PSD sai do governo e vice-governador Renato Santana vira oposição Pelaí – Página 3
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Ano VII - 337
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Ataídes Oliveira é atendido pelo TCU em investigação sobre o Sistema S
Brasília, 11 a 17 de novembro de 2017
ELEIÇÕES 2018
Janela da direita cabe apenas um FOTOS:JÚLIO PONTES
Aparecer em pesquisa é caro Página 10
O Bonzo de olhos azuis! Página 14
Eufemismo X Ironia Página 14
Fuja dos problemas repetidos Página 15
Nem todo rótulo é verdadeiro Página 15
Fraga (esq.) menospreza Ibaneis, que se filiou ao PMDB para concorrer ao Buriti: “nunca foi testado em urna”
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) não poupa críticas à pretensão do ex-presidente da OAB-DF Ibaneis Rocha de disputar o Buriti pelo PMDB. “Não posso aceitar que alguém chegue agora e sente na janela”, diz Fraga em entrevista ao Brasília Capital. Ele refere-se a uma candidatura de direita nas eleições de
2018 e acha que Ibaneis “não merece essa importância”. Para o parlamentar, que é coronel da reserva da PM, policial que atua para defender um cidadão fora de seu horário de serviço “é idiota”. Ataca a esquerda e dispensa os votos de eleitores da deputada Érika Kokay.“É só o que não presta”, dispara. / Páginas 4, 5 e 6
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 11 a 17 de novembro de 2017 - bsbcapital.com.br
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A R T I G O
x p e d i e n t e
Como acreditar que nossas crianças estão seguras?
Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br
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Luana Ribas (*)
O assassinato de Raphaella Novinski, de 16 anos, a tiros dentro de sala de aula em Alexânia, por Misael Pereira, de 19 anos foi grande manchete escancarada na mídia durante a semana. Mas a tragédia na cidade goiana do Entorno, no último dia 6, a menos de 100 quilômetros de Brasília, tornou-se mais uma entre várias outras vistas recentemente. A pergunta que se impõe é: “por quê?”. Por que estudantes, muitos deles menores de 16 anos, têm cometido crimes assim? Por que a escola não tem conseguido evitar a entrada de armas? Como chegamos a esse ponto? Do ponto de vista psicológico, e considerando que aqueles que cometem esses crimes são adolescentes e, em alguns casos, crianças, precisamos entender que, inevitavelmente, encontraremos sofrimento, tanto nas famílias da vítima e do agressor, quanto nos próprios. Sob o aspecto cognitivo, as funções executivas dessa idade ainda não se estruturaram completamente. Seus sofrimentos aparentam ser mais intensos e definitivos do que o são na realidade. Acreditam que aquilo que estão passando não é temporário, tomando atitudes drásticas para que a dor cesse de forma imediata.
C
nCensura Presidente da Fibra cutuca a onça com vara curta. O informativo brasiliense Brasília Capital veiculou denúncia de malversação de recursos no chamado Sistema S, cujos serviços estelares são o Senac, do comércio, e o Senai, da indústria. O homem da Fibra proibiu a circulação do impresso em qualquer dependência sob seu tacão, e aí cutucou a onça, que reagiu com o apoio de políticos e instituições da mídia e
dos seus profissionais. A vara é curta porque o Sistema S está sob suspeita em estados onde, se furar um pocinho, vão jorrar falcatruas com dinheiro público. Luiz Augusto Gollo, via Facebook Sobre censura ao Brasília Capital nas dependências das entidades do Sistema S, determinada pelo presidente da Fibra, Jamal Bittar. nCasas derrubadas Ela falou tudo. Se for para
Adolescente de 16 anos morta em Alexânia: por que a escola não tem conseguido evitar a entrada de armas? Como chegamos a esse ponto? A pergunta se volta, então, para como estamos cuidando do emocional das nossas crianças. Apesar da importância da família nessa construção, não podemos retirar o papel das escolas. Estas têm focado em conteúdos, como matemática e português, e esquecem que ali existe um ser em evolução, que precisa aprender a lidar com suas emoções. Se entendermos que os jovens, além das preocupações com notas, também se preocupam com questões como “de quem gosto”, “como me vejo” ou “tenho me sentido excluído”, talvez compreendamos como notícias assim tornam-se cada vez mais frequentes. Cuidando de forma mais próxi-
ma desses alunos tão jovens, conseguiremos entender seus conflitos, compreender seus motivos (bullying? Paixões não correspondidas?) e, então, premeditar ações ruins e impulsivas, evitand-se, assim, tais tragédias. Se esses alunos tivessem sido instruídos a trabalhar seu emocional, debatendo sobre tolerância à frustração como se sentem no colégio e em suas vidas, talvez pudéssemos evitar que crianças e adolescentes adoecessem psiquicamente. A resposta talvez esteja em olharmos com mais atenção para cada aluno que passa por nossas escolas. Tendo esse olhar especial, poderíamos impossibilitar, antes de tudo, que aluno algum entrasse com armas no colégio. Precisamos, enfim, acreditar que a escola ainda é um lugar seguro. Considerando que a estrutura emocional parece ser a resposta desses atentados, precisamos dar o pontapé inicial, fazendo com que, principalmente, nossos alunos se sintam seguros e verdadeiramente acolhidos.
(*) Psicóloga e psicopedagoga. CRP: 01/16527. www.clinicadialogo.com.br (061) 3346-5469
a r t a s
derrubar, derruba o Vicente Pires todo. O Ministério Público deveria se preocupar em meter políticos bandidos na cadeia, não ficar derrubando a moradia de cidadãos de bem. Jeová de Souza Mello, via Facebook Gente, uma vida toda de trabalho investindo nesses apartamentos! Vamos nos colocar no lugar do outro. Valéria Silva, via Facebook O lote está legalizado? A área é destinada a moradias?
Tem alvará de construção e habite-se? Se as respostas são sim, têm razão. Do contrário, não. Hélio Doyle, via Twitter Compradora de casa derrubada em Vicente Pires resiste à ação da Agefis (vídeo). nAgnelo deputado Essa criatura faliu o DF, igual Tarso Genro no RS. Alguém tem coragem de votar nisso? Giulianno Schneider, via Facebook Eu era um fiel eleitor de
Agnelo Queiroz, mas ele perdeu toda credibilidade! Neri Bílio, via Facebook E o povo vota... Estádio Mané Garrincha, Centro Administrativo no governo Agnelo foram hiperfaturados. Endividamento e corrupção. Joaldo Medeiros, via Facebook Nota da coluna Pelaí informa que o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) será candidato a deputado federal em 2018.
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“Gosto de estar sempre perto do povo, e não num palácio, longe dos eleitores” Do vice-governador Renato Santana, quinta-feira (9), ao chegar para almoçar no restaurante self-service Camargo’s, na Comercial Norte de Taguatinga. Era a senha para o desembarque do PSD da aliança com o PSB do governador Rodrigo Rollemberg, decidida no dia seguinte.
Concorrência O ex-deputado Olair Francisco (foto) quer voltar à Câmara Legislativa a partir de 2019. Ele saiu do PTdoB e assinou a ficha do PP. Mas a concorrência em Taguatinga, sua principal base, será intensa. Têm o mesmo plano o presidente da Associação Comercial (Acit), Justo Magalhães (PPS); o administrador Marlon Costa (PSB); a filha do ex-vice-governador Benedito Domingos, Bena (PP); e os ex-distritais Charlin (PTB) e Washington Mesquita (PSDB).
Suspensa propaganda do PTB O Tribunal Regional Eleitoral determinou, sexta-feira (10), a suspensão da propaganda do PTB do DF. A vice-presidente e corregedora do TRE-DF, Carmelita Brasil, concedeu liminar ao PSB, que alegou que o PTB “teria se aproveitado de espaço publicitário gratuito para divulgar informações falsas e sem atender aos objetivos previstos pela lei”. O PTB tem cinco dias para apresentar defesa. CAMPANHA – Para a desembargadora, a inserção publicitária não faz menção aos programas partidários, à intenção de transmitir mensagens aos filiados ou à posição da sigla em relação a temas político-comunitários. Dentre as inserções, está uma em que o governador Rodrigo Rollemberg, quando candidato, afirma que “não há falta de recurso no DF”. A seguir, o presidente do PTB, Alírio Neto (foto), rebate dizendo: “Na campanha falava assim. Agora que é governador, diz que falta dinheiro”.
Vice na oposição FOTOS: DIVULGAÇÃO
Acabou a aliança do PSB do governador Rodrigo Rollemberg com o PSD do vice Renato Santana. O desembarque dos sociais-democratas do Governo de Brasília foi decidido na sexta-feira (10), durante reunião da executiva regional. BERNARDES – O mais prejudicado com o fim da parceria será o secretário de Justiça e Cidadania, Arthur Bernardes, que entregará o cargo. Procurado pelo Brasília Capital, o presidente do PSB e secretário de Cidades, Marcos Dantas, não quis comentar o assunto. ENSAIO – O movimento era ensaiado há meses pelo PSD, quando as divergências entre o vice e o chefe do Executivo acentuaram-se. Agora, o único partido da coligação que elegeu Rollemberg em 2014 ainda alinhado com o governo é o Solidariedade – o PDT saiu em outubro. DECORATIVO – A crise na área da saúde foi o pretexto de Santana para criticar o ex-aliado. O racha se agravou com a morte da cunhada do vice, em janeiro de 2016, no Hospital Regional de Brazlândia, vítima de dengue. GRAMPO – Meses depois, em áudio gravado pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, Santana foi grampeado falando do pagamento de propina a partir de desvios de recursos da área de saúde.
Após vários meses de ensaio, Santana finalmente se afasta de Rollemberg
ESTOPIM – Foi o estopim para Rollemberg criar a Secretaria de Cidades, sob medida para seu amigo Marcos Dantas, e esvaziar as atribuições da vice-governadoria, até então responsável pela supervisão das 31 regiões administrativas. FILA – O afastamento do PSD do governo significará a exclusão de Renato Santana da vaga de vice na chapa de Rollemberg em 2018. Mas isto não causa surpresa e tampouco desespero no Buriti. Tem muita gente na fila querendo o lugar do pupilo do ex-governador biônico Rogério Rosso. ABADIA – A primeira cotada é a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), recém-empossada na Secretaria de Projetos Estratégicos. Mas ela precisará superar a resistência do presidente regional tucano, deputado Izalci Lucas.
A destituição do senador Tasso Jereissatti (CE) da presidência nacional PSDB, que costurava acordo com Rollemberg, pôs mais lenha na fogueira. VALDIR – Quem tem trabalhado para merecer a confiança do chefe para ficar com o posto é o secretário de Desenvolvimento Econômico, Valdir de Oliveira. Ele não tem filiação partidária, mas é irmão do potencial candidato da Rede ao Senado, deputado distrital Chico Leite. PACCO – Outro que está de olho na cadeira de Santana é o ex-administrador de Brasília, Marcos Pacco (Avante), ex-PTdoB. Primeiro suplente de deputado federal (teve 28 mil votos em 2014), ele fez um acordo com o Ronaldo Fonseca (Pros), que não concorrerá à reeleição. Assim, acredita que herdará milhares de votos de evangélicos.
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FOTOS: JÚLIO PONTES
ENTREVISTA / Alberto Fraga
“Bolsonaro já está no segundo turno. Ibaneis é um nome qualquer” Orlando Pontes O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) conta com a união da direita para concretizar seu projeto de ser o próximo governador do DF. Fala que Jair Bolsonaro (PSC-RJ) já está no segundo turno da eleição ao Palácio do Planalto e do desejo de enfrentar Rollemberg, na disputa ao Palácio do Buriti, no segundo turno de 2018. Polêmica pura: ele acha que a polícia deveria deixar a população frente a frente com os bandidos para aprender a dar valor aos militares que morrem para defender a sociedade. Sobre a candidatura do ex-presidente da OAB-DF Ibaneis Rocha ao governo, ele diz que o advogado é “um nome qualquer” e que Frejat é beneficiário dos votos do ex-governador Arruda. E garante não querer votos de eleitores da deputada Érika Kokay (PT). “É só o que não presta”, dispara.
O senhor é da Bancada da Bala e faz parte do grupo que discute as novas regras da segurança pública no País. Quais avanços estão sendo obtidos? - Os esquerdistas chamam de forma pejorativa de “bancada da bala” aqueles que defendem a vida do cidadão. Os projetos da bancada da bala são na linha da segurança pública. E prejudicam, sim, a vida dos bandidos. Isso me dá o direito de dizer: se os que são contra os bandidos são da “bancada da bala”, quem defende os bandidos é a “bancada do crime”. Aí se enquadram o PT, o Psol, a Rede e o PCdoB. Por exemplo, eles ficaram contra o projeto que aprovamos terça-feira (7). Nós queremos que aquele que assassinar um policial cumpra pena no regime fechado, sem progressão de pena. Em 2015, nós transformamos o assassinato de policiais em crime hediondo. Achávamos que fosse servir de freio, mas não adiantou nada. Essa lei protegendo apenas o policial não é discriminatória? – De forma alguma. O Supremo, equivocadamente, disse que, no cômputo geral, não tem nenhuma pena que não
tenha direito a progressão, mesmo crimes hediondos, quando a lei diz que crime hediondo é regime fechado. Quando ele falou isso, relacionou a todo mundo. Nós estamos criando um novo tipo. Quem matar um agente do Estado vai responder por crime em regime fechado. Só no Rio de Janeiro foram assassinados 116 policiais. E se fossem 116 jornalistas? E se fossem 116 políticos? Ou 116 advogados? Mas, em tese, o policial foi preparado para enfrentar essas situações? – Não. Ele é um ser humano como qualquer um outro. A única barreira entre o crime organizado e você é o policial. É ele que está tombando em seu lugar. Quando mataram dois ou três policiais no EUA, o presidente interrompeu uma viagem. Foi comoção nacional. Aqui, estão matando dois policiais por dia. Os números assustam qualquer país do mundo. Se eu tivesse poder, diria para os policiais: “parem”, para deixar os bandidos invadirem a casa de todo mundo. Aí dariam valor à polícia. Está de folga e vê o cara te assaltando, ele vai te defender. É um idiota. O senhor acha idiotice o policial
“Se os que são contra bandido são da bancada da bala, quem defende bandido é a bancada do crime”
defender um cidadão? – Com esse reconhecimento que a sociedade tem por ele? Ele é bobo. Não é idiota, é bobo. Porque não tem o devido reconhecimento da sociedade. Ele morre pela sociedade e a sociedade está cagando e andando para ele. E nos casos em que o bandido toma a arma da vítima? – Isto não chega a 1%. Esses dados foram inventados pelos desarmamentistas sem argumentos. Primeiro, o argumento era de que essas armas matavam as crianças.
que eu defendo é a posse: você comprar e ter na sua casa. Para sua defesa, da sua família e propriedade. Se alguém bater na porta, você dá um tiro pro alto, ele corre. Eu sou um exemplo. Estava dormindo, o cara entra no meu quarto e aponta uma arma para a cabeça da minha mulher. Você acha que eu iria reagir? Entreguei a arma que estava na cabeceira da cama. Se eu tivesse visto eles chegando, você acha que eles estariam vivos? Pode ter certeza que eu mataria os três.
Nos EUA, vêm acontecendo várias tragédias com o uso de armas por pessoas que têm acesso livre a elas... - Quem consegue controlar um cara desse? O que um louco desse tem a ver? Aqui no Brasil, tem um exemplo que não é só a arma que mata. Teve um que queimou as crianças. Vai proibir o fósforo? A gasolina?
O senhor é pré-candidato ao GDF, em aliança com Bolsonaro, candidato a presidente. Como estão essas conversas? – Minha aliança com o Bolsonaro passa até pela amizade que nós sempre tivemos desde 1981, quando fizemos Educação Física na escola do Exército. Eu era primeiro tenente da PM e ele primeiro tenente do Exército.
E no trânsito, por exemplo? – Aí é porte de arma. Veja como se confundem as coisas. O porte de arma é o que dá o direito de andar com ela. O
O discurso dos senhores é afinado desde então? – Sim. O Bolsonaro, ao contrário do que muita gente pensa, é um cara muito inteligente. Ele é
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muito autêntico e direto nas palavras. E o senhor não é? – Não. Sou mais educado que ele (risos). Menos contundente. Se o Bolsonaro diz uma frase, você diz a mesma frase, só que a dele é mais contundente. O Bolsonaro deixou de ser aventura. Essa polarização Lula-Bolsonaro deixa um buraco no centro? – Acho que está abrindo um buraco, mas quando quiserem não vai dar tempo de tapar. Hoje, o Bolsonaro está no segundo turno. O senhor estará no segundo turno em Brasília? – Acho que sim. Contra quem? – Espero que seja contra o “enRollemberg”. Esse enrolão atrapalhado que fez a cidade parar por quatro anos. Eu gostaria muito de manter o grupo da direita unido. A gente tem que se despir das vaidades pessoais. Eu tenho pedido muito isso. Fui testado numa majoritária, em um momento muito difícil de Brasília, no qual eu era um secretário forte no governo e, naquela crise, tive 500 mil votos. Fiquei quatro anos sem mandato. Voltei como o mais votado no DF, o terceiro no Brasil, proporcionalmente. Esse é o meu patrimônio. Mesmo assim, não bato e digo que sou candidato isolado. Quero ter o apoio e o consenso dos colegas do grupo da direita. A entrada do Ibaneis dizendo que Rollemberg não ganha por
“O policial que está de folga e vê o cara te assaltando, ele vai te defender. É um idiota. Um bobo porque não tem o reconhecimento da sociedade”
WO... – Não quero desmerecer o Ibaneis, mas ele nunca foi testado em urna. Não daria essa importância que deram a ele. É um nome qualquer, como pode ser o de qualquer pessoa. Alegam que ele tem muito dinheiro. Será que ele vai poder usar esse dinheiro em campanha? Se eu perder para o Frejat, até aceito. O que não posso é aceitar que alguém chegue agora e sente na janela. Ele diz que só será candidato a governador... – Exatamente isso. Se ele entra com a finalidade de ser o candidato a qualquer custo, acredito que o PMDB será isolado. Tenho certeza de que os outros partidos não vão aceitar. À filiação dele, não compareceram lideranças como o senhor, Izalci, Alírio e Frejat. Isso é um sinal de que ele não agrega? – Não posso falar pelos outros. Mas, eu tinha uma pauta de segurança pública em que eu era o autor da maioria das propostas. Mesmo que quisesse ir, não poderia. Mas o senhor queria ir? – Eu não tenho essa liberdade toda com ele. Tenho com o Filippelli. O Filippelli explicou para o senhor sobre essa chegada abrupta do Ibaneis? – Tivemos uma boa conversa. Ele me falou que estava filiando uma pessoa, e não um candidato a governador. Me garantiu isso. Eu acredito nas pessoas. Se as pessoas me traem, aí todo mundo conhece minha forma de reação. Confio na palavra dele. Também não posso trair e nem ser incoerente com a minha consciência: o acordo que temos é: aquele que estiver em melhores condições deve ser o candidato. Hoje seria o Frejat? – Em algumas pesquisas ele está na minha frente. Mas tem pesquisas em que estou na frente dele. Está pau a pau. Hoje, os votos do Frejat estão respaldados no apoio do Arruda. O Arruda continua sendo um grande eleitor. É quem mais transfere voto em Brasília. O senhor continua bem com ele? – Sempre estive bem com ele. Mas quando temos que brigar, nós brigamos.
foi engavetado de tal maneira que só saiu a sentença três dias depois que ele tomou posse. Foi muito estranho. Ninguém sabia do processo.
“Se eu perder para o Frejat, até aceito. O que não posso é aceitar que alguém chegue agora e sente na janela” E por que os senhores brigam – Por discordar das opiniões dele. Mas ele é uma pessoa que não podemos ignorar a posição política e a articulação que ele sempre teve na cidade. Foi um governador de grandes feitos. A última discussão que tivemos é que ele deveria dizer qual candidato iria apoiar. E não ficar naquela coisa... Ainda penso assim. Ele decidiu-se? – Ainda não. Ele conversa comigo, com o Alírio, Fillippelli e todos os candidatos. Ainda não bateu o martelo. Acho que essa indefinição é o que pode permitir uma articulação da esquerda e desse incompetente que está no governo. Agora, ele está tendo apoio do Judiciário. Nós não podemos fazer propaganda política criticando o governo que ele consegue derrubar o programa. Tiraram um programa meu do ar porque eu disse que ele gastou R$ 72 milhões. Ele pegou uma planilha inicial de R$ 23 milhões ou R$ 32 milhões, e não de R$ 72 milhões. Agora, está se constatando que eu estava errado, pois era de R$ 123 milhões de publicidade, naquele período. Ele está encontrando uma forma inédita de calar a oposição, utilizando o Poder Judiciário. O senhor teria uma explicação para isso? – Não sei o porquê, mas quando ele se elegeu senador, estava condenado por sua prestação de contas como secretário de Turismo do governo Cristovam. Esse processo
O senhor criou o bordão “governador, respeite o povo”. Como seria o respeito ao povo em um eventual governo seu? – Fazendo as obras que nosso governo do Democratas e do Arruda deu início. Obras que beneficiam a população. Brasília precisa de transporte de qualidade. Nós rompemos muitas barreiras e, infelizmente, ficou pela metade. Favorecer os menos favorecidos é respeitar o povo. Quem é rico não precisa do governo. É aos pobres que o governo tem que dedicar sua atenção. Eu vim de baixo e fui eleito para o meu primeiro mandato de deputado federal pelo povo sofrido da Ceilândia, quando ninguém me conhecia. Foi o reconhecimento do meu trabalho prestado ao povo de Ceilândia. O senhor tinha uma fama de durão na região... – Me apelidaram de xerife. Quem trocava tiro com a polícia, ou ia para a cadeia ou para a cova. Eu digo sempre isso: se um bandido chega a atirar na polícia, imagine o que ele não faz com um cidadão. Não me arrependo de nada que fiz na minha vida. Eu divirjo da ideologia, não da pessoa. Procuro separar isso. A Érika Kokay diz que o senhor é patrocinado pela indústria bélica... – Acha que uma campanha para deputado federal custa R$ 80 mil? É a maior doação que eu tive, até hoje, da CBC. Quem fala isso é porque não conhece quanto custa uma campanha de deputado federal. O eleitor da Érika é só o que não presta. Não quero eleitores dela. Sou o autor do projeto para acabar com o saidão. Ela quase teve um chilique no plenário. Ela é contra um assassino de policial não ter progressão de regime. É contra o porte de arma dos policiais. É a favor do auto de resistência, a única coisa que isenta um policial em um confronto com tiro com o bandido. Se ele matar o bandido, é legítima defesa. Ela quer que o cara seja preso e responda preso. Quem tem um pensamento assim não é do bem. É da bancada do crime.
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Aliados esvaziam festa de Ibaneis Ex-presidente da OAB filia-se ao PMDB sem a presença dos caciques da direita do DF JÚLIO PONTES
Gustavo Goes O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) Ibaneis Rocha filiou-se ao PMDB na quarta-feira (8) para ser candidato a governador em 2018. Mas a festa não contou com a presença dos principais postulantes ao Buriti por uma possível coligação de centro-direita, como o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR); o presidente do PTB, Alírio Neto; e os deputados federais Izalci Lucas (PSDB) e Alberto Fraga (DEM). Também não compareceu o vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Wellington Luiz. As ausências significam que Ibaneis, um neófito na política,
terá dificuldade em unir o grupo em torno de seu nome. Mas ele e o presidente licenciado do PMDB-DF, ex-vice-governador Tadeu Filippelli, colocaram panos quentes. “Política se faz agregando. Não podemos perder ninguém. É um grande deputado”, discursou Filippelli, referindo-se a Wellington Luiz. Filippelli também minimizou ausências dos demais caciques, apontando presenças do senador Hélio José (Pros), o deputado federal Rôney Nemer (PP), o deputado distrital Rafael Prudente (PMDB), o presidente do nanico PSL, Newton Lins; e representantes do PHS e do Avante. Ibaneis saudou os piauienses, advogados, autoridades e
familiares que lotaram o auditório do partido, na 503 Sul. E evitou confirmar sua candidatura ao governo. Ressaltou que só disputará a eleição ao Buriti se tiver o aval do grupo político em que ingressou formalmente. “Vamos construir um novo futuro para o GDF, todos juntos. Brasília foi projetada para ser disseminadora de desenvolvimento e não um cenário de abandono”, disse. Entre críticas à gestão de Rollemberg e exaltações ao ex-governador Joaquim Roriz, o deputado Rafael Prudente afirmou que o PMDB voltará a comandar Brasília. “Somos o maior partido do Brasil e, em breve, seremos o maior partido do Distrito Federal”.
Ibaneis (dir.) com Filippelli “Vamos construir um novo futuro para o GDF”
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A farsa da mudança na atenção primária nos centros de saúde Na onda da “mudança X mais do mesmo” adotada pelo atual governo do Distrito Federal, estão fazendo alterações na Atenção Primária à Saúde, sob alegação de aumentar a cobertura da Estratégia Saúde da Família. Para isso, estão desmontando a estrutura de trabalho dos centros de saúde. Médicos especialistas em clínica médica, pediatria e ginecologia serão substituídos ou terão que atuar como generalistas. Se o paciente quiser atendimento especializado, terá Dr. Gutemberg, que procurar presidente do Sindicato dos as emergênMédicos do DF e advogado
cias dos hospitais ou as “clínicas populares” que aumentam na cidade. Estão sendo feitos cortes de gratificações pela dedicação exclusiva dos servidores da atenção primária. Um motivo verdadeiro para se fazer o que está sendo feito “é a economia” e não o aumento do acesso da população à saúde pública. A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) prevê cerca de 3.500 pessoas por equipe. Aqui o dimensionamento real chega a 10.0000 vidas. Os centros de saúde estão funcionando como unidades de emergência. Os programas de pré-natal, acompanhamento de hipertensos, diabéticos, antitabagismo e outros estão deixando de ser oferecidos. Pediatras, gi-
necologistas, clínicos e outros especialistas experientes estão sendo realocados em serviços burocráticos. E a população, coberta de razão, reclama da falta desses mesmos especialistas nas unidades de saúde. A necessidade de aumento da cobertura do Saúde da Família é consenso. A forma de fazer isso é questionável – no DF é desastrosa. A especialização em Medicina de Família e Comunidade é necessária e a manutenção de uma rede de apoio com especialistas é indispensável. Para dar certo, a mudança tem que incluir e não excluir os servidores da Saúde e tem que ser feita de forma gradual, sem desmontar a estrutura de atendimento que já existe e funciona.
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“Mudança X mais do mesmo” e “é a economia, idiota” foram dois de três pilares estabelecidos pelo estrategista de campanha eleitoral do então candidato ao governo dos Estados Unidos Bill Clinton, em 1992. O governo Rollemberg aplica a estratégia eleitoral que derrotou George Bush como programa de governo. Ao agir dessa forma temerária, trata o terceiro pilar da estratégia apenas como elemento de retórica para uso publicitário e panfletário. Esse pilar era “não se esqueça da assistência médica”. O governo Rollemberg, infelizmente, esqueceu.
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CRISE HÍDRICA
Obras dão pequeno fôlego Aumento na captação de água, num ano, serve para abastecer 880 mil pessoas, de acordo com a Caesb DÊNIO SIMÕES AGÊNCIA BRASÍLIA.
Valdeci Rodrigues (*)
A
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal aumentou sua capacidade de produção de água nova em 1.576 litros por segundo em menos de um ano. Isto significa acréscimo de 16,5% no volume total de 9,5 mil litros por segundo. O acréscimo é suficiente para abastecer uma população de aproximadamente 880 mil habitantes, o que representaria as cidades-satélites de Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas, de acordo com o presidente da Caesb, Maurício Luduvice. “É uma conquista relevante num momento em que vivemos a maior crise hídrica da história de Brasília. E não teria sido alcançado se não fosse o esforço dos empregados da Caesb, o apoio que recebemos do Governo de Brasília e o uso consciente da água pela população”, afirma. Luduvice explica que a maior oferta de água é resultado de obras como a Estação de Tratamento de Água Lago Norte e o Subsistema do Bananal, somadas à recuperação e melhorias de antigas captações. “Outras medidas, como investimentos para redução de perdas no sistema, combate às ligações clandestinas, intervenções para possibilitar a transferência de água do Santa Maria/Torto/Bananal para cidades abastecidas pelo Descoberto, campanhas educativas de uso consciente
Bananal: Luduvice (esq.) ao lado de Rollemberg: “É uma consquista relevante” diante da escassez
e racional da água estão sendo fundamentais para enfrentarmos essa crise”, diz. O sistema do Lago Norte, inaugurado em 2 de outubro, capta água por intermédio de balsas flutuantes, com capacidade de até 700 litros por segundo. A captação no braço do Torto e no Lago Paranoá
abastece o Lago Norte, Paranoá, Itapoã e Taquari. Assim, a água do Sistema Santa Maria/Torto que abastecia essas regiões será transferida para outros dois reservatórios — um no Parque da Cidade e outro no Cruzeiro – e ficará disponível para reforçar o abastecimento de áreas aten-
didas pelo Sistema Descoberto. Já o subsistema de captação de água do Ribeirão Bananal, que entrou em operação no dia 30 de outubro, com capacidade para uma vazão média de 726 litros por segundo, ampliará o abastecimento das regiões atendidas pelo Sistema Santa Maria/Torto e beneficia-
Combate ao furto A Polícia Civil conseguiu zerar, neste ano, a fila de solicitações de perícias para furtos de água, depois de fazer um acordo de cooperação com a Caesb. A ação conjunta dos dois órgãos tornou o processo menos burocrático e mais rápido, mesmo com o aumento no número de pedidos. Do início de janeiro até o final de outubro, foram registrados 95, contra 33 no mesmo período de 2016. O acréscimo na demanda, segundo analisa o diretor do Instituto de
Criminalística (IC), Gustavo Dalton, reflete a alta na quantidade desses crimes, mas também o maior envolvimento dos cidadãos em fiscalizar. Para o perito criminal Paulo Ênio, o crescimento das denúncias e das práticas ilegais se relaciona com a crise hídrica. “Temos acompanhado casos muito grandes, como prédios inteiros que usam água sem nenhum tipo de medição”, exemplifica. “São pessoas que, além de tudo, tentam fugir do racionamento”.
rá diretamente cerca de 200 mil habitantes da Asa Norte, Sudoeste, Cruzeiro e Noroeste. Os investimentos, da ordem de R$ 20 milhões, são feitos com recursos provenientes de financiamentos junto ao FCO/Banco do Brasil. No caso do Lago Norte, a Caesb assinou o contrato para aquisição e montagem dos equipamentos para captação emergencial de água no Paranoá no dia 26 de abril, no valor de R$ 42 milhões. Os recursos foram destinados pelo Ministério da Integração Nacional. MAIS EXEMPLOS – De acordo com a Caesb, desde novembro de 2016, cerca de 15 mil moradores do Gama estão sendo abastecidos pelo Córrego Crispim, onde são captados 30 litros por segundo. Foi reativada a captação no Rio Alagado, no Gama, onde os 60 litros por segundo beneficiam cerca de 30 mil habitantes da região. Também foram implementadas melhorias na captação do Córrego Cabeça de Veado, que nasce dentro de área protegida, passa perto do Jardim Botânico e do Lago Sul, e deságua no Paranoá, responsável por complementar o abastecimento da população das duas localidades. Em São Sebastião, foi ativado um poço que pode produzir até 12 litros de água por segundo. Já está em operação beneficiando aproximadamente 4 mil pessoas.
(*) Com agências
Brasília Capital n Política n 9 n Brasília, 11 a 17 de novembro de 2017 - bsbcapital.com.br Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 5 a 11 de agosto de 2017 - bsbcapital.com.br
Lupa sobre o Sistema S TCU dobra tempo pedido pelo Senado e fará auditorias nas 11 entidades, como Sesi e Senai, durante um ano O Tribunal de Contas da União levará um ano para fazer auditoria nas 11 entidades que compõem o Sistema S, como Sesi, Senai, Sesc e Senac. O TCU entendeu, em acórdão aprovado, numa sessão plenária, que há a constatação de que “potenciais desvios ou não aplicação desses recursos impactam negativamente a atuação desses entes”. A Corte cita que nove das 11 entidades receberam, juntas, em 2017, receita superior a R$ 32 bilhões; não explica com clareza por que se refere a apenas parte delas; e faz uma série de considerações para estipular o prazo de 360 dias. O pedido da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado, presidida por Ataídes Oliveira (PSDB-TO), era para que a auditoria fosse feita em metade do tempo –180 dias. Estes seis meses – decidiu o TCU – são insuficientes para fazer toda a averiguação porque, dentre outros motivos, são “229 unidades distribuídas em todo o território nacional”. De acordo com a proposta apresentada pelo relator do processo, ministro-substituto Augusto Sherman Cavalcanti, haverá divisão das auditorias em quatro blocos de fiscalização, que podem ser realizadas simultaneamente. Elas abrangerão os anos de 2015 e 2016.
Os auditores apurarão, entre outros pontos, a conformidade dos contratos firmados pelos entes do Sistema S, a transparência das informações, a gratuidade dos cursos oferecidos, as folhas de pagamentos das entidades e os balanços patrimoniais, receitas, transferências e disponibilidades financeiras. De acordo com o ministro-relator, a realização dos trabalhos por meio de blocos permitirá que as informações requeridas sejam enviadas paulatinamente à comissão, presidida por Ataídes Oliveira, que já publicou um livro para defender a abertura da “Caixa Preta do Sistema S”. No acórdão, o TCU faz uma série de ponderações – inclusive que houve algumas análises de contas do Sistema S –, mas acentua que nenhuma com a abrangência da que foi solicitada pela comissão do Senado. O pedido encaminhado pelo senador Ataídes Oliveira baseia-se no pressuposto de que parte significativa dos recursos das 11 entidades sai dos cofres públicos. O próprio tribunal reconhece que há muitas lacunas na interpretação das leis, porém a solicitação foi acatada pelo plenário. Se não houver nenhum atraso, o resultado dessa ampla auditoria deverá ser apresentado aos senadores da Comissão de Transparência em agosto de 2018.
Sindicato integra campanha “Novembro Azul” pela saúde dos homens
O
Sindicato dos Bancários de Brasília troca a cor da fachada do rosa para o azul em novembro, mês dedicado para ações de promoção à saúde do homem, principalmente contra o câncer de próstata. Internacionalmente, o mês chama a atenção sobre a importância da prevenção. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é que, entre 2016 e 2017, o Brasil tenha incidência de cerca de 61 mil novos casos de
câncer de próstata, o tipo de maior recorrente entre os homens. Neste sentido, o diagnóstico precoce é fundamental para a cura. “Diante desses dados, nos damos conta que o câncer é um problema de saúde pública e que as políticas de prevenção e tratamento devem ser pauta permanente dos programas de governo, estendendo-se para além das campanhas de conscientização”, ressalta Mônica Dieb, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato.
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Quanto custa aparecer numa pesquisa eleitoral?
Por Chico Sant’Anna DIVULGAÇÃO
Lixo retirado do Córrego Riacho Fundo: prova de que boa parcela dos brasilienses não dá a mínima importância ao meio ambiente
4 toneladas de sujeira Uma parcela dos brasilienses parece não dar à mínima importância ao meio ambiente, nem mesmo na crise hídrica em que vivemos. Uma operação de limpeza no Córrego do Riacho Fundo, pela administração Regional do Núcleo Bandeirante, retirou nada menos de quatro toneladas de entulho de dentro das águas. Televisores, fogão, sofá, pneus de tratores são algumas das amostras da lixarada que o brasiliense joga nos riachos que vão desaguar no Paranoá. Além de assorear os córregos e o próprio lago, colocam em risco a qualidade da água que irão consumir. Nas mesmas imediações, o Córrego do Vicente Pires está com seu leito bastante reduzido. O lixo também acumula-se e moradores da Quadra 1 do Park Way afirmam nunca terem visto tão pouca água por ali. E acreditam que não seja resultado da seca no Distrito Federal, mas sim a captação irregular.
Grileiros noturnos, delegacias, não. Os grileiros não dormem. Na madrugada de 4 para 5 de novembro, alertada por moradores, a PM desbaratou uma iniciativa de grilagem nos fundos da Quadra 13 do Park Way. Transportados em um caminhão com placa do Espirito Santo, seis operários demarcavam a área com estacas e arame farpado. O caminhão
e quatro dos trabalhadores se evadiram. Os outros dois foram levados à delegacia de polícia, mas, segundo um dos PMs, não foi registrada ocorrência, pois “a Polícia Civil está em estado permanente de greve, e pelo avançado da hora a delegacia do Núcleo Bandeirante, que responde pela área, estava fechada.”
Ter o nome incluído pelas empresas de pesquisa naquela cartelinha que os entrevistadores apresentam aos eleitores para escolher um dos nomes como o seu candidato preferido custa caro. Até que o período eleitoral seja oficialmente aberto, as empresas podem elaborar as pesquisas da forma como melhor lhes convier e oferecer aos potenciais clientes como desejar. É como, mais ou menos, a venda de um carro: pode ser quatro portas, conversível, diesel ou flex, quem manda é o cliente e, é claro, ele paga pelas suas escolhas. Aqui em Brasília, por exemplo, determinada empresa de pesquisa está cobrando R$ 6 mil aos pré-candidatos a deputado distrital para que o nome de cada um deles apareça ao lado de outros quatorze. Somente esses quinze nomes, escolhidos pelos deuses do Olimpo das Pesquisas ou pelo tamanho da sua conta-corrente, serão submetidos à opinião popular. Apenas eles serão testados junto ao público e, é claro, quando o resultado da pesquisa for publicado nos meios de comunicação, qualquer um deles já estará entre os 15 notáveis da Capital. Se o candidato não estiver na relação, não poderá mostrar à sua base seu potencial. Mesmo preço e condições são ofertados aos candidatos a deputado federal. O custo para o Senado não é conhecido, mas não deve ser muito diferente do cobrado aos candidatos ao Buriti.
Magela, em vídeo no Facebook, pergunta se deve ser candidato Considerando que nas eleições passadas passou de mil a quantidade de distritais que disputaram o pleito, esta pré-seleção da empresa de pesquisa já é uma forma de fazer com que o poder econômico interfira no processo eleitoral, antes mesmo de ele ter início. GOVERNADOR – Pela tabela, a inserção do nome do candidato a candidato a governador custará R$ 2.500. Se o cliente desejar fazer algumas perguntas específicas, tipo qual deve ser sua prioridade eleitoral, o que mais aflige o brasiliense, o que o eleitor acha disso ou daquilo outro, poderão ser acrescentadas até três perguntas. Com um custo extra, é claro. Uma pergunta custará mais R$ 2.500; duas, mais R$ 6.500; e três, R$ 9.500. NAS REDES SOCIAIS – As redes sociais estão dando uma mãozinha àqueles que não desejam morrer nos custos das empresas de pesquisa. Para quem conta com o apoio de entidades corporativas fica mais fácil. O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, por exemplo, vale-se
do mailing list da entidade para enviar uma rápida enquete à categoria. Ele busca saber se os entrevistados consideram importante os médicos terem representação parlamentar na Câmara Legislativa, o que acham dele, Guttemberg, candidatar-se a deputado distrital e por qual partido. Em 2014, Guttemberg foi candidato pelo PSB, mas brigou com Rollemberg. MAGELA – Já o ex-deputado federal Geraldo Magela valeu-se de um vídeo postado em seu perfil no Facebook. Ele consulta seus seguidores na rede social se deveria voltar a se candidatar – Magela perdeu a eleição ao Senado para Reguffe – e para qual cargo. Quando esta coluna foi fechada, 5.780 pessoas tinha visto a gravação. Magela, contudo, não está seguindo as recomendações de seus eleitores: 35.51% indicaram a candidatura a deputado federal; 26,17% a governador; e 23,36% a distrital. Magela, que já anunciou sua pretensão, ficou com o grupo menor e deve voltar à base política e se lançar a distrital.
Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com
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Rosilene (centro) conta com o apoio dos deputados distritais
Movimento para fazer valer o que está escrito em lei Professores e orientadores educacionais que se aposentaram entre fevereiro de 2016 e durante o ano de 2017 lotaram a galeria da Câmara Legislativa na sessão de terça-feira (7). A mobilização é parte do conjunto de ações promovidas pelo Sinpro para o pagamento da pecúnia da licença-prêmio, direito garantido por lei e descumprido pelo GDF. O presidente em exercício da CLDF, Wellington Luiz (PMDB), reuniu-se com uma comissão formada por diretores do Sinpro e aposentados. Os professores solicitaram atuação junto ao governo para garantir agilidade no pagamento das pecúnias porque houve, inclusive, compromisso feito pelo governador Rollemberg (PSB) antes mesmo da aprovação do projeto de lei que alterou o sistema previdenciário dos servidores públicos do DF. E houve a autorização para usar recursos do Iprev para o pagamento das pecúnias. O governo ficou autorizado a utilizar R$ 100 milhões até dezembro, ponto que tem preocupado os professores aposentados. “A categoria saiu otimista com o compromisso dos parlamentares, mas entendendo que a luta deve ser diária até que todos e todas recebam o que lhes é de direito”, afirmou a diretora do Sinpro Rosilene Corrêa.
InformAção Deputados distritais aprovam medidas de proteção a mananciais e outros 20 projetos
O
s deputados distritais concluíram a apreciação de 21 projetos de lei na sessão da última terça-feira (7). Entre as proposições está o PL nº 17/2011, que trata da proteção de mananciais destinados ao abastecimento público no Distrito Federal.
O projeto veda a instalação, nas bacias dos mananciais, de projetos ou empreendimentos que possam comprometer o padrão mínimo de qualidade da água, tais como indústrias poluentes, hospitais, sanatórios, conjuntos habitacionais, entre outros. O texto prevê, ainda, que o Executivo poderá criar incentivos – inclusive fiscais – para o reflorestamento com espécies nativas, visando a combater a erosão.
Você merece saber tudo o que acontece na Câmara Legislativa.
AGENDA DA SEMANA 13/11/2017 | Segunda-feira 10h
Audiência Pública: Criação da Vara Especializada em Crimes Praticados contra Criança e Adolescente
19h
Sessão Solene: Título de cidadão ao Senhor João Vicente Feijão Neto
19h
Sessão Solene: Comemoração ao Dia do Professor de Budô
14/11/2017 | Terça-feira NOVAS LEIS – Outro projeto que está pronto para virar lei é o PL nº 334/2015, que trata da criação do Banco de Empregos para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar no Distrito Federal. Além disso, também segue para a sanção do governador o PL nº 1.359/2016, que altera a lei que cria a Notificação Compulsória de Violência contra Criança ou Adolescente (Lei nº 4.730/2011), de forma a aperfeiçoar os procedimentos envolvidos.
Comissão propõe emendas de R$ 6 milhões para hospital e escolas no Gama e em Ceilândia
A
Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc) vai apresentar emendas ao orçamento para a revitalização do Hospital Regional do Gama, da Escola Parque Anísio Teixeira de Ceilândia e do Centro Cultural Desportivo também de Ceilândia. Cada uma dessas áreas deverá receber R$ 2 milhões. O requerimento foi aprovado em reunião da Cesc na manhã da quarta-feira (8). O recurso virá de reservas de contingência ou do remanejamento de outras rubricas.
9h30
Reunião Ordinária: Comissão Especial de Propostas de Emenda à Lei Orgânica
10h
Sessão Solene: Centro de Ensino Especial de Deficiências Visuais
19h
Sessão Solene: Homenagem aos Guardas mirins
16/11/2017 | Quinta-feira 10h
Audiência Pública: Reformulação do programa de Atenção Primária à Saúde no DF
15h
Comissão Geral: Discutir Políticas Públicas do Esporte
17/11/2017 | Sexta-feira AUTISMO – Entre os projetos aprovados pela Cesc, destaca-se o Projeto de Lei nº 1.533/2017, que cria diretrizes para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde para o atendimento integral de pessoas com transtorno do espectro autista. A criação de um Centro de Atendimento Integral vai propiciar tratamento adequado por meio de equipes multidisciplinares.
Existem cerca de dois milhões de autistas no País. O autismo é uma síndrome comportamental complexa que implica dificuldade de socialização, atraso na linguagem e alterações no comportamento, com movimentos repetitivos e restritivos. Esse transtorno atinge cada autista de forma diferente, com níveis distintos de comprometimento e, por isso, precisa de atendimento diferenciado.
www.cl.df.gov.br
10h
Sessão Solene: Dia do Conselheiro Tutelar
19h
Sessão Solene: Novembro Azul
AGENDA SUJEITA A ALTERAÇÕES.
3129
Número de cidadãos que compareceram à CLDF de 06/11 a 10/11/2017
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M I C R O C O N T O / Luis Gabriel Sousa
NAMORO PRECOCE – Meu primeiro relacionamento foi aos cinco anos, com a amiga da minha mãe. Eu ficava em frente ao portão, sempre ao anoitecer, esperando a Telma, já adulta, passar para ir à escola. Ela sempre pa-
TAGUATINGA
rava, cumprimentava-me e beijava-me no rosto. Eu cumpria meu papel de namorado e depois voltava a brincar. O nosso namoro acabou e eu nem percebi. Hoje que me dei conta de que não namoramos mais. Ela sumiu. Os relacionamentos quando caem na rotina acabam sem a gente perceber mesmo.
ÁGUAS CLARAS DIVULGAÇÃO
Parabéns para os idosos O primeiro Baile de Primavera dos Idosos foi promovido terça-feira (7) pela Administração Regional, no ginásio do Taguaparque. O encontro contou com música, frutas, cachorro-quente, refrigerante e suco. Os aniversariantes de novembro foram convidados a comemorar, com direito a “parabéns pra você”.
CEILÂNDIA
DISTRITO FEDERAL
Americano no Clube do Choro
Viaduto Manacá é duplicado A Administração Regional conclui neste sábado (11) a duplicação do viaduto Manacá. Esta é uma das intervenções no trânsito da cidade após reivindicações dos moradores a órgãos do Governo de Brasília. Os dois viadutos próximos à Estação Arni-
queiras deverão ser alterados. Porém, os projetos ainda estão em estudos. O sentido das ruas 36 e 37, entre as Avenidas Castanheiras e Araucárias, será invertido. Em breve, será liberado o cruzamento da Boulevard Sul com a Paineiras.
O violinista norte-americano Ted Falcon (foto), que morou em Brasília de 2009 a 2016, fará apresentações no Clube do Choro nos dias 23 e 24 de novembro, sempre às 21h. Entre os gêneros musicais que serão apresentados, está o Gypsy jazz, ou jazz cigano, um estilo musical frequentemente caracterizado como tendo seu início com o guitarrista Jean “Django” Reinhardt na década de 1930. Os ingressos custam R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira). Mais informações pelo telefone (61) 3224-0599.
Enchentes no Sol Nascente O secretário de Cidades, Marcos Dantas, acompanhou in loco as consequências da chuva no Sol Nascente. Redes de drenagem, lagoas de retenção e pavimentação asfáltica estão sendo feitas para impedir novas enchentes. “Fizemos a desobstrução das vias que estavam intransitáveis, retiramos cerca de 300 toneladas de lama e colocamos terra seca e brita para deixar o solo mais firme”, disse o secretário.
VICENTE PIRES
Sandra Faraj tenta parar a Agefis
JÚLIO PONTES
Mesmo de licença maternidade, a deputada distrital Sandra Faraj (SD) tentou interceder na operação da Agência de Fiscalização (Agefis) que derrubou, terça-feira (7), casas irregulares inacabadas na Colônia Agrícola Samambaia. Enquanto a retroescavadeira cumpria a determinação judicial, um assessor identificado pelo nome de Rubens informava a parlamentar que, de casa, tentava falar com o governador. Mas Rodrigo Rollemberg não atendeu as chamadas. Assim, nove casas do condomínio
foram ao chão, diante dos protestos de alguns moradores que tentaram resistir dentro de um dos imóveis, na Chácara 94. Eles acabaram retirados pela Polícia Militar. A atuação da Agefis e da Defesa Civil obedece à recomendação do MPDFT, que pediu a demolição de obras irregulares e a desocupação de prédios em desacordo com a legislação ambiental. No dia 23 de outubro, Agmar Silva, técnico em edificações, morreu no desabamento de um prédio que ele construía ao lado do Taguaparque.
Homicídios crescem O número de homicídios aumentou no DF em outubro, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social. Foram 52 crimes, em comparação com os 50 registrados no mesmo período em 2016. No acumulado do ano, houve uma diminuição: 490 ocorrências em 2016, contra 400 neste ano, que registrou 743 ocorrências, frente às 566 no ano passado.
Aos poucos, bem devagarzinho, o período de chuvas está chegando. Mas, apesar dessa ótima notícia, a quantidade de chuva ainda não é suficiente e o nível dos reservatórios ainda está muito abaixo do necessário. Mesmo com a chuva, precisamos que cada um continue fazendo a sua parte, que cada um continue usando a consciência. Pois, se o tempo está mudando, uma coisa não pode mudar: a certeza de que cada gota conta e que temos, todos, de seguir economizando. Veja dicas de economia em: www.useaconsciencia.df.gov.br e faça a sua parte.
#useaconsciência. Não desperdice.
www.useaconsciencia.df.gov.br
Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 11 a 17 de novembro de 2017 - bsbcapital.com.br
sentido: alguém morreu. Todavia, para a construção do sentido, optou-se por outras formas, de semântica paralela. Em 1, a intenção é tornar a informação sobre a morte mais leve, suave e aceitável. Como a intenção é melhorar a informação – visto que não é fácil falar sobre morte –, afirma-se que foi usado o eufemismo. Em contrapartida, na construção 2, a ideia é brincar com a morte, falar dela de maneira jocosa. Nesse caso, a figura de linguagem praticada é a ironia. Acredito que os exemplos acima apresentados são os mais corriqueiros
para se diferenciar eufemismo de ironia. Vou, então, apresentar algumas outras possibilidades: (3) Infelizmente, você será desligado da empresa. (4) Você trabalha tão bem que será cedido para trabalhar em outra empresa. Nos dois casos, a notícia a ser dada é a mesma: alguém será demitido. Em 3, o enunciador procura minimizar os impactos da palavra “demissão”, por meio de um desligamento – por isso, eufemismo. Em 4, percebe-se que a ironia beira a grosseria, uma vez que é possível perceber, pelo texto, que o trabalho prestado pelo funcionário demitido não está de acordo com o esperado. Chegamos, novamente, a um ponto amplamente discutido por mim em vários dos meus artigos: o bom falante/escritor deve ser poliglota em sua língua materna. Entender o contexto em que se está inserido é fundamental para saber o
que dizer ou redigir. E isso é fundamental desde as estruturas gramaticais até a construção textual. Por isso, não há gramática sem texto, e não é possível conceber o texto sem a gramática. Selecionar o emprego culto ou coloquial da gramática é o primeiro passo para se optar por um texto formal ou informal. Por seu turno, a perfeita compreensão de qualquer tipo de texto depende da plural compreensão gramatical do receptor. Em outras palavras: para escolher entre eufemismo ou ironia, observe em que contexto sua informação será proferida. E a decisão correta depende exclusivamente de um poderoso instrumento de transformação social: a educação.
se destaca porque é considerada Cidade Sagrada, no Japão, por conta de seus inúmeros santuários, com destaque para o templo que chama a atenção pelo enorme Buda construído no ano de 1.252 e com 13,5m de altura. Mesmo gaguejando um inglês de pele-vermelha, o jardineiro fazia-se entender perfeitamente, e ficou com a língua mais solta quando coloquei, discretamente, em suas mãos, três notas de 10 dólares – para ele verdadeira fortuna – por um diálogo de 60 minutos.
- “O senhor sabia que aquele bonzo foi astro em Hollywood?” Não, eu não sabia. E aí fui juntando os cacos. Pelo dito e ouvido, consegui montar o quebra-cabeça do perfil biográfico do bonzo de olhos azuis. Era uma vez um rapaz sueco de descendência viking que resolveu tentar a sorte na América, na década de 1930. Depois dos primeiros trabalhos no pesado, o jovem foi descoberto por um agente cinematográfico, entusiasmado com sua beleza física, o que contribuiu para que fosse aprovado no primeiro teste em Hollywood. Embora assediado por jovens fãs, ele se apaixonou por uma moça nipônica, com quem casou. Mais ou menos por essa época, aconteceu, em dezembro de 1941, o traiçoeiro ataque da aviação japonesa à base americana de Pearl Harbor, matando soldados e afundando navios de guer-
ra. E o ódio dos ianques voltou-se contra os japoneses residentes nos EUA, em alguns casos assassinando-os a pauladas, entre os quais a mulher do ator sueco. Eis que o galã sumiu de Hollywood, reaparecendo anos depois em Kamakura, a esta altura como bonzo. Se a estória que ouvi do jardineiro era verdadeira ou não, não tenho a resposta. De qualquer maneira, acredito que foi importante transcrevê-la. Caso ele me tenha vendido uma mentira emocionante por 30 dólares, valeu o preço. De minha parte, reafirmo este pedaço de verdade: aquele bonzo de Kamakura tinha mesmo enormes olhos azuis!
Eufemismo X Ironia Nesta semana, publiquei em minhas redes sociais uma questão sobre figuras de linguagem. Notei, por meio dela, que muitas pessoas têm dificuldade com o assunto – o que é normal, visto que algumas são realmente complicadas. Por esse motivo, resolvi falar de duas que confundem muito a cabeça das pessoas: o eufemismo e a ironia. Analise e compare as duas orações abaixo: (1) Ele partiu desta para outra melhor. (2) Ele foi morar na cidade dos pés juntos. As duas frases representam o mesmo
O Bonzo de olhos azuis! Eu o vi de perto em Kamakura, quando lá estive na década de 1960, como repórter da revista Manchete. Por isso, posso afirmar: os olhos daquele bonzo de 1,90 eram azuis mesmo, da cor do mar Mediterrâneo. Entretanto, não obstante minha insistência, não consegui ouvi-lo, simplesmente porque bonzos não falam, muito menos dão entrevistas a jornalistas. Para compensar, fiquei conhecendo a sua estória através de um velho jardineiro de Kamakura, localidade que
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br
Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)
Fernando Pinto Jornalista e escritor
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Problemas repetidos Pare! Pense! Se você tem problemas repetidos, significa que está vivendo sem atenção. Acorde! Você não é um robô. Você não está aqui somente para ajuntar cacarecos. Esta Terra é uma escola. Viver é enfrentar problemas, resolvê-los ou adaptar-se. Depois de resolvê-los, precisa compartilhar a experiência com os outros. O resultado disso é sabedoria. O problema é de relacionamentos?
Observe como você se relaciona. É com agressividade? Indiferença? Insegurança? Ciúmes? Desconfiança? Possessividade? O que reclamam de você? O que você precisa melhorar? Ah, mas não existe o carma? Sim, mas você não precisa ajudar o carma. Se o problema é de desentendimento constante com alguém em particular, talvez tenha que se afastar. Excepcionalmente, problemas repetidos podem
Cuidado com os alimentos ditos saudáveis! Hoje em dia, muitas pessoas procuram melhorar a qualidade de vida buscando se alimentar melhor. É comum ver pais e mães preocupados com a alimentação das crianças, visto que a obesidade infantil se tornou uma realidade que salta aos olhos. A questão é que as pessoas acreditam no que os produtos alimentícios vendem nos rótulos. E não é pra menos. O certo seria que os rótulos informassem a verdade. Nas últimas semanas, circulou um
vídeo muito realista mostrando o que realmente vem dentro das embalagens dos produtos alimentícios processados e ultraprocessados, e que esses produtos são os grandes responsáveis por todas as doenças crônicas da atualidade, como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e obesidade. Tem crescido a disponibilidade de produtos nas prateleiras que apresentam o marketing de que são “saudáveis”.
indicar que você precisa agir caridosamente em relação ao seu semelhante naquela área que é problemática para você, como faz o alcoólatra, no grupo Alcoólicos Anônimos. Existem problemas que só se resolvem quando você aceita a recomendação de Jesus para “fazer ao outro aquilo que lhe falta”. No caso dos relacionamentos, é ouvir o outro, com atenção e compaixão, para ajudá-lo a melhorar seu relacionamento. Faça ao próximo aquilo que deseja receber, enfatizou o Mestre. Seu problema pode ser de “perder as coisas”. Neste caso, está faltando atenção e organização. Seu problema é de vícios? Precisa aprofundar a importância da vida, valorizá-la. Em al-
guns casos, por trás do vício há problemas emocionais não resolvidos, paixão não correspondida, complexos de rejeição ou inferioridade, inveja, mágoa dos pais, impotência (para os homens), tristeza, angústia, etc. Problemas? Busque a solução sem desânimo, sozinho, com ajuda de grupos ou de terapeutas. Não mascare-os com drogas ou álcool. Com essas muletas você criará mais problemas de dependência, de trabalho e familiares. Você não surgiu do nada. Você veio a este planeta para aprender a amar, mas, primeiro, precisa aprender a se amar.
Em uma pesquisa de trabalho de conclusão de curso da Universidade Católica de Brasília, foi verificado que os produtos “ditos saudáveis” podem ser até piores que as versões conhecidas por serem alimentos não saudáveis. Exemplo disso são biscoitos integrais que alegam ter mais fibra, menos gordura, mas no final das contas tem mais calorias vindas de açúcar e maior teor de sódio do que os tradicionais. Outro exemplo é a comparação de alguns sucos e “chás artificiais” com os refrigerantes à base de cola, e não apresentam nenhuma diferença em conteúdo de açúcar e sódio. Definitivamente, uma alimentação baseada em alimentos in natura é a melhor opção de alimentação saudável que temos hoje. A indústria de alimentos está interessada apenas em vender e, pa-
ra isso, independe a qualidade nutricional dos produtos. Ela pode manipular os ingredientes para melhorar o paladar, tempo de prateleira, dentre outras características que só interessam a ela. Trata-se de um setor que deveria estar a favor da sociedade, porém, cada vez mais os dados nos levam a crer que ela age em interesse próprio. Se você quer saber o que tem nos alimentos industrializados procure um nutricionista para te orientar a escolher esses produtos. Ler e interpretar os rótulos dos alimentos é uma questão de empoderamento da população.
José Matos Professor e palestrante
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
WELCOME
BEM-VINDO WILLKOMMEN BENVENUE BIENVENIDO
BENVENUTO
VIVER DF É TER O ESTILO DE VIDA DAS MELHORES CIDADES DO MUNDO FOTO DO COMPLEXO
RI: 30/3/2010, R.5 - 266.578. Empreendimento concluído, conforme Cartas de Habite-se nº 26/2014 (Torres A e B), 17/2016 (Mall), nº 07/2017 (Torres C e D) e 04/2017 (Torre E).