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Arniqueiras queima etapas Regularização de setores habitacionais é feita com ausência de muitos estudos importantes Ano VIII - 361
Brasília, 5 a 11 de maio de 2018
Entrevista Leany Lemos
Corrupção
é legado? É a indagação da ex-secretária de Planejamento ao senador Cristovam Buarque, após críticas a Rollemberg Pré-candidata ao Senado ironiza o senador por menosprezar ajustamento das contas públicas no governo Rollemberg. “Lembra meu filho que perguntava por que tomar banho se ia sujar de novo”, rebateu. Sobre herança política do governador, cita obras como desativação do Lixão da Estrutural e derrubada de cerca de gente importante na beira do Lago Paranoá para liberar espaço público/ Páginas 7, 8 e 9
Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11
PDT tem novo nome para o Buriti: Peniel Pacheco Pelaí - Página 3
Ex-governador acabou com favelas até no Plano Piloto Foi Roriz Que Fez - Página 6
Prepare-se para o concurso da Câmara Legislativa Estude dicas de português fundamentais e gabarite a prova Elias Santana – Página 14
Racionamento d’água no DF acaba em 15 de junho Via Satélites - Página 12 AGÊNCIA BRASÍLIA
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 5 a 11 de maio de 2018 - bsbcapital.com.br
E
ARTIGO
x p e d i e n t e
A “vaquinha” virtual no financiamento das eleições 2018 Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 9 8356 1491 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com
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Eder Serafim de Araujo (*)
A vaquinha ou “crowdfuding”, é uma modalidade de financiamento coletivo e muito utilizado na arrecadação de dinheiro virtualmente para financiar um projeto ou um grupo de pessoas. Agora esta forma de arrecadação chega às eleições deste ano. Criada pela minirreforma eleitoral (lei 13.488/17), o “crowdfuding eleitoral” autoriza os pré-candidatos, a partir do próximo dia 15, a iniciarem uma preliminar arrecadação de recursos para suas campanhas eleitorais, sendo que referida arrecadação somente será realizada por empresas previamente autorizadas pela Justiça Eleitoral. Por determinação legal, as doações nessa modalidade virtual, somente poderão ocorrer por pessoas físicas, devidamente identificadas, respeitando o limite de 10% dos rendimentos brutos, auferidos no ano anterior ao da eleição, limitados ao teto de campanha autorizado para cada candidato, vetado a doação por pessoa jurídica. A cada doação realizada, os valores arrecadados serão atualizados automaticamente, informando os pré-candidatos e a justiça eleitoral do saldo existente, de-
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nCristovam Certíssimo! É sempre momento de mudar o rumo do que você reconhece que está errado. Triste seria se continuasse insistindo no errado! Parabéns! Claudia Pereira, via Facebook Uma vez traidor, sempre traidor. Se elegeu pelo PT, abandonou o barco. Tem que sair da vida política. Mario Feliciano, via Facebook Cristovam, o senador sem
legitimidade para julgar os demais políticos do DF. Caroline Rocha, via Facebook Cristovam é um político água de chuchu: fala muito e nada fez, nada faz e nada fará. Marco Rocha, via Facebook Cristovam sabe bem de desarrumar as contas. Seu governo também vivia devendo. Deu aumento sem ter receita pra pagar. Também bagunçou a UnB quando foi reitor, não pode dar palpite em nada.
Se irá efetivamente funcionar no Brasil, não sabemos ainda. Porém, essa fórmula é sucesso em países como Estados Unidos, Espanha e Inglaterra vendo ser pública a lista de doadores. As doações ficarão retidas e somente serão repassadas aos candidatos, tão logo seja confirmado o seu registro de candidatura, caso de não efetivado o registro, os valores serão devolvidos. Para angariar doadores, os pré-candidatos deverão disponibilizar em redes sociais, seus projetos e propostas de campanha, de forma clara e transparente,
não podendo em hipótese nenhuma pedir votos. O financiamento de campanhas realizado pelos próprios eleitores beneficia toda a sociedade, fazendo com que o cidadão comum participe ativamente da campanha do candidato escolhido. Usualmente, quem doa dinheiro, tende a participar mais ativamente da gestão de seu candidato, se eleito, cobrando suas plataformas e promessas eleitorais. Evidente que essa modalidade é um avanço político democrático, gerando maior maleabilidade para arrecadação de fundos eleitorais, tornando via de regra, a campanha eleitoral mais justa e equiparada, fazendo com que todos os candidatos concorram em igualdade, estimulando novos nomes na política. Se irá efetivamente funcionar no Brasil, não sabemos ainda. Porém, essa fórmula é sucesso em países como Estados Unidos, Espanha e Inglaterra. Esta ferramenta utilizada com o devido accountability (transparência e ética) fortalecerá o sistema eleitoral brasileiro.
(*) Advogado, especialista em direito eleitoral ederserafimdearaujo@gmail.com
a r t a s
A vida toda se disse de esquerda e, quando ser de esquerda anda meio em baixa, vem com essa de ser “de centro”... Se avexe, homem! Luís Ricardo Figuerôa, via Facebook Sobre entrevista com Cristovam Buarque. O senador do PPS afirmou que Rollemberg não deixará legado à cidade, pois “arrumar as contas não é legado, porque o próximo vem e desarruma”.
nPark Way Telma Rufino, a maior trambiqueira que passou pela CLDF. Falsificadora de diploma. Conama deve estar levando grana de empreiteiros. Fernando Coelho Fium, via Facebook Telma Rufino quer ganhar eleitores custe o que custar. Vai acabar com o Park Way, transformá-lo em um bairro bagunçado. São poucos os bairros 100% residenciais. Aqui não! Patricia Joyce, via Facebook
Agefis para os grandes especuladores, inexiste! Terracap, muito menos. Aliás, ela baba na possibilidade de parcelar os lotes e vender por fortunas aos moradores! Juciene de Souza, via Facebook Sobre coluna Brasília Por Chico Sant’Anna que mostrou um projeto do Conselho de Meio Ambiente do DF e da deputada Telma Rufino que pode regularizar edificações de até três pavimentos no Park Way.
Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 5 a 11 de maio de 2018 - bsbcapital.com.br
FECOMÉRCIO INVESTIGADA – A Justiça do Trabalho de Cuiabá determinou que a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio-MT) apresente toda a documentação relativa às contas de 2017 da entidade no prazo de 10 dias. A decisão foi pedida por sete sindicatos que fazem parte da federação, sob pena de uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Sindicatos de Brasília preparam solicitação semelhante em relação à federação do Distrito Federal.
Peniel é novo nome do PDT para o Buriti MAURILIO VIA
Rollemberg rebate denúncia de corrupção Rodrigo Rollemberg (PSB) divulgou nota para contestar aplicativo mostrando que não existe processo contra ele por infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Leia como sínteses da notícia divulgada em primeira mão no site Brasília Capital e da resposta do governador. VIGIADO – A página de Rodrigo Rollemberg no Facebook publicou que a situação do governador do DF, no aplicativo Vigie Aqui, em relação à Justiça, era: “não existem processos de corrupção ou improbidade administrativa contra este político”. Entretanto, ao baixar o app e detectar o nome de Rollemberg, a informação é contrária à divulgada. O nome de Rollemberg aparece na cor roxa, o que nos parâmetros do Vigie Aqui significa que há processos contra político analisado. No caso, a Ação Civil de Improbidade Administrativa foi movida pelo Ministério Público do DF, devido à provação de leis de renúncia fiscal que não atenderam às previsões da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Constituição Federal. RESPOSTA – Após publicação em primeira mão no site bsbcapital.com.br, na tarde de quinta-feira (3), a notícia foi reproduzida em outros veículos de comunicação e às 22h41 do mesmo dia o Governo soltou nota de esclarecimento. Segundo o texto, a Ação de Improbidade Administrativa nº 2016.01.1.1025190, foi mencionada “equivocadamente” no aplicativo. A ação aponta suposta irregularidade formal na realização do REFIS/2015, que para o governo foi o maior e melhor programa de recuperação fiscal já realizado no DF, e atendeu cerca de 37.000 contribuintes, e arrecadou mais de R$ 1,6 bilhão de reais.
Peniel Pacheco (ex-deputado distrital/foto) é o novo nome analisado pelo PDT. A maioria expressiva dos presentes na reunião da executiva da legenda com os presidentes de zonais, quinta-feira (3), continua defendendo a proposta de que o partido tem que lançar candidatura própria ao Palácio do Buriti. Os nomes apontados até agora, antes de Peniel, são Hélio Doyle (ex-secretário de Rollemberg), e Joe Valle (presidente da Câmara Legislativa), que apesar do burburinho ainda não está descartado internamente. Haverá uma nova reunião na próxima semana, afinal, o debate permanece aberto. O PDT não aceita a aliança ou coligação com o pré-candidato Jofran Frejat (PR), por conta de suas “más companhias”.
Taguatinguenses pedem passagem Pessoas tradicionais de Taguatinga irão disputar os mesmos eleitores nas próximas eleições. O Brasília Capital ouviu quatro prováveis candidatos a deputados distritais que pretendem representar a cidade. As figuras são figuras conhecidas e fazem parte da política local direta ou indiretamente. REDE - O presidente da Associação Comercial de Taguatinga, Justo Magalhães, se filiou à Rede Sustentabilidade em fevereiro, a convite do distrital Chico Leite e se afirmou como pré-candidato. Para Justo, o candidato precisa conhecer, participar e saber todos os problemas da cidade, porque assim, segundo ele, “fica mais fácil resolver as demandas da população”. PSB - Marlon Costa (PSB), ex-administrador de Taguatinga, sempre foi homem de confiança de Rollemberg. Depois que perdeu
pré-candidatura no último final de semana em Taguatinga, cidade que o elegeu para Câmara Legislativa, de 2011 a 2014. Segundo ele, agora com um grupo mais coeso, quer trabalhar “ainda mais” para dar boas condições para sua cidade. Ele afirma que o candidato da cidade deve “priorizar o comércio, principalmente nas praças do D.I, Bicalho, Vila Dimas e Vila Matias”.
o posto em virtude de acordos políticos, a pré-candidatura de Marlon tomou corpo. Visita obras, representa o governador em eventos, usa e abusa das redes sociais. Ele afirma que a cidade tem potencial para eleger até três deputados que devem “explorar mais o potencial de Taguatinga”. PTB- O ex-deputado Washington Mesquita (PTB) lançou
PP - Filha de Benedito Domingos, uma das figuras mais emblemáticas de Taguatinga, Bena Domingos (PP) pode estar na CLDF em 2019. Para ela, um representante da cidade tem a “obrigação de representar sua comunidade junto ao governo”. Bena quer definir antigas demandas dos moradores da região administrativa como a área do Taguaparque, a poligonal e a reestruturação do Centro.
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DIVULGAÇÃO
Alexandre Moraes (à dir.) fez parte da unanimidade sobre restrição ao foro privilegiado. Divergência só a respeito do alcance a modificação
STF dimimui regalia de deputado e senador
O
Supremo Tribunal Federal aprovou restrição no foro privilegiado para deputados e senadores, a prerrogativa que garante aos parlamentares serem julgados somente pelo STF. Por 7 votos a 4, os ministros decidiram que os parlamentares só podem responder a um proces-
so na Corte se as infrações penais ocorreram em razão da função e cometidas durante o mandato. Caso contrário, os processos deverão ser remetidos para a primeira instância da Justiça. O placar a favor de qualquer restrição foi unânime, com 11 votos, na votação que terminou quinta-feira (3). No julgamento, prevaleceu o voto do relator, Luís Ro-
berto Barroso, que votou a favor da restrição ao foro e foi acompanhado pelos ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux e Celso de Mello. Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes também foram favoráveis à restrição, mas com um marco temporal diferente.
Filha de Temer presta depoimento à polícia Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer (MDB) prestou depoimento à Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por cerca de quatro horas. Nem ela nem seu advogado, Fernando Castelo Branco, falaram com a imprensa no local, quinta-feira (3). Após deixar a PF, seu advogado dis-
se, por meio de mensagem, que Maristela respondeu a todas as perguntas dos policiais, em um depoimento “elucidativo”, e que a filha de Temer “continua disposta a colaborar com as investigações”. Segundo as investigações, o ex-coronel da Polícia, João Batista Lima, que é amigo do presidente, bancou a
reforma da casa de Maristela com R$ 1 milhão. Os investigadores suspeitam que seja de propina da JBS. A filha de Temer foi intimada a falar no inquérito da Operação Skala, que apura suspeitas de corrupção que envolvem o presidente, aliados e empresas do setor portuário. O presidente nega irregularidades.
PF prende 33 doleiros na Lava Jato A Polícia Federal prendeu 33 doleiros no âmbito da Operação Câmbio, Desligo, desdobramento da Lava-Jato. Desses, três são ligados à JBS e foram detidos no Uruguai. O esquema de operações dólar-cabo investigado movimentou US$ 1,6 bilhão. Já entre os foragidos, está Dario Messer, considerado um dos doleiros mais influentes do Brasil, suspeito de receber 60% dos lucros das operações de câmbio. A ação, quinta-feira (3), foi a maior ofensiva já desfechada no país contra o mundo dos doleiros, cumprindo mandados de prisão preventiva e de prisão temporária no RJ, SP, MG, RS e DF.
Ministro da Agricultura é denunciado A procuradoriageral da República denunciou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, por participação em um esquema de venda de vagas no Tribunal de Contas do Mato Grosso em 2009, quando ele era governador do estado. As investigações apontaram que ele tomou parte em repasses de ao menos R$ 4 milhões em propina para que um dos conselheiros do TCE-MT se aposentasse no momento mais conveniente para a nomeação de um aliado. A denúncia, feita quarta-feira (2) é resultante da Operação Ararath, e resultou na abertura de mais de 50 inquéritos policiais.
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GDF: A crise é o nosso negócio
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o início do século XX, o nacional-socialismo alemão desenvolveu técnicas de propaganda para tentar alterar o cenário cultural da sociedade e promover a submissão das organizações profissionais e sociais daquele país à ideologia e política nazistas. Ao mesmo tempo, na Rússia de Lênin, um importante objetivo da propaganda comunista era o de se criar o Novo Homem Soviético, uma versão menos eugênica do cidadão cegamente obediente ao Estado. Sob o comando de Stalin, a propaganda e a manipulação da informação foram tão importantes quanto os assassinatos de críticos e o Grande Expurgo para criar um culto à imagem do líder
e disseminar a visão de realidade como determinada pelo ditador. Na pós-modernidade, a interação do homem com o mundo mudou. Alteramos o ambiente que nos cerca por meio das modernas tecnologias da informação e recriamos a realidade, não raras vezes, com elementos artificiais e transitórios. É a hiper-realidade, onde ficção e realidade se confundem. Assim, não é de estranhar que o líder da nação mais poderosa do mundo, notório pelo programa “O Aprendiz” e um voraz consumidor de produtos da mídia, tente orientar as mentalidades de seus eleitores e a percepção que têm de sua gestão por meio de sua conta do Twitter. Com essa
única ferramenta, criticam jornalistas e veículos de comunicação tradicionais, a Casa Branca virou cenário de uma nova espécie de reality show, onde o personagem central chama de fake news (notícia falsa) toda informação que o contraria. No Distrito Federal, a tática do atual governo é fabricar ou deixar se avolumarem fatos negativos para criar soluções ou impor determinações e vontades sem a necessária discussão pela sociedade ou pelo Legislativo. Assim se criou, por exemplo, a remuneração por trabalho em tempo definido (TPD), para substituir as horas extras na Saúde. Para trazer esse arranjo à realidade deixaram se tornar uma crise a decisão do
Tribunal de Contas do DF, que limitava as jornadas de trabalho e definia longos intervalos entre os plantões dos servidores da Saúde – uma coisa não tinha nada a ver com a outra. No mais recente ato de ilusionismo, o governador fez uma aparição com ares de “bom moço”, para dizer que determinou à Procuradoria-Geral do DF que ingresse com recurso administrativo na Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico, para impedir o aumento na tarifa de água. Em paralelo com Trump, que tenta moldar a realidade gritando “fake news!”, Rollemberg engendra problemas para apontar soluções mágicas para construir pelo menos para si mesmo a imagem (fake) de grande realizador, a custo de gorda verba publicitária. Fica pelo
Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado
menos o alívio de saber que em outubro tem “paredão” e o eleitor poderá finalmente dizer “você está demitido!” P.S.: Toda minha solidariedade ao arquiteto Carlos Magalhães da Silveira, que mantém a cabeça erguida contra a tentativa de censura por dizer o que pensa do atual governo.
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Fim das favelas muda Brasília
FOI RORIZ QUE FEZ
TONINHO TAVARES/AGENCIA BRASILIA
DIVULGAÇÃO
Ex-presidente da Caesb e da CEB aponta os assentamentos como maior realização dos governos Roriz
Da Redação
F
ernando Leite, ex-presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e da Companhia Energética de Brasília (CEB), salienta que precisaria de vários dias para falar sobre as realizações de Joaquim Roriz. Mas destaca que, no seu entendimento, a mais importante obra do ex-governador girou em torno dos programas sociais desenvolvidos em suas quatro administrações. “Ele assentou nada, nada, umas 500 mil pessoas”, diz Fernando. E pede para se imaginar como seria Brasília sem esses assentamentos, que viraram cidades-satélites. “Tínhamos uma capital moderna, mas havia muitas favelas”, lembra. Eram 64 ocupações irregulares. Fernando acentua que sem o programa social de habitação, haveria uma capital lotada de favelados em pleno Plano Piloto, já que o ex-governador encontrou-a lotada de invasões. Fernando considera o ex-governador como o governante que organizou a ocupação do solo, construiu cidades-satélites com estrutura completa e “até restaurante comunitário”, começando já em seu primeiro mandato, em 1988. Como benefícios de destaque, enumera “sistema viário, universalização de abastecimento d’água, esgoto”, trabalhando com uma “equipe formidável”. Ele acentua que Roriz sabia como formar
Samambaia faz parte da lista de cidades-satélites resultantes da erradicação de mais de 60 favelas, inclusive no Plano Piloto
equipes independentemente de política. O ex-auxiliar ressalva que se fosse abordar as obras importantes feitas por Roriz, ficaria uns dois dias enumerando-as. A respeito do comportamento do ex-governador, acentua que se tratava de um político extremamente trabalhador, que cobrava resultado de todos os auxiliares e tinha memória prodigiosa a respeito do que cada secretário ou presidente de empresa estatal deveria fazer. “Ninguém enrolava Roriz. Ele tinha tudo na cabeça. Todos os dados das obras”, diz Fernando. Outra re-
“O grande programa social, onde a habitação teve um peso muito grande. Os críticos ficam pichando, mas ele ordenou a ocupação do solo no Distrito Federal. Ele organizou tudo” Fernando Leite
alização que lhe enche de orgulho é a despoluição nos anos 2000 do Lago Paranoá e o tratamento de esgoto, que chegou aos 100%, algo inédito em todo o País. “Por isso o lago tem essa água bonita”, diz. Mesmo depois de citar essas realizações, Fernando faz questão de frisar que considera como maior legado de Roriz foram obras sociais. “O grande programa social, onde a habitação teve um peso muito grande. Os críticos ficam pichando, mas ele ordenou a ocupação do solo no Distrito Federal. Ele organizou tudo”, ressalva o ex-auxiliar.
Brasília Capital n Política n 7 n Brasília, 28 de abril a 4 de maio de 2018 - bsbcapital.com.br
TONY WINSTON/AGÊNCIA BRASÍLIA
Entrevista Leany Lemos Em entrevista ao Brasília Capital, o senador Cristovam Buarque afirmou que o governador Rodrigo Rollemberg não deixará legado para a cidade. A senhora concorda com ele? – Olha, eu tenho o maior respeito pelo Cristovam como intelectual, como pessoa que deu uma grande colaboração para Brasília. Ele foi meu reitor quando aluna da UnB. O admiro muito pessoalmente e intelectualmente. Mas é uma grande injustiça e inverdade dizer que não há legado. Por quê? – O que é legado? Um estádio de R$ 2 bilhões na Lava Jato? Um Centro Administrativo na Lava Jato? Uma PPP do Mangueiral na Lava-Jato? O BRT Sul na Lava Jato? Isso é legado? Todas as grandes obras do governo anterior estão envolvidas em esquemas de corrupção com grandes empreiteiras do país e com caixa dois de campanha. Eu devolvo a pergunta: isso é legado? Mas quais foram, enfim, as grandes obras deste governo?–Só são legados as grandes obras? Então vou dizer quatro legados: a responsabilidade de arrumar as contas da cidade. O argumento de que ajuste fiscal não é legado porque vem outro e desarruma, lembra meu filho quando ele tinha oito anos de idade e perguntava por que tinha que tomar banho se ia sujar de novo. A gente cuida das contas da nossa casa todos os dias do ano. Por que você toma banho? Porque é importante! Existem coisas que devem ser
Leany: “O que é legado? Uma PPP do Mangueiral na Lava Jato? O BRT Sul na Lava Jato”
“Cristovam é injusto e falta com a verdade” Orlando Pontes Secretária de Planejamento nos primeiros três anos do governo Rodrigo Rollemberg, a cientista política Leany Lemos conhece a máquina do GDF como ninguém. Uma das responsáveis pela política de ajustes das contas públicas locais, ela defende esse trabalho como um dos grandes legados da gestão do socialista. E, rebatendo o senador Cristovam Buarque (PPS), enumera pelo menos outras três ações, como a desobstrução da orla do Paranoá, a desativação do Lixão da Estrutural e a im-
feitas! A saúde básica do corpo do Estado são as finanças públicas. Sem as contas você não faz nada. Temos, sim, um grande legado. Se outro desarrumar, a sociedade vai cobrá-lo. Outra: a desobstrução da orla do Paranoá. A orla está livre. Um governador tem que ter muita coragem para derrubar cerca de
plantação de infraestrutura no Pôr do Sol e no Sol Nascente, em Ceilândia, como iniciativas que farão Rollemberg ser lembrado pelas futuras gerações. Com esse discurso em defesa do governo, ela foi escolhida pelo próprio Rollemberg como pré-candidata ao Senado pelo PSB. Em viagem aos Estados Unidos – está desde sábado (28) em Harvard fazendo um curso de altos executivos voltado para mulheres e poder –, Leany Lemos concedeu, por telefone, esta entrevista exclusiva ao Brasília Capital.
ministro, de embaixador, de deputado, de senador, de presidente da Câmara, de presidente do Senado para democratizar o acesso a toda a população. Daqui a dez, vinte anos, nós vamos nos lembrar de que houve um tempo que não havia acesso para esses espaços, que são públicos. O (navegador) Amir
Klink estava aqui há duas semanas e ficou impressionado. E disse: “Nós tentamos fazer isso em Santos e não conseguimos, numa área muito menor”. O terceiro: o encerramento das atividades do Lixão da Estrutural. Não sei quem, em sã consciência, consegue defender que isso não é um legado. Extirpar
de uma cidade-modelo, como é Brasília, o segundo maior lixão do mundo, isso está sendo feito de uma maneira inclusiva, envolvendo os catadores. Tem problemas? Sim! Mas está sendo feito. Ninguém antes teve coragem. Nós tomamos decisões difíceis mexendo em vespeiros, e óbvio que isso traz um desconforto em grupos e setores. Mas é muito importante que defendamos esses legados. O último: não são grandes obras faraônicas que servem para enriquecer pessoas, mas já gastamos mais de R$ 2 bilhões em obras de infraestrutura. Há mais de 20 anos não se investia em recursos hídricos, e neste ano estamos terminando Corumbá IV, já foi feito Bananal e Paranoá. São obras que vão trazer segurança para nossa região. O que foi feito para as áreas mais carentes do Distrito Federal? – Levamos infraestrutura para áreas vulneráveis, como falei antes. E ainda tem muita coisa em andamento, por exemplo, em Vicente Pires, e em praticamente todas as demais regiões administrativas. E no Plano Piloto? – Posso citar o trevo da Saída Norte. São obras antigas? Não. Eram contratos. Uma coisa é contrato, outra coisa é obra. Esse contrato do Sol Nascente era de 2007 e ninguém tinha executado. Porque não é só firmar contrato. Tem que ter licença ambiental, tirar pessoas. Executar no setor público não é nada fácil. O governo também tem falado muito em legalização de terras... – Se contar toda a parte de regularização de escrituras, já foram mais de 50 mil. Olha o tamanho da segurança jurídica que você dá ao cidadão! Isso não é um problema exclusivo de Brasília. Aqui temos esse problema igual a todas as grandes metrópoles da América Latina, pois as cidades cresceram de maneira desorganizada.
Brasília Capital n Política n 8 n Brasília, 5 a 11 de maio de 2018 - bsbcapital.com.br
Entrevista Leany Lemos A sociedade tem um problema de legalidade de território. Esse problema está sendo tratado de maneira muito séria, respeitando as normas e com muito respeito às pessoas. Entregar essas escrituras é emocionante. Tem gente que mora há vinte anos no local e não tinha escritura. A senhora acredita que a população reconhecerá esse trabalho a ponto de reeleger o governador Rollemberg? – Creio que sim. E vamos trabalhar por isso. Mas, voltando a responder ao senador Cristovam, não é verdade e é uma grande injustiça dizer que não deixaremos legados, pois os legados que estão sendo deixados ficarão por muitas gerações. Daqui a alguns anos vão lembrar que esse governo teve a coragem de enfrentar e implementar essas políticas radicais. E nas questões sociais, como saúde e educação? – Aumentamos as matrículas nas escolas de zero a cinco anos. Isso é importantíssimo para as crianças e para as mães que são chefes de família e que precisam trabalhar. Isso atinge muita gente. Além da educação, acaba sendo uma assistência social para as mães. Na questão da saúde, as mudanças de parâmetros que estão sendo adotadas terão reflexos positivos no médio e longo prazos, como a criação do Instituto Hospital de Base, por exemplo. O empoderamento feminino fará parte de sua plataforma como candidata ao Sena-
do? – Evidentemente, sim. Mas muito mais que algo de apoio. É baseado em pesquisa científica. Muitos estudos demonstram quais são os padrões diferentes de qualificação ou avaliação das mulheres nas empresas privadas, no setor público, quando as mulheres têm as mesmas qualidades dos homens e são avaliadas de maneiras diferentes. O que acaba impactando na promoção delas, no que elas recebem de remuneração. Na pré-candidatura existem alguns atributos que fazem parte da trajetória. Um deles é o fato de ser mulher. Afinal, nós nunca elegemos uma mulher para o Senado. A senhora seria a primeira mulher eleita senadora no DF... – Sim. De fato. O que é al-
políticas de aumento intencional da participação das mulheres e de negros, por exemplo. No setor público não pode ser diferente. O fato de ser mulher acaba sendo uma representação da sociedade, que é muito importante. Além de ter sido secretária do governo, quais são suas ligações com Brasília? – Sou nascida em Brasília, filha de candango vindo da Paraíba. Meu pai morava na Cidade Livre (hoje Núcleo Bandeirante), na Candangolândia, em 1958. Depois retornou para a Paraíba, casou-se com minha mãe e voltou para Brasília em 1968. Eu nasci em 1970. Essa é uma história como muitas outras de candangos e candangas. Vieram debaixo. Papai era ajudan-
É uma grande injustiça dizer que não deixaremos legados, pois os legados que estão sendo deixados ficarão por muitas gerações go importante neste momento que se discute muito a representação substantiva. Quem são as pessoas que nos representam na Câmara, no Senado, na Câmara Legislativa? Então, a diversidade, seja ela de raça, cor ou gênero é sempre muito positiva, pois traz ao debate as políticas públicas para as suas perspectivas. Nas empresas já se provou que quanto mais diversidade, mais dinheiro se faz. Maior é a renda das empresas. Tanto que em alguns países há
te de pedreiro do Congresso Nacional. Me emocionou muito quando entrei no Senado, porque meu pai ajudou a construir aquele edifício. É uma história de mobilidade social muito bonita de ser contada. Meu pai foi autodidata. Chegou até à diretoria da empresa em que trabalhou, mas estudando por conta própria porque não teve oportunidade. E essa é uma grande diferença entre eu e meu pai, porque eu tive oportunidade. Estudei em escola pública de
Brasília, estudei no Cor Jesu, depois Escola Normal, UnB. Me graduei em Letras (tradução). Fiz pós-doutorado em Ciências Políticas e depois Finanças Públicas na Inglaterra e nos EUA. Então é uma trajetória de quem teve seu esforço, mas de quem teve mais oportunidade. Essa trajetória acabou lhe levando a ser uma pessoa de confiança do governador, que a conheceu no Senado... – Sim. Nós nos conhecemos quando eu estava acabando de voltar do pós-doutorado e ele me chamou para trabalhar na Comissão de Meio Ambiente Fiscalização e Controle. Eu já havia trabalhado na área de fiscalização e controle. É um dos temas da minha tese de doutorado. Nós não nos conhecíamos, mas desde então tivemos uma empatia. Estamos trabalhando juntos desde então. Dessa empatia surgiu o convite para assumir a Secretaria de Planejamento e Gestão? – Exato. Fui coordenadora executiva de transição. O Hélio Doyle era o coordenador-geral. Eu ajudei no diagnóstico da máquina. Identificar pessoas... É uma relação de confiança e respeito mútuo. Eu respeito muito o governador, a sua vontade de fazer o correto. A sua retidão. Ele é uma pessoa do bem. Quer o bem de Brasília. Sacrifica sua vida pessoal pelo coletivo da cidade. E isso não tem sido comum na política. Acho que é admirável isso nele. Ele dedicou toda uma vida para construir algo para os outros. As pessoas têm uma visão muito ruim da política por causa de alguns personagens. Mas há gente correta, como ele. Isso me faz feliz e trabalhar com muita dedicação. Essa postura de defesa do governador fez com que a senhora fosse escolhida pré-candidata ao Senado para ser uma espécie de an-
“Nós não nos conhecíamos, mas d
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FOTOS: TONINHO TAVARES / AGÊNCIA BRASÍLIA.
desde então tivemos empatia. Estamos trabalhando juntos desde então”
Entrevista Leany Lemos teparo do governo, que tem sido mal avaliado pela população e certamente vai receber muitas críticas durante a campanha... – Eu já havia me filiado ao PSB em 2013, antes da campanha. Mas, de fato, foi um momento de encruzilhada, de escolha. Sou mãe de três filhos, um de 29, outro de 27 e outro de 23 anos. Sou professora universitária. Fui secretária de Planejamento, mas tem um momento que temos que tomar decisões. Tendo em vista o cenário político em que vivemos, quais são as lideranças que estarão colocadas para a população pensando na renovação que a sociedade tanto quer? As pessoas estão cansadas da política. Há um desgaste natural das figuras tradicionais. E há uma busca por renovação, que eu também sinto. Qual sua contribuição nessa renovação? – A ética na política. O meu trabalho se pauta pela excelência. Trabalho de conhecimento, de alto nível. Sempre pautado pela competência técnica. É muito importante ter na política pessoas que conhecem a administração pública, que não é algo simples. Esses três anos na Seplag, de colocar o trem nos trilhos na parte fiscal, da Previdência... Várias proposições aprovadas que tivemos que implementar. Dizer não para dentro do governo, dizer não para fora do governo. Isso dá um conhecimento de como funciona a administração pública. É muito importante para depois representar a população. Essa postura de dizer não
para dentro e para fora do governo pode resultar numa baixa aceitação do eleitorado? – Eu acho que não pode ser lido sim. A gente disse muito não, e foi uma grande responsabilidade do governo. Dissemos não para algumas coisas para poder dizer sim para outras, porque se o governo não tivesse suas finanças equilibradas, como diria sim para as políticas públicas? Nós inauguramos Unidades Básicas de Saúde, creches, ampliamos matrículas nos Centros de Línguas, ampliamos ensino em tempo integral e cobertura no Saúde da Família. Aumentamos investimentos em obras em áreas vulneráveis, como Sol Nascente, Pôr do Sol e Buritizinho. Investimos em infraestrutura para acabar com a crise hídrica. Estamos fazen-
O meu trabalho se pauta pela excelência. Trabalho de conhecimento, de alto nível. Sempre pautado pela competência técnica do a Saída Norte. O “não” é uma priorização. Tivemos foco. Ter dito não para os aumentos dos servidores não vai gerar uma resistência desse segmento como um todo? – Acho que a gente tem aí uma dubiedade. Digamos assim: a gente diz não para poder dizer sim. Ou seja, pela continuidade das políticas públicas. Por exemplo, houve uma expansão no número de pessoas que foram para a rede pública nes-
se período de crise. Pessoas que perderam seus empregos não pagam mais por escola particular, abrem mão dos seus planos de saúde e passam a ser atendidas na rede pública. A região do entorno também faz uma pressão sobre nossa rede. Então, na verdade foi muita responsabilidade para atender outras áreas e não ver o que vimos em outros estados, como no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, onde há parcelamento de salário e suspensão de serviços públicos. Com relação ao servidor, existe uma certa ambiguidade. Por um lado, uma frustração, pois havia expectativa de aumento. Mas é importante a gente dizer que não havia condições financeiras e orçamentárias para esses aumentos imediatos. Isso é um ponto. O outro ponto é que as pessoas continuaram recebendo seus salários. Quando fui me despedir da secretaria, uma ouvidora me disse: “Eu e minha família agradecemos, pois meu marido também é servidor público e nós não perdemos nenhuma noite de sono, minhas contas estão todas em dia, tive a escritura do meu terreno, consegui quitar meu carro, paguei escola dos meus filhos, então gostaria de lhe agradecer”. Aquilo me emocionou muito porque é uma história de uma pessoa que entende o que acontece. Há uma frustração, mas vemos o que acontece por aí. Estamos melhorando porque fizemos um controle. Se esse controle não tivesse sido feito, estaríamos vivendo pior, como Santa Catarina, que viveu bem durante dois anos e agora está virando o que o DF era em 2015. Foi muita responsabilidade do governador. Pagamos um alto preço político, mas é o que se paga por ser responsável. A recompensa vem depois. A cidade hoje tem uma certa tranquilidade. Claro que há problemas, mas há uma certa tranquilidade em comparação aos outros estados.
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SENADOR SALTITANTE – Quem anda saltitante é o senador Cristovam Buarque. Depois de passar pelo PT, PDT, PPS..., agora ele foi convidado para definir como será a educação no plano de governo do tucano Geraldo Alkmin. Estará Cristovam ensaiando mais um salto? Ou esta é a forma de selar a coligação entre o PPS e o PSDB em Brasília, que lançará Izalci Lucas ao GDF?
Por Chico Sant’Anna
ICMBio dá sinal verde para a regularização de Arniqueiras
O
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) deu o sinal verde para a regularização dos Setores Habitacionais Arniqueiras (SHA), Bernardo Sayão (SHBS) e áreas remanescentes do Park Way (SMPW), entre as quadras 3 e 5. O ICMBio é responsável pela gestão Apa do Planalto Central, onde grande parte desses setores se insere. O GDF terá que atender a 33 condicionamentos para regularizar os loteamentos irregulares, mas algumas das exigências terão quatro anos para serem atendidas. A regularização desses setores vem sendo acompanhada de perto pela deputada distrital Telma Rufino (Pros). O comportamento da parlamentar é visto por alguns dos membros do Conselho de Meio Ambiente do DF, como “pressão indevida”. Coincidência ou não, a legalização da área vem se dando com a ausência de estudos importantes. O ICMBio, mesmo, atesta que até o inicio deste ano, o GDF não havia apresentado sequer o Diagnóstico Ambiental de Fauna, nem mesmo os Planos de Ocupação dessas áreas.
REPRODUÇÃO
Vistoria. Pontos vermelhos mostram o que está dentro da APA do Planalto Central
A poligonal que define o território a ser regularizado mede 2.458 hectares, sendo 1.188 no SHA, 351,1 no SHBS e 918,9 hectares no SMPW. Nessas três localidades vivem hoje 45 mil habitantes, mas com a legalização a população poderá subir para algo en-
Mirou em Frejat e acertou no Dedé Isso mesmo. Dona Weslian Roriz (PMN), que se notabilizou publicamente em 2010, quando assumiu a candidatura ao GDF no lugar do marido Joaquim Roriz - inabilitado pela Lei da Ficha Limpa -, quis dar um chega-pra-lá no candidato Jofran Frejat (PR) e de ricochete acertou no sobrinho Dedé Roriz (PHS). As redes sociais têm veiculado um vídeo de eleições passadas, no qual Roriz fala bem de Frejat.
tre 60 e 70 mil moradores, até porque a Terracap pretende vender lotes remanescentes no local. Os setores abrigam nascentes e córregos, em especial os Vereda Grande e da Cruz, Arniqueiras, Vicente Pires e Samambaia. Todos eles
Jaqueline, inelegível, apoia o primo Dedé Roriz Dona Weslian veio logo a público e afirmou que somente seu neto, Joaquim Roriz Neto (Pros), e Eliana Pedrosa (Pros), pré-candidata ao GDF, tem o apoio do caudilho do Planalto.
correm em direção ao Lago Paranoá, agora fonte de abastecimento de água dos brasilienses. Desta forma, suas margens configuram Áreas de Preservação Permanente (APP) e para que os efeitos da ocupação urbana sejam mitigados, o ICMBio determinou a criação de Parques Lineares que abarquem todas as áreas de APPs destas três regiões. Elas deverão ser cercadas com alambrados, inclusive fechando os limites das vias e ruas. No caso de Arniqueiras, o Parque deverá garantir a proteção ambiental de no mínimo 295,7 hectares. A expectativa é que esses parques formem corredores ecológicos. Também será demando o plantio de árvores nativas, em até quatro anos, como compensação florestal. Após a emissão da licença ambiental, o GDF deverá apresentar em três meses o plano de ocupação desses setores habitacionais. Os lotes distantes 30 metros dos fluxos d’água e 50 metros das veredas e nascentes deverão ser desconstituídos. O mesmo deve ocorrer com os lotes inseridos nessas APPs com áreas inferiores a 125 m². Mesmo destino terão os localizados em áreas sujeitas à inundação e riscos geotécnicos (encostas). A taxa de ocupação de cada lote poderá chegar a 80% da metragem, bem superior ao limite atual dos lotes regulares do Park Way, que é de 45%. Os imóveis poderão ter até três pavimentos.
Deserdado politicamente, o sobrinho Dedé Roriz, também candidato em 2018, foi logo questionado nas redes sociais por oponentes. Para contornar o mal-estar, publicou declaração de apoio de sua prima Jaqueline Roriz, também inelegível, e seu filho, Joaquim Roriz Neto. Mas Dona Weslian, a matriarca da família, continua muda e, até agora, não abençoou a campanha do sobrinho Dedé. Quem também está muda é a outra prima, Liliane Roriz (Pros).
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Jornalista escalado A resistência de Joe Vale em aceitar a candidatura ao GDF, como deseja o seu PDT, está potencializando o jornalista Hélio Doyle (foto), de retorno ao partido, a ser o nome pautado para disputar o Buriti. Hélio Doyle já foi o homem forte em três administrações: Cristovam, então PT, Roriz, então MDB, e, recentemente, Rollemberg, PSB. Conhece bem as entranhas do GDF, mas em sua última passagem construiu adversidades com o movimento sindical dos servidores e com grande parcela da bancada distrital. O PDT não possui uma militância grande. Em 2017, era o 12º maior partido da Capital. Doyle também não tem uma base social própria. Mas tanto o candidato, quanto o partido apostam no conhecimento interno do poder que ele detém e no constrangimento que poderá vir a provocar nos debates ao confrontar-se com o ex-chefe Rodrigo Rollemberg e até desmontar argumentos que ele venha proferir.
No banco dos réus Notabilizado por defender a liberação das armas, o deputado coronel Alberto Fraga (DEM/foto) está a um passo do banco dos réus. A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal a condenação dele pelo crime de concussão – extorsão praticada por funcionário público. Presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, mais conhecida como Bancada da Bala, Fraga é acusado de cobrar propina de uma cooperativa de micro-ônibus quando era secretário de Transportes na administração de José Roberto Arruda. Fraga e um assessor teriam recebido R$ 800 mil, em valores da época. Se for condenado, além de ficar fora das eleições de 2018, ele poderá fazer companhia a outros políticos na Papuda. A pena estabelecida pelo Código Penal varia de dois a oito anos de prisão. Além disso, uma condenação pode fragilizá-lo em outro caso, este no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal. O PSol pediu a cassação de Fraga, por ter, segundo o partido, abusado de suas prerrogativas constitucionais para “caluniar” a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em março. O processo foi aberto dia 3, mas não tem uma data certa para ser julgado. Fraga responde ainda por quatro outros processos no STF. Em um deles, ele recorre de condenação já proferida pela Justiça Federal em Brasília pelo suposto crime de porte ilegal de arma de fogo e de munições de uso restrito das forças armadas.
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HOSPITAL VAI GERAR TRÊS MIL EMPREGOS – Um hospital particular está sendo construído na Rua Araribá, em Águas Claras. A unidade contará com 265 leitos, prontosocorro, centros cirúrgico e de diagnósticos, com capacidade para atender mais de 20 mil pacientes por mês. Mais de três mil vagas de empregos diretos e indiretos devem ser abertas. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2019.
DISTRITO FEDERAL
VICENTE PIRES / Por Eliane Araujo AGÊNCIA BRASÍLIA
Bacia do Descoberto chegou a mais de 90% de sua capacidade, mas o esforço da população foi fundamental
Data para acabar racionamento O governador Rodrigo Rollemberg anunciou o fim do racionamento de água em 15 de junho. A medida será encerrada após o reservatório do Descoberto, responsável pelo abastecimento de 65% de Brasília, ultrapassar 90% da sua capacidade. O chefe do Executivo local atribuiu o resultado ao “esforço da população nesse 1 ano e 3 meses de racionamento, e dos agricultores, que
mudaram a forma de irrigação, e das obras de captação de água inauguradas pelo governo de Brasília.” O GDF inaugurou a Estação de Tratamento de Água do Lago Norte e o Subsistema Produtor de Água do Bananal, interligou os dois principais sistemas produtores de água permitindo a transferência do Santa Maria-Torto para o Descoberto e avança nas obras do Sistema Corumbá. AGÊNCIA BRASÍLIA
Biometria facial na frota inteira O equipamento de biometria facial tornou-se obrigatório em todos os ônibus de Brasília. A tecnologia ajuda a inibir fraudes no Bilhete Único. Por meio de um software, as câmeras instaladas na catraca vão comparar com as fotos cadastradas no sistema. Se o programa automaticamente detectar divergências, o benefício poderá ser suspenso.
Obras que nunca terminam preocupam moradores Um amassa barro sem fim. Com a chuva nesta época, essa tem sido a rotina dos moradores de Vicente Pires. A demora na conclusão de obras sem a prestação de contas para a comunidade, já preocupa os moradores. Na rua 4 por exemplo, a estrutura montada para abrigar o maquinário dá mostras que as obras demorarão e muito, pois os canteiros foram fixados no local onde deveria existir calçada. Sem sinalização, sem meio-fios, a saída dos moradores é encarar riscos e prejuízos. A estudante Gabriela Lapo, por exemplo, teve seu carro acertado por outro quando saía do condomínio num dia de chuva. “O carro da outra pessoa escorregou e bateu no meu parado. Mesmo que a perícia tenha dado ganho para ela eu fico indignada pois tenho que arcar com o prejuízo causado pelo Estado”. Com a pista escorregadia e a confusão, os acidentes são constantes e, no entanto, ninguém sabe ao certo o motivo da demora.
ESPAÇO DE LAZER – Sabemos que a cidade mudou de administrador recentemente, saiu o empresário Anchieta Coimbra e entrou o morador da cidade, Charles Guerreiro. Desejamos sucesso e aproveitamos para deixar aberto aqui um espaço para que a comunidade saiba onde estão localizadas as áreas destinadas para implantação de equipamentos públicos, como parquinhos, praças, PECs, pista de caminhadas e parques. REGULARIZAÇÃO – Segundo a Associação Comunitária de Vicente Pires foi entregue à Terracap o Plano de Uso e Ocupação do Solo dos trechos 2 e 4, e com isso os moradores estariam mais perto de ter os lotes regularizados. Agora cabe ao Executivo enviar o projeto para o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), responsável pela análise e aprovação da proposta. DICA GASTRONÔMICA – A Churrascaria Buffalo Bio é uma das melhores churrascarias do DF oferecendo tradição e preço competitivo. Inaugurada em 2000, o espaço bem decorado é um convite para toda família. A localização privilegiada, na EPTG, com amplo estacionamento e manobrista gratuito, é mais um atrativo.
Todos os veículos são obrigados a ter a máquina para a identificação
SERVIÇO: Telefone: 3397.2443/ 2446 Endereço: CAS Chácara 35 Lote 58 EPTG, Vicente Pires. Funcionamento: Segunda a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 17h30 (exceto feriados) Email: buffalobio@buffalobio.com.br
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Egoísmo, raiz de toda a miséria terrena “Na raiz de quase todo processo de loucura existe um sentimento de rancor, de mágoa, de falta de perdão” A pessoa egoísta é aquela que não foi estimulada a compartilhar ou não teve em casa exemplo de solidariedade e não buscou, por si mesma, o que deveria ter feito. Por isso, ainda não saiu da infância espiritual. Vive numa “bolha”, e não percebeu que vivemos num regime de interdependência. Não prestou atenção no ar que respira, no sol que lhe aquece, no colega que lhe ajuda nas atividades, nos favores que recebe constantemente ou na
pobre mãe ou esposa que lhe suporta suas grosserias diárias. Pobres humanos! Às vezes, uma vida de 90 anos e nenhuma lembrança de generosidade, exceto o corpo podre num túmulo servindo de alimento para os germes, contra a sua vontade. No livro “Alma do Mundo”, o conhecido psiquiatra Inácio Ferreira, por meio da mediunidade de Carlos Bacelli, analisa este assunto. Vejamos:
Qual azeite de oliva comprar? Recomenda-se a aquisição de extravirgem, com acidez inferior a 0,5%, em embalagens de vidro, preferencialmente escuras O azeite de oliva ficou muito popular em nossa alimentação nos últimos anos, especialmente por apresentar várias propriedades associadas à saúde. O seu principal ácido graxo é o ácido oleico, monoinsaturado, e chega a cerca de 70% da composição desse óleo. O azeite
de oliva é relativamente um óleo estável ao calor, porém, perde seus compostos fenólicos que tem potencial antioxidante e são benéficos à saúde quando aquecido. Por esse motivo, recomenda-se a aquisição de azeites extra-virgem e com acidez inferior a 0,5%. Além disso, em-
“Na raiz de quase todo processo de loucura existe um sentimento de rancor, de mágoa, de falta de perdão. Sentimentos de alegria e de tristeza, em alternância, são naturais na jornada evolutiva. O que não deve ocorrer é a pessoa receber o diagnóstico de bipolaridade, cruzar os braços, e entregar-se aos barbitúricos. Não há bipolaridade que não possa se curar com uma vassoura nas mãos e uma praça, como a de Xangai, para varrer... “Você já pensou, por exemplo, em ser o próximo benfeitor? A próxima mão estendida? O próximo a se devotar a uma causa nobre? Você estende a sua mão a um mendigo na rua? Sabe o nome dele? Deu-lhe um abraço? Já perguntou onde mora? Pensou que não é ele quem deve ser o seu próximo, mas você quem deve ser o próximo dele? Você é o próximo! O próximo escolhido para ser o pró-
balagens de vidro, preferencialmente escuras, são as mais indicadas. Muitas recomendações e cuidados por parte do consumidor. Muita gente querendo saber se pode ou não aquecer o azeite, e se vale a pena pagar mais por um produto de qualidade. A questão é... Será que podemos confiar na indústria de alimentos quando falamos de azeite de oliva? Bom, essa semana uma avaliação realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 59,7% de marcas de azeite de oliva foram reprovadas. O teste foi feito com 107 marcas de 65 empresas. O Ministério retirou do mercado 300 mil litros
ximo do seu próximo! O escolhido para compreender, servir, perdoar, devotar-se. Enfim: Amar sem ser amado! “O seu próximo não tem obrigação de amá-lo, mas você, na condição de próximo dele, tem! Quase não atendo a ninguém com a Síndrome de Francisco de Assis, de Vicente de Paula, de Tereza Dávila, de Chico Xavier. Quem não muda o modo de pensar não muda os rumos da própria vida. O amor é universal! Ele não pode ser de alguém com exclusividade. Todos pertencemos a todos. ‘Toda essa existência é sua família, e se o seu coração não estiver cheio de amor pelo todo, nessa mesma proporção sua vida se reduzirá’”.
José Matos Professor e palestrante
de azeites irregulares e 400 mil litros de produtos classificados como “azeite”, mas que de acordo com o MAPA deveriam ser classificados como temperos. A fraude mais comum é a mistura do azeite de oliva com outros tipos de óleos, como o óleo de soja. Portanto, vamos ficar atentos! A lista de azeites reprovados e aprovados foi divulgada na mídia. Se tiver dúvidas, pergunte a um nutricionista!
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
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A CLDF é FCC! E agora? A notícia é maravilhosa, pois é uma das melhores bancas do país e meus alunos costumam gabaritar provas da Fundação Carlos Chagas Ontem recebemos uma aguardada notícia: o concurso da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) será realizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC). Você quer saber o que eu acho dessa notícia? MARAVILHOSA! Há dois motivos para isso: 1. É uma das melhores bancas do país; 2. Meus alunos costumam gabaritar (ou quase gabaritar) provas da FCC! Eu, claro, desejo que o motivo 2 faça parte da sua vida! Para tanto, gostaria de reapresentar algumas dicas fundamentais para essa banca: 1. Domine morfossintaxe. Quem faz uma prova da FCC precisa saber identificar sujeitos, complementos verbais e tran-
sitividade verbal. Posso afirmar a você que essa é a base que sustenta muitos outros assuntos gramaticais (como concordância, regência e emprego de pronomes oblíquos). 2. Depois disso, não se esqueça de estudar casos especiais de concordância e de regência. Além de haver muitas questões sobre isso, a banca também explora esses assuntos em questões de reescritura e de reconhecimento de frases incorretas. 3. Estude pontuação, e faça isso de maneira ordenada (desde a ausência de vírgula entre sujeito e verbo até os esquemas de pontuação em orações coordenadas adversativas). Não se esqueça de que o en-
O Dia Mundial do Tai Chi e Chi Kung Em mais de 80 países, em centenas de cidades, todos praticam a arte marcial com a intenção de envolver o planeta Terra com vibrações de Harmonia e Paz Por solicitação e direção da deputada federal Erika Kokay (PT), o Congresso Nacional promoveu sexta-feira (27 de abril), sessão solene no plenário Ulysses Guimarães em homenagem ao “Dia Mundial do Tai Chi e Chi Kung”. Constou uma série de referências na solenidade sobre a milenar arte chinesa, implantada e disseminada aqui em Brasília pelo incansável Grão-Mestre Dr. Moo-Shong Woo, que já tem 87 anos de idade mas
agilidade e musculatura de um jovem atleta de arte marcial. Sobre a origem do Tai Chi e Chi Kung falou o presidente da Associação Bein Tao, Antônio Pereira; seguido da tocata do Grupo de Violinos Ateliê do Som, dirigido pela professora Ester Chung, além da apresentação coreográfica de movimentos do Leque de Tai Chi, por professores que passaram pelo ensino do Dr. Woo e receberam diplomas de Mestres.
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br
tendimento de pontuação depende de conhecimento sintático e semântico, e não de respiração. 4. Tenha paciência para estudar verbo. A banca gosta muito desse assunto, seguindo esta ordem de prioridade: vozes verbais (nesse momento, você também estudará as funções do SE), reconhecimento dos tempos e modos verbais, emprego dos tempos e modos verbais e correlação verbal. O capítulo de verbos é o maior em qualquer gramática. Saiba o que estudar. 5. Estude as funções do QUE. A banca gosta muito dos pronomes relativos – e da regência associada e eles. 6. Você não pode se esquecer de decorar as conjunções subordinativas adverbiais e coordenativas. Elas são MUITO exploradas (principalmente aquelas que ninguém usa). 7. Nem só de gramática vive o homem. É necessário treinar a análise de textos, pois, além de ser uma questão garantida, é a única parte da prova que pode ser feita “com consulta”. Treinar o estilo FCC é fundamental! Por fim, organize o seu estudo: divida
A solenidade teve o seu ápice com as palavras do Grão-Mestre Dr. Moo-Shong Woo e posterior entrega por ele à parlamentar Érika Kokay do Certificado de PHD em Being Tao, “pelo incansável serviço prestado à sociedade!”. A data do Dia Mundial do Tai Chi e Chi Kung também foi festiva e alegremente comemorada no sábado (28), na Praça da Harmonia Universal, localizada na Entrequadra 104/105, da Asa Norte, fundada por iniciativa do Dr. Woo desde outubro de 1974. Como nas comemorações dos anos anteriores, a Praça ficou lotada pelos adeptos que participaram da apresentação conjunta de Tai Chi e Chi Kung, sob o comando do Grão-Mestre-Woo, momento principal do evento, quando em mais de 80 países, em centenas de cidades, todos praticam o Tai Chi Chuan com a intenção de envolver o planeta Terra com vibrações de Harmonia e Paz!
seu tempo em quatro partes. Inicialmente, você verá mais teoria que exercícios (75% teoria e 25% exercícios). É o momento em que você está nutrindo o seu intelecto. Nessa etapa, vale a pena fazer questões tanto da FCC quanto de outras bancas (pois comparar semelhanças e diferenças entre organizadoras é uma forma de impregnar no seu cérebro o que a FCC vai querer de você). Com o passar dos dias, vá alterando a distribuição do tempo: cada vez menos teoria, cada vez mais exercícios (e você vai começar a priorizar a FCC). O ideal é chegar às vésperas da prova com 100% do tempo destinado à resolução de questões da FCC! Além disso: não se esqueça de justificar seus erros e acertos e identificar quais assuntos oferecem maior dificuldade. Também recomendo que você resolva uma questão de texto por semana (sempre FCC). Com isso, você vai gabaritar a prova de português! Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)
Sobre os efeitos benéficos dessa arte marcial milenar chinesa, o Grão Mestre Woo explicou que a modalidade trabalha o equilíbrio interno, cultiva a energia solar e a meditação. E acrescenta: “Tai Chi Chuan promove saúde física, emocional, psicológica, social, ambiental, espiritual, controla o estresse e fortalece o sistema imunológico!”. Na despedida, o Grão-Mestre Woo surpreendeu a mim e à minha mulher Lêda Maria, ao nos entregar, solenemente, um bonito diploma da Associação Cultural Brasil China International Institute of Being Tao, de cuja entidade passaremos a figurar como Conselheiros - com muita honra.
Fernando Pinto Jornalista e escritor
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REPRODUÇÃO
Maria Félix Fontele tem como inspiração a natureza. Ainda muito jovem começou “a tecer palavras”. A partir daí, foi fazendo “versos bordados com linhas de meu coração”
Poemas compartilhados Mária Félix Fontele lança seu primeiro livro de poesias estimulada pelas redes sociais e pelo destino Valdeci Rodrigues
A
jornalista e escritora Maria Félix Fontele lançará, dia 16 de maio, no Carpe Diem da 104 Sul, o livro de poesia Versos Que Me Habitam. Em sua primeira obra, ela revela que se sente como disse o escritor argentino Jorge Luis Borges. Ele falava que um livro o libertava, deixava-o livre do que o instigava a escrever sobre aquele assunto.
Maria Félix conta que sempre soube que essa leveza aconteceria com ela também. O livro é dividido em três partes: “Retrato do Efêmero”, “O Tempo e As Estações” e “(Di)versos”. Embora ressalte que poesia é algo muito pessoal, Maria Félix revela que foi estimulada pelas redes sociais. No Facebook, por exemplo, ela recebia muitas curtidas e palavras elogiosas a respeito dos textos poéticos ali postados. “Aí me empolguei”, conta ao Brasília Capital.
O que mais inspira a poetisa desde a pré-adolescência é a natureza, especialmente a que embalou sua infância, em Tupiratins (TO). O livro, de 128 páginas, tem textos escritos durante toda a vida da escritora. “Optei por essa versão simples, pois acredito, sem nenhuma pretensão oculta, que assim são meus poemas”, diz. Ancorada na racionalidade, ela acrescenta, de forma poética, que está “ciente da minha condição: sou autora desconhecida do grande público que se lança ao mar do mercado editorial. Mas sigo em frente, a remar contente pelas águas das letras, com esperança de que encontrarei bom porto”.
E mais: “Eu soube, sempre soube, desde muito cedo, que esse poderia ser meu destino. Mas só agora fiquei cara a cara com ele. Frente a frente de mim mesma. É já ou nunca! E vocês são testemunhas disso”. “Se alguém me perguntasse qual a essência desse trabalho, eu poderia dizer que me vejo como artesã que tece palavras. Ou, ainda, quem sabe, falaria que esses versos são bordados com as linhas de meu coração, a emergir sentimentos tão humanos, puros e complexos”, afirma. VIDA E MORTE - “Vida e morte são recorrentes entre os poemas, escritos ao longo de muitos anos, nos quais a poetisa veio costurando temas como o próprio amor, o tempo, a família, a amizade, a religiosidade. Maria é de fato uma artesã que tece palavras, buscando sempre fazer emergir sentimentos humanos, puros e complexos. É um livro que visa a leveza, mas sem deixar de lado a complexidade que pode estar oculta nos sentimentos mais simples”, escreve a editora da obra. O lançamento do livro acontece porque Maria Félix teve seu projeto aprovado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. A aprovação permitiu-lhe fazer o que gosta: semear “esses versos que habitam em mim porque vivo e morro de amor a cada instante.” Na obra está um de seus maiores orgulhos, o poema Retrato, com o qual ganhou concurso da revista Xicóatl, de Salzburgo (Áustria). Maria Félix Fontele foi secretária-adjunta e coordenadora de Comunicação Social do Governo do Distrito Federal, além de primeira coordenadora de Comunicação Social da Câmara Legislativa do DF. Atuou como repórter, chefe de reportagem, editora e colunista em diversos veículos de comunicação como Jornal de Brasília, Jornal do Brasil e Correio Braziliense, e em assessorias de imprensa. Também editou revistas e publicações nacionais na área de gestão pública. Como escritora, participou de algumas antologias poéticas.
Livro Versos Que Me Habitam 128 páginas Lançamento: 16 de maio, às 19h, no Carpe Diem, SQS 104 R$ 40,00 Editora: Confraria do Vento
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Mario Pontes (*)
E
le talvez tenha deixado de ser lenda para a geração atual, mas ainda é uma comovente figura de artista nascido com a terra – no seu caso, com a terra e o fogo. Falo do Aderaldo. O jovem cearense Aderaldo. Que trabalhava com uma caldeira. Que explodiu e o privou da visão aos vinte e um anos de idade. Que para não se tornar mendigo, aprendeu a tocar viola e dedicou-se à arte de improvisar versos e cantar romances de cordel. Assim, não apenas alcançou a fama, não apenas frequentou páginas de jornais, ondas de rádios e telas de tevê – mas adotou três filhos e os capacitou para a vida. Um deles, Raimundo, após anos de peregrinação, deixou sua companhia para ser o primeiro fotógrafo profissional de minha pequena cidade. Os outros continuaram a acompanhá-lo em suas viagens e apresentações pelos quatro cantos do país. Aderaldo passou apenas uma vez por Nova Russas, minha pequena cidade natal no oeste do Ceará. Bateu na porta de nossa casa, causando imediato frenesi na vizinhança. Com seu vozeirão inesquecível se disse informado de que meu pai, marceneiro, fazia cavaquinhos e violões desprovidos de enfeites, porém capazes de emitir notas musicais satisfatoriamente. Poderia ele reparar uma costilha rachada de sua rabeca? Emocionado, meu pai aceitou o desafio, e devolveu à rabeca seu som original. Em paga, Aderaldo aceitou fazer uma cantoria na casa dos pais de meu pai, a léguas da cidade. Onde lavradores rústicos, quase todos analfabetos, depois de ouvir o cego improvisar e cantar, viram cinema pela primeira e talvez única vez na vida. Em imagens projetadas sobre um lençol, pregado na parede de uma sala onde a temperatura andava pelos quarenta graus positivos, um carinha biruta tentava chegar a lugar nenhum cruzando um campo coberto de neve, onde fazia qualquer coisa como zero grau. Ignoro o que a memória dos camponeses filhos do calor fez daquele contraste. Eu jamais o esqueci. E com a minúcia permitida pela memória e o pouco que tenho de poeta, reconstitui o episódio em um livrinho intitulado Doce como diabo, publicado em 1979 pela Codecri (Editora do jornal Pasquim), como parte de uma
Aderaldo I e Único
coleção dirigida pelo escritor e professor Muniz Sodré. Cariri, que além de cineasta é escritor, mencionou Doce como diabo em outra de suas obras. Volta citá-lo em seu novo livro Cego Aderaldo: o homem, o poeta e o mito. E agora, leitores, atenção! Este não é o título de um livro qualquer, mas de uma obra na qual tudo é exuberância. Trata-se de um volume em grande formato, quase álbum (26x21cm), com nada menos de 780 páginas, mais de quinhentas ilustrações documentais, sequência de textos para semanas de leitura, além de um disco com o filme de Cariri O Cantador e o Mito. O livro foi editado em Fortaleza Interarte, com o
apoio da Secretaria Estadual de Cultura. Sem exagero, não me lembro de algo comparável na produção editorial brasileira, pelo menos nos longos anos em que a segui diariamente. Meses atrás, aqui mesmo neste Brasília Capital, manifestei minha admiração pelo cineasta cearense, que há anos reitera sua capacidade de expressar-se também literariamente. Não de modo a dispersar seu grande talento, mas sempre a deixar claro o quanto se sente íntimo ao lidar com os conteúdos tradicionais da cultura nordestina, sem contudo dar as costas a tudo que a modernidade não dogmática tem a oferecer em termos de gosto e instrumentos de análise.
Aderaldo, para não virar mendigo, tocou viola, improvisou versos e cantou romances de cordel. Frequentou páginas de jornais, ondas de rádio e telas de TV
Com este livro – este surpreendentemente imenso e bem organizado repertório de informações, cada uma no seu justo lugar, com sua justa tonalidade, seu correto peso biográfico – Rosemberg Cariri nos traz uma valiosa contribuição ao entendimento do artista sertanejo da viola e do canto. Cujas experiências, somadas, fizeram dele, homem simples, uma personalidade fadada a sobreviver à corrosão do tempo e ao mofo da ignorância.
(*)Mario Pontes, ex-editor do Caderno Livro do Jornal do Brasil, ficcionista e tradutor de obras de ficção e ensaio. Mora no Rio