Blog 293

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Ano VI - 293

Brasília, 7 a 13 de janeiro 2017

Renato Riella - Página 2

Rebeliões matam pelo menos 89 presos no Amazonas e em Roraima Penitenciária Agrícola de Monte Cristo: carnificina

Distribuição gratuita

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Rodrigo Freitas CCOM-MPMA

Renato Santana, o “ex-vice” de Rodrigo Rollemberg

Página 11

Chega de intermediários! Setor produtivo articula lançamento de candidatura de um empresário para o Buriti em 2018. Inspiração vem de João Dória, em São Paulo, e Alexandre Kalil, em Belo Horizonte Pelaí - Página 3

“Presente” de Rollemberg é rejeitado

Fabio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil

Na virada do ano, governador decreta reajuste de até 25% nas tarifas do transporte público. População protesta. Metrô é o mais caro do País.

José Aparecido, o único governador a enfrentar o cartel dos ônibus Págs. 4, 5 e Chico Sant’Anna - 8 e 9

Estudantes e trabalhadores foram às ruas, de forma pacífica, contra o aumento das tarifas de ônibus e do metrô do DF


Brasilia Capital n Opinião n 2 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br

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a r t i g o

x p e d i e n t e

Renato Santana, o “ex-vice” de Rollemberg Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). SRTVS Quadra 701, Ed. Centro Multiempresarial, Sala 251 - Brasília - DF - CEP: 70340-000 Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com www.bsbcapital.com.br - www.brasiliacapital.net.br

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Renato Riella

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ntre milhares de erros de origem cometidos no início do governo, um dos maiores do governador Rodrigo Rollemberg foi encher o vice-governador de cargos, como uma espécie de super-secretário das administrações regionais, inclusive acumulando algumas regiões como se fosse o próprio administrador. Nessa decisão, tomada no início de governo, há diversas aberrações, todas ligadas a Renato Santana. A principal aberração é que o governador não teve ao seu lado ninguém sensato e experiente para berrar no seu ouvido uma frase básica de qualquer administração: “Nunca nomeie quem você não puder demitir com facilidade”. Todo governador que nomeou a mulher para cargo de secretária se arrependeu. E todo chefe de Executivo que dá função administrativa a vice perde o vice. Pode haver uma exceção aqui ou ali, mas é bem casual. O outro erro de Rollemberg foi ver em Renato Santana a solução para o difícil problema das cidades-satélites, pois havia a expectativa maluca de que se implantasse eleição direta para escolha dos administradores (promessa de campanha). Na verdade, Renato Santana é um servidor de carreira do GDF, provavelmente respeitável, mas com bai-

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Morta ao entrar por engano em comunidade em Florianópolis Toda semana isso acontece. Pessoas de bem são mortas apenas porque erraram um caminho. E aí, infelizmente, pagam com a vida. nSérjones Magalhães, via

Facebook. Passagens de ônibus e metrô mais caras Sabe qual é o maior adversário do Rollemberg? Ele mesmo! nOsmar Correia, via Facebook. O transporte teria que melhorar para poder justificar qualquer

xíssimo índice de conhecimento público (e prestígio) e certamente sem a necessária experiência para chegar onde chegou. Rollemberg e os “gênios” que tentaram assessorá-lo no início de governo não imaginaram que Santana, como homem de confiança do deputado Rogério Rosso (PSD), poderia estar a serviço desse seu líder político, que certamente será concorrente do atual governador na eleição de 2018. Agora, após a crise do aumento dos ônibus, a relação ficou totalmente estragada, crítica, vergonhosa. Rollemberg, de forma intempestiva, decidiu demitir Renato Santana do último cargo (Administração de Vicente Pires) e demitiu também dezenas de assessores de confiança do vice. Agora, na prática, Rollemberg não tem mais vice-governador para nada. Como o governador fará quando tiver alguns dias de férias ou uma viagem internacional, ou mesmo um problema de saúde? Para completar, fiquem sabendo que, na linha de sucessão, se o substituto não for Renato Santana, será o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), também em choque com o governador. Na verdade, quem não está em choque com Rollemberg, nosso governador bem eleito, com mandato

até 31 de dezembro de 2018? Ele perdeu os três senadores do DF e praticamente os oito deputados federais. Na Câmara Legislativa, pode ter alguns apoios localizados, mas no mês passado houve a situação assustadora da derrubada de vetos em 29 projetos de lei recusados pelo governador. Viraram lei numa rebelião dos distritais. Rollemberg ainda cometeu o erro de tentar decidir a eleição para a Mesa Diretora da CLDF – e perdeu! A pergunta que se faz é: qual poder moderador Rollemberg admitirá para que possa concluir o seu mandato? Do jeito que vai, pode ficar ingovernável. Alguém precisa dizer a ele que política se faz de braços e portas abertas Quem tem o poder precisa ter magnanimidade para falar respeitosamente com os adversários e ceder quando for útil à governabilidade. Há algumas semanas, se ele tivesse recebido em palácio o deputado Laerte Bessa (PR), numa negociação salarial dos policiais civis, nada de grave teria acontecido. Mas o deputado-policial foi barrado pela segurança e xingou o governador de tudo, baixando ainda mais o nível da política no DF. Paz! Paz! Paz! – o povo quer trabalhar!

a r t a s

aumento. O metrô tem falta de funcionários e de trens! nAdalberto Reis, via Facebook. Governo libera R$ 1,2 bi para construir presídios Quantas escolas serão construídas? nNilta Martins, via Facebook.

É mais fácil investir dinheiro nisso do que mudar as leis. É mais fácil se preocupar com o ladrão do que com o bolso do cidadão que trabalha o dia inteiro para ser roubado. nAlessandro Nascimento, via Facebook.

Exoneração de vice acentua crise política O vice-governador sempre teve uma postura coerente em favor da população e isso sempre vai irritar esse cara (Rollemberg) que está mais para ditador do que governador. nOscar Correia, via Facebook.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br

“O sistema político atual se sustenta no tripé empreiteiro-banqueiro-corrupção. Qualquer candidato eleito tem que fatiar o poder conforme os acordos da campanha. Em 2022, talvez isto tenha melhorado, mas aí eu já estarei com 78 anos...”. Do presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, descartando concorrer em 2018, por não estar disposto a fazer política com “p” minúsculo

divulgação

Saturado

Soldado

Após ser exonerado da administração de Vicente Pires, Renato Santana foi ao encontro de seu padrinho político, Rogério Rosso (PSD). O deputado evitou colocar água na fervura. Alegou não ter mais onde acomodar aliados no governo. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Arthur Bernardes, já avisou: o órgão está saturado.

No caso do DEM, o grupo aceitaria o nome do próprio Fraga para o Senado. Quanto ao PP, a ideia é que Olair consulte seu correligionário Paulo Octavio sobre a possibilidade de entregar a cabeça de chapa ao nome que surgir dessas discussões. ”Sou um soldado”, avisou Pires, lançando o nome Sebastião Abritta, diretor administrativo do Sindivarejista, para o governo.

Salvo pelo gongo Dias antes de defenestrar Santana, Rollemberg tratou da possível substituição de Bernardes por algum quadro do PSDB. Mas as tratativas com o presidente local da legenda, Izalci Lucas, azedaram. Isto salvou o emprego do secretário de Desenvolvimento Econômico.

Subserviência Em seu primeiro discurso como presidente da Casa, Joe Valle criticou o reajuste das tarifas de transporte: “Se o governador não revisar esse aumento, a Câmara Legislativa vai fazê-lo”. E ressaltou a harmonia entre os poderes, “sem subserviência”.

Nada legal

Perfil Pires: “soldado” na campanha para eleger um empresário para o Buriti

Governador empresário No embalo da eleição de João Dória (PSDB) e de Alexandre Kalil (PHS) para as prefeituras de São Paulo e de Belo Horizonte, cresce no meio empresarial um movimento para lançar candidatos do setor produtivo aos cargos de governador e senador do DF nas eleições de 2018.

Indignação

Os proprietários de veículos devem ficar atentos com o IPVA 2017. O desconto referente ao programa Nota Legal não estará incluído no boleto gerado pela Secretaria de Fazenda. Para ter acesso ao desconto será preciso imprimir novo documento, disponível no www.fazenda.df.org.br.

A mobilização tomou corpo na última semana, após o anúncio do aumento das passagens de ônibus autorizado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que terá grande impacto nos custos operacionais das empresas.

Grana na conta

Xô, políticos!

Rollemberg usou sua conta no Twitter na quinta-feira (5) para anunciar o pagamento dos salários de dezembro e do adiantamento de férias de todos os servidores do GDF. “Até terça, vamos pagar a parcela de dezembro do DF sem Miséria. Tudo graças a um grande esforço do @gov_df (...)”.

“Vamos procurar candidatos do meio empresarial. Os políticos só atendem a seus próprios interesses”, desafia o diretor de uma das mais importantes entidades do setor produtivo local. Ele recebeu a solidariedade do presidente da Associação Comercial (ACDF), Cléber Pires.

Alento

Também anunciou o pagamento dos que gozam férias em janeiro. “Aqueles que quiserem viajar, poderão; os que quiserem gastar em Brasília, também. Isso, sem dúvida, será um alento para a economia do DF”. Os pagamentos custarão R$ 1,7 bi.

Partidos Os presidentes do DEM, deputado Alberto Fraga, e do PP, ex-distrital Olair Francisco, serão procurados para verificar o interesse das duas agremiações em ceder legenda para as candidaturas de representantes do setor produtivo.

O presidente da Fecomércio, ex-senador Adelmir Santana, diz já ter “ouvido falar” no assunto, mas se recusa a incluir seu nome entre os postulantes. “Não enxergo ninguém com esse perfil no nosso meio empresarial. Um governador precisa ter muita habilidade e, principalmente, abdicar de muita coisa”.

Nomes Adelmir aponta o exgovernador José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice Tadeu Filippelli (PMDB) como os “maiores conhecedores” da administração pública de Brasília. Mas não arrisca dizer em que condições jurídicas ambos chegarão à época da campanha. Já o senador Reguffe (sem partido), líder nas pesquisas, “não tem experiência nem maturidade para tamanho desafio”. (Leia mais no portal www.bsbcapital.com.br)


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Conta que ninguém quer assumir Reajustes nas tarifas de ônibus e do metrô provocam reações indignadas. Rollemberg ataca gratuidades Cláudio Caxito

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m tempos de crise econômica e de desemprego em alta, os usuários do transporte público brasiliense começaram o ano pagando até 25% a mais pelas tarifas de ônibus e do metrô, a mais cara do País segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Mesmo diante dos protestos de passageiros e dos pedidos feitos pela Mesa Diretora da Câmara Legislativa ao governador Rodrigo Rollemberg para suspender o reajuste por 15 dias, o decreto do Executivo está mantido. Sem acordo com Rollemberg, os parlamentares devem colocar em votação no próximo dia 12, em sessão extraordinária, um projeto de decreto legislativo que poderá suspender o aumento. Porém, 13 dos 24 deputados precisam votar a favor para que a medida seja aprovada, o que parece improvável no momento. Na quinta-feira (5), o presidente da Câmara, Joe Valle (PDT), criou um Grupo de Trabalho, coordenado pelos deputados Cláudio Abrantes (Rede) e Wasny de Roure (PT), em busca de solução que atenda a todos os segmentos envolvidos. Na primeira reunião do GT, no mesmo dia, os debates entre distritais, representantes dos usuários, do empresariado, além do secretário de Mobilidade do GDF, Fábio Damasceno, foram acalorados. Um dos temas mais polêmicos foi a crescente diferença entre as tarifas pagas pelos usuários e a tarifa técnica, bancada pelo governo. As fraudes no uso do cartão do passe livre, a falta de transparência sobre os custos do sistema, além da possível revisão da concessão de gratuidade, sobretudo aos alunos da rede privada, também esquentaram as discussões. O deputado Professor Israel Ba-

tista (PV) defendeu projetos que apresentou. “Não vou aceitar qualquer retirada de direitos. O custo do passe livre para os estudantes só representa 0,6% do orçamento do DF”, protestou, enfatizando que muitas famílias já gastam muito mantendo seus filhos em escolas particulares e cursinhos. Mobilização – Revoltados com a hipótese de perder seus benefícios, estudantes anunciaram que vão intensificar a mobilização nos próximos dias para reverter o reajuste e enfatizaram que também vão lutar contra qualquer redução das gratuidades. “Precisamos garantir a sustentabilidade do sistema. Para isso, é necessário fazer o reajuste de tarifas. Se a Câmara Legislativa se comprometer a reduzir pela metade a gratuidade (do passe livre), para os es-

tudantes de escolas privadas, temos condições de reduzir a tarifa maior de R$ 5 para R$ 4,50”, declarou Rollemberg na segunda-feira (2). “Precisamos de uma solução definitiva para acabar com o pagamento de subsídios de R$ 600 milhões por ano. Do jeito que está, até mesmo com o reajuste atual não teremos recursos para bancar o sistema”, alertou Joe Valle na reunião do GT. Wasny de Roure (PT) criticou duramente o governo por não ter feito “um estudo profundo”, logo após assumir em 2015, a fim de reduzir os custos do sistema com o pagamento dos subsídios. “De R$ 130 milhões em 2013, o custo passou para R$ 640 milhões em 2016. Há algo a ser explicado à sociedade, pois o governo não fez o dever de casa”, afirmou. Já Cláudio Abrantes condenou “a forma açodada” com que o governo aumentou as tarifas, sem discutir o

júlio pontes

problema com os representantes da sociedade e com os distritais. Lembrou ainda que a CPI dos Transportes apontou sugestões para melhorar a eficiência do sistema e apontou falhas nos processos de auditoria. Defesa do GDF – Representante do governo no debate, Fábio Damasceno falou das dificuldades orçamentárias do governo em bancar a diferença entre os custos da tarifa para o usuário e da tarifa técnica e assegurou que o governo não tinha como adiar a concessão do reajuste. Segundo o secretário, o governo vem atuando com firmeza no combate às fraudes no sistema, como a comercialização de cartões de passe livre para estudantes, mas admitiu “problemas” com a implantação da integração entre as linhas. Ele anunciou que o “novo bilhete único” trará benefícios à população.

maria gabbriela veras

Manifestantes contrários ao aumento das passagens fiazeram protestos na rodoviária. Mas, na quarta-feira (4), tinha mais policiais do que estudantes nas plataformas do terminal


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Fabio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil

ACDF prevê demissões Presente nas discussões na Câmara, o presidente da Associação Comercial do DF, Cléber Pires, disse que os empresários receberam “uma fatura nova para pagar logo no começo do ano”, embora enfrentem muitos problemas em virtude da crise, que leva inclusive ao fechamento das portas, com prejuízos para toda a sociedade. Segundo ele, com as tarifas cobradas agora, os empresários serão obrigados a demitir empregados para reduzir custos. Ouvido pelo Brasília Capital, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio), Adelmir Santana, lembra que o aumento dos custos com transporte, além de colocar muitos empregos em

risco, acaba repassado aos preços dos produtos e serviços. Adelmir afirmou que ainda não foi convidado pela Câmara Legislativa para participar da sessão do próximo dia 12, mas se colocou à disposição para contribuir com o debate. “Vejo com bons olhos o estacionamento pago para democratizar o uso das vagas e a utilização dos recursos obtidos com essa cobrança para subsidiar os gastos com o transporte público”, disse. A ideia de se criar uma Zona Azul nos estacionamentos da capital, onde os condutores de veículos particulares teriam de pagar para ocupar vagas em locais públicos, foi apresentada durante as discussões na Câmara Legislativa.


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Poder com um gosto extra Falta de vice-presidente da República acirra a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados José Cruz Agência Brasil

reprodução

Valdeci Rodrigues

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disputa interna mais externa que existe. Esta poderia ser uma definição da batalha de alguns parlamentares para ocupar a presidência da Câmara dos Deputados. Cada um dos postulantes viaja o País inteiro em busca de votos dos 512 colegas. Já era assim. Neste ano, a eleição adquiriu mais importância porque o presidente Michel Temer não tem vice. O presidente da Câmara, terceiro na hierarquia, ocupará o Palácio do Planalto nas ausências do titular. Ser presidente da República por um dia, alguns dias ou até mesmo algumas horas é muito mais prazeroso para um político do que se imagina. Volta e meia, um presidente viaja, e o vice também, para que o presidente da Câmara dos Deputados tenha no seu currículo um pequeno tempo como o comandante da Nação. A situação atual deu, então, um sabor extra para um cargo que, por si só, já tem enorme importância — o terceiro mais importante do País. Interrogações - Os postulantes vão aos estados para pedir votos. Nenhum admite qualquer tipo de negociação que fira o decoro parlamentar. Mas são campanhas caras. Igualmente, nenhum deles teria transparência a ponto de informar quanto gastou para ser eleito. Isso geraria questionamentos. Como, por exemplo, quem custeia e a troco de quê. O atual presidente, Rodrigo Maia (DEM), que assumiu em meados do ano passado, deseja continuar. É pré-candidato não declarado e faz parte do grupo de Michel Temer. Rogério Rosso (PSD-DF) está no páreo junto com Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE). Em período de recesso no Congresso Nacional, todos eles estão “na estrada” em busca de votos. A eleição, secreta, acontece no início da sessão legislativa, no próximo mês.

divulgação

Reprodução Facebook

Rodrigo Maia (1º à esq.) ainda não faz campanha aberta pela reeleição. Rogério Rosso vai de bicicleta pedir ajuda numa igreja. Jovair Arantes (com mão boca) faz “vaquinhas” entre colegas para bancar campanha e André Figueiredo ainda não está viajando aos estados em busca de votos

Socorro nas leis e no Espírito Santo Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem sua candidatura questionada por vários partidos no Supremo Tribunal Federal (STF). Seus aliados querem fazer valer entendimento de que ele pode ser reeleito porque teve mandato tampão, não ficando os dois anos previstos para o cargo. Maia tem evitado assumir sua pré-candidatura abertamente, mas tem o aval do Palácio do Planalto. Rogério Rosso (PSD-DF) pôs a bicicleta no asfalto e foi a Trindade, região metropolitana de Goiânia, pedir a proteção do Divino Pai Eterno. Ele propôs debate na TV

Câmara entre os candidatos sob o argumento de que, quem vencer, comandará o País nas ausências de Michel Temer. Então, pelo seu raciocínio, a disputa interessa a todos os cidadãos. Rosso foi derrotado por Maia em julho do ano passado. “Vaquinha” - Jovair Arantes (PTB-GO) está organizando “vaquinha” entre colegas para bancar gastos de campanha. O único que afirma que ainda não está já viajando é André Figueiredo (PDT-CE). Ele foi ao STF tentar impedir a candidatura de Rodri-

go Maia. A disputa é de total interesse do governo. Oficialmente, o presidenteTemer não se intromete. Mas, na realidade, a situação é bem diferente. O governo acompanha e joga toda sua influência para eleger um deputado aliado. Ter um adversário no posto é sinal de muita encrenca para o Poder Executivo. Temer sabe muito bem como funciona — ocupou o cargo duas vezes. O quadro atual da disputa pode mudar. São muito comuns os acordos de última hora que resultam na retirada de candidaturas.



Brasilia Capital n Política n 8 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br Fotos: Alexandre A. Bedran

Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Transporte com preço de Primeiro Mundo

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m dos raros governadores a enfrentar o cartel dos ônibus foi José Aparecido. Na Nova República, ele criou o Caixa Único e passou a remunerar as empresas por quilômetro rodado e não por passageiros carregados. A medida permitiu remunerar o transporte público pelo o que ele havia efetivamente custado. Uma linha mais rendosa subsidiava a deficitária. Pagando por quilômetro rodado, passes estudantis, de idosos e outros não eram cobrados pelas empresas de ônibus, pois para elas carregar 200 ou apenas uma pessoa num ônibus representava a mesma remuneração, calculada numa planilha aberta à sociedade. Para as empresas era mais lucrativo colocar mais ônibus circulando e não encher poucos ônibus com milhares de passageiros. Caixa Único - O Caixa Único ainda podia ser reforçado com receitas de publicidades nos coletivos, terminais e pontos de ônibus, receita de estacionamento pago, além de quantias arrecadadas das multas aplicadas às próprias concessionárias. Era um fundo para custear a mobilidade urbana.

divulgação

Máfia d

U Passageiros são sempre os prejudicados com o sistema precário e caro. José Aparecido (foto menor) foi um dos raros governadores a enfrentar o cartel dos ônibus

Aparecido foi sucedido por Joaquim Roriz, que acabou com o Caixa Único, restabelecendo o sistema preferido pelas empresas. Embora o método facilitasse o bilhete único e a integração das linhas, Agnelo Queiroz, que teve a oportunidade de recriar o Caixa Único, preferiu manter a lucratividade das concessionárias. Desculpa - O então secretário de Transportes, José Walter Vásquez, alegava que o sistema de quilometragem incentivava as empresas a não pararem nos pon-

tos para pegar passageiros. A frágil explicação não considerou que os ônibus contratados deveriam ter GPS e eram passíveis de monitoramento em tempo real. Rollemberg, ao receber ordem judicial para abrir nova licitação, também teve oportunidade para criar novas regras. Preferiu insistir na licitação considerada viciada pelos tribunais. Resultado: sistema deficitário e inoperante.De primeiro mundo só o preço. Ele conseguiu uma tarifa mais cara do que a de Londres.

m verdadeiro esquema de vendas paralelas de sucata metálica de propriedade do Poder Público veio à tona na Estrutural. Envolve seis empresas de ferro-velho, trabalhadores terceirizados, servidores de instituições do GDF, do Governo Federal e até militares. Apareceu a partir de queixas de catadores do lixão da Estrutural. Denunciam que sucatas metálicas (o filé mignon dos catadores) não estavam sendo despejadas no lixão e que iam direto para as empresas que compram e vendem ferro velho. Fotos - Documentação fotográfica feita pelo presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas da Estrutural - Ampec/Scia, Alexandre Amaral Bedran, flagrou a comercialização de metais recicláveis de diversos órgãos públicos. Sua meta não era denunciar o desvio de patrimônio público. Bedran queria mostrar o prejuízo dos catadores. Segundo ele, esse


Brasilia Capital n Política n 9 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br

leis e normas que regulam esse tipo de ação. O Comando do Regimento, também, determinou a elaboração de orientações sobre como proceder em ações dessa ordem” , de acordo com a nota O Ministério do Planejamento sequer respondeu à consulta formulada. A Novacap alegou tratar-se de caminhões terceirizados e que já não mais prestavam serviço a empresa, “irregularmente” com adesivo da empresa.

da Sucata esquema de receptação de sucata pública representaria cerca de R$ 18 mil a cada dois dias. Ao longo do mês, representaria quase R$ 300 mil, já que o negócio não parou nem durante o Natal. Os recursos não iriam para os órgãos públicos. Ferraduras - Bedran flagrou cami-

Logotipos nos veículos trazem a identificação sobre os órgãos a que pertencem. Um caminhão denuncia a presença do Exército no esquema

nhão do Exército, veículos com logomarcas da Caesb e da Novacap, do Ministério do Planejamento e da própria Valor Ambiental, contratada pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Somente o Exército reconheceu o ocorrido. Nas fotos, o material comercializado seriam ferraduras velhas do Regimento de Cavalaria de Guar-

da, mas, em nota, a Comunicação do Exército afirma tratar-se de “material inservível”. Fundo - “Imediatamente, ao tomar ciência do fato, o Comando da Unidade determinou que o valor arrecadado, R$ 183,00, fosse recolhido ao Fundo do Exército, como regem as

Entulho - Na Caesb, com uma Kombi e de um caminhão, nos dias 23 e 24 de dezembro, a história foi parecida. A Kombi é terceirizada e a empresa pediu que a contratada apurasse o ocorrido. O caminhão portaria “descarte de entulho de obra”, mas que irá investigar. O SLU disse que a venda de sucata pela Valor Ambiental fere as normas internas e que “os resíduos recicláveis são encaminhados pelas empresas contratadas, de forma exclusiva e gratuita, às cooperativas de materiais recicláveis cadastradas no SLU”. Mas não explicou por que isso não acontece. Enquanto o Poder Público fechar os olhos, os reis da sucata vão enriquecendo.

A melhor costela de Brasília (Angus) Temos uma saborosa Picanha preparada à moda Argentina

Desde janeiro em NOVO endereço

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Brasilia Capital n Cidades n 10 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br

ORLA SEM OBRAS - A Justiça do DF determinou a suspensão das obras na orla do Lago Sul. A extensão faz parte do projeto Orla Livre do GDF, que abrirá toda a margem do Lago Paranoá para a comunidade. Moradores afirmam que o peso das máquinas fez um cano de esgoto se romper e toda a sujeira estava indo para a água. Além disso, o juiz Matheus Zuliano, que concedeu a liminar de suspensão, disse que o governo está errado em fazer as obras em ritmo acelerado na área de conservação ambiental.

DISTRITO FEDERAL

taguatinga

Pole dance nas pistas de academia

Arimatéia homenageia o Brasília Capital

Gabriel Dias

Gabriel Dias

Uma barra fixa, movimentos sensuais e pouquíssima roupa. Engana-se quem pensa que essa é a única imagem que pode ser feita do pole dance. A prática também é considerada um esporte e requer força, foco e autoconfiança. Todos podem fazer, sem restrições de gênero ou idade, já que a atividade traz melhorias tanto físicas quanto psicológicas. É com essa filosofia que praticantes lutam para divulgar mais esse esporte, cujos atletas pretendem torná-lo modalidade olímpica.

Prática, considerada como um esporte, requer força e foco Três tipos de vertentes caracterizam a atividade: além do modo fitness, existe também a versão sensual do pole dance. O outro estilo comum é o artístico, executado geralmente em circos. Ginástica - A professora Júlia Macêdo, de 33 anos, garante que o pole dance pode ser considerado um esporte. De acordo com ela, existem

regras e é comparado com a ginástica artística, pois também precisa de força, acrobacia e aparelho. “É como se fosse a trave da ginástica olímpica, que você faz acrobacia, movimentos de força e flexibilidade aliados a elementos coreográficos”, esclarece Júlia Macêdo. A também professora An-

dressa Felisberto, 26 anos, associa o pole dance com ginástica, e diz que nos campeonatos precisa-se de um treinamento completo para competir. “Tem que apresentar uma coreografia. Além dos movimentos de força, é preciso ter leveza”, afirma. Federação - As aulas são ministradas por elas em locais diferentes no Distrito Federal. Júlia ensina pole dance em uma academia no Lago Sul para mais de 20 alunas, e Andressa tem um estúdio em Águas Claras, onde diz ter 100 alunas. O esporte ganhou em 2009 a Federação Brasileira de Pole Dance, que passou a organizar campeonatos nacionais. Mais de 200 escolas, segundo a entidade, estão cadastradas no Brasil. (Leia matéria completa no portal www.bsbcapital.com.br)

DISTRITO FEDERAL

Menino receberá vacina contra HPV

Cadastro para os blocos de carnaval

Os meninos de 12 e 13 anos podem receber a vacina contra o vírus HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério de Saúde, as vacinas serão aplicadas em postos de saúdes. Os meninos ficarão protegidos contra o câncer

A Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social abriu cadastros para grupos que tenham interesse em colocar seus blocos de carnaval na folia do brasiliense. O organizador do evento deverá preencher o formulário disponível no

no órgão sexual masculino, garganta e a aparição de verrugas genitais. A partir de fevereiro, o diagnóstico será fornecido aos brasilienses pelo Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen-DF). Na rede particular, custa entre R$ 700 e R$ 900.

site www.cultura.df.org. br. No questionário, há perguntas, por exemplo, sobre necessidade de postos médicos, de ambulâncias, de brigadistas e de estruturas para alimentação. A inscrição, obrigatória, deverá ser feita até o próximo dia 17.

O 37º Torneio Arimatéia de Futsal terá suas finais disputadas no domingo (8), no Taguaparque, a partir das 10h. Oito categorias definirão seus campeões. Entre as premiações oferecidas está a de “artilheira feminina”, que receberá o troféu Brasília Capital, em homenagem ao jornal. A preliminar da categoria Principal será entre o time do vice-governador Renato Santana e o Caldos Potiguar. “Convidamos todos os desportistas a assistirem às decisões desse torneio que é o maior celeiro do futsal da América Latina”, afirmou José de Arimateia, o organizador da competição, que teve início no dia 18 de dezembro com 82 equipes do Brasil e representantes de cinco países.

LAGO SUL

Aulas de montaria O Centro Hípico de Brasília, no Lago Sul, abriu inscrições para a Colônia de Férias a Cavalo, com duração de uma semana. As crianças, de 7 a 14 anos, poderão ter convivência com os animais, aulas de montaria, brincadeiras com pintura e argila, lições sobre o meio ambiente. A inscrição custa R$ 430 e pode ser realizada de 9 a 13 de janeiro; 16 a 20 de janeiro; e 23 a 27 de janeiro. Contato: (61) 33390852 / (61) 9-8159-1331


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Corrupção sustenta massacre Cobrança de propina permitiu a entrada de armas usadas na selvageria em penitenciária de Manaus

Papa - Ao portal G1, mulheres de diferentes famílias disseram que haviam feito pagamento de até R$ 1 mil para entrar com armas, drogas e celulares. “Os auxiliares cobram R$ 200 para entrar com celular ou droga e R$ 1 mil para entrar com arma”, afirmou uma delas. “Essa história de que tudo entrou por um buraco é mentira e o diretor daqui sabia de tudo o que acontecia”, acrescentou. “Quero expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que trabalham nele”, afirmou o Papa Francisco. “Eu gostaria de renovar o meu apelo para que instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos”, acrescentou o chefe da igreja católica, tocando num grande problema do sistema prisional brasileiro. Cobrança - Além das repercussões mundo afora, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em Genebra, na Suíça, divulgou comunicado cobrando das autoridades brasileiras uma investigação “imediata, imparcial e efetiva”. “O que aconteceu em Manaus não é um incidente isolado no Brasil e reflete a situação crônica dos centros de detenção no país. Portanto, nós instamos as autoridades brasileiras a tomarem medidas para prevenir essa violência e para proteger aqueles sob custódia”, diz o comunicado.

Retaliação: mais de 30 mortos

Reprodução-internet

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corrupção também está presente na tragédia de Manaus ocorrida nos dois primeiros dias do ano. O massacre de 56 presos foi facilitado por causa da propina paga a agentes encarregados de, inclusive, vigiar os detentos. Havia no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) armas de todos os tipos e celulares à vontade. A selvageria foi tamanha — com esquartejamentos e decapitações — que chamou a atenção do mundo inteiro. O Papa Francisco disse que ficou preocupado com a situação. “Eu não tenho dúvidas em afirmar que houve falha de quem toma conta da penitenciária. Porque senão não teria entrado facão, armamento pesado, bebida e celular. Agora, estender isso a outras autoridades, só se houver prova”, afirmou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Ele também declarou que o governo do Amazonas sabia sobre a existência de um plano de fuga de presos no final do ano. Durante o massacre, mais de 180 deles fugiram ao longo das 17 horas de motim.

O temor das autoridades confirmou-se: ao menos 33 presos foram assassinados na madrugada de sexta-feira (6) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior de Roraima. De acordo com o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro, que foi ao local, não houve rebelião, e a matança seria de responsabilidade de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que estavam concentrados neste centro de detenção. Uma retaliação pelo aconteceu em Manaus. O grau de selvageria foi idêntico ao que membros da Família do Norte (FDN) demonstraram no massacre no complexo penitenciário de Manaus. Os corpos foram destroçados e vários deles, decapitados. Em Brasília, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou relação entre os dois massacres e, até o fechamento desta edição, estava anunciada sua ida a Boa Vista, para acompanhar a situação no estado. Grupo divulga foto comemorando a matança (acima). Preso recebe atendimento (abaixo). Quase todas as imagens são impublicáveis

divulgação

Valdeci Rodrigues

Temer – Quinta-feira (5), o presidente Michel Temer saiu de seu silêncio absoluto sobre o massacre de Manaus. E acabou virando piada de mau gosto nas redes sociais porque classificou a mortandade de “acidente pavoroso”, ao dizer que as famílias das vítimas têm sua solidaridade. Temer quis livrar o governo federal: “Não houve uma responsabilidade clara ou definida dos agentes estatais”, disse, salientando que o complexo penitenciário de Manaus é administrado pela iniciativa privada.


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Vereador Presidiário G1 (4.1.) - Algemado e com o uniforme do sistema prisional, o vereador Ronilson Marcílio Alves (PTB), de 42 anos, tomou posse na Câmara Municipal de Caratinga, Minas Gerais, terça-feira (3). Sob escolta policial, o vereador chegou à sede do Legislativo ao meio-dia e permaneceu cerca de duas horas no local. Reeleito em outubro de 2016, com 854 votos, Ronilson passou a ser alvo de investigação policial no fim de novembro, quando a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele e apreendeu documentos, pendrive e aparelhos celulares. Na época, ele foi conduzido para prestar esclarecimentos e liberado em seguida. Em 19 de dezembro ele foi preso no município de Cordeiro, interior do Rio de Janeiro. O vereador é acusado de extorsão contra um padre e teve a prisão preventiva decretada no dia 2 de dezembro. Outras três pessoas foram presas em flagrante pela mesma acusação.

Culpada por massacre Folha de S. Paulo (05.01) - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou, nesta quinta-feira (5), a construção de cinco novos presídios federais de segurança máxima, e responsabilizou a empresa que administra o Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) pelo massacre que deixou 56 mortos no Amazonas. Em entrevista à imprensa, o ministro afirmou que o governo federal destinará R$ 430 milhões para as obras das novas unidades carcerárias e o aprimoramento do sistema de segurança de presídios estaduais. Segundo ele, do total, R$ 150 milhões serão destinados à transferência de tecnologia de bloqueadores de celulares e R$ 80 milhões para a compra de scanners corporais.

reprodução instagram

Brics contra Aids e tuberculose

Thaisa foi convidada pelo marido mas não quis ir à boate onde 39 morreram

Thaisa escapou de atentado Zero Hora (1.1) - O atentado à boate Reina, em Istambul, deixou pelo menos 39 mortos na madrugada de domingo (1º), durante uma festa para comemorar o Réveillon na Turquia. A jogadora brasileira Thaisa, bicampeã olímpica com a seleção feminina de vôlei, por pouco não esteve no local. Ela defende o Eczacibasi Vi-

tra, de Istambul, e foi convidada pelo marido a ir à festa de Ano-Novo na danceteria. “Rapaziada, eu e a Thaisa estamos bem. Iríamos ao Reina ontem. Thaisa não quis ir e fiquei bravo com ela. Graças a Deus não fomos”, escreveu Guilherme Pallesi, marido de Thaisa, em sua conta no Twitter.

Feminicídio na chacina Carta Capital (2.1) - O técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, matou 12 pessoas a tiros antes de cometer suicídio na noite de Réveillon, em Campinas (SP). Das 12 vítimas, nove eram mulheres, entre elas sua ex-mulher Isamara Filier, de 41 anos. Todos foram sepultados na segunda-feira (2). Uma carta escrita pelo assassino e divulgada no domingo (1º) pe-

lo jornal O Estado de S. Paulo não deixa dúvidas: trata-se de feminicídio, crime no qual as mulheres são mortas em razão do gênero, ou seja, por menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Na carta, Araújo usa 12 vezes a palavra “vadia” para se referir à ex-mulher e às mulheres da família dela. “Quero pegar o máximo de vadias da família juntas”, escreveu.

Gazeta Russa - Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) deverão realizar pesquisas conjuntas e melhorar o sistema de saúde público na luta contra doenças como Aids, tuberculose e malária. A decisão foi tomada na 6ª Reunião Ministerial sobre Assuntos de Saúde do Brics, na Índia. “É importante, no âmbito dos Brics, nós não apenas investirmos no intercâmbio de tecnologias e no desenvolvimento de joint ventures, mas também na cogeração de conhecimento, porque é evidente que só em conjunto poderemos resolver os problemas de saúde mais significativos”, disse Dmitri Kostennikov, vice-ministro da saúde russo, à agência de notícias Tass. Recursos - Durante a recente reunião, os participantes discutiram a possibilidade de financiar pesquisas conjuntas na área da saúde atraindo os recursos financeiros do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics. O vice-ministro destacou a experiência russa na luta contra várias infecções, incluindo o HIV, e sua disposição para compartilhar esse conhecimento com outros países. “Graças a programas de prevenção em grande escala nos últimos dez anos, a Rússia se juntou aos líderes mundiais quando se trata de brecar a transmissão vertical do HIV e, hoje, 98% das crianças de mães infectadas nascem saudáveis”, disse. A inclusão de métodos medicinais alternativos, como a Ayurveda na Índia e os remédios tradicionais chineses, também foi discutida. A ideia é estabelecer uma colaboração bilateral e multilateral para reconhecimento mútuo de medicamentos e unificar as regras de importação e exportação desses produtos entre os Brics. Com a agência de notícias Tass


Brasilia Capital n Geral n 13 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br

Suicídio - Diálogo com Pai João — Pai João, eu quero morrer — falou a filha chorando. Porque para mim não tem mais sentido viver. Tudo desmoronou. — Oh, filhinha, não pensa assim não! Tudo tem jeito. Deus sempre arruma uma saída, até para o que parece impossível. Deixa eu dizer uma coisa. Tá um péssimo momento pra morrer. — Não brinca comigo numa hora dessa! — Não tô brincando. Quer saber? Os que estão do lado de cá do astral

estão desesperados para ir para aí. E você quer morrer e vir para o lado de cá! — Eles querem vir para cá porque não sabem como anda a vida aqui na matéria. — Ilusão, minha filha. Você é quem não sabe como tá a vida do lado de cá. Aqui tá muito pior que aí. É muita perturbação e dor. Nem os protetores espirituais estão sossegados do lado de cá. Aqui tem droga, feitiço e roubalheira, traição e sequestro, combate e depressão, fofoca e desafe-

to. Mesmo aqui tem espírito querendo morrer mesmo sabendo que não pode. Existem loucos perambulando e suicidas que se agrupam em templos de dor. — Pai João, que é isso? Não tem nada que preste desse lado aí? — Tem minha filha. Aqui tem o mesmo remédio que a filha tá precisando e está disponível aí. O remédio da fé, do trabalho, da paciência, do bem ao próximo e do esclarecimento. A filha nem precisa morrer para isso. Aí mesmo tem tudo o que a filha precisa.

— O senhor acha mesmo que é disso que eu preciso? — A filha já tomou esses remédios? — Ainda não. — Então experimenta e depois me fala como ficou. Graças a Deus que a moça resolveu seguir o conselho e hoje está muito melhor, mas se algum filho estiver pensando como ela, lembra do aviso que ainda está valendo: Tá um péssimo momento para morrer.”

Nossa alimentação deve ser como a de nossos avós?

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uitos estudos recentes têm mostrado que a modernização da nossa sociedade trouxe num curto período de tempo uma modificação significativa dos alimentos e dos nutrientes que consumimos em nossa dieta. Como assim? Nossos ancestrais alimentavam-se basicamente de vegetais e frutas coletados pelas mulheres e de carnes de animais provenientes da caça masculina. Esse padrão de ali-

mentos acompanhou toda a história da humanidade nos últimos milhões de anos. O que aconteceu a partir do desenvolvimento da agricultura, e mais recentemente com a industrialização, é que passamos a ter em nossa mesa, uma certa variedade de alimentos processados e ultraprocessados, e, com isso, excesso de carboidratos refinados, por exemplo. Além de uma carga elevada de xenobióticos (compostos químicos adicionados a alimentos).

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410

Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br www.marceloramosopovoeopoder.blogspot.com

Toda essa modernização alterou de forma expressiva a forma como digerimos os alimentos e a relação dos alimentos com nossa microbiota intestinal, que são os micro-organismos que vivem em simbiose com a gente. Algumas espécies de micro-organismos foram extintas por essa alteração no padrão da alimentação. Resumindo: vivemos nos últimos cem anos uma revolução alimentar e estamos sofrendo consequências severas dessa transição, como a obe-

sidade e doenças crônicas ligadas a maus hábitos alimentares. Não sabemos se o futuro será ainda mais alarmante do que o que estamos vivendo, mas precisamos nos movimentar para minimizar esses efeitos deletérios. Será que o caminho é voltar a comer como nossos avós ou bisavós? Acredito que não, porque não dá para voltar ao passado. Mas precisamos descobrir uma forma menos agressiva de nos relacionarmos com os alimentos, desde o plantio até o consumo!


Brasilia Capital n Geral n 14 n Brasília, 7 a 13 de janeiro de 2016 - bsbcapital.com.br

As polêmicas férias aneiro, mês muito esperado por muitos brasileiros! Tradicionalmente, é período de recesso escolar, e muitos pais e mães tentam ajustar as folgas no trabalho para aproveitar com as crianças! Nossa rotina atualmente é tão atribulada que qualquer minuto vivido com nossos entes queridos torna-se extremamente precioso! Em outras palavras: é hora de aproveitar as férias! Aliás, você já pensou em quantas dúvidas linguísticas existem em torno do vocábulo “férias”? Vamos discutir algumas! Primeiramente, “férias” é um

substantivo feminino e plural! Portanto, correto é dizer “as minhas férias estão marcadas para janeiro”. Claro que você, cidadão pensante, sabe que a situação gramatical é diferente caso diga “O meu período de férias está marcado para janeiro”, pois agora a concordância se dá com o substantivo “período”, que é masculino e singular. Segundo o renomado dicionário Houaiss, existe sim a forma singular, féria, que significa “dia de repouso, feriado”. Portanto, férias seria o conjunto de dias, “o período de descanso a que têm direito empregados, servidores públicos, estudantes etc.”

(definições retiradas do dicionário acima citado). Outra dúvida comum é: “estou em férias” ou estou “de férias”? Segundo gramáticos, as preposições “em” e “de” podem introduzir situações temporais, o que torna as duas opções corretas (e essa é, para mim, a definição mais adequada para esse fenômeno). Mas, em torno desse assunto, você encontrará diversas opiniões, baseadas em análises gramaticais diferentes. Algumas, baseadas na história da língua; outras, inspiradas no tipo de verbo a que se relaciona a expressão. Como essas polêmicas pouco resolvem a

vida do usuário da língua (e elas só existem porque pouco se pensa no papel que a preposição possui em construções assim), ratifico: as duas opções são corretas! Agora, meu conselho maior: se você pode, aproveite suas férias (estando você “em férias” ou “de férias”! Curta os deliciosos dias do verão brasileiro ao lado daqueles que te fazem bem!

massageia os banhistas, inclusive os corpos angelicais de minhas netinhas Bárbara, Maria Luíza e Gabriela; 3) O caldo de lambreta borrifado com pimenta malagueta, acompanhado do bendito molusco que derrete na boca, com efeito afrodisíaco que o sexólogo Freud rotulou de “libido”; 4) Os apimentados acarajés, recheados com caruru e camarão, que, com certeza, vão corroer o meu fígado por causa do azeite de dendê. E daí? Mais vale uma dor-de-barriga, do que a frustração do desejo de um comilão. 5) A apoteótica bacalhoada com batatas que veio à mesa no jantar

de comemoração do Ano-Novo, temperado com o Amor da virginiana Lêda Maria, comandante-em-chefe de nosotros, seus obedientes súditos. Com tantas dádivas recebidas, só me resta agradecer a Deus e formular votos de Feliz 2017 aos meus filhos, netos, bisnetos e amigos ausentes, com Paz e respectiva saúde, mas mantendo este excelente apetite dos meus 91 anos de idade cronológica e que é capaz de devorar frutos do mar sem ziquizira estomacal – Amém!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília

Férias pra não esquecer!

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ão é verdade que tudo se torna mera rotina quando determinados programas se repetem periodicamente, como no caso das viagens de nossa família à Bahia, todo final de ano. No que se refere a 2016, nada foi igual às incursões anteriores. Sem exagero, diria até que foram férias inesquecíveis, graças às tantas benesses recebidas desde que saímos de nossa bem-amada Brasília. A começar pela hospedagem no apartamento alugado, literalmente, à beira da praia do Farol da Barra, onde a brisa sopra todas as tardes, refrescando a sala e os três

quartos do imóvel, por sinal muito mais eficiente do que um sofisticado aparelho de ar-condicionado, além de ser mais saudável e com a vantagem de que Deus não cobra pelo uso da energia eólica: é de graça! Antes de colocar o ponto final nestas mal-traçadas linhas, é importante valorizar a mensagem do título acima. E como os matemáticos afirmam que a ordem dos fatores não altera o produto, convém acrescentar mais cinco itens no rol das citadas benesses: 1) A comilança dos saborosos caranguejos, ao som e ritmo do toc-toc do martelinho de plástico; 2) O mar de água tépida que

(*) Fernando Pinto é jornalista e escritor


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Depois do despertar Gustavo Tanaka

Shows nIsrael Novaes e Jeferson Moraes. Sexta-feira (6), às 22h, na Bamboa. Ingressos: R$ 40 a R$ 60. Pontos de venda no site www.bilheteriadigital. com ou na bilheteria da casa. Informações: (61) 3334-4450. nPré-Carnaval com Edcity. Sexta-feira (13), às 22h no Bangalô da AABB – Setor de Clubes Sul. Ingressos: R$ 30 e R$ 40. Pontos de venda: Bilheteria Digital e na Central de Ingressos do Brasília Shopping. Informações: (61) 9-9937-1314/ 9-8115-9255. Exposição nOZI – 30 anos de arte urbana no Brasil. De 11 de janeiro a 26 de fevereiro, de terçafeira a domingo, das 9h às 21h no Teatro da Caixa Cultural Brasília. Entrada franca. Informações: (61) 3206-9448. nExposição Nós. Até dia 26 de fevereiro, de terçafeira a domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural Brasília. Entrada gratuita. Informações: (61) 3206-9448/ 3206-9449.

Manchester à beira-mar // Kenneth Lonergan

Lee Chandler é uma espécie de faz-tudo do pequeno complexo de apartamento onde vive, no subúrbio de Boston. Ele passa seus dias tirando neve das portas, consertando vazamentos e fazendo o possível para ignorar a conversa de seus vizinhos. Em suas noites vazias, Lee bebe cerveja

no bar local e arruma confusão com qualquer um que lhe lançar um olhar. Quando seu irmão mais velho morre, ele recebe a desagradável surpresa de sua nomeação como tutor de seu sobrinho. De volta a sua cidade natal, ele terá que lidar com memórias queridas e dolorosas. Gênero: drama.

Assassins Creed // Justin Kurzel

Callum Lynch descobre que é descendente de um membro da Ordem dos Assassinos e, via memória genética, revive as aventuras do guerreiro Aguilar, seu ancestral espanhol do sé-

culo XV. Dotado de novos conhecimentos e incríveis habilidades, ele volta aos dias de hoje pronto para enfrentar os Templários. Versão para as telonas do game Assassin´s Creed. Gênero: ação.

E se pudéssemos viver em um mundo diferente? Um mundo sem barreiras, onde as pessoas não se veem separadas umas das outras. Onde a competição cede lugar à cooperação. Um mundo baseado na complementaridade, onde cada um pode ser quem é de verdade. Onde cada pessoa vive pelos seus talentos. Com essa pergunta em mente e depois do sucesso de seu primeiro livro, “11 Dias de Despertar: uma jornada de libertação do medo”, e de seu artigo “Há algo de grandioso acontecendo no mundo”, Gustavo Tanaka pôde vivenciar muitas experiências empresariais e pessoais. “Depois do Despertar: o fim da separação e o surgimento de uma nova sociedade” traz aspectos de uma nova visão que o autor tem sobre trabalho, propósito, organização da sociedade, compartilhamento e desenvolvimento econômico sustentável, bem como o impacto disso na consciência, elevação da vibração e bem-estar emocional e até espiritual das pessoas e comunidades. A principal mudança é a forma como nos relacionamos com o trabalho.


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