Ano IX - 493
Brasília, 5 a 11 de dezembro de 2020
TÚNEL DE TAGUATINGA
Transtornos de uma obra essencial A construção do túnel que desafogará o trânsito de Taguatinga segue em ritmo acelerado e dentro do cronograma, mas é alvo de reclamações de parte dos comerciantes da cidade. Eles pedem ajuda ao GDF para enfrentar a perda de clientes causada pela interdição da Avenida Central. Páginas 6 e 7
Istambul
Patrocínio de Paula Belmonte mantém Gama na Série D
Bares e restaurantes liberados no Natal e Ano Novo
Um passeio pela gastronomia árabe e mediterrânea
Pelaí – Página 3
Via Satélites – Página 8
Dedé Roriz – Página 10
RICARDO RECK
Página 9 e Pelaí – Página 3
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
CEB vendida por R$ 1 bi acima do preço mínimo. Caesb e Metrô na prateleira
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AGÊNCIA BRASÍLIA
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É tempo de plantar
Ex pedien te
Jacy Afonso (*) Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com
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A direção do PT-DF orientou todos os diretórios zonais nas cidades e seus filiados a participarem das atividades do movimento “É Tempo de Plantar”, no dia 6 de dezembro. Durante uma reunião sobre a bela iniciativa do PT de Taguatinga de plantar árvores no Taguaparque no dia 21 de novembro, o presidente e a vice-presidenta na cidade (Pedro Lacerda e Adriana Luz) comentaram que ao longo da avenida Comercial só tem uma árvore. Fiquei impressionado com a informação. E ela me remeteu a uma lembrança de minha juventude. Cheguei em Brasília, com minha família, em 1974. Fomos morar em Taguatinga, na QNA 6, perto da praça do DI. Filho de agri-
cultor familiar do interior de Minas Gerias, fiquei impressionado ao perceber que em todas calçadas em frente às casas tinha uma árvore. Na avenida Comercial, do lado residencial (QNA e QND), também tinha árvores. Não me lembro se havia árvores do lado comercial da época (CNB e QNE). Trabalho no Banco Brasil, sou dirigente sindical, e a minha primeira greve foi em 7 de dezembro de 1984, em plena ditadura militar. Era delegado sindical no prédio da sede do BB, onde tinha muitos funcionários e vários outros delegados sindicais. Isto facilitava a organização da greve. Como eu morava em Taguatinga, me propus a contribuir na organização do piquete na agência do Banco na avenida Comercial. No domingo 29 de novembro,
aproveitando uma visita aos meus familiares, resolvi conferir a história do Pedro e da Adriana, andando pelos quatro quilômetros da avenida Comercial. É verdade. E a única árvore sobrevivente da avenida está em frente à agência do Banco do Brasil, onde ajudei a organizar a greve. Aquela árvore serviu de sombra para aquele longo piquete das 7 da manhã até as 4 horas da tarde. Quando fotografei aquela árvore da avenida Comercial, lembrei-me da árvore sob a qual brinquei na minha infância, lá na QNA 6. E fui conferir também. Para minha alegria, ela estava lá! Precisamos de mais verde em nossas cidades. Por isso, conclamo a todos a participar da campanha “É Tempo de Plantar”. (*) Presidente do PT-DF
Império decadente Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Foi divulgado esta semana que a dívida pública dos EUA fechará 2020 em incríveis US$ 25 trilhões (122% do PIB), mais que o dobro do que em 2003 (57%) e superior inclusive ao recorde alcançado em 1945, no pós-guerra (106%). Estaria o império em declínio? Em seu célebre livro “O Longo Século XX”, o economista italiano Giovanni Arrighi discorreu sobre os quatro principais ciclos sistêmicos de acumulação de capital que redundaram na formação e consolidação do sistema capitalista, e que tiveram, cada um deles, um país hegemônico: Gênova, Holanda, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Cada ciclo hegemônico durou entre 100 e 200 anos e, ao seu final, o predomínio de um país era superado por outro, e, via de regra, envolvendo conflito bélico. Desde o fim do século XIX, os Estados Unidos disputavam com a Grã-Bretanha (e a Alemanha) a he-
gemonia no processo de acumulação de capital, e assumiram a dianteira a partir do fim da 1ª Guerra Mundial. Ao fim da 2ª Guerra - com a Europa, a URSS e o Japão sob escombros - seu predomínio era absoluto, respondendo por cerca de 40% da produção industrial do planeta. Ocorre que, desde então, com a recuperação dos demais países, a participação dos EUA no PIB mundial vem decrescendo. Pelo critério de Paridade do Poder de Compra (PPC), o PIB norte-americano perdeu a liderança para a China e, em 2018, correspondeu a apenas 15% do PIB mundial, participação que deve ter caído em 2020 com a crise provocada pelo novo coronavírus. Não só os EUA perdem terreno, mas o conjunto dos países desenvolvidos. Os dez países ricos que integram o bloco formado e hegemonizado pelos EUA, o G-20 (os sete do antigo G-7: EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá acrescidos da Austrália, Coreia do Sul e Espanha) respondiam, em 2018m por 34% do PIB e 11% da população mundial. Já os outros dez integrantes do G-20, as chamadas economias emergentes (China, Índia, Rússia, Indonésia, Brasil, México, Turquia, Arábia
Saudita, Argentina e África do Sul), respondiam por 42% do PIB e 48% da população do planeta, sendo que só a China representa 20% e 18% respectivamente. É importante frisar que países com economias relevantes e que são potências regionais foram excluídas do bloco por razões geopolíticas e sectarismo religioso. As dez principais economias periféricas seguintes (Irã, Paquistão, Nigéria, Egito, Tailândia, Malásia, Filipinas, Vietnã, Bangladesh e Colômbia) possuem 1,15 bilhão de habitantes e ostentavam em 2018 um PIB de US$ 10,8 trilhões. Somadas às dez primeiras economias emergentes, representavam 50% do PIB e 63% da população mundial. Mas, embora venha perdendo a hegemonia econômica, expressa na queda de participação no PIB mundial e na excepcional dívida pública, os EUA ainda são a principal potência bélica do planeta. Seus gastos militares, de US$ 800 bilhões/ano, representam mais de 40% do total mundial. É o triplo do gasto chinês e dez vezes maior que o russo. E é aí que mora o perigo! (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
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À frente (de novo) – Na segunda (30), o secretário de Saúde Osnei Okumoto responsabilizou a sociedade, principalmente os jovens, pelo alto índice de contaminação da covid-19 no DF. No dia seguinte, Ibaneis Rocha editou um decreto limitando o funcionamento dos bares e restaurantes até as 23 horas. Assim como no início da pandemia, puxou a fila de governadores que tomaram medidas mais duras para conter a segunda onda da pandemia. O setor produtivo não gostou. Ibaneis, então, flexibilizou o horário nos dias 24 e 31 de dezembro.
Depois da CEB, a vez da Caesb e do Metrô Em meio à comemoração pelo sucesso da venda de 100% das ações da CEB Distribuição, em leilão realizado sexta-feira (4) na Bolsa de Valores de São Paulo (leia na página 9), o governador Ibaneis Rocha (MDB) – potencial candidato à reeleição em 2022 – anunciou que ainda neste mandato pretende privatizar a Companhia de Saneamento (Caesb) e Metrô-DF.
AGÊNCIA BRASÍLIA
SURPRESA – Presente no leilão acompanhado do secretário de Economia, André Clemente, e dos presidentes da CEB, Edison Garcia, e do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, o emedebista surpreendeu até integrantes do próprio governo. Sem se identificar, eles avaliam que a Caesb dá lucro aos cofres públicos, ao contrário da, agora, privatizada CEB. Cabeças vão rolar...
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, cassou decisão do Tribunal de Justiça do DF que havia determinado à Revista Crusoé suprimir o nome da deputada Bia Kicis (sem partido-DF) de uma matéria que revelou dificuldades para aprovar a prisão em segunda instância na Câmara Federal.
Belmonte socorre o Gama
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Dono da Belmonte Sports, patrocinadora do Real Brasília, o casal Luís Felipe – suplente do senador Izalci Lucas (PSDB) – e a deputada Paula Belmonte (Cidadania) tornou-se a tábua de salvação do Gama. IMPEDIMENTO – O clube de futebol mais tradicional do DF passa por delicada situação financeira. Estava com sete meses de salários atrasados e poderia ser impedido de continuar na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro PATROCÍNIO – Na terça-feira (1º), a empresa assinou um contrato de patrocínio para pagar os salários do time. No dia seguinte, a parlamentar foi ao estádio Bezerrão (foto), junto com o presidente do clube, Weber Magalhães, dar a boa notícia ao elenco. LIBERADO – Enquanto se mantiver na competição nacional, o alviverde terá os salários em dia. O primeiro compromisso será contra o Goianésia, domingo (6), na cidade do interior goiano. O jogo
Kicis perde no STF
RACHADINHA – A pauta teve o apoio dos conservadores até quando o ex-presidente Lula estava no banco dos réus. Porém, segundo a revista, depois que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) passou a responder judicialmente pelas rachadinhas, a ala de deputados bolsonaristas começou a trabalhar para derrubá-la. SEM CENSURA – Bia Kicis, então, entrou com ação na Justiça para que seu nome não figurasse na reportagem. Conseguiu provisoriamente. Mas o Supremo decidiu por não censurar o jornalismo.
de volta acontece no próximo fim de semana, no Bezerrão. PERDAS – Mas a crise financeira fez o Gama, atual campeão candango, perder o artilheiro Nunes, o capitão Emerson, o goleiro Rodrigo Calaça e mais seis jogadores, que se transferiram para outros clubes. ALÔ? – O acordo com a Belmonte Sports foi costurado por Weber Magalhães após um telefonema no qual pediu ajuda ao advogado Luís Felipe. E este não se fez de rogado, mesmo sendo o presidente do rival Real Brasília.
TERMÔMETRO – As redes sociais foram o termômetro da negociação. Torcedores do Gama lotaram de mensagens as páginas da torcida e da deputada Paula Belmonte. Uma delas prometia apoio político: “Se você salvar o Gama, trabalho de graça em 2022”. CONCORRÊNCIA – Numa manobra junto à CBF, em 1998, o ex-governador José Roberto Arruda levou o Gama à Primeira Divisão, e tornou-se o político mais votado na cidade. Em 2018, sua esposa Flávia Arruda (PL) ainda colheu louros na campanha para deputada federal. Agora, a concorrência aumentou para 2022...
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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Centrão sai fortalecido para 2022 DEM e Progressitas foram os partidos que mais cresceram nas eleições municipais Em 2018, no auge do bolsonarismo, o Centrão foi sinônimo de corrupção e mau caratismo. Dois anos depois, é o grande vencedor das eleições municipais. O negacionismo da extrema-direita e a insistência em esquerdistas históricos perderam espaço para os políticos “de carreira”. No Rio de Janeiro, esta com-
binação foi escancarada com a vitória de Eduardo Paes (DEM), apoiado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para derrotar Marcelo Crivella (Republicanos), apoiado por Jair Bolsonaro, e superar a ex-prefeita Benedita da Silva (PT). O DEM ganhou em 464 cidades e foi o partido que mais aumentou o número de prefeitos (196 a mais do em 2016). O MDB ainda tem o maior número de prefeitos (784), mas perdeu 260 cidades. O Progressistas saltou de 495 para 685 municípios. O PP, que já abrigou Bolsonaro quando deputado, é o partido com mais envolvidos na Lava
Jato. O PSD saiu de 539 para 654. O PSDB e o PT foram os grandes derrotados. Os tucanos tinham 799 prefeitos e agora terão 520. Já os petistas perderam 71 prefeituras e estarão à frente de 183 cidades – nenhuma capital. Em Recife e Maceió a dobradinha PDT-PSB elegeu socialistas com vices do pedetistas. Em Fortaleza, foi o contrário: o PDT na cabeça da chapa. Em Aracaju, o partido de Ciro Gomes venceu sozinho. Guilherme Boulos (PSol) e Manuela D’Ávila (PCdoB) perderam em São Paulo e Porto Alegre. Mas se fortaleceram para a corrida presidencial de 2022.
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Paes vai comandar a prefeitura do Rio de Janeiro pela terceira vez
A Esquerda não morreu. Multiplicou-se Chico Sant’Anna (*)
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O resultado das urnas de 2020 fez muita gente pensar que os extremos nos ideários políticos esquerda e direita foram os principais prejudicados. Houve até quem arriscasse dizer que as eleições emitiram o atestado de óbito da esquerda. Ledo engano! Ela não morreu. Multiplicou em um leque de opções no qual emergem mais fortes o PDT, o PSB e, especialmente, o Psol. Não é possível dizer que forças políticas que chegaram ao segundo turno nas 57 maiores cidades do País, das quais 18 são capitais estaduais, estejam inertes. É verdade que as urnas não referendaram novos prefeitos petistas nas capitais, mas, mesmo enfraquecido, o PT estava no cenário como uma das opções de voto. Em muitos casos, o resultado final hipotecou uma votação da ordem de 40% ou mais dos eleitores. Se é correto se admirar do desempenho do Psol em São Paulo, com Guilherme Boulos e Luiza Erundina, que superaram os 40% numa cidade e estado comandado há décadas pe-
los tucanos, da mesma forma deve-se ter cautela diante da derrota de Manuela D’Ávila em Porto Alegre. MUSCULATURA – O mesmo em relação aos resultados dos dois candidatos da família Arraes, um do PT e outro do PSB, no Recife, que, juntos, somaram a quase totalidade dos eleitores recifenses. O PDT se manteve forte em Fortaleza, sob a aba do chapéu de Ciro Gomes. Ainda no primeiro turno, candidatos da esquerda se apresentavam em terceiro lugar, como em Florianópolis e Rio de Janeiro. Sem esquecer a vitória de Edmilson Silva, do Psol, em Belém do Pará, conquistando uma prefeitura que por anos esteve nas mãos de governantes conservadores ou de direita. A fórmula adotada por Edmilson Silva para vencer no primeiro e no segundo turnos é que deve ser um referencial para as esquerdas em 2022. Na coligação Belém de Novas Ideias ele reuniu um espectro variado de padrões de esquerda: PT, Rede, UP, PCdoB, PSOL e PDT. Só o PSB não entrou. Dessa forma ele chegou ao pleito com mais musculatura. E esse deve ser o foco das esquerdas para 2022. É importante ressaltar que as maiores votações em candidatos progressistas vieram da periferia. Periferia que sofre com a política
liberal de Bolsonaro e Guedes; que perdeu benefícios previdenciários, teve os direitos trabalhistas retirados e sofre com as maiores taxas de desemprego já vividas pelo Brasil. Não adiantará, contudo, chegar cada um com seu estandarte. O eleitorado a ser conquistado deve ser o que hoje não vota na esquerda. Caso contrário, a tendência é vermos nacionalmente o mesmo fenômeno carioca da Delegada Martha (PDT) e Benedita da Silva (PT). Juntas elas teriam tirado Crivella do segundo turno. Separadas, ficaram na arquibancada. O mesmo vale para a candidatura local do Psol. As eleições de 2020 deram mais musculatura a nomes como Guilherme Boulos e revelam que não se pode ignorar a força regional de nomes como Ciro Gomes e Flávio Dino. Muito menos o carisma de Luiz Inácio Lula da Silva. O Psol surge como a segunda força política paulistana, mas o PT não morreu. Ele se rearticula, como no seu início, a partir de cidades de médio porte, como Juiz de Fora e Diadema. TENORES – O cenário progressista mostra o Psol, o PSB e o PDT com mais fichas para se sentar à mesa. Por outro lado, a composição das câmaras municipais trará novas vo-
zes. Em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, mesmo sem ganhar a prefeitura, o Psol, o PT, o PCdoB e o PDT chegam mais fortes do que em 2016. As urnas revelaram, também, que a direita não é unida. É certo que Bolsonaro apostou em cavalos errados. É preciso se dar conta, ainda, de que, na maioria das cidades, a direita e semidireita se apresentaram de forma separada. Houve um fatiamento da direita ao centro. Este, historicamente conservador e fisiologista. Mediram forças num cabo de guerra, mas quase todos, como o MDB, perderam alguma musculatura – uns mais e outros menos. E quem ganhou músculos ainda não tem cacife para cantar de galo. A esquerda precisa encontrar o novo discurso que encante milhões, como o fez de 1989 a 2014. Esse discurso passa por uma verbalização unitária, quem sabe a partir dos novos atores políticos que se reafirmaram em 2020. Se o canto for desafinado, desajustado, com muitos tenores simultaneamente, o samba vai atravessar, beneficiando a escola concorrente. (*) Jornalista e candidato ao Senado em 2018 pelo Psol-DF
Com o novo REFIS
dá para voltar a crescer.
O GDF reconhece o momento difícil pelo qual muitos brasilienses estão passando. Por isso, criou um novo Refis. Com ele, pessoas físicas e jurídicas vão poder quitar impostos atrasados junto ao GDF com descontos de até 95%, redução de juros e multas e até 120 meses para pagar. ICM, ICMS, ISS, IPTU, IPVA, ITBI, ITCD, TLP... tudo poderá ser pago com dinheiro vivo, precatórios ou, até mesmo, com a cessão de imóveis. Além de impulsionar a economia local, o novo Refis vai provocar um aumento na oferta de empregos, tão prejudicados pela covid-19. É que o GDF não parou de trabalhar em momento algum, fazendo obras e pensando nas pessoas. O novo Refis vai beneficiar muita gente e melhorar a qualidade de vida de toda a população. Pode acreditar. Mais informações, acesse: www.receita.fazenda.df.gov.br ou ligue 156.
ADESÃO ATÉ 16/12/2020. PAGAMENTOS COM PRECATÓRIOS ATÉ 9/12/2020.
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TÚNEL DE TAGUATINGA
Os transtornos de uma obra necessária
Comerciantes reclamam de prejuízos com interdição da Avenida Central Orlando Pontes Desde o fechamento da pista Sul da Avenida Central de Taguatinga, no dia 27 de julho, dezenas de lojas baixaram as portas e outros comércios do setor sofreram quedas de até 80% nas vendas. A administradora da Galeria Estação Central e gerente da agência Viagens Tour, na C-8, Teresa Rashewskyj, diz que o espaço perdeu pelo menos 50% dos clientes. Segundo a empresária, antes de fechar as passagens com tapumes, deveriam ter sido criadas alternativas para a travessia de pedestres. As únicas opões para quem quer atra-
PLANEJAMENTO – O gerente do posto Nenen’s, na C 6, Ricardo Recker, avalia que houve uma redução de 80% nas vendas de combustíveis e queda de 50% no movimento da casa lotérica e da lanchonete que funcionam no posto. “Poderiam ter direcionado parte do trânsito da Avenida das Palmeiras para o lado Sul da cidade. Com isso não teria caído a zero, do dia para a noite, o movimento na via em frente ao posto, que era de 130 mil veículos por dia.
Anistia do IPTU Teresa Rashewskyj e Ricardo Recker acreditam que o GDF deveria criar algum tipo de contrapartida para as pessoas os proprietários de imóveis e inquilinos nas quadras C-6, C-8, C-10 e C-12 do centro de Taguatinga. “Se a pessoa é dona do imóvel e toca o seu negócio aqui, está perdendo em faturamento. Se aluga para terceiros, perdeu o inquilino ou, no mínimo, precisou renegociar o valor do aluguel para não ficar com a sala ou a loja ociosa”, explicam. A reivindicação é de que o GDF anistie os proprietários e inquilinos da cobrança do IPTU no período em que a Avenida Central permanecer interditada durante a obra do túnel. “Por que devemos pagar um tributo altíssimo por um serviço que não
RICARDO RECK
vessar a Avenida Central são a passarela subterrânea do metrô – que não tem acessibilidade – e o cruzamento da Comercial Norte com a Sul. “Poderiam ter feito passarelas aéreas na entrada da cidade, próximo ao Taguatinga Trade Center, e nas imediações da Praça do Relógio. Além da dificuldade de acesso, há sempre o perigo de acidentes, principalmente atropelamentos de pedestres, além da ação dos delinquentes”, diz Teresa.
estamos recebendo”, questiona o proprietário de um prédio na C-10, que prefere não se identificar”. ESTACIONAMENTO – Na C-6 e na C-8, mesmo com todas as dificuldades anteriores ao fechamento do trânsito na Avenida Central, havia vagas de estacionamentos ao longo do meio fio. Agora, para dar fluidez, elas foram transformadas em pista, onde não é permitido estacionar. A via é usada como acesso à EPTG ou aos setores CSA e QNA. “Ninguém pode parar mais aqui”, reclama o cabeleireiro Guaraci, do salão Garb Barbearia. Ele diz ter perdido mais de 50% da clientela. “Só não fechamos porque a proprietária concordou em reduzir o aluguel”, conta.
Violência diminuiu Outra reclamação dos comerciantes é quanto a um suposto aumento da criminalidade no setor, especialmente arrombamentos de lojas. No entanto, o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, coronel Marcelo Casimiro, responsável pelo policiamento na área, afirma que, de janeiro a novembro, houve uma redução de 44,65% nas ocorrências de roubos a transeuntes; 73,33% nos roubos a comércios; 76,92% nos roubos a coletivos; e 63,07% nos furtos em coletivos. “Os números não mentem.
A menos que as pessoas não estejam registrando as ocorrências, o que seria um erro, pois prejudica a ação das forças de segurança pública, que agem a partir de dados estatísticos”, pondera. Para o coronel Casimiro, o problema mais preocupante no centro de Taguatinga é social, agravado pelo grande número de ambulantes e usuários e traficantes de drogas. “Moradores em situação de rua ou de vulnerabilidade cometem pequenos furtos para se alimentar ou manter o vício”, exemplifica.
Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 5 a 11 de dezembro de 2020 - bsbcapital.com.br FOTOS: ANTÔNIO SABINO
Deputados que defendem homeschooling escanteiam educação pública Rosilene Corrêa (*)
Teresa Rashewskyj diz que Galeria Estação Central perdeu 50% dos clientes: prejuízo
Ricardo Recker: Posto Nenen’s sofreu queda de 80% na venda de combustíveis desde julho
Central de monitoramento O comandante do 2º BPM tem promovido reuniões com a comunidade para dar dicas de como prevenir a violência. Entre elas, pedir que os funcionários do comércio, quando não estiverem atendendo, posicionem-se na entrada da loja; que os comerciantes melhorem a iluminação dos estabelecimentos; e que acionem a central de monitoramento pelo WhatsApp 61-998416922 em qualquer situação de emergência. O Batalhão também atende pelo fixo 61-3190-0242. O coronel Casimiro admite que o efetivo é reduzido. Mas tem otimizado o policiamento com o uso de quatro motocicletas, uma van, uma viatura do patrulhamento regular e uma do serviço voluntário gratificado, formado por PMs que trabalham oito horas a mais em seus turnos de folga. Eles atuam, principalmente, no policiamento a pé, em duplas Cosme e Damião.
A pandemia da covid-19 trouxe medo e desemprego e causou a morte de milhares de pessoas. O cenário caótico, entretanto, mostrou-se favorável para que representantes políticos que se pautam em iniciativas neoliberais, reacionárias e fundamentalistas disparassem seus mais inescrupulosos projetos. Tendo como alvo a democracia e o povo brasileiro, as propostas revestidas com o falso pressuposto de “salvar” a economia brasileira, mas pavimentadas pelo empenho em manter intocáveis os privilégios da elite, promoveram, inclusive no Distrito Federal, questões como corte nos salários e na jornada de trabalho, aumento do valor da contribuição à Previdência Social – incluindo aposentados e pensionistas – e o ataque frontal ao serviço público, sobretudo à Educação. A aprovação do homeschooling pela Câmara Legislativa do DF no dia 1º de dezembro é prova disso. Também conhecido como educação domiciliar, o projeto teve voto favorável de 12 parlamentares. Entre eles, paradoxalmente, até filho de professor aposentado da rede pública de ensino. A decisão foi tomada mesmo diante do posicionamento contrário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, da inexistência de urgência e relevância para implementação de tal modelo de ensino e de um debate nacional no mínimo polêmico sobre a questão. Uma das justificativas seria a “liberdade educacional”. Em linhas gerais, isso significa a possibilidade de pais e mães decidirem para quais escolas seus filhos devem ir e qual conteúdo devem aprender. Entretanto, é no mínimo questionável falar em liberdade educacional em um país marcado pelo desemprego, pelo retorno da miséria, pelo baixo índice de escolaridade, pela evasão escolar; um Brasil em que
pais e mães se desdobram para sustentar suas famílias realizando bicos, com longas jornadas de trabalho e recebendo salários precários – isto quando têm oportunidade de emprego. Paralelamente, os mesmos parlamentares que aprovaram o homeschooling não emprenharam esforços na aplicação do Plano Distrital de Educação (PDE), documento construído com a participação da sociedade civil, que expressa as demandas da sociedade, se mostrando como um mecanismo de superação das desigualdades sociais. Entre as estratégias para atingir as 21 metas indicadas no PDE, estão a ampliação de creches públicas, o fortalecimento da sociedade civil nos espaços deliberativos, investimento em novas tecnologias de aprendizado, criação de rede de proteção contra exclusão em razão de discriminação racial e de classe, e uma série de outras questões que contemplam o conjunto da sociedade do DF em sua diversidade e pluralidade. Afinal, ao aplicar políticas ao conjunto da sociedade, é preciso considerar a realidade comprovada por números e estudos que infelizmente apontam o DF como o lugar do país com maior desigualdade social. A justificativa de implementação do homeschooling para garantir liberdade educacional, portanto, passa longe de promover qualquer manifestação de liberdade. Ao contrário, a proposta tende, mais uma vez, a beneficiar uma pequena parcela da população que integra o grupo economicamente privilegiado. Ao mesmo tempo, a iniciativa vai ao encontro do desmantelamento da educação pública, da valcherização do ensino e da expansão do mercado educacional e sua oferta de produtos e serviços. Sem qualquer base sólida para defender o homeschooling, houve parlamentar que apelou para
o absurdo ao dizer que a modalidade de ensino seria mais uma oportunidade de emprego para a categoria de professores. Uma visão limitada e enviesada do que é a educação e do seu papel na construção dos seres humanos. A escola é um espaço de reflexão crítica, de conhecimento, de proteção da criança e do adolescente; e a educação não é apenas ensino, mas, sobretudo, aprendizado. Para além da estratégia inescrupulosa de transformar um direito humano em mercadoria, o homescooling também converge com o conservadorismo estrutural do governo federal, apoiado por governadores e por suas bases de parlamentares. Nessa lógica, vem sendo realizado com empenho, desde a campanha eleitoral de 2018, a promoção de mentiras sobre escolas, professores, métodos pedagógicos humanizados e políticas públicas voltadas para o setor, dando corpo a uma verdadeira guerra cultural que tem como meta modificar a sociedade a partir da transformação de seus valores, impondo a impossibilidade de conviver com a diversidade, as diferenças e a pluralidade. Cabe ao Estado de bem-estar social a obrigatoriedade da escolha da Educação e não da barbárie. É direito da sociedade a coexistência com o outro para o exercício da cidadania. Inviabilizar o acesso ao espaço da escola é alijar a democracia e, consequentemente, aprofundar as desigualdades existentes. (*) Professora aposentada da Secretaria de Educação, diretora do Sinpro-DF e CNTE e vice-presidenta do PT-DF
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Satélites
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Por Lorrane Oliveira
GUARÁ
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Complexo educacional de R$ 38 milhões Um complexo educacional, onde funcionarão uma creche e três escolas públicas, será construído numa área de 60 mil m² na QE 23 do Guará II, com financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e de emendas parlamentares. O projeto vai custar R$ 38 milhões. As novas unidades vão oferecer 3.924 novas vagas. Serão erguidos um Centro de Educação Infantil, uma Escola Classe, um Centro de Ensino Fundamental e um Centro Educacional para alunos do ensino médio. SIA – O FNDE também vai destinar R$ 27 milhões para a construção de uma creche – a primeira pública – no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). A obra deve começar em 2021 e atenderá 376 crianças. De acordo com a administradora do SIA, Luana Machado, a prioridade das vagas será das mulheres que trabalham nas empresas da região. PROJETO PADRÃO SEDF
Reciclagem – Foi inaugurado, quarta-feira (2), o Complexo Integrado de Reciclagem (CIR/DF), um dos mais modernos equipamentos públicos para reciclagem de resíduos do País. O complexo ocupa uma área de 80 mil m² na Cidade Estrutural, com duas centrais de triagem e reciclagem (CTRs) e uma Central de Comercialização (CC). A iniciativa pode gerar 750 empregos para catadores de materiais recicláveis. O investimento foi de R$ 21 milhões.
DISTRITO FEDERAL
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ARNIQUEIRA AGÊNCIA BRASÍLIA
Bares e restaurantes fecham mais cedo Na terça-feira (1º), foi publicado decreto limitando até as 23h horário de encerramento das atividades em estabelecimentos de alimentação e lazer. As exceções são as vésperas do Natal e ano novo (24 e 31 de dezembro). Ibaneis justifica como uma ação preventiva em função da “necessidade
de evitar o aumento de casos e internações decorrentes da covid-19”. Ele reforça, ainda, a continuidade dos protocolos e medidas de segurança: é obrigatório o uso de máscara, distanciamento de pelo menos dois metros entre pessoas, higienização de cadeiras e mesas, entre outros. DIVULGAÇÃO/DF LEGAL
Mais 102 médicos para combater a covid-19 O GDF alterou, na quarta-feira (2), o edital do processo aberto para reforçar a linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus. Em vez da contratação de 52 médicos, o
certame chamará 102 profissionais (51 para cadastro reserva). As inscrições serão de 7 a 22 de dezembro. A carga horária prevista para Clínica Médica é de 20h, com salário de R$ 6.327.
Prontuário Eletrônico do Paciente A Secretaria de Saúde iniciou, na terça-feira (1º), o treinamento dos colaboradores para operarem a nova versão de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). A mudança já foi realizada no Hospital de Base (HB) e nas seis Unidades de Pronto Atendimen-
to (UPA) do DF. Chamada Soul MV, a ferramenta engloba módulos como o de gestão de custos, que permite mais eficiência na administração dos recursos públicos. Também poderão ser aplicados os módulos de faturamento, hotelaria e portaria.
Regularização começa para 1,4 mil moradores O governador Ibaneis Rocha assinou, terça-feira (1º), o decreto que aprova o projeto urbanístico para regularização fundiária de uma das nove áreas de Arniqueiras, a URB 005. A medida vai permitir o registro cartorial de mais de 1,4 mil lotes que ocupam uma área de 319,28 hectares. a Terracap investirá R$ 160 milhões em infraestrutura na Região Administrativa.
Metrô-DF contra o abuso sexual A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal lançou, na sexta-feira (4), uma campanha de prevenção à violência sexual no transporte público. Intitulada “Não Encosta”, a campanha também visa incentivar as mulheres, vítimas ou testemunhas, a denunciarem casos de assédio e abuso nos transportes públicos pelos canais oficiais, como o 180, o 190, 197 e também pelo número da Ouvidoria do Metrô-DF: (61) 9265.1178.
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Procura-se transparência e honestidade na gestão do IGES-DF “Não há motivo para medo. O direito desse servidor estará preservado no Instituto (Hospital de Base). Todos, absolutamente todos os servidores do Hospital de Base, que nos derem a honra de continuar trabalhando nessa grande instituição, poderão assim fazê-lo, mantendo todos os seus direitos”. Foi com essas palavras que, em 2017, o então secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca, anunciou a criação do Instituto Hospital de Base (IHB-DF) – o agora ampliado Instituto de Gestão Estratégica (IGES-DF). O cenário atual, no entanto, é outro, bem diferente do prometido. Desde meados de novembro, servidores do IGES-DF trabalham sob a ameaça de uma possível (e provável) devolução à Secretaria de Saúde (SES-DF). A notícia, não confirmada oficialmente pelos gestores do Instituto, também não foi negada. Na verdade, o que se percebe claramente com relação ao assunto é um conflito de informações e falta de transparência. Em sabatina na CLDF, o
presidente do IGES, Paulo Ricardo Silva, afirmou que, sim, os estatutários serão substituídos por celetistas. Porém, depois, disse que não há nada oficial sobre a devolução dos servidores. Além do fato de que esse não foi o anunciado na transformação do Hospital de Base em Instituto, o que é um claro desrespeito aos servidores públicos, que só desvaloriza as carreiras, preocupa que parte da rede pública de saúde do DF vire um cabide de empregos, a exemplo do extinto Instituto Candango de Solidariedade. Gosto de lembrar também que o principal objetivo do serviço público é atender às necessidades coletivas de forma contínua, isento de interesses ou pressões políticas. E mais: da terceirização dos serviços do IGES-DF passamos à quarteirização. Nesse “passe de mágica” acontece o seguinte: a gestão fica muito mais cara do que a administração direta e os resultados não superam o serviço prestado pelo próprio Estado. Quem sai ganhando? Ga-
ranto que não são os usuários do Sistema Público de Saúde (SUS) do DF. Tampouco os servidores, que neste ano tiveram papel fundamental no combate à covid-19. Sem eles, os índices da pandemia seriam outros. E, com certeza, piores. Soma-se à falta de palavra dos nossos gestores no que diz respeito aos mais de 2,8 mil servidores do IGES-DF o descumprimento quanto ao prometido reajuste salarial e, ainda, a cobrança da nova alíquota previdenciária. É a precarização da precarização. Novamente, pergunto: quem sai ganhando? Tais medidas, além de absolutamente não fortalecerem a oferta de serviços públicos, ainda colaboram para o enfraquecimento da economia. Reduzir o poder de compra do funcionalismo público é, também, reduzir o fluxo financeiro. Valorizar os servidores públicos, volto a lembrar, é valorizar a população. O oposto disso só interessa àqueles que não dependem, por exemplo, do SUS para vencer uma doença ou salvar a vida de
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
um filho. Valorizar o servidor público é investir, de fato, em qualidade de vida: educação, saúde, segurança, transporte, saneamento, assistência social etc. Valorizar o servidor público é a garantia de que a população terá acesso aos seus direitos. Sem isso, é o caos. E o caos só é vantajoso para palanques políticos.
CEB Distribuição é da Bahia Geração de Energia A CEB Distribuição, concessionária da Companhia Energética de Brasília, foi vendida por R$ 2,515 bilhões em leilão realizado na manhã desta sexta-feira (4) na Bolsa de Valores de São Paulo. O lance foi oferecido pela Bahia Geração de Energia, do Grupo Neoenergia, superando as duas concorrentes disputaram o controle acionário da estatal. A empresa agora privatizada é responsável pelo abastecimento de energia de um milhão de consumidores no Distrito Federal. As propostas das concorrentes foram de R$ 2,508 bilhões, da CPFL Energia, e de R$ 1,485 bilhão, da Equatorial. O valor alcançado no leilão é o mesmo estimado pelo GDF, de R$ 2,5 bilhões. O preço mínimo para compra da CEB Distribuição era R$ 1,42 bilhão. LIMINAR – O leilão da CEB Distribuição aconteceu mesmo após a desembargadora Fátima Rafael, do Tribunal de Justiça do DF e Territórios, conceder liminar para suspender o processo de venda sem prévia
LÚCIO BERNARDO JR/AGÊNCIA BRASÍLIA
Estatal avaliada em R$ 1,4 bi foi vendida por R$ 2,5 bilhões. Falta homologação da Aneel
legislação autorizativa, em decisão assinada às 22h31 de quinta-feira (3). A CEB defendia que não era preciso o rito Legislativo em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza a venda de subsidiárias de estatais sem passar pelo Legislativo. Mas, para a desembargadora, “a CEB Distribuição é maior do que a própria controladora, o que nos
permite concluir que a venda questionada poderá ensejar sua extinção”. Ainda assim, a sessão pública na Bolsa de São Paulo foi mantida. HISTÓRICO – Após a batida do martelo, o presidente da CEB, Edison Garcia, disse que a venda da subsidiária “é um processo histórico. É a privatização com maior ágio e maior número nominal de venda”.
O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezanno, afirmou que a privatização trará investimentos de R$ 5 bilhões para o DF. “Esse recurso vai gerar obra, investimento e aliviar o caixa do Estado neste momento de pandemia. A desestatização é o caminho para o crescimento sustentável do Brasil”. Agora, o nome da vencedora será submetido à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que precisa dar anuência para a mudança no controle acionário em razão do contrato de concessão da distribuidora com a agência. Após a aprovação da Aneel. a empresa ganhadora deverá assinar um contrato de compra e venda com a CEB, e o dinheiro referente ao leilão será enviado para a holding. Os acionistas decidirão o destino dos recursos, que pode ser, por exemplo, a divisão entre os próprios acionistas ou para investimentos. O GDF é o sócio majoritário da CEB.
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Gastronomia
Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília
Dedé Roriz
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ISTAMBUL
Comida mediterrânea e árabe Inaugurado há pouco mais de dois meses, na 215 Sul de Brasília, o Istambul nada deixa a desejar em relação aos tradicionais restaurantes de comida árabe da capital. Mas também passeia pela culinária mediterrânea, como o bacalhau português, os risotos de frutos do mar até o carré de cordeiro. Entre as delícias disponívteis tem o combo árabe (um mix de húmus, coalhada, baba ganouche e berinjela, acompanhado do delicioso pão árabe da casa). Igualmente imperdíveis são os quibes recheados, o famoso sanduíche árabe (ou sharmawa) de carne ou de frango. Além da comida, o empresário Abel Nadir se esmerou na carta de vinhos, com a disponibilização de mais de 120 rótulos na adega, e teve um capricho especial na decoração, com toques modernos e intimistas. A Cozinha fica a cargo do chef Edil-
son Oliveira, que criou várias receitas exclusivas. Entre elas, a Makluba (arroz de Legumes com pão árabe e salada fatuche de carne ou de frango). Na sobremesa, a dica é a Knafa, um doce à base de cabelo de anjo com mussarela de búfala e águas rosas com sorvete de pistache com tâmaras. De quinta-feira a sábado, a Istambul abre espaço para a arte, com apresentações de tango. Aos sábados, a atração é a cantora Rosana Brown, que participou das disputas do The Voice Brasil, da Rede Globo.
Serviço
Instagram: @istambulcozinhabar Asa Sul 215, bloco A Reservas: 61-3223-5892
MAYER SABORES DO BRASIL
Uma invocação à memória afetiva Em plena pandemia, a empresária Keli Mayer presentou Brasília com o restaurante o Mayer Sabores do Brasil, na 116 Sul. No almoço, o serviço é de buffet à quilo com parrilla, ou o almoço vip, com uma diferente sugestão do chef a cada dia. O jantar é à la carte. O foco é fazer o cliente viajar pelos sabores brasileiros e invocar a memória afetiva. Ao lado, tem o café decorado por orquídeas, lugar perfeito para se tomar café prensado e experi-
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mentar doces maravilhosos. O cardápio é do chef Marcello Piucco. O Mayer ainda conta com uma equipe especializada em carnes nobres – os Parrilleros - além de Maître, Sommelier e Bartender/Mixologista. A dica do Brasília Capital é aproveitar o cardápio do festival em dezembro (entrada, Serviço prato principal e soInstagram: @mayersaboresdobrasil bremesa). Ou embar116 sul – bloco B car no festival bar Reservas: 61-99339-4175 em bar.
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
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ESPÍRITA
José Matos A raiz da maldade O mau uso do livre arbítrio e a ânsia de importância de seres humanos que imaginam seus semelhantes como inferiores Se Deus, sendo perfeito, não criou o mal, então, de onde vem a maldade humana? Do mau uso do livre arbítrio, responderam, de forma unânime, vários Mestres. Na sua ânsia de importância, alguns humanos imaginam outros como inferiores. Desta visão, surgem as diversas formas de crueldades. Foi assim na Índia, com as castas que não permitiam a mobilidade so-
cial, na escravidão, quando se dizia que os negros não tinham alma; no nazismo e fascismo, com judeus, ciganos e homossexuais; e hoje, com os imigrantes e refugiados. Hipocritamente, ninguém se recusa a receber órgãos desses “inferiores”. Na verdade, inferior é quem se acha superior. Quanto mais se apura o sangue, menor a chance de sobre-
Direito Previdenciário Mara Marques
Grávida desempregada pode receber salário maternidade A mulher está desempregada e descobre a gravidez. Ela tem direito ao salário-maternidade? A maioria não sabe, mas, sim, é possível pleitear esse benefício junto ao INSS no período de desemprego. Aproveitando que estou gestante, quero orientar as mulheres grávidas sobre quais os seus direitos perante a Previdência Social. Primeiro, é preciso entender que o
salário-maternidade é o benefício previdenciário devido à pessoa que se afasta do trabalho pelos seguintes motivos: nascimento de filho; aborto não criminoso; adoção; guarda judicial para fins de adoção. Este benefício é devido durante 120 dias, com início no período entre 28 dias antes do parto e a data de nascimento do filho. Nos casos de adoção e guarda judicial para
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vivência. Quanto mais se mistura, maior a chance. Gente não é bicho! Mestre André Luis, há tempos ensinou: “na vida, você encontra pessoas, lugares e situações necessários à sua evolução. A cada um foi dado algo diferente para que haja intercâmbio, e daí surja o amor”. Qual é o sentido da vida, perguntaram a Luís Sérgio e a Carl Jung. É o aprendizado da arte de amar; é iluminar a escuridão do ser, responderam respectivamente. Se é amar e iluminar não deve haver discriminação ou exclusão. Infelizmente, há uma parcela grande da humanidade refratária à educação de si mesmos. Essas pessoas apoiam-se em toda forma de preconceito para se justificarem, esquecendo que todos somos, apenas pó, e ao pó voltaremos. A condição social é apenas escolha temporária feita para atender as necessidades de aprendizado e cumprimento de tarefas. Pessoas que usam de maldade
gratuita com o próximo se justificam afirmando: “pensei que fosse prostituta; pensei que fosse travesti; pensei que fosse índio; pensei que fosse morador de rua, judeu”. Para esses violentos, essas pessoas são apenas coisas sem nenhum valor. É preciso ensinar na família, nas igrejas e nas escolas, que todos somos companheiros de viagem, interdependentes, cada um com suas condições adequadas de acordo com seu dharma ou lenda pessoal. Hoje, melhor que ontem e amanhã, melhor que hoje. O guerreiro de hoje é o pacifista de amanhã. O mendigo de hoje é o príncipe de amanhã. Como bem disse o poeta Guilherme Arantes, “vivendo e aprendendo a jogar/ Nem sempre ganhando/ Nem sempre perdendo/ Mas aprendendo a jogar.
fins de adoção (independentemente da idade da criança), também é devido salário-maternidade pelo período de 120 dias. Com relação ao aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a mulher terá direito ao benefício correspondente a duas semanas. Para ter direito ao salário-maternidade é preciso ter a qualidade de segurado. Ou seja, a pessoa deve estar filiada ao INSS e efetuar pagamentos da contribuição previdenciária. Os tipos de segurados são o empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico, contribuinte individual (MEI está incluso nesta categoria), segurado especial (trabalhador rural) e facultativo. As desempregadas, apesar de não estarem contribuindo mensalmente, podem ter direito ao benefício caso estejam em gozo do período de graça. Ou seja, se a pessoa pediu demissão ou foi demiti-
da pelo prazo de 12 meses após o desligamento trabalhista, estará em período de graça, independentemente de pagamento de contribuição previdenciária. Esse prazo poderá ser prorrogado por até 24 meses. Entretanto, é necessário consultar advogado especialista para verificar se o seu caso se enquadra no período de graça. Outra dica importante: se houver menos de cinco anos da data do parto ou aborto, adoção ou guarda judicial com fins de adoção, é possível requerer junto ao INSS o pagamento do salário-maternidade não recebido naquela época. Por isso, é adequado sempre consultar um advogado especialista em Direito Previdenciário para obter informações específicas ao seu caso.
José Matos
Professor e palestrante
(*) Advogada especialista em Direito Previdenciário – @maramarquesadv
202 Sul
Taguatinga Norte
O combate à pandemia é mais que um esforço individual
É UM PACTO DE TODOS PELA SAÚDE, PELA ECONOMIA E PELO BEM DO DISTRITO FEDERAL.
AO SAIR DE CASA SIGA TODOS OS CUIDADOS
FAÇA A SUA PARTE. SEJA CONSCIENTE. SÓ ASSIM VAMOS VENCER O CORONAVÍRUS. Para controlarmos a pandemia precisamos ser conscientes da seriedade do momento. Hoje cada um de nós é também responsável pela saúde e pelo futuro do DF. Não podemos esmorecer agora depois de tantos meses enfrentando esse desafio. Pedimos a todos que continuem colaborando e se esforçando. Tome todos os cuidados, mantenha o distanciamento social e siga ao máximo todos os protocolos. Pois a atitude de cada um pode afetar o funcionamento da cidade e a retomada normal das atividades. O comércio do DF vem fazendo a sua parte. Faça você também.
> Esteja sempre de máscara > Mantenha o distanciamento social > Higienize as mãos com frequência > Obedeça os protocolos de segurança > Cuide da sua saúde por você e pelos outros