lado positivo, mas há ressalvas devido à queda do poder aquisitivo. Ainda assim é um setor que tende a sofrer menos do que outros mais atingidos, uma vez que a manutenção, mesmo que corretiva, torna-se necessária”, avalia. Schertel acredita que a inovação e o investimento em desenvolvimento, levando informação e suporte técnico ao mercado, são formas de ajudar o país. Trabalhar para cumprir as metas esperadas e desenhar um futuro melhor, encontrando formas que possibilitem redução de custos, mantendo a qualidade, que é uma prerrogativa essencial para se manter no mercado. “Em vista disso, torna-se necessário ter um olhar extremamente crítico para dentro do negócio e uma atuação bem intensiva para fora que vai muito mais além da simples venda. É preciso ter o cliente como parceiro e contar com recursos para que ele possa ter condições de oferecer bom atendimento ao consumidor final”, salienta. Para o executivo, a fábrica precisa ter um trabalho alinhado com a cadeia. Isso fortalece a marca e beneficia todos, principalmente o dono do carro que paga a conta. “Balconista e reparador bem informados estão aptos a atender melhor seus clientes”, reforça.



CONECTIVIDADE

Tecnologias de mobilidade

e comunicação ditam as tendências de mercado

O

aumento exponencial da conectividade é um dos fenômenos que hoje ocupa o topo da lista na preferência do mercado automotivo. Seguindo esse conceito global e não menos marcante no consumo brasileiro, empresas desenvolvem tecnologias cada vez mais ágeis

e práticas na comunicação do motorista com o que o cerca, preservando, ao mesmo tempo, a segurança dos ocupantes do carro. No mesmo lado, carros autônomos e conectados ditam o futuro da mobilidade e avançam em produtos evoluídos, funcionais e seguros. Em seu tradicional relatório de tendências, divulgado recentemente, a Ford re-

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velou a transformação da comunicação e os hábitos das pessoas. Os smartphones conectados aos veículos são hoje, um exemplo do avanço dessa tecnologia, que a montadora incorporou à sua linha pela qual o motorista poder fazer e receber chamadas por comandos de voz. Segundo o estudo, para 31% dos adultos no mundo o telefone é a coisa


CONECTIVIDADE

mais exigente em sua vida e 42% dessas pessoas se sentem ansiosas quando estão longe de seus aparelhos. Para metade das pessoas, abaixo de 35 anos, checar a caixa de e-mail fora do horário de trabalho tornou-se uma necessidade. “A falta de tempo é uma das tendências globais que deve continuar a ter um grande impacto nos próximos anos”, diz Sheryl Connelly, gerente de Tendências Globais de Consumo e Futuro da Ford. “Muitas pessoas passam boa parte do tempo dentro do carro, por isso nossa preocupação é oferecer recursos para que elas possam aproveitar esses momentos com qualidade”, considera. Recentemente, a marca lançou três novos aplicativos compatíveis com o sistema de conectividade oferecido em seus veículos: Banco24Horas, Rádio Mix e Palco MP3. O equipamento também permite ao motorista o uso do celular, sistema de navegação e entretenimento com segurança, sem tirar as mãos da direção e a atenção da pista. Os demais aplicativos disponíveis para o sistema são de compartilhamento de localização; rádios on-line de todo o mundo; busca de músicas, localização de estacionamento; e um aplicativo que facilita a busca de filhos na saída das escolas, informando quando os pais estão próximos. Também é possível buscar lojas próximas para aquisição e postos de combustível, além de encontrar as melhores opções de bares, restaurantes e cinemas, assim como promoções para compras feitas no cartão de crédito e a solicitação de pizzas on-line. A comodidade da integração de smartphones à central multimídia dos carros é um conforto que atinge outras plataformas também, como a da Hyundai, que além do aplicativo para a Samsung e

LG, estende agora para aparelhos da Apple. A ferramenta inteligente realiza chamadas, acessa a biblioteca musical, envia e recebe mensagens. A central multimídia apresenta comandos no volante para telefonia, streaming de áudio, acesso à agenda do celular, reprodução de fotos e vídeos, entre outras facilidades. Autônomo e conectado A Jaguar Land Rover está investindo num “laboratório vivo” de 66 quilômetros para testar a tecnologia Connectedand Autonomous Vehicle (CAV), ou veículos autônomos e conectados, em situações reais de condução. O primeiro corredor CAV do Reino Unido compreende ruas das cidades de Coventry e Solihull, onde se localizam os endereços da matriz da empresa. Intitulado UK-CITE2 (Connected Intelligent Transport Environment, ou ambiente de transporte inteligente e conectado), o projeto de 5,5 milhões de euros vai criar a primeira rota britânica para testar a tec-

nologia dos sistemas carro-a-carro e carroa-cidade. Novos materiais de comunicação para os motoristas serão instalados pela rota ao longo de três anos. Dessa forma, será possível testar uma frota de até 100 veículos autônomos e conectados, incluindo cinco modelos Jaguar e Land Rover. Os carros em teste provarão diferentes tecnologias de comunicação que visam compartilhar dados entre si e entre os carros, bem como a infraestrutura de trânsito disponível nas cidades, incluindo semáforos e sinalizações. O governo do Reino Unido participa com 3,41 milhões de euros do total, por meio de um fundo criado especificamente com o propósito de desenvolver veículos autônomos e conectados. Wolfgang Epple, diretor de Pesquisas e Tecnologia da Jaguar Land Rover, diz: “Este laboratório em tempo real permitirá que nossas equipes e parceiros testem tecnologias desenvolvidas para veículos autônomos e conectados em cinco tipos diferentes de ruas e intersecções. CorreHyundai Divulgação

Comodidade na integração de smartphones à central multimídia

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CONECTIVIDADE

Banco de Imagens

Com a tecnologia Cooperative Adaptive Cruise Control, carros conectados cooperarão entre si, com troca de informações sobre mudanças de faixas e saída de entroncamentos de maneira eficiente e segura, melhorando a segurança nas estradas e a experiência ao dirigir

dores, como esses, competem com outros similares na Europa continental e numa escala global”. Com a tecnologia Cooperative Adaptive Cruise Control (CACC), os carros conectados cooperarão entre si, com troca de informações sobre mudanças de faixas e saída de entroncamentos rodoviários de maneira eficiente e segura. Para o executivo, essas tecnologias devem melhorar a segurança nas estradas e a experiência ao dirigir, além de reduzir congestionamentos e auxiliar o fluxo de trânsito em geral. “Isso também nos permite atender a uma crescente demanda de clientes que pedem veículos conectados”, explica. Essas tecnologias, ainda contribuem para melhor monitoramento e gerenciamento do trânsito nas grandes cidades, pois capturam dados de todos os carros conectados e, consequentemente, fornecem uma análise de volta aos motoristas. Avisos além do horizonte No futuro, as mensagens de aviso que hoje aparecem nas placas eletrônicas das

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estradas inglesas serão compartilhadas diretamente com os painéis dos carros conectados, o que seria uma oportunidade de diminuir custos com sinalizações de rua. No Reino Unido, a instalação dessas placas custa aproximadamente 1 milhão de euros aos cofres públicos. A equipe da Jaguar Land Rover vai testar em tempo real o sistema. Além de avisar os motoristas, a tecnologia avisa aos próprios carros autônomos, possibilitando que eles reajam rapidamente a acidentes e congestionamentos à frente. Epple afirma que um motorista bem informado é um motorista mais seguro, enquanto que um veículo autônomo precisa receber boletins sobre a situação do trânsito à frente. Os benefícios para os carros e motoristas são enormes, como a troca de informações sobre freadas bruscas que acabaram de ocorrer ou carros fazendo fila por causa de um congestionamento que se forma adiante. “O carro, portanto, pode agir e alterar a rota ou até intervir na direção”, indica.


CONECTIVIDADE

Menos robóticos, mais humanos Paralelamente, em projeto da Jaguar Land Rover, funcionários públicos do bairro de Greenwich começam a testar veículos autônomos das marcas que estão sendo estudadas para terem reações mais parecidas com a de motoristas humanos. A intenção é que esses carros registrem a maneira em que vários motoristas humanos reagem ao se depararem com situações como a de congestionamentos pesados, cruzamentos de ruas travadas, tempestades e interferências do tempo, além de obras nas vias. Sensores instalados nos carros marcam as reações naturais dos motoristas em situação de estresse e que exigem tomadas de decisões complexas. Os sensores captarão o comportamento de motoristas ao darem passagem em rotatórias e intersecções, também ao entrarem em faixas com um número maior ou menor de carros e ao notarem a aproximação de carros de emergência, como ambulância e polícia. As informações obtidas serão usadas no projeto Move-UK, do governo local. As informações servirão para desenvolver po-

líticas de seguro para carros autônomos futuros. De acordo com Epple, para lançar carros autônomos, é preciso focar, ainda mais, o motorista em si. Entender a reação de diversas pessoas, em tantas situações reais

e distintas do cotidiano é essencial para fazer carros autônomos no futuro, pois os clientes precisam confiar no carro, antes de optar pela compra de um autônomo. “Um Jaguar ou Land Rover autônomo do futuro não pode ser robótico”, enfatiza.

Primeiros veículos sobre a neve A Ford acaba de ser a primeira fabricante a testar veículos autônomos em áreas de inverno rigoroso, incluindo a neve. “Uma coisa é o carro dirigir sozinho em um clima perfeito, outra é fazer isso quando os sensores não enxergam a pista porque está coberta de neve”, diz Jim McBride, líder técnico de veículos autônomos da Ford. “O clima não é perfeito, por isso estamos testando os veículos autônomos em condições extremas e com neve, onde vive uma grande parcela da população mundial”, comenta. Os testes de inverno são feitos em Michigan, incluindo a Mcity – uma cidade simulada com cerca de 130 mil metros quadrados, localizada na Ford Divulgação

Veículos autônomos são equipados com mapas 3D completos

Universidade de Michigan. Veículos totalmente autônomos não podem depender do GPS, que tem precisão de apenas alguns metros, insuficiente para identificar a posição do carro. É essencial para o veículo autônomo saber a sua localização precisa, não só na cidade ou na estrada, mas também na sua faixa de rodagem, onde uma variação de alguns centímetros faz uma grande diferença. O radar LIDAR, usado pela Ford, é muito mais confiável que o GPS e pode determinar a posição do FusionHybrid na pista com uma precisão de centímetros. Ele emite pulsos curtos de laser e permite ao automóvel criar uma imagem 3D de alta definição, em tempo real, do ambiente ao redor. Em um clima ideal, o LIDAR é o meio mais eficiente de coletar informações importantes e metadados – informações sobre os próprios dados – do ambiente, identificando objetos próximos e usando interpretações para definir o melhor caminho. Mas em locais com neve ou tráfego intenso, o radar e outros sensores, como câmeras, não conseguem ver a pista. Isso também acontece quando as lentes estão cobertas de neve ou sujeira. Para navegar em pistas cobertas de neve, os veículos autônomos da Ford são equipados com mapas 3D completos, de alta resolução, com informações da pista

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Land Rover Divulgação

CONECTIVIDADE

e do que está sobre ela como marcações e sinais, geografia, pontos de referência e topografia. O veículo autônomo cria os mapas, rodando no ambiente de teste com tempo bom, usando tecnologias que registram automaticamente placas de trânsito, árvores e prédios. Quando o veículo não pode ver o chão, ele detecta pontos de referência para se posicionar no mapa e dirigir com sucesso, nessas condições. Os testes começaram há cerca de uma década, com a primeira geração de veículos autônomos da Ford, uma F-250 SuperDuty equipada com LIDAR. A segunda geração, um FusionHybrid, com radares LIDAR mais avançados, foi lançada em 2013. No meio do ano passado, o programa de veículos totalmente autônomo da Ford passou da fase de pesquisa para a de engenharia avançada – a segunda das três etapas, antes do início de produção. No início deste ano, a Ford anunciou um novo passo, triplicando para 30 unidades a sua frota de veículos autônomos de testes, a maior da indústria. Esses veículos autônomos de terceira geração continuam a ter como base o FusionHybrid, trazendo os primeiros radares LIDAR, capazes de lidar com diferentes cenários e alcance ampliado para cerca de 200 metros. O programa faz parte do Ford SmartMobility, plano da Ford para atingir um novo nível em conectividade, mobilidade, veículos autônomos, experiência do consumidor e análise de dados. Internet das Coisas Em abril, a Embratel anunciou a solução de MachinetoMachine/ Internet das Coisas (M2M/IoT) para a oferta de automóveis conectados. A novidade permite o uso de tecnologia de ponta dentro dos veículos, assim como o envio de dados de

controle, monitoramento e assistência técnica. Com a nova oferta é possível acionar autofalantes e microfones do sistema hands-free dos carros, também travar portas à distância, conectar aplicativos para funções especificas e programar o carro para responder aos comandos de vários celulares de membros de mesma família, por exemplo. O motorista pode solicitar à central de uma montadora para acompanhar seu percurso, em casos como rotas perigosas ou viagens. Se notar que houve desvio ou parada inesperada, a tecnologia possibilita que a central entre rapidamente em contato para prestar ajuda. Além disso, é possível avisar por mensagem outra pessoa quando seu carro estiver chegando ao destino. Funcionalidades tais como envio de guincho, mecânico e de assistência técnica podem ser programadas, assim como o acionamento de resgate médico, caso os airbags venham a ser utilizados. A GM já está utilizando a tecnologia em automóveis brasileiros, nos modelos Médio Cruze 2016 e no novo Cobalt da Chevrolet. Já a Volvo aplicou a solução no modelo XC60. A tendência é que essa tecnologia passe a ser testada e adotada em novos automóveis.

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Tecnologia permitirá que carros avisem outros veículos. Ambulâncias, caminhões de bombeiros e carros de polícia poderão informar outros carros que estão no caminho, em caso de acidentes, por exemplo



ADMINISTRAÇÃO

Período exige atenção por Daisy Machado Ingressando no segundo trimestre de 2016, continuamos com a legislação pulsante, exigindo a atenção das empresas e adaptação dos sistemas de gestão para atender as diversas exigências do fisco. Segue alguns exemplos de alterações: Sobre o CEST, não entrará mais em vigor no mês de abril, haverá mais um tempo para realinhar os cadastros de produtos, o CEST entra em vigor, somente em outubro. Será prorrogada até 31/05/16, a dispensa de autorização da Sefaz para utilização das MVA nas saídas de autopeças de estabelecimento de fabricante de veículos, máquinas e equipamentos agrícolas ou rodoviários, sendo a distribuição exclusiva, mediante contrato de fidelidade. (Tít. I, Cap. IX, 15.1) Foi prorrogado o prazo de entrega do DeSTDA Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquotas e Antecipação do Simples Nacional, pelo Ajuste SINIEF 3/16, sendo que os períodos de apuração de janeiro e fevereiro podem ser entregues juntos com a referência março, ou seja, até 20 de abril. O ajuste SINIEF 1/16, altera os contribuintes

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obrigados à escrituração do livro Registro de Controle da Produção e do Estoque, por meio da EFD, em 01/01/2017. (Tít. I, Cap. LI, 1.3.1, «a»), a Sefaz adere as especificações federais e retira a regra geral dos atacadistas de entregarem o Bloco K. Atenção para as empresas emissoras de NFe que realizam operações interestaduais, utilizando veículos próprios ou por transportadores autônomos, a partir de 04/04/16 é obrigatória a emissão de MDF-e para acompanhar o trânsito entre Estados. A nota fiscal eletrônica está em alteração, através da NT 2015/03 v. 1.70, no que tange as informações adicionais descritas no Danfe, referente ao grupo de tributação do ICMS para operações interestaduais (Difal). Este ano será mais um daqueles que terminará rápido, pois são tantas adequações a serem feitas e obrigações acessórias a serem entregues, que não vamos ter a chance de ver o tempo passar. (*) Contadora. Mais informações no site


ENTIDADE

3º Painel Asdap

debate mercado de reposição e serviços automotivos Buscando motivar a troca de informações e experiências sobre o mercado de reposição e serviços automotivos, a Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças realiza no dia 9 de maio o 3º Painel Asdap. “A nossa expectativa é sempre superar a edição anterior e trazer ainda mais conteúdo e profissionais renomados do mercado para enriquecer os debates e, assim, atrair um número maior de participantes”, destaca o presidente da Asdap, Henrique Steffen. A programação do encontro abre com a palestra “O potencial de mercado na região Sul do País – a frota circulante e suas principais características”, que será apresentada por Danilo Fraga, analista de Marketing da empresa Fraga Serviços de Marketing. Logo depois, acontece o painel “É

hora da reposição independente”, com a participação de três representantes da indústria automotiva: Jorge Schertel, presidente do Grupo Affinia; Edvaldo Ricardo S. de Souza, gerente de Marketing e Vendas da Mahle; e Claudio Doerzbacher, CEO da Gauss. A mediação do debate será feita pelo jornalista Cesar Bresolin. Ainda durante o evento ocorre a palestra “Mercado de reposição, um porto seguro na crise?”, com Cassio Hervé, presidente do Grupo Oficina Brasil. O 3º Painel Asdap inicia a partir das 18h, na Macro Office (rua Piauí, 183 – bairro São João), em Porto Alegre. Mais informações e inscrições podem ser feitas pelo e-mail atendimento@asdap.org.br ou pelo telefone (51) 3059-8034.

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O momento certo para a

manutenção preventiva,

O

preditiva ou corretiva

número de veículos de passeio, nas ruas brasileiras, já ultrapassa 49 milhões de unidades, segundo o último levantamento do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de janeiro deste ano, e com tantos carros rodando, não são poucos os serviços de reparação necessários e disponíveis no mercado

automotivo. No entanto, o que muitos motoristas não sabem é que existem tipos diferentes de manutenção e períodos específicos para cada uma, de acordo com o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), entidade dedicada ao estudo de reparação automotiva. São definidas como manutenções preditivas, preventivas e corretivas. A manutenção preventiva, como o

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próprio nome diz, é realizada mesmo quando o veículo não apresenta nenhum problema, no intuito de preveni-lo. O motorista deve ficar atento aos prazos dados pelas montadoras e que estão disponíveis no manual do proprietário, observando as revisões periódicas para não perder nenhuma data ou quilometragem especificada. Entre os diferentes tipos de manutenção, essa é a mais


VIDA ÚTIL

indicada para manter a segurança do veículo, a qualidade de performance e a conservação do carro, sem chegar ao ponto de ocorrer falhas ou quebras de peças. “Nesse processo, é essencial que o motorista também monitore e verifique se, de fato, a montadora revisou os itens dispostos nos manuais. É nesta etapa em que as peças e fluidos são verificados pela equipe técnica, a fim de prevenir eventuais problemas mecânicos”, afirma Alessandro Rubio, coordenador técnico do Cesvi Brasil. É durante a manutenção preventiva que a preditiva pode ser realizada. “Nessa etapa, é realizada uma análise das peças do carro, através de técnicos especializados, via um monitoramento minucioso dos componentes do veículo, com o objetivo de identificar e avaliar peças que estão no final de sua vida útil, pois caso isso não seja realizado, os danos podem ser maiores, o que levaria a uma manutenção corretiva. Saber quais peças estão mais desgastadas é essencial para evitar gastos extras”, complementa. O terceiro tipo de manutenção, e

também a mais cara, segundo Rubio, é a corretiva. “A prática consiste em todo tipo de reparação parcial ou troca completa da peça para a restauração imediata do veículo. Ou seja, só é realizada quando o problema existe e a troca de alguma peça for imprescindível para que o veículo volte a funcionar. Por terem a necessidade de uma reparação emergencial e pela possibilidade de extensão de avarias para outros componentes, a manutenção corretiva muitas vezes acaba encarecendo os custos e estendendo o tempo que o carro fica parado, causando ainda mais dor de cabeça ao motorista”, comenta. O especialista salienta a importância de cada uma das manutenções e quando utilizar cada uma. “As manutenções preventivas e preditivas são importantes e fundamentais para manter as boas condições do carro e garantir a segurança no trânsito, acima de tudo. Cada uma, no entanto, tem as suas particularidades. As manutenções preventivas e preditivas existem para evitar imprevistos; aqui, o objetivo é a prevenção. Já na corretiva, o objetivo é reparar para que o veículo volte a rodar”, finaliza o executivo.

Recomendações preventivas Troca de óleo: principal responsável por manter a lubrificação interna do motor, o óleo deve ser substituído, seguindo as recomendações do fabricante do óleo e as especificações da montadora, evitando que haja deterioração do produto, o que pode acarretar em atrito, entre as partes mecânicas e o desgaste prematuro dos componentes. Líquido de arrefecimento: é importante verificar o nível do reservatório de arrefecimento do motor. Esse fluido faz parte de um sistema que tem a função de manter o motor em temperatura ideal de trabalho, com o objetivo de evitar um maior aquecimento que danificaria as demais peças importantes para o funcionamento. Filtro de óleo: responsável por eliminar eventuais impurezas contidas no óleo, como as partículas de metal geradas pela fricção das peças móveis internas do motor. Filtro de ar: outro item responsável por barrar impurezas, o filtro de ar do motor bloqueia as partículas do ar que é aspirado pelo motor do veículo, deixando apenas o ar puro ir para a câmara de combustão.

Deterioração do óleo pode provocar desgaste prematuro dos componentes

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VIDA ÚTIL

Segurança na linha pesada As fabricantes de autopeças das Empresas Randon – Suspensys, Fras-le, Controil, Master e Jost Brasil - apontam algumas dicas importantes para verificação dos principais itens de segurança em veículos da linha pesada e reforçam a importância da manutenção, que garante melhor performance dos equipamentos e a integridade das cargas, através de um trânsito mais seguro. Tambor de freio: com a utilização frequente do sistema de freios do veículo pesado, onde a lona é pressionada contra o tambor metálico, há um desgaste natural da peça e a consequente diminuição da espessura do tambor de freio. Isso, além de não oferecer segurança nas frenagens, pode gerar trincas e os pedaços podem se desprender em direção à pista, situação de perigo para outros motoristas e também pedestres. Suspensões: a periodicidade de troca de componentes depende da aplicação de cada produto. Deve-se evitar rodar o veículo ou semirreboque com sobrecargas, isso reduz a vida útil dos componentes da suspensão. Também é importante substituir os itens de

desgaste da suspensão, como balancim, buchas e placa de desgaste para não comprometer sua eficiência. Efetuar as manutenções periódicas e as lubrificações também é outra recomendação da marca. Tanto nas suspensões pneumáticas quanto nas mecânicas, é necessário fazer a verificação dos torques nos parafusos, do estado das buchas da suspensão e das barras de reação, do desgaste das lonas de freio, da lubrificação dos componentes e do alinhamento dos eixos. Na pneumática também é recomendada a avaliação da pressão de ar dos balões e o estado da borracha dos mesmos. Para completar a revisão da suspensão, a observação do desgaste dos componentes de atrito (molas, placas de desgaste, balancim) é indispensável. Lonas para freio: o desgaste da lona deve ser verificado periodicamente, através de uma inspeção visual no freio. Caso a lona esteja no final de sua vida útil e não for substituída, o rebite, que deve ser de latão ou aço latonado, começa a atritar no tambor de freio, danificando-o, não realizando de modo eficiente a frenagem e pode, inclusive, se soltar e causar acidentes. Líquido de freio: deve ser observada a troca periódica do líquido de freio a cada 10 mil km

ou anualmente, seguindo a recomendação do fabricante. Como o líquido de freio é um produto higroscópico (que absorve umidade), no caso de não haver sua troca, o funcionamento do sistema hidráulico pode ser comprometido devido à formação de impurezas. Não é aconselhável repor o líquido em caso de queda de nível do reservatório. Quando isso ocorre, se faz necessária uma manutenção corretiva a fim de identificar a possível causa. Após, proceder a substituição total do líquido de freio. Eixo expansor – folga radial: o eixo expansor é responsável pelo deslocamento dos patins, fazendo com que as lonas entrem em contato com o tambor de freio. A troca das buchas deve ser efetuada sempre que a folga exceder 0,8 mm. Porém, se após a substituição a folga não reduzir, aconselhase a substituição do eixo expansor. Eixo expansor – folga axial: sempre que a folga exceder 1,5 mm, deve-se acrescentar arruelas espaçadoras entre o anel elástico e o ajustador (catraca). Patim de freio: componente onde são fixadas as lonas, deve ser substituído sempre que apresentar empenamento, desgaste nos furos dos rebites e nos


VIDA ÚTIL

alojamentos dos pinos e roletes.

vazamento ou quebra da mola.

Ajustador automático: serve para aproximar e manter a folga entre lona e tambor constante. Deve-se providenciar o reparo completo sempre que o ajustador automático apresentar deficiência para manter a folga entre lona e tambor.

Quinta roda: As peças do kit de travamento da Quinta Roda possuem medidas-limite de desgaste, principalmente a garra de travamento e o disco de fricção, que estão em atrito direto com o Pino Rei. Estes dois componentes, juntamente com a barra de travamento, precisam ser substituídos, respeitando seus limites de desgaste. Esta verificação deve ser mandatória durante a manutenção da Quinta Roda.

Câmara de freio: responsável por produzir a força de acionamento do sistema de freio, necessita de manutenção quando apresentar

Pino Rei: Por ser feito em bloco maciço, quando há o desgaste, precisa ser substituído. O principal sinal que anuncia esta situação é o impacto na freada ou arranque do caminhão. Isso ocorre devido à folga no sistema, fazendo com que o Pino Rei e os componentes da Quinta Roda se desgastem. É importante frisar que o produto não aceita nenhum tipo de reparo, como aplicação de solda, que altera suas características, facilitando a quebra no momento de um esforço severo.


Notícias do mercado que tem a ver com o seu negócio

E

Afinal, por onde anda a crise?

stamos caminhando para o quarto mês do ano e já é possível ver o que o impacto econômico em nosso país. Crescer nesse cenário se tornou desafiador. O que esperar então para esse ano no mercado de autopeças? Em entrevista com dez grandes distribuidores de dez regiões diferentes do Brasil, conseguimos uma rápida radiografia de como andam as coisas. Perguntamos se a crise chegou neste setor. Para alguns sim. Para outros, o cenário atual trouxe a coragem que precisavam para turbinarem suas vendas. A aposta parece estar baseada na estatística favorável que sugere o crescimento de 35% da frota nestes últimos cinco anos onde certamente uma boa parte destes veículos irão precisar de manutenção. Mesmo com esses dados

alguns cuidados estão sendo tomadas pelos distribuidores entrevistados, especialmente no que diz respeito a estoque. Fazer uma grande compra e ganhar no volume, ou abastecer quando chegar a demanda? Não existe regra. Cada um vem administrando esta questão de acordo com a realidade do seu negócio: fluxo de caixa, diversidade de produtos, demanda etc. Dos dez entrevistados, cinco confessam que a crise vem afetando diretamente o seu negócio, mas não a ponto de paralisar as vendas. Foram necessários alguns ajustes, como redução de equipe de vendas, menor investimento em alguns itens e pensar em algumas promoções de produtos para atingir as metas esperadas. Outro ponto citado na entrevista com bastante frequência, foi o aumento do dólar que causa um impacto das

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seguintes frentes: - Os produtos importados estão ficando mais caros; - Grande parte da matéria-prima é importada ou tem preços baseados em moeda internacional, afetando a margem de lucro; - O movimento de algumas fábricas nacionais à procura de mercados externos por estarem mais aquecidos e com preços mais atrativos impactam no cardápio de produtos oferecidos. Em cinco distribuidores, três relataram terem sido desafiados a olhar para a realidade como uma oportunidade para crescer. Por exemplo: - Apostar em um parceiro com política comercial vantajosa para juntos fazerem o negócio girar com mais força; - Trabalhar uma marca forte para potencializar as vendas. Entre as marcas citadas, a TAKAO foi uma das mais mencionadas justamente por oferecer o portfólio mais completo do mercado com peças para linha importada e nacionais a pronta entrega e uma postura realmente parceira com os distribuidores trazendo oportunidades consistentes para crescimento de todos no mercado considerando o cenário econômico. Fica a dica para as empresas que atuam no aftermarket.



SEGURANÇA

A necessária implantação antecipada do controle de estabilidade Considerando a necessidade de aperfeiçoar e atualizar os requisitos de segurança nos automóveis, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com a resolução 567, de 16 de dezembro de 2015, tornou obrigatória a instalação do Sistema de Controle de Estabilidade (ESC) nos veículos que saem de fábrica, nacionais e importados. Porém, essa medida só entrará em vigor em 2022, para carros fabricados no Brasil e em 2020, para os vindos do exterior. Até lá, os carros novos ainda sairão das fábricas sem o ESC, um equipamento que melhora a estabilidade direcional do veículo atribuindo-lhe melhor dirigibilidade. Nos Estados Unidos e na União Europeia, este item já é obrigatório, o que pode evitar mais de 50% dos acidentes fatais. E na Argentina, será item de série, no ano de 2018. Entidades brasileiras ligadas ao setor automotivo e à defesa do consumidor têm se manifestado e exigido a anteci-

pação da inserção do sistema, através de reuniões com órgãos governamentais ou mesmo com divulgação de ações para mostrar a importância do equipamento na estrutura do veículo. A Proteste Associação de Consumidores juntamente com a Consumers International (que congrega entidades de consumidores de 140 países) levou jornalistas brasileiros e mexicanos ao autódromo de Interlagos em São Paulo, em março, para vivenciar a experiência de uso de veículo com e sem o controle de estabilidade. Um piloto profissional dirigiu um veículo com o equipamento para demonstrar porque é importante agilizar a obrigatoriedade deste item de segurança que reduz os acidentes de trânsito, já que o dispositivo corrige a trajetória do carro em situações de derrapagens e desvios emergenciais. Ele age de forma “invisível” estabilizando o veículo em momentos de risco, recolocando-o em sua trajetória original. Marcos Camargo Júnior

Proteste realizou comparativo entre veículos com e sem sistema 24 - Revista da Asdap l Março/Abril 2016 l Ano 4 l Número 21

No primeiro teste, um piloto profissional fez um desvio de emergência a 70 quilômetros por hora e no veículo sem o Controle Eletrônico de Estabilidade, ele teve dificuldade para controlá-lo e colocar o veículo no chão, após levantar a roda. Ou seja, se não fosse um profissional, teria capotado. Já o modelo com o sistema permitiu que assumisse o carro no momento da ocorrência dos movimentos de descontrole, evitando a derrapagem. No segundo teste, um slalom, em que é provocada uma instabilidade no carro para avaliar o seu comportamento, o controle de estabilidade também se mostrou essencial. Segundo a Proteste, o resultado das análises comprovou que é importante o Contran se sensibilizar, assim como aconteceu com os freios ABS e com os airbags, e dar um prazo até o segundo semestre de 2017, para que todos os carros tenham o sistema como obrigatório e não atrelado a um pacote de conforto e de luxo. Conforme a Associação, hoje ele está presente em apenas 5% a 10% dos carros vendidos no Brasil. A Proteste reiterou, por meio de ofício, o pedido. O Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina (Latin NCAP), do qual a Proteste é parceira, atualizou seu protocolo de testes, só garantindo nota máxima em segurança, este ano, para os automóveis equipados com o controle de estabilidade. “No Brasil, já avançamos na segurança veicular, mas centenas de pessoas ainda morrem todos os dias no trânsito, pois o Controle Eletrônico de Estabi-


SEGURANÇA

lidade só equipa carros de luxo”, destaca Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. “Vamos juntos, lutar por mais este direito do consumidor”, completa. Desde novembro do ano passado, a associação está com a campanha Carro sob Controle. Também a AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, há bastante tempo, trabalha pela obrigatoriedade do controle de estabilidade nos veículos fabricados, no Brasil. Recentemente, a AEA concluiu os estudos de viabilidade técnica e de implantação do sistema. O arquivo “Implantação do Sistema Eletrônico de Estabilidade em Veículos Brasileiros” foi entregue ao Denatran/Contran, no mês de julho. De acordo com o diretor de segurança

Veicular da AEA, Vilson Tolfo, a proteção contra a derrapagem é um dos sistemas de segurança ativo mais importantes. “O sistema corrige falhas na direção automaticamente, por exemplo, quando se entra rápido demais em uma curva ou existe ameaça de perder o controle do veículo em uma manobra de desvio. A estabilidade e a tração do veículo são controladas para que o condutor não saia do seu trajeto. O sistema percebe quando o carro fica instável e reage em uma fração de segundo, acionando freios ou reduzindo o torque de acordo com a situação”, especifica. A obrigatoriedade do controle de estabilidade será a proposta do painel de abertura do 9º Colloquium Internacional SAE Brasil de Suspensões e Implementos

Rodoviários & Mostra de Engenharia, que ocorre em Caixas do Sul, nos dias 11 e 12 de maio, no Hotel Intercity Premium. O evento deverá reunir 350 participantes entre especialistas, acadêmicos e engenheiros da área para análise das perspectivas, para a inovação na indústria da mobilidade e com foco no tripé: eficiência energética, conforto e segurança. Para João Felipe Araújo, chairperson do encontro, a obrigatoriedade do Controle Eletrônico de Estabilidade representa importante passo para o avanço da segurança veicular, no Brasil. “Creio que este sistema seja o maior avanço tecnológico na área depois do cinto de segurança e do airbag, pois atua diretamente no controle do veículo e evita que o carro saia de sua trajetória original”, afirma.


Honda/Divulgação

Sete Galo

A

ainda emociona seus admiradores

CBX 750F foi fabricada e comercializada pela Honda no Brasil, entre os anos de 1986 e 1994. Com inspiração nos modelos esportivos, este ícone da marca recebeu diversos apelidos ou codinomes ao longo de seu período em mercado. Muitos desses, inspirados e originários em suas cores. Seu principal apelido, esse pelo qual ficou conhecido no Brasil é uma curiosidade que marcou a cultura popular brasileira,

o “jogo do bicho”. Como nos Estados Unidos, a motocicleta era chamada de Seven-Fifty (sete-cinquenta) e quando chegou ao Brasil, houve uma tropicalização ao nome, permaneceu o 7 e o número 50 foi substituído por Galo, esse com numeração associada ao jogo. CBX 750F ou puramente Sete Galo. Em 1982, depois de 13 anos e também pela história escrita por outra lendária CB 750, a Honda estudava e trabalhava formas de substituir a configuração de qua-

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tro cilindros em linha, muito comum aos modelos da época. O lançamento de motores de cilindros em V, de diversas cilindradas, fazia supor que a VF 750F, modelo comercializado no exterior e com um estreito V4 que lhe permitia maior agilidade, tomaria o lugar da linhagem CB. Apesar dessa vantagem, o V4 da (VF750F) não obteve aprovação unânime do mercado mundial. Associado ao alto custo de produção e manutenção mais cara que levavam outras marcas, como a


RETROVISOR

Kawasaki, a oferecer o tradicional quatroem-linha. Assim, no Salão de Paris de 1983, a Honda comprovava sua intenção de prosseguir na herança da CB 750, e apresenta a então moderna CBX 750F. É sua chegada ao mercado mundial. A inédita motocicleta representava a evolução em todos os campos, a começar pelo estilo. Carenagem superior, parabrisa e dois faróis quadrados tornavam fluida esta ligação ao tanque entre as laterais e a rabeta, sugerindo harmonia e aerodinâmica. Um spoiler na parte inferior do motor completava o conjunto. As rodas, em estilo Comstar de alumínio, e os escapamentos vinham em preto-fosco, assim como parte do motor, e esse ficava claramente exposto. O motor adotava duplo comando e quatro válvulas por cilindro. A potência chegava em 91 cv a 9.500 rpm, e o tor-

que máximo, a 7,1 kgfm a 8.500 rpm. O câmbio tinha uma sexta marcha ausente nas CBs, e a torneira de combustível fechava-se de modo automático ao desligar o motor, uma outra novidade no mercado. O quadro conservava o conceito de duplo berço, mas a suspensão traseira agora era monochoque, com duas regulagens, e a dianteira trazia um sistema anti-mergulho, denominado TRAC. Reduzindo a passagem de óleo pelas válvulas dos amortecedores quando os freios eram acionados, o dispositivo diminuía seu afundamento nas frenagens, para evitar excessiva transmissão de peso para frente. Trajetória da Seven-Fifty O ano de 1986 foi o início da importação do Japão para o Brasil. Este anúncio causou certo entusiasmo no país, esse

Carenagem superior, para-brisa e dois faróis quadrados tornavam fluida esta ligação ao tanque entre as laterais e a rabeta, sugerindo harmonia e aerodinâmica. Um spoiler na parte inferior do motor completava o conjunto.


RETROVISOR

sem representantes no mercado que transmitissem esta esportividade associada a um modelo de rua. Com apelo visual, motor potente para os padrões da época, a moto foi considerada por todos uma unanimidade e desejo de consumo. Sua marca registrada era a roda dianteira de 16 e as diversas regulagens presentes nas suspensões, tanto dianteira quanto traseira, além do conjunto ótico de faróis quadrados duplo. Em 1987, foi o começo da nacionalização do modelo. Neste ano, 40% das peças já estavam sendo produzidas no Brasil e com elas algumas modificações. A carenagem foi alterada, ficando mais alta para que os dois semi-guidões ficassem dois centímetros mais altos, e a bolha acrílica também ficou mais envolven-

te. Os dois faróis passaram a ser cobertos por apenas uma lente e também houve a substituição da roda dianteira de 16 por uma de 18, além do abandono dos ajustes nas suspensões e do sistema TRAC, o que tornou a pilotagem mais agradável. A motorização, que era a mesma da época, manteve-se com as boas características como a elasticidade, crescimento de giro uniforme, respostas e acelerações rápidas que foram mantidas. Pela mudança na roda dianteira e também pela melhor aerodinâmica alcançada com a evolução da bolha frontal, esta versão conseguia excelente desempenho frente às concorrentes da época. Em 1988, ocorreu o Lançamento de uma série especial, com as cores da equipe de Motovelocidade da Honda,

(Equipe Rothmans - azul e branca com grafismos vermelho e dourado). Em março de 1990, houve o lançamento da CBX 750 F Indy nas cores prata/grafite, modelo conhecido no exterior como CBX 750 F II. Ela apresentava alguns diferenciais em relação ao modelo que já estava no mercado como carenagem superior, agora com luzes de direção e retrovisores incorporados. Dois portaluvas fechados a chave complementavam o modelo. No ano de 1994, com o início das importações dos modelos CBR 600F e CBR 1000F, representavam a última geração em motos de quatro cilindros em linhas, antes inéditos ao modelo CBX 750F, o Sete Galo foi perdendo força de mercado até ser descontinuada.

Uma história de tirar o sono Segundo Luciano Loffi, integrante dos Galeiros Clã Joinville (SC) e administrador do Fórum CBX750 Oficial, através dos encontros dos admiradores da “supermoto”, como denomina, acabou fazendo amigos por todo o Brasil. “Pelo menos duas vezes ao ano organizamos eventos em diferentes regiões do país. Cada evento reúne em média 60 “galos” além de outras motos. Nestes eventos temos sempre bandas de rock tocando, torneios de futebol, e muita conversa sobre as motos, peças, viagens e tudo mais. Aproveitamos para levar toda a família para confraternizar e fazer novas amizades para toda vida. Quem participa de um encontro, já confirma presença para os próximos”, enfatiza. Para Márcio Pereira, de 40 anos, conhecido como Galo da Madrugada, a emoção não é diferente. Ele tem um modelo CBX 750 Hollywood, ano 1987, moderador do Fórum Nacional Honda CBX750 e também preside o grupo Galeiros Clã Rio Grande do Sul. Morador de Porto Alegre, ele é vistoriador Documental do Detran e estudante de

Arquivo Pessoal

Pereira, conhecido como Galo da Madrugada, tem uma Hollywood Aviação. “O apelido foi dado pelo administrador do fórum, Alex Red, pois ele trabalhava na madrugada, e sempre que ele acessava o fórum eu estava lá, on-

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line. Até que uma noite, ele disse: ‘Galo da madrugada, vou dormir. Quando sair, apaga as luzes’. E assim nasceu o apelido que está até hoje”, relata.


RETROVISOR

Luciano Loffi

Pereira afirma que a moto era uma paixão antiga. “Quando era criança um galeiro de outra cidade passava em frente à minha casa. O ronco da moto era inconfundível e eu sonhava: Um dia vou ter a minha. Hoje, com o sonho realizado, essa é minha segunda Galo. A primeira foi uma Magia Negra, no ano de 1988, qual fiquei por um ano até encontrar a minha rainha”, explica. Proposta irresistível “A Holly está comigo há 12 anos. Muito tempo. E nesse período, aconteceram várias fases. Em uma delas, a pior de todas, duraram 34 dias e seis horas. Dias difíceis de lembrar. Um amigo colecionador de carros antigos, sempre que me encontrava insistia em saber quando iria vender a moto para ele. Não, foi a resposta dada por muito tempo. Foram muitas tentativas. Até que um dia, não sei como, com uma proposta irresistível, ele conseguiu levar a Galo”, descreve. “No outro dia, já passei para uma Suzuki GSX 750F, mais nova, mais veloz. Mas, faltava algo. A vendi em 16 dias. Fui para a tão famosa Hayabusa 1300. E

Encontros como o de Foz do Iguaçu acontecem todos os anos nada. Eu estava com uma das motos mais tops e não estava feliz. Óbvio, vendi tam-bém. Não conseguia mais dormir, pensan-do o que eu tinha feito com a minha vida e que nunca mais iria conseguir outra igual. Até que um dia, a minha esposa fa-lou o que eu precisava ouvir: ‘Não te aguento mais. Tu não para quieto, não dorme. Vai falar com o teu amigo e com-pra de volta a moto’. Dessa vez, foi minha vez de eu incomodá-lo. Foram vários dias até que ele também cedeu”, completa. Marcio Pereira

O galeiro fala desse sentimento “que não tem explicação”. Segundo ele, nada se compara ao amor que se tem pela moto. “Tem gente que se desfaz da moto e continua se intitulando galeiro. Essa agora, se Deus quiser, vai ficar para meu filho”, destaca. Hoje, a “rainha” desfila somente em fins de semana e nos encontros dos clãs gaúchos e catarinenses, e do fórum nacional. Conforme Pereira, o Clã RS é uma extensão do Clã Joinville. “São irmãos de longa data”, conclui.

“Tem gente que se desfaz da moto e continua se intitulando galeiro. Essa (CBX 750 Hollywood) agora, se Deus quiser, vai ficar para o meu filho”, destaca Pereira, o Galo da Madrugada

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Brasileiro EcoSport fazendo sucesso no exterior

Um século de BMW A alemã BMW, cujas letras significam “Fábrica de Motores da Baviera”, está comemorando o seu centenário de fundação. Na Alemanha, cuja capital é Munique, foi que surgiu a união das empresas de Gustav Otto e Karl Friedrich Rapp, empresas fabricantes de motores de avião, na época. A logomarca da BMW simboliza uma hélice de avião em movimento, nas cores da antiga bandeira da Baviera. Atualmente, a BMW briga pela liderança mundial na produção de carros de luxo e desde o ano passado monta seus carros também no Brasil, em sua nova fábrica de Santa Catarina.

O brasileiro EcoSport continua fazendo sucesso no exterior e agora passa a ser produzido também na Romênia, país que criou o Duster, um dos grandes rivais do Ford EcoSport. Com a produção na Romênia, já são seis países fabricantes do Ford EcoSport: Brasil, Rússia, Índia, China, Tailândia e Romênia.

No ano passado, as vendas do segmento de SUVs tiveram um aumento de 23%, enquanto a indústria total avançou 10%. Só o segmento de utilitários compactos, do qual o EcoSport faz parte, cresceu 44%. A estimativa da Ford é que a categoria chegue a um total de 1,5 milhões de veículos por ano até 2017.

Eleitos os melhores do ano Os organizadores do Prêmio World Carof The Year 2016, anunciaram durante o Salão do Automóvel de Nova York, nos Estados Unidos, os vencedores do ano. O grande campeão foi o japonês Mazda MX-5, que venceu como o melhor automóvel do mundo e ainda levou a premiação de melhor Design. Já o novo Audi R8 Coupe venceu a categoria World Car Performance, enquanto o prêmio de carro de World Car de luxo foi para o novo e luxuoso BMW Série 7. Na categoria de carro menos poluente, a World Green Car, o vencedor é o Toyota Mirai FCV com sistema de motorização a hidrogênio.

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Mercedes volta a fazer carros no Brasil A Mercedes-Benz está voltando a produzir automóveis no Brasil, com a inauguração da fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo. A marca da estrela de três pontas chegou a fabricar o automóvel Classe A na unidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde hoje são produzidos caminhões da própria Mercedes. Com investimento de 600 milhões de reais, a nova fábrica Mercedes tem capacidade para montar 20 mil carros por ano, com os dois primeiros modelos a serem feitos em nosso país, sendo o sedan de luxo Classe C e o crossover Mercedes GLA. A inauguração da fábrica Mercedes prova que o mercado de luxo não está sentindo a crise, pois em 2015, a marca da estrela de três pontas obteve um de seus melhores desempenhos, registrando crescimento de 28,7%. Os novos carros brasileiros da Mercedes têm valores a partir de 145 mil reais.

Novas placas Aos poucos, as novas placas padronizadas de automóveis para serem utilizadas nos países do MERCOSUL estão entrando em vigor. O Uruguai já usa a placa MERCOSUL em seus carros novos, desde janeiro de 2015 e a Argentina agora também passa a adotar a nova placa. No Brasil, a entrada em vigor da nova placa MERCOSUL estava prevista para este começo de 2016, mas ficará mesmo para o início de 2017. A nova placa, que será igual em todos os países do MERCOSUL tem a cor branca de fundo e é constituída de duas letras, três números e mais duas letras. O formato permite mais de 450 milhões de combinações. O tamanho da placa será o mesmo da atual placa brasileira: 40 cm de comprimento por 13 cm de largura e o nome do país ficará na parte superior, sobre uma barra azul.

Carro elétrico mais acessível Cada vez mais na moda, os automóveis elétricos estão ganhando espaço no mercado global. A mais recente atração é o novo modelo criado pela montadora norteamericana Tesla, apontada como uma das mais conceituadas fabricantes de veículos elétricos do mundo. O novo Model 3 da Tesla chega como opção mais acessível, projetado para ganhar as ruas no próximo ano com preço estimado de 35 mil dólares, algo em torno de 125 mil reais, o que é um preço bastante competitivo em se tratando de um carro especial da tecnologia elétrica. Projetado para concorrer com

modelos como o Nissan Leaf e o Ford Focus elétrico, o modelo de entrada da Tesla tem dimensões compactas e visual, lembrando um carro cupê, possuindo quatro portas e espaço para cinco pessoas. Seu motor elétrico acelera de 0 a 100 km/h em 6 segundos e pode rodar até 346 quilômetros com uma carga de bateria.

Fabricando carro dos anos 50 A marca inglesa Jaguar vai voltar a produzir carros dos anos 50. A estratégia faz parte da divisão Jaguar Classic que vai fabricar nove unidades do clássico XKSS de 1957. O modelo teve apenas sete carros finalizados, dos 16 planejados inicialmente. Um incêndio na fábrica da marca de Browns Lane destruiu as outras nove unidades, que serão recriadas do zero pela fabricante. O XKSS é a versão de pista, adaptada para rodar nas ruas. Ele usa motor 6 cilindros com 250 cv, acelerando

de 0 a 100 km/h em 5,5 segundos e atingindo a velocidade máxima chega a 230 km/h. Cada carro tem valor de 1 milhão de libras esterlinas, algo próximo dos R$ 5 milhões.

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AUTOMOBILISMO

Fórmula Truck,

o espetáculo prestigiado pelo maior público do automobilismo

A

Fórmula Truck, categoria que tem a maior média de público no automobilismo da América do Sul e só em 2015 foram mais de 38 mil pessoas por prova, é a única com a participação de sete fábricas: Iveco, Ford, MAN LatinAmerica, Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen e Volvo. São mais de 20 pilotos de alto nível disputando as dez etapas da competição. Neste ano, ocorre a 21ª temporada, que teve a abertura no Rio Grande do Sul, em março, em Santa Cruz do Sul, com a presença de 32.453 torcedores. De acordo com a presidente da Fórmula Truck, Neusa Navarro, o objetivo da competição é levar o melhor espetáculo aos torcedores. “Temos feito isso, claro, com a ajuda dos pilotos e das equipes, que cuidam de fazer sua parte nas pistas e dar uma corrida repleta de emoções. Na parte da organização, buscamos a cada etapa aprimorar nosso trabalho e atender da melhor forma possível para fidelizarmos mais ainda com os fãs da categoria”, afirma. Diferentemente de outras categorias nacionais, a Fórmula Truck tem sua própria estrutura, pois monta com a equipe de funcionários, todas as arquibancadas modulares que utiliza em todos os autódromos pelo Brasil. Em todas as corridas são envolvidas em torno de cem pessoas que trabalham na Truck, um total de 140 trabalhadores na sede em Santos (SP).

Luciana Flores

Mais de 20 pilotos de alto nível disputam dez etapas da categoria Nos bastidores do campeonato, há o empenho de cerca de 400 pessoas entre seguranças, garçons e pessoal de limpeza, equipe contratada nas cidades onde são realizadas as provas. A temporada, que iniciou em Santa Cruz, e passou por Curitiba, no Paraná, em 10 de abril, segue agora para Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, no dia 15 de maio. No dia 12 de junho é a vez de Goiânia (GO) receber o campeonato e em 3 de julho, Londrina (PR). No dia 31 de julho, a competição será realizada em São Paulo (SP). Em setembro, no dia 4, a Fórmula Truck volta ao Estado, dessa vez

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em Guaporé. Na corrida que aconteceu no ano passado, na oitava etapa da temporada, a cidade gaúcha recebeu 49.176 torcedores para a disputa que teve a vitória do tetracampeão Wellington Cirino. Guaporé bateu o recorde de público no campeonato de 2015. No dia 9 de outubro, a prova está marcada para Cascavel, no Paraná, e no dia 6 de novembro acontece em Brasília (DF), caso o autódromo já esteja reformado, se não volta para Campo Grande. Em dezembro, no dia 4, Minas Gerais recebe a competição na cidade de Curvelo. Em Santa Cruz do Sul, no dia 13 de


Orlei Silva

AUTOMOBILISMO

março, a vitória foi de Felipe Giaffone, seguido por Paulo Salustiano e Diogo Pachenki. A Fórmula Truck tem dez etapas que são divididas em duas fases cada uma e distribuem 53 pontos no total: 25 para o ganhador da primeira fase e a mesma quantidade de pontos para o ganhador da segunda. Os outros pontos são distribuídos entre o vencedor de cada fase, que receberá 25 pontos; o segundo que terá 22; o terceiro, 20; o quarto, 18 pontos, o quinto, 16; o sexto, 15; o sétimo, 14; o oitavo, 13; o nono, 12; o décimo, 11, e assim sucessivamente até o vigésimo colocado que leva 1 ponto. Somados os três pontos de bônus (pole e duas melhores voltas) se atinge 53 distribuídos por etapa. A competição possui dois patrocinadores máster, a Petrobras e a Pirelli, além de outros apoiadores. A Petrobras Distribuidora é fornecedora oficial de combustíveis, no caso, diesel, e lubrificantes sintéticos para motores, tanto para os treinos quanto para as corridas. Por temporada, são fornecidos 100 mil litros de diesel Podium S-10 e 12 mil litros e de Lubrax Avante (lub para motor). Os produtos são utilizados por todas as equipes. A parceria da BR com a Fórmula Truck remonta a 1996, na segunda edição do campeonato, ano em que a categoria recebeu a homologação da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Conforme o gerente de Planejamento de Comunicação e Patrocínio da Petrobras Distribuidora, Luís Fernando Meinicke, numa linha de patrocínios mercadológicos ligados ao segmento ‘esporte motor’, a Fórmula Truck tem sido uma excelente oportunidade de exposição da marca institucional e dos produtos da Petrobras Distribuidora. “Além disso, permite ações de relacionamento com nossos públicos de interesse - potencializando, por exemplo, o programa de fidelidade Petrobras Premmia - e o desenvolvimento de produtos, que são testados ao limite nas rígidas exigências de performance e durabilidade das corridas da F-Truck”, esclarece.

Para Neusa, o objetivo é levar o melhor espetáculo aos torcedores

Tecnologia que preserva o meio ambiente Testado durante quase toda a temporada de 2015, neste ano o detector de fumaça foi implantado oficialmente já na primeira prova da Fórmula Truck, que foi realizada no Rio Grande do Sul. Projetado especialmente para a categoria pela empresa DSA, do interior do Estado de São Paulo, para ajudar a preservar o meio ambiente, o equipamento eletrônico denominado DSA Evo Truck ganhou uma regulagem mais rígida para a emissão de fumaça dos caminhões. Esse aparato tecnológico, inédito no mundo, serve para os comissários da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) punirem os pilotos dos caminhões que estiverem emitindo fumaça preta além do permitido pelo regulamento. O Sistema de Medição Eletrônica de Fumaça (DSA Evo Truck) é composto por uma central eletrônica

interligada a um conjunto de sensores posicionados no cano do escapamento e já foi responsável por algumas punições em Santa Cruz do Sul. Como é eletrônico, as medições são precisas. Um dos sensores emite uma luz, controlada eletronicamente, e o outro a recebe, medindo a opacidade, a propriedade que os materiais têm de absorver a luz. Em linhas gerais, quanto menos luz passar, mais opacidade será apresentada na parte interna do cano de descarga. Ou seja, mais fumaça. Dependendo do nível, o piloto será punido. Além de transmitir on-line as informações aos comissários, que poderão acompanhar tudo no computador, na torre da direção de prova, o detector de fumaça também armazena na memória os dados para, eventualmente, serem verificados depois do treino ou corrida.

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Periscópio

Divulgação

Mastra e Ampri lançam novos catálogos Empresa está confiante no trabalho do time e na linha da produção

Dayco reúne equipe de aftermarket A Dayco reuniu a sua equipe, na última semana do mês de março, para apresentar suas metas e estratégias para o seu novo ano fiscal. A empresa conta com uma das maiores forças de vendas do aftermarket do país, formada por promotores, supervisores, além da equipe interna de marketing e customer service. A empresa está bastante confiante no trabalho do time, no atual desempenho de suas linhas de produtos nos distribuidores e com os novos

produtos que serão lançados este ano. “Nossa equipe atua em todo o território nacional, residindo em cada região, e consequentemente, conhecendo bem os hábitos e necessidades de cada parceiro”, comenta Silvio Alencar, diretor comercial da Dayco, na América do Sul. “Desta forma, mantemos contato constante, entendendo melhor o que cada cliente precisa, atendendo de maneira mais rápida e eficaz o que o nosso público espera”, finaliza.

Perfect realiza encontro de vendas A Perfect realizou nos dias 8 e 9 de março, em sua sede, localizada em Mogi das Cruzes (SP), o “I Encontro de Vendas Perfect”. Reuniram-se representantes, vendedores, promotores, marketing e diretoria da empresa com participantes de todo o país, como Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Manaus, Goiânia, Belém e São Paulo. Além de apresentar a nova estratégia, alinhada aos cenários e objetivos para 2016, a equipe participou de palestras, treinamentos e de um diálogo sobre o mercado de reparação automotiva com especialistas do segmento. Uma equipe treinada e capacitada para estabelecer bons relacionamentos

Divulgação

Equipe participou de palestras e treinamentos sobre o mercado

com o trade é fundamental para a Perfect, uma fabricante de peças e acessórios, com mais de 2 mil itens e que atende todas as regiões do Brasil e América do Sul.

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A Mastra está de catálogo novo para facilitar a interação com os lojistas e aplicadores com itens atualizados, inúmeros lançamentos e novo visual. Além de sua linha de escapamentos e catalisadores, a empresa também possui uma linha de flexíveis e acessórios (massa vedante, ponteiras, abraçadeiras, anéis, cintas, entre outros) que agora, também constam no catálogo, para uma perfeita instalação de seus itens. Já na introdução, o usuário encontrará informações sobre os escapamentos e catalisadores produzidos pela marca e também explicações sobre produtos diferenciados que podem aumentar o ticket médio das lojas. Ao longo do catálogo, existem mais de 3 mil itens ilustrados, separados por montadora. Para adquirir o catálogo, basta o aplicador ou o lojista solicitar junto ao consultor de vendas que atende a sua loja. Mais informações no 0800-166127. A Ampri também acaba de lançar seu novo catálogo de peças 2016, tanto impresso quanto virtual, para mais de 950 aplicações entre linha leve, pesada e utilitários, além de uma novidade: a linha elétrica - Mecanismos de Direção. O catálogo está disponível para download na versão PDF, no site da empresa.


Agenda

IV Fórum RH da Indústria Automobilística Data: 16 de maio Local: Milenium, Centro de Convenções - Rua Dr. Bacelar, 1043 - São Paulo (SP) Entre os temas a serem abordados no encontro estão: “As Perspectivas para o Setor Automotivo” (Os cenários para o setor automotivo, a recuperação dos negócios e a evolução do emprego), “O Fortalecimento da Carreira de RH” (As novas funções do profissional de RH, desafios da carreira, o impacto das mídias digitais e redes sociais), «A Visão de Autopeças» (Enquanto enfrenta a crise, o pessoal de RH conquista novas responsabilidades, a reformulação das equipes e manutenção de talentos) e “O Ponto de Vista do Sindipeças” (Os cenários para as relações trabalhistas nas autopeças, em tempos de crises, PPE, E-Social e tendências do emprego). Divulgação/Arquivo

31ª Feira Internacional da Mecânica Data: 17 a 21 de maio Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana – São Paulo (SP) São vários setores na exposição que fornecem equipamentos, produtos e soluções para a indústria automotiva: automação e controle de processos; medição e informática aplicada; ferramentas e dispositivos; solda e tratamento de superfícies; máquinas e ferramentas; equipamentos diversos e acessórios; equipamentos para plástico e borracha; motores, acoplamentos, redutores e engrenagens; equipamentos para tratamento ambiental e refrigeração; válvulas, bombas, compressores, equipamentos hidráulico e pneumático; equipamentos para movimentação e armazenagem; e fornos, estufas, caldeiras e tratamento térmico.

Arquivo

8ª Autopar – Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva Data: De 8 a 11 de junho Local: Expotrade Pinhais - Região Metropolitana de Curitiba (PR) - Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, 10.454 - Vila Amélia A feira terá mais de 500 marcas expositoras e deverá ultrapassar os resultados da 7ª edição, quando recebeu um público superior a 30 mil visitantes. A Autopar contará com seis setores: TratorParts, Audiotech, Motopar, BusParts, Truck Parts e Pró-Funilaria.

Revista da Asdap l Março/Abril 2016 l Ano 4 l Número 21 - 35



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