Jornal Brasília Capital 347

Page 1

Músicos de lá dão o tom no carnaval daqui Página 16

Amaac volta a atacar ex-administrador Ano VII - 347

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.bsbcapital.com.br

DIVULGAÇÃO

Bahia marca presença nas bandas do DF

Página 10

Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 2018

ANTÔNIO SABINO

Programa habitacional do GDF ameaça chácaras do Caub 1 Chico Sant’Anna Página 13

Entrevista / Rosilene Corrêa JÚLIO PONTES

“O povo sabe de que lado deve ficar”, diz a diretora do Sinpro Páginas 4 e 5

PDT abre as portas para Jofran Frejat concorrer ao Buriti ou ao Senado Pelaí - Página 3

Quem foi rei... Ex-distritais sem mandato querem voltar à vida pública Página 6

Mato circunda o Centrad: GDF não tem plano para ocupar o complexo neste ano

Por que 17 edifícios, prontos há mais de três anos, continuam sem ser utilizados? A resposta fica ainda mais difícil quando se sabe que o Centro Administrativo, em Taguatinga, concentraria os órgãos do GDF e facilitaria a vida dos brasilienses em vários aspectos, desde acesso aos serviços públicos até alívio no trânsito. O caso está para ser decidido na Justiça, já que o com-

plexo é resultado de contrato com as empreiteiras Odebrecht e Via Engenharia. O governo doou o terreno, elas fizeram as edificações e receberiam R$ 17 milhões por mês durante 22 anos. Só depois deste tempo, os prédios seriam incorporados ao patrimônio público. Enquanto o Centrad não começa a funcionar, comerciantes da redondeza contabilizam prejuízos./ Páginas 8 e 9 - Editorial página 2


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

E

E D I T O R I A L

x p e d i e n t e

Sacrifício para os cidadãos Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores

Siga o Brasília Capital no facebook.com/jornal.brasiliacapital

Expressões como “desperdício” e “elefante branco” nunca dão a exata dimensão do que significam para os cidadãos obras como o Centro Administrativo (Centrad), que está pronto em Taguatinga há mais de três anos e até hoje não tem qualquer utilidade para a população. Causa mal-estar ver o abandono em que se encontra aquele conjunto de 17 edifícios e imaginar o quão poderia ser útil para melhorar a qualidade de vida de milhares de brasilienses. É mais um caso de falha de planejamento de nossos governantes que foi parar na Justiça (leia páginas 8 e 9).

cos falam tanto na criminalização da política por causa da Operação Lava Jato, talvez fosse oportuno acelerar as tratativas que levem a soluções de questões como a do Centro Administrativo. Afinal, sua entrada em funcionamento certamente colaboraria para o bem-estar dos tão sacrificados cidadãos. São eles os maiores prejudicados quando há roubo de dinheiro público, como parece ser o caso do Mané Garrincha, e quando se deixa de levar adiante projetos que na origem visavam beneficiá-los.

A R T I G O

Cadê a Dignidade da Pessoa Humana? Cláudio Sampaio (*) O artigo primeiro da Constituição Federal, promulgada em 1988 no seio da redemocratização do País, sob a batuta de Ulysses Guimarães (o “Senhor Diretas”), garante que o Brasil tem, entre seus principais fundamentos, a Dignidade da Pessoa Humana. No entanto, apesar do que preconiza a nossa Lei Maior, testemunhamos, na atualidade, os pesados impostos pagos pelas empresas e pelos cidadãos não reverterem em serviços públicos de qualidade para a população. Pelo contrário, a carga tributária tem sido, em grande parte, destinada para fo-

C

nCollor Se o cara é senador atualmente é porque votaram nele! Então só depende dos eleitores pra ele ser presidente novamente! Fabricio Ferreira, via Facebook Talvez esses jovens votem porque não conhecem a história desse ordinário. Carlos Oliveira, via Facebook Pior que tem gente que ainda vota nele. Junior Barboza, via Facebook

A centralização dos órgãos do Governo do Distrito Federal traria uma série de importantes benefícios para todos – menos trânsito, menos correria e despesas menores para o bolso dos contribuintes que arcam com os gastos de qualquer administração pública. O Centro Administrativo soma-se a outras edificações que servem como mau exemplo e como motivo para se suspeitar de corrupção. Junta-se a outras construções que simbolizam mais do que o descaso, como o Estádio Mané Garrincha. Num momento em que os políti-

Sobre a pré-candidatura do senador e ex-presidente Fernando Collor de Melo à Presidência da República. nAMAAC x ACIAC Sim, rachamos com a ACIAC! A AMAAC não compactua com “jeitinhos” e irregularidades. Existem leis e elas devem ser cumpridas! Marcelo Marques, via Facebook Águas Claras deveria ter um deputado distrital. Porém,

mentar a desenfreada corrupção. A saúde, sem gestão adequada, se encontra em estado falencial, com milhares de pessoas humildes agonizando e morrendo nos hospitais e nas intermináveis filas de espera, por falta de remédios, de exames e de tratamento médico. A segurança sofre, com a falta de investimentos em inteligência e no contingente policial. É lamentável que tenham sumido do Distrito Federal os postos comunitários e as rondas ostensivas, medidas eficazes na prevenção ao crime.

Temos uma educação capenga, onde reina a desorganização e a dificuldade dos mais pobres para matricular seus filhos, sem falar na qualidade deficitária de ensino e na escassez de cursos profissionalizantes que aumentariam as possibilidades de obtenção de empregos na área técnica. Todo o esforço dos homens públicos, principalmente após a renovação política que deverá advir das urnas em 7 de outubro, deverá ser no sentido de tornar o Princípio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana vivo e presente no cotidiano, ora tão humilhante, da sofrida população brasileira. (*) Advogado

a r t a s

esse deputado, se eleito, deveria se preocupar tão somente com os problemas de Águas Claras, sem vender seu voto para as bandalheiras do governo do DF. Seria um voto totalmente distrital. E quando falo de Águas Claras, estou falando de toda a RA. Carlos Frade, via Facebook, grupo AMAAC Sobre o racha entre Associação de Moradores e Associação Comercial de Águas Claras,

após o pedido de demissão do ex-administrador Valdeci Machado. nOrla do Lago Combativo Chico, sem ações terminativas, com demolição das “obras” desses criminosos e sua prisão, todo o DF será grilado ainda no século 21. Frederico Flosculo - Urbanista, via WhatsApp A grilarem de terras é uma indústria criminosa e bem or-

ganizada que prosperou durante décadas no DF. Este governo foi o primeiro a enfrentar o problema. A denúncia do Chico é importante. Porém, mais importante é acompanhar as ações da Agefis. Jorge Guilherme Francisconi - Urbanista, via WhatsApp Sobre invasões na Colônia Agrícola Coqueiros e no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, denunciadas na coluna Brasília por Chico Sant’Anna.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

Bomba à vista O mutirão de trabalho da equipe dedicada exclusivamente à Operação Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República tem obrigado a estrutura da instituição a se adaptar aos horários

Cabeça de juiz Para justificar a apreensão do passaporte de Lula (foto), o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal do DF, disse que enxergou risco de fuga e asilo político no exterior para o ex-presidente. Lula viajaria sexta-feira (26) para a Etiópia. PERSEGUIÇÃO – O PT considerou a decisão um claro ato de perseguição política. O TRF4, que na quarta-feira (24) confirmou a condenação e aumentou a pena de Lula para 12 anos e um mês de prisão, havia sido informado sobre a viagem e não opôs qualquer restrição. IR E VIR – “Lula tem assegurado, pela Constituição, o direito de ir e vir, o qual somente pode ser restringido na hipótese de decisão condenatória transitada em julgado, da qual não caiba qualquer recurso, o que não existe e acreditamos que não existirá porque ele não praticou qualquer crime”, diz o advogado Cristiano Zanin Martins.

Jerusa assume Águas Claras Funcionária da administração de Águas Claras desde o governo passado e pessoa de confiança da deputada Telma Rufino (Pros), a ex-chefe de gabinete de Valdeci Machado, Jerusa da Silva Ribeiro (foto), é a nova administradora regional da cidade. A nomeação assinada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) foi publicada sexta-feira (26) no Diário Oficial.

Justo na Rede O presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), Justo Magalhães, assinará a ficha de filiação à Rede Sustentabilidade dia 7 de fevereiro. Ele será candidato a distrital numa dobradinha com Chico Leite para o Senado. Mas garante que ainda não tem compromisso com postulantes a governador e a deputado federal. Sua chegada à Rede será marcada por uma festa na Associação Portuguesa de Taguatinga, no Pistão Sul. Justo está no terceiro mandato de dois anos à frente da Acit. O estatuto da entidade não exige afastamento do cargo para a disputa eleitoral.

do grupo. O café da manhã foi antecipado das 8h para as 6h30. O jantar, que encerra diariamente às 19h30, está sendo estendido até às 22h. Nem os finais de semana estão sendo perdoados. Vem bomba por aí...

PDT quer Frejat O ex-deputado Jofran Frejat foi oficialmente convidado a ingressar no PDT. A conversa aconteceu com o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, e com o também distrital Reginaldo Veras. O partido disponibilizou legenda para Frejat concorrer ao cargo que lhe interessar – governador ou senador. LISONJEADO – Frejat lembrou que tem compromissos com o PR. Mas se disse lisonjeado com a oferta e não descartou a possibilidade de mudar de partido. SINTONIA – Ele garantiu ao Brasília Capital que está “em perfeita sintonia” com o ex-governador José Roberto Arruda, seu correligionário. “O partido acaba de me lançar pré-candidato. Aceitei a incumbência. Agora é nos unirmos para enfrentar o governador Rollemberg” SEM NOME – PDT, PPS, PSD e PRB anunciaram uma aliança para as eleições de outubro. No grupo, o único com perfil

Plano B: se os atuais aliados “roerem a corda”, Frejat irá para o PDT de concorrer a governador é o senador Cristovam Buarque (PPS). Mas ele pretende voltar a disputar a Presidência da República. Daí o grande interesse do PDT em atrair Frejat. ULTIMATO – Antes de decidir se vai ou se fica, Frejat cobra dos partidos aliados ao PR (PSDB, PMDB, DEM, PTB, PP e Podemos) o cumprimento de um acordo feito ano passado. “Ficou acertado que haveria o engajamento na candidatura de quem estivesse melhor na aceitação do eleitorado. E quem está melhor sou eu”. CORDA – Ou seja, se Paulo Oc-

távio (PP), Izalci Lucas (PSDB), Alberto Fraga (DEM), Tadeu Filippelli (PMDB) e Eliana Pedrosa (Podemos) roerem a corda, Frejat será candidato de qualquer forma pela outra coligação. CORRUPÇÃO – O ex-deputado acredita que o fato de não ser envolvido em denúncias de corrupção lhe garante melhor posição no seu grupo atual. Arruda tem dito a amigos que “há a hora de falar e agora é hora de calar”. Com o Brasília Capital o ex-governador não quis fazer nenhum comentário.


Brasília Capital n Política n 4 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

Além de sindicalista, você é filiada ao PT, que está num momento de transição após o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Você acredita que o PT deve lançar candidato próprio ao governo de Brasília? – Primeiro, devo esclarecer que não tenho cargo de direção no partido. Portanto, não falo aqui em nome do PT. Entretanto, como militante, percebo que a política brasileira, de modo geral, vive um momento extremamente delicado. Há uma descrença das pessoas em relação à política. O PT tem sido bombardeado. Isso é facilmente compreendido porque o PT simboliza um projeto que não atende interesses daqueles que sempre estiveram no comando. Isso vale para todas as instâncias. Tanto é que passamos pelo processo do impeachment e esse golpe não cessou, e tende a piorar o ataque à classe trabalhadora, como o processo que o Lula está sofrendo. Afinal, ele é a materialização do nosso projeto. Então, o PT, mais que qualquer outro partido, sofre esse ataque. Ao sofrer esse ataque, seria uma linha de defesa unir-se a outros partidos para apoiar um candidato? Ficar com uma vice-governadoria, por exemplo? Ou seria mais interessante sair com candidatura própria ao GDF? – Acho que a questão não é o outro partido. Uma aliança seria super bem-vinda. É natural. Nós tivemos momentos em que isso foi extremamente necessário e positivo no campo da esquerda. Mas hoje, em minha opinião, o Partido dos Trabalhadores precisa ter sua candidatura própria. Exatamente para enfrentar esse momento. Não se pode perder a oportunidade de ir

para as ruas e fazer o debate com a sociedade. É o PT quem tem que fazer isso. Outro partido não o fará. Você aceitaria ser a candidata do PT ao GDF? – Meu nome já chegou a ser discutido dentro do partido, mas entendo que há um processo longo pela frente e que depende muito do cenário. A situação não se resume à política local. E, independentemente de quem for o candidato, deverá ter a capacidade de unir a militância, dialogar e compreender os atuais problemas de Brasília, além de defender o nosso legado, pois já mostramos com o Lula, Dilma e nos lugares onde governamos, que nosso projeto de governo é o que melhor atende aos anseios de toda a população. Logo saberemos quem poderá cumprir melhor com esse papel. Vemos que hoje não tem nomes, mas uma linha. Esta linha seria de oposição ao Rollemberg? – Aqui no DF, sem dúvida. Nossa oposição é a esse modelo de governo que está sendo feito no DF. O Rollemberg faz um governo neoliberal e segue o mesmo modelo do golpista Michel Temer. Então, não se pode pensar em uma proximidade ou entender que esse modelo serve a nós e ao povo de Brasília. A nós quem? PT e sindicalistas? – Eu fico muito à vontade para me colocar como servidora porque poderia parecer uma crítica corporativista se nós estivéssemos falando de uma insatisfação só de quem é servidor público. Mas não é. É uma insatisfação geral. O governo sucateou todos os serviços públicos para tentar privatizar. Ele tem feito isso desde o início do seu mandato.

Entrevista / Rosilene Corrêa

O povo sabe de que lado deve ficar Orlando Pontes

Lembrada como possível candidata ao GDF, a diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa considera prematura a discussão de nomes. E, como militante sem cargo de direção, não descarta alianças do PT com partidos de esquerda. Mas, nesta entrevista ao Brasília Capital, afirma que os trabalhadores “estão percebendo os prejuízos do golpe” e que saberão de que lado ficar nas próximas eleições.

“É estratégico para a direita golpista fragilizar o movimento sindical, uma vez que as entidades ficam enfraquecidas. O fim do imposto sindical prova isso”


Brasília Capital n Política n 5 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

FOTOS: JÚLIO PONTES

“Só de 2016, com os professores, a dívida girava em torno de R$ 70 milhões. Em 2017, mais gente. A fila de 2018 já começou a andar. Só para a educação a dívida deve girar em torno dos R$ 200 milhões”

de reais. Mas não é o nosso caso. Só de 2016, com os professores, a dívida girava em torno de R$ 70 milhões. Em 2017, mais gente. A fila de 2018 já começou a andar. Só para a educação a dívida deve girar em torno dos R$ 200 milhões.

Você acredita que a insatisfação do servidor se refletirá nas urnas, como aconteceu com o Agnelo, que não foi nem para o segundo turno? – A política nos traz surpresas. O Rollemberg virar governador foi uma surpresa. Terá que acontecer algo de muito peso para mudar esse cenário. Há uma insatisfação muito forte entre os servidores. Isso vai repercutir fortemente no resultado das eleições. O último embate do Sinpro foi em relação ao Iprev. Qual é a visão do sindicato

quanto à aplicação desse dinheiro? – Precisamos separar esse processo em duas etapas. A primeira é que o sindicato lutou para que não fosse aprovado. Infelizmente o poder do executivo prevaleceu e conseguiu maioria na CLDF e nós perdemos essa batalha. A outra etapa foi a destinação desse recurso. Uma vez que já estava aprovado e nós não conseguimos reverter, nós fomos brigar para ter algo para os servidores. Não só o Sinpro, mas outros sindicatos estiveram na votação, que aconteceu no dia 15 de janeiro. Conse-

guimos um montante muito pequeno diante do total, que é de R$ 1,3 bilhão. Conseguimos uma emenda de R$ 73 milhões apresentada pelo deputado Wasny de Roure, com o apoio de outros deputados, além do compromisso do governo em destinar R$ 9 milhões por mês para os pagamentos das pecúnias. Qual a dívida das pecúnias? – Mais de R$ 500 milhões para os servidores. Cada professor, em média, teria R$ 50 mil para receber. Outros servidores têm valores que chegam a meio milhão

Quais as suas expectativas para a mudança do cenário atual no País? – O que você acha possível fazer para melhorar esse quadro? – Eu fico muito preocupada porque nosso tempo é curto. Parece-me que as pessoas começaram a entender porque nós falávamos tanto sobre o que poderia acontecer. Espero que o tempo seja suficiente, que as pessoas reflitam melhor e entendam o que está acontecendo. A discussão não é apenas partidária. É de projeto. Que Estado brasileiro nós queremos? Qual o Brasil que queremos? Para quem nós queremos o Brasil? A decisão está nas mãos dos eleitores. Temos que comparar. Por isso eu insisto que precisamos, mais do que nunca, estar nas ruas enfrentando o debate. Precisamos desconstruir o que a imprensa golpista faz – com muita competência – diaria-

mente. Nós vivemos uma queda de braço. A imprensa convenceu as pessoas disso. Mas nós não podemos desistir de mostrar o contrário. Qual o efeito da crise política no movimento sindical? – Como o foco principal do golpe é destruir a classe trabalhadora, a estratégia deles é enfraquecer as entidades sindicais. Por isso a CUT (Central Única dos Trabalhadores) é fortemente atacada. Não é diferente aqui no DF. Todo o golpe se consolidou por afirmarem que queriam acabar com a corrupção e tentaram convencer a sociedade que tudo era culpa do PT. Tiraram a Dilma do governo e não existe nenhuma acusação contra ela. O Temer chegou a ser gravado em conversas pedindo para manter pagamentos de propinas e todos os dias vemos casos absurdos de corrupção que não dão em nada. Ao mesmo tempo, os trabalhadores estão perdendo direitos todos os dias. Estão vendendo o país a preço de banana. Os trabalhadores têm percebido isso e agora sabem quem está ao lado deles. O povo saberá avaliar de qual lado ficar nas eleições.


Brasília Capital n Política n 6 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

Quem foi rei... Políticos tentam conquistar novos mandatos após ficarem quatro anos fora do poder FOTOS: DIVULGAÇÃO

Júlio Pontes

A

proximidade das eleições de outubro faz reaparecer figuras tradicionais da política do DF. Afastados do poder desde 2015, muitos deles continuaram trabalhando nos bastidores e devem se reapresentar como candidatos em 2018, depois de quatro anos sem ocupar cargos públicos. É o caso dos ex-deputados distritais Alírio Neto (PTB), Arlete Sampaio (PT), Eliana Pedrosa (Podemos), Olair Francisco (PP) e Washington Mesquita (PTB). O Brasília Capital conversou com os cinco para saber o que eles fizeram após o fim de seus mandatos e o que pretendem nas próximas eleições. Confira: ALÍRIO NETO – O policial civil aposentado disputou vaga na Câmara dos Deputados em 2014 pelo PEN. Obteve 78.945 votos, mas não se elegeu. Mudou de partido em 2016 e assumiu a presidência local do PTB. Entretanto, garante que não mudou sua rotina: “continuei fazendo o que sempre fiz: palestras gratuitas nas escolas públicas e particulares do DF contra as drogas, além da atividade político-partidária”. Ele agora pretende um voo ainda mais alto: é pré-candidato ao GDF: “visitei algumas cidades em outros países que têm sucesso em políticas públicas para co-

Alírio Neto informa que faz “palestras gratuitas nas escolas públicas e particulares do DF”

Eliana Pedrosa: tempo para si mesma e para os familiares

nhecer e aprender”, conta o petebista. Mas esclareceu: “tudo por minha conta”. ARLETE SAMPAIO – A ex-deputada, que foi vice-governadora de Cristovam Buarque, responde, bem-humorada, quando questionada sobre o que fazem os políticos sem mandato: “política”. Ela não disputou nenhum cargo eletivo em 2014. Situação que mudou para este ano. Nega que pretenda se candidatar a algum cargo majoritário: “sou pré-candidata a deputada

Arlete Sampaio declara que continuou “fazendo política”, especialmente na direção do partido

Olair: “Trabalhei 24 horas por dia em minha empresa”

distrital”. Sobre os três anos que ficou fora dos holofotes, a petista disse que passou três meses na França e conheceu outros lugares. Disse estar estudando e reforça: “continuo fazendo política na direção do partido”. ELIANA PEDROSA – “Depois que saí do mandato, dediquei um bom tempo à minha família e um tempo para mim, me reciclando com novos conhecimentos, muita leitura e conversa com pessoas que poderiam dar contribuições importantes

Washington: Três anos de reflexão sobre seu mandato

para meu crescimento”. Foi assim que Eliana definiu seu tempo sem mandato. Três vezes eleita deputada distrital, a empresária concorreu à Câmara Federal em 2014 e não obteve sucesso. Concorreu pelo PPS, recebeu 55.340 votos e não garantiu sua cadeira no Congresso. Assim como Alírio, afirma que agora disputará o Buriti: “Nosso partido tem o senador Álvaro Dias como pré-candidato a presidente e eu sou pré-candidata ao GDF”. OLAIR FRANCISCO – O que fez

o ex-deputado nos três últimos anos? “Trabalhei 24 horas por dia em minha empresa (Agittus Calçados)”. É secretário-geral do Partido Progressista do DF. Não disputou as eleições de 2014, mas pretende voltar à CLDF em 2019. “Quando não estava trabalhando no ramo empresarial, percorri o DF para entender os problemas da população”, diz. Ele se orgulha do trabalho feito como deputado: “a Câmara Legislativa ouvia mais a população, e o Executivo ouvia mais o Legislativo por saber disso”, concluiu. WASHINGTON MESQUITA – O ex-deputado passou os últimos três anos “refletindo sobre os pontos positivos e negativos” de seu mandato. Um dos responsáveis pela festa católica de Pentecostes, realizada em Taguatinga, que recebeu 3 milhões de pessoas em 2017, segundo os organizadores, Mesquita tentará voltar à Câmara Legislativa pelo mesmo partido que disputou em 2014, o PTB. Segundo ele, nesse período sem mandato, “procurei fortalecer minha base política, trazer novos líderes, famílias, pessoas para a gente se preparar melhor”. Disse ainda que em 16 de agosto - quando começará a campanha - terá um grupo “coeso, segmentado e capacitado para alcançar o objetivo que é ser eleito novamente”.


Brasília Capital n Política n 7 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br Brasília Capital  Geral  11  Brasília, 27 de janeiro a 31 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

GDF: a gestão do desperdício e do caos Após deixar 94,2 milhões de litros de água literalmente escorrerem pelo ralo no Mané Garrincha, em junho do ano passado, o Governo do Distrito Federal resolveu, agora, destinar R$ 5 milhões do dinheiro saqueado da aposentadoria dos servidores para bancar e sediar o 8º Fórum Mundial da Água, marcado para março, em Brasília: Dr. Gutemberg, isso em meio à maior presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado crise hídrica da história do DF. São esperadas mais de 40 mil pessoas para o evento. Ainda assim, o governo garante que não faltará água para todos, o que é quase surreal, já que a população vive, hoje, em sistema de rodízio. Mas, como a ideia é impressionar, já que estamos em ano eleitoral, não há limites para a criatividade ficcional

do governador Rollemberg. No ano passado, uma ligação de água “indevida” no Mané Garrincha acabou gerando uma conta de nada menos do que R$ 2,2 milhões aos cofres públicos – dinheiro nosso indo diretamente para o esgoto. Contudo, como gestão não é o forte do governador Rollemberg, não surpreende que a verba pública esteja sendo mal utilizada. Para saquear R$ 1,3 bilhão da aposentadoria dos servidores do DF, desta vez, inclusive, ele prometeu que vai, com esse dinheiro, construir escolas, postos de saúde, parques e paradas de ônibus e contratação de servidores. Ou seja, tudo o que ele não fez nos últimos três anos será feito agora, em

apenas um. É praticamente um milagre! E que bom seria se fosse verdade. Mas não é. E por falar em inverdades, seria muito bom também que, antes de falar em novas contratações, o GDF resolvesse seu problema de assédio moral constante aos servidores. Como não sabem administrar, nem Rollemberg e nem o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, eles utilizam a prática, com frequência, para tentar intimidar aqueles que se opõem aos seus desmandos. No HRT, há um exemplo bem recente disso. Depois de pedir por melhorias no atendimento aos pacientes e na condição de trabalho dos servidores em uma reunião com a chefia, o enfermeiro Diego Sampaio

foi “convidado” a se retirar do pronto-socorro do HRT e ir para o centro cirúrgico. E a transferência só não aconteceu porque o Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) notificou a direção do hospital. Porém, segundo denúncias, as perseguições são rotina na SES-DF àqueles que se recusam a assistirem calados o desmonte do SUS-DF. É a tirania daqueles que não sabem administrar e têm medo de perder o controle. Essa é a gestão que Rollemberg sabe fazer por trás das câmeras de suas propagandas fantasiosas. E salve-se quem puder, porque o legado deste governo sem rumo vai ser desastroso.


Brasília Capital n Política n 8 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

GDF não se manifesta sobre a possibilidade de usar o Centro Administrativo neste ano Gustavo Goes

T

rês anos depois de sua frustrada inauguração no último dia de governo de Agnelo Queiroz (PT), o Centro Administrativo continua sendo um gigantesco elefante branco de 182.000m² cravado na interseção entre Taguatinga, Samambaia e Ceilândia. E tudo leva a crer que a situação não mudará até o final do ano. A tendência é de que aquele que deveria ser a sede dos principais órgãos do Governo de Brasília permanecerá vazio e sem qualquer utilidade para a população. A reportagem foi ao Centrad na terça-feira (23), mas o acesso é proibido aos visitantes. Os vigilantes são orientados a não responder questionamento. Ao ser abordada, uma vigilante virou as costas e caminhou em sentido contrário. Outro profissional afirmou que nada é feito por ali e que está tudo parado. O Brasília Capital perguntou ao GDF se havia encerrado o contrato com as empresas, se tem a intenção de usar o complexo e o que pode ser feito naquele espaço ao longo de 2018. A Secretaria de Comunicação respondeu que o Governo de Brasília não se pronuncia sobre o assunto. Mesma postura teve a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos.

Elefante bra continuará i

Conjunto de prédios simboliza a falta de seriedade em contratos do governo com a iniciativa privada

Comerciantes reclamam de prejuízos Na vizinhança do Centrad, a maior decepção pelo não funcionamento do complexo é dos comerciantes. São inúmeras as histórias de empreendedores que acumulam perdas e prejuízos em seus negócios. À espera dos 13 mil ser-

vidores que ocupariam o complexo, vendedores da rodoviária de Taguatinga contabilizam investimentos mal-sucedidos, diminuição nas vendas, sujeira e falta de segurança. Rejane Pereira investiu R$ 20 mil – entre produtos e reforma na barraca. “Tínhamos banquinhas de vidro e investimos para melhorar a estrutura à espera da mudança do governo para cá. Entretanto, a mudança foi para pior, pois a realidade é que diminuiu o número de clientes”, lamenta.

“Isso já era para estar funcionando há muito tempo. A antiga rodoviária ficava em frente à estação do metrô. Muita gente passava por aqui. Agora, nós temos um elefante branco ao nosso lado. À noite convivemos com a insegurança ao passar em frente ao Centro Administrativo, pois tem muito usuário de drogas por ali”, reclama a comerciante. Vendedora de passagens para o Entorno, Milaynne Ferreira aponta que, com a diminuição do movimento,

Mudança da rodoviária im


Brasília Capital n Política n 9 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

ANDRÉ BORGES / AGÊNCIA BRASÍLIA

anco inútil

Em junho de 2016, o GDF formou uma comissão para verificar se há nulidade do contrato, seguindo a recomendação da auditoria feita pela Controladoria-Geral do DF. A área de 182 mil metros quadrados do complexo é cercada por grades de ferro. A modernidade dos prédios do Centrad contrasta com estradas de terra que dificultam o acesso a um dos portões. Há outros dois portões com acesso pela pista asfaltada que separa o complexo e a rodoviária de Taguatinga. O complexo é formado por 17 edifícios - dez de quatro andares e quatro de 15 andares – além do prédio da Governadoria, centro de convenções, estacionamento coberto e centro de convivência com restaurantes e lojas. Pelo contrato, o GDF deveria ter ocupado o espaço a partir de janeiro de 2015, pagando um aluguel R$ 17 milhões mensais ao consórcio formado pela Odebrecht e Via Engenharia, responsável pela obra. Após 22 anos arcando com as prestações, o complexo passaria a ser propriedade do GDF. O montante final de investimentos chegaria a R$ 6 bilhões. No entanto, nenhum pagamento foi feito pelo GDF até hoje. Em julho de 2015, a 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça cassou a liminar que suspendia os pagamentos à concessionária. O consórcio quer a rescisão do contrato e o pagamento de R$ 1 bilhão para quitar os empréstimos feitos junto à Caixa Econômica Federal e ao Santander.

GUSTAVO GOES

mpactou nas vendas da Rejane Pereira

Auditoria apura nulidade do contrato

JÚLIO PONTES

algumas empresas de ônibus saíram e cerca de 10 linhas pararam de operar na rodoviária. “Nossas vendas caíram 50%. Tem linhas para a rodoviária do Plano Piloto, Cruzeiro, QNL e Águas Claras que foram cortadas”. PESQUE-PAGUE – A 100 metros do Centro Administrativo, o Pesque Pague Taguatinga conseguiu manter a clientela nos últimos anos, com cerca de mil visitantes por fim de semana. Mas a expectativa era de que o nú-

mero ampliasse no início da gestão de Rollemberg, com a previsão de início do funcionamento do complexo do GDF. “Ficamos no vermelho em 2015. Felizmente, conseguimos nos reerguer e contratamos 15 funcionários a mais. Mas nossa receita não acompanhou o aumento da folha salarial com os atuais 60 empregados. Estamos aqui há 20 anos, por isso conseguimos resistir”, diz Gilberto Tashiro, dono do pesque pague.

Secretaria de Planejamento, Leany preferiu não comentar o assunto


Brasília Capital n Cidades n 10 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

Defensores de Taguatinga vencem a descrença Movimento ouve moradores para formular propostas que melhorem a vida na cidade ANTÔNIO SABINO

Valdeci Rodrigues

M

oradores de Taguatinga já estão se manifestando sobre o que consideram como falha da administração pública e o que sugerem para melhorar a vida dos 240 mil habitantes da Região Administrativa. A participação é feita em 100 urnas distribuídas em pontos estratégicos da cidade. “A maior dificuldade é mobilizar verdadeiramente a população, que é muito descrente”, afirma um dos coordenadores do grupo Defensores de Taguatinga, José Luís Lopes. A explicação, de acordo com ele, é que os cidadãos “estão saturados” de promessas de políticos profissionais. Mas a população é a meta principal do grupo que surgiu no WhatsApp. Por isso, as urnas estão espalhadas em pontos de maior concentração de pessoas, como escolas, supermercados e outros

comércios. O movimento recolherá as opiniões dos moradores até dia 10 de março. Quem não se deparar com uma urna, poderá fazer valer seu ponto vista pelo e-mail defensorestaguatinga@gmail.com. As reuniões do grupo são semanais e deverão transformar as opiniões dos moradores em propostas que serão entregues no dia do aniversário de Taguatinga, em 5 de junho, a todos os candidatos a governador do DF. Além do site, o movimento fará arrastões para chegar ao maior número possível de cidadãos. E ainda aplicativo, banners etc. O grupo tem apoio do Brasília Capital (você pode recortar o cupom publicado nesta página), por se tratar de iniciativa sem conotação político-partidária. “No grupo do WhatsApp, quando alguém tenta tirar vantagem política ou partidária de nossa iniciativa, é advertido e, se reincidir, é expulso”, afirma José Luís Lopes.

Urna: manifestação de cada um em benefício de todos

Presidente da Amaac acusa ex-dministrador O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac), Roman Cuattrin, faz novas acusações contra o ex-administrador Valdeci Machado, que pediu exoneração após ser indiciado pela Polícia Civil por supostamente ter emitido documento falso para favorecer o bar Frequência, na praça da estaçãoArniqueiras,pertencenteaIrisneide de Oliveira. Cuattrin registrou ocorrência na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) e agora diz que aquele não foi um episódio isolado. “Há outros dois indícios de irregularidades: a publicação de cartas-convite sem dar a devida publicidade; e acordo de boca com alguns ambulantes da cidade para dificultar a ação da Agefis”. PICUINHA – O ex-administrador, que é presidente da Associação Comercial e Industrial de Águas Claras (Aciac), garante estar tranquilo e que não cometeu nenhuma ilegalidade. Afirma que a publicidade foi dada no mural da Administração e que não existe a exigência de publicação de cartas-convite no Diário Oficial. “Tudo passou pela Secretaria de Cidades e foi respeitado o processo. Os relatórios solicitando as providências foram cumpridos”. Sobre os ambulantes, Valdeci diz que o único acordo existente foi feito em audiência pública na Câmara Legislativa e com o vice-governador em solenidade no Corpo de Bombeiros. O ex-administrador acredita que é alvo de “picuinha política” maquinada por Roman. “Ele quer ser candidato a deputado distrital e lançar dois diretores da Amaac. Mas, em vez de defender a cidade, só pensa no lado político. Lugar de pavão é na roça. Ele quer holofote”, dispara Valdeci.


Brasília Capital n Cidades n 11 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

Metrô ganhará duas novas estações em Samambaia Investimentos de R$ 332,9 milhões para ampliação e modernização do sistema virão de parceria entre o GDF e a União

I

nvestimentos na expansão e modernização do Metrô do Distrito Federal resultarão em duas novas estações em Samambaia. O trecho da satélite terá expansão de 3.680 metros, construção de ciclovia, viadutos rodoviários, passagens para pedestres, paraciclos (estacionamentos para bicicletas) e estacionamento de superfície. As melhorias fazem parte de duas etapas previstas no termo de cooperação entre o GDF e o governo federal, assinado segunda-feira (22). As obras começarão no fim do ano ou início de 2019. “Esta oportunidade de licitar a expansão do metrô, levando-o para outras quadras de Samambaia, e de modernizar esse que é o transporte mais bem aprovado pela população será um legado muito importante para a nossa cidade”, disse o governador Rodrigo Rollemberg, duran-

FOTOS: AGÊNCIA BRASÍLIA

Rollemberg discursa antes de assinar o termo de cooperação com Temer, em solenidade no Palácio do Planalto

te solenidade no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Michel Temer. A parceria prevê investimentos totais de R$ 332,9 milhões, que beneficiarão também outras locali-

dades como Parque da Cidade e Setor Sudoeste. Os recursos custearão três conjuntos de obras. O primeiro é a modernização da linha 1, que custará R$

129 milhões — R$ 112,6 milhões de Orçamento Geral da União e R$ 16,3 milhões de contrapartida do Governo de Brasília. O segundo, o de Samambaia, será investimen-

to de R$ 186,5 milhões, sendo R$ 162,8 milhões da União e R$ 23,6 milhões de contrapartida do DF. O terceiro será a construção de um viaduto na Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG), em ligação no Parque da Cidade e o Sudoeste. São R$ 17,7 milhões, sendo R$ 13,8 da União e R$ 3,8 milhões de contrapartida local. Esse valor inclui ainda a implementação de corredor exclusivo de ônibus no Eixo Oeste. “O metrô é o instrumento de transporte mais rápido, mais veloz e que mais atende a população. É decisivo para o desenvolvimento da capital”, afirmou o presidente Michel Temer, ao lado de Rollemberg, na solenidade no Palácio do Planalto. O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, também presente, disse que “o governo federal garante recursos para as licitações. Serão liberados quando começarem as obras”.

Racionamento o ano inteiro Valdeci Rodrigues

A recuperação do nível do reservatório do Descoberto, que chegou a 40% no final neste final semana, não acena para o fim do racionamento d’água no Distrito Federal. Numa previsão realista, o

percentual atingirá 50% em abril. Mesmo que, excepcionalmente, a situação atinja o que a Agência Reguladora das Águas do Distrito Federal (Adasa) classifica como otimista, ou seja, 70% no final de maio, continuará havendo a suspensão do forneci-

mento um dia por semana. Entre os vários cenários traçados pela Adasa, nenhum indica a normalização. O nível do Descoberto – que abastece 52% do DF – tem crescido progressivamente desde 20 de novembro. No dia 20 deste mês, ficou em 40%, tirando a

barragem, tecnicamente, da condição de alerta. Mas o estado de atenção vai de 40% a 59,99%, quando passa a ser normal. Mas, para a Adasa, mesmo que o reservatório chegue ao volume “otimista” em três meses, não há indicação de fim do racionamento.

No caso do reservatório de Santa Maria – que abastece a área central e algumas regiões nobres de Brasília – o volume tem oscilado entre 30% e 33% desde 1º de janeiro. Ou seja, ainda em estado de alerta, como neste fim de semana (34%).


Brasília Capital n Cidades n 12 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

VIGILÂNCIA AÉREA – Os dois drones do Detran flagraram 382 infrações nas vias em 30 atuações com os equipamentos para auxiliar o monitoramento e a fiscalização. As principais violações foram a não sinalização para mudar de direção (132) e o uso do celular ao volante (90).

TAGUATINGA

DISTRITO FEDERAL GUSTAVO GOES

Macaco morre com febre amarela A Vigilância Ambiental trabalha para identificar as causas da morte de um macaco encontrado na terça-feira (23) no Novo Gama (GO), no Entorno do DF. A carcaça do animal foi encaminhada ao laboratório da Universidade de Brasília (UnB) para análise. A suspeita é de contaminação pelo vírus da febre amarela. O prazo para divulgação dos resultados não foi informado.

Minilivro como convite

Fila chegou a ter 140 pessoas e uma dona de casa ficou mais de quatro dias na porta para conseguir vaga

Pais acampam em busca de matrículas Gustavo Goes A dona de casa Ingrid Pereira ficou mais de quatro dias acampada na fila no Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab). Ao mesmo tempo, o marido estava na fila no colégio vizinho, o Centro de Ensino Fundamental 15, em busca de uma vaga para a filha mais nova.

Eles foram algumas das centenas de pessoas à espera de uma das vagas remanescentes em escolas públicas de Taguatinga. Embora o GDF garanta que nenhum estudante ficará sem escola, os pais têm preferência por instituições mais próximas de suas casas ou que têm melhor perfil pedagógico. A fila aumentou na segunda-feira (22) e chegou a ter 140 pessoas no final da manhã.

AGÊNCIA BRASÍLIA

TAGUATINGA

Fim do Lixão

Aterro está sendo coberto para diminuir o chorume

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) iniciou a cobertura do aterro controlado do Jockey, conhecido como Lixão da Estrutural, fechado no sábado (20). Serão três etapas: o lixo doméstico é espalhado, depois compactado e, por último, coberto com entulho de obra e terra. A cobertura tem cerca de 50 centímetros de espessura e servirá para reduzir a quantidade de chorume e a presença de animais como urubus, além de ajudar a concentrar a maioria dos gases nos cerca de 300 dutos verticais instalados no lixão.

ANTÔNIO SABINO

Como havia prometido, o escritor brasiliense radicado em Curitiba Luís Gabriel Sousa está distribuindo em Brasília minilivros (foto), com quatro contos, como convite para o lançamento de seu segundo livro – Vendo a vida com as mãos – dia 3 de fevereiro, às 18h30, na livraria Sebinho, 406 Norte, Bloco C. O livro retrata histórias reais de brasileiros que o autor ouviu e recebeu através das redes sociais por dois anos. São histórias do cotidiano transformadas em literatura. A publicação conta com o apoio cultural do Brasília Capital.

Ônibus novos

AGÊNCIA BRASÍLIA

O Governo de Brasília iniciou a renovação da frota de ônibus da cidade com a entrega de 50 veículos na quarta-feira (24), no Palácio do Buriti (foto). O investimento atende o programa Circula Brasília. Os novos modelos têm biometria facial, sinal de sistema de posicionamento global (GPS) e um motor mais potente e econômico. O GPS será usado para fornecer os horários dos ônibus em tempo real por meio de aplicativo. A intenção é que todos os 2,7 mil ônibus sejam trocados, mas sem previsão de término.


Brasília Capital n Geral n 13 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

N

ão apenas os grileiros ameaçam o meio-ambiente no DF. A ação do Estado enquanto empreendedor imobiliário tem reduzido as áreas originalmente rurais da Capital. Criados em 1986, pelo governador José Aparecido, como fórmula revolucionária para assentar o homem no campo e assegurar abastecimento de hortifrutigranjeiros, os Combinados Agro-Urbanos (Caub) estão ameaçados. No lugar de plantações, devem brotar prédios de moradias populares para abrigar uma população de 21 mil habitantes. A ameaça maior recai sobre o Caub 1, no Riacho Fundo 2, próximo ao Balão do Periquito, para onde o GDF deseja levar a Etapa 3 do programa Habita Brasília. Quando criados, os Caubs eram vistos como uma moderna proposta de reforma agrária. Em cada Caub, cem famílias eram escolhidas via seleção pública. Milhares de pretendentes participavam do processo. O Caub 1, fundado em 1986, foi iniciativa do então secretário de Agricultura, Leone Teixeira de Vasconcelos, cada Combinado era composto por lotes de 1000 m² e chácaras de 6 hectares. Os produtores rurais morariam na vila urbana, onde teriam os recursos como escola, comércio e serviços de saúde, e produziriam nas chácaras contíguas. O projeto urbanístico de Lúcio Costa . Ele visava o plantio de laranjas em 2,5 hectares da propriedade e no restante a exploração de lavouras de subsistência. Com o passar do tempo foram agregadas culturas de hortaliças, feijão, milho, mandioca, pecuária suína e bovina, e avicultura. Com a substituição de Aparecido por Joaquim Roriz no GDF, o projeto decaiu com a falta de investimentos. Mas, segundo a pesquisadora acadêmica Ana Clara Gonçalves Dourado, no artigo As transformações na ocupação e utilização do solo no Combinado Agro-Urbano de Brasília I, desde o início dos anos 2000, vários produtores rurais retomaram as atividades: “hoje o Caub ressurgiu, aumentou a produção e consegue entrar em harmonia com o ambiente a sua volta”. A chacareira Maria do Rosário Almeida, cuja propriedade fica próxima

Por Chico Sant’Anna

GDF avança sobre áreas rurais criadas há 30 anos CHICO SANT’ANNA

Maria do Rosário e sua mãe lutam pela preservação do Caub 1, no Riacho Fundo 2 aos apartamentos do Habita Brasília, possui três mil pés de frutíferas. Mangas, pitayas, graviolas, maracujá... Até café ela produz. Ainda não recebeu o selo de reconhecimento de produtora orgânica, mas garante não usar agrotóxicos. Todo fim de semana ela está na Feira do Produtor da Ceasa e, em

breve, irá abastecer supermercados e mercearias. Está entrando também no ramo das compotas e geleias. O esforço dela foi reconhecido em 2017 pela Secretaria de Meio-Ambiente, que a atribuiu o prêmio de práticas sustentáveis, consignado a quem desempenha as ações no campo com preocupa-

ções para a temática socioambiental. Rosário, que preside a Associação local, foi surpreendida, há alguns dias, pelas máquinas da Agefis, acompanhada por representantes de cooperativas habitacionais, da Terracap e de uma empreiteira, que seria a responsável por tocar a ampliação do Habita Brasília. As máquinas cortaram cedros que demarcavam os limites da propriedade. A PM interrompeu o serviço porque Rosário tem uma sentença em seu favor que nada pode ser feito lá sem que antes a Terracap pague as indenizações pertinentes. Mas Rosário não quer indenização. Quer ficar na terra onde moram sua mãe, tia, irmãos. Todos voltados à produção. AGRICULTURA URBANA – Segundo especialistas, a ideia do Caub insere-se no modelo de agricultura urbana, praticada em pequenas áreas e destinada à produção de cultivos para utilização e consumo próprio ou para a venda em pequena escala. Para a urbanista Tânia Batella, desconstituir chácaras para implantar áreas urbanas “é um absurdo!”. “Passou da hora de suspender toda e qualquer ocupação urbana, quer por novo assentamento, quer por adensamento ou regularização até que se regularize a gestão hídrica do DF. Qualquer coisa diferente disso é irresponsabilidade.” Segundo Mônica Veríssimo, dirigente do Fórum das ONGs Ambientalistas do DF, o PDOT de 2007, em vigor, não prevê a transformação daquela área em urbana. A região abriga as nascentes dos mananciais Capão Preto e Ipê-Coqueiro. É uma região da recarga hídrica. “O GDF precisa ler o livro Um Olhar sobre o Lago, editado pelo próprio GDF”, ressalta Battella.

GDF dá respostas evasivas Procurados, os órgãos do GDF envolvidos nesse tema dão respostas evasivas. A Terracap informa que aguarda a decisão judicial definindo a indenização a ser paga. A Agefis, que promoveu a tentativa de derrubada, destaca que o processo judicial não impede o órgão de atuar, visto que as residências ocupam área pública e não possuem alvará de construção. Entretanto, a 2ª Vara da Fazenda Pública determinou que nada pode ser feito

enquanto a Terracap não indenizar a produtora rural. Talvez por isso, a Agefis diz agora que, “por prudência”, suspendeu a operação até a conclusão do processo indenizatório. Por sua vez, nem a Segesth nem a sua subordinada Codhab informou qual vai ser o destino do Caub. O GDF se fechou e o assunto está sendo tratado pela Secretaria de Comunicação e não mais pelos órgãos envolvidos.

Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com


Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

STM, ABIN, STJ. O que fazer? O Cespe é a banca do verão! Em um curto prazo, ela anunciou a organização de três grandes editais (STM, ABIN e STJ), e sabemos que, em 2018, outros grandes concursos serão promovidos por essa instituição. A prova de língua portuguesa do Cespe é famosa por ser completamente contextualizada. Em cada um desses certames, haverá, em média, 15 questões de português. Além da pontuação que pode ser conquistada, o candidato responsável deve se preparar pensando na que pode ser perdida, uma vez que há fator de correção. Por essa razão, é preciso estudar da maneira correta. Vou listar aqui dicas que vão auxiliar a sua preparação. 1. Resolva uma prova de língua portuguesa recente do Cespe por semana (no mínimo). Aproveite para contabi-

lizar quais questões você deixaria em branco e para se acostumar com a linguagem da banca nas questões de análise de textos. 2. Estude os assuntos mais frequentes nas provas do Cespe: acentuação; concordância (verbal e nominal); regência (verbal e nominal – aproveite para estudar crase); pronomes oblíquos átonos (coesão, colocação e sintaxe); funções do SE (principalmente partícula apassivadora, índice de indeterminação do sujeito e pronome reflexivo) e funções do QUE (principalmente pronome relativo e conjunção subordinativa integrante); pontuação (no período simples e no composto); semântica verbal (eu não disse tudo de verbo, mas a parte semântica – isso caiu muito em 2017) e semântica das conjunções (decore os conectivos). Tenha certeza de que você domina cada

O carnaval brasileiro nasceu nas ruas da Cidade Maravilhosa Ainda não havia a TV para transmitir os desfiles hoje tão comemorados das Escolas de Samba, mas nem por isso a animação era menor porque o festejo era transmitido pelo rádio e tinha o seu tradicional sambódromo na antiga Praça Onze do Rio de Janeiro. Isto porque, na verdade, o carnaval brasileiro nasceu mesmo foi nas ruas da Cidade Maravilhosa, que ganhou este epíte-

to quando o compositor carioca André Filho gravou esse sucesso em 1935. Historicamente, carnaval é originário do latim carnis levale, que significa “retirar a carne” (manutenção do jejum que deveria ser observado durante a Quaresma), tentativa em vão da Igreja Católica de enquadrar o evento como festividade pagã. Mas, a propósito do que era pecado mortal para o Vaticano,

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

um dos assuntos acima listados! 3. O Cespe é fanático por questões de reescrita. Treine-as da maneira correta: •Comece sempre pela análise gramatical; em seguida, faça a comparação textual. •Olhe para a questão com o seguinte pensamento: o que há de errado nessa reescrita? Grande parte das questões são erradas. •Qualquer erro gramatical pode estar presente nesse estilo de questão. Em outras palavras, praticá-las é uma forma de revisar os assuntos listados em 2. •Quando você errar a questão, procure saber por que você errou. Mas, principalmente, quando você acertar, procure saber por que você acertou. Durante o período de estudos, errar o gabarito ou acertá-lo pelo motivo errado são resultados indesejados e que não promovem a evolução do candidato. •Separe várias questões assim para exercitar em um momento específico. Esse é o seu momento “caça-erros” (em homenagem ao meu amigo Luís Telles). 4. Dedique, no mínimo, duas horas da sua semana à língua portuguesa.

5. Não inclua nesse tempo redação discursiva, uma vez que essa é a etapa multidisciplinar do concurso. Recomendo duas redações por semana. Se houver tempo, aumente a quantidade. 6. Também estude redação oficial separadamente, se for necessário. Essa é uma matéria baseada em memorização (e de conteúdo pequeno). 7. Contabilize: •Quantas questões foram feitas? •Quantos acertos? •Quantos erros? •Quantas ficaram em branco? Esse controle numérico é fundamental para que você meça o seu desempenho! Estude com disciplina, dedicação e responsabilidade e não deixe de acompanhar as dicas postadas nas minhas redes sociais e as aulas que faço gratuitamente pelo YouTube. O resultado é inevitavelmente satisfatório!

confesso que sinto saudades daqueles tempos em que se brincava nas ruas do Rio, no ritmo do Cordão do Bola Preta, o mais antigo do país, fundado em 1918; ou, como alternativa, ingressar nos blocos improvisados que surgiam em todos os cantos, até mesmo nos bondes: “Seu condutor, dim, dim / Seu condutor, dim dim, Pare o bonde pra descer o meu amor / O bonde da Lapa é cheio de chapa / E o bonde Uruguai é cheio que vai / E o Praça Tiradentes não serve pra gente...” Ou rebolar legal, sob o comando da inesquecível voz da Carmem Miranda: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar / Dá a chupeta, dá a chupeta pro bebê não chorar / Dorme, filhinho do meu coração / Pega a mamadeira e vem entrar no meu cordão...” Nos casos que chamaram a atenção, eis um deles: No desfile especial progra-

mado pelo jornal Amanhã, na madrugada de 1º de janeiro de 1950, uma passista da Portela deu à luz uma menina. Mas como todo começo tem fim, no início do ano de 1940, o fato relevante foi: “Vão acabar com a Praça Onze / Não vai haver mais Escola de Samba, não vai / Chora o tamborim / Chora o morro inteiro / Favela, Salgueiro, / Mangueira, Estação Primeira. / Guardai os vossos pandeiros, guardai / Porque a Escola de Samba este ano não sai!” Foi uma grande tristeza, mas as escolas de samba sobreviveram, com mais luxo, mas não com tanta beleza!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Fernando Pinto Jornalista e escritor


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

Filhos não educáveis Muitos pais esforçados e generosos sofrem e se culpam quando algum filho não se educa. É um erro achar que podem educar todos os filhos. Às vezes não é possível. A educação depende da receptividade do filho. Depende da bagagem trazida para provocar a ressonância. O de fora acordando o de dentro. Sem ressonância a educação não é possível.

Sócrates dizia que ele era apenas uma parteira. Educar é tirar de dentro. Existem situações que, para não perder a oportunidade, a vida arruma remédios amargos para acordar o filho ingrato: cadeia, paralisia, cegueira, doença incurável. Todo defeito de caráter atrai o remédio adequado. Quando Jerônimo Mendonça ficou cego e paralítico, sua avó desen-

As causas da obesidade são diversas e suas consequências também

Você é o que você come Quem nunca ouviu essa expressão? Trata-se de um ditado muito comum, e cada vez tem feito mais sentido, ao observarmos os caminhos que nossa sociedade tomou. É alarmante a epidemia da obesidade e das doenças crônicas. E esses quadros aparecem cada vez mais cedo. Não é a toa que os comitês de especialistas pelo mundo todo estão tentando unir forças para encontrar uma solução para

carnada avisou-o: “prefiro ver você sofrendo do que fazendo os outros sofrerem”. Essa racionalidade é que deve ser entendida e aceita por parte dos pais de filhos ingratos. Segundo Allan Kardec, os pais esforçados de filhos ingratos recebem de Deus a mesma homenagem daqueles que educaram os seus. Quando Dr. Inácio encontrou sua mãe no além e se dirigiu a ela, como mãe ela o repreendeu: “me chame de irmã. Não sou sua mãe. Estive sua mãe”. Os pais são encarregados dos filhos. O pai e mãe de todos é Deus. Kalil Gibran ensinou: “teus filhos não são teus filhos. São filhos e filhas da vida, anelando por si própria. Vêm através de ti, mas não de ti. E, embora estejam contigo, a ti não per-

esse problema. As causas da obesidade são diversas e suas consequências também. É difícil apontar apenas um vilão nessa história. Até o que há de mais moderno na ciência atual, que estuda o genoma humano, não consegue atribuir a obesidade a um só gene ou a um grupo específico de genes, visto a complexidade desse fenômeno, ou, como dizem os geneticistas, esse é um

fenótipo complexo que traz variações genéticas entre as gerações. Ou seja, a obesidade pode ter seu início na vida dos nossos pais, mesmo antes de eles pensarem em ser pais... Complicado, né? Portanto, pensar no que comemos como realmente parte do nosso organismo é importante, visto que os nutrientes terão ação em nosso corpo e muitos deles se tornarão parte estru-

tencem. Podes dar-lhes amor, mas não teus pensamentos, pois que eles têm seus pensamentos próprios. Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas, pois que suas almas residem na casa do amanhã, que não podes visitar sequer em sonhos. Podes esforçar-te por te parecer com eles, mas não procureis fazê-los semelhante a ti, pois a vida não recua, não se retarda no ontem.Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados. Que a tua inclinação na mão do Arqueiro seja para alegria”.

José Matos Professor e palestrante

tural de nossas células. Sempre que vou ao supermercado ou almoço em restaurantes, observo a composição do carrinho de compras e o que as pessoas servem em seus pratos. Ao observar esses quesitos, relaciono esses alimentos com as pessoas que ali estão e, de fato, basta uma pequena análise para perceber que é ali, na hora das compras ou nas escolhas que fazemos diariamente daquilo que fará parte do nosso prato que mudam nossa “silhueta” com o tempo.

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)


Brasília Capital n Geral n 16 n Brasília, 27 de janeiro a 2 de fevereiro 2018 - bsbcapital.com.br

CARNAVAL

Brasília toca o coração de baianos TONY WINSTON / AGÊNCIA BRASÍLIA

Gustavo Goes

B

andas de Brasília apostam em músicos do Nordeste para animar o carnaval na capital federal. Nesse período, a agenda de shows aumenta e os cachês inflacionam. Na banda Pata Kundum, o número de baianos é maior do que o de brasilienses. Dos cinco integrantes, quatro baianos da “boa terra”. O quinto não é baiano, mas já morou por lá um tempo. “Praticamente é um de nós”, diz o baterista Sóstenes Ferreira, mais conhecido como Tchok. Ele é responsável pela criação do grupo que há treze anos se apresenta no Distrito Federal. Mesmo admitindo o protagonismo dos baianos quando o assunto é axé, Tchok prefere Brasília a qualquer outra cidade. “Desde que meu irmão veio para cá, tive o sonho de morar em Brasília. O mercado é muito bom, consome axé e dá oportunidades. Em Salvador, as grandes bandas acabam abafando as menores. Aqui não tem isso”, avalia. O irmão mais velho, Jucimar Ferreira, também faz parte do grupo, que antes se chamava Banda Visão. São contratados outros dois músicos locais nas apresentações. A Pata Kundum será responsável por agitar o Bloco dos Raparigueiros, que sairá dia 11 de fevereiro, no estacionamento do Mané Garrincha. BLOCO – Inspirado em blocos percussivos de Salvador, como o Timbalada e o Olodum, o Santo Pecado é figura carimbada nos carnavais de Brasilia e tem quatro integrantes. O carnaval do conjunto acontecerá na Orla da Ponte JK, em 10 de janeiro, a partir das 16h. O repertório tem músicas autorais e interpretações de artistas renomados, como Ivete Sangalo, Natiruts e Daniela Mercury, em ritmo de samba reggae.

Suvaco da Asa, que todos anos reúne milhares de foliões, sairá sábado (27). O Suvaquinho da Asa, para crianças, desfilará antes

Carnaval de Brasília tem 136 blocos de rua cadastrados Estão previstos eventos em 21 regiões administrativas, com programação até 25 de fevereiro O carnaval de Brasília já começou e 136 blocos de rua estão cadastrados para sair às ruas. O GDF investirá R$ 5 milhões e R$ 1,4 milhão virá de um patrocínio da Ambev. A Secretaria de Cultura mapeou 206 eventos carnavalescos para fevereiro – 116 no Plano Piloto e 90 em outros lugares. As Virgens da Asa Norte foi o primeiro bloco cadastrado no Governo de Brasília a se apresentar, sábado passado (20). Neste sábado (27), vão às ruas os blocos Vai com as Profanas, Suvaco da

Asa e Suvaquinho da Asa. ESCOLAS DE SAMBA – A principal festa ocorrerá em 2 de fevereiro, quando o GDF contratará seis escolas de samba do grupo especial e duas atrações nacionais — Mart’nália e Xande de Pilares – para se apresentarem. O evento será gratuito e ocorrerá entre a Torre de TV e a Funarte. A expectativa da Secretaria de Cultura é que 2,5 milhões de pessoas participem das festas. No ano passado, o carnaval de rua arrastou 1,5 milhão de foliões. O investimento do governo foi de R$ 2,3 milhões.

Sindicato cobra mais investimento O Sindicato da Ordem dos Músicos do DF critica o investimento considera baixo o investimentos do governo comparado ao de outras capitais. “Os cinco milhões a Secretaria vai gastar só com infraestrutura e contemplar apenas 40 músicos. Não temos mais carnaval nos clubes. Em São Paulo, o investimento é de R$ 60 milhões. No Rio, R$ 100 milhões. Em Recife, R$ 37 milhões”, reclamou. Segundo o sindicato, são 18 mil filiados à Ordem dos Músicos no DF. Destes, cinco mil estão atuando.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.