Brasília, 19 a 25 de agosto de 2017
Sistema S viola a Constituição Relatório do Instituto Fiscal Independente, do Senado, ainda aponta desobediência ao TCU
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Ano VII - 325
Senador Ataídes Oliveira denuncia “caixa-preta” nas 11 instituições
Página 4 e 5
ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS
Servidores querem o fim dos comissionados Os 531 concursados garantem que esses órgãos funcionam melhor sem os 1.181 ocupantes de cargos de confiança. Dizem que as indicações políticas criam verdadeiros cabides de emprego e que organizarão abaixo-assinado propondo a extinção dessas vagas. Calculam que a economia seria de R$ 10 milhões por mês, o que evitaria o parcelamento dos salários Página 6
PSDB admite que errou. E racha de novo Propaganda tucana na TV embarca na tese do “presidencialismo de cooptação”, criada por FHC (foto), e desagrada Centrão, que quer ministérios ocupados pelo PSDB. Pelaí – Página 3
Cristovam Buarque (PPS)
Joe Valle (PDT)
Jofran Frejat (PR)
Mais do mesmo Cristovam, Joe e Frejat podem se unir para derrotar Rodrigo Rollemberg (PSB). São as mesmas figuras dos útimos pleitos, o que torna utopia a renovação política no Distrito Federal em 2018. / Odir Ribeiro - Página 12
Distritão prejudicará partidos que têm ideias e bandeiras humanitárias Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 19 a 25 de agosto de 2017 - bsbcapital.com.br
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A R T I G O
x p e d i e n t e
O que digo ao meu filho? Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br
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Valdeci Rodrigues (*)
Educar uma criança envolve um processo que não é dito às claras, talvez pela complexidade do tema e a polêmica que ele gera. Mas, de forma simplificada, trata-se de fazê-la reprimir a parte má de seu instinto e dar vazão à parte boa. Qual a parte boa? Simples. É exatamente aquele conjunto de comportamentos que dá nome a espécie, inclusive. Não é fácil, embora seja plenamente possível. Especialmente quando, além das palavras, o adulto usa o próprio exemplo para a formação da garotada. E por aí vai. Obviamente, o lado mais animalesco fica enjaulado pelos valores morais que ditam as regras, embora dê seus rugidos aqui e acolá. Os tais “rugidos”, quando vão além disso, normalmente transformam-se em crimes. Aí entram as leis prevendo penas para que o infrator e o criminoso recebam punição e sejam recuperados – isto, pelo menos, seria o ideal, a grosso modo. “A vaca vai pro brejo” exatamente porque os animais humanos raciocinam utilizando a mesma inteligência que desenvolveu o comportamento acima para cultivar pessoas de bem, noutro rumo condenável. Chega-se ao suprassumo do descaramento. O mesmo in-
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nHRT É a mais pura verdade essa publicação. Tive uma parente que foi vítima desse “depósito de dor e aflições humanas”. Morreu e ninguém sequer investigou o que ela tinha. Yara Lourenço, via Facebook Mas ostentar Corolla pode? O povo tem o governo que merece. Esta máxima está clara aqui no Brasil. Aqui no DF, temos um legislativo inútil. Cadê
o MP para promover uma ação contra este governador incompetente? Passou o mandato só reclamando de dinheiro, deu calote nos servidores, mas gasta milhões com políticas populistas. Alexandre Alex, via Facebook Comentários sobre coluna do SindMédico, edição 324, que trata o Hospital Regional de Taguatinga como “depósito de dor e aflições humanas”.
divíduo que cultua, entre aspas, valores civilizados, pratica os piores dos males para seus semelhantes. Nesta categoria, incluem-se majoritariamente os cidadãos que exercem atividade tão importante como a política. Vão aos microfones, fazem promessas, apresentam projetos, demonstram estar em sintonia com o que pode ser o melhor para um município, um estado ou para o Brasil. Entretanto, quando vencem as eleições, engajam-se em maracutaias que provocam o sofrimento da população. E o que é mais deprimente: escondem-se atrás de palavras quando viram criminosos em série. Agora, direto ao ponto deste artigo. Quem furta um pacote de bolachas, seja por extrema necessidade ou não, é ladrão. A nomenclatura vai neste sentido: assaltante, bandido, criminoso etc. Em contraponto, homens engravatados e bem vestidos – mulheres idem, mas em minoria – partem para o pior tipo de crime que existe. Contradizendo os princípios legais, os delitos que praticam sempre têm nomes amenos: corrupção, apropriação indébita, peculato, malversação de recursos etc. etc. E aí vem a monstruosidade maior, com jeitão de civilidade.
Quando cometem vários desses crimes, são acusados de “desviar dinheiro público”. Leitor, que roubo é pior? Aquele que faz apenas uma vítima ou o que atinge mais de 200 milhões de pessoas. O “desvio de recursos públicos” provoca muitas mortes. Por exemplo, como alvo de um bandido (falta de segurança); como mais um número nos boletins de acidente de trânsito (falta de infraestrura); como mais um dígito na mortandade em hospitais (falta de saúde). Os verdadeiros responsáveis por esta oceânica desigualdade, que também incendeia a criminalidade comum, são os bem falantes indivíduos que enganam eleitores e andam de braços dados com uma elite que não enxerga que o bem de cada um começa pelo bem de todos. Para justificar o título, o que digo a meu filho ou a minha filha quando eles perguntarem: “Papai, quais são os maiores bandidos?”. Necessariamente terei de lhe responder: “São aqueles que menos se parecem com a imagem que todos têm na memória quando falamos de criminosos”.
(*) Jornalista e radialista.
a r t a s
nPerigo a bordo Cresce tudo em Brasília: assaltos, filas em hospitais, os buracos nos asfaltos, o descaso com a população. A única coisa que não cresce de forma alguma é o respeito que esse governador tem pela população. Esse decresce a cada dia! Gláucia Agnelo Guimarães, via Facebook Sobre manchete da edição 324 que mostrou o aumento do número de assaltos a ônibus no DF.
nParcelamento Para onde está indo o dinheiro dos impostos? O DF tem o governo mais rico do Brasil e ainda tem o Fundo Constitucional. Esse cara é um terrorista e tem que ser preso. Eduardo Von Schneider, via Facebook Absurdo! Enquanto fortunas estão saindo dos cofres públicos para bolsos errados, o contribuinte honesto, trabalhador, cidadão cumpridor das leis paga
pelo crime! Quanta coisa errada neste país! Lamia Majzoub, via Facebook Se estivesse comprando um carro da polícia mais barato não precisaria parcelar salários de servidores. Tem carro sedã de R$ 60 mil. Devair Ramos, via Facebook Comentários sobre a notícia de que o GDF poderá parcelar os salários dos servidores públicos em setembro.
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projeto de lei 1.679, do deputado Robério Negreiros (PMDB), divulgado segunda-feira (14), proíbe despesas do GDF e da Câmara Legislativa com publicidade em rádio, TV, jornais blogs e sites. O veto se estende ao TCDF e à Defensoria Pública. Ao mesmo tempo, porém, Negreiros gastou R$ 35 mil com uma empresa que administra seu Facebook. E ele não descuida da assessoria de imprensa de seu gabinete, paga pelo contribuinte para cuidar de sua imagem. Ou seja, os Poderes constituídos não podem se comunicar com o contribuinte. Mas ele...
CPI da Previdência na reta final O vice-presidente da Associação Nacional dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária (Anteffa), José Bezerra da Rocha; o auditor de atividades urbanas especializado em vigilância sanitária, Luiz Roberto Pires; o diretor de estudos técnicos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Mauro José da Silva; e o advogado especialista em Direito Previdenciário, Fábio Zambitte Ibrahim, são os convidados 23ª audiência pública da CPI da Previdência, que acontece segunda-feira (21), às 15h. PARTICIPAÇÃO – Qualquer cidadão pode participar das audiências pelo Portal e-Cidadania ou pelo Alô Senado: 0800 61 22 11. O presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT-RS/foto), destaca a importância da participação da população. A comissão alega que o rombo da Previdência Social é invenção do governo.
CUT tenta revogar reforma trabalhista A CUT lançará um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para revogar a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e propor a “verdadeira modernização das relações de trabalho no Brasil”. A meta é criar uma legislação que amplie a proteção aos trabalhadores. “Vamos chamar a população para se manifestar. O povo brasileiro é quem vai dizer quais são as leis trabalhistas que a gente precisa e merece”, afirma a secretária de Relações de Trabalho, Graça Costa.
Emergência burocrática Emergência no Brasil não é sinônimo de atendimento rápido e eficiente, principalmente por telefone. São pelo menos 12 números diferentes que o cidadão precisa decorar para definir para quem pedir ajuda. Em caso de enchentes e deslizamentos de terra, o número ligue 199, da Defesa Civil. Se estiver em alto mar ou em estrada federal, recorra ao 191. Em rodovia estadual, 198. SOCORRO! - Para denúncias ligadas aos direitos humanos (violência contra crianças, adolescentes, população LGBT, pessoas com deficiência ou idosos), tecle 100. Até entre os mais usados (190, 192 e 193) existem dúvidas. Para socorro imediato, o ideal é acionar os bombeiros (193). Se for emergência médica, 192. Em emergências médicas e socorros imediatos, fica a seu critério.
Sandra Faraj condenada
O PSDB errou. E rachou O programa do PSDB exibido quinta-feira (17) no rádio e na TV rachou o partido. Com autocríticas e sem políticos, os tucanos voltaram a subir no muro. Durante 10 minutos, três atores falaram sobre problemas como a corrupção, mas ignoraram as denúncias contra o senador Aécio Neves (MG), ex-presidente da legenda. FISIOLOGISMO – Ao criticar o que chamou de “presidencialismo de cooptação”, tese criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto), a propaganda tucana irritou o “Centrão”. Eles prometem intensificar a cobrança para que o presidente Michel Temer (PMDB) diminua o espaço do PSDB no governo. “Acabamos aceitando como natural o fisiologismo, em detrimento da verdadeira necessidade do cidadão brasileiro”, avaliou o PSDB. PARLAMENTARISMO – A solução apresentada pelos tucanos é mudar a maneira de governar o país. Bandeira histórica do PSDB, o parlamentarismo foi defendido para “renovar a própria política”. “O presidencialismo de cooptação faliu, tendo gerado crises sucessivas e muita instabilidade política”, diz o script do programa. VOLTA, AÉCIO! – A polêmica enfraqueceu ainda mais o presidente interino, senador Tasso Jereissati (CE). Há quem defenda a volta de Aécio ao comando do partido.
Violência contra a mulher “Maria da Penha Vai Até Você” é a campanha educativa que será realizada terça-feira (22), na rodoviária do Plano Piloto. O convite está sendo feito pela procuradora especial da mulher da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), “para que quem pratica crimes de maus-tratos contra mulher seja sempre condenado”.
A deputada Sandra Faraj (SD/foto) foi condenada, sexta-feira (18), pelo juiz Renato Castro Martins, da 19ª Vara Civel do TJDFT, a pagar despesas processuais e indenizar em 10% sobre o valor da causa o blogueiro Guilherme Pontes, que publicou conteúdos ofensivos em matérias onde denunciava um suposto caso de nepotismo praticado pela distrital. j. IMPRENSA LIVRE – “A imprensa tem um papel essencial na tentativa de mudar esse quadro, pois é salutar que os fatos envolvendo agentes públicos sejam esclarecidos, especialmente para que o eleitor tenha plena consciência de quem são e do que fazem os seus representantes em todas as esferas do Poder Público”.
Indústria das multas A Polícia Rodoviária Federal gasta R$ 100 milhões por ano para enviar multas leves e médias aos condutores. As infrações mais baratas não pagam os custos de implantação de radares e o envio de multas pelos Correios. A solução foi dar 40% de desconto para as multas pagas via aplicativo - antes de o governo enviar as correspondências. RIXA – No entanto, uma rixa institucional retirou as multas em rodovias federais do sistema. Ou seja, o prejuízo da PRF continua.
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Malefícios do Sistema S Instituto Fiscal Independente do Senado aponta aumento nos impostos, violação da Constituição e desobediência ao TCU
Da Redação
A
s onze instituições do Sistema S, entre elas o Senai, Senac, Sesc e Sesi, violam a Constituição, desobedecem recomendações do Tribunal de Contas da União e contribuem para aumentar a carga de impostos no País. Uma síntese dos problemas foi publicada no Relatório de Acompanhamento Fiscal do Instituto Fiscal Independente do Senado Federal neste mês de agosto. O IFI fez um box à parte para tratar do “Sistema S e a Questão Fiscal”. De acordo com o relatório, as contribuições do patronato às instituições acabam incluídas no custo dos produtos que chegam para os consumidores, cidadãos que são duplamente prejudicados devido ao uso de dinheiro do contribuinte. Por receberem recursos públicos, as instituições teriam de prestar contas à sociedade sobre o uso dessas verbas, que acabam onerando o preço dos produtos. Ao fazer um longo relatório depois de realizar auditoria, o TCU encontrou “vários problemas” e fez recomendações para que a situação fosse regularizada. Como publica o IFI no site do Senado, as considerações do tribunal, feitas em 2015, são relembradas neste mês:
“O relatório é longo, mas uma síntese dos problemas pode ser encontrada nas páginas 57 a 67. Vale destacar alguns”. O IFI enumera o que considera os oito principais, num orçamento global de aproximadamente R$ 30 bilhões em 2017, de acordo com projeções do presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado, Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Analisando os números do instituto, o senador faz uma projeção aquém da realidade. O IFI divulga que somente cinco das 11 instituições movimentaram no ano passado R$ 25,6 bilhões. “Falta de detalhamento dos orçamentos divulgados, que apresentam receitas e despesas em elevado grau de abrangência; maior parte das entidades não publica as demonstrações contábeis nas respectivas páginas eletrônicas; a metade não certifica as demonstrações por auditoria externa independente; muito poucas informações divulgadas sobre licitações e contratos; falta de informações sobre transferências para confederações e federações; dados sobre estrutura remuneratória na maioria das vezes inútil para qualquer análise de remuneração; problemas de atendimento ao cidadão, principalmente nos estados menos fa-
vorecidos; e deficiente divulgação dos cursos gratuitos”, enumera o IFI. Na auditoria do TCU, há recomendações para que os problemas sejam sanados em todas as 11 instituições do Sistema S, conforme o Acórdão nº 699/2016, aprovado pelo plenário do tribunal em 30 de março do ano passado e relembrado pelo IFI. O tribunal “recomendou ainda o uso pelas entidades da contabilidade aplicada ao setor público, a adoção de controles internos e a melhoria do atendimento ao público”, destaca o instituto do Senado. Nos dois parágrafos finais, em seis páginas de considerações sobre as institui-
“Faltam orçamento detalhado, demonstrações contábeis, auditoria independente, informações sobre licitações e contratos, dados claros sobre remuneração e bom atendimento aos cidadãos”
ções do Sistema S, o IFI registra: “Como as recomendações foram feitas há quase um ano e meio, caberia avaliar em que medida elas foram efetivamente atendidas. Mas mesmo que tenham sido, ainda não seriam suficientes para avaliar adequadamente a atuação das entidades do Sistema S. Seriam necessárias também informações detalhadas sobre os serviços oferecidos, a exemplo da quantidade ofertada de cada serviço, adequadamente aferida, e individualização dos custos correspondentes. Essas informações permitiriam avaliar os custos desses serviços, verificar a eventual redundância ou complementariedade em relação aos serviços disponibilizados pelo Estado, e analisar o retorno que o uso das contribuições gera para a sociedade”. “Enfim, as entidades privadas do Sistema S recebem considerável montante de contribuições compulsórias da sociedade para financiar os serviços sociais e de aperfeiçoamento profissional. Assim como outras contribuições e impostos, a incidência causa efeitos negativos sobre a atividade econômica, notadamente em países como o Brasil, nos quais a carga tributária já é elevada. Espera-se das entidades do Sistema S que sejam o mais transparente possível, disponibilizando as informações necessárias para avaliar a sua atuação”, finaliza.
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Ataídes Oliveira transformou a busca por transparência nas instituições em bandeira de sua atuação parlamentar no Senado Federal
Forma de manter o “buraco negro” O que permite ao Sistema S burlar a Constituição, desobedecer o TCU e ajudar a aumentar a carga tributária do País, de acordo com o Instituto Fiscal Independente (IFI) do Senado, está na forma de organização das 11 instituições, sem citar o poderoso lobby delas tanto no governo quanto no Congresso Nacional. “Saber ao certo o montante de receitas das entidades não é trivial. Um meio seriam os orçamentos aprovados ou as demonstrações contábeis”, aponta o IFI. Aqui entra o que parece ser a estratégia do Sistema, embora o Instituto não a cite abertamente: “uma estrutura descentralizada que se desdobra até as federações sindicais, na órbita dos estados”. Isso envolveria a análise, separadamente, de orçamentos nacional e de 27 unidades da federa-
ção. Mesmo assim, de acordo com o instituto, as divulgações não são às claras. “As respectivas receitas e demais dados que retratam a situação financeira” são divulgados em “28 unidades na forma de imagem, em vez de apresentá-los de modo a facilitar complicação e análise”, aponta o IFI. Como vem publicando o Brasília Capital, esta situação constatada pelo instituto permite desvios como nepotismo, altos salários e montagem de uma burocracia que lucra muito com o Sistema S. A resposta das 11 instituições é unificada. Alegam que agem dentro da legislação e não cometem nenhum tipo de irregularidade, mesmo com as auditorias do TCU mostrando exatamente o contrário. E agora, com a abordagem do IFI.
PRESSIONE O CONGRESSO NACIONAL EM DEFESA DOS SEUS DIREITOS
ACESSE NAPRESSAO.ORG.BR
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Guerra aos cabides de emprego DIVUGAÇÃO
Servidores querem extinguir cargos comissionados do GDF. Concursados das administrações regionais organizam abaixo-assinado Orlando Pontes
O
s 531 servidores concursados lotados nas 31 administrações regionais do Distrito Federal montaram uma comissão que iniciará na segunda-feira (21) a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado propondo a extinção dos 1.181 cargos comissionados existentes nesses órgãos. Segundo os funcionários de carreira, os nomeados de confiança “em nada contribuem para o serviço, oneram a folha salarial e atrapalham o atendimento ao público”. Outro prejuízo causado pelos comissionados, de acordo um dos líderes do movimento, é à imagem dos servidores.
O corte de comissionados economizaria R$ 155 mil por mês na administração do Núcleo Bandeirante Pedindo para não ser identificado, Adonias (*) cita vários escândalos de corrupção noticiados pela imprensa nas administrações regionais, como venda de alvarás e outros documentos, por exemplo. “Em todos os casos, os envolvidos são apadrinhados indicados por políticos. Não há um só episódio em que a corrupção tenha sido praticada por um concursado. Ainda assim, o ônus recai sobre o pes-
soal de carreira, pois a opinião pública não difere um tipo de trabalhador do outro”, aponta. Levantamento feito pela comissão mostra que, dos 1.181 servidores efetivos das administrações, 86 estão cedidos para outros órgãos do governo. Ainda assim, segundo uma das organizadoras do movimento, seria possível todas as regionais funcionarem plenamente sem a contratação de, sequer, um comissionado. Para isso, bastaria
remanejar os concursados. “Existem administrações pequenas, que não demandam muita mão de obra. Seria possível, assim, reforçar a estrutura de pessoal das regionais maiores”, diz Maria Quitéria (*). CABIDES – Uma terceira integrante do grupo de mobilização contra os comissionados exemplifica o pleno funcionamento das administrações em todo início de governo. Ocorre
Desrespeito à Lei Orgânica O Diário Oficial do Distrito Federal de quarta-feira (16) o publicou o quadro de pessoal do governo local mostrando que 70% dos cargos dos 91 órgãos públicos são ocupados por servidores comissionados sem vínculo. O número ultrapassa os 50% permitido pela Lei Orgânica. A redução no total de servidores comissionados foi uma das promessas de campanha do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Em 22 órgãos, os comissionados superam os 90%. Segundo o Mapa dos Servidores, o GDF tem hoje 130.126 funcionários, sendo 13.572 comissionados, dos quais 5.970 contratados sem
concurso. No balanço geral, o governo está dentro da lei, com 45,15% dos cargos ocupados por comissionados. Mas, analisando órgão a órgão, a situação é bem diferente. A comissão de servidores contrários aos comissionados diz que a manipulação dos números para adequação à Lei Orgânica é possível devido ao grande número de cargos em secretarias como Saúde e Educação. Nas 31 administrações regionais, o menor percentual de cargos comissionados sem vínculo (75%) é na Fercal e em Planaltina. Nas demais, os índices variam de 80%, no Lago Sul, a impressionantes 97,3%, em Itapoã.
Na Companhia Energética de Brasília, que tem 1.033 funcionários, os 23 cargos em comissão são ocupados por pessoas sem vínculo com o GDF. A Polícia Militar tem 12.457 servidores e 503 cargos comissionados. Destes, 74% são ocupados por funcionários sem vínculo. A Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), a Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) e a Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB) também estão com percentual de cargos em comissão ocupados por servidores sem vínculo acima de 90%.
que, no encerramento de uma gestão, os ocupantes de cargos de confiança são exonerados. No intervalo entre a posse dos novos governadores, a nomeação dos administradores até a montagem das equipes, as regionais são tocadas exclusivamente pelos concursados. “É o período que elas funcionam melhor”, garante Maria Abadia (*). “Quando chegam os comissionados, tudo para. Eles assumem as chefias dos setores sem entender nada do funcionamento da máquina pública. Não sabem diferenciar um ofício de um memorando. Estão ali exclusivamente a serviço de seus padrinhos políticos e transformam esses cargos em verdadeiros cabides de emprego”, dispara. Se o governo tomasse a decisão de extinguir os cargos comissionados das administrações, poderia fazer uma economia mensal de aproximadamente R$ 10 milhões, ou R$ 120 milhões por ano. Os DFs variam dos níveis 8 a 17, com salários de R$ 1.278,01 a R$ 3.910,09. Já os CNEs (Cargos de Natureza Especial) são classificados do nível 1 (R$ 13.929,03) ao 7 (R$ 4.684,66). A título de exemplo, apenas na regional do Núcleo Bandeirante a economia mensal seria superior a R$ 155 mil, sem contar os salários do administrador e do chefe de gabinete. Em Ceilândia, onde existem 64 cargos comissionados, esse valor seria muito maior. “Se eliminasse os cargos de confiança, o governo poderia afastar a hipótese de parcelar ou atrasar os salários de quem realmente tem capacidade para prestar um bom serviço ao público”, completam os membros da comissão. (*) Os nomes são fictícios para preserva a identidade das fontes, a pedido delas.
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Parcelamento de salários é atestado de incompetência do GDF Não bastassem o calote no reajuste salarial, os atrasos nos pagamentos das horas extras, os cortes de gratificações e o evidente desmonte da saúde pública do Distrito Federal, o assédio moral da vez escolhido pelo GDF é a ameaça de parcelamento dos salários dos servidores. Em 2015, assim que assumiu o Buriti, com a mesma justificativa de “rombo” nas contas, o governador Rodrigo Rollemberg já havia tentado o escalonamento. Porém, a intenção foi frustrada por uma ação do Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF). À época, em sua decisão, o juiz Lizandro Garcia Gomes Filho, responsável pela suspensão do parcelamento dos salários, afirmou que os servidores enfrentam “compromissos financeiros de natureDr. Gutemberg, za diversa, mas indispensáveis presidente do Sindicato dos a uma vida digna”. Médicos do DF e advogado Em “juridiquês” se diz que
salário tem natureza alimentícia, pois atende a um universo de necessidades pessoais e essenciais do indivíduo e de sua família. O salário é a retribuição necessária e indissociável do trabalho. É assim que funciona no mundo todo: o sujeito trabalha e é pago pelo seu serviço. Para o governador Rodrigo Rollemberg, no entanto, a solução para todos os problemas de caixa do GDF, invariavelmente, é mexer nos direitos e nos bolsos dos servidores. Não há criatividade, não há gestão. Em Rondônia, o governo chegou até a substituir copos descartáveis por canecas indi-
viduais como medida de economia. Em Santa Catarina, no Ceará, na Paraíba, na Bahia houve até antecipação de pagamento do 13º salário para dinamizar as economias locais. Aqui, o governo local cada dia mais concede incentivos fiscais a quem nem ao menos gera empregos, não investe em tecnologia nem em políticas para melhorar a arrecadação de tributos. E faz o caminho contrário dos estados que estão saindo da crise – volta lá para o começo das medidas de tentativa de equilíbrio fiscal. Fez o quê, então, se nem isso conseguiu? E esse é mais um grande atestado de incompetência da atual gestão.
Nesses meses todos, o GDF aumentou impostos e tarifas públicas, apertou o cinto e deu calote em servidores e fornecedores e fez crescer o desemprego na capital da República. Um eventual parcelamento de salários só agravaria a crise e faria aparecer mais cartazes de “fechado”, “vende-se”, “passa-se o ponto”, pelas avenidas e ruas de todas as cidades do Distrito Federal. Se existe um ralo de dinheiro na máquina pública do DF, ele está localizado exatamente no gabinete número 1 do Palácio do Buriti. E o governador é quem o mantém escorrendo e drenando nossa esperança e nossa paciência.
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Cooperativa dá calote em Águas Claras Obra paralisada há 16 anos na Avenida Castanheiras provoca demanda judicial envolvendo 160 compradores dos imóveis Gustavo Goes
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ento e sessenta pessoas que há 16 anos compraram lojas e quitinetes em um centro comercial, em Águas Claras, na Avenida Castanheiras número 680, hoje brigam na Justiça e no Governo de Brasília para o imóvel sair do papel. A obra foi iniciada por uma cooperativa que, segundo os compradores, vendeu todas as unidades do imóvel e extraviou o dinheiro após o início da construção, que nunca foi finalizada. A cooperativa foi destituída e agora os adquirentes arregaçaram as mangas para viabilizar o final da obra. O sonho que virou pesadelo começou em 2001. Incentivado pelo GDF, o modelo de aquisição por meio de cooperativas era a forma mais atrativa de compra de imóveis comerciais e residenciais no início deste século em Águas Claras. Com baixo valor de compra em uma região com expectativa grande de crescimento, o centro comercial tinha disponíveis 150 salas, comercializadas a R$ 40 mil, e 120 lojas, a R$ 50 mil a unidade. A promessa era de que em 2004 as primeiras instalações estivessem prontas para uso. Porém, mesmo após os futuros condôminos terem quitado todas as prestações do financiamento, em 2008, nada estava pronto. A cooperativa alegava inadimplência dos comprado-
res como razão para o atraso na obra. Com isso, os cooperados se uniram em 2010 para montar uma associação e lutar pelos seus direitos. “Esse argumento de inadimplência é inválido. O contrato possibilitava a cooperativa, após três meses de inadimplência, retirar o financiador, vender o imóvel e devolver o dinheiro investido com deságio de 20%”, disse o presidente da associação, que preferiu não se identificar por medo de represálias dos donos de cooperativas. PROCESSO JUDICIAL – A demora na entrega do prédio fez com que moradores, isoladamente, movessem processos contra a cooperativa e ganhassem a causa na Justiça. Entretanto, como presidentes e diretores não tinham bens ou patrimônio em seus nomes, de nada adiantou. “Eles ganharam, mas não levaram”, explicou o presidente da associação. “É impressionante a insegurança jurídica em nosso país. Mesmo com cinco anos de obra paralisada, apareceram novos compradores e adquiriram lojas no local. Hoje, são associados e lutam pela nossa causa”, afirmou o presidente da associação. Segundo ele, a cooperativa aplicou parte do dinheiro na obra e extraviou o restante. A cooperativa foi destituída em 2015, após longo processo judicial. Entretanto, outro entrave impossibilitou a continuação da construção: a regularização do terreno. De propriedade privada, o lote foi cedido à cooperativa através de permuta. Porém, assim como fez com os compradores, a cooperativa não pagou os 20% relativos à arrecadação com lojas e salas.
Esqueleto do centro comercial, próximo ao Big Box, retrata o abandono da construção
REGULARIZAÇÃO – O terreno acumula desde 1999 uma dívida de R$ 4 milhões – R$ 2 milhões com a Terracap e mais R$ 2 milhões referentes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O valor encarece ainda mais os investimentos que terão de ser feitos pelos associados para erguer novamente a construção, paralisada há 13 anos. “Agora, é trabalhar para esse empreendimento se tornar viável. Estamos elaborando o memorial descritivo da obra para especificar todos os custos e fracionar entre os associados. Sabemos que vamos arcar com um valor acima do que foi financiado. Estima-se que foram gastos R$ 10 milhões com a atual construção e serão gastos mais R$
“É impressionante a insegurança jurídica em nosso país. Mesmo com cinco anos de obra paralisada, apareceram novos compradores e adquiriram lojas no local. Hoje, são associados e lutam pela nossa causa” Presidente da associação de compradores
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ANTÔNIO SABINO
Vacinação e cidade limpa Está em funcionamento o primeiro posto de vacinação de Águas Claras, na Praça Rouxinol, com capacidade para atender até 100 pessoas por dia, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. A inauguração foi feita na segunda-feira (14) pelo governador Rodrigo Rollemberg, que, no mesmo ato, assinou decreto oficializando a 21ª edição do programa Cidades Limpas. São 228 trabalhadores e 77 máquinas e equipamentos que atuarão até sexta-feira (25) em Águas Claras. O posto de vacinação funciona no antigo posto policial da praça, adaptado numa parceria do governo com empresários locais. “É um posto singelo, mas que trará um enorme resultado na saúde pública”, disse o governador. “A vacinação é um dos grandes serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde e pode evitar muitas doenças. Ter um posto de vacinação próximo facilita muito a imunização”. A Administração Regional fez a pintura, os reparos nas redes elétrica e hidráulica, instalou o piso emborrachado na área de aplicação de vacinas e no local para descarte de lixo infectante, conforme exi-
gência da Vigilância Sanitária. “Há um ano, o governador Rollemberg determinou que os postos policiais tivessem alguma destinação nova. A PM passou esta unidade para a Secretaria das Cidades, que, por sua vez, a entregou para a Administração de Águas Claras”, disse o administrador Valdeci Machado. “VITÓRIA” – A Secretaria de Saúde contribuiu com a cessão de dois computadores e dois modem 4G. “Este posto de vacinação é uma grande vitória. É o primeiro passo para que possamos garantir a atenção primária para a população de Águas Claras”, disse o secretário Humberto Fonseca. A unidade funcionará com uma equipe de três enfermeiros e três técnicos de enfermagem. A estudante Ana Beatriz Gomes Cortês, de 13 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada no posto. “É sempre melhor prevenir do que remediar”, disse a garota, que foi imunizada contra o HPV pelo próprio secretário de Saúde. Ela estava acompanhada pela orientadora educacional da escola em que estuda na região administrativa, Ariela Farias, de 36 anos.
TONY WINSTON AGÊNCIA BRASÍLIA
25 milhões”, disse o presidente. SONHOS FRUSTRADOS – Em 2001, Pedro Silveira (*), de 42 anos, comprou uma loja com o objetivo de alugar para terceiros e extrair do empreendimento a fonte de renda da família. À época, recém-casado, Pedro não tinha filhos. Hoje, seu filho tem 11 anos e ele acumula dupla jornada com a carreira de servidor público e a função que exerce por necessidade: gestor da obra paralisada. “Hoje, minha família está num momento totalmente diferente. Se antes tínhamos interesse de usar o imóvel como investimento, agora pretendo abrir uma loja de roupas para adolescentes. A intenção é não perder o di-
nheiro que investimos. Gastamos R$ 50 mil com a loja”, disse. Evandro Silva (*) é outro financiador que viu frustrada a chance de abrir um negócio do tempo. Sua intenção era abrir uma confeitaria para vender brigadeiros, antes mesmo de Águas Claras se tornar um pólo gastronômico. “Tínhamos várias intenções à época. Uma delas era de montar uma confeitaria e pensamos em uma loja de bijuteria também. Minha filha era uma criança e pretendíamos erguer esse negócio pensando no futuro dela. Hoje, ela está com 25 anos e só pensamos em correr atrás do prejuízo”, disse Evandro. (*) A identidade dos associados foi preservada.
Rollemberg (centro) inaugura o primeiro posto de vacinação em Águas Claras
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Distritais
Por Chico Sant’Anna
O Distritão em Brasília
A
adoção do voto pelo modelo Distritão deve trazer grandes mudanças no cenário político do Distrito Federal. Personalidades detentoras de grande visibilidade pública, líderes religiosos, artistas e dirigentes de grandes corporações devem ser privilegiados, favorecendo as demandas corporativas, em detrimento de candidatos e partidos que têm por característica as ideias e bandeiras humanistas. Ficam prejudicados candidatos cujas características sejam defesa de bandeiras especificas, como meio ambiente, direitos humanos, saúde e educação pública. O modelo também é prejudicial à ampliação das bancadas femininas e a de representantes de segmentos étnicos, como negros e indígenas. Perdem, ainda, aqueles que são fortes em apenas uma parte geográfica, uma cidade. Um nome forte em Planaltina, por exemplo, teria que ser igualmente forte em todas as demais regiões administrativas. Desta forma, a mudança da paisagem política a ser propiciada pelo sistema eleitoral deve trazer um perfil ideológico mais conservador, fortemente confessional, desfavorecendo, por exemplo, o debate sobre os direitos LGBTs e privilegiando propostas como a escola sem partido, ensino religioso em escola pública, ou mesmo expansionismo urbano, em detrimento da preservação ambiental.
Se, na eleição de 2014, já estivesse em vigor a fórmula de eleição no modelo distritão, em estudo no Congresso Nacional, teria alterado em 25% a composição da bancada candanga na Câmara Federal. Estariam sem mandato os federais Augusto Carvalho (SD/foto) e Laerte Bessa (PR). Teriam cedido suas cadeiras, respectivamente, para Alírio Neto (PTB) e Bispo Vitor Paulo (PRB).
Nas eleições para a Câmara Legislativa, o efeito Distritão teria, mais ou menos, o mesmo impacto. Cinco dos 24 atuais distritais (21%) estariam de fora. Não teriam sido eleitos em 2014: Luzia de Paula (PSB), Raimundo Ribeiro (PPS), Wellington Luiz (PR), Telma Rufino (Pros) e Lira (PHS). No lugar
deles teriam sido diplomados Guarda Jânio (PRTB), Pastor Egmar (PSC), Washington Mesquita (PTB), Delegado Fernando Fernandes (PRTB) e Cláudio Abrantes (Sem Partido/foto). Este, hoje distrital, só ganhou a cadeira em definitivo com a nomeação de Dr. Michel para o Tribunal de Contas do DF.
Cada um por si O eleitor pode achar lógico o modelo distritão, pelo qual a eleição ganha característica de majoritária, como é a de senadores e governadores. É como uma corrida. São vencedores os que chegam primeiro. Mas, ao contrário da Fórmula 1, em que os carros de uma mesma escuderia somam pontos para a montadora, no Distritão é o cada um por si e Deus por todos. O grande defeito é que ele beneficia candidatos com maior poder econômico e mais visibilidade pública. Num momento em que a sociedade quer mudanças no cenário político, essas regras favorecem os atuais parlamentares a permanecerem nos cargos. Outro impacto é na propaganda eleitoral, que mais do que nunca, será personificada. Vote em fulano ou em cicrano. O pedido de
votos no partido ou na legenda deixará de existir. Além de incentivar um descompromisso do candidato com os ideais de seu partido, a campanha ficará mais dispendiosa. Por isso o pleito de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões. Se o voto fosse na legenda (na lista partidária), como ocorre em países europeus, seria muito mais barato para o contribuinte. A campanha coletiva para o conjunto dos candidatos de cada partido é centrada nas ideias e propostas desse partido que todos os candidatos se comprometem a defender, se eleitos. É como um supermercado: se tiver que fazer propaganda especifica para cada um dos produtos que vende, não haverá dinheiro que resista. Aplica-se o mesmo raciocínio para o fundo eleitoral.
Suplentes
Augusto Carvalho é um exemplo de parlamentar que deve ser fortemente afetado pela nova fórmula eleitoral. Em 2014, elegeu-se graças à soma de votos obtidos pela coligação PSB/SD/PDT/PSD. Em 2010, foi beneficiado com a dobradinha com o PT e PCdoB. Era o suplente de Geraldo Magela (PT). A avaliação sobre o impacto do Distritão nas eleições locais é do analista político Marc Arnoldi, do Blog Politica DF em Números. Segundo ele, sem a ajuda dos votos obtidos pelas legendas e dos companheiros de coligações, muitos parlamentares serão afetados.
Outra dúvida ainda não esclarecida refere-se à definição dos suplentes. No caso do DF, que tem oito vagas na Câmara Federal, o suplente seria o nono mais votado, independentemente do partido a que pertença, ou seria o candidato com a melhor votação do mesmo partido do eleito que está se afastando? A lei é omissa quanto a isto. A Reforma Eleitoral que se constrói hoje no Congresso é resultado de um grupo majoritário de parlamentares que de longe perderam a vergonha na cara. Cientes
de que dificilmente voltariam em 2018, buscam criar mecanismos para inviabilizar a vontade popular de moralização. Essa estratégia é perigosa e pode insuflar novas manifestações pelo Brasil. Na Ditadura Militar, com o Pacote de Abril, o general Ernesto Geisel (foto) mudou as regras eleitorais e criou o senador biônico, que era escolhido pelos quartéis e homologado num colégio eleitoral. Mesmo com essas manobras, a ditadura não resistiu muito tempo.
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Fim das coligações tem impacto maior As mudanças nas regras eleitorais estão sendo analisadas em várias frentes no Congresso Nacional. Além da potencial criação do Distritão, há outra Proposta de Emenda à Constituição, a PEC 282/16. Ela veda as coligações nas eleições proporcionais, disciplina a autonomia dos partidos políticos e estabelece normas sobre fidelidade partidária e acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário. As coligações são recursos que os partidos usam para, juntos, alcançar o mínimo de votos necessários para eleger um parlamentar. É o quociente eleitoral. Atualmente, partidos que não alcançam esta linha de corte, mesmo que possuam campeões de votos, não elegem ninguém. O fim das coligações favorece partidos ideológicos, como o Psol, por exemplo, que evitam coligar-se com agremiações com pensamento diferente. Outros não ligam para isso. Em 2014, por exemplo, o PT de Érika Kokai coligou com o PROS de Ronaldo Fonseca. A soma dos votos dos dois permitiu que ambos fossem eleitos. Entretanto, as concepções de um são opostas das do outro. Érika defende a descrimina-
lização da maconha, direitos LGBT e que a mulher tenha o direito de decidir em casos de aborto. Fonseca pensa exatamente o contrário. Mas se elegeram na mesma canoa. DISTRITAIS – Se a proibição das coligações estivesse em vigor nas eleições de 2014, só seis partidos teriam alcançado o Quociente Eleitoral de 63.549 votos. A sopa de letrinhas que é hoje a CLDF se limitaria ao PT, com seis distritais; PMDB, cinco; PDT e PPL, cada um com três. Da Papuda, Luiz Estevão comandaria uma bancada do PRTB com quatro distritais; e o governador Rodrigo Rollemberg, que não conseguiu eleger nenhum distrital, teria três para lhe apoiar. O estudo foi feito pelo analista Marc Arnoldi. Ele ressalta que o campeão de votos em 2014 - Júlio Cesar – PRB, nem teria sido eleito. Em seu lugar estaria o Guarda Jânio, da tropa de Estevão. Parlamentares que têm dado dor de cabeça à CLDF, como Sandra Faraj, Raimundo Ribeiro e Cristiano Araújo também não teriam sido diplomados deputados. Confira na tabela quem teria sido eleito e quem ficaria de fora, se a proibição de coligações já estivesse em vigor.
Obra póstuma homenageia Elicio Pontes Numa festa para cerca de 100 convidados, foi lançada quinta-feira (17), no Café Martinica (303 Norte) a obra póstuma “Porque ler Elicio Pontes: Antologia Poética”. A antologia foi organizada pela escritora Olívia Maria Maia em parceria com a Avesgráficas Editora, de seu irmão Tancredo Maia. A obra traz poesias dos quatro livros de Elício e vários textos inéditos. O destaque do evento foi a presença do jornalista Mario Pontes, de 85 anos, que veio do Rio de Janeiro exclusivamente para o evento. Irmão mais velho do autor, Mario (na foto com seu irmão Orlando Pontes, editor do Brasília Capital) elogiou a iniciativa. Lembrou que Elicio frequentou a vida cultural de Brasília e publicou Corpos Terrestre, Corpos Celestes (2001), Os Olhos do Tempo (2009), Metade de Mim é Verso (2011) e Eterno Finito (2014). Elicio Pontes nasceu em Nova Russas, no Ceará. Dos 5 aos 13 anos viveu em Crateús. Mudou-se para Fortaleza em busca de estudo e melhores condições de vida. Quando veio para Brasília, em 1971. Faleceu na capital da República no dia 24 de abril de 2016. Foi um professor-poeta. Gostava que o vissem assim. Mas, nem só de sala de aula e de poesia fez sua história. Participou ativamente pela redemocratização da universidade e do País. Foi um dos fundadores da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB).
Assim é a Velha Política O jornalista Hélio Doyle lançou, terça-feira (15), o livro “Assim é a Velha Política”, no Carpe Diem (104 Sul). A obra traz análises temporais do autor publicadas quando assinava uma coluna de política no Jornal de Brasília. Doyle fará outros lançamentos na Livraria do Chiquinho, na UnB – onde se formou – e na Banca da Conceição (308 Sul). As vendas estão disponíveis na WHD/Meiaum (Deck Norte, 360) e pelo site (heliodoyle.com.br/ assimeavelhapolitica), com frete gratuito para o DF.
“Maria dos Prazer” chegou
Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https:// chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com
O ator Carlos Anchieta retorna a Brasília com sua personagem “Maria dos Prazer”. Vem com a comédia Vidente Saliente, nestes sábado e domingo (18 e 19), e no próximo final de semana (26 e 27), no Teatro 504 Sul. Como vidente, “Maria dos Prazer” promete desvendar todos os incríveis mistérios da vida através das cartas, dos astros, búzios, signos e leitura de mão. E ainda dar orientações para a vida sexual de seus clientes. As apresentações acontecerão sempre às 20h, com ingressos a R$ 15 a meia. Informações e reservas pelo telefone e WhathsApp (61) 98133-2764. Classificação, 14 anos. “Maria dos Prazer” está “toda cheia de graça para atender as demandas daqueles que querem saber tudo sobre o futuro. Ela não para e está cheia de previsões”, conta Anchieta, que representa também a Irmã Felicidade, da Igreja Te Agarra com Deus. A religiosa tem a missão de alertar os fiéis sobre o fim do mundo.
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Por Odir Ribeiro
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Mais do mesmo Quem pensa em renovação nas eleições de 2018, pode esquecer. Pela movimentação no tabuleiro político, teremos o mais do mesmo, tanto na esquerda como nas hostes da direita. Nas últimas semanas, nomes como Joe Valle (PDT), presidente da Câmara Legislativa; Cristovam Buarque, senador pelo PPS; Reginaldo Veras, deputado distrital do PDT; e Chico Leite, da Rede, tentam montar uma composição de esquerda. Tudo isso longe do governador Rodrigo Rollemberg, de quem são aliados. Aliás, a cada dia que passa Rollemberg perde mais aliados. Do outro lado articulam-se Tadeu Filippelli (PMDB), Alírio Neto (PTB), Izalci Lucas (PSDB), Alberto Fraga (DEM) entre outros. Essa frente tenta uma união para se opor a Rollemberg e até mesmo à
UM PASSARINHO ME CONTOU ....que o tal “Distritão” não passará na Câmara. Os deputados federais já enxergaram que estão enforcando a si próprios... ...que, no DF, os políticos estavam torcendo para a reforma política não passar. Muita gente fez até macumba. Fato real...
...que se o Distritão passasse, o fim dos partidos nanicos seria iminente. Muita gente fez figa nessa hora. Parece que deu certo ...que os aliados do governador Rodrigo Rollemberg estão usando o partido como barriga de aluguel. ....que os aliados estão com Editor do blog Rádio Corredor, que acompanha os bastidores da Câmara Legislativa e do Palácio do Buriti
esquerda. No acordo traçado por eles, sairá aquele que estiver melhor nas pesquisas e com a menor rejeição. Jofran Frejat (PR/foto) flutua nos dois polos. Ele foi candidato a governador em 2014 e está de uma vez por todas na disputa de 2018. O grupo de Joe sonha com Frejat como aliado. Já a outra corrente tenta seguir a vida sem depender de Frejat. Pelo dito aqui, na disputa majoritária as figurinhas serão quase as mesmas e a renovação política não passa de utopia. São esses nomes citados e ponto. Muitos querem imitar o prefeito de São Paulo, João Dória, mas no DF passa longe, embora Dória se mostre um engodo. Este assunto fica para as próximas linhas...
cargos no governo, mas em 2018 já estão pensando em respirar novos ares. Deus está vendo... ...que o PDT-DF é um desses: articula para Joe Vale (foto) ser candidato majoritário bem longe de Rollemberg. O passarinho viu... ...que um certo candidato ao Buriti sonha em ter o jornalista Hélio Doyle coordenando a sua campanha. Só falta falar com o jornalista.... ...que uma pesquisa irá abalar o meio político de vez. Agora a coisa esquenta...
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Chico Xavier, a simplicidade na complexidade O pesquisador Claudinei Lopes, no livro “Em Busca de Chico Xavier”, narra a viagem que fez pelos lugares onde ele viveu ao longo de sua vida, e as entrevistas realizadas com pessoas que conviveram muito próximas ao grande médium brasileiro. O autor mostra o quanto Chico era bem-humorado, engraçado, doce, infinitamente paciente e gentil e abraçava todos com o imenso amor do seu coração. Claudinei chegou à conclusão de que Chico, como médium, era
surpreendente com seus fenômenos até agora não totalmente explicados pela ciência. Porém, o mais importante foi descobrir o ser humano: “Ele nos mostra que não precisamos de dons divinos para tornar o mundo um lugar melhor. A maioria de nós não pode enxergar o além, mas todos nós, sem exceção, podemos praticar a caridade, a humildade, a ajuda mútua e tantas outras lições deixadas por ele, ensinamentos que não dependem de poderes especiais, mas
Adoçante aumenta o risco de doenças Atenção: não é de hoje que venho falando sobre os malefícios para a saúde da utilização indiscriminada de adoçantes artificiais. Em maio deste ano, o periódico Stroke, de elevado fator de impacto, publicou importante artigo sobre o aumento do risco de demência e AVC associado ao uso de bebidas adoçadas artificialmente.
O estudo foi realizado com mais de 2.800 pessoas com mais de 45 anos de idade que tiveram AVC e mais de 1.400 indivíduos com quadro de demência. O resultado desse trabalho, que foi um acompanhamento de 10 anos, mostrou que bebidas adoçadas artificialmente, como os refrigerantes zero e diet, aumentaram em quase três vezes o risco de AVC e demência.
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br
Nem todos podemos ser médiuns, mas todos podemos ser pessoas de bem. Chico fazia exatamente aquilo que pregava, característica escassa na esmagadora maioria dos líderes apenas de nossa vontade íntima”. Nem todos podemos ser médiuns, mas todos podemos ser pessoas de bem. Chico fazia exatamente aquilo que pregava, característica escassa na esmagadora maioria dos líderes, não só religiosos, mas pertencentes às mais variadas classes sociais. Somente o
Vamos cuidar das nossas crianças. Para isso, não adocem as bebidas das crianças, ensinem-as a apreciar o sabor natural dos alimentos. Portanto, para os que acham que retirar o açúcar da vida e trocar por adoçante é algo muito vantajoso, cuidado! O ideal seria aprender a beber sucos, chás e café sem a necessidade de adoçar.
fato de ter doado todos os direitos autorais dos seus livros para as instituições de caridade faz dele um individuo raro e notável. Chico faz falta. Que Deus nos envie outros Chicos, outras Madres Terezas de Calcutá, outros Dalai Lamas, outros Gandhis. Eles sempre serão bem-vindos e necessários num mundo predominantemente egoísta e materialista como o nosso. Que os exemplos de caridade, bondade, respeito, tolerância, humildade, entre outros semeados por Chico Xavier, permaneçam vivos, para sempre, nos corações dos que aqui continuam, e que sejam ensinados e seguidos por aqueles que aqui chegarem.
José Matos Professor e palestrante
Na minha humilde opinião: nem açúcar e nem adoçante! Em outro trabalho recente mostrando que a obesidade tem aumentado no mundo, e que nossas ações de emagrecimento estão fadadas ao fracasso nesses casos, digo mais uma coisa: vamos cuidar das nossas crianças. Para isso, não adocem as bebidas das crianças, ensinem-as a apreciar o sabor natural dos alimentos. Assim, no futuro teremos menores índices de obesidade e de doenças associadas a ela.
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
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A tecnologia a serviço da língua portuguesa Uma das características que sempre marcou minha prática profissional é a paciência para atender as dúvidas dos meus alunos. Sempre tratei cada pergunta – independentemente do nível de dificuldade – com a necessária importância, pois sei que os problemas com a língua portuguesa são históricos e particulares. Em muitas vezes, não consigo responder a todos (pela falta de tempo mesmo). Por isso, sempre estimulo a prática da pesquisa, para que cada indivíduo consiga, sozinho, encontrar algumas respostas para alguns questionamentos. Essa tarefa é, hoje em dia, ainda mais fácil, uma vez que o
acesso à internet se popularizou, e boa parte das pessoas atualmente possui um smartphone. Veja algumas perguntas que recebi recentemente: 1) O correto é “subtenente” ou “sub-tenente”? 2) O vocábulo “superinteressante” deve ser escrito assim mesmo? Para responder a esse tipo de questionamento, tenho, em meu celular, um aplicativo chamado VOLP (Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa). Ele foi desenvolvido pela Academia Brasileira de Letras (ABL) e está disponível para qualquer celular. Basta instalar gratuitamente e digitar a palavra desejada!
Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo!... Ainda bem cedo, levantei da cama para atender o chamado telefônico. De repente, comecei a ouvir a voz afinada de meu filho Cláudio, interpretando a letra da canção de Roberto Carlos, a propósito da data do domingo, 13 de agosto, que exalta no calendário o Dia do Pai: “Esses seus cabelos brancos, bonitos / Esse olhar cansado, profundo / Me dizendo coisas num grito / Me ensinando tanto do mundo / E esses passos lentos de agora/ Caminhando sempre comigo / Já correram tanto na vida / Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo! Sua vida cheia de histórias/ E essas rugas marcadas pelo tempo/ Lembranças de antigas vitórias/ Ou lágrimas
choradas ao vento/ Sua voz macia me acalma / E me diz muito mais do que eu digo/ Me falando fundo na alma / Meu querido, Meu Velho, Meu Amigo! Seu passado vive presente / Nas experiências contidas / Nesse coração consciente / Da beleza das coisas da vida/ Seu sorriso franco / Seu conselho certo me ensina / Beijo suas mãos e lhe digo/ Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo! Eu já lhe falei de tudo/ Mas tudo isso é pouco/ Diante do que sinto/ Olhando seus cabelos tão bonitos / Beijo suas mãos e digo / Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo!” As doces palavras eram a mim dirigidas, na letra da canção ao vivo que
Se você não quer instalar mais nada no seu gadget, tenho outra solução: vá ao site www.academia.org.br (que é o endereço virtual da ABL) e clique em “VOLP”. Você poderá fazer a mesma pesquisa! Dessa forma, é possível descobrir que o correto é “subtenente”, e que “superinteressante” é grafado assim mesmo, sem hífen. Outro tipo de dúvida que recorrentemente respondo é sobre o significado das palavras. Você sabia que, atualmente, consultar um dicionário é mais fácil do que muitos imaginam? Recomendo dois aplicativos: “Dicio” e “Dicionário da Língua Portuguesa” (da Porto Editora). Ambos são gratuitos e podem ser baixados na App Store ou Google Play. Para quem quer manter o celular sem tantos aplicativos, apresento três opções: • www.aulete.com.br • www.dicio.com.br • www.priberam.pt Agora, acredito que você está bem
“Te admiro, sogrinho, porque vejo em seus filhos os exemplos de honestidade e caráter que tiveram deste grande Pai e Mestre. Parabéns!” estava recebendo, através dos versos recheados de beleza. E como se só isso não bastasse, o Claudinho (como o chamo na intimidade, apesar de ter 1m82 e mais de 40 anos de idade cronológica), acrescentou outros encô-
municiado de boas ferramentas para sanar suas dúvidas (sem a necessidade de gastar 1 real). Precisamos aproveitar melhor as tecnologias que nos rodeiam, e não deixar que elas se aproveitem de nós. É minha obrigação, enquanto especialista, informar quais fontes são confiáveis. É paradoxal: quando temos a oportunidade de ter muitas informações ao nosso redor, nossas dúvidas parecem ainda mais sem solução. Antigamente, era necessário se deslocar a uma biblioteca para consultar um volumoso dicionário ou uma saudosa Barsa (ou desembolsar uma grana para tê-los em casa). Vamos aproveitar positivamente as facilidades da era digital!
Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)
mios que acariciaram o meu coração. Realmente, que dia maravilhoso foi aquele domingo. Além da homenagem de meu filho, somada a tantos episódios inesquecíveis, a exemplo do “bom dia” de minha mulher, Lêda Maria, afirmando que sou um pai excelente; a saudação telefônica carinhosa de minha filha Paula; a mensagem de minha netinha Bárbara, lembrando que meu título de avô vale como se fossem “dois pais”; o Almoço de Amor oferecido por minha bem-amada filha Fernanda; os e-mails dos outros quatro filhos distantes; e o cartão manuscrito de minha norinha Alessandra. Entre outras frases de acalanto, eis o seu fecho de ouro: “Te admiro, sogrinho, porque vejo em seus filhos os exemplos de honestidade e caráter que tiveram deste grande Pai e Mestre. Parabéns!” Afinal, caros leitores, é pra derramar lágrimas de felicidade ou não é?
Fernando Pinto Jornalista e escritor
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Risadas de forma democrática
A
Cia. de Comédia Quase Normal tem como objetivo levar suas apresentações cômicas a regiões onde não há este tipo de apresentação, especialmente cidades-satélites e o Entorno do DF. O estilo principal do grupo é a comédia stand up, onde o artista apresenta-se em pé, de cara limpa, para fazer seu público rir. E aí cabem abordagens sobre todos os tipos de assunto. A turma é composta por seis integrantes e fazem espetáculo juntos ou separados, quando recebem convidados para retratar de forma bem-humorada suas visões sobre a vida, sobre o mundo. Atualmente, eles têm um show semanal, todas as quintas-feiras, no Recanto das Emas. Começaram essas apresentações em março deste ano, um mês depois de formarem a companhia. A exibição da Cia. de Comédia Quase Normal transformou-se num dos principais eventos no Recanto das Emas, no Sagaz Lounge Bar. Daí a origem do nome: Sagaz Comedy Show. Esta é uma das ocasiões em que a companhia convida comediantes tanto do DF quanto de outros estados do País para fazer parte do espetáculo.
blico pa diante do pú lim ra ca de e sucesso em pé e Yan Pádua: to en m ci as N or rson Lima, Ig Lima, Wende n to el W k, ec Alexander B Valter Nunes,
Web - “Em bares, revezamo-nos. É quase normal”, brinca o comediante Valter Nunes. Ele explica que somente em teatro, entram os seis integrantes da companhia necessariamente. De acordo com Valter, a aceitação do público é muito boa, “tanto que o pessoal sempre pede vídeo na internet”. O resultado desses pedidos virou no-
Objetivo do grupo é levar a comédia stand up também a cidadessatélites onde não há este tipo de apresentação
vo projeto para os Quase Normal. No próximo mês, eles começam a gravação de uma websérie em que mostrarão aos fãs os bastidores dos espetáculos e falarão sobre o mundo da comédia. Outro projeto da turma está sendo realizado: uma apresentação totalmente gratuita “e de alto nível, 1 Show Quase Normal”, estreado no Espaço Céu das Artes em julho passado. “1 Show Quase Normal” é apresentado uma vez por mês. A companhia atualmente está em busca de apoiadores para que esse espetáculo seja realizado em outras regiões administrativas, aproveitando vários teatros e espaços culturais inutilizados. Os colegas de Valter Nunes são Alexander Beck, Welton Lima, Wenderson Lima, Igor Nascimento e Yan Pádua.
MI C R O C O NT O Luis Gabriel Souza
Engano Eu a olhava de longe. Não podia demonstrar muito sentimento. Aliás, ninguém podia saber da minha afeição. Adolescentes não sabem muito bem o que é o amor. Podem ter noção, mas a dimensão do que sentem só sabem depois de mais velhos. Eu precisei casar, ter filhos e esperar 20 anos para ter a certeza de que o amor que eu tenho era dela, minha colega de classe do ensino médio. Se a vida nos desse a certeza do que gostamos de verdade antes dela chegar ao fim, acho que eu teria amado mais, sorrido mais, vivido mais, enganado menos!. (Baseado em leitor de Ceilândia/DF)
em o e polu is a im a os an r que atam m fala m e , S a . z a e u aioria natur de ág em a ue a m entes o c q r s t a é s n e e s b s d u em bém a nte sa êndio casa o ca ge o tam u e os inc c o d is s r p l o a e n t u em ar in os a e. O q alastr ando no qu Todos m se cado , coloc e saúd e e d lo t d o s n o c a p ie o m ão. amb íveis e no fog pulaç proble e is o s v u p meio e io q r r a e p é a p d im sa s m um os a to s são a cau a dan eça co s hama fumaç c u m a s o c c a 193. s s, ee iciada , ligue cêndio é crim o in in o d s s lh a o ó r u d t p o cer o e en zios. A ndio n em lix os va ê n o c e g r n r o i f e t ar r um Coloc avista ente. o m a il : c a a f ez
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