Jornal Brasília Capital 346

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A riqueza inconcebível das mangueiras

Página 11

Distrito Federal começa o ano com novas grilagens

Descontentamento perigoso

Gim-tônica – o que saber sobre essa bebida… Páginas 14 e 15

Ano VII - 346

Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Taguatinga apresentará propostas a candidatos ao GDF

Adjetivo ou advérbio?

Chico Sant’Anna – Página 13

JÚLIO PONTES

Lixão

O fim de um grande erro “Ações de grande porte”, como o fechamento do Lixão da Estrutural neste sábado (20), requerem atenção especial. Esta é a justificativa do governo de Brasília para instalação de um gabinete de crise envolvendo integrantes de várias secretarias e as polícias Civil e Militar. Embora o Buriti negue que haja algum tipo de movimentação contrária, existem pessoas ligadas a entidades de catadores de lixo prometendo protestos por não terem sido contempladas pelas cooperativas que passarão a atuar no Aterro Sanitário de Samambaia. Páginas 8 e 9 - Editorial página 2

ANTÔNIO SABINO

ENTREVISTAS JÚLIO PONTES

JÚLIO PONTES

Jamal Bittar, em chapa única, será reeleito presidente da Fibra

Alexandre Guerra, do Novo, quer administrar o DF como empresa privada

Página 4

Páginas 6 e 7

Demissão de administrador divide duas associações de Águas Claras Valdeci Machado pede demissão após ser indiciado por falsidade ideológica Página 12


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

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E D I T O R I A L

x p e d i e n t e

Falha de todos os governos Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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Não cabe aqui responsabilizar este ou aquele governante por um erro incontornável que acompanha Brasília desde a sua inauguração: o Lixão da Estrutural. Ele deixa de existir neste sábado (20). Além de falha de proporções alarmantes, foi uma mancha inquestionável na história da capital do Brasil. Tratava-se do segundo maior depósito de lixo a céu aberto do mundo – e o maior da América Latina – numa capital tombada como patrimônio cultural da humanidade, que se vangloria de sua arquitetura e qualidade de vida oferecida a seus habitantes. Mas sempre há “ruídos” numa operação desta magnitude. Embora o Governo de Brasília não admita que pode haver problemas com a desativação total do lixão, um gabinete de crise, envolvendo vários órgãos,

um megadepósito de entulhos como este, que acabou fazendo vicejar em torno de si uma cidade de mais de 40 mil pessoas. Torcemos para que a administração do governador Rollemberg consiga concluir todo o processo da melhor maneira possível. E que o Aterro Sanitário de Samambaia resolva esta situação pelo tempo previsto, junto com as demandas dos que sobrevivem catando, separando ou reciclando o lixo. Também sempre é bom lembrar que a extinção do Lixão da Estrutural atende à legislação federal, que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevendo o fim dos lixões e aterros irregulares em todo o Brasil. Que prevaleça, portanto, o bom senso e o que for melhor para os cerca de 3 milhões de habitantes do Distrito Federal.

A R T I G O

A gota d’água (um desabafo) Cláudio Sampaio (*) Qual a lógica dos poderosos do Brasil? “Não posso e não quero ganhar pouco. Quero mais e conseguirei mais por meio da exploração ou da corrupção”. Pensam que ninguém pode ser feliz sem o aval deles. Esquecem-se do “ganha-ganha”, em que todos ganham sem exagero, mas têm relações bilaterais sadias e oportunidades

C

nIprev Vai deixar um rombo que prejudicará a aposentadoria dos servidores do GDF. Afrânia Alves, via Facebook Liberar esse dinheiro todo em ano de eleição, a meu ver, deveria ser proibido! Agora iremos descobrir se brasileiro tem memória curta mesmo ou não. Marcelo Marques, via Facebook Esse investimento entrou

foi criado no Palácio do Buriti (leia nas páginas 10 e 11). A finalidade dos representantes das Polícias Civil e Militar, por exemplo, é estar de prontidão para evitar maiores problemas com possíveis atos de protesto de catadores de lixo insatisfeitos com a medida. Oficialmente, o GDF alega ao Brasília Capital que o gabinete se faz necessário por se tratar de “situações em que estão sendo concluídas ações de grande porte”. Mas um dos representantes de entidade que reúne os catadores promete protestos com acampamento em frente ao Palácio do Buriti. Realmente, mudança deste porte nunca tem unanimidade. Aliás, até em questões bem menores sempre há divergências. Mas, afora esta realidade, não há como não aplaudir e apoiar o fim de

nos bolsos dos distritais e seus agregados! É uma piada. Leila, via Facebook Sobre aprovação da proposta do GDF para aplicação dos recursos do Iprev (R$ 1,3 bilhão) no orçamento de 2018. nPrivatização do BRB Passou da hora! Quem sabe o atendimento seja priorizado nesse Banco. Claudileide Fernandes

justas, sem pisar na cabeça dos outros. Esta é uma visão humanista, não divorciada da livre iniciativa e do mérito de cada um, pois todos devem se esforçar para ser corretos como cidadãos e eficientes como profissionais. O futuro depende de as pessoas de bem amplificarem suas vozes e de exercerem seus direitos em busca de um futuro melhor, sem mais esperar favores, entendimento ou benesses

de oligarquias políticas e empresariais desbotadas, imersas em mesquinhez e limitação perceptiva. O caos moral e institucional se evidencia de modo impune e ululante em todos os setores da vida nacional. Ou nós mudamos (e isso não mais pode tardar) ou o Brasil não mudará. Está em nossas mãos! Os bons não mais podem se omitir! (*) Advogado

a r t a s

Santos, via Facebook De novo querem acabar com o BRB?! Sou contra! João Moura, via Facebook Sobre coluna de Chico Sant’Anna que denunciou a transferência de ações do BRB para o Iprev. nOrla do Lago Duas coisas boas que esse cara fez: não deu aumento na crise para grevistas co-

munistas e enfrentou os poderosos invasores do Lago . Waubeger Ribeiro, via Facebook Não vi nada de desocupação aqui no setor de mansões do Lago Norte. Vai deixar a ocupação para os ricos? Alan Vinicius, via Facebook Sobre a Orla do Lago desobstruída, entregue pelo governador na sexta-feira (12).

nNegação da política Vote 0000 e confirme. Terão que criar novos partidos, e os atuais candidatos não poderão participar da nova eleição. Participe dessa ideia. Chega de ladrões no poder público. Leonel Divino, via Facebook Sobre artigo de Adriano Mariano, que confirma a tendência de negação da política tradicional.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

Que elle fique só O senador Fernando Collor (PTC-AL) anunciou sexta-feira (19) que tem a intenção de ser candidato à Presidência da República novamente. Collor venceu a primeira eleição direta

DIVULGAÇÃO

Pauta

depois da redemocratização do País, em 1989, derrotando vários candidatos, como Lula (PT), Leonel Brizola (PDT) e Ulysses Guimarães (PMDB). Collor venceu o petista no segundo turno e foi presidente entre 1990 e 1992, quando sofreu processo de impeachment, suspeito de corrupção.

DIVULGAÇÃO

A Cruz Vermelha brasileira fará um convênio com o Facebook e com o Google para receber, em tempo real, informações e imagens sobre qualquer tipo de catástrofe ocorrida no País.

Após a sessão extraordinária de segunda-feira (15), a Câmara Legislativa volta a funcionar dia 1° fevereiro. Na pauta do presidente Joe Valle (PDT) está o projeto de lei que trata do plano de carreira dos servidores do SLU.

COOPERAÇÃO – A informação é do presidente nacional da entidade, Júlio Cals de Alencar, que esteve em Brasília para formalizar acordos de cooperação com o Ministério da Integração Nacional visando a melhoria do atendimento à população em situações de crise.

CORRUPÇÃO – Outra ação será a implementação do programa compliance – para combater a corrupção em órgãos públicos –, aprovado no final do ano passado. A iniciativa é do deputado Chico Leite (Rede/foto). MOBILIDADE – Conduzindo os trabalhos legislativos pela política de austeridade, Joe Valle adiantou que instalará uma comissão temporária para discutir mobilidade urbana e preços das passagens do transporte público. LUOS E ZEE – A Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o novo Código de Obras serão assuntos acompanhados de perto pela Câmara. Mas a Casa depende de o Executivo encaminhar os projetos para deliberar sobre os temas.

Wellington Luiz X Cármen Lúcia Para o vice-presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz (PMDB), a presidente do STF, Cármen Lúcia, está dando demasiada atenção a bandidos condenados que cumprem pena. “Que dia Vossa Excelência vai também visitar um batalhão da PM do Rio de Janeiro, onde no ano passado mais de 100 PMs morreram no trabalho ou ‘só’ por que eram PMs?”, indaga. E frisa: “os marginais estão nas penitenciárias por opção”. PESSOAS DE BEM – Wellington vai adiante: “a senhora deveria se preocupar com as mulheres e homens de bem”. O distrital faz uma lista de prioridades para a ministra, como visitar pacientes sem atendimento nos hospitais públicos, escolas públicas e universidades federais “onde os alunos estão morrendo intelectualmente”. Ele assina como “um brasileiro indignado”.

Cruz Vermelha

O futuro de Lula O recurso do ex-presidente Lula (foto), condenado em primeira instância pelo Juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR), a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá, será julgado quarta-feira (24) pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. O processo envolve a construtora OAS. PRISÃO – O Ministério Público Federal comunicou quinta-feira (18), que mesmo que se confirme a condenação, a prisão preventiva do ex-presidente não será pedida. O procurador regional da República Mauricio Gotardo Gerum informou que qualquer medida relativa ao cumprimento da pena seguirá o andamento da execução penal. REGISTRO – O resultado do julgamento, no entanto, será determinante para o lançamento de candidaturas às eleições de outubro, uma vez que Lula aparece em primeiro nas pesquisas de opinião para presidente. As condições de inelegibilidade serão apreciadas pelo TSE somente após o registro das candidaturas. CARAVANAS – São esperados 300 ônibus do interior do Rio Grande do Sul e mais 150 de outros estados levando caravanas para apoiar o petista. Os primeiros grupos começam a chegar à capital gaúcha neste domingo (21), segundo a Central Única de Trabalhadores (CUT).

A menina dos olhos Postulantes a cargos eletivos mostram serviço em Ceilândia, região administrativa do DF com maior número de eleitores. O deputado distrital Reginaldo Veras (PDT/foto) rebateu o relatório americano de segurança que colocou a cidade no mapa das mais perigosas do mundo. Em letras garrafais, publicou em seu Instagram: “Danem-se os americanos”. RENATO SANTANA - Como os comentários estavam positivos, o vice-governador, morador de Ceilândia, aproveitou e surfou na onda: “Muito bem, amigo ceilandense. Parabéns! É exatamente assim”. E publicou fotos de visitas que fez ao comércio da Quadra 5 do Setor O. ROLLEMBERG - O governador foi à Ceilândia na terça-feira (16) para assinar contrato com as cooperativas de coleta de lixo com Maria de Lourdes Abadia (PSDB) a tiracolo. A atual secretária foi a primeira administradora regional da cidade.


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Fibra reelegerá Jamal Bittar “O grupo está bastante harmonizado”, afirma o atual presidente da Federação das Indústrias do DF. Sindicato alerta para possível perpetuação de poder JÚLIO PONTES

Júlio Pontes Jamal Jorge Bittar será novamente presidente da Federação das Indústrias de Brasília (Fibra). Isso acontecerá porque a chapa dele será a única a concorrer ao pleito, que ocorrerá em março. Segundo o próprio Jamal, ele é unanimidade no processo “Meu nome é um consenso. Parece que o grupo está bastante harmonizado”, afirma. Jamal trabalha para aparar arestas e evitar insatisfação entre os dez sindicatos filiados que elegem a diretoria da Fibra. “A gente trabalha internamente com os presidentes para que cada um tenha o espaço adequado no conjunto da federação”. Entretanto, um dos presidentes de entidades sindicais filiados à Fibra, que pediu para não se identificar, alerta: “Ele blindou o estatuto para que só ele seja reeleito, para se perpetuar no poder”. E finalizou: “Pena é os sindicatos baterem palmas pra isso”. Jamal Jorge Bittar foi eleito em 2014 para o primeiro mandato de quatro anos que se encerra agora. Em 2017, conseguiu alterar o estatuto, permitindo que o presidente possa concorrer a duas eleições consecutivas. Na terça-feira (16), ele foi ouvido pelo Brasília Capital: Então o senhor é novamente candidato à presidência da Fibra? – Tem encaminhado para isso. Tivemos encontros com os presidentes dos sindicatos. Conversamos em dezembro. Parece

laborais. Os sindicatos ficarão bastante prejudicados. É uma questão de sobrevivência. É uma questão grave. Eu levantei isso no conselho da Confederação Nacional de Indústria (CNI). Adverti sobre o tema em meados de 2017, mas poucos presidentes tiveram a iniciativa que eu tive e a posição empresarial era pela extinção. Só que esqueceram que isso atinge também os sindicatos da indústria, do setor produtivo, seja comércio ou prestação de serviços. E é uma maneira de arrecadação segura. Infelizmente nós vamos ter esse problema. Os sindicatos terão muita dificuldade de gestão. Fala-se em reinventar, mas é complicado reinventar. Eles já prestam um serviço para a sociedade e precisam de recursos para sobreviver. Jamal Bittar: “Estamos trabalhando o processo forma e composição de chapa. Deve ser chapa única”

que nosso nome encontrou consenso. Agora estamos trabalhando o processo formal e composição de chapa. Deve ser chapa única. É o que está em andamento. Parece que o grupo está bem harmonizado, graças a Deus. Vamos abrir o processo eleitoral. Quando serão as eleições? – Abriremos o processo dia 18 de janeiro. Em princípio, as eleições serão dia 14 de março. Isso é uma previsão, pois existem variáveis de recursos que podem demorar mais ou menos tempo.

Tem alguém insatisfeito com a situação de ser chapa única? – Não. Está tudo encaminhado para a reeleição? – Estamos tomando as composições naturais de formação de chapa. A gente trabalha internamente com os presidentes para que cada sindicato tenha o espaço adequado no conjunto da federação. A reforma trabalhista vai ser uma dificuldade para a Fibra? – Pelo contrário. Vindo da área empresarial, a

reforma foi muito acertada. Vai nos ajudar muito. E em relação à contribuição dos sindicalizados? – Para os sindicatos, certamente haverá algum impacto. A reforma trabalhista foi muito interessante. Mas, falando especificamente da contribuição sindical, eu vejo com muita reserva porque é a forma mais segura de arrecadação dos sindicatos. E, contrariamente ao pensamento de alguns, a reforma atinge tanto os sindicatos patronais quanto os

Agora terão que convencer os trabalhadores a contribuir... – Isso é muito complicado. É algo que foi estúpido. Não tenho a menor cerimônia em dizer que a retirada total da contribuição deveria ser gradativa. Uma infelicidade. Deveria ser dividido em, no mínimo, 10 anos. Mas o governo não conversou com as classes e entidades? – Conversou com poucos setores. A ficha do setor produtivo caiu agora. Os sindicatos dos trabalhadores lutaram pouco. Sindicatos patronais e laborais lutaram pouco. Ou seja, Inês é morta. E o problema está aí. Os sindicatos não irão se ajustar para isso.


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Rollemberg, seus piratas e a Terra do Nunca Mais de 250 anos depois, voltamos à Época de Ouro da Pirataria no Distrito Federal. Capitaneados pelo governador Rodrigo Rollemberg, os piratas do GDF atracaram de vez seus navios na capital e, novamente, saquearam as aposentadorias dos servidores: foram retirados, precisamente, R$ 1,3 bilhão do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev) Dr. Gutemberg, de uma só vez. presidente do Sindicato A verba foi diretamente para dos Médicos do DF e advogado as contas do governo, que apesar de ter sucateado a saúde pública ao longo dos últimos três anos, promete agora destinar - do total saqueado - R$ 407 milhões à área. Parece até piada. Nos últimos três anos, sempre com a desculpa de não ter dinheiro em caixa, o GDF retirou nada menos do que R$ 1,7 bilhão do Iprev - apesar dos apelos dos servidores e dos sindicatos. E com um detalhe: sem garantias viáveis de reposição. Antes, a justificativa era a necessidade de manter em dia os salários dos servidores. Agora, em pleno ano eleitoral, Rollemberg e seus piratas asseguram que parte do recurso sa-

queado vai para a educação e outro quinhão ainda será usado em obras, como a construção e reforma de escolas e unidades de saúde. Quando? Se em três anos de governo Rollemberg e sua equipe só afundaram o Distrito Federal, quando veremos o resultado positivo desses saques bilionários? E não vale ser apenas nas propagandas. Talvez, inspirado nas histórias de piratas que as crianças tanto gostam – como o famoso Peter Pan - Rollemberg acredite que ancorou seu navio na Terra do Nunca: onde as promessas nunca saem do papel. E por falar em promessas não cumpridas, na semana passada, entre os grandes feitos do atual governo, teve ainda o anúncio do começo

do funcionamento (ou não) do Instituto Hospital de Base. Porém, na prática, tudo continua igual – tirando as entrevistas da tripulação de Rollemberg que anuncia, a todo momento, o IHBDF como a salvação no fim do túnel, após três anos de desmonte: “um modelo de gestão mais moderno e eficiente”, dizem o governador e seus asseclas. Outra piada. O governo realmente achou mais fácil terceirizar (ainda que negue) o principal hospital da rede pública do DF em vez de simplesmente destinar a ele os investimentos necessários e contratar novos profissionais? É, no mínimo, estranho. Mas, como Rollemberg parece acreditar que governa a Terra do Nunca, pode

ser que, para ele, a fantasia se torne realidade. Neste caso, terceirizar, em vez de governar, poderia mesmo trazer algum resultado. Vamos sonhar também. Se, além de saquear, Rollemberg e seus piratas se esforçarem para fazer gestão, quem sabe, ainda em 2018, pelo menos o problema da infestação de piolhos de pombo em alguns hospitais do DF (que persiste há anos) seja resolvido. Quem sabe! Mas, na Terra do Nunca de Rollemberg, nunca se sabe. Assim como não se sabe o que será da aposentadoria dos servidores. Será que ela ainda existirá após a Época de Ouro da Pirataria no DF?


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Você considera-se um outsider? – Certamente, sou. Nunca fui filiado a nenhum partido. Meu envolvimento na política se deu através do Novo. Estou há dois anos nesse processo de ajudar a construir um partido político que rompa as amarras político-partidárias que temos no Brasil. O que torna o Novo diferente? – Primeiro é o processo seletivo dos candidatos. Outra premissa é que o presidente do diretório não pode ser candidato. Não vivemos de fundo partidário, embora ele seja legítimo e não é crime. Mas somos contra e entendemos que é uma legislação que vai contra o interesse da população. Não fazemos coligação em troca de dinheiro, loteamento de cargos ou tempo de televisão. Por isso estou envolvido na política. Vi no Novo uma possibilidade de mudança efetiva, pois nunca entraria no jogo político que está aí.

Entrevista /Alexandre Guerra

Educação é prioridade Pré-candidato do Partido Novo quer levar experiência da iniciativa privada para o GDF Gustavo Goes

Herdeiro da rede Giraffas, o empresário Alexandre Guerra, de 37 anos, se utiliza do discurso de “outsider” para se apresentar como candidato a governador de Brasília nas eleições de outubro. Ele diz que quer aplicar no Governo a experiência de gestão na iniciativa privada. Guerra será um dos 50 candidatos que o Partido Novo, fundado em 2015, lançará no Distrito Federal. O brasiliense critica o atual governo e afirma que o foco de sua gestão será a educação. “A educação é transformadora. O serviço público de educação no DF forma pessoas para ter um emprego que não vai existir no futuro e semi-analfabetos

Os partidos precisam se reinventar? – Além da questão do fundo partidário não fazer sentido, porque é o dinheiro do povo usado pra isso, tem uma questão um pouco mais pragmática: esse dinheiro vicia os partidos. O partido que usa esse recurso vai gastar em estrutura, equipe, pessoas, empregos, lideranças e militância. Depois que ele começa a usar esses recursos de outras formas. Nós conseguimos sobreviver sem ele com a doação de filiados. Em todos os diretórios, no país inteiro, temos 16 funcionários.

ologia defendida por algum deles. Todos funcionam, na verdade, como ferramentas de acesso ao poder e manutenção do poder das pessoas que estão lá dentro. Os partidos funcionam à mercê das pessoas que os controlam. Não temos nenhum líder ou salvador da pátria. A ideia do Novo é soberana e temos um estatuto que protege isso.

Vocês têm conversado com outros partidos? – Conversamos com todo mundo. Faz parte do jogo democrático. Mas prefiro não citar nomes. Agora, é triste ver que os partidos são tão parecidos entre si. Não existe uma ide-

Qual é a diferença da administração pública para a privada? Quais serão seus desafios, se eleito? – Grande parte da administração pública não tem metas ou objetivos. Na secretaria, o único objetivo é rodar a máquina e manter a

saindo do ensino médio”, afirma. Para legitimar sua pré-candidatura, Guerra se afastou do conselho da rede de fast food da família, da presidência do Instituto Foodservice Brasil (IFB) e da vice-presidência da Associação Brasileira de Franquias (ABF). Casado, pai de dois filhos, ele se orgulha ao contar a trajetória na rede Giraffas, onde começou a trabalhar com 18 anos. “Quando comecei, tínhamos 40 lojas no DF. Hoje, são 420 espalhadas pelo Brasil”. Em 2015, Alexandre Guerra foi reconhecido pela revista Forbes com o prêmio de melhor executivo do ano. Conheça nesta entrevista exclusiva ao Brasília Capital as ideias do candidato a governador.

estrutura de emprego que está ali. Apoio os incentivos para os servidores públicos para se ter uma boa gestão dentro da atividade de cada um.

“É triste ver que os partidos são tão parecidos entre si. Não existe uma ideologia. Todos funcionam como ferramentas de acesso ao poder e manutenção do poder das pessoas que estão lá dentro”

O GDF usa mal os recursos públicos?– Você ter 77% do orçamento comprometido com a folha de pagamento é um vício, que é reflexo da estrutura partidária. Usam recursos públicos para colocar amigos ali dentro. Estamos desenvolvendo um diagnóstico que será transformado em ações propositivas e, futuramente, em um plano de governo. Temos um número alto de secretarias e iremos propor uma redução signifi-

cativa nelas. Vamos propor uma redução dos cargos comissionados. Há proposições nesse sentido? – Não é o momento de colocar proposições, porque nem a Justiça Eleitoral me permite. A solução é conhecida pela sociedade. O que falta é a capacidade de implementar essas soluções, inclusive, dentro do serviço público. Os servidores públicos de uma secretaria estão se candidatando pelo Novo. Ou seja, existe o conhecimento dessas soluções dentro da própria secretaria. Como se eleger em Brasília tomando medidas impo-


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FOTOS: JÚLIO PONTES

“É muito importante não se comprometer no período préeleitoral. Muitos dos acordos são feitos antes da eleição. Tem muita corrente dizendo que vai mudar, mas está fazendo isso antes de ser eleito” versos projetos de infraestrutura e incorporação parados dentro do GDF, que não são aprovados nem reprovados. Se você somar o número de empregos que tem ali, dependendo da canetada de um agente público, são muitos. Mas, quando falo de Brasília para o futuro, não podemos pensar que aqui será uma terra de serviço público ou construção civil. Precisamos encontrar o que o GDF terá de diferente dentro do mercado brasileiro e mundial em outras atividades econômicas.

Guerra quer distanciamento das práticas da velha política e aproximação dos anseios do eleitor

pulares contra servidores? – Metade dos pré-candidatos do Novo é de servidores públicos. O presidente do diretório do DF é servidor público. O servidor público é parte da solução e não do problema. Problema são as correntes políticas que assumiram esse poder e incharam a administração pública desse jeito. Os servidores querem eficiência. Quem controla a máquina, no fim das contas, são os políticos. O que a população do DF precisa? – Saúde, emprego e educação. Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é baixís-

simo. Em Sobral, no Ceará, onde o professor ganha menos que no DF, é maior. Muitos alunos que estão no 3° ano ainda são analfabetos. Temos R$ 6 bilhões de orçamento na Saúde. Se dividir o orçamento pela população, vai ver que o custo da saúde pública é mais caro do que um plano de saúde privado. O custo de um aluno matriculado no serviço público é compatível com o que as pessoas pagam pela escola privada. Não estou defendendo aqui a privatização, e sim, uma entrega com eficiência para sociedade. Esse discurso de austeridade é predominante em

ano eleitoral. Por que não é levado à risca durante o mandato? – O problema fundamental é o loteamento do setor público, que começa agora, no período pré-eleitoral. Neste momento, os agentes que dominam o GDF estão se organizando para lotear o governo a partir de 2019. Para deixar tudo do jeito que está. As coisas do jeito que estão são favoráveis às pessoas que ali estão. Cerca de 400 mil brasilienses estão desempregados. Temos que criar uma atividade econômica que cresça. Esse crescimento passa pela construção civil? – Este é um exemplo. Você tem di-

Qual a sua opinião sobre o uso de recursos da previdência neste último ano de governo Rollemberg? – Acho estranho pegar recursos da Previdência, destinados a pagar aposentadorias do futuro, e utilizar em despesa de custeio no ano eleitoral, dando como garantia, inclusive, ações do BB. É um absurdo. Por isso que no futuro teremos dificuldade para pagar essas aposentadorias porque o dinheiro não é usado da forma que deveria. Ele está fazendo o tipo de política que ele condenou. Ele está comprometendo gerações futuras por conta de um processo eleitoral. Já tem um nome para ser seu vice? – Não. Ainda sou pré-candidato. Estamos trabalhando no diagnóstico. De qual partido ele viria?

– Vocês têm algum partido que se adeque à nossa cultura, crenças... ? Se tiverem alguma sugestão, estamos abertos a receber. Não somos contra coligação. Somos contra a forma com que elas são feitas. Uma das principais dificuldades da atual gestão é a articulação com o Legislativo. Como você faria essa interlocução sem recorrer às práticas da velha política? – É muito importante não se comprometer no período pré-eleitoral. Muitos dos acordos são feitos antes da eleição. Tem muita corrente dizendo que vai mudar, mas está fazendo isso antes de ser eleito. Obviamente, no período pré-eleitoral você está com muito menos exposição para fazer um acordo espúrio do que no período pós-eleitoral. Nós não faremos esse acordo. Mas dialogar não faz parte do jogo democrático? – Entendemos que o jogo democrático é um jogo de divisão, discussão, conversas. Gostaríamos que a transformação que o Novo faz dentro dele fosse estendida para os outros partidos. Acho que se nós formos o escolhido a chance de as nossas atitudes se estenderem para outras forças políticas é bem maior. Aí sim, estaríamos abertos para que essas forças políticas estejam junto com a gente, se elas estiverem dispostas a jogar com uma regra diferente.


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Estrutural põe governo de JÚLIO PONTES

Buriti instala gabinete de crise para monitorar fechamento do segundo maior lixão do mundo

Orlando Pontes

O

fechamento do Lixão da Estrutural neste sábado (20) gera apreensão. O Governo de Brasília montou um gabinete de crise onde estão de prontidão as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros, Detran, DER, Instituto Brasília Ambiental (Ibram), DER, Novacap e Terracap, entre outros órgãos. Todos supervisionados pelas Casas Civil e Militar e pelo próprio gabinete do governador Rodrigo Rollemberg. Essa estrutura visa controlar as reações e evitar manifestações dos catadores nos primeiros dias de transferência das operações da Estrutural para o Aterro Sanitário de Samambaia. Afinal, a medida atinge mais de 1,5 mil trabalhadores que sobrevivem do que recolhem no segundo maior acúmulo de lixo a céu aberto do mundo. Entre as medidas preventivas estão operações em borracharias para recolhimento de pneus velhos que eventualmente possam ser queimados em barricadas e proibição do trânsito de caminhões com restos de construção que podem ser usados como arma contra as forças de segurança e transeuntes – o DF produz 2 mil toneladas de entulho por semana. As reuniões do gabinete de crise foram coordenadas pelo chefe de gabinete do governador, Alden Mangueira. Mas a Subsecretaria de Relações com a Imprensa do Buriti informou ao Brasília Capital que se trata de “um procedimento corriqueiro nas situações em que estão sendo concluídas ações de grande porte” e que sequer havia “infor-

ORLANDO PONTES

mações sobre protestos”. Salientou que a assinatura de contratos com cooperativas é sinal de tranquilidade. A subsecretaria garantiu que “não existem ameaças” e que o “movimento nacional de catadores apóia o acordo do GDF com as cooperativas”. E complementou: “não há politização” de possíveis descontentamentos e “o processo será concluído no sábado, dia 20”. Reforçou ainda que, na terça-feira (16), sete organizações de catadores de material reciclável assinaram contratos para trabalhar nos cinco galpões de triagem alugados pelo governo nos Setores de Indústria e Abastecimento (SIA) e Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA); no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN); e em Ceilândia. Durante a cerimônia em Ceilân-

Rollemberg (acima) entregou os galpões de triagem na terça-feira (16). Na segunda-feira (15), órgãos do GDF, coordenados pelo chefe de gabinete Alden Mangueira, instalaram o gabinete de crise

dia, Rollemberg afirmou: “tenho a convicção de que, ao assinar os contratos, daremos um passo fundamental e histórico para colocar Brasília em um novo patamar da civilização”. Ele ressaltou que todo o processo de fechamento do lixão está sendo feito com a participação dos catadores de materiais recicláveis por meio do diálogo. “Nunca me conformei em ver milhares de pessoas tirando seu sustento de for-

ma inadequada, nunca me conformei de, na capital do País, termos o segundo maior lixão do mundo.” Muitas das cerca de 2 mil pessoas que sobrevivem do lixo na Estrutural alegam que no Aterro Sanitário de Samambaia não será possível ter o mesmo ganho. Há catadores que dizem conseguir até R$ 2 mil por mês. Eles contabilizam ainda despesas extras como as passagens de ônibus entre os dois locais.


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prontidão Movimento prepara protesto Rônei Alves da Silva, do Movimento Nacional dos Catadores, afirma que tudo está sendo feito pelo governador Rollemberg “muito mais para a mídia do que para resolver nosso problema”. De acordo ele, haverá resistência, até porque aproximadamente “mil catadores” ficaram fora das oito cooperativas. E critica os galpões inaugurados: “são alugados e não dá segurança”. Igualmente, aponta a falta de ajustamento de conduta que “faz os acordos não valerem nos próximos governos”. Também promete protesto com acampamento em frente ao Palácio do Buriti a partir desta semana. O Lixão da Estrutural era o segundo maior do mundo e primeiro em tamanho na América Latina, com 58 anos de existência. Teve seu fechamento solicitado pelo Ministério Público há 20 anos. Em 2011, a Justiça determinou o seu fim. Sua extinção foi resultado da Política Nacional de Resíduos Sólidos que, em 2014, determinou o fim de lixões e aterros irregulares em todo o País. Com uma cidade em seu entorno – a Estrutural, com cerca de 40 mil habitantes – o fechamento do lixão, apesar dos problemas, é considerado uma conquista do governo Rollemberg. Estão acumulados ali, 40 milhões de toneladas de detritos. O local, considerado irregular desde 1981, ficará fechado durante oito dias. Esta uma semana sem atividades, a partir deste sábado (20), servirá para aterramento de

rejeitos. A partir do dia 29, o local passará a receber apenas resíduos da construção civil e materiais que não comprometam o meio ambiente. Haverá trabalho também para o poder público reparar os danos causados pelo lixão na vizinhança do Parque Nacional de Brasília, que abriga o sistema Santa Maria/Torto, segundo maior reservatório de água do DF, responsável pelo abastecimento de 25% da população. A mudança para Samambaia divide os catadores. Segundo Maria Aparecida, 41 anos, na Estrutural “é a céu aberto e cada um se vira, pega um saco e sai andando atrás da máquina. Cada um tem seu material”. Para ela, “não tem como falar se aqui (o aterro de Samambaia) é melhor”. “Nossa cooperativa tem 600 pessoas cadastradas. A coleta seletiva, que vem pra cá, tem cinco coletores. Como vai fazer, cinco coletores para 600 pessoas? Duzentas pessoas pra cada... Não vai ser bom. Os que não puderem usar coletores não vão trabalhar. Vão ficar desempregados”, acrescenta. Já o catador Wellinton Dias, da Cooperativa Mais Brasil, considera o aterro de Samambaia “um projeto bacana, que vai ajudar a melhorar a vida da gente, que é sofrida”. Ele conta que “trabalhava na rua, na coleta. Agora vou trabalhar no Paranoá. O pessoal vai se conscientizar mais. O pessoal vai receber um pouco melhor, um pouco mais do que o salário mínimo”.

Água: sede de viver, sede de sobreviver IX Concurso de Redação e Desenho do Sinpro debate a importância da água para a humanidade, buscando soluções para o desperdício e apontando metas para o acesso democrático a este recurso. Com o tópico ganhando cada vez mais destaque no mundo, a temática será debatida em 2018 no Fórum Alternativo Mundial da Água, em Brasília

Fonte de vida e recurso necessário para a sobrevivência de toda a cadeia humana, a água é um bem natural, vital, insubstituível e imprescindível para a humanidade. Apesar de tanta importância, esse recurso tem sido utilizado de forma errada, o que tem impedido sua disponibilidade de uma forma sustentável para todos. Fatores como o desperdício, a poluição e a forma incorreta que muitas vezes a utilizamos nas cidades e no campo têm colaborado com a exclusão social, a pobreza e o acesso democrático à água. É diante deste cenário e com esta grande preocupação que o Sinpro lança o IX Concurso de Redação e Desenho, que em 2018 trabalhará com o tema Água: sede de viver, sede de sobreviver. As inscrições estarão abertas no site do sindicato a partir do dia 15 de fevereiro para os estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal, que poderão debater a temática na forma de redação ou desenho. A partir deste contexto, os inscritos poderão sugerir formas conscientes para gerir os recursos hídricos; propor maneiras de diminuir as desigualdades em seu repasse e no acesso à água tratada; promover seu uso de uma forma sustentável e, principalmente, encontrando soluções para acabar com a má utilização desta fonte, da qual brota a vida. Para a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa, com o Concurso de Redação o Sinpro cumpre a tarefa de levar o debate sobre a ameaça da falta de água no planeta para as escolas, discutindo um problema que afeta toda a humanidade.

“O problema que estamos passando vai desde os pequenos gestos até o consumo industrial. É a minha forma de escovar os dentes, mas também de como as indústrias tratam isto”, analisa a diretora. “O objetivo é levar a discussão para dentro das salas de aula, para despertar os estudantes e professores a pensarem a sua prática, encontrando saídas”. As inscrições estão abertas para estudantes da Educação Infantil, de 4 e 5 anos de idade, até o Ensino Médio. Cada participante deverá fazer sua inscrição no site do sindicato porque será gerado um código de identificação, o qual deverá ser usado para preencher a Folha da Redação ou a Folha de Desenho. Essas folhas também serão disponibilizadas pelo Sinpro. Importante lembrar que nem a redação nem o desenho serão aceitos em outro tipo de folha. Os prêmios serão distribuídos para estudantes vencedores (as) e professores (as) ou orientadores (as) educacionais indicados (as) pelos (as) participantes. É importante observar que os (as) professores (as) que fazem parte da Comissão Julgadora não podem ser indicados (as) pelos (as) estudantes. Formada por professores (as) e orientadores (as) educacionais da rede pública de ensino, a Comissão receberá os trabalhos sem identificação da escola, do nome do estudante ou do professor que orientou o trabalho, para garantir a transparência do processo. O Concurso de Redação do Sinpro-DF faz parte da Campanha contra a Violência nas Escolas, uma iniciativa do sindicato adotada em 2008 para ensejar, entre os (as) estudantes da rede pública de ensino, a reflexão sobre as causas, as consequências e as soluções para a violência – um problema que afeta toda a sociedade.


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GDF já usa R$ 1,3 bi do Iprev Modificações permitem a aplicação de recursos do instituto em áreas prioritárias para o DFl Da Redação

O

s ajustes financeiros no Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev) foram concluídos na segunda-feira (15). Os dois projetos de lei do Executivo para liberar R$ 1,5 bilhão para o orçamento de 2018 foram aprovados pela Câmara Legislativa, em primeiro e segundo turnos. O montante é composto de R$ 1,3 bilhão remanejados do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev) e R$ 231 milhões de precatórios. O Governo de Brasília destinará R$ 123 milhões para contratação de servidores e o restante será utilizado para custeio e manutenção da máquina pública. Decreto publicado na quinta-feira (18) pelo governador Rodrigo Rollemberg permite remanejar no A adequação no orçamento R$ 1,1 bilhão do antigo orçamento do Iprev é fundo capitalizado (superavitário) consequência da para o fundo financeiro (deficitário) aplicação da lei do Iprev, de acordo com lei complementar nº 932, de 2017. Antes, os complementar, que reuniu recursos faziam parte de um único os atuais servidores em fundo e não poderiam ser utilizados um único fundo, além de para qualquer outra finalidade que criar o fundo garantidor não o pagamento aos pensionistas e aposentados do DF. e a previdência A adequação no orçamento do complementar Iprev é consequência da aplicação da lei complementar, que reuniu os atuais servidores em um único fundo, além de criar o fundo garantidor e a previdência complementar. Esse ajuste, no entanto, dependia de um ato específico, como o decreto do Executivo, que refletisse no orçamento as alterações no financiamento do Iprev implementadas pela lei complementar. O decreto foi a segunda parte dos ajustamentos necessários para adequar o orçamento ao que prevê a lei complementar nº 932, aprovada em setembro de 2017. Essa lei permite o direcionamento dos recursos para áreas prioritárias, como implementação de unidades básicas de saúde (UBS), Hospital da Criança, Instituto de Cardiologia, pagamento de unidades de terapia intensiva (UTIs), alimentação hospitalar, pagamento a terceirizados, construção de escolas, passe livre, assistência social, obras de infraestrutura em toda a cidade, além de nomeações.


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Gustavo Goes e Orlando Pontes

N

o dia 5 de junho, quando Taguatinga completará 60 anos, um grupo de moradores da cidade vai presentear todos os candidatos a governador do DF com um elenco de propostas para melhorar a qualidade de vida dos moradores da satélite. Para colher as demandas da população, os autores da iniciativa espalharão 100 urnas, 500 cartazes e 20 mil fichas de cadastros em pontos estratégicos, onde os cidadãos poderão encaminhar suas sugestões. O projeto conta com o apoio do Brasília Capital, que publicará o cupom para ser recortado e depositado nas urnas. O projeto nasceu de um grupo de WhatsApp intitulado Defensores de Taguatinga. A primeira reunião aconteceu terça-feira (16), no restaurante Recanto do Camarão, na Praça do DI, com a participação de cerca de 50 lideranças da cidade. Outros encontros serão realizados até a conclusão do levantamento, no dia 10 de março. O objetivo é produzir um diagnóstico dos problemas da cidade. À frente da iniciativa, os amigos José Luís e Juda Judalla decidiram promover encontros com objetivos específicos: criar uma coordenação geral, com subgrupos relacionados aos temas apontados como problemas pela população de Taguatinga. Após 10 de março, serão formulados estudos e propostas, que serão entregues em uma carta aberta no dia 5 de junho. “Taguatinga está abandonada e precisamos nos unir para, de fato, defendê-la. Temos 240 mil moradores, maior renda por família, maior geração de impostos

Taguatinga exige respeito Comunidade vai apresentar elenco de reivindicações a todos os candidatos a governador GETÚLIO ROMÃO

Mobilização: José Luiz (em pé, de costas) coordena a montagem dos subgrupos de trabalho

para o GDF e nada disso volta para a cidade. Praças, hospitais e postos de saúde estão

abandonados. Taguatinga tem capacidade para eleger três distritais, dois federais,

um senador e 30% de um governador”, disse José Luiz, que é perito da Polícia Civil.

A aproximação com a comunidade e com os políticos, no entanto, não refletirá em votos para os candidatos. “Não temos a intenção de trabalhar na campanha de ninguém. Apenas faremos a interlocução da comunidade com eles. Quem quiser assumir compromisso, que vá em um cartório e valide as ações”, avisa o coordenador dos Defensores de Taguatinga. O grupo será dividido em áreas específicas, como: comércio; indústria e serviços; educação; infraestrutura; lazer e cultura; mobilidade urbana; saúde; segurança; meio ambiente e terceiro setor. Serão aplicados estudos metodológicos e pesquisas de campo. A coordenação é composta por 50 titulares e os subgrupos são formados por até 150 membros. Não é permitida a participação de políticos e de funcionários públicos ocupantes de cargos comissionados. COMO PARTICIPAR – Além de depositar sugestões nas 100 urnas espalhadas pela cidade, os moradores que quiserem apontar problemas existentes em Taguatinga podem enviar e-mail para defensoresdetaguatinga@gmail. com, cartas para o Brasília Capital ou utilizar o cupom que está nesta página.


Brasília Capital n Cidades n 12 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

BENQUISTA – Mais de 95% dos visitantes querem voltar a Brasília, e cerca de 60% já estiveram na cidade em outra ocasião, de acordo com a Secretaria de Turismo do DF. Os dados foram publicados no site Observatório do Turismo e se referem a pesquisas feitas pela secretaria em 2016 e 2017. O objetivo é identificar o fluxo e o perfil dos turistas.

ÁGUAS CLARAS

DISTRITO FEDERAL

Demissão de Valdeci racha Amaac e Aciac

Contribuição dos agricultores

O

pedido de demissão apresentado quinta-feira (17) pelo administrador Valdeci Machado, indicado pela deputada distrital Telma Rufino (Pros), acentua o racha entre a Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) e a Associação Comercial e Industrial da cidade (Aciac). Machado é presidente licenciado da Aciac e foi indiciado pela Polícia Civil por falsidade ideológica. Antes de prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), entregou ao governador Rodrigo Rollemberg a solicitação para se afastar do cargo. O Brasília Capital apurou que a denúncia contra o administrador foi feita pelo presidente da Amaac, Roman Dario Cuattrin, em boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil. “A Amaac sempre preza pela legalidade”, disse Roman à reportagem para justificar sua iniciativa. A suposta ilegalidade cometida por Valdeci Machado seria uma autorização para funcionamento do Bar Frequência, na praça da Estação Arniqueiras. O documento é datado de 22 de agosto do ano passado. Roman

ANTÔNIO SABINO

Valdeci perde cargo em meio a picuinhas de campanhas eleitorais prometeu publicá-lo até segunda-feira (22) no grupo da Amaac no Facebook. O administrador se defende apresentando outro documento, com data de 15 de setembro, atestando que o estabelecimento havia protocolado a autorização no mês anterior, mas não conseguira recolher a taxa porque o sistema Sislanca, da Secretaria de Fazenda do GDF, estava fora do ar. No dia 22 de setembro, com a normalização do Sislanca, a proprietária do Frequência, Iris, pagou o boleto de R$ 2.459,16 referente à taxa de ocupação de 41,40 m² da calçada em frente ao seu bar por três meses, desde a data do protocolo do pedido. O agora ex-administrador

se diz tranquilo e seguro de que não cometeu qualquer crime ou irregularidade. Confirma que pediu exoneração para não comprometer o governo e assegurar a lisura das investigações. Mas o grupo da Aciac já discutia, sexta-feira (19), o nome do empresário Vasco Pigato para sucedê-lo “e não dar espaço aos oportunistas”. Roman garante que a Amaac não apoiará nenhum candidato nas eleições deste ano, mas que não impede que seus membros tenham pretensões políticas. E admite que três deles são pré-candidatos a deputado distrital: o diretor de comunicação, Marcelo Marques; o primeiro-secretário, Luzimar Pereira da Silva; e o conselheiro fiscal Winston Lima.

Ao completar um ano de racionamento d’água no Distrito Federal, a avaliação é de que as medidas adotadas na agricultura foram de vital importância para evitar o colapso no abastecimento. As ações foram propostas em janeiro de 2017 pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Houve, por exemplo, recuperação de canais, substituição de sistemas de irrigação e revestimento de tanques de armazenamento, preservando o reservatório do Descoberto. “A crise tem sido importante para todos nós – população e governo – aprendermos a nos planejar para o futuro”, diz o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Roberto Carneiro. Carneiro acentua o trabalho desenvolvido pelos produtores rurais afirmando que “a agricultura tem papel fundamental no equilíbrio dos espaços rural e urbano. É ela que mantém a destinação da área, evita o parcelamento irregular do solo e permite a infiltração de água nos lençóis.” Quando houve a divulgação do plano de enfrentamento da crise hídrica na área rural, em 23 de janeiro do ano passado, o cenário era de três anos de chuva abaixo da média histórica, somados à forte estiagem entre a segunda quinzena de dezembro de 2016 e a primeira quinzena de janeiro de 2017.

Mais captação de água O Governo de Brasília inaugurou, segunda-feira (15), o booster do Noroeste, que permitirá o bombeamento de água do Lago Paranoá, captada no Lago Norte, para os reservatórios da Estação de Tratamento (ETA) de Brasília, no Plano Piloto. A instalação poderá transferir até 280 litros de água por segundo e vai ajudar a diminuir a demanda dos reservatórios de Santa Maria e do Descoberto. O investimento é de R$ 1,49 milhão.

Material escolar varia 327% Foram encontradas variações de 327% nos valores da lista com 20 itens escolares em 41 papelarias do Distrito Federal. A pesquisa foi feita pelos fiscais do Procon dos dias 8 a 12 de janeiro. O preço de um apontador de lápis, por exemplo, variou de R$ 0,20 a R$ 23,90. Das papelarias que apresentaram todos os itens da lista, a mais cara está na Asa Sul, com o valor total de R$ 246,30. A mais barata fica em Sobradinho: R$ 75,30.


Brasília Capital n Geral n 13 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

D

uas novas iniciativas de grilagem e ocupação irregular de terras públicas marcam este início de ano. Uma na Colônia Agrícola Coqueiros e outra no Núcleo Rural Alexandre Gusmão. Os grileiros sentem-se mais à vontade em anos eleitorais. Devem pensar que, nessa época, o coração das autoridades amolece ou a visão fica mais turva. Em 2014, foi a mesma coisa. Explodiu a ocupação da Chácara Santa Luzia, na Estrutural; e a Vila Cahuy, no Núcleo Bandeirante, se expandiu até às margens do córrego do Riacho Fundo, com lotes sendo vendidos de R$ 60 mil a R$ 80 mil. Tudo nas barbas das autoridades. Nem a proteção de 30 metros das margens dos córregos foi respeitada. Não fosse a ação do 25º Batalhão da PM, um novo e megaempreendimento imobiliário estaria nascendo nesta semana na Colônia Agrícola Ipê-Coqueiros, numa área de proteção ambiental delimitada pelo Park Way, Riacho Fundo 1 e Núcleo Bandeirante. “Iria se transformar numa mini-Vicente Pires”, afirma José Rangel, da Associação de Chacareiros e Moradores do Ipê-Coqueiros. O local, que deveria produzir hortigranjeiros para abastecer Brasília, estava recebendo ruas pavimentadas com bloquetes de concreto. Tratores trabalhavam na limpeza de lotes com dimensões de 200 a 500 m². Partindo da estimativa de que existam 42 chácaras rurais na Colônia, na Administração do Núcleo Bandeirante, há quem calcule que já foram fracionados e demarcados cerca de 400 lotes, muitos já construídos. Não há qualquer licenciamento

Loteamento na Barragem Por Chico Sant’Anna

Invasões marcam início de 2018 DIVULGAÇÃO

Flagrante: trator trabalhando na limpeza de terreno e demarcação de “chácaras” ambiental ou planejamento urbano. O local, nos fundos do conjuntos 6 e 7 da Quadra 13 do Park Way, está inserido entre os córregos Ipê-Coqueiros e Riacho Fundo - que desaguam no Paranoá - e é considerado área de recarga. Ou seja, a água das chuvas deve infiltrar-se no solo para recuperar a capacidade hídrica dos córregos. Entretanto, sem qualquer constrangimento da administração regional ou da Agefis, tratores estão rasgando a terra e os piquetes sendo fincados. Várias cons-

truções tiveram início recente. Há paredes que nem reboco receberam. Ainda há casos de captação irregular da água dos córregos, como flagrado em junho de 2017 pela PM Ambiental. José Rangel afirma que isso é “ação de bandidos”. “Nossa entidade repele qualquer tipo de invasão, mas não damos conta de fazer esse enfrentamento com os bandidos. No passado, há uns três anos, teve outra situação como essa com a conivência de gente da Agefis e até de deputados distritais”, diz ele.

Em Ceilândia, às margens da BR070, uma extensa área está sendo piqueteada, com a demarcação de lotes pintados com a inscrição “CHA” acrescida de um número. “CHA” significa chácara. O local é rico em vegetação do cerrado, onde os pés nativos de pequi ainda florescem e é fácil encontrar espécimes como tiborna, guariroba, araçá, pinha do cerrado, bacurizeiro, mangabeira e orquídeas nativas. Fica no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, próximo ao Condomínio Privê, no sentido Águas Lindas. O local está na área de influência do Lago do Descoberto, principal reservatório de abastecimento do DF, um cerrado ainda intocado e que deveria ser preservado. Ambientalistas defendem a criação ali da Reserva Biológica do Rio Descoberto. Seria uma forma, inclusive, de preservar a qualidade e a quantidade d’água que vai para o Lago do Descoberto. Mas se não houver uma pronta ação das autoridades, será rapidamente ocupado por máquinas que irão rasgar o solo. Tanto nesse caso quanto na grilagem do Coqueiros a Agefis foi alertada. Nesse segundo caso, pela PM. A vistoria da agência chegou um dia depois da PM e não encontrou nenhuma pessoa atuando no local. Prometeram voltar em 15 dias para retirar o material existente. Outra dificuldade da PM é que ela não pode apreender os tratores nesses loteamentos irregulares. É competência do Detran, explica um representante da corporação.

Uso da Máquina Tríplice administrador da Candangolândia, Park Way e Núcleo Bandeirante, o bombeiro Roosevelt Vilela (PSB) usa a estrutura do GDF paga pelo contribuinte para fazer propaganda pessoal e fora de época. A assessora de comunicação contratada para as três administrações distribui pela internet santinho do suplente de deputado distrital desejando feliz 2018. O administrador

não deve conhecer o artigo 37 da Constituição, parágrafo primeiro, que veda o uso da máquina pública para propaganda de caráter pessoal e determina que a publicidade deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. Dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com


Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

Adjetivo ou advérbio? Veja esta oração: Os brasileiros celebravam eufóricos a vitória da seleção! Além da maravilhosa previsão para 2018, eu pergunto: “eufóricos” é um adjetivo ou um advérbio? Essa dúvida habita a cabeça de grande parte daqueles que estudam a gramática da nossa querida língua portuguesa. Quem não a tem, já a teve (ou a terá)!

A análise como advérbio é parcialmente plausível, na medida em que é possível entender que “eufóricos” representa o modo como os brasileiros celebravam. Mas, antes mesmo da análise semântica do vocábulo, é preciso entender as características morfológicas dessas duas classes gramaticais. O adjetivo, por ser um termo su-

A riqueza inconcebível das mangueiras Foram nada menos de 900 mil árvores frutíferas plantadas no DF no início da fundação de Brasília, em 1958. Isto representava uma resposta dos agrônomos do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, sob o comando de Juscelino Kubitschek, aos detratores da UDN, entrincheirados no Congresso Nacional, que tentavam impedir que a construção de Brasília fosse consumada. Entre eles, Carlos Lacerda, brilhante orador, a soldo só Deus sabia de quem, ao afirmar que se tratava de clima de deserto, sem chance de sobrevivência humana.

Por outro lado, lembrando o ditado árabe “os cães ladram, mas a caravana passa”, a cidade em formato de avião crescia a olhos vistos, confirmando o vislumbre de um santo – em agosto de 1883, Dom Bosco sonhou que fazia uma viagem à América do Sul, continente que jamais visitou. Ao chegar entre os paralelos 15º e 20º, viu um local especial, onde, nas palavras de um anjo que o acompanhava em sua visão, apareceria “a terra prometida” e que seria de “uma riqueza inconcebível”. Setenta e sete anos depois do so-

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

bordinado ao substantivo, deve estabelecer com esta palavra concordância nominal. Portanto, um adjetivo sofre flexões de número (singular ou plural) e gênero (masculino ou feminino). Essa mesma propriedade não acomete o advérbio, uma vez que essa classe se subordina a verbos, adjetivos ou outros advérbios – por isso, costumamos dizer que o advérbio é invariável. Note que, no exemplo apresentado, “eufóricos” está no plural e no masculino, assim como “brasileiros”. Se trocarmos “brasileiros” por brasileiras, obrigatoriamente precisaremos substituir “eufóricos” por eufóricas. Isso é prova cabal de que

a classificação de “eufóricos” é um adjetivo. Agora, veja esta construção: Os brasileiros celebravam euforicamente a vitória da seleção. Mesmo trocando “brasileiros” por brasileiras, “euforicamente” não sofre alteração. Dessa vez, temos um advérbio. Em resumo: o segredo é analisar se a palavra é variável ou não! Assim, você nunca mais confundirá um adjetivo com um advérbio!

Transformaram-se em tapetes nas quadras das Asas Sul e Norte, matando a fome dos moradores de rua, confirmando “a riqueza inconcebível” do sonho de Dom Bosco

como uma homenagem ao santo, mais tarde feito padroeiro de Brasília. No que se referia à inspiração de JK, não se tratava de uma mera aventura. Muito ao contrário, era realmente a “terra prometida” desde os tempos do Império, quando a Missão Cruls demarcou o quadrilátero de 14.400 quilômetros quadrados no planalto goiano (nas proximidades onde é hoje Planaltina). E no rol das 900 mil árvores frutíferas, foram fincadas 500 mil mangueiras. Graças a essa iniciativa, neste ano de 2018, milhares de mangas transformaram-se em tapetes nas quadras das Asas Sul e Norte, matando a fome dos moradores de rua, confirmando “a riqueza inconcebível” do sonho de Dom Bosco.

nho, era inaugurada no Planalto Central brasileiro a cidade de Brasília, exatamente dentro do intervalo de coordenadas geográficas mencionado na visão de Dom Bosco. Assim, a primeira obra de alvenaria a ser erguida na nova capital foi a Ermida Dom Bosco, projetada por Oscar Niemeyer e localizada às margens do Lago Paranoá. Foi construída em 1957

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Fernando Pinto Jornalista e escritor


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

Descontentamento perigoso Descontentamento constante indica visão equivocada da vida e dos acontecimentos. É um sinal de alerta para a necessidade de mudança no enfrentamento das diversas situações. “Se você continuar agindo do mesmo modo, continuará obtendo os mesmos resultados”. Não são os acontecimentos em si que determinam o descontentamento, mas, sim, a falta de inteligência para viver. A Terra é uma escola e é preciso aprender a viver.

A mentora Joanna de Angellis observou: “pessoas existem, inconformadas diante de tudo, especialmente em relação a elas próprias, sempre observando o que consideram erro nos outros. Censuram o próximo e detestam o êxito daqueles que a cercam. Não lhes dê chances de envenenarem a sua mente. Estão doentes; perderam-se no rumo, e preferem a inimizade à fraternidade edificante. Alguns comporta-

Gim-tônica – o que saber sobre essa bebida… Em algumas buscas na internet, descobri que o gim-tônica é uma bebida que tem se tornado cada vez mais comum ao paladar dos brasileiros e crescido exponencialmente seu consumo nos restaurantes do nosso pais. O gim é uma bebida alcoólica que tem como base a fermentação de cereais e alguns produtos destilados. Seu sabor depende diretamente da quantidade de zimbro, ervas, cereais, especiarias

e sementes adicionadas à receita do fabricante. A primeira receita da bebida, criada no século XVII, na Holanda, foi desenvolvida para ser uma formulação alternativa aos medicamentos diuréticos, utilizados para tratar doenças renais. Seu ingrediente principal, o zimbro, é uma fruta conhecida por ação no sistema renal. O sabor aromático do gim, entretanto, conquistou

mentos típicos desses indivíduos são: “1 - Evitam assumir responsabilidades, porquanto terão que reconhecer os próprios erros, e isso a vítima quer evitar a qualquer custo. 2 - Buscam sempre culpados. 3 - Supervalorizam suas dificuldades, colocando-se como vítimas. 4 - Não aceitam sugestões ou soluções que lhes são dirigidas. 5 - Acham seu sofrimento sempre maior do que o dos outros. “Nos níveis inferiores há o descontentamento, enquanto que nos superiores permanecem a alegria e o prazer da compreensão e da harmonia. O mundo padece atrofia do amor. Se te transforma, todo o mundo faz-se mais feliz. “Os eventos desafiadores que ocorrem têm por meta despertar a cons-

ciência superior de que somos portadores. Quando bem aproveitados, os “insucessos” exercitam a capacidade criativa, a habilidade de encontrar saídas para os conflitos, ou forças para lidar com situações que parecem inevitáveis. “Merecemos ser felizes, amar e sermos amados, mas para isso temos que nos livrar do ressentimento ampliado pela vitimização e perceber que o amor é uma escolha. Assim fazendo, nos libertamos da história que achamos que os outros criaram para nós. O livro de nossas vidas não merece ser a trajetória de uma vítima”.

Para amenizar o amargor da tônica, os soldados passaram a misturar com Gim e açúcar, o que deu origem a essa famosa bebida

quinino, a famosa água tônica. Para amenizar o amargor da tônica, os soldados passaram a misturar com gim e açúcar, o que deu origem a essa famosa bebida. Uma informação interessante sobre a bebida, publicada por um grupo de pesquisa austríaco em 2015, mostra que pessoas que têm uma preferência por alimentos amargos, incluindo, café chocolate com alto teor de cacau e água tônica (incluíram o gim-tônica na conclusão do estudo), mostrou que indivíduos com essas preferências de paladar têm maiores tendências psicopatas.

muitos paladares, permitindo sua popularização como uma bebida alcoólica. Mesmo sendo criado na Holanda, o gim só se tornou popular quando chegou à Inglaterra e ganhou mais qualidade na sua produção. Um dos drinks mais populares com o gim é o gim-tônica. Acredita-se que quando os soldados ingleses estavam na Índia ocorreu um surto de malária e eles precisavam tomar água com

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)



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