Na Estrutural, 20 mil pessoas ocupam uma reserva ecológica. 50 índios moram no mato no Noroeste. Os dois grupos prometem resistir à desocupação. O pequeno Guajajara veio estudar no DF
Páginas 8 e 9
Ano VII - 309
Brasília, 29 de abril a 5 de maio de 2017
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
ANTÔNIO SABINO
www.bsbcapital.com.br
Invasão na floresta. Aldeia na cidade
IGOR SPEROTTO/REPRODUÇÃO
Manifestações nas ruas foram pequenas, mas adesão à greve foi maciça no País
O Brasil resiste Greve geral convocada pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo pararam o País na sexta-feira (28) DESPACHO
Promotor manda professora se tratar em centro espírita Pelaí - Página 3
O presidente Michel Temer monitorou a mobilização de seu gabinete no Palácio do Planalto durante todo o dia. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou os atos como piquetes. Mas dirigentes da CUT e da Força Sindical apostam nas ruas para barrar os projetos que retiram direitos consagrados na CLT. A deputada Érika Kokay (PT-DF) considerou a sexta-feira “um dia histórico para a classe trabalhadora brasileira”. Páginas 6 e 7
MÚSICA
Chorinho de Brasília ganha o mundo Página 15
Publique sua foto com a hashtag e apareça no Brasília Capital
#EuRespeitoCiclista
EM CIMA DE UMA BIKE HÁ UMA VIDA. RESPEITE.
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
E
A R T I G O
x p e d i e n t e
Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). SRTVS Quadra 701, Ed. Centro Multiempresarial, Sala 251 - Brasília - DF - CEP: 70340-000 Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com www.bsbcapital.com.br - www.brasiliacapital.net.br
Os textos assinados são de responsabilidade dos autores
Siga o Brasília Capital no facebook.com/jornal.brasiliacapital
Maninha: Passado, Presente, Futuro... Por Maria Fátima de Sousa (*) Ao ler a entrevista do secretário Humberto Fonseca no Brasília Capital de 21 de abril, decidi registrar estratos da decisão política de mudar o Modelo de Atenção à Saúde no DF. Integrei a equipe da Atenção Básica à Saúde do Ministério da Saúde que discutiu com os secretários estaduais e municiais as estratégias do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família. A ex-secretária Maninha assumiu a responsabilidade de tratar da saúde, cuidando da vida e não só remediando doenças. O ex-governador Cristovam Buarque deu o tom: “Fazer saúde é, sobretudo, fazer com que não haja um número tão grande de doenças”. Selecionamos, para cada mil residências, equipe com um médico, um enfermeiro, três auxiliares de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde. Os resultados foram excelentes. Agora, Brasília precisa voltar ao noticiário anunciando bons resultados de saúde e vida de sua gente, não apenas informes rarefeitos. Temos potencialidades. Destaco: o papel que a SES/DF assume no SUS de ser, ao mesmo tempo, Secretaria de Estado e municipalidade, o que lhe oportuniza recursos adicionais destinados à saúde pelo fundo de participação; dispor da Escola Superior de Ciências da Saúde; a possibilidade de convivência com os técnicos do Ministério da Saúde e as assessorias do Conselho
C
nManinha e Frejat Caro Chico: não sei se merece resposta. Mas torço para que no futuro ele tenha um passado de que possa se orgulhar como eu. Se quiser pode publicar. Abraço. Jofran Frejat É uma vergonha um secretário de Saúde não reconhecer o desmonte e uma péssima gestão deste desgoverno. A realidade atual está nos hospitais e postos
de saúde e a população de Brasília morrendo nas filas. Lima Thania, via Facebook Comentários sobre manchete da edição passada em que o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, diz que os ex-secretários Maninha e Jofran Frejat são passado. nHélio José Este senador é aquele suplente do Rollemberg que aqui em
Nacional de Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais; um processo de regionalização estruturado; profissionais comprometidos; instituições de ensino superior com campos de estágio, entre elas a UnB. Enfim, falta arquitetar uma rede integrada de atenção à saúde cujo eixo estruturante tenha início em casa, com a presença dos ACS e das equipes de Saúde da Família, vinculados aos CAPs, aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, às UPAs, ao Samu e aos hospitais, inclusive o HUB. Há, ainda, uma falácia de que os municípios do
Entorno desorganizam a rede do DF. Os princípios do Saúde em Casa, implantados por Maninha, são, de fato, passado, mas seguem necessitando de um presente que aponte para o futuro. Cabe ao atual governo trocar o grito da dor e sofrimento dos processos de adoecimento por rodas alegres em ambientes saudáveis. E isso só se faz com a união de todos e por estadistas.
(*) Diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB onde é professora do Departamento de Saúde Coletiva. E-mail: fatimasousa@unb.br
2ª VARA CÍVEL DE CEILÂNDIA - DISTRITO FEDERAL - EDITAL de CITAÇÃO EXECUÇÃO. P ra zo : 20 dias. O D r ITAMAR DIAS NORONHA FILHO, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Ceilândia/DF, na forma da L e i e t c . , FA Z S A B E R a t o d o s q u a n t o s o p r e s e n t e e d i t a l v i r e m o u d e l e conhecimento tiverem que, neste Juízo e Cartório tramita a Ação Execução de Título Extrajudicial, autuada sob o nº 2014.03.1.031864-7, movida por BANCO ITAUCARD S/A contra JOSE CLAUDIO SOUZA GALENO, inscrito no CPF sob número 92820980368, nacionalidade brasileira, solteiro, autonomo; sendo o presente para CITAR o(a) executado(a) JOSE CLAUDIO SOUZA GALENO (ora em lugar incerto e não sabido), a fim de que pague(m), em 3 (três) dias, a quantia de R$27.487,21 (vinte e sete mil e quatrocentos e oitenta e sete reais e vinte e um centavos), atualizada e com os devidos acréscimos legais, sob pena de lhe(s) serem penhorados tantos bens quantos bastem para liquidação da dívida. No caso de integral pagamento, no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será r e d u z i d a p e l a m e t a d e . O p r a z o p a r a o f e r e c i m e n t o d e e m b a r g o s s e r á d e 15 (quinze) dias contados a partir da citação. Em caso de não comparecimento será nomeado curador especial. O(a)(s) executado(a)(s) fica(m) desde já ciente(s) de que, caso queira(m) exercer seu(s) direito(s) de defesa, deverá(ão) constituir, com a devida antecedência, advogado. Caso não tenha(m) condições de constituílo, deverá(ão) procurar Defensor Público. Este Juízo tem sua sede na QNM 11, Á r e a E s p e c i a l 0 1 , F ó r u m D e s . J o s é M a n o e l C o e l h o, s a l a 2 5 7 , C e i l â n d i a / D F, Telefone: (61) 3103-9415/(61) 3103-9419, Fax: (61) 3103-0396. Tudo conform e decisão de fl. 128: “Decisão interlocutória: Nada a prover em relação ao pedido de fl. , tendo em vista que a pesquisa já foi realizada, conforme minuta de fl. 45. Considerando as diligências realizadas nos endereços encontrados pelas pesquisas feitas nos sistemas disponíveis para este Juízo, considero esgotadas as tentativas de localização do executado. Assim, determino a citação por edital, nos termos do artigo 256, inciso II, e §3º do CPC, com prazo de 20 dias. Publique-se o edital, na forma do art. 257, II, do CPC, com a advertência de que será nomeado Cur ador Especial no caso de revelia. Ceilândia - DF, segundafeira, 17/04/2017 às 17h58. Itamar Dias Noronha Filho Juiz de Direito.” E, para que chegue ao conhecimento do requerido e de terceiros interessados, a fim de que, no futuro, não possam alegar ignorância, expediu-se este Edital que vai devidamente assinado, publicado e afixada uma cópia em local de costume, como deter mina a Lei, podendo, ainda, ser visualizado no sítio www.tjdft.jus.br.. Ceilândia/DF, 20 de abril de 2017 às 08h54. Eu, Lúcio Rodrigues, o assino.
a r t a s
Brasília só conseguiu seis votos para deputado distrital. Adriano Oliveira,via Facebook Observação com base na notícia de que Hélio José (PMDB-DF) trocará de partido, indo para o PEN. nExemplo de austeridade Muitos dirão que o mesmo fez para aparecer, de tão desacreditados que estamos com a maioria dos políticos corruptos
e ladrões, mas vamos acreditar que poderemos mudar essa situação, pois 2018 é uma boa hora para iniciarmos uma grande limpeza na política brasileira. Parabéns pela atitude tão incomum. Que outros também corretos sigam seu exemplo. Carlos Sousa,via Facebook Comentário provocado pela reportagem mostrando o comportamento do vice-prefeito de Itajubá (MG), que veio a Brasí-
lia de carro, para economizar. nMaconheiro Peço ao senhor Laerte Bessa que não ofenda os maconheiros, pois eles não podem ser comparados a este cidadão que se diz governador. Salvador Melo, via Twitter Sobre multa de R$ 30 mil ao deputado Laerte Bessa por ter chamado o governador Rodrigo Rollemberg de marconheiro.
Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
A
cusado de nomear Ana Lúcia Pereira, esposa do seu tio Artur Nogueira (irmão de sua mãe) para um cargo comissionado, Cristiano Araújo (PSD) foi condenado, segunda-feira (24), por nepotismo. Ele pode perder o mandato e ter de ressarcir o erário pelo
dano causado, pagar multa e ter os direitos políticos suspensos. A tia também terá de ressarcir os cofres públicos e pagar multa. Ao assumir a função, ela assinou declaração afirmando não ter parentesco com o responsável pela nomeação.
Perdeu, Faraj, perdeu!
Corrupção resolvida com espíritos Após uma audiência que durou duas horas e meia com o promotor de Justiça Fernando Cuoco, em que desfiou um rosário de denúncias de corrupções supostamente praticadas por agentes públicos do DF, a professora Patrícia Neves recebeu uma orientação inusitada. Foi encaminhada para um centro espírita, onde deve participar, ao longo de 21 semanas, de sete sessões de Reiki, sete de cura e outras sete de desobsessão. A pedagoga já iniciou o tratamento. “Ordem judicial não se discute. Cumpre-se”, diz ela.
Liliane na berlinda Liliane Roriz (PTB) também atravessa dias difíceis. Ela pode sofrer novo processo de cassação. Condenada a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto, por compra de votos e fraude eleitoral em 2010, a filha de Roriz está na mira da ONG Adote Um Distrital. “Vamos verificar se cabe um pedido de cassação”, disse o coordenador Olavo Santana. ARQUIVO – No ano passado, a ONG entrou com um pedido de cassação contra Liliane que acabou arquivado no Conselho de Ética, por recomendação da Corregedoria.O presidente do Observatório Social de Brasília, Antônio Barros, não vai apresentar novo requerimento contra a parlamentar. De acordo com ele, o documento foi protocolado outras três vezes e nenhum deles avançou na Casa.
Não era o Japonês da Federal. Mas a deputada Sandra Faraj (SD-foto) e seu irmão, Fadi, foram acordados às 6 da madrugada de quinta-feira (27) por promotores do MPDFT e levados coercitivamente para prestar depoimento. Eles são os principais alvos da operação Heméra (deusa da mentira, na mitologia grega). DÍZIMO – A distrital é investigada por uso irregular da verba indenizatória e por cobrar parte dos salários dos comissionados nomeados ou indicados por ela para a Câmara, para a Secretaria de Justiça (Sejus) e para a Administração de Taguatinga. O dinheiro iria para a igreja Ministério da Fé, onde os dois irmãos são pastores. SUPLENTE – Fadi é suplente de Reguffe (sem partido). Mas o senador, intransigente na economia dos recursos públicos, nega responsabilidade pela escolha do evangélico para sua chapa. E passa a batata quente para o Solidariedade, que se coligou ao PDT (ex-partido de Reguffe) em 2014. “Ele (Fadi) é acusado por ter usado verba indenizatória (da irmã), que eu não uso”, salienta. CASSAÇÃO – Sandra e Fadi são investigados por corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e coação no curso do processo. Se forem condenados, a soma das penas ultrapassa 20 anos de reclusão. Os crimes levariam à perda do cargo público.
Joe em Movimento Com Sandra Faraj às voltas com a Justiça, seus colegas tentavam melhorar a imagem da Casa. Pela primeira vez, a atual Mesa Diretora promoveu o projeto Câmara em Movimento, na Estrutural. Celina Leão (PPS), que idealizou o projeto quando presidiu a Casa, elogiou o sucessor Joe Valle (PDT). Ele comprometeu-se a fiscalizar as ações e retornar ao local no dia 3 de junho.
Celina Leão processa DCE Celina Leão (PPS) é acusada pelos alunos da chapa da situação de financiar eventos da oposição na campanha do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do UniCeub. Ela reagiu: “Vou processar vocês”. A chapa do presidente Rafael Calixto de Souza assegura que Celina está envolvida nas denúncias da Operação Drácon e que a filha dela integra a chapa Respeito Inovação e União (RIU).
Brasília Capital n Política n 4 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
Licitação suspeita no BB pode chegar ao ministro do Esporte VALTER CAMPANATO / AGÊNCIA BRASIL
Pai de Leonardo Picciani, Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, tem ligações com o sócio da agência Multi Solution
ria, sócio da cervejaria Itaipava, é tio do publicitário Cléber Faria, que no passado recente trabalhou com Pedro Queirolo na agência Multi Solution no atendimento da conta da Itaipava.
Da Redação
A
licitação da maior conta de publicidade do governo federal está sob suspeita. Ao abrir, na terça-feira (25), os envelopes que apontaram como uma das vencedoras de sua concorrência a agência paulista Multi Solution, o Banco do Brasil confirmou o que o jornal Folha de S.Paulo antecipara em um anúncio classificado cifrado, registrado em cartório na quinta-feira (20), e publicado em sua edição de domingo (23). A agência jamais havia conquistado uma conta no poder público e agora está habilitada a gerir – juntamente com a Nova S/B, especializada em contas de governo, e a Z+, empresa de capital aberto francês – uma verba de R$ 600 milhões. O edital prevê prorrogação do contrato – que tem validade de um ano – por até 60 meses. Isso elevaria o montante a mais de R$ 2,5 bilhões. Também na terça (25), foi divulgado o resultado de outra concorrência do governo, para a conta da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR). A Multi Solution ficou em último lugar.
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, filho, pode... DIVULGAÇÃO
... ser prejudicado por negócios do pai, Jorge Picciani
PMDB – A Multi Solution tornou-se conhecida no mercado após comandar a conta da Petrópolis, que fabrica a Itaipava, mas perdeu espaço desde 2012, quando perdeu a conta da cervejaria. Segundo informação obtida pela Folha, houve direcionamento dentro do BB para garantir que a agên-
cia estivesse entre as contratadas pela instituição. A informação é da editora da coluna Painel, Daniela Lima. Sob a administração da Multi Solution, a conta do BB estaria, indiretamente, nas mãos do PMDB do Rio de Janeiro. Segundo apurou o Brasília Capital, Valter Fa-
que venceram o certame foi de pouco mais de um ponto: 84,25 (Nova/SB) e 85,26 (Z+). Ao todo, 14 empresas participaram da disputa. Essa modalidade de licitação exige das concorrentes o preenchimento de uma série de requisitos para que sejam habilitadas a participar. Além de propor o menor preço, as empresas enviaram ao BB planos de comunicação e capacidade de atendimento. Segundo Pedro Queirolo, presidente da Multi Solution, a vitória “veio para coroar os 20 anos de trabalho da agência, que é reconhecida por grandes cases no setor privado”.
Lava Jato – Valter Faria é sócio do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (PMDB), deputado estadual Jorge Picciani – investigado pela Operação Lava Jato – na Itaipava e numa pedreira naquele estado. Jorge é pai do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. O Banco do Brasil nega irregularidades. “O processo de licitação obedeceu rigorosamente a legislação, e a Critérios – O Banco do Bradefinição das vencedoras foi sil informou, por meio de nonorteada por critérios téc- ta, que o processo de licitação nicos”. A agência de publi- para escolha das novas agências de publicicidade também negou qualquer Por determinação dade “obedeceu rigorosamenfavorecimento. do presidente te a legislação e A Multi Solua definição das tion foi a única Michel Temer, a vencedoras foi entre as qualitendência é de norteada por ficadas que não que o certame critérios técniteve a liderança cos, conforme na disputa ameseja anulado parâmetros preaçada. De acordo com a Folha, a agên- vistos em edital público”. No Palácio do Planalto, a cia alcançou 91,58 pontos, de um total de 100. Esse ti- antecipação do resultado pepo de licitação, chamada la Folha causou irritação. de “melhor técnica”, ocor- Emissários foram enviados re em fases – já na segunda ao Banco do Brasil para peetapa a empresa tinha mar- dir uma rápida solução pagem segura para se garan- ra o caso. Assim, a instituição admite suspender o resultatir entre as contratadas. do da licitação até que todas Requisitos – Ao final, a Mul- as dúvidas sejam elucidadas. Por determinação do ti Solution ficou cerca de seis pontos à frente das demais próprio presidente Michel classificadas. A distância en- Temer, a tendência é de que tre as outras duas agências o certame seja anulado.
Brasília Capital n Cidades n 6 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
O BRASIL Planalto abafa efeitos da mobilização contra as reformas trabalhista e da Previdência, e mantém negociações no Congresso para aprovar as medidas
Estratégia – O governo, porém, parece não ter se intimidado com o protesto. Segundo o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, a mobilização não passou de uma baderna. “Não temos greve, o que temos é uma baderna generalizada. Não é uma greve nacional. O comércio funcionou, as indústrias não pararam, os trabaGabriel Pontes lhadores foram para os seus locais de trabalho”, comentou. O presidente da Câmara, Rodrigo Brasil assistiu, na sexta-feira (28), à maior pa- Maia (DEM-RJ), seguiu o tom do Plaralisação desde 1989, nalto. “Isso não é greve, é piquete. quando a inflação Greve é quando o trabalhador cruacumulada chegou a za os braços na fábrica. Mas hoje as 1.782,9% – maior taxa já registrada pessoas estão em casa. O que está na história do País. Desta vez, a gre- acontecendo é um grupo impondo ve geral convocada pelas centrais uma restrição ao direito das pessoas sindicais teve como objetivo mos- se locomoverem”, afirmou. trar a insatisfação dos trabalhado- Comemorações – Mesmo após res com as reformas trabalhista e da apoiar o impeachment da ex-presiPrevidência propostas pelo governo dente Dilma Rousseff (PT), a Força Sindical aderiu à greve Michel Temer. geral e reforçou as critiA adesão de rodovi“É um dia cas à reforma da Previários, aeroviários, mehistórico dência. “Estamos batatroviários, professores, para a classe lhando contra aspectos bancários, vigilantes, como idade mínima dentre outras grandes trabalhadora para aposentadoria, a categorias, fortaleceu brasileira” regra de transição, que o movimento. Foram Érika Kokay acaba prejudicando os identificados atos nos 26 Deputada (PT-DF) trabalhadores que coestados e no Distrito Femeçaram mais cedo. Luderal. Em alguns casos, os protestos foram reprimidos pela tamos pela manutenção do salário polícia militar, que não economizou como patamar mínimo de benefíbombas de gás lacrimogêneo e gás cio”, disse o secretário-geral da Forde pimenta para desobstruir vias ça, João Carlos Gonçalves, o Juruna. A Central Única dos Trabalhadobloqueadas por manifestantes. O presidente da República pas- res também comemorou o sucesso sou a manhã no Palácio do Planalto do movimento. Mesmo antes do acompanhando as manifestações balanço final da greve, a direção da pelo Brasil e o ato em Brasília – que CUT estimava que mais de cem cicontou, segundo a PM, com cerca de dades pararam. “É um dia histórico três mil pessoas. Além das notícias para a classe trabalhadora brasileiveiculadas pela mídia, Temer rece- ra. Nenhum direito a menos”, disse beu informações do GSI (Gabinete a deputada Erika Kokay (PT-DF). de Segurança Institucional).
Artistas apoiam manifestações Vários artistas participaram da mobilização. O cantor Caetano Veloso publicou no Facebook um trecho de música “Fora de Ordem” com os dizeres “Acorda, Brasil!”. A cantora Gal Costa cancelou a apresentação da turnê Estratosférica que estava marcada para as 19h em Salvador. A atriz Letícia Sabatella disse em entrevista a uma rádio: “Me coloquei a favor da democracia. O golpe anulou o voto de milhões de pessoas, não o meu (...). Mas reconheci que os governos do PT tiraram milhões da pobreza e implantaram programas sociais (...). Vemos tudo isso sendo retirado na surdina. É legitima a revolta dos trabalhadores”.
LULA MARQUES / AGPT
O
Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
PAROU JOSÉ CRUZ / AGÊNCIA BRASIL
As Reformas de Temer Gustavo Goes
Mesmo sabendo que a greve geral ocorreria na sexta-feira (28), o Congresso Nacional acelerou as votações durante a semana e adiantou a tramitação e aprovação de várias matérias contrárias aos interesses das centrais sindicais. Confira:
O número de manifestantes nas ruas não foi condizente com o total de trabalhadores que cruzaram os braços. Mas os que ocuparam as ruas pediram a saída de Temer
Previdência – Governistas trabalham para colocar em pauta, em maio, a votação da reforma da Previdência. A expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é votar no dia 8 ou no dia 15. A matéria, relatada pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA), prevê idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), e 25 anos de contribuição para a aposentadoria integral. O valor da aposentadoria será calculado a partir de 70% da média de todas as contribuições desde 1994; mais 1,5% para cada ano que superar 25 anos de tempo de contribuição; 2% para o que superar 30 anos; e 2,5%, para o que superar 35 anos, até chegar a 100%. A regra não será implementada imediatamente. Haverá uma regra de transição. Até 2036, a idade mínima para aposentadoria aumentará gradativamente. Os trabalhadores rurais terão que trabalhar até 60 anos (homens) e 57 (mulheres), com tempo de contribuição mínimo de 15 anos. Não haverá necessidade de intermediação do sindicato, podendo o interessado ir diretamente ao INSS. A idade mínima para os professores federais é de 60 anos e 25 de tempo de contribuição. Para os policiais, ficou fixado em 55 anos. Trabalhista – A Câmara aprovou, na quinta-feira (27), alteração na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A
LULA MARQUES / AGPT
reforma trabalhista estabelece, por exemplo, que os acordos entre patrão e empregado prevalecem sobre a lei, regras para o trabalho intermitente e o fim da contribuição sindical obrigatória. A jornada diária poderá ser 12h com 36h de descanso. O limite semanal de 44h e mensal de 220h permanece. Não serão incorporadas à jornada de trabalho atividades como transporte, alimentação, higiene pessoal e troca de uniforme. O projeto prevê o fracionamento das férias em até três períodos, sendo que um deles terá que ser de, pelo menos, 15 dias. O intervalo para almoço será de 30 minutos em vez de uma hora. A remuneração não será condicionada ao piso da categoria ou salário mínimo, e poderão ser negociadas todas as formas de remuneração. Os empregadores não precisarão homologar o plano de cargos e salários no Ministério Público, podendo ser mudado constantemente. Há inclusão de modalidades de trabalho como o trabalho intermitente – que poderá ser pago por horas - e trabalho remoto (home office). São cerca de 100 mudanças na CLT. No mês passado, o presidente Michel Temer sancionou a lei da terceirização para atividades-fim. Abuso de autoridade – Aprovação do projeto de lei sobre abuso de autoridade no Senado foi possível sem a parte mais polêmica: a que permitia punir juízes por divergência na interpretação da lei. A regra foi censurada pelo STF em 1898, provocado por ninguém menos que Rui Barbosa. No século passado, prevaleceu para o STF o princípio da independência dos magistrados. O projeto foi aprovado quarta-feira (26), e será votado na Câmara, etapa que ainda preocupa os magistrados. Punição para juízes, acabaria com “cidadãos livres nesta República”, afirma o decano do Supremo, Celso de Mello.
Brasília Capital n Cidades n 8 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
Invasão na flor FOTOS: ANTÔNIO SABINO
TJDFT determina que GDF retire 20 mil ocupantes da Chácara Santa Luzia, na Estrutural. Eles prometem resistir Gustavo Goes
O
s barracos de madeirite construídos irregularmente na Chácara Santa Luzia, na Estrutural, são a parte mais visível da triste realidade vivida por aproximadamente 20 mil moradores da invasão. Mas a situação pode piorar. Sentença do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), publicada no dia 3 de abril, determina que o Governo de Brasília desocupe as Áreas de Relevante de Interesse Ecológico (ARIEs) em até seis meses. A Terracap recorreu da decisão e o prazo só começa a valer depois do trânsito em julgado O presidente da Associação de Moradores da Chácara Santa Luzia, Adairton Teixeira, alega ter um acordo com o GDF. Um acerto para que os invasores só sejam retirados quando receberem casas populares construídas noutro local. Ele diz que seus liderados estão dispostos a resistir à desocupação caso o governo descumpra esse acordo, segundo ele, feito de forma verbal. De acordo com a associa-
“Ninguém tem dinheiro para pagar aluguel” Maria da Conceição, dona de casa
ção, existem moradores que estão no setor há mais de 40 anos. Porém, ocorreram outras invasões e a população tem consciência de que é uma área irregular. Cerca de 60% deles estão na faixa de tamponamento, a 300 metros do Parque Nacional de Brasília, e outros 40% em áreas destinadas a equipamentos públicos. “O governo vem dialogando com nossa associação. A única forma de solucionar é a criação de um minhocão, de forma vertical. Sabemos que vivemos na ilegalidade, mas também sabemos que a moradia no DF está
limitada”, diz Teixeira. Segundo ele, o presidente da Codhab, Gilson Paranhos, deu aval para a construção das moradias antes da remoção das famílias. “Caso contrário, isso aqui pode virar uma guerra”. Medo – Mesmo com as tratativas do GDF, entre os habitantes, o clima é de apreensão. No ano passado, eles resistiram à ação da Agefis com barricadas e incendiaram um ônibus. Seis pessoas foram presas e 57 casas demolidas (o que não representa avanço na ação contra irregularidades na Cháca-
ra Santa Luzia). Eberto Moreira de Souza, de 54 anos, diz “não confiar no governo”. Para ele, a melhor opção é continuar no assentamento, onde mora há 16 anos, e resistir. Os materiais recicláveis tomam conta do quintal de sua casa e, segundo ele, mudar para o “minhocão” não seria viável. “É complicado. Moro com minha mulher, cinco filhos, três cachorros, um gato e um cavalo”, disse. Charlene Marques, de 26 anos, que mora com o marido e cinco filhos, também prefere permanecer onde está. “Tem
Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
resta... Adairton Teixeira: a única forma de solucionar o problema é criando um “minhocão vertical”
Multas para DER e Terracap A decisão do TJDFT, em consonância com a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público, determinou prazos e ações para o GDF. A Terracap, por sua vez, recorreu da ação e espera o trânsito em julgado para apresentar um plano de remoção, sob pena de multa de R$ 1 milhão. O DER está obrigado a desativar a rodovia DF-097 em 90 dias e fazer a recuperação ambiental de seu traçado. Se não o fizer, também pagará multa de R$ 1 milhão. O Ibram terá de fiscalizar o parcelamento do solo.
três anos que estamos aqui. Minha casa é perto do lixão, onde meu marido trabalha”. Seu vizinho, José Adriano, de 48 anos, que tem três filhos e esposa, e também tira o sustento da família do lixão, teme a desocupação da área. Avó de um portador de deficiência mental, Maria da Conceição, de 53 anos, vive em um barraco de 4m x 5m. Seu maior desejo é que a família não fique ao relento. “Não é possível que o governo não arranje uma solução. Eles não podem deixar a gente embaixo de sol e chuva. Ninguém tem dinheiro para
pagar aluguel”, afirmou. Políticos – Apesar de estarem a apenas 18 quilômetros do Palácio do Buriti e da Câmara Legislativa, os moradores da chácara têm pouco contato com políticos. O deputado distrital Rodrigo Delmasso (Podemos), ex-subsecretário do Meio Ambiente, é o mais próximo da associação. Segundo Adairton Teixeira, todos sempre souberam que a ocupação é irregular. Em março deste ano, o senador Hélio José (PMDB) promoveu uma eleição para prefeitos nos setores da Cidade Estrutural.
Telmajui e Tohobari, como hóspedes, também reclamam da existência dos prédios vizinhos
...Aldeia na cidade Valdeci Rodrigues A situação dos indígenas que vivem no Santuário dos Pajés é indefinida, mas eles prometem resistir para ficar no Setor Noroeste, uma das áreas mais nobres do Plano Piloto. Cinco anos após manifestantes conseguirem paralisar as obras dos novos prédios, ao menos no mato onde eles vivem há uma aparente tranquilidade entre os cerca de 50 representantes das cinco etnias encontradas no local. “Parou aí. Somos da resistência. Essa área foi destinada para nós”, afirma Iwahu Guajajara, 22 anos, referindo-se a antepassados e aos limites entre o Santuário dos Pajés e os edifícios do Noroeste. Iwahu calcula que o espaço para eles seja de 35 hectares, 15 a menos do que reivindicavam em 2011, quando tentaram impedir a criação do novo setor. Recursos – Deusdeth Guajajara, 40 anos, na condição de cacique porque o marido estava ausente, disse ao Brasília Capital que o grupo de 50 indígenas “inclui recém-nascidos e adolescentes que estão nas escolas”. Iwahu contava com sua concordância ao falar sobre a disposição de lutar pela posse da terra. Tanto Deusdeth quanto Iwahu vieram do Maranhão em 2010 “para resistir” porque, dizem, há ali cemitérios dos Kariri e Kuchu. Colocar as crianças na escola também motivou a vinda. “Não negociamos a terra. Índio
que é índio não vende. Não é por causa de R$ 1 milhão, R$ 10 milhões”, garante Iwahu. Torobari Karajá, 47, e Telmajui Karajá, 18, de passagem como hóspedes, reclamaram dos prédios, do fim da Casa do Índio e da falta de recursos públicos destinados a eles. A Fundação Nacional do Índio não respondeu aos questionamentos do Brasília Capital até o fechamento desta edição. Mas, em 2011, o indigenista da Funai Mário Moura disse à Agência Brasil que a instituição não considera o Santuário dos Pajés “terra tradicional indígena”. Afirmou ainda que “a maioria das pessoas que vivem no local, ainda que há muito tempo, sequer são lideranças indígenas”. Brinquedos – Na ocasião, moravam 27 índios das etnias Fulni-ô, Kariri-Xocó, Tuxá e Tupinambá, alegando tratar-se de um santuário. De acordo Mário Moura, nem direito a usucapião eles teriam porque não se trata de terreno privado, mas de área pública. Hoje eles estão alojados no cerrado entre o Setor Noroeste e o Parque da Água Mineral. Enquanto os indígenas reclamam que suas crianças não podem brincar em parques infantis públicos, há moradores do Noroeste que sequer sabem da existência de “aldeias” como vizinhas. O porteiro Erilândio Gonçalves, 32 anos, diz que, nos quatros meses em que trabalha ali, nunca viu índio, nem soube de algum desentendimento entre brancos e peles vermelhas.
Brasília Capital n Geral n 10 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com
Por Chico Sant’Anna
Campanha fora de época
G
ráficas que trabalham para parlamentares que vão ser candidatos em 2018 não podem reclamar de falta de serviço. Embora proibida, a campanha fora de época está nas ruas. A Cidade Estrutural vem sendo um campo intenso de trabalho de corpo a corpo. Primeiro foi o senador Hélio José (PMDB), que mandou produzir diplomas embalados com pastas plastificadas com seu nome e o brasão do Senado, distribuídos a prefeitos comunitários da cidade. Como se o parlamentar fosse a Justiça Eleitoral.
FOTOS:DIVULGAÇÃO
Hélio José: diplomas plastificados com seu nome e o brasão do Senado Federal
Mais Diplomas O deputado federal Izalci Lucas (PSDB) diplomou, na mesma cidade, participantes de um encontro como se tivessem feito algum programa de capacitação ou treinamento. Tudo com o timbre da Câmara e, claro, o nome do tucano, que a exemplo de Hélio José, entregou pessoalmente as peças. O distrital Agaciel Maia (PR) mandou imprimir calendários de parede 2017, que trazem em destaque uma foto dele, como se fosse um astro das novelas. O problema é que, além de ser propaganda eleitoral extemporânea, na maioria dos casos quem paga a conta é o contribuinte, com as verbas de representação a que cada parlamentar tem direito. Na prática, para muitos políticos, o financiamento público de campanha já existe. Mas o Ministério Público está de olho e esses casos podem ser apurados.
Izalci: diplomas semelhantes aos de capacitação profissional com timbre da Câmara
Agaciel Maia: calendários de parede em que aparece como se fosse astro de novelas
A César Nos evangelhos sinóticos, em Marcos 12-17, a Bíblia registra a frase dai a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. Segundo os teólogos, a expressão se tornou um resumo da relação que deve ocorrer entre o cristianismo e a autoridade, ou seja, o poder governamental. Mas, na prática, em Brasília não tem sido bem assim, e são recorrentes os casos de igrejas e templos que se apoderam de imóveis e espaços públicos para se estabelecerem, gerando prejuízos financeiros e sociais. O sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc) denuncia em seu portal a ocupação por uma igreja Assembleia de Deus de um terreno na Quadra 5, Área Especial 1, Setor Oeste, na Estrutural, pertencente à Secretaria de Trabalho (Sedestmidh). Clayton Avelar, presidente do Sindsasc, cobra do GDF providências para recuperar o patrimônio público. Líderes comunitários da Estrutural também denunciam que a Igreja Católica tomou para si outro terreno, na quadra 7, conjunto 4, Setor Leste. O lote era destinado à construção de uma creche pública. A ação teria contado, segundo ele, com o beneplácito do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), há quatro anos. Logo, logo, algum distrital apresentará projeto para que os imóveis sejam doados formalmente às entidades confessionais...
Toda vez que nasce uma criança, nasce algo novo na gente. É mais que um sentimento, é uma certeza. De que naquela criança a gente tem uma chance de se reinventar. É isso: quando nasce uma criança, nasce uma chance. De olhar no olho do outro e se reconhecer. De criar laços afetivos pelo simples fato de sermos diferentes e notar que ser diferente do outro é justamente o que nos faz únicos. Hoje, bem aqui, nasce uma chance. Da gente se olhar, se reconhecer, se reinventar. Juntos. Como quem brinca no parque, como quem sente frio na barriga porque vai descobrir algo novo, como quem descobre que não é a gente que faz parte desse lugar, é esse lugar que mora na gente. Hoje, bem aqui em Brasília, temos essa chance de nascer junto com cada criança. De transformar esse lugar que nos habita. De aproveitar que estamos juntos nesse lugar, e nesse espaço de tempo, e fazer com que o horizonte que se enxerga lá fora, todos os dias, exista também dentro da gente. Hoje é dia de criar novos horizontes. Para quem já estava aqui, para quem acabou de chegar, para quem ainda nem nasceu. Bem-vindo a um tempo novo. Bem-vindo a Brasília, Capital Criança. criancacandanga.df.gov.br
Brasília Capital n Geral n 12 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
Procrastinação é um péssimo hábito Neste nosso encontro vamos falar sobre a procrastinação. Este nome megaestranho pouco usado, de pronúncia difícil também, é utilizado por muitos profissionais que sem perceberem estão destruindo os seus resultados. Procrastinação significa simplesmente ir deixando as coisas para serem feitas depois. Por que fazer agora se eu posso fazer depois! Ainda é uma afirmação utilizada por muitos, evidenciando o adiamento de tarefas afetando a nossa produtividade, deixando de obter novos resultados. Quando falamos em produtividade estamos apontando a necessidade de agir com eficiência e eficácia em tudo que fazemos. Alguns a rejeitam porque desconhecem totalmente que a produtividade aumenta a qualidade de vida. O
comportamento mais precioso que temos a favor dos melhores resultados sempre será o foco. Pois bem, procrastinar vem do latim procrastinatione. É a ação de adiamento, delongar atitudes, demora em fazer. É simplesmente deixar para o outro dia, ou para outro tempo que seja futuro. Por motivos sem justificativa, simplesmente adiar. Esse processo nocivo para os nossos resultados é quando adiamos o que poderia ter sido feito. Alguns profissionais são procastinadores por exigência psicológica também. Certamente alguns medos ou mesmo incertezas invisíveis os mantém nesta posição de procrastinar, podendo se tornar um ciclo vicioso até internalizar como hábito. Por exemplo, se eu procrastinar no primeiro dia, deixarei o que tenho para
executar no segundo dia. No segundo dia tenho outras atividades. Deste modo aquilo que iria fazer no primeiro dia será levado para o terceiro dia. E, assim, sucessivamente. Imagine que em 30 dias podemos deixar de visitar aquele cliente que tanto precisamos. Ou estudar um capítulo de um livro que certamente irá fazer a diferença. Deste modo será necessário criar um ambiente que evite a sua dispersão. Muitas vezes o ambiente ao qual estamos inseridos pode contribuir para adiar tarefas. Porque o homem é envolvido pelas circunstancias às quais são apresentadas. Contudo, invista no ambiente propício para a aquela determinada tarefa. Outro exercício que poderá ajudar muito é criar um deadline utilizado pelos americanos. Ou seja, um tempo má-
ximo para a execução da tarefa. Imporá um prazo para você mesmo e deverá respeita-lo. Outra dica importante é dedicar suas metas a alguém que você ama. Você estará enviando uma meta mensagem inconsciente para seu cérebro perceber o quão é importante à pessoa escolhida por você. O quanto ela merece seus resultados. Deste modo está evitando a procrastinação e colocando disciplina, foco e concentração em tudo que faz. Pense nisso e autoperceba quando estiver procrastinando.
Alexandre Macedo Especialista na Gestão de Pessoas e Analista Comportamental. Fundador do Instituto Lidere e mentor do programa Liderança Sustentável
Brasília Capital n Geral n 13 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
A doença da “importância” A serpente do paraíso, simbolizada pelo desejo humano de importância e poder, prometeu a Eva que comesse da fruta proibida porque ficaria tão importante quanto Deus. Eva atendeu, fracassou, e com ela levou Adão. Como resultado, ambos foram expulsos do Paraíso (consciência em paz). Esta queda simbólica é o primeiro ensinamento bíblico referente às fraquezas humanas. Complexado, e ansioso por poder para compensar-se, segundo o psicanalista Alfred Adler, a queda do paraíso repete-se diariamente, e não só no meio político. Com raras exceções, busca-se ape-
nas riquezas, sucesso e poder, esquecidos de que somos espíritos encarnados em missão na Terra, necessitados da verdadeira riqueza, que é o amor a si e ao próximo. Sem o componente ético, os meios não importam. E se não importam, o fracasso, a queda, a expulsão do paraíso, que nada mais é do que a perda da paz da consciência. Pais e educadores precisam acordar para a importância de uma vivência ética na qual os filhos e alunos possam espelhar-se, e refletir sobre a importância dela para si, para a família, para o Estado, para a saúde mental e para a pátria.
Usa-se na Terra tudo para se dar importância: dinheiro, cor da pele, origem, sobrenome, função, títulos, obras etc. Este conjunto de ilusões recebe o nome de EGO (eu menor, ilusão). Se você não livrar-se dele, o SELF, ATMA (eu maior, real) nunca virá, e você não poderá desfrutar do verdadeiro poder, ínsito em cada um, a serviço de sua programação existencial. Jesus dizia que o que ele fazia todos poderiam fazer. Jesus não tinha ego, e por isso podia sintonizar-se com Deus, o Pai. O ego é a barreira entre a criatura e o Criador. Quanto mais atrasado espiritual-
mente se é, mais desejo de importância e poder, menos ética nas relações. Quanto mais evoluído, menos necessidade, mais simplicidade, mais humildade, mais compaixão, mais ética, mais sabedoria. Você é apenas pó e ao pó voltará, mas o ser que habita o pó poderá e deverá integrar-se ao Criador. “Eu e o Pai somos um”, disse Jesus. Cada vez que uma criatura integra-se ao Criador, esta frase é repetida.
obesos foram crianças desnutridas ou são filhos de mães que tiveram restrição alimentar durante o período gestacional e, por isso, apresentam hoje um fenótipo poupador de energia. Sem contar que o acesso aos “alimentos” extremamente desequilibrados, cheios de gordura e açúcar, são financeiramente os mais acessíveis, o que proporciona esse acúmulo de gordura. Essa discussão em dimensão fisiopatológica
apresenta muitas causas. Por isso, a obesidade é conhecida como uma doença multifatorial. E por que estou falando de obesidade, quando o título do artigo trata de fome? Você já ouviu falar em fome oculta? Nossa população apresenta fome oculta, que pode ser fome de nutrientes ou até mesmo uma fome emocional, psicológica, que se traduz em uma fome orgânica, levando à com-
pulsão alimentar. Existem alguns tipos de fome que nós, nutricionistas, teremos dificuldade em tratar sozinhos. Mas, com a ajuda de bons psicólogos, o trabalho multidisciplinar traz belos resultados. E você? Tem fome de quê?
José Matos Professor e palestrante
Você tem fome de quê? Historicamente, ao se falar de fome pensamos automaticamente em uma imagem de crianças e adultos desnutridos, raquíticos. Há alguns anos, essa fome crônica de alimentos e nutrientes vem diminuindo em nosso país, graças a alguns programas de distribuição de renda, odiados por uns e necessários para outros. Seria possível imaginar que indivíduos obesos passam ou já passaram fome? No Brasil, a maioria dos adultos
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410
Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br www.marceloramosopovoeopoder.blogspot.com
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
O “se” Muitos têm medo de cachorro. Tantos outros temem altura. Alguns não suportam o escuro ou lugar fechado. Há ainda aqueles que não aguentam a solidão. Diante desses e de tantos outros medos que acometem a humanidade, não é admissível que, no Brasil, as pessoas sintam tamanho pavor de uma única palavra: o “se”. Duas letras, de aparência simpática, que tiram o sono de estudantes, concurseiros, comerciantes e cartazistas. Apesar da introdução hiperbólica e irônica (aproveite para revisar essas duas figuras de linguagem), o objetivo do artigo desta semana é falar um pouquinho sobre o “se”. Quero falar, basicamente, acerca de duas funções sintáticas dessa pala-
vra (que é, morfologicamente, um pronome oblíquo átono): partícula apassivadora (PA) e índice de indeterminação do sujeito (IIS). São as duas classificações que mais aparecem em nosso dia a dia, e que nos exigem uma atenção especial acerca da concordância verbal. Veja as duas orações abaixo: 1) Aluga-se uma casa. 2) Precisa-se de vendedor. Primeiramente, vamos entender o que há de comum: em ambas, não é possível determinar quem pratica a ação verbal tanto de alugar bem como de precisar. Quando ocorre essa “falta de agente explícito”, sabemos que o “se” ou é PA ou é IIS. Agora, compare (1) e (2): note que “uma casa” está sem preposição, ao passo que “de vendedor” está com preposição. Sabendo que, na língua portuguesa, o sujeito – que é com quem o verbo concorda
– jamais pode ser preposicionado, podemos afirmar que, em (1), temos um candidato a sujeito, enquanto que, em (2), ninguém pode ser sujeito. Assim, já podemos fazer algumas afirmações: como em (2) ninguém pode ser sujeito, a função do “se” é IIS; se não há sujeito, não há também quem estabeleça concordância com o verbo; por isso que, quando ocorre IIS, o verbo só pode ficar no singular. Já em (1), o “se” faz com que “uma casa” se torne sujeito paciente; a função do pronome, portanto, é PA (em que a frase possui sujeito e com ele deve concordar). Se colocarmos no plural “casa” e “vendedor”, nosso resultado será: 1) Alugam-se umas casas. 2) Precisa-se de vendedores. Quando houver a partícula “se”, lembre-se sempre de analisar (1º) se existe alguém que pratique a ação verbal
e (2º) se existe algum termo sem preposição para ser o sujeito e estabelecer concordância com o verbo. Veja abaixo: Doa-se filhote. – Doam-se filhotes. (Não há preposição); Trabalha-se em casa. – Trabalha-se em casas. (Há preposição); Vende-se lindo apartamento. – Vendem-se lindos apartamentos. (Não há preposição); Confia-se na política. – Confia-se nas políticas. (Há preposição). Vale um comentário: essa é só uma pitada sobre a partícula “se”, mas que já vai te ajudar demais no dia a dia! Conhece alguém que precisa saber disso? Então, compartilhe este artigo!
longa temporada na cadeia, ela prefere omitir os nomes, “por julgar este espaço domingueiro muito precioso para ser desperdiçado com eles”. E opta pelos qualificativos da moda: classificando-os como corruptos, pagadores e solicitadores de propinas, delatores, golpistas, mentirosos, entre outros adjetivos “impublicáveis”. Após convocar os cidadãos e cidadãs de bem para dizer aos nossos adolescentes e jovens que eles não devem nunca usar os exemplos políticos publicados no noticiário da imprensa, essa “enxurrada de lama que colocam dentro de nossas casas”, a articulista afirma: “Vou, sim, meu Brasil, reverenciar
você pelos 517 anos, tentando abrigar gente boa e honesta”. E conclui em apoteose: “Me perdoe, Brasil, se pensei tantas vezes em deixá-lo! Mas meu coração e meu sangue brasileiros continuam pulsando e circulando em minhas veias, enchendo-me de fé e de esperança, porque agora eu tenho certeza de que ‘diante disso e depois disso’, como disse Rui Barbosa: um dia tudo haverá de melhorar”. Obrigado, Jane Godoy. Inspirado em você, eu também peço perdão ao Brasil!
Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília
Muito obrigado, Jane Godoy! Na edição de domingo (23), do Correio Braziliense, o artigo “Parabéns, Brasil!”, de Jane Godoy, editora da coluna 360 Graus, merece aplausos dos leitores pela abordagem da vergonha nacional diante do mar de lama político divulgado diariamente pela mídia, que ameaça afogar nosso País. Oportunamente, Jane plasmou com palavras a manifestação da vontade ferrenha de “se eu pudesse, se fosse mais novo ou, se não tivesse mais filhos para criar, me mudaria daqui para bem longe, onde ninguém deverá me reconhecer como brasileiro”. Como jornalista, ela descreveu a “fisionomia tristonha e acabrunha-
da”, de uns; e de outros “com aquele semblante enfurecido e revoltado”, no que se refere às pessoas com quem cruzamos nos supermercados, nas filas do cinema e nas esquinas das ruas movimentadas. Aproveitou para lembrar que este país-continente completou, no dia anterior, sábado, 22 de abril, nada menos de 517 anos de descoberto. E faz indagações, sem respostas convincentes: “Será que alguém se lembrou disso? Será que os jovens aprenderam na escola a importância dessa data? Será que ainda sabem quem descobriu o Brasil?”. Sobre a recente lista de centenas de políticos candidatos a curtir uma
Fernando Pinto Jornalista e escritor
Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 29 de abril a 5 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
M
M
i c r o c o n t o
ú s i c a
Luis Gabriel Souza
Aprendendo a viver Cresci no abuso familiar, no abuso literal da palavra; no sofrimento, no sofrimento literal de sua essência; na pressão e humilhação, da maneira mais popular, cotidiana e suja, mas que fere e apunhala a cada segundo que me lembro de tudo. Vivi segundos segurando a arma apontada para minha cabeça e refletindo se valeria seguir ou ficar; optei por ficar, pelo menos por enquanto. Perdi um filho na mesa de parto, sem ao menos poder conhecê-lo pessoalmente. Outra vez fiquei prensada no banco traseiro do carro, esperando o resgate após o acidente. Hoje vivo como um vidro temperado, aparentemente forte, mas podendo se despedaçar a qualquer momento. O silêncio me acompanha diariamente, e na escrita tento encontrar o caminho de saber falar das dores que me acompanham, enquanto sigo o destino aos trancos e barrancos, estampando um sorriso no rosto que nem eu tenho a certeza se é sincero. (Baseado em Elisângela)
JORGE VISMARA/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Chorinho tipo exportação Na pegada Made in Brazil, gênero brasileiro se espalha pelo mundo Maria Gabbriela Veras Música instrumental com batida de samba. Assim que os gringos entendem o choro, apaixonam-se pela música tipicamente brasileira. O ritmo, que adotou Brasília como sua capital, rompe as fronteiras tupiniquins e encanta amantes de boa música por todo o planeta. Até o Clube do Choro, criado por chorões como o mestre Reco do Bandolim, já foi exportado. Em Paris, existe há 16 anos o Club du Choro de Paris. Chorões brasilienses, como Hamilton de Holanda, já tocaram em todos os cantos do mundo. No contrafluxo do choro, o americano Ted Falcon se apaixonou pelo ritmo e chegou a morar em Brasília para se apresentar e dar aulas
na capital. O músico voltou para Los Angeles, na Califórnia, onde toca, divulga e exala a paixão que tem pelo chorinho brasileiro. Nos Estados Unidos, Ted e a esposa Sarah Pontes fizeram de sua casa o clube do choro californiano. As rodas de choro em Los Angeles acontecem duas vezes ao mês, na casa do casal. Amigos, colegas e conhecidos, que também apreciam o gênero brasileiro, batem ponto nos eventos – ainda informais. “Tudo isso é apenas a continuação da nossa história”, conta Sarah, que também é produtora cultural. Dia do Choro – No domingo passado (23), foi comemorado o Dia Nacional do Choro. As comemorações estenderam-se todo o mês de abril.
Violinsta Ted Falcon (centro) faz da residência um clube do choro americano Neste ano, a data celabra 120 anos de Pixinguinha e 100 anos do chorinho Carinhoso. No Rio de Janeiro, onde nasceu o choro, os músicos se espalharam pela cidade para tocar e comemorar o crescimento do ritmo. Em Brasília, a festa no Clube do Choro termina neste final de semana.
No exterior, o Dia do Choro também não passa em branco. Artistas brasileiros que moram na Califórnia, por exemplo, não deixam de participar da festa, sempre à base de feijoada com caipirinha e cerveja, que acontece em um restaurante brasileiro na cidade.
PARTICIPE: bsbcapital.com.br/eurespeitociclista
#EuRespeitoCiclista