Jornal Brasília Capital 360

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Ano VIII - 360

JÚLIO PONTES

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Brasília, 28 de abril a 4 de maio de 2018

CRISTOVAM BUARQUE

Rollemberg, um governo sem legado Governador do DF quando era filiado ao PT, senador diz, em entrevista exclusiva ao Brasília Capital, que Rodrigo Rollemberg não deixará nenhuma herança política para Brasília, e sofre rejeição porque optou pelo isolamento. Mesmo assim, não aponta desvios na atual gestão. Sobre seu antigo partido, dispara: “O PT não é partido do povo, é partido dos sindicatos” Páginas 7, 8 e 9

Park Way ameaçado Legalização de Arniqueiras pode dar início ao parcelamento do setor, acabando com suas características puramente residenciais Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11

Mimi negão rebate mimimi de Renato Santana Pelaí - Página 3

Arruda, Agnelo e Filippelli viram réus Eles responderão por corrupção na obra do Mané Garrincha Página 4

Temer e Aécio na mira da PF. Azeredo se enrola Página 4

Sem suas obras, Brasília seria impensável Foi Roriz Que Fez - Página 6

Cristovam: “Eu sempre fui a favor do povo. O partido não é partido do povo”


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 28 de abril a 4 de maio de 2018 - bsbcapital.com.br

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ELEIÇÕES NO PARAGUAI

x p e d i e n t e

Colorados confirmam favoritismo Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 9 8356 1491 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

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Adriano Mariano (*) Pesquisas eleitorais equivocadas, grande abstenção, apatia nas ruas e um sistema de votação vulnerável marcaram as eleições presidenciais, governamentais e parlamentares, domingo (22), no Paraguai. O vencedor Mario Abdo Benitez, do centro-direitista Partido Colorado, confirmou o favoritismo com 46,44% dos votos ante 42,74% de seu principal concorrente, Efrain Alegre, do Partido Liberal, de centro-esquerda, que contesta os resultados das eleições devido à margem apertada da diferença, de apenas 96 mil votos. O Partido Colorado também venceu o governo em 13 das 17 províncias paraguaias e conquistou 17 das 45 vagas no Senado. Esta foi a eleição presidencial mais apertada dos últimos 30 anos, apesar da onipresença do Partido Colorado, que domina a política paraguaia há mais de 70 anos – com exceção do período de 2008 a 2013 – e tem mais de dois milhões de filiados em meio a 4,2 milhões de eleitores do país. Uma unanimidade que sofre, como todo grande e poderoso partido, disputas internas pelo poder. Tais disputas, que levaram o partido à derrota em 2008, e o sentimento do “já ganhou” dos eleitores colorados, que não foram votar em massa, demonstram sua fragilidade. A participação nas urnas foi de 61%. Caso os liberais obtivessem êxito no trabalho de mobilização para estimular a população a votar e conseguissem elevar a participação aos 70%, certamente os colorados teriam amargado uma derrota presidencial.

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nRollemberg Todos querem falar do governador Rodrigo Rollemberg. Contudo, se esquecem de que ele pegou Brasília com uma dívida de 6,5 bilhões, um verdadeiro rombo. Quero dizer o seguinte: outro homem não faria diferente que ele fez por Brasília. Governador, você está de parabéns por tudo que fez por nossa cidade. Eu, como seu

eleitor, acredito no seu trabalho e na sua honestidade. Tenho fé em Deus de que o povo irá reconhecer que o senhor é o melhor para nossa cidade e vai ser reeleito, pois o Senhor é justo, e os justos herdarão o reino do céu. Gilson Carlos Gomes, via Facebook Cai na real! Você e sua equipe fizeram um péssimo governo. Somente os apa-

Adriano Mariano, consultor especialista em marketing político-eleitoral adriano@viesmarketing.com.br

Ao analisar a dinâmica eleitoral de nossos vizinhos, em especial realidades internas do Partido Colorado, torna-se inevitável traçar paralelos com os partidos brasileiros. O PSDB, do presidenciável Geraldo Alckmin, é um bom comparativo. Possui disputas internas recorrentes, que o fizeram amargar derrotas no pleito presidencial brasileiro nas últimas quatro eleições. Para esta eleição, é inegável que a máquina peessedebista com seus governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores e centenas de milhares de funcionários comissionados por todo o Brasil, sobretudo em São Paulo, está sendo mobili-

zada e, em breve, poderá começar a alavancar os ainda tímidos resultados de Alckmin nas pesquisas de intenção de voto e levá-lo ao segundo turno. É importante frisar que Jair Bolsonaro (PSL), Joaquim Barbosa (PSB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), apesar do frisson com seus virtuais bons resultados nas pesquisas, não possuem – pelo menos ainda – estrutura partidária e da máquina pública para terem força de chegada real nestas eleições. O PT de Lula, que segue encarcerado, tampouco está morto, e será um dos protagonistas . Mais que os esforços de comunicação em um contexto de extremo descontentamento com a política e potencial grande abstenção neste ano no Brasil, será o trabalho de mobilização e relacionamento, sustentado pela máquina pública e capilaridade partidária, o fator decisivo para a chegada ao segundo turno e a vitória em outubro. As eleições paraguaias servem como lição para nossos presidenciáveis e para nossos pré-candidatos a senador e deputado: mobilização estratégica de ruas, investimento em pessoas e relacionamento com o eleitor, para conquistar seu voto e, principalmente, convencê-lo a ir votar, serão cruciais para definir quem sairá vitorioso, ou não, nestas eleições. E esta é a expertise de nossa consultoria Viés Marketing Estratégico.iHasta luego, muchachos! E até breve com a nossa cobertura das eleições na Colômbia, dentro do projeto “Tour Eleições das Américas”, exclusivamente aqui, no Brasília Capital.

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drinhados que ficam te iludindo, dizendo que você tem condições de reeleição. Aécio Filho, via Facebook Arrochou todo o funcionalismo. Se pelo menos tivesse feito algo pela cidade, dava para entender. Mas nem prestigiou os servidores e nem fez nada pela cidade. E não venha me dizer que não tinha dinheiro, pois aumentou tarifas e preços públicos.

A arrecadação deve ter batido recordes. Quando ele sair e forem fazer uma auditoria nas contas, vamos saber a realidade. Daniel Evely, via Facebook Acha que me esqueci das pessoas que tiveram as suas casas derrubadas? Sem contar o IPTU, que sem explicação dobrou de valor em 2017 com a ajuda dos perversos deputados distritais? Carlos

Batista, via Facebook Não vi nada de bom neste governo, nenhuma grande obra! A saúde está péssima e ainda terceirizou o Hospital de Base. Cris Ramos, via Facebook Sobre entrevista exclusiva com Rodrigo Rollemberg publicada na edição 359. Os internautas foram provocados nas redes sociais a mandarem mensagens ao governador.


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ex-ministro José Dirceu reuniu cerca de 30 amigos no restaurante Tia Zélia, na Vila Planalto, para despedir-se da liberdade. A confraternização aconteceu terça-feira (17) e foi regada a política, rabada e galinha caipira. Cada convidado pagou R$ 50 pelo buffet, que não incluía bebidas. Dirceu cumprirá em Curitiba pena de 30 anos e nove meses de prisão.

Rosso quer garantir foro privilegiado

Sem mimimi, Santana!

Embora nas tratativas com os caciques de outras legendas, como PPS, PSDB, PTB e PRB apresente-se como opção para a disputa de uma das duas vagas de senador, o deputado Rogério Rosso (PSD/foto) dificilmente deixará de tentar a reeleição para a Câmara Federal.

As acusações de racismo feitas pelo vice-governador Renato Santana (PSD) contra o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) fizeram emergir mais um personagem nas redes sociais. O ex-presidente da Liga das Escolas de Samba de Brasília (Liesb), Almir de Sousa Figueiredo, o Mimi (foto), gravou um vídeo para garantir que Rollemberg não é e nunca foi racista.

DENÚNCIAS – Esta era a opção defendida pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. E passou a ser o desejo maior do próprio Rosso desde a última quarta-feira (25), quando a juíza Pollyanna Alves, da 12ª Vara Federal, aceitou denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal contra José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (MDB). FORO – Os dois ex-governadores e o ex-vice são acusados de receber propinas no superfaturamento das obras do estádio Mané Garrincha. Rosso, que ocupou o Buriti durante nove meses em 2010, só escapou porque, como parlamentar, tem direito de ser julgado pelo STF, para onde foi remetida a parte do processo que investiga sua participação no esquema.

A cautela de PO Pré-candidato a senador, o empresário Paulo Octávio é cauteloso quando fala sobre seus planos para as eleições de outubro. Prefere aguardar as definições de sua nova legenda, o PP, em relação às coligações que devem ser fechadas até o dia 15 de agosto. OLHO NA JUSTIÇA – Afastado da política desde 2010, quando renunciou ao cargo de governador em meio às investigações do escândalo da Operação Caixa de Pandora, o ex-vice de José Roberto Arruda (PR) também está atento à tramitação de alguns processos que correm contra ele na Justiça. SENADOR DE FREJAT – Mas sua intenção é estar numa das vagas ao Senado na chapa encabeçada por Jofran Frejat (PR) ao Buriti.

ARQUIVO PESSOAL

PRETO DE CEILÂNDIA – Mimi deu seu próprio exemplo. “Sou preto e moro na Ceilândia”, disse ao Brasília Capital. Exatamente a condição alegada por Renato Santana como motivo para ser discriminado por Rollemberg. “O que me deu angústia foi ele alegar isso”, justifica. BUCHADA – Amigo de Rollemberg e da família do governador há 30 anos, o sambista garante que o conheceu antes de ele ingressar na vida pública. “Rollemberg ia à feira da Ceilândia para comer buchada e me chamava em casa”, relembra. GATO PRETO – “Rodrigo é de dentro da minha casa. De chegar para almoçar comigo; de minha mulher fazer almoço pra ele. Em época de campanha, até dormiu lá em casa”. E acentua: “eu sou negão, sou amigo dele e tenho certeza de que ele é meu amigo. Ele me chama de “gato preto”, pela intimidade que temos, entendeu, meu irmão?”. PRECONCEITO – Ele avalia que “as pessoas falam determinadas coisas sem conhecer”. No caso de Santana, foram afirmações em discurso na Câmara dos Deputados, durante sessão em homenagem ao aniversário de Brasília, na segunda-feira (23). O vice diz que o governador esconde o preconceito e o elitismo no convívio diário com as pessoas. DESPREZO – “Sou negro. Negro da Ceilândia. Sou servidor de carreira. Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudossocialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos”, discursou Santana. MENTIROSO – O governo reagiu às acusações. Primeiro, por intermédio da Casa Civil e, depois, em nome do próprio Palácio do Buriti. Nas duas notas, Renato Santana foi chamado de inconsequente, imaturo, mentiroso e sem envergadura moral. INCAPAZ – Uma pessoa que “busca o discurso da vitimização, recorrendo a argumentos estapafúrdios para acusar o governador de preconceitos jamais alegados por qualquer pessoa séria em Brasília. Usa o método sorrateiro para esconder sua incapacidade administrativa”.

Dilma no centro de outro impeachment A abertura do processo de impeachment do governador Fernando Pimentel foi uma forma que o MDB de Minas Gerais encontrou para pressionar o PT a desistir da candidatura de Dilma Rousseff ao Senado pelo estado. CONCORRENTE – A presença da ex-presidente no pleito ameaça diretamente os planos do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB), que também quer ser senador. Foi ele o responsável por aceitar o processo de impedimento de Pimentel. CONTRA-ATAQUE – Com a batalha campal entre MDB e PT em Minas Gerais, o PT já considera a possibilidade de lançar dois nomes na disputa ao Senado. Além de Dilma, reivindica a vaga o deputado federal Reginaldo Lopes.

“Apelou” A repercussão do pronunciamento de Renato Santana nas redes sociais foi péssima para o vice-governador. A maioria dos internautas se manifestou contrária ao discurso dele. Mesmo os que rejeitam Rollemberg consideraram a fala “apelativa”. Um morador de Ceilândia disse: “Renato, você não precisa se vitimizar ao ponto de achar isso. Sua cor não define seu caráter. O Rollemberg se afundou sozinho”. E finalizou: “Sou preto e Ceilândia é quebrada de responsa”.


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Ex-governadores viram réus Arruda, Agnelo e o ex-vice Filippelli respondem por vários crimes por desvios no Mané Garrincha

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

s ex-governadores José Roberto Arruda (PR) Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice Tadeu Filippelli (MDB) agora são réus em ações da Justiça Federal, junto com outros nove suspeitos de envolvimento no esquemas de superfaturamento das obras de reforma do estádio Mané Garrincha. O acolhimento da denúncia do Ministério Público Federal tornou-se pública quarta-feira (25). A decisão de tornar os 12 citados réus no processo é da juíza Pollyana Kelly Alves, da 12ª Vara Federal, que decidiu desmembrar a análise em três ações penais. Entre eles há, além de Agnelo, Arruda e Filippelli, empresários, ex-diretores de empresas do GDF, ex-secretário e advogado. O caso é investigado pela Polícia Federal e pelo MPF na Operação Panatenaico, deflagrada em maio de 2017. Todos os denunciados são réus por associação criminosa. De acordo com os documentos, Agnelo, Filippelli e Arruda também responderão por fraude em licitação, lavagem de dinheiro

Agnelo e seu vice, Filippelli, segundo a Justiça, deram sequência ao esquema montado por Arruda antes de ser preso na Operação Caixa de Pandora

DRÁCON – O Ministério Público Federal recomenda que o STJ mantenha o recebimento das denúncias e o curso

das ações penais contra os deputados distritais Celina Leão (PP) e Cristiano Araújo (PSD), alvos da Operação Drácon. Ambos se tornaram réus por corrupção passiva após sentença do TJDFT, mas recorreram da decisão. O caso será analisado pela 6ª Turma e é relatado pelo ministro Antônio Saldanha.

Imóveis da família Temer são investigados

TJMG mantém condenação de Azeredo

Aécio Neves depõe na Polícia Federal

O jornal Folha de São Paulo noticiou que investigadores da Polícia Federal apuram o suposto recebimento de vantagens indevidas e lavagem de dinheiro no pagamento de reformas em casas que estão em nome da primeira-dama, Marcela Temer, e do filho do casal, Michelzinho, de 9 anos. Para Temer, a ação é uma tentativa criminosa de atrapalhar o país e derrubá-lo da presidência. Amigos do presidente chegaram a ser presos pela Operação Skala, da PF, em consequên-

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitou os embargos impostos pela defesa do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e manteve a condenação de 20 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. Azeredo foi acusado de montar uma operação para desviar R$ 3,5 milhões para o caixa 2 no caso conhecido como mensalão tucano. O objetivo seria garantir indiretamente recursos para sua campanha à reeleição nas eleições de 1998. A defesa pode pedir embargos declaratórios no tribunal.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Brasília após ser intimado no inquérito em que é investigado por suposto recebimento de propina da Odebrecht. O objetivo, segundo os delatores, seria obter apoio parlamentar para a construção de usinas hidrelétricas em Rondônia. Em troca, Aécio teria recebido vantagens indevidas. A defesa do senador nega, argumentando que as obras eram conduzidas pelo governo federal na época em que ele era oposição.

e corrupção passiva. A acusação de corrupção ativa recai sobre o dono da Via Engenharia, Fernando Queiroz, e o executivo da empresa Alberto Nolli. De acordo com o MPF, o executivo era responsável por firmar os acordos de propina e encaminhar os valores aos gestores públicos. Os outros réus são Nilson Marto-

cia dessa mesma investigação. O emedebista se queixou que ele e seus advogados não foram procurados para apresentar os documentos que provam a posse legal dos imóveis e disse que sempre teve rendimentos devidamente declarados ao Imposto de Renda. Em pronunciamento na sexta-feira (27), Temer disse ser alvo de “vazamentos irresponsáveis” contra sua honra e de tentativas de incriminar a ele e à sua família. “São ataques de natureza moral e não ficarão sem resposta”, declarou.

relli, Maruska Lima Holanda, Jorge Luiz Salomão, Sérgio Lúcio Silva de Andrade, Afrânio Roberto de Souza Filho, Luiz Carlos Alcoforado e José Wellington Medeiros.


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Confusão não falta, mas nada funciona como deveria no GDF

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atual líder do governo Rollemberg na Câmara Legislativa é de um partido de oposição e o primeiro deputado distrital a ocupar a função, hoje, não quer ver Rollemberg nem pintado de ouro. Fosse um fato isolado causaria mais estranheza, mas esse governo é um atoleiro de contradições, desavenças, antagonismos e traições – lembra as intrigas do reino de Avilan, da antiga novela Que Rei Sou Eu? A desavença envolvendo o vice-governador Renato Santana tem nuances próprias, mas não é um caso isolado. Desde o dia em que pôs os pés no Palácio do Buriti, Rollemberg vem rom-

pendo alianças, acordos e amizades. Quem era aliado no início do governo, hoje é crítico, opositor ou inimigo. Sem contar os que aproveitaram os benefícios de estar perto do poder e agora se afastam para não “se contaminar” na disputa eleitoral. A lista de rupturas eu mesmo inaugurei no dia 7 de janeiro de 2015 e junto comigo veio o conjunto dos servidores públicos perseguidos e injuriados pelo governador. Seis meses se passaram e o mentor da campanha que levou Rollemberg ao Buriti, o jornalista Hélio Doyle, deixou o governo e virou um crítico frequente. Não demorou para qual-

quer intenção de diplomacia sair pela porta do Buriti, com a exoneração de Rômulo Neves, ex-chefe de gabinete do governador. Na pasta da Saúde também pediram as contas, na sequência, João Batista de Sousa e Fábio Gondim – outro que não deixa de fazer críticas à atual gestão. Descartados os parlamentares que se atreveram a não concordar com desmandos, novas alianças surgiram na base do toma lá, dá cá. Em período de votações importantes para o governo houve festival de nomeações de apadrinhados de um e outro deputado. Antigamente, ditadores expunham as cabeças dos desafetos em praça pública

para servir de exemplo aos insurgentes. Hoje, no DF, o Diário Oficial é que se presta à humilhação dos que caíram em desgraça, como os oficiais do Corpo de Bombeiros, cuja exoneração foi publicada no último dia 24, por terem participado de uma reunião com o pré-candidato Jofran Frejat. Com tanta intriga e malquerer fica a dúvida se não foi retaliação a truculência no recente fechamento da pensão que funcionava na casa da família do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle. A corda arrebentou do lado mais fraco: o presidente adjunto e uma superintendente da Agefis “tiveram suas cabeças cortadas”. Antes da família Valle, 300 famílias que tiveram seus barracos derrubados no Sol Nascente reclamaram de excessos. Professores que

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

participaram do bloqueio do Eixão, em 2015, e os donos de residências nas margens do Lago Paranoá que tiveram cercas derrubadas também. Muita roupa suja ainda vai ser lavada em público até outubro. Como se dizia do reino de Avilan, no governo Rollemberg nada funciona como deveria, o que sempre causa confusão.


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Superando preconceitos

FOI RORIZ QUE FEZ

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Filippelli diz que elite intelectual condena Roriz, mas que Brasília é impensável sem as obras feitas nos seus quatro governos Da Redação

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elson Tadeu Filippelli, 68 anos, foi um dos mais próximos auxiliares de Joaquim Domingos Roriz, 81. Presidiu a Sociedade de Habitação de Interesse Social (Shis) em 1988 e acabou reconduzido à função de 1991 a 1994, período em que acumulou o cargo de administrador de São Sebastião para coordenar a transformação da antiga agrovila na 14ª Região Administrativa do Distrito Federal. À época casado com Célia, sobrinha da esposa de Roriz, DonaWeslian, Filippelli era considerado pessoa da cozinha do governador. Tanta proximidade e confiança mútua transformaram o auxiliar em espécie de fã. Para ele, as obras executadas por Roriz fazem Brasília ser impensável sem a existência delas. Ele cita, entre outras, o programa habitacional, o metrô e a Ponte JK. E não aceita falar dos dois últimos dos quatro mandatos do ex-governador sem abordar a saga da criação de várias cidades-satélites. O raciocínio de Filippelli é simples: sem a erradicação de favelas promovida por Roriz, Brasília estaria enfrentando uma situação insustentável atualmente. “Naquele tempo, havia várias invasões no Lago Sul, Lago Norte, Asa Norte e Taguatinga. Sem resolver isso, nunca mais a capital seria resgatada”, acredita. Ele compara o que poderia ter acontecido no DF à caótica situação do Rio de Janeiro.

Metrô integra lista de realizações dos governsos de Roriz que são vitais para os moradores, ao lado da Ponte JK e da Avenida L-4

Entre as cidades fundadas a partir do programa de assentamento de populações de baixa renda ele destaca São Sebastião, que, para ligá-la ao Plano Piloto, o governador determinou a construção da Ponte JK, inaugurada em dezembro de 2002. Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo I são outras cidades lembradas por Filippelli. Com elas, foi possível a transferência de 64 favelas. “Roriz era um visionário, enxergava o futuro”, diz Filippelli. Como parte dessa forma especial de ver, cita a usina de Corumbá IV, bem antes de se pensar na atual crise hídrica que atinge a capital. No seu entendimento, depois de muitas críticas e menosprezo, inclusive por parte da imprensa, atu-

almente o ex-governador está começando a ter seu valor amplamente reconhecido no Distrito Federal. O ex-secretário de Comunicação Renato Riella relaciona entre as obras que facilitam a vida dos moradores a construção da L-4. Ele classifica a via como a mais importante de todas, pois liga o Lago Norte ao Guará. Com isso, atualmente, o trânsito entre as duas localidades é mais fácil. O jornalista junta, ainda, entre as grandes realizações de Roriz, o Museu e a Biblioteca da República, na Esplanada dos Ministérios. Na intimidade familiar, Roriz é um homem emotivo e sensível, segundo Filippelli. E transfere esses traços de sua personalidade para a vida públi-

ca, “com enorme preocupação com os problemas da população”. No entanto, parte dos moradores, à época, não o via assim. Mas o antigo aliado percebe, atualmente, que as críticas e preconceitos contra o ex-governador estão sendo amenizados com o passar do tempo e a constatação de sua importância para o DF. “Hoje, Brasília o reconhece como o melhor governador entre todos os que já passaram pelo Palácio do Buriti”, diz Filippelli, que atribui à simplicidade do ex-governador o preconceito que existia contra Roriz na chamada elite intelectual da cidade e nos meios de comunicação. Resistências, aliás, verificadas, de acordo com ele, até os dias atuais.


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Entrevista / Cristovam Buarque

Por que o senhor acha que deve continuar representando Brasília no Congresso Nacional? – Deixar de ser candidato este ano iria parecer para alguns uma omissão de minha parte. Nós vamos ter anos muito difíceis no Brasil, qualquer que seja o presidente eleito em outubro. Se eu ficasse de fora, iria parecer que eu estava fugindo. Qual a contribuição o senhor ainda acredita que pode dar à cidade e ao País? – Eu não sou omisso e nem fujo. Então, serei candidato ao Senado. Apesar de já estar aqui há dois mandatos, tem muitos projetos meus que estão andando na velocidade do Congresso: devagar. E eu não quero abandoná-los. Quais são esses projetos? – São muitos, como, por exemplo, a ideia de que a educação tem que ser federal no Brasil e não só em Brasília, onde, de certa maneira, a educação é federal. E finalmente o fato de que eu tenho uma bandeira fundamental, de que o futuro do Brasil está na educação de qualidade para todos. Eu diria que todos os problemas passam por duas pernas: o problema em si e a educação. Se eu não estiver aqui no Congresso falando disso, não vai ter outro. Por isso, mesmo com 74 anos, não me sinto no direito de me omitir. Quando o senhor fala “algumas pessoas” subentende-se tratar-se do PT, que não o perdoa por ter votado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. Sem o apoio da esquerda, o senhor dará uma guinada rumo aos evangélicos? – Primeiro, eu não faço guinada aos evangélicos. Eles sempre me apoiaram em todas as minhas campanhas, salvo em 1998, no segundo turno. Na época, eles fizeram uma campanha muito dura contra mim dizendo que

JÚLIO PONTES

Cristovam Buarque: “Serei candidato ao Senado. Se eu ficasse de fora pareceria covardia”

Rollemberg é governo sem nenhum legado Orlando Pontes O senador Cristovam Buarque não enxerga legado nenhum na administração de Rodrigo Rollemberg (PSB). “Arrumar as contas não é legado porque o próximo vem e desarruma”, afirma. Também não poupa críticas ao seu antigo partido: “O PT é um partido trabalhista e

eu tinha um pacto com o demônio. Quando acabou a campanha e eu fui derrotado, fui visitar os pastores. E eles diziam: “o seu problema não é você, é o seu partido”, se referindo ao PT. Por causa do aborto e outras questões de ordem moral e não política. Os evangélicos sempre estiveram comigo. Não todos e

Mas agora o senhor está aliado ao PRB, um partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus... – A possibilidade do PRB vir para este bloco não tem relação comigo. O par-

Por que o senhor saiu do PT? – Eu não saí do PT, o PT que saiu de mim. Em 2005 eu saí do PT, e mesmo assim o partido me apoiou em campanhas minhas depois disso. Eu saí do PT por duas razões: O PT perdeu seu vigor transformador, passou a ser um partido conservador. O Partido dos Trabalhadores é um partido conservador. Isso eu digo há 15 anos. Segundo ponto é que o PT foi contaminado pela corrupção, que naquela época era ao redor do PT e depois descobriu-se que estava dentro do PT. Eu não traí nada do que acredito. Nada!

tido está visando ter candidato ao governo.

O senhor se arrepende de um dia ter sido filiado ao PT? – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tem uma frase que diz: esqueçam o que escrevi. Eu digo o contrário: não esqueçam o que eu disse e escrevi. Olha o que eu falei quando estava no PT ou no PDT, que são meras siglas. Como o PPS também é. Não temos hoje em dia partidos, temos siglas. Eu não traí nenhum dos meus princípios. Nem de comportamento, nem de vigor transformador e nem minhas bandeiras. Como o PT me aceitou antigamente quando eles diziam que a transformação vinha aumentando salário de servidor e eu dizia que a transformação vinha através da educação do filho do trabalhador. Sempre disse isso. O PT é um partido trabalhista e sindical e eu sempre fui a favor do povo. O PT não é partido do povo, é partido dos sindicatos.

O senhor apoiaria um candidato do PRB a governador? – Não sou eu que decido. Eu consegui fazer uma junção de diversas pessoas, que eu digo que não são mais azuis ou vermelhos. Eu até chamo de a

O senhor falava isso quando estava no PT? – Eu dizia isso. Não é à toa que os professores fizeram uma greve em meu governo, mesmo eu sendo o governador que mais fiz pela educação. Meus discursos

sindical e eu sempre fui a favor do povo. O PT não é partido do povo, é partido dos sindicatos”, avalia. Hoje filiado ao PPS, aos 74 anos, Cristovam diz que não tem o direito de se omitir e, por isso, continua causando polêmica com suas ideias e propostas. Afirma que desistiu da candidatura a presidente para evitar a pulverização de votos do centro.

nem fechados, até porque ninguém consegue fechar 100% qualquer classe.

cor do futuro. Cito nomes: Rogério Rosso (PSD), Izalci Lucas (PSDB), Wanderley Tavares (PRB) entre outros.


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Entrevista / Cristovam Buarque sempre foram de que a educação era o lugar da revolução. Eu sempre disse que o socialismo, se é que existe, é o filho do trabalhador na mesma escola que o filho do patrão. O PT não fecha com essa ideia. O PT diz: o socialismo é pagar bem os professores, que é uma visão sindical. Quando reitor da UnB, o senhor defendia aumento de salário dos professores... – Eu continuo defendendo a bandeira do professor sempre que ela for necessária para a educação. Não tem educação boa sem professor ganhando bem. Na verdade a minha proposta é muito mais radical do que a do PT em relação a salário. Eu defendo que o professor tenha salário de R$ 15 mil, numa nova carreira, com seleção mais rígida e outros pontos.

nuir. Se tivesse isso há 30 anos, o Brasil não estaria na crise que está. Não haveria uma maneira de proteger os investimentos na Saúde e na Educação? – Para não haver aumento na carga tributária sem o teto, só tem uma maneira: inflação. Ou controlam-se os gastos ou controla-se a quantidade de mercadoria no carrinho de supermercado. O teto é uma questão de aritmética. Não se pode gastar mais do que se arrecada. Então é uma questão de se eleger prioridades? – É uma questão de lutar por prioridades. O problema é que o PT não quer brigar com os servidores sindicalizados da Justiça, por exemplo.

Seria a meritocracia? – Os pontos são: seleção mais rígida; o professor só ser contratado após um ano em sala de aula para se ver o resultado; não ter estabilidade plena; avaliação periódica, analisando resultados de desempenho e provas de atualização. Enfim, temos que ouvir os professores para saber os critérios. Mas tem que saber: os alunos estão aprendendo de fato? Outra postura sua que desagradou aos seus ex-aliados, hoje oposição ao governo Temer, foi o voto favorável à PEC 95, do teto de gastos. Seria uma medida contra a educação... – Tentam passar essa falsa imagem. A PEC do Teto limita o gasto total, permite aumentar para educação, se diminuir salário de deputado, senador e juiz. Permite construir mais escolas, se não fizer mais estádios. Na PEC, você tem que optar onde aumentar, mas dizendo onde vai dimi-

O PT é um partido trabalhista e sindical e eu sempre fui a favor do povo. O PT não é partido do povo, é partido dos sindicatos

Mas não pode haver uma inversão? Por falta de luta, como o senhor disse, aumentar o gasto em outras áreas e a educação e a saúde passarem a receber menos? – Pode. Isso é democracia. Caso aconteça é porque a gente não lutou ou não tem força. Eu prefiro que certas áreas não tenham mais recursos, se for necessária uma ditadura para que elas tenham. Porque a outra maneira de aumentar na educação é uma ditadura que diga: vamos aplicar todo nosso dinheiro em educação. Eu não quero essa ditadura. Ou seja, isso é positivo! Os ricos podem não lutar por isso. Afinal, têm condições de pagar por uma educação de qualidade. O senhor não considera que pode ser mais complicado o Estado deixar de ter essa obrigação e depender da boa vontade dos que têm melhores condições? – Mas é mentira! Eles gastariam de qualquer maneira. Mas aí gastariam com inflação. Por exemplo: aumentariam salário de professores, mas não o seu poder de compra. Não está na hora de brigarmos com essa elite? Eles podem não usar o dinheiro para a educação, mas aí depende de nós. A classe intelectual está no comodismo. Não quer brigar porque não quer apontar de onde tirar. Por que ninguém da UnB ficou contra a construção do Estádio Nacional que custou R$ 2 bilhões? Com o dinheiro do estádio não haveria crise na UnB por 20 anos. Ninguém se manifestou porque o dinheiro era livre. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) disse que sua atuação no Senado está aquém do que a sociedade brasiliense espera do senhor.

Rollemberg tem característica de gostar do isolame que o governo dele é ruim. Ele é que é isolado. Arr legado porque o próximo vem e dess

O que diria para o governador? – Ele é muito ocupado. Não tem muito tempo para pensar no que dizer. Falou da boca para fora, eu tenho certeza. Ele sabe que dizer que eu não fiz nada não procede. Eu tenho uma folha de serviços prestados. Eu tenho 19 leis sancionadas, fora as mais de 100 que estão tramitando no Congresso. Eu disponibilizei uma quantidade enorme de emendas para o governador. Inclusive, ele merece elogios, porque sabe gastar o que a gente manda para lá, ao contrário do Agnelo, que não conseguia gastar. Somente para educação, durante os três anos de governo Rollemberg, destinei R$ 16 milhões para educação no DF. Em 2015, R$ 5,6 milhões foram destinados para a educação no DF. Ele só não usou R$ 250 mil que mandamos que seria para educação básica. Ele é bom de gastar, melhor que o Agnelo. Ele só não lembra de onde veio o dinheiro que ele gasta.

A que o senhor atribui a alta rejeição ao atual governador? – A ele próprio. Ele tem uma característica de gostar do isolamento. Não posso dizer que o governo é ruim. Ele é que é isolado. O governo não tem um legado. Arrumar as contas não é legado, porque o próximo vem e desarruma. Eu não sei aonde ir para mostrar uma obra de Rodrigo Rollemberg. Eu estava com ele. O Reguffe estava com ele. O PCdoB, o PDT estavam com o Rodrigo. Vocês conversaram logo após a eleição? – Eu fui ao gabinete dele na terça-feira, após sua eleição, e entreguei um papel. Ele achava que eram indicações políticas, mas eu não faço isso. Eu disse: “Rodrigo, aqui estão minhas contribuições ao seu governo. Os dez erros que eu cometi no meu”. Quais foram os erros? – Eu não lembro todos. Um de-


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FOTOS: JÚLIO PONTES

ento. Não posso dizer rumar contas não é saruma

les foi criar uma secretaria de governo para contato com os trabalhadores e trouxe para ser o secretário um dos membros do Sindicato dos Professores. O que aconteceu? A briga interna do sindicato veio para dentro do meu governo. Outra: aumentei 66% o salário dos professores nos primeiros três meses de governo. Resultado: quase quebro o governo, o sindicato não precisou fazer greve para reivindicar e não agradeceu, e dois anos depois a categoria se esqueceu desse aumento. Quem é essa pessoa. O Hélio Doyle? Não vou dizer o nome... Mas acho que o Hélio tem um papel importante no isolamento do Rodrigo. Alguém convenceu o governador de que eu e Reguffe seríamos adversários dele nas eleições 2018, que não apoiaríamos sua reeleição. Nós garantimos que não e cumpri-

mos nossa palavra. Eu não serei candidato ao governo e Reguffe vai terminar o mandato dele no Senado.

Caso Ronaldo Fonseca não seja o escolhido, quem seria o segundo senador na sua coligação? – Hoje, o Rosso.

Por exemplo? – Por exemplo, o controle de gastos e o enfrentamento ao corporativismo. Sou favorável às parcerias público-privadas. Temos que fazer essas experiências, como do Hospital da Criança, que eu também estou na luta.

E daqui a dez minutos? – Vai depender da chapa para deputado. O Rosso não está brigando para ser senador, mas disse que pode ir se for preciso.

Por que o senhor recuou do projeto de ser presidente da República? – Porque o meu partido, o PPS, entendeu - e hoje eu concordo - que lançar mais um candidato pulverizaria a eleição e facilitaria chegar Bolsonaro e Ciro Gomes no segundo turno. Nós devemos construir alternativa que não seja nostálgica para o Brasil. Porque, neste caso, ou voltaria o passado autoritário ou populista. Não podemos voltar o populismo e nem a ditadura. Quem seria esse nome, hoje, que unificaria, na ótica do PPS? Alckmin? – Hoje a que horas? Porque daqui a 10 minutos tudo pode mudar. Depende. O PPS de São Paulo é com o PSDB. O resto está muito solto. Poderia ser o Álvaro Dias. Não dá para saber. Nunca chegamos a um processo eleitoral onde tanta gente não sabe quem é seu candidato. O deputado Ronaldo Fonseca (Pros) será o segundo candidato na Frente Evangélica que o senhor está articulando? – Não tenho conversado com ele. Não existe uma Frente Evangélica. É ilusão achar que esses grupos evangélicos vão votar todos na gente. E não sou eu que faço esse trabalho. É o Vanderlei. Não sei como está isso. Ele é presidente do PRB e integra a Assembleia de Deus desde o avô. É do pastor Egmar, que já foi candidato a deputado.

E o vice? – Também não sei. Temos três nomes – Izalci Lucas (PSDB), Rosso (PSD) e Wanderley Tavares (PRB) – e um lugar para governador. Nenhum deles quer ser candidato majoritário fora do governo. Qual dos três é mais viável? – Se eu soubesse já teria dito. Qual sua mensagem para Brasília? – Como ex-governador e senador, sinto compromisso profundo com Brasília. Quero dar o máximo em contribuições para a cidade. Começando por coordenar uma chapa que permita tirar a cidade da polarização vermelho e azul. Vamos ser sérios nas contas, sem gastar mais do que arrecada. Ser um governo responsável nas contas e sério na política. Mas não é isso que Rollemberg tem feito? – Isso nas contas. Não vamos ver essa promiscuidade com a Câmara, como Rollemberg teve. Tem uma tradição no DF de promiscuidade do governo com empreiteiras e com sindicatos. O meu não teve. Nesse governo não teve. Temos que reconhecer que Rollemberg teve um governo sério, mas sem legado. Não se sabe se as contas dele estão arrumadas. No nosso governo todo brasiliense terá direito a um check-up de saúde. Isso é barato com as novas técnicas médicas. Tem que ser um governo que traga um projeto de desenvolvimento para que as pessoas continuem investindo em Bra-

Temo que o Brasil caminhe para desejar duas coisas: o regime autoritário e a inflação. O Brasil, historicamente, é um pouco viciado nessas duas coisas

sília. E comprometido com o meio ambiente. Não podemos mais ter escassez de água. Temos que fazer com que a população sinta orgulho de gastar pouca água. Ouvindo o povo ou apenas com ideias de vocês? – Nós ouvimos a população sempre. Fiz um orçamento participativo e o Saúde da Família. Não podemos cair no democratismo. O programa vai ser elaborado em debates. A situação da UnB tem solução? – A solução a longo prazo é organizar as contas do setor público brasileiro e ser mais rígido nos gastos a longo prazo. A solução só virá se equilibrar as contas. Como vamos aumentar os gastos públicos com rombo na Previdência? Tem que ter reforma. Quem combate essa reforma alega que o governo

não cobra dos grandes devedores, como os bancos... – Os devedores deveriam estar na cadeia. É lamentável eles estarem soltos. Apesar de eu acreditar que se eles forem presos, não pagarão. Mas, enquanto isso, tem que pagar os idosos. A outra solução seria a inflação, que ninguém quer. Temo que o Brasil caminhe para desejar duas coisas: o regime autoritário e a inflação. O Brasil, historicamente, é um pouco viciado nessas duas coisas. O senhor defende isso? – A inflação não pode voltar. Para não voltar a inflação, tem que controlar os gastos. O Congresso deveria ter reduzido os gastos. É o mais caro do mundo. Esses palácios que são construídos, estádios... todo peixe pequeno que fez Copa e Olimpíada se deu mal. Eu quero ganhar a Copa e não sediar a Copa. Fizemos o contrário. Sediamos e perdemos. Quero fazer 7 a 1 em Berlim. Quem hoje reclama da falta de dinheiro não fez nada para impedir a Copa. Apenas aplaudiam. Corrupção não é só tirar dinheiro do Estado e colocar nos bolsos dos políticos. Corrupção é deixar a comunidade do Sol Nascente com 50 mil pessoas sem água e esgoto e ter um palácio como este do Congresso construído. O senhor vê algum candidato a presidente afinado com esse discurso? – Penso que o pior problema das eleições não é a pulverização, é má qualidade do discurso dos candidatos. Para mim, o pior é que não se vá votar com esperança, mas sim com raiva. O ódio não é um bom conselheiro. A eleição para presidente é o momento de ir-se à urna com esperança, pensando no futuro. Quem hoje capta isso olhando para os candidatos? Os eleitores estão com ódio de todos.


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Por Chico Sant’Anna

Sob a vigilância de Telma Rufino DIVULGAÇÃO

GDF avança na legalização de Arniqueiras comprometendo sustentabilidade do Park Way

A

legalização de Arniqueiras, Chácaras Bernardo Sayao e “áreas remanescentes do Park Way” foi aprovada terça-feira (24), por maioria de votos, pelo Conselho de Meio Ambiente do DF (Conama). A reunião foi tensa. Representantes da sociedade civil e até de órgãos técnicos questionaram a base técnico-científica das medidas tomadas. Levado à frente na forma proposta, a população da região poderá pular dos atuais 45 mil para cerca de 70 mil habitantes. Aos atuais moradores dos lotes criados irregularmente, a Terracap procederá a venda direta. Mas a empresa, que atravessa dificuldades financeiras, pretende licitar outros terrenos. Isto deve aumentar a população local em até 50%. Mesmo antes de qualquer decisão do Conama vir a público, vendas irregulares de lotes eram vistas no setor. O GDF alega que só serão regularizados imóveis constituídos até dezembro de 2016. Entretanto, não há listagem dos lotes pré-existentes na data citada, muito menos daqueles que estão

Comércio ilegal: mesmo sem regularização, a venda de imóveis na área ocorre a céu aberto dentro das Áreas de Preservação Permanente (APP) e encostas íngremes que precisarão ser desconstituídos, em cumprimento à legislação ambiental. VIGIANDO – A deputada distrital Telma Rufino (Pros), que tem base política em Arniqueiras, foi pessoalmente acompanhar a votação do processo e sentou-se à mesa diretora do Conama, ao lado do novo secretário de Meio Ambiente, Felipe Augusto Fernandes Ferreira. A presença ostensiva da parlamentar foi vista, por alguns dos presentes, como quem “fora vigiar se as coisas seriam feitas direitinho, do jeito que ela deseja”. A proposta de se juntar as três áreas tem por objetivo usar áreas verdes ainda existentes no Park Way para viabilizar as compensações demandadas em Arni-

queiras e Bernardo Sayão, que ocuparam demasiadamente a terra. Da junção das três localidades pode nascer a 32ª Região Administrativa do DF, com a retirada das quadras de 3 a 4 da RA do Park Way. “A decisão do Conama selou em definitivo o início do parcelamento do Park Way em lotes menores, com direito a todo tipo de comércio e alturas. A partir de agora, deu-se início ao ocaso do último bairro que, por força e coragem da comunidade, tinha resistido e se mantido como bairro exclusivamente residencial. Vale lembrar que o Park Way é um espaço urbano planejado e que nasceu de forma legal. Já Arniqueiras é fruto de um fracionamento selvagem de antigas chácaras rurais”, salienta a ambientalista Mônica Veríssimo, integrante do Conama.

DESMEMBRAMENTO – Permanecendo como está o processo, o tamanho das unidades imobiliárias hoje existentes no Park Way deve ser reduzido e a taxa de ocupação de cada lote poderá chegar a 80% da metragem, enquanto o limite atual é de 45%. As edificações poderão ter até três andares. Uma alternativa seria a análise das três localidades separadamente. “Ali são realidades urbanísticas e ambientais distintas, com impactos diferenciados para a bacia do Lago Paranoá. Os setores Arniqueiras e Bernardo Sayão aumentam a poluição hídrica da já combalida bacia do Riacho Fundo. Já o ParkWay presta serviço ambiental inestimável, por filtrar as águas daqueles setores que se encontram a montante”, diz Mônica.


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DIVULGAÇÃO

Ao lado do secretário de Meio Ambiente, Felipe Augusto Ferreira, a deputada Telma Rufino coordena a reunião do Conama

As rusgas entre Ibram e ICMBio Como dois tucanos que não se bicam, Ibram e ICMBio deixaram claras suas rusgas. Os dois órgãos divergem, por exemplo, quanto à margem de proteção dos córregos. O ICMBio entende ser de 30 metros nos trechos da APA do Planalto Central, mas o Ibram propõe a redução para 15. Há ainda alertas da Defesa Civil quanto aos terrenos de encostas que, por lei, devem ser protegidas, inclusive para evitar catástrofes em períodos de chuva intensa. A arquiteta e urbanista Regina Fittipaldi, também integrante do Conama, cobrou uma postura ética nesses processos de regularização do solo no DF. Um comprometimento de que as regularizações não venham ser estímulos para novas ocupações irregulares. Outro ambientalista, Miguel Von Berhn questiona o fato de não terem sido ouvidos os conselhos gestores das Unidades de Conservação que serão afetadas pela decisão do Conama, uma vez que eles são instâncias legais do processo decisório.

Moradores resistem O sinal verde do Conama para que avance a regularização dessas áreas deve enfrentar a oposição de moradores. Eles estão dispostos a recorrer ao Ministério Público e à Justiça para assegurar a qualidade ambiental de suas áreas e, em especial, a preservação do Park Way. O Conselho de Segurança do bairro (Conseg-Park Way), inclusive, já solicitou audiência junto à Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (ProUrb). Pela temperatura, o que pode render votos para Telma Ruffino deverá representar mais uma dor de cabeça para o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Deputada nega criação da 32ª RA “Arniqueira continuará em Águas Claras, Bernardo Sayão no Guará e Park Way no Núcleo Bandeirante” A deputada Telma Rufino (Pros) nega que o projeto de regularização do Setor Habitacional Arniqueiras seja o embrião para a criação da 32ª RA do Distrito Federal ou o ponto de partido para alteração da poligonal do Setor de Mansões Park Way. Em nota, a parlamentar afirma que “por estarem ambientalmente ligados, eles fazem parte do mesmo processo de regularização”. Mas que Arniqueiras permanecerá em Águas Claras, Bernardo Sayão, no Guará e Park Way, no Núcleo Bandeirante. “As Diretrizes Urbanísticas foram elaboradas pela Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth) e aprovadas em 2015. Cabe ressaltar que a inclusão dos três setores em um mesmo processo de regularização é uma decisão da Terracap, proprietária das terras, acatada pela Segeth e que não compete à atividade parlamentar a elaboração de projetos urbanísticos”, diz a nota. Igualmente acentua que “o processo de regularização de Arniqueira encontra-se em fase final, com previsão de análise pelo Conselho do Meio Ambiente do DF na quarta-feira (2 de maio), e subsequente envio para o Conselho de Planejamento do DF”. E prossegue: “A deputada Telma Rufino, presidente da Comissão de Assuntos Fundiários da CLDF, defende a regularização como única saída real para o combate à grilagem de terras, ao crescimento desordenado das cidades e para a implantação de infraestrutura digna e condizente com o que preconiza a Constituição Federal e a legislação brasileira”. A nota finaliza esclarecendo que a deputada compareceu à reunião do Conama na condição de moradora da área que luta pela regularização, e só foi convidada a compor a mesa porque “figura como autoridade”.


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CASAMENTO EM PROVA DE TRIATLO – Dois casais formalizaram união em uma prova de triatlo, no Pontão do Lago Sul. Antes dos pedidos, Rodrigo e Raquel, e Amilton Lobo e Patrícia Costa nadaram 1,9 Km, pedalaram 90 Km e correram mais 21 Km, num total de 112 km de prova, com 4 horas de duração. Rodrigo pediu a mão da noiva em casamento na linha de chegada. Já Amilton usou o sistema de som da prova para pedir a de Patrícia. A cerimônia teve chuva de arroz e vestido de noiva estilizado.

DISTRITO FEDERAL

GUARÁ WYL VILLAS BÔAS

Sorte na Mega-Sena O ganhador dos R$ 9.349.630,55 do concurso 2033 da Mega-Sena é um morador do Guará I, em sorteio no último dia 20. A aposta premiada foi realizada na lotérica Guará da Sorte, na QE 2. E não foi a primeira vez que sai um prêmio no mesmo estabelecimento. Em 2013, o valor de R$ 2,8 milhões saiu de lá. As seis dezenas sorteadas foram 10 – 18 – 33 – 38 – 40- 43.

TAGUATINGA

Espaço da Mulher

Hospital da Criança de Brasília continuará sendo gerido pelo Icipe, como desejava Rodrigo Rollemberg Paulo Otávio (2º da dir. p/ esq.) e diretores da empresa coreana diante da placa de inauguração da Dragon Motors

A Administração de Taguatinga inaugura, às 10h de segunda-feira (30), o Espaço da Mulher. No local serão oferecidos cursos, palestras e oficinas de empreendedorismo, serviço social, atendimento jurídico e psicólogo. O evento é uma homenagem ao Dia Nacional da Mulher, comemorado nessa data.

SsangYong abre concessionária no aeroporto

ÁGUAS CLARAS

A montadora coreana SsangYong inaugurou quarta-feira (25) sua primeira loja no Distrito Federal. A concessionária Dragon Motors é o mais novo empreendimento do Grupo Paulo Octávio no segmento de automóveis. Uma linha sofisticada de carros está à venda. Entre os modelos estão o Tivoli e

BERTOLUCCI

oSuvPremium coreano com design italiano. A concessionária fica localizada na Estrada Parque Aeroporto (EPAR), que dá acesso ao terminal Internacional de Brasília. A festa reuniu empresários, empreendedores do setor automobilístico e diretores da fábrica coreana.

Valeu o esforço do GDF

Água ficará mais cara

Dia da Liberdade de Impostos

A gestão do Hospital da Criança de Brasília José Alencar continuará com o Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe). Ficou decidido em audiência de conciliação entre governo e Ministério Público terça-feira (24). Uma semana antes, autoridades, políticos, médicos, pacientes e seus familiares deram um abraço coletivo simbólico contra a decisão da Justiça de retirar o Icipe da gestão do HCB.

A conta de água ficará mais cara a partir de 1° de junho. O percentual de reajuste será divulgado segunda-feira (30) pela Caesb, com publicação no Diário Oficial do DF. A primeira correção seria referente ao ajuste anual, já previsto. A segunda, extraordinária, seria para recompor as perdas da empresa em função da queda de arrecadação por conta do racionamento de água, que já dura mais de um ano.

Dezessete estados brasileiros aderiram à campanha do Dia da Liberdade de Impostos, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que neste ano chega a sua 10ª edição, em 24 de maio. Durante o projeto, os produtos serão vendidos sem o valor dos tributos embutidos. Os itens vão de roupas e cosméticos, carro zero quilômetro, passando pela gasolina em diversos postos. O Distrito Federal participará junto com 16 estados.

Documentário para comemorar aniversário Águas Claras (foto) irá comemorar 15 anos no dia 6 de maio, e ganhará de presente seu segundo documentário. O primeiro foi produzido em 2006 pelo jornalista João Carlos Bertolucci. O filme com 12 minutos, intitulado Águas Claras – Século XXI – Primeira parte foi premiado na maior feira da construção civil da América Latina – que acontece anualmente no Rio de Janeiro -, por narrar a saga de um dos maiores canteiros de obras do Brasil. A entrega teve a presença do então governador Joaquim Roriz e do ex-administrador da cidade, Hilton Mendes. A segunda versão será lançada no dia 31 de maio, com o titulo“Águas Claras, aqui o coração bate mais forte”. Duração de sete minutos.


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Sinpro convida categoria a se manifestar no 1º de maio da Classe Trabalhadora A diretoria colegiada do Sindicato dos Professores no DF convida os professores e orientadores educacionais a se manifestarem neste 1º de maio, participando das atividades promovidas pela CUT Brasília – construídas conjuntamente com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo em comemoração à data que é marco da luta dos trabalhadores no mundo inteiro. Dois anos após o golpe de estado que depôs a presidenta legítima Dilma Rousseff, o Brasil vive uma espiral de violência política, de obscurantismo e de agressões aos direitos fundamentais. Por isso mesmo, os dirigentes ressaltam o momento histórico pelo qual passa o pais e a necessidade de unidade na luta dos trabalhadores. Este ano, as atividades reafirmam as bandeiras Marielle Vive e Lula Livre, em contraposição à ofensiva das forças do atraso que tentam dominar o país desde o golpe de 2016. Em defesa da democracia, dos direitos, dos empregos, das aposentadorias, de Lula livre e sendo candidato nas próximas eleições, e contra a impunidade no assassinato de Marielle, o evento reunirá trabalhadores, sindicalistas, militantes e estudantes. A programação terá início às 9h, no estacionamento entre a Funarte e a Torre de TV, e contará

com debate político, apresentações culturais, brincadeiras para crianças e o encerramento por conta do Samba de Tapera. O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores de Brasília, professor Rodrigo Rodrigues, destacou que a participação de todo conjunto da classe trabalhadora fortalecerá o embate frente ao acirrado cenário político e o avanço do Estado de exceção. “Frente a esse momento de intensas ofensivas contra nossos direitos e contra a democracia, precisamos ratificar essa data tão importante para os trabalhadores, sem nos esquecer do que ela representa e de quantas lutas enfrentamos para chegar até aqui. É um momento de celebração, mas, sobretudo, de resgate e reflexão”, apontou. Serviço 1º de Maio da Classe Trabalhadora Quando: 1º de maio (terça-feira), a partir das 9h Onde: Estacionamento entre a Funarte e a Torre de TV


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Como compreender cada “como”? Não quero dissecar todas as funções gramaticais dessa palavra, mas quero ensejar o entendimento semântico dela com exemplos Sabemos que, em nossa amada língua portuguesa, existem diversas palavras que são capazes de desempenhar múltiplas funções – morfológicas, sintáticas ou semânticas. Você, certamente, já “quebrou a cabeça” algumas vezes tentando saber todas as funções do “que” ou do “se”. Nesse grupo de vocábulos especiais, há mais um: o “como”. No artigo de hoje, não quero dissecar todas as funções gramaticais dessa pa-

lavra, mas quero ensejar o entendimento semântico dela. Veja os seguintes exemplos: 1. Como você estuda muito, será em breve aprovado! 2. Ele é inteligente como você! 3. Como dizem os estudiosos, a capacidade humana é infinita! 4. Não só ele como você são excelentes pesquisadores!

O câncer é traiçoeiro: quando ataca, mata! A todos que leem este texto, fica um alerta: por amor a si mesmos, não deixem de fazer o exame preventivo anual Pela ação mortal desse tumor maligno, rotulado como câncer, perdemos, em pouco tempo, grandes amigos aqui de casa (sem contar os que a gente conhece e que são publicados quase diariamente no Obituário dos jornais. Nesse rol específico, inclui-se o conhecido cientista político João Paulo Peixoto, professor da UnB, marido de Dóris Marise Peixoto, irmã espiritual de minha mulher Lêda Maria. Portanto, ela cunhada

e ele meu concunhado, que só descobriu a presença do tumor dois anos antes do óbito – aliás, o que sempre acontece com frequência indesejável(*). Nessa relação dos que partiram para o Oriente Eterno, atacados traiçoeiramente pela maldita doença, acrescento o nome de nossa eterna amiga Lúcia Garófalo, cuja linda voz toda a cidade conhecia através da locução da Brasília Super Rádio FM, principalmente na apresen-

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

Em todas as orações, o vocábulo “como” é, morfologicamente, conjunção – que é um grupo de palavras sem classificação sintática. Todavia, cada um deles possui um valor semântico. Em 1, note: primeiro ocorre o estudo; depois, a aprovação. Em outras palavras, é nítido que uma ação precisa ser executada primeiro para que haja uma consequência. Entende-se, portanto, que “como” introduz uma oração de valor causal. Seria semelhante a você será em breve aprovado, porque estuda muito! Obs.: toda causa é sempre acompanhada de uma consequência, e vice-versa! Em 2, claramente há uma semântica comparativa! Há dois indivíduos inteligentes, e um é tão inteligente quanto o outro! Nesse caso, é possível perceber que, após “você”, está implí-

tação do programa diário “Um Piano ao Cair da Tarde”, transmissão que emocionava a todos os ouvintes, inclusive um certo chorão meu conhecido (eu). E relembro, com saudade, de quantas vezes levei artistas para que ela entrevistasse, incluindo nossa amiga comum, a cantora carioca Waleska, que também embarcou na viagem sem volta levada pelo câncer maldito! Mais recentemente, estou aguardando que o SUS marque e confirme uma cirurgia autorizada por Lei de um grande amigo, sem recursos (ele não tem plano de saúde e só descobriu que tinha o tumor no pulmão há pouco tempo). Não cito o seu nome porque, por experiência própria, sei que os contaminados pela doença sentem vergonha de informar que são cancerosos, muito embora o mal não seja contagioso. Em setembro do ano passado, minha médica, Dra.

cito o verbo “é” (ele é inteligente como você é). Em 3, a informação de que a capacidade humana é infinita não foi formulada por mim, mas está em conformidade com o discurso de estudiosos. Em outras palavras, segundo/conforme/ de acordo com estudiosos, a capacidade humana é infinita! Por fim, em 4, perceba: ele e você/ tanto ele quanto você são excelentes pesquisadores! A semântica atrelada ao texto agora é de adição! Volto a dizer: neste artigo, não estão todas as funções do “como”, mas já é um bom começo para atiçar a sua curiosidade!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Ana Maria, localizou o tumor no meu intestino. E eu sentia pudor em revelar aos meus amigos. Mas graças à habilidade das abençoadas mãos de seu marido, o cirurgião oncologista Dr. Eduardo Vaz, ele salvou a minha vida, extirpando o tumor sem o risco de metástase, ou seja, sem que o câncer se espalhasse além do local onde começou. (*) A todos os que lêem este texto, fica um alerta: por amor a si mesmos, não deixem de fazer o exame preventivo anual, quando o câncer poderá ser localizado no início, sendo mais fácil de extirpá-lo, prevenindo a possibilidade de metástase.

Fernando Pinto Jornalista e escritor


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Você sente-se inferior? Muitos ricos só se dão importância do estado ilusório em que viveram na hora da morte. “Tem gente que é tão pobre que só tem dinheiro” Não. Você não é inferior. Você está inferior porque não conhece ou não acredita no potencial divino que habita dentro de você. Você sente-se inferior porque aceita os critérios da sociedade baseados em valores materiais, transitórios. A sociedade usa esses valores para dar-se importância. Riqueza, conhecimento, cor da pele, origem, sobrenome, cargos e diplomas são valores desse mundo, mas de nada

valem diante dos valores espirituais, exceto se forem usados também para conquistar os valores eternos. Solidariedade, fraternidade, honestidade, sinceridade, vontade, fé, generosidade, alegria verdadeira, esses são os valores espirituais verdadeiros. Neste caso, o maior da Terra pode ser o menor. Muitos considerados grandes na Terra são apenas mendigos espirituais. Mendigos da honesti-

Cafeína tem o mesmo efeito para todo mundo? Substância é muito importante como estimulante do sistema nervoso central, mas cada pessoa reage de maneira diferente à sua ingestão A cafeína é uma substância presente em várias bebidas e alimentos, especialmente no café. Ela é muito importante como estimulante do sistema nervoso central. Por esse motivo, é utilizada por concurseiros,

estudantes universitários, atletas e pessoas que desenvolvem atividades nas quais precisam ficar despertas. Afinal, a cafeína pode aumentar a performance física e mental. Muitos trabalhos em atletas de

dade, generosidade e fraternidade. Todos os grandes Mestres que vieram à Terra enalteceram a importância dos valores espirituais, eternos. Jesus perguntou: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Insensato! hoje mesmo pedirão a tua alma. E o que será feito do que ajuntaste?”. Chico Xavier, comentou após a visita de um rico, mas mendigo espiritual: “tem gente que é tão pobre que só tem dinheiro”. Muitos ricos só se dão importância do estado ilusório em que viveram na hora da morte. Alguns, apressadamente, repartem alguns bens porque não os podem levar, embora, neste caso, tenha algum mérito porque o bem tem valor mesmo que seja feito pensando em tapear o Criador. A primeira estrutura mental a ser desenvolvida é o “ego” (eu). Lei

corrida, ciclismo, triatlo ou de atividades intermitentes, como o futebol, além de adeptos de exercícios de força, associam a cafeína à melhora de performance. Mas será que a substância tem esse efeito para todos? A resposta é não. Cada um pode responder de um modo diferente. Os estudos mostram a média dos resultados, e aqueles que avaliam polimorfismo relacionados à metabolização da cafeína já nos mostram que temos basicamente três tipos de metabolizadores dessa substância. Um tipo se beneficia dos seus efeitos, geralmente os que a meta-

de progresso. Eu existo; eu sou diferente; eu posso ter gosto diferente. A segunda é “você”. Eu preciso de você e você precisa de mim. Lei de Solidariedade. A terceira é “nós”. Vida é permuta, é aprendizagem, é compartilhamento. É função do inferior servir o superior. É função do superior elevar o inferior. “A cada um foi dado algo diferente para que haja intercâmbio e daí surja o amor”, ensinou André Luís. Forme você também a cruz de sua vida. Na haste vertical: Você; Na haste horizontal, o Próximo; No encontro das hastes: Nós. Viver é Nós. Todos aprendendo com todos. Todos se ajudando. Todos evoluindo.

José Matos Professor e palestrante

bolizam de forma rápida. Os outros dois grupos de indivíduos não se beneficiam tanto ou até mesmo podem piorar seu rendimento físico e mental. Por isso, sempre falo que nutrição deve ser individualizada, pois cada um pode responder a nutrientes e compostos ativos de modo diferente. Quer saber mais? Procure um nutricionista!

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)



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