Bancos lucram com o FGTS
Eleitores desiludidos
Dinheiro das contas inativas foi usado para pagar dívidas vencidas e quitar faturas
Candidatos sem histórico político podem surpreender na corrida eleitoral de 2018
Chico Sant’Anna - Página 11
Pág. 6 e Pelaí - Pág. 3
Brasília, 20 a 26 de maio de 2017
Ano VII - 312
Grampos da PF pegam Temer e Gilmar Mendes Aécio é afastado do Senado e da presidência do PSDB
O BRASIL À DERIVA Páginas 4 e 5
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Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 20 a 26 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
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Faxina geral É profundamente desanimador e revoltante ter o Brasil como um país sempre à beira de colapso iminente. Agora, as gravações divulgadas na última semana dão razão aos que acreditam que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe. As mais recentes investigações da Lava Jato, autorizadas pelo ministro Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, reuniram farta documentação e evidências de que a maior crise política dos últimos tempos foi arquitetada por adversários, provavelmente com conhecimento do seu vice, Michel Temer. Quem insistiu em levar adiante o impedimento da presidente eleita pela maioria dos brasileiros hoje está preso – o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Quem ocupa o cargo de presidente da República, o ex-vice Michel Temer (PMDB-SP), está encurralado desde a última quarta-feira (18). Ele teve conversa gravada, monitorada pela Polícia Federal e pela Justiça, em que trata de cuidados com Eduardo Cunha na prisão. A nação inteira acompanhou, entristecida e revoltada, as revelações que envolveram também o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que te-
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nÉrika Kokay Belo exemplo da deputada. Espero que a classe política brasileira possa ser renovada e pessoas como essa não coloquem suas vontades em primeiro lugar. A sociedade precisa urgentemente pensar no todo e não no seu umbigo. Glaucio Brankine, via Facebook Sobre entrevista exclusiva da deputada Érika Kokay (edi-
ve irmã e primo presos por suposto recebimento de propina. Temer responderá a processo no STF, igualmente acusado de recebimento de dinheiro do empresário Joesley Batista, um dos donos do Frigorífico JBS, pelas mãos do deputado Rocha Loures (PMDB-PR), homem de sua inteira confiança. A crise atual teve início logo depois que Dilma ganhou as eleições de 2014, derrotando Aécio no segundo turno. Desde então, os problemas do País vêm se aprofundando sem parar. Chegou-se ao patamar atual, com um presidente suspeito, investigado e perdendo sua possível sustentação política no Congresso Nacional. Das ruas, ele já não tinha apoio, como indicam várias pesquisas de opinião. Além de os brasileiros sentirem-se enganados – votaram num programa de governo e estão engolindo reformas que não aprovam –, agora pagam um preço ainda mais alto pela paralisia do País. Sem falar na conta pela maior recessão da História, incluindo um exército de desempregados que passa dos 14 milhões de pessoas, e em problemas estruturais antigos, como falta de educação, saúde e segurança, por exemplo. Se existe algo de positivo nesta situação, seria aproveitar o fundo
do poço para fazer uma faxina geral, dando um basta na impunidade que mais uma vez mostra toda sua musculatura. A corrupção é o mal maior. Não há dinheiro que sobre diante da roubalheira contínua aos cofres públicos – mesmo com o Brasil estando na dianteira, em todo o mundo, na cobrança de impostos. Por causa da falta de credibilidade nas instituições – começando pelo presidente da República, passando pelo Parlamento e já começando a resvalar no Judiciário –, surge um coro de vozes cobrando eleições diretas. Os brasileiros não acreditam que o Congresso Nacional, da mesma forma mergulhado em denúncias de corrupção, com vários parlamentares sendo investigados, tenha legitimidade para escolher, de forma indireta, um novo presidente da República. Para piorar, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que estão na linha sucessória de Temer, são também investigados na Operação Lava Jato. As atuais crises política e econômica, sentidas com mais profundidade por quem não é da elite, dão a horrível sensação de estarmos numa nação totalmente à deriva, num oceano de terríveis tempestades.
a r t a s
ção 311), nova presidente do PT-DF.
para viabilizar sua candidatura a governador.
nConservadores no DF Xô, lixos! O Fraga votou contra o trabalhador. Não terá meu voto nem o voto dos meus familiares nunca mais. Adriana Sales, via Facebook Reação à notícia sobre as movimentações do deputado federal Alberto Fraga (DEM)
nRollemberg Marconi Perillo já começou a fazer bondades em Goiás, adoçar a boca dos servidores com o aumento do auxílio alimentação, novo concurso para educação e PM. Tudo isso para eleger o seu candidato no ano que vem!. Enquanto isso, o nosso Ro-
drigo Rollemberg só bate nos servidores, não melhora para quem está dentro, não nomeia de maneira efetiva os aprovados nos concursos vigentes! E continua remando contra a maré, no mesmo joguinho de vingança de sempre contra os servidores! Deveria pegar algumas aulas com o governador de Goiás de como se faz política!. Juarez Caixeta, via Facebook
Pior governador do Distrito Federal, conseguiu superar o Agnelo. No ano que vem vai perder feio caso se candidate. Esse governador só sabe falar, não cumpre as promessas. Washington Oliveira, via Facebook Sobre nota do Pelaí (edição 311) informando que o governador Rollemberg está bem com o governo federal na liberação de verbas.
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ntrou no ar na terça-feira (16) o portal de notícias extrapauta.com.br. Com experientes jornalistas no comando e uma boa equipe de colaboradores, a página, focada em política e economia locais, publicou, de saída, uma pesquisa do instituto Exata OP mostrando que candidatos fora da política tradicional podem conquistar o Buriti em 2018. Ou seja, o Extrapauta chegou chegando...
Rollemberg mexe em vespeiro
Valmir Campelo disputará um cargo majoritário em 2018
Volta, Valmir! O senador Cristovam Buarque é um entusiasta da candidatura do ex-ministro do TCU Valmir Campelo a um cargo majoritário em 2018. “Antes da eleição de 2014, convidei Valmir a voltar à vida pública. Tivemos várias conversas e estou feliz por ele ter tomado agora a decisão. Mais ainda pela escolha do PPS, meu atual partido”, disse Cristovam ao Brasília Capital. DOBRADINHA – Valmir é vocacionado para a política e tem um passado limpo. “A vinda dele para nosso partido será muito boa para Brasília, sobretudo neste momento conturbado pelo qual passamos”, disse o senador, evitando confirmar que os dois farão uma dobradinha – um como candidato a governador e o outro a senador.
O governador Rodrigo Rollemberg mexeu num vespeiro ao determinar que o Grupo de Ações Integradas de Controle – liderado pelo chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e pelo controlador-geral do DF, Henrique Ziller – investigue denúncias de ex-executivos da Odebrecht de supostos pagamentos de propinas em obras de governos pasados. PT – Na segunda (15), a Executiva do PT-DF divulgou nota em defesa do ex-governador Agnelo Queiroz e do ex-deputado Geraldo Magela, que atuaram nas obras do estádio Mané Garrincha, do Centro Administrativo, do BRT Sul e do Setor Jardins Mangueiral. PSB – A resposta de Rollemberg veio pelo PSB: “impressiona a forma como a atual direção do PT tenta enganar a população. A declaração de que o PT é o maior interessado no esclarecimento das denúncias de corrupção da Lava Jato beira à desonestidade”, diz a nota.
DIFERENCIAL – A deputada distrital Celina Leão aposta que o PPS será o grande diferencial na campanha do próximo ano. “O partido passa a ter a projeção de dois grandes nomes para a disputa majoritária. São homens que enobrecem e fortalecem nossas fileiras”, diz a ex-presidente da Câmara Legislativa.
VIGILANTE – Vice-presidente local do PT, o deputado Chico Vigilante disse ao Brasília Capital que o governo está perdendo dinheiro ao não coloca para funcionar estruturas como o Centro Administrativo e o Mané Garrincha.
ANTECIPADO – Na edição 283, de 29 de outubro de 2016, o Brasília Capital antecipou que Valmir Campelo seria um dos possíveis candidatos ao Palácio do Buriti em 2018. A informação foi apurada durante a posse de Alírio Neto na presidência do PTB-DF e publicada sob o título Até que os interesses pessoais os separem.
DESENVOLVIMENTO – “O Cetrad não é um projeto de governo. É um projeto de Estado. Dentre as coisas que o ex-governador Arruda acertou, está a criação do centro administrativo para desenvolver Samambaia, Cei-
Vigilante: “O Centrad não um projeto de governo. É um projeto de Estado” lândia e Taguatinga, as áreas de maior necessidade da criação de emprego no DF”. Alugueis – O deputado avalia que a ocupação do Cetrad traria economia para os cofres públicos. “O governo deixaria de pagar alugueis, que hoje são pulverizados por todo o DF. E, após 30 anos, toda a estrutura será da população do DF”. PPPs – “Rollemberg fala tanto de parcerias público-privadas e é incapaz de operar uma já existente. Se ele não opera aquela, quem vai acreditar que ele fará outras?”. MANÉ – “Sobre o estádio, ele diz que é o mais caro do mundo. Mas, naquele complexo esportivo, cultural e comercial, vai-se até se jogar bola, porque aquilo ali não foi feito para isso. Lá existe estrutura para a montagem de hotéis, shopping, supermercado, centro de convenções. E está tudo pronto! Portanto, o que ele deveria fazer era passar todo o complexo para a iniciativa privada. Toda a gleba de terra, não é só o estádio”.
Cinco réus na Drácon Novos pedidos de cassação dos deputados envolvidos na Operação Drácon foram protocolados quarta-feira (17). As primeiras petições, feitas pelas ONGs Adote Um Distrital e CLDF Limpa, foram rejeitadas. Agora, os documentos incluem a decisão da Justiça, que transformou em réus Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Cristiano Araújo (PSD), Júlio César (PRB) e Bispo Renato (PR).
Data definida Sandra Faraj (SD), outra distrital com pendências judiciais, terá o futuro definido na terça-feira (23), na Comissão de Ética. Apesar do relatório favorável à sua cassação apresentado pelo corregedor Juarezão (PSB), a tendência é de que o processo acabe em pizza. Faraj tem o apoio de quatro dos cinco membros do colegiado, também enrolados com a Justiça.
Exploração sexual A deputada Érika Kokay (PT-DF/foto), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara , apresentou, quinta-feira (18), requerimento de criação de nova CPI para investigar denúncias de turismo sexual e exploração de crianças e adolescentes no Brasil. O pedido coincidiu com Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Falta o despacho do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Brasil para após saber de conversa de Temer com o dono da JBS sobre a compra do silêncio de Eduardo Cunha Orlando Pontes e Valdeci Rodrigues
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xatos 370 dias após assumir a presidência da República, numa semana em que inundava a grande mídia com a propaganda oficial de recuperação da economia e o Congresso preparava-se para aprovar as impopulares reformas trabalhista e da Previdência, o governo de Michel Temer mergulhou na sua mais profunda crise. Os dias sombrios começaram às 19h30 de quarta-feira (17), quando Lauro Jardim publicou no site do jornal O Globo a nota devastadora de que o presidente teria autorizado o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, a pagar propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, para comprar seu silêncio em supostas denúncias contra Temer. REFÚGIO - Daquele post na internet em diante, o Brasil parou. O Palácio do Planalto transformou-se num autêntico gabinete de crise. Os presidentes do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), suspenderam as sessões nas duas Casas. E correram para perto do chefe do Executivo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), segundo colocado na corrida presidencial de 2014, com 51 milhões de votos, refugiou-se em sua casa no Lago Sul. Na notícia publicada por Lauro Jardim, ele era citado como beneficiário de um repasse de R$ 2 milhões feito pela JBS e entregue a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred. AGITAÇÃO – Na quinta-feira (18), Brasília amanheceu em polvorosa. A ressaca da noite mal dormida agravou -se com a deflagração de nova Operação da PF, autorizada pelo ministro Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, batizada de Patmos, em referência à ilha grega onde o apóstolo João teve visões
Dias sombrios do Apocalipse. Foram cumpridos 49 mandados judiciais, sendo 41 de busca e apreensão e oito de prisão preventiva, entre eles, contra o primo e a irmã de Aécio, Andrea Neves. Partidos da base anunciavam o desembarque do governo. Às 15h, novo post no site de O Globo criou enorme expectativa no país. No blog de Ricardo Noblat, a informação era de que Temer, em pronunciamento às 16h, renunciaria ao mandato. Mas foi uma “barriga” (notícia falsa, no jargão jornalístico). Do púlpito do Planalto, atrás do
Brasão da República, o presidente foi enfático: “Não renunciarei. Repito: não renunciarei”. Ele disse, em rede nacional de rádio, TV e internet que o STF é melhor lugar para que se defenda e prove que não cometeu nenhum crime. PROTESTOS – Durante todo o dia, a crise política se refletiu na economia. A Bolsa de Valores despencou quase 9% até o fechamento de quinta-feira, as ações de empresas brasileiras sofreram grande desvalorização no exterior, e a cotação de moedas es-
trangeiras, como o dólar e o euro, subiu na casa dos 10%. A decisão do presidente de seguir no cargo levou milhares de pessoas às ruas em todo o País com o grito de “Fora Temer”. Na Praça dos Três Poderes, em Brasília, manifestantes entraram em confronto com a PM. O mesmo aconteceu na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a concentração em frente à representação da Presidência da República foi pacífica. O povo protestou em capitais como Recife (PE), Fortaleza (CE) e Porto Alegre (RS).
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MARCOS CORRÊA PR
LULA MARQUES AGPT
Aécio: afastado do mandato e da presidência do PSDB MARCELO CAMARGO AGÊNCIA BRASIL
Gilmar: pedido de Aécio para falar com Flexa Ribeiro
A notícia de que fora gravado em conversa pouco republicana com o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, jogou o presidente da República num verdadeiro buraco negro da História do Brasil. Desde quarta-feira (17), crescem os protestos nas ruas de todo o País, com os pedidos de “Fora Temer” MÍDIA NINJA
Presidente mais impopular da História Além de ostentar o título de mandatário mais impopular da História, desde quinta-feira (18) Michel Temer também está às voltas com a Justiça. A homologação pelo STF da investigação contra ele, permite, a partir de agora, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) peça novas diligências com base nos relatos. A delação dos irmãos Batista provocou a suspensão do mandato do deputado Rocha Loures (PMDB-PR), suposto emissário do presidente da República para recebimento, em São Paulo, de R$ 500 mil. O dinheiro seria para dar continuidade ao pagamento ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Lava Jato, pelo silêncio sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Detalhe: as cédulas foram numeradas em sequência e a mala continha um chip de rastreamento. O presidente nega ter feito a recomendação. SEM MANDATO – Aécio Neves foi destituído da presidência do PSDB e afastado do mandato de senador. Ele teria pedido R$ 2 milhões, supostamente para pagar seus advogados de defesa. O senador afastado argumenta que sua negociação foi pessoal. Sua irmã, Andrea Neves, foi presa em Belo Horizonte. Os Batista foram usados pela Justiça e pela PF para provar crimes contra Temer, Aécio, Rocha Loures e o senador Zezé Perrela (PMDB-MG), cujo assessor Manderson Souza Lima também foi preso em Minas. Outros presos: uma irmã do doleiro Lúcio Funaro e o procurador da República Ângelo Goulart Villela, do Tribunal Superior Eleitoral. As conversas para a delação dos donos da JBS começaram no final de março. Os depoimentos foram coletados do início de abril até a primeira semana de maio. O negociador da delação foi o diretor jurídico da JBS, Francisco Assis da Silva, que também virou delator. GILMAR – Em gravação feita em março, num encontro extra-agenda, tarde da noite, no Palácio do Jaburu, o empresário diz a Temer que estava dando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Temer responde: “tem que manter isso, viu?”. Aparece também conversa do ministro do STF Gilmar Mendes com Aécio. Ele recebe pedido para conversar com o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PR), pedindo o voto do parlamentar para aprovar o projeto sobre o abuso de autoridade. “Dá uma palavrinha com o Flexa... a importância disso e no final dá sinal para ele porque ele não é muito assim... de entender a profundidade da coisa... fala ó... acompanha a posição do Aécio porque eu acho que é mais serena”, pede Aécio. “Tá bom, tá bom. Eu vou falar com ele. Eu falei... eu falei com o Anastasia e falei com o Tasso...”, responde o ministro.
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Corrida fora da raia Candidatos “outsiders” articulam-se para a disputa pelo Buriti em 2018 Valdeci Rodrigues
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desilusão do eleitorado com os políticos tradicionais apontada em diversas pesquisas tem motivado vários candidatos “outsiders” a articular possíveis candidaturas ao Governo do Distrito Federal nas eleições de 2018. Em geral, são empresários ou profissionais liberais bem-sucedidos que, a exemplo do prefeito de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB), adotam o discurso de “devolver à cidade tudo o que ela me proporcionou”. O presidente da Associação Comercial (ACDF), Cléber Pires, que não tem filiação partidária, avisa que não é candidato de si mesmo. Quer dizer, precisa ter seu nome chancelado pelos empresários. “O momento clama por um político que não seja de carreira”, pontua. Ele diz que está pronto para pleitear o mandato, desde que tenha o apoio especialmente da classe empresarial. O ex-presidente da OAB-DF Ibaneis Rocha, atualmente na Secretaria Geral-Adjunta do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, também sem partido, apesar das críticas que faz à administração pública, afirma não enxergar solução fora da política. “Só que ela tem de ser bem feita”, ressalva. E diz que seu nome está à disposição. E já engrenando o discurso de candidato, acentua que “falta gestão ao DF, pois existem, sim, recursos para tirar Brasília do sufoco”. GASTOS - Tanto Cléber quanto Ibaneis apontam, de saída, um grave problema da administração pública: gastos maiores do que as receitas. O advogado vê urgência na avaliação “da estrutura do Estado, que consome todos os recursos”. Já o empresário usa termos parecidos: “o poder público inchado não é para o povo”. “O modelo, no mínimo, está equivocado”. Ibaneis destaca que a
“Clamor por um político que não seja de carreira” Cléber Pires
“Existem recursos para tirar Brasília do sufoco” Ibaneis Rocha
área da saúde está “em estado de emergência”. Embora também se apresente como correndo por fora – ele prefere o termo em inglês outsider –, o professor e empresário no ramo de educação Eliseu Kadesh (PTdoB) conta que está sendo estimulado “por amigos e cidadãos insatisfeitos com políticos tradicionais”. Kadesh também não aceita as justificativas usuais para a situação. “Acho absurdo a gente passar por dificuldades financeiras no DF, já que nossas principais contas são
“Absurdo. Nossas principais contas são pagas pela União” Eliseu Kadesh
pagas pela União. Está na cara que tem falta de competência na gestão”, diz Kadesh. “Sou um outsider político verdadeiro e estou me colocando à disposição para concorrer ao Buriti. Parece pretensioso, mas o povo apóia. O povo precisa de uma esperança em algo realmente novo”, propagandeia. Outro que garante estar no páreo é o locutor e líder comunitário de Ceilândia Goudim Carneiro. Ele já procura um partido que aceite registrar sua candidatura para concorrer
Goudim Carneiro, líder comunitário de Ceilândia também procura partido
ao governo. Até o fechamento desta reportagem, o Brasília Capital não conseguiu contato com ele. Como em eleições passadas, os nomes dos que estão fora dos grupos políticos tradicionais tendem a começar a aparecer a partir de agora. Eles têm em comum a perspectiva de que a desilusão do eleitorado com os políticos tradicionais possa favorecê-los na hora de escolher o novo governador. Mas os institutos já detectam que há, sim, espaço para eles na raia da corrida eleitoral do próximo ano.
Sem planos de governo Os três pré-candidatos ao GDF fora das estruturas partidárias tradicionais, ouvidos pelo Brasília Capital, têm como foco a valorização da gestão e administração, especialmente dos gastos do dinheiro público. Como falta mais de um ano para as eleições, nenhum deles ainda tem um plano de governo, até porque dependem da consolidação do projeto de candidatura. Ibaneis Rocha diz que não procurou ainda nenhuma estrutura partidária. “Estou sendo consultado por amigos, empresários e colegas da advocacia”, afirma. Cléber Pires conta que sua possível candidatura nasceu dentro de casa, ao ouvir da família: “Você já ajudou demais. Está na hora de você mesmo fazer”. Eliseu Kadesh apresenta-se como gestor e não político, “capaz de fazer uma melhor aplicação do dinheiro público”. Cléber cita a situação econômica como resultado de
políticas públicas tanto no País quanto no DF. Aqui, ele destaca a quantidade de empresas que fecham as portas, deixando de gerar empregos. “De janeiro a abril deste ano, 6.232 encerraram CNPJ. Apenas 337 iniciaram”, diz, citando dados oficiais, que são fontes de outro dado sublinhando por ele – o de que, em 2016, houve o fechamento de duas empresas por hora no DF. Ibaneis bate na mesma tecla da dificuldade para que as empresas continuem existindo. Porém, cita o outro lado da moeda: “Não se valoriza o emprego”. Eliseu Kadesh se diz um apaixonado por Brasília e vai mais longe ao dizer que não há governador no DF desde a cassação de José Roberto Arruda, em 2010. “Ter sido deputado ou senador não capacita ninguém para administrar nossa Brasília. Pelo contrário, faz é atrapalhar!”, acrescenta.
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Começam a se formar as alianças para a disputa eleitoral de 2018. De que forma se posicionaria o PV nesse cenário? O Partido Verde dialoga com as forças progressistas do DF. Mas o PV se mantém distante desta disputa antiquada de esquerda e direita. Primeiro, o Brasil precisa, urgentemente, diminuir o radicalismo das posições. E Brasília precisa, neste momento, de gestão política e administrativa. O que eu sinto é que o PV tem cacife para fazer política fora desta dicotomia – esquerda e direita – que está ultrapassada. O PV superou o debate do século XX, que era comunismo versus capitalismo. E está no debate do século XXl, que é a manutenção da espécie humana. É um partido internacional, presente em dezenas de países,e que tem feito esse debate desde o fim dos anos 1970. Como integrante da base de Rollemberg, o senhor acha ele tem correspondido a essa expectativa de boa gestão política e administrativa? O atual governo enfrenta os sintomas de uma profunda crise brasileira. Não há nenhum governador bem avaliado. Vivemos uma recessão que só tem precedentes em 1929, com o crack da Bolsa de Valores. Então, exigir popularidade de qualquer governo não é correto no momento. Na última década, nenhum governante europeu, tirando Ângela Merkel (primeira-ministra da Alemanha), foi reeleito. Estamos vivendo um momento de crise em que é criminoso um governo ficar pensando em reeleição. O governo tem que pensar em salvar a cidade. Eu vejo que Rollemberg tem se mantido à margem de crise do ponto de vista ético. Eu imputo ao governo um defeito que eu já falei ao governador: ele tem dificuldade de fazer relacionamento político. E isso custa caro. Em uma crise como essa, é
ENTREVISTA / Professor Israel Batista
O pior defeito de um governante é a corrupção O deputado do PV diz que essa pecha não pode ser imputada ao governador Rodrigo Rollemberg Orlando Pontes
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erceiro deputado distrital mais bem votado em 2014, o professor Israel Batista pretende se candidatar à Câmara dos Deputados nas próximas eleições. Mas o discurso continuará o mesmo – defesa dos jovens, do trabalho e da educação para este público, com quem convive diariamente nas aulas que ministra em cursinhos preparató-
preciso saber liderar as forças políticas e gerar um movimento que beneficie a sociedade. Como ele poderia fazer isso? O primeiro ponto é o diálogo desprovido de qualquer tipo de preconceito com a classe política nos seus diversos matizes. Não existe pensamento superior a outro pensamento. Nós estamos em uma democracia. O meu avô tem 80 anos. Ele não é melhor ou pior do que eu. Somos diferentes e pensamentos de forma diferente. Mas temos que conviver, porque somos cidadãos no gozo pleno dos nossos direitos políticos. Essa falta de diálogo pode ser refletida na derrota do Buriti na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Legislativa? Pode sim. Acho
“Minha pauta não é geográfica, é temática. Esses meninos querem trabalho, faculdade ou passe do DFTrans, que é minha briga eterna” que há uma certa dificuldade na comunicação com o meio político. Eu diria, até, mais da equipe do que do próprio governador. Mas, essa não é a pior das dificuldades e nem o pior defeito de um governo.
rios para concursos. “Não tenho muita geografia”, diz, exemplificando que sua maior votação empata em Ceilândia, Asa Norte e Taguatinga. E, proporcionalmente, o Guará, além de ser o terceiro mais votado na Estrutural. Diz que as famílias que têm filhos adolescentes concentram seus esforços para prepará-los para o futuro. Com exclusividade ao Brasília Capital, ele diz que a dicotomia esquerda versus direita está ultrapassada e que o pior defeito de um governante é a corrupção.
Para mim, o pior defeito é corrupção. E isso não tem sido imputado a este governo. Na eleição de 2014, o presidenciável do PV, Eduardo Jorge, apoiou Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno ... É verdade. Foi muito polêmico – e corajoso também – ele se posicionar. Acho que, naquele momento, ele se posicionava contra o que estava por vir do escândalo do Petrolão. Não foi unanimidade. A minha posição era de que o partido mantivesse neutralidade e se afastasse dos dois candidatos. Assim como a minha posição é que o partido se afaste do governo Temer. Mas o PV não precisa ter esse tipo de abordagem e trabalhar a partir de compromissos.
O presidente local do PV, Eduardo Brandão, que foi candidato a deputado federal, tem trabalhado mais próximo com a esquerda... – Nós temos afinidades com a esquerda. Eu tenho muita afinidade com alguns colegas da Casa. O deputado Reginaldo Veras, do PDT, é uma pessoa com quem tenho muito entrosamento. Trabalhamos juntos em vários projetos, como a abertura dos CIL’s (Centros Integrados de Língua), que foi uma grande vitória nossa. Só neste semestre, foram mais de 4 mil vagas por conta dessa lei. No acumulado, são 12 mil vagas. Nossa parceria é natural. Então, é natural que a gente se aproxime deste campo. Não temos compromisso com esquerda-direita. Temos compromisso
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GUSTAVO GOES
Israel Batista afirma que Brasília precisa, neste momento, de gestão política e administrativa
com o resgate da cidade. Esse discurso de resgate da cidade também é utilizado pela direita... – Foi o mesmo discurso do Agnelo após a queda do Arruda. Esse discurso, de fato, foi apoderado por todos os grupos porque, na verdade, é uma ansiedade da população. O brasiliense quer ver a cidade tratando dos problemas que tem que tratar. Mas a população não fica frustrada de sempre ouvir o mesmo discurso, que nunca é posto em prática? – É uma frustração natural da sociedade. Neste momento de crise, precisamos repensar nossa estrutura e precisamos ter coragem. A estrutura é impraticável. A nossa cidade declarou guerra ao empreendedor, a quem quer abrir um negócio.
“Estamos vivendo um momento de crise em que é criminoso um governo ficar pensando em reeleição. O governo tem que pensar em salvar a cidade” Nossa cidade demora mais que outros Estados para emitir alvarás. Então, não temos como tirar impostos porque as atividades econômicas estão reprimidas. E temos mais servidores públicos do que o município
de São Paulo – que é três vezes maior em número de eleitores. Não há como manter esta cidade. Brasília tem 222 mil servidores que vivem do erário. E onde estamos produzindo a riqueza? Dependemos do Fundo Constitucional. E quando outros Estados se irritarem por manter um fundo deste tamanho, que corresponde a toda arrecadação anual do Piauí? Como que vamos manter isso? A cidade tem que fazer um mea culpa. Nós estamos permitindo que as pessoas empreendam? Que elas ganhem dinheiro, para ser menos dependente dos concursos públicos? O senhor vê possibilidade de se repetir em Brasília o fenômeno João Dória, nas eleições para prefeito de São Paulo no ano passado? Há uma grande
chance de que a próxima eleição seja uma surpresa. Os caciques não estão com a taça na mão. Todos estão com a corda no pescoço. Políticos de grande envergadura, que tiveram eleições de milhões de votos no passado, nessas eleições, certamente, terão grandes surpresas. O Dória representa um fenômeno: o do saco cheio. Essa é a verdade. O Dória vem com soluções da iniciativa privada, que é o que a sociedade está pedindo. Como podemos manter um Estado paquidérmico como o nosso? Como podemos não cobrar qualidade do serviço público? Como podemos manter o único serviço público do planeta que não tem avaliação de rendimento do servidor? Somos o ultimo país do mundo no qual um concurso te dá acesso eterno a uma vaga no serviço público. Temos que debater isso. Não há como manter este país com essa estrutura. E olha que eu passo a minha inteira preparando as pessoas para entrarem no concurso público. O que eu não posso admitir é uma manifestação de uma forma de pensar que acredita que o serviço público não deva satisfações à sociedade. Eu sempre falo para os meus alunos: “O seu patrão não é o governo, e sim o povo, que precisa do seu rendimento”. Houve época em Brasília em que os professores de concurso ensinavam os alunos a passarem na prova, porque depois da prova eles estariam garantidos, e não prestariam contas a ninguém. Isso está ultrapassado. Mas esta mensalidade ainda se mantém até hoje em várias repartições ... – Os meus alunos, não. Eles entram no serviço público com outra mentalidade. São os novos servidores públicos que têm combatido a corrupção e prestado o trabalho decentemente. Nós declaramos guerra a essa mentalidade da não-prestação de contas, do não-trabalho e
do mamar nas tetas do Estado. Tem gente pagando por isso. Esse discurso se encaixa no perfil de políticos que tendem a crescer nas próximas eleições. O senhor pretende alçar voos mais altos? O meu projeto, hoje, é vir a deputado federal. Nós sabemos que nas próximas eleições vai haver uma renovação muito forte. Estou em meu segundo mandato. Fui o terceiro mais bem votado na última eleição e tive um custo de campanha muito baixo. Por isso, acho que aqui na Câmara Legislativa a minha missão está cumprida. Fizemos projetos grandiosos. Foi daqui que saiu a idealização do Brasília Sem Fronteiras, que corrigiu os erros do Ciências Sem Fronteiras. Foi deste gabinete que saiu o Nota Legal em dinheiro; a reabertura do Planetário, depois de 16 anos fechado. Sempre fui um deputado que não teve medo de bater na porta do Buriti e exigir que o Executivo tomasse providências. Daqui saiu o Bora Vencer e o QualifiCopa, que são projetos enormes. No geral, atingiram mais de 200 mil pessoas, sem contar o Nota Legal, que atingiu muito mais. Acho que a gente precisa buscar esses voos maiores. O planejamento é para que a gente venha a deputado federal, mas entendo que a cidade pode precisar de novos nomes para outras missões. A mudança na legislação, proibindo o financiamento de campanhas por empresas, favorece candidatos com o seu perfil? Uma campanha não pode ser feita como um produto do Marketing. Campanhas políticas têm que ser genuínas. Quando você faz campanhas multimilionárias, perde esse caráter real e genuíno. A candidatura tem que ser uma disputa de idéias, e o recurso usado tem que ser apenas o suficiente para expor as ideias ao público.
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Água, economize você também! TONY WINSTON/AGÊNCIA BRASÍLIA
Taxa extra deixará de ser cobrada em junho. Mesmo com redução no consumo, índice de reservatórios deve chegar a 9% em outubro, mantendo situação de alerta Gabriel Pontes
C
omeçou o período da seca e a água dos principais reservatórios do Distrito Federal pode não ser suficiente para abastecer a população até o retorno da chuva, previsto para outubro. Este foi o claro recado da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) aos brasilienses logo após suspender a cobrança de taxa extra na conta de água a partir de 1° de junho. Apesar do desafogo no preço da tarifa, a agência ressalta que “a crise hídrica ainda não acabou e que a redução do consumo de água é essencial para o DF atravessar a seca”. Para se ter uma ideia da atual situação, em abril do ano passado os reservatórios do Descoberto e de Santa Maria registravam níveis de 89,2% e 74,7%, respectivamente. Neste ano, no mesmo período, as marcas foram de 56,4% e 53,9%. CHUVAS - A situação hídrica no DF será acompanhada semanalmente por técnicos e especialistas da Adasa, Caesb e da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Mensalmente, além do nível dos reservatórios,
será divulgada, também, a meta a ser atingida para que não falte água. A previsão é que, com um dia de racionamento, como ocorre atualmente, em outubro, os reservatórios atinjam 9% de volume útil – considerado o mínimo. A partir de então, as chuvas devem chegar e as captações do Lago Paranoá e do Bananal entregues à população, ampliando a capacidade hídrica do DF e GABRIEL PONTES
METAS DO NÍVEL DO DESCOBERTO Em abril do ano passado, nível do reservatório do Descoberto era de 89,2%. Neste ano a marca chegou a 56,4%
Racionamento pode chegar a dois dias “A crise hídrica ainda não acabou e a redução do consumo de água é essencial para o DF atravessar a seca” Paulo Salles, diretor da Adasa
aliviando a crise. “É essencial que até outubro as obras estejam adiantadas, haja o uso consciente da água e as águas cheguem aos reservatórios”, afirma o presidente da Adasa, Paulo Salles.
Considerado a medida mais dura contra a falta d’água, o racionamento continuará em apenas um dia no Distrito Federal. A Adasa, no entanto, criou um plano de metas a serem atingidas no nível dos reservatórios Santa Maria e Descoberto. Caso a quantidade de água não aumente como prevê a agência, um segundo dia de falta d’água não está descartado, assim como a volta da tarifa de contingência. “O racionamento afeta diretamente a população menos favorecida. Pequenos empresários e cidadãos que não possuem caixa d’água são os que mais sofrem. Não podemos deixar os reservatórios irem a colapso, mas também não podemos ser irresponsáveis com esses brasilienses”, afirma Paulo Salles.
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
46% 36% 25% 14% 9% 12% 17%
REAJUSTE – Apesar do fim da cobrança da tarifa de contingência, que aumenta em 40% a taxa de quem consome mais de 10 mil litros de água por mês, entra em vigor em junho o reajuste anual imposto pela Caesb. “Acreditamos que o reajuste compensará o fim da tarifa de contingência”, diz Salles. Segundo a Adasa, os R$ 42 milhões arrecadados com a tarifa de contingência de outubro passado até maio deste ano, são suficientes para a Caesb investir em campanhas e novas formas de captação e distribuição de água. A agência ressalta, ainda, que a taxa extra foi útil para reduzir o consumo, mas tornou-se menos eficiente com a implementação do racionamento.
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“O que o governo fez foi tentar criar um clima favorável junto à opinião pública para não ser cassado e poder se candidatar no ano que vem para mais um mandato” Dércio Munhoz, economista
Por Chico Sant’Anna
FGTS não aquece a economia
A
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Caixa Econômica Federal liberou, até 10 de maio, R$ 16,855 bilhões em saldos das contas inativas do FGTS. O montante global deve chegar a 43 bilhões em agosto. Esses recursos, segundo o governo Temer, deveriam propiciar um crescimento extra na economia de 0,3 ponto percentual. Parece pouco. No entanto, sem o FGTS os economistas estimavam uma alta do PIB um terço menor, de apenas 0,6%. Mas a medida, considerada demagógica por alguns, está longe de fazer a economia crescer o esperado. Quem mais se beneficia, como sempre, são os bancos e as financeiras. BRASÍLIA - Essa mesma realidade se aplica em Brasília. Aqui, 191 mil trabalhadores já sacaram R$ 322 milhões, aproximadamente. Cada um levou para casa, em média, R$ 1.686. O comércio tinha grandes expectativas em relação a esse dinheiro para alavancar o setor. Mas nem com a ajuda do coelhinho da Páscoa a liberação do FGTS melhorou o cenário. Pelo contrário: a crise continua feia. Levantamento da Fecomércio aponta que, em março, as vendas do comércio brasiliense registraram queda de 2,83%, na comparação com fevereiro. Até o comércio de bebidas sentiu a ressaca (-5,17%). Se a situação for comparada com março de 2016, sobe para 5,30%. “A movimentação da Páscoa e a liberação do saque das contas inativas do FGTS não foram suficientes para sustentar as vendas de março, mesmo com estratégias focadas em ofertas e produtos mais fracionados e mais baratos”, ressalta o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana. Outro termômetro é o nível de desemprego. Pesquisa da Codeplan indica que, em março, 14 mil novas pessoas ficaram desempregadas. Agora são 336 mil trabalhadores, um recorde na história do Distrito Federal.
Temer cumprimenta funcionários da Caixa Econômica Federal em dia de mutirão de saques
Onde está o dinheiro? Todo mundo ficou de olho na montanha de dinheiro das contas inativas. Em São Paulo teve até bordel que organizou a “Noite do FGTS: Tudo Liberado”. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito indica que apenas 6% dos beneficiados com a liberação do FGTS decidiram gastar em novas compras. A precaução é geral: 16% guardaram na poupança, 38% vão pagar dívidas vencidas e outros 34% afirmaram que vão usar o dinheiro para quitar antecipadamente dívidas futuras, tais como parcelas de crediário ou financiamento habitacional. Desta forma, a economia não aqueceu, o comércio não vendeu mais e não fez novas encomendas à indústria. Só quem lucrou foram bancos e financeiras que,
diante de uma crise sem precedentes, viu uma pequena redução do nível de inadimplência. Especialistas dizem que se o governo desejasse efetivamente aquecer a economia, gerar mais empregos e ajudar a sair da recessão, teria destinado esses R$ 43 bilhões para obras de saneamento básico ou de construção de moradias, destinos tradicionais do FGTS. Eles seriam suficientes para construiu 810 mil novas casas, pelo valor médio do Minha Casa Minha Vida. É uma meta bem mais ambiciosa do que as 600 mil casas que Temer disse pretender construir neste ano. A construção dessas moradias poderia retirar do desemprego 1,410 milhão de operários, sem contar os empregos indiretos que empreendimentos desse porte geram na corrente da economia. Mas o governo acenou demagogicamente como uma fórmula de tirar o brasileiro endividado do sufoco. Na expectativa de melhores índices de opinião pública, o presidente da República chegou
a visitar uma agência da Caixa em dia de mutirão de saques de FGTS. Para o economista Dércio Munhoz, da Universidade de Brasília (UnB), isso é falso. O volume de juros referentes aos papagaios nas mãos dos brasileiros era, em fins de 2016, superior a R$ 300 bilhões, sem contar a dívida do cartão de crédito e do cheque especial. E o volume cresce ano a ano, com as elevadas taxas de juros praticadas no País. Esses R$ 43 bilhões do FGTS pouca diferença farão nas finanças das famílias endividadas e não irão assegurar um circulo virtuoso capaz de assegurar emprego e renda capazes de habilitar os brasileiros a honrarem seus compromissos. “O que o governo fez foi tentar criar um clima favorável junto à opinião pública para não ser cassado e poder se candidatar no ano que vem para mais um mandato” conclui Dércio Munhoz, lembrando que o País precisa focar nas taxas de juros. Caso contrário, não sairá do atoleiro.
Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com
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Professores marcham contra a reforma da Previdência Brasília volta a ser palco de protestos contra a reforma da Previdência. Na quarta-feira, 24 de maio, milhares de trabalhadores de todo o País se encontrarão na capital federal para realizar mais um protesto, o #OcupaBrasilia, contra a reforma da Previdência que os deputados federais querem aprovar de qualquer jeito na Câmara dos Deputados. A concentração será no estádio Mané Garrincha a partir das 14h. A marcha, que começa às 17h, sairá pelo Eixo Monumental e seguirá para o Congresso Nacional. Às 18h30 será realizado um ato público em frente ao Congresso contra a reforma da Previdência e demais reformas que retiram direitos trabalhistas e eliminam os direitos sociais e humanos da Constituição Federal. A diretoria colegiada do Sin-
dicato dos Professores no DF convoca a categoria a participar ativamente do ato público, com compactação de horário. Os turnos matutino e vespertino terão aula somente na manhã do dia 24. O noturno deverá iniciar as aulas desse dia a partir das 20h. É importante a categoria informar à comunidade escolar que a reforma da Previdência atinge a todos indistintamente: pais, professores e, sobretudo, os estudantes, futuros trabalhadores do país. O Sinpro reforça que o magistério público e privado será negativamente afetado pela reforma da Previdência e demais reformas em curso na Câmara dos Deputados, e que só serão barradas se todos se unirem e participarem com coragem, unidade e força das mobilizações nacionais e locais. Lembra, também, que a apro-
vação da reforma da Previdência estava prevista para o fim de março, e só não foi votada porque trabalhadores de todo o país foram às ruas contra esse ataque ao direito à aposentadoria. Os professores têm sido protagonistas das grandes manifestações nacionais contra esse desmonte e, além de participarem das paralisações dos dias 8 e 15 de março e 28 de abri, realizaram uma greve geral nacional que forçou os parlamentares a adiarem sucessivamente a votação. Contudo, a ameaça continua. O relator da Comissão Especial da PEC 287/16 (reforma da Previdência) apresentou um substitutivo que piora ainda mais a situação desenhada no texto original. A votação em dois turnos no plenário da Casa está prevista para os dias 24 e 31 de maio. Sem a convicção dos 308 votos necessários para
a aprovação da proposta, no entanto, o governo pode protelar a apreciação da matéria até o mês que vem. O desmonte do Estado brasileiro anda a passos rápidos dentro do Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Além da reforma da Previdência, outras reformas e emendas constitucionais que promovem o desmanche da Nação estão na fila para serem aprovadas e transformadas em lei, como a reforma trabalhista. Outras já foram aprovadas e sancionadas pelo presidente ilegítimo Michel Temer, como a MP do Ensino Médio, o PL da terceirização total, geral e irrestrita e a EC 95/2016, que congelou por 20 anos o investimento do dinheiro público nos serviços públicos. Quanto à reforma da Previdência, todos os estudos sobre o texto original, e principalmente
sobre o substitutivo aprovado pela Comissão Especial da PEC Reforma da Previdência, demonstram que essa reforma é prejudicial ao povo brasileiro indistintamente. E, para atender aos anseios dos empresários ligados às empresas de previdência privada, o governo baseia seus argumentos em dados falsos e mentirosos. O substitutivo, que está agendado para ser votado em plenário no dia 24 piora ainda mais a situação dos trabalhadores, tanto da iniciativa privada como do serviço público. Programação #OcupeBrasilia: Ato contra a reforma da Previdência 14h – Concentração (em frente ao estádio Mané Garrincha) 17 – Marcha 18h30 – Ato público em frente ao Congresso Nacional
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Desgosto de viver Os pais, educadores e psicólogos precisam acordar para essa verdadeira epidemia que assola pessoas do mundo inteiro, inclusive em países superdesenvolvidos. Manifestando-se na forma de desânimo, falta de ideal, agressividade, indiferença ou mau humor constante, o desgosto de viver pode levar a outras tragédias, como o suicídio, o alcoolismo e a drogadição.
Falta de atenção e carinho para com os filhos, imposição de uma profissão que gerará desvio de finalidade; um viver voltado exclusivamente para aquisição de coisas materiais; a coisificação do ser humano visto apenas como objeto de prazer, e a falta de visão transcendental da vida, entre outras causas, estão levando muita gente a não ver sentido na vida e no viver. O Dr. Viktor Frankl, autor do livro
Fim ao terrorismo nutricional Vivemos numa era onde as redes sociais são as principais fontes de informação para a população leiga. Ainda não sabemos muito bem como lidar com essa enxurrada de informação, que muitas vezes me parece uma terra sem lei. Um lugar onde todos podem falar sobre o que quiserem, mesmo quando o assunto é sério e precisa ser tratado com cautela, preferencialmente por alguém habilitado no assunto. A nutrição sofre com essa nova
era. Afinal, entre os temas que mais fazem sucesso nas redes sociais estão as dieta e a nutrição em geral. Infelizmente, os principais influenciadores não são profissionais da área, o que me revolta e também me assusta muito. Esse problema virtual afeta de forma real a vida das pessoas, pois interfere no comportamento alimentar de uma parcela da população. A relação que temos com os alimentos precisa ser saudável, para que tenhamos saú-
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410
Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br www.marceloramosopovoeopoder.blogspot.com
“Em Busca de Sentido”, psicanalista e prisioneiro de campos de concentração na segunda guerra mundial, percebeu que os prisioneiros sobreviventes tinham um ideal ou desejo de encontrar as pessoas amadas. No caso do Dr. Viktor, a razão era o desejo de escrever sobre as atrocidades dos nazistas. Ao tratar de um rabino deprimido que tinha perdido a família num desses campos, e achava que – na concepção dele – não a encontraria porque certamente tinha ido para o céu porque eram mártires, foi questionado pelo Dr, Viktor se o fato de ele ter ficado não foi uma oportunidade para ele se purificar e encontrar a família. O rabino concordou e curou-se imediatamente. A esperança tinha voltado (amor).
É preciso ensinar para as pessoas que não surgimos neste mundo. Viemos a ele para cumprimento de uma programação existencial. Esta programação pode ser acessada por regressão de memória. Foi o que fez a Dra. Hellen Van Bach com quase mil pacientes. Ela transformou sua experiência no livro “Life Before Life”, sua tese de doutorado na universidade, em 1973. “Caminhante, o caminho se faz caminhando! Caminhe, até que não haja mais nem o caminho e nem o caminhante, e só haja o caminhar! O dever bem cumprido é excelente travesseiro para a noite, ensinou André Luis.
Percebo pessoas estimulando o consumo de produtos altamente processados, em vez de incentivar o uso do que é alimento verdadeiro
base em estudos de base populacional, sempre esteve relacionado ao baixo consumo de frutas e hortaliças por nossa população, mesmo com toda a variedade encontrada no Brasil. E agora vejo verdadeiras campanhas contra o consumo desses alimentos. Percebo pessoas estimulando o consumo de produtos altamente processados, em vez de incentivar o uso do que é alimento verdadeiro. Isto porque a contagem de calorias passou a ser mais importante do que a composição nutricional. Você que lê esta matéria, não se iluda em redes sociais. Procure um nutricionista!
de. O que vemos hoje, muitas vezes, é uma espécie de terrorismo nutricional. E pasmem: as frutas e alguns vegetais estão na rota desse terrorismo. Um dos grandes desafios em relação à nutrição na saúde coletiva, com
José Matos Professor e palestrante
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
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Qual é a melhor forma para fazer uma prova de português? Ao longo desta semana, muitos alunos e leitores me perguntaram qual é a melhor forma para fazer uma prova de língua portuguesa em um concurso público. Durante o meu tempo em sala de aula – e já são dez anos – pude experimentar diversas maneiras de melhor distribuir uma prova, pensando em maior quantidade de acertos em menor tempo. Vou revelar neste artigo a minha atual metodologia: 1. Ao receber a prova, faça uma oração (um clássico, certo?)! 2. Primeiramente, leia a proposta de redação discursiva, para que você tome conhecimento do assunto que será exigido na etapa de produção de texto. Além disso, é muito comum que a própria prova apresente textos ou questões que podem colaborar com a
construção de ideias. Todavia, em hipótese alguma, inicie a prova já redigindo o texto. Quem faz isso costuma perder muito tempo, por pensar que ainda faltam muitas horas para o término da prova. 3. Ao chegar à prova de língua portuguesa, faça um mapeamento das questões, dividindo-as em três grupos: redação oficial (quando houver), gramática e análise de textos. E você vai resolver as questões exatamente nessa ordem. 4. Comece por redação oficial, pois é um conhecimento que não exige muita leitura e nem muito raciocínio (se você conhece as regras previstas nos manuais de redação – principalmente o Manual da Presidência –, não terá dificuldades).
Leia a proposta para que você tome conhecimento do assunto. Faça um mapeamento das questões. Comece por redação oficial. Depois, as questões de gramática
5. Depois, parta para as questões de gramática, uma vez que muitas delas não dependem do texto para serem resolvidas – ou apenas exigem o conhecimento de trechos do texto. Além de serem questões mais objetivas, elas permitem ao candidato conhecer um pouco dos textos a serem analisados (assim, quando for o momento de efetivamente ler o texto, ele já não será mais tão inédito assim). 6. Por fim, resolva as questões de análise de textos. Inicialmente, leia as questões. Só depois vá ao texto. Essa
fronte baixa... / A boca exangue... / A duas gerações passara já teu sangue: / - Eras avó -, e morta eras uma menina!”
Mãe imortalizada na poesia Entre as comemorações anuais, impostas pelo calendário capitalista de consumo, o Dia das Mães provavelmente seja a mais lembrada pelos que ficaram órfãos maternos muito cedo, que aliviam as suas frustrações recorrendo à poesia, como é o meu caso. A propósito, entre dezenas de poetas brasileiros que compuseram versos sobre suas mães, destaco quatro, três dos quais ausentes; o outro ainda presente e, felizmente, cheio de vida. Começando por Carlos Drummond de Andrade:
“Por que Deus permite / Que as mães vão-se embora? / Mãe não tem limite, / É tempo sem hora. / Fosse eu Rei do Mundo, / Decretaria uma Lei: / Mãe não morre nunca. / Mãe ficará sempre / Junto de seu filho. / E ele, velho embora, / Será pequenino / Feito grão de milho” De Manuel Bandeira: “Tudo que há de infantil dentro de minh´alma sangra / Na dor de te ter visto, ó Mãe, agonizar! / Revejo os teus pequenos pés... / A mão franzina... / A
De Vinicius de Moraes, num momento de aflição: “Minha Mãe, minha Mãe, eu tenho medo! / Tenho medo da vida, minha Mãe. / Canta a doce cantiga que cantavas / Quando eu corria doido ao teu regaço / Com medo dos fantasmas do telhado. / Nina o meu sono cheio de inquietude / Batendo de leve no meu braço!” De Cláudio Sampaio, meu filho, que externou com palavras, no jantar de domingo, 14, Dia das Mães, o que já havia escrito no seu livro de poemas, recentemente publicado: “Todo o carinho / Toda a força / Toda a vontade / Emanam de ti. / Toda garra / Toda fé / Toda coragem / Nasceram em ti. / Para sempre, em meus
é uma técnica chamada leitura objetiva, que significa ler o texto já sabendo o que se deseja encontrar nele. Você não lê um texto em uma prova para se informar, mas para responder questões. Esta é a sua meta! Isso tem uma finalidade: evitar ir ao texto demasiadamente. Você, com certeza, já viu um filme mais de uma vez, certo? Em cada uma das vezes, com certeza, você encontrou novas informações, construiu novos entendimentos. Isso também ocorre quando você lê um mesmo texto várias vezes, pois começará a ver informações demais – inclusive algumas inexistentes. Isso, combinado ao nervosismo da prova e à ansiedade pelo bom resultado, leva ao erro. O que acabei de compartilhar não é uma verdade absoluta, mas algo que vi que trouxe bons frutos aos diversos alunos que já tive! O meu conselho: simule essa situação! Pegue provas antigas e faça um teste. Avalie se essa metodologia é útil para você!
Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)
sonhos, / Permanecerá a tua imagem / A me acalentar nas noites de frio / A instigar em mim desafios / A me sustentar neste mundo perdido. Sou grato por ter vindo de ti / Pois ainda hoje sinto, em todos os meus dias, / O calor do teu ventre / A imensurável força do teu amor / O poder de tuas preces iluminando o meu caminho. / Portanto, eu nunca terei medo. / Estaremos sempre juntos, pelo sangue e pelo amor. Mais ainda, entretanto, porque sempre quando eu acordar / E me olhar no espelho, me sentirei confortado / Ao saber que os teus olhos viverão eternamente nos meus!” É isso aí, amigo leitor. Para mim, o Dia das Mães valeu.
Fernando Pinto Jornalista e escritor
Brasília Capital n Cultura n 15 n Brasília, 20 a 26 maio de 2017 - bsbcapital.com.br
M
i c r o c o n t o
Luis Gabriel Souza
Cair e levantar (...) Numa das mãos eu segurava os livros; na outra tentava me equilibrar agarrado ao banco do ônibus, tipo malabarista da vida real tentando sobreviver. O problema era que tinha um motorista para atrapalhar o trabalho. Ele freou com tudo, e não deu outra: caí! Livros para um lado; bunda no chão; vergonha para o outro. Se tem coisa pior do que cair dentro de ônibus, me diga, porque tô procurando meu rumo até agora. P
o e s i a
Pedras e Flores Elias Costa Talvez seja melhor sofrer a dor a anestesiá-la Antecipar o sofrimento que o deixar para depois do sono Às vezes, é necessário viver por detrás de vidraças quebradas Por pedras atiradas pela inconsciência alheia Carregar as cruzes que os outros abandonaram Não se pode abandonar uma guerra sem antes morrer por tentar vencê-la A dor da tentativa não leva à insanidade, mas aos palácios do amor E se não houvesse a dor, de que serviria a misericórdia divina? E se não houvesse a dor, quem compreenderia a dimensão do amor?
Te Vejo Na Praia traz Ivete Sangalo Primeiro lote terá ingressos de R$ 100 a R$ 1,8 mil Gabriel Pontes
O
projeto brasiliense “Te Vejo na Praia”, que conquistou Belo Horizonte e em breve desembarcará em Goiânia, chega à terceira edição com uma programação variada e grandes atrações, como Ivete Sangalo e a dupla sertaneja Jorge & Matheus. A abertura está confirmada para 1º de julho. Durante mais de um mês, o complexo trará, mais uma vez, o clima de praia aos brasilienses. Agora, a ideia é transformar o “litoral candango” em ilhas paradisíacas do mediterrâneo. A produção promete muito azul turquesa para decorar a praia, e espera contar com o calor e o pôr-do-sol do cerrado para completar a festa. No primeiro lote, os ingressos custam
de R$ 100 a R$ 1,8 mil – para quem comprar o passaporte das nove festas. Além dos shows, a praia terá happy hour nos dias de semana com apresentação de artistas locais. Aos domingos, o complexo abrirá com entrada mais em conta, guarda-sol e comida de praia. RECORRENTE – A exemplo do que ocorreu nas edições anteriores, quem tentou comprar ingresso mais barato para curtir a praia esbarrou na ineficiência do aplicativo da produtora R2. Nas redes sociais, os brasilienses reclamaram. “É impossível finalizar a compra. Selecionamos o ingresso e na hora de pagar ele some”, conta a estudante Bruna Bueno. O preço dos ingressos também subiu rapidamente. Apenas quatro horas após o início das vendas, houve reajuste de 125%. Procurada, a R2 informou que o sistema apresentou problemas no início das vendas e os preços subiram devido ao grande número de acessos.