Jornal Brasília Capital 533

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Júlia Lucy pede interrupção do projeto do novo Mangueiral Ano XI - número 533

Chico Sant’Anna – Página 9

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

GABRIEL JABUR AGÊNCIA BRASÍLIA

Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021

Rafael Parente quer enfrentar Ibaneis em 2022

Chico Sant’Anna – Páginas e7 2e3 Pelaí –6Páginas

FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

Em vez de reformar o CEF 1 da Candangolândia (à direita), GDF aluga prédio de antiga concessionária (abaixo), na Epia Sul, que é um luxo só, por:

R$ 3,5 milhões por ano

Páginas 6 e 7

Pra matar saudade do sundae e da banana split Dedé Roriz – Página 11

“Orçamento Secreto”

Um patife em New York

João Batista Pontes – Página 4

Júlio Miragaya – Página 4


Brasília Capital n Política / Pelaí n 2 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Paulo Freire: Patrono da educação brasileira, Paulo Freire faria cem anos em 19 de setembro. Perseguido e exilado pela ditadura militar, tem sua principal obra, “Pedagogia do Oprimido”, como o terceiro trabalho mais citado no mundo na área de Ciências Sociais. Não por acaso, é constantemente criticado por Bolsonaro.

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Portas abertas para o relatório AGÊNCIA SENADO

A Procuradoria-Geral da República já discute os rumos do relatório que receberá da CPI da Pandemia. O documento está sendo elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL/foto) e, até o momento, já tem cinco volumes com 300 páginas cada. ACORDO – Augusto Aras, que tomou posse para seu segundo

mandato à frente da PGR na quinta-feira (23), não vai engavetar todo o relatório. O acordo de dar prosseguimento à investigação foi feito à época de sua segunda sabatina no Senado. MEIA GAVETA – Jair Bolsonaro, no entanto, está salvo. Aras não deve denunciar ou dar andamento a qualquer investigação contra o presidente e sua família.

Deságua na 1ª instância A primeira saída apontada pela PGR para não se comprometer com a CPI, tampouco com o governo, será dividir o relatório. Ficarão com Aras estritamente os casos envolvendo autoridades com foro. Grande parte dos indícios

AGÊNCIA SENADO

será encaminhada à primeira instância no DF e em São Paulo. PÉS DE BARRO – Esta divisão inicial vai na contramão das recentes ações do STF. Apesar de não ter tido como alvo autoridades com foro,

a operação Pés de Barro, deflagrada na terça-feira (21), foi autorizada por Dias Toffoli. O ministro puxou o caso para o Supremo por envolver a gestão do deputado Ricardo Barros (PP-PR) no Ministério da Saúde. Algo pouco usual na Corte.

Boi de Piranha A segunda ação da PGR para não engavetar 100% do relatório será usar Ricardo Barros (foto) como boi de piranha. Provavelmente, o líder do governo será o escolhido para pagar pelas falhas de Bolsonaro na gestão da pandemia. Principalmente no caso dos desvios de verba e sobrepreços de vacinas. R$ 20 MILHÕES – O indício foi dado na operação Pés de Barro, que apura um rombo de R$ 20 milhões pagos antecipadamente à Global Gestão em Saúde. Dois dos

alvos são ex-diretores do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, empregados posteriormente no governo Bolsonaro. PRECISA – Presidida por Francisco Maximiano, a Global e Ricardo Barros são réus em ação de improbidade administrativa que tramita na Justiça do DF. Por ordem do então ministro, a pasta liberou o pagamento pelos remédios sem que a empresa tivesse apresentado documentos suficientes à Anvisa para a importação.


Brasília Capital n Política / Pelaí / Opinião n 3 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br ACÁCIO PINHEIRO/AGÊNCIA BRASÍLIA

Rafael Parente quer enfrentar Ibaneis Na quarta-feira (22), o Senado aprovou as alterações na Lei Eleitoral – PEC 28/2021 – que valerão para o pleito do próximo ano. O texto beneficia partidos que privilegiarem candidaturas de mulheres e pessoas negras. Foram rejeitados pontos polêmicos, como a volta das coligações nas eleições proporcionais. CERTEZA – Com a regra pronta, o jogo já começou nos bastidores e nas ruas. No Distrito Federal, além do governador Ibaneis Rocha (MDB) deixar claro que tentará a reeleição, quem também não tem dúvida de que será candidato ao Buriti é o ex-secretário de Educação Rafael Parente (PSB/foto). EFICIÊNCIA – Embora jamais tenha concorrido a um cargo eletivo, Parente – que é filho do ex-ministro Pedro Parente (governos FHC e Temer) – garante ter mais experiência em gestão do que o

próprio Ibaneis. E, se eleito, diz que tornará o GDF mais eficiente, estabelecendo metas de governo e metodologia de entrega dos serviços públicos. LEGADO – Recém-filiado ao PSB, o ex-secretário espera herdar os votos do ex-governador Rodrigo Rollemberg, que concorrerá a uma vaga de deputado federal. Ele vê como maior legado do correligionário um governo sem escândalos, que saneou as contas do GDF e preparou Brasília para novos investimentos. ESTRATÉGIA – O pré-candidato não está perdendo tempo. A agenda de Parente já inclui visitas às cidades do DF, especialmente às feiras livres. À tiracolo, o ex-administrador de Taguatinga, Marlon Costa, fiel escudeiro de Rollemberg. “Em breve, retomaremos as “rodas de conversa”, uma das marcas da campanha do socialista em 2018.

Quase lá A fusão entre DEM e PSL está praticamente certa. O interesse nacional das legendas é lançar um candidato à presidência. O DEM sugere Rodrigo Pacheco (MG) ou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Já o PSL tem o apresentador de TV Luiz Datena no páreo. LEI DE MURICI – Nos diretórios locais, o que prevalece é a Lei

de Murici. Ou seja, cada um trata de si. Os presidentes estaduais estão de olho nas suas candidaturas. No DF, o ex-deputado Alberto Fraga quer saber se o partido estará ao lado do ex-amigo Jair Bolsonaro ou não. Informalmente, o PSL local é comandado por Manoel Arruda, mas o ministro da Justiça Anderson Torres é quem dá as cartas.

Pressão contra reforma administrativa continua no plenário da Câmara A Comissão Especial da Reforma Administrativa aprovou na tarde desta quinta-feira (23) o substitutivo do relator deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA) à Proposta de Emenda à Constituição 32, do governo Bolsonaro. Foram 28 votos favoráveis e 18 contrários à reforma que destrói os serviços públicos (veja lista dos favoráveis no fim da matéria). A orientação do Sinpro-DF, da CUT e demais entidades e centrais sindicais que defendem servidores públicos é de ampliação da pressão sobre os deputados federais. Até o fechamento dessa matéria, ainda havia destaques ao texto da PEC 32 a serem aprovados. Foram mais de 30 destaques apresentados. Depois disso, a proposta segue para o plenário da Câmara, onde deverá ser votada em dois turnos. Para ser aprovada, é necessário que ao menos 308 dos 513 deputados(as) votem favoráveis à PEC 32. “A aprovação do substitutivo na Comissão Especial não pode desmobilizar a luta. Ao contrário, deve ampliá-la. O governo ainda não tem a garantia dos 308 votos necessários para aprovar a PEC da destruição dos serviços públicos no plenário da Casa, e a nossa pressão é fundamental neste momento”, afirma a dirigente do Sinpro-DF Rosilene Corrêa. Arthur Maia apresentou sete textos substitutivos. E, por fim, seguiu agradando os interesses do governo. No vai e volta, foram mantidos prontos-chave criticados pela oposição. Um deles trata da manutenção dos instrumentos de cooperação entre o governo federal, estadual ou distrital com entidades privadas para

gestão dos equipamentos públicos, como escolas e hospitais. “Hoje, uma escola, por exemplo, com servidor estável, com concurso público, já tem dificuldades em garantir educação. Imagine em um modelo em que os professores não têm estabilidade, não têm concurso público; com políticos podendo indicar quem vai ser contratado nessas entidades privadas”, analisa o advogado Marcos Rogério, especialista em direitos dos servidores públicos. Outra questão mantida no substitutivo do deputado Arthur Maia foram as contratações temporárias por até dez anos, reduzida anteriormente para seis anos. No substitutivo, Maia alarga esse tipo de contratação, viabilizando-a em todas as áreas públicas que não forem as de função típicas de Estado. Segundo o advogado Marcos Rogério, isso impacta na estabilidade dos servidores. “Ao permitir que os contratos temporários sejam utilizados ao bel-prazer, ele (Arthur Maia) alarga demasiadamente este conceito e, de forma subrepitícia, quebra estabilidade (dos servidores)”, explica. Além disso, o texto do relator ainda traz a possibilidade de corte de jornada e salário em até 25%; corte de benefícios como licença-prêmio, mais de 30 dias/ano de férias e aumentos por tempo de serviço serão cortados, além de facilitar a abertura de processos administrativos para perda de cargo de servidores com avaliação de desempenho insatisfatório.


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Bolsonóquio: um patife em Nova York Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Em 1988, fez grande sucesso o filme “Um Príncipe em Nova York”, de John L|andis, em que Akeen, interpretado por Eddie Murphy, é um príncipe de um país africano que, para fugir de um casamento arranjado por seu pai, circula por Nova York à procura de uma noiva. Trinta e três anos depois, Bolsonaro andou por NY procurando holofotes e espalhando mentiras. Diante do destrambelhado e vexatório discurso de 15 minutos na sede da ONU, fica a dúvida se Bolsonaro é louco, cínico, vive num mundo paralelo ou é tudo isso. Por incrível que pareça, a única verdade dita está em sua primeira frase: “O Brasil mudou, e muito,

após janeiro de 2019”. Só não disse que pra pior, muito pior. Em seguida, afirmou: “Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em TVs”. E lançou uma profusão de mentiras sobre os mais variados temas. Sobre economia: “Tivemos um dos melhores desempenhos entre os países emergentes”; “meu governo recuperou a credibilidade externa”; “tivemos o barateamento da produção de alimentos” (mas não dos preços); “estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso de corrupção”; e, pasmem, “concedemos um auxílio emergencial de 800 dólares (o auxílio de R$ 250 equivale a US$ 47). E concluiu confessando a entrega do Brasil: “Leiloamos 34 aeroportos e 29 portos”. Esqueceu-se de citar a entrega da Eletrobras, da Transpetro, da BR e dos Correios. Sobre a questão ambiental: “reduzimos o desmatamento em 32%”; “84% da floresta Amazônica está

intacta” (esqueceu-se de dizer que sob forte ameaça de seu governo); “nossa agricultura sustentável alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo (mentira já aqui desmascarada); e “destinamos 110 milhões de hectares para nossos 600 mil índios” (que outros governos destinaram e que ele tenta confiscar). Não podia faltar o discurso anticomunista: “estávamos à beira do socialismo”; “nosso BNDES era usado para financiar obras em países comunistas” e “recepcionamos foragidos da ditadura bolivariana”. Tampouco o afago à máfia de fundamentalistas religiosos: “o Brasil tem um presidente que acredita em Deus” (sic); e “vamos conceder vistos humanitários para cristãos afegãos” (sic). E concluiu: “Em 7 de setembro, milhões de brasileiros foram às ruas em defesa da liberdade e da democracia” (sic). Único chefe de Estado do G-20 não vacinado, destilou um rosário de san-

dices sobre a covid: “Sempre defendi o combate ao vírus”; “somos contra o passaporte sanitário ou qualquer outra obrigação relacionada à vacina”; “apoiamos o tratamento precoce”; e, tentando justificar o fracasso de seu governo, disse que “as medidas de isolamento social deixaram um legado de inflação e desemprego”. Ao vermos alguns brasileiros não imunizados entrando nos EUA; o ministro da saúde “dando o dedo médio” para manifestantes; a comitiva se reunindo com o fascista presidente polonês Andrzej Duda e a patética foto de Bolsonaro, Queiroga, Ramos e mais meia dúzia de pulhas comendo pizza numa calçada da Big Apple, nos lembramos de outro filme. Este, de Martin Scorsese: “Gangues de Nova York”.

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

“Orçamento Secreto” J. B. Pontes (*) DIVULGAÇÃO

A Lei Orçamentária Anual é o principal instrumento de alocação dos recursos públicos para programas que atendem as demandas da sociedade, na saúde, educação, segurança, saneamento, meio ambiente e outras áreas. Por isso sua elaboração e execução deveriam ser fiscalizadas. Mas, infelizmente, poucas pessoas têm condições de entendê-la e interesse em exercer esse controle. Isto possibilita que maus parlamentares e gestores se aproveitem para direcionar os recursos públicos para atender seus próprios interesses. Cada parlamentar tem direito a alocar e controlar recursos no orçamento mediante as seguintes emendas: - Individuais: cada parlamentar na LOA 2021 pôde alocar R$ 17 milhões (R$ 9,7 bilhões no conjunto); - De bancada estadual e distrital.

Na LOA 2021 cada uma teve alocou R$ 247,2 milhões (R$ 6,7 bilhões no montante); - De comissão (Vetado pelo governo); - De Relator: R$ 18,52 milhões. O valor aprovado pelo Congresso foi de R$ 29,01, parcialmente vetado pelo governo. O que se observa sempre é uma disputa Executivo x Legislativo pelo controle da elaboração e execução da LOA. Assim é que as emendas individuais, cuja execução até há pouco tempo servia de barganha para a obtenção de apoio parlamentar a projetos de interesse do governo, hoje são de execução obrigatória. Parte das emendas de bancada também passou a ser impositiva. Nos últimos anos tem avultado os valores das emendas de relator, identificadas na LOA pelo código RP (sigla de resultado primário), originalmente previstas na Resolução do CN nº 1/2006, que disciplina as atividades da Comissão Mista de Orçamento. Elas estavam restritas a alguns casos, como de correção de erros e omissões, recomposições de dotações canceladas e ao atendimento às especificações dos

pareceres preliminares (art. 144). Nos orçamentos de 2020 e 2021, o Parecer Preliminar, um relatório prévio que o relator geral apresentou à CMO, ampliou os casos que poderiam ser objeto das emendas de relator (28 itens, em 2020; e 22, em 2021). Além dos casos previstos na Resolução 1/2006-CN, o relator foi autorizado a realizar qualquer tipo de emenda alocativa em praticamente todas as áreas do orçamento. É o “orçamento secreto”. As emendas são aprovadas com localização “nacional”, ou seja, a exata localização e obras ou serviços somente serão identificados quando da execução da despesa. O Parecer Preliminar tem atribuído ao relator geral a prerrogativa de indicar, por meio de ofícios dirigidos aos órgãos executores, o parlamentar beneficiário de parte dessas dotações, o qual fica autorizado a definir a localização e as obras a serem custeadas. No entanto, informalmente, outras autoridades do Congresso têm dividido esse poder com o relator, prática que dificulta o controle sobre esse tipo de gasto.

O âmago da questão das emendas de relator é a arbitrariedade na escolha dos beneficiários da despesa pública nelas previstas, vez que não existem critérios técnicos ou legais de alocação dos respectivos recursos. Essa irregularidade basal é a raiz de todas as demais irregularidades contidas nesse tipo de emendas, que afrontam os princípios constitucionais da igualdade, impessoalidade e eficiência da ação da Administração Pública. Ainda que o atual governo não possa ser diretamente responsabilizado pelas ilegalidades na execução dos recursos alocados mediante as emendas de relator geral, ele foi – e é – complacente, pois deveria ter usado a sua prerrogativa de veto. Mas foi conivente com a ilegalidade para angariar apoios parlamentares à aprovação de matérias de seu interesse. O que se espera é que o Judiciário interfira para coibir os abusos das emendas de relator geral, voltando às regras estabelecidas pela Resolução nº 1/2006 do Congresso Nacional. (*) Advogado e Consultor Legislativo do Senado Federal


Brasília Capital n Cidades n 5 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Cadê o investimento nas UBSs? É mais barato tratar o paciente quando os problemas dele não são graves a ponto de precisar de exames, medicamentos e cirurgias caras Você sabia que oito em cada dez problemas de saúde podem ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – os antigos postos de saúde? É mais barato tratar o paciente quando os problemas dele não são graves a ponto de precisar de exames, medicamentos e cirurgias caras. Se o sistema de saúde do Distrito Federal se organizasse para funcionar assim, o governo poderia direcionar melhor os recursos da Saúde e os pacientes do SUS sofreriam menos nas filas das emergências e de espera por exames e cirurgias. No DF, porém, apesar dos esforços das equipes desses locais, o relato constante dos pacientes é justamente sobre a dificuldade

de conseguir agendar consultas nas Unidades Básicas da Atenção Primária – que, em tese, são a porta de entrada para o SUS. Segundo servidores da área, o cenário na atenção primária é, hoje, um dos piores dos últimos anos. Além da falta de investimentos em infraestrutura, insumos e recursos humanos, o fato é que a covid-19 piorou, e muito, o que já não andava bom. Antes de 2020, revelam, a cobertura assistencial já estava aquém do necessário, apesar de superestimada pela SES-DF e pelo Ministério da Saúde. Agora, o absenteísmo (faltas por adoecimento) de servidores, causado tanto por problemas físicos quanto mentais relacionados à pandemia, agravou a situação em um momento de aumento de demanda. No governo Rollemberg, foi tirado o atendimento especializado em pediatria e ginecologia dos postos de saúde, que passaram a se chamar UBS. Desde então, com implementação do chamado “Converte APS”, em 2017, os brasilienses convivem com a ausência desses médicos na atenção primária, o que, por si só, já é um problema. Em 2019, por determinação do

Ministério da Saúde, pelo menos 19 UBSs do DF aderiram ao programa Saúde na Hora, para implantação de horário estendido de UBSs. Na prática, denunciam servidores, não houve aumento das equipes para a ampliação do horário (noturno). O que, segundo eles, resultou em único aumento: o de desassistência. Importante ressaltar, sobre o Saúde na Hora, que há um repasse maior ao DF do que anteriormente para o funcionamento do Programa Saúde da Família. Em agosto deste ano, sem maiores detalhes (dados), o ministro Marcelo Queiroga afirmou as unidades de saúde habilitadas vão receber, até dezembro de 2022, mais de R$ 110 milhões para garantir atendimento à população durante um período maior. Sobre este repasse ao DF, contudo, não há informações públicas atualizadas. Para onde está indo este dinheiro? Aparentemente, o investimento não está chegando ao destino - pacientes e servidores. É preciso olhar com cuidado para a atenção primária à saúde. O que está acontecendo? Porque não existem informações públicas sobre o investimento na área no DF?

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

Muito se fala em investimentos em novas UPAs e hospitais, mas pouco (ou quase nada) se diz sobre o desmonte das Unidades Básicas de Saúde. A real situação só quem sabe são os pacientes e servidores, cujos apelos parecem ignorados pelos gestores da Secretaria de Saúde do DF. É muita propaganda e pouco investimento.

Ato de 2 de outubro exige Fora Bolsonaro Os trabalhadores, a juventude e o povo não se intimidam e não fogem à luta diante dos ataques à democracia e à vida pelo governo da extrema direita. Após a investida golpista de Bolsonaro e sua gente movida a ódio no 7 de setembro, a resistência popular volta às ruas no dia 2 de outubro em atos por todo o país. As manifestações exigirão o fim do governo criminoso e genocida, responsável pela destruição da economia, dos direitos sociais e das políticas públicas; pelo desemprego, a fome, a miséria e a morte de quase 600 mil pessoas pela covid-19. Nós, bancários e bancárias de Brasília, engrossaremos ssa luta com nossas bandeiras contra demissões, retirada de direitos, tercei-

rização, privatização e desmonte dos bancos públicos. Nosso Sindicato convoca a categoria para uma grande mobilização no Fora Bolso-

naro do dia 2. Impeachment já. Os protestos pelo país são convocados pelos movimentos sociais e sindicais com a expectativa de

unificar a oposição ao governo e assegurar expressiva presença de público, especialmente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo. A coordenação dos atos de Brasília – CUT, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo – se reuniu dia 15 de setembro para organizar e definir o horário da manifestação. Além de punição por crime contra a vida e a democracia, o Fora Bolsonaro é também um fora à carestia, ao empobrecimento da população, à miséria e à fome, à destruição dos serviços públicos, à entrega do patrimônio e da soberania nacional. Em defesa do país e do povo, pela vida, por paz e felicidade: #ForaBolsonaroGenocida!


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GDF paga alugue milhões/ano por CEF 01 da Candangolândia foi transferido para prédio de antiga concessionária durante a pandemia Orlando Pontes Em março de 2020, quando as aulas presenciais estavam suspensas devido à pandemia, o Centro de Ensino Fundamental (CEF 01) da Candangolândia mudou de endereço. Saiu da antiga sede num dos bairros históricos de Brasília e instalou-se num luxuoso prédio à margem da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA). A escola também abarca da Direção Regional de Ensino (DRE). Ou seja, a Secretaria de Educação trocou uma área pública, onde não tinha despesa, para passar a pagar, anualmente, mais de R$ 3,5 milhões pela locação de um imóvel particular a menos de 3 quilômetros de distância. “O contrato de aluguel foi fixado inicialmente em R$ 329 mil mensais. Porém, avaliação da Terracap reduziu esse valor para R$ 297 mil, que é o preço praticado atualmente”, confirma, em nota ao Brasília Capital, a Secretaria de Educação. Assim, o que era para ser a solução de um problema para estudantes que sofriam com as instalações de uma escola pública precária na Candangolândia, se transformou num problema de ordem policial para o Governo do Distrito Federal.

J m Salas da escola alugada são equipadas com ar condicionado e cadeiras acolchoadas. Na fachada, grafite.

TCDF INVESTIGA – No dia 26 de maio, o Plenário do Tribunal de Contas do DF determinou prazo de 15 dias para que a Secretaria de Educação se pronunciasse sobre os questionamentos feitos numa Representação do Ministério Público junto ao TCDF. A Corte também concedeu à empresa Saída Sul Hospedagem Ltda., dona do imóvel, os mesmos 15 dias. Após um pedido de prorrogação de prazo – concedido pelo TCDF – a Secretaria de Educação enviou as informações no dia 1º de julho. As alegações da empresa foram juntadas ao processo no dia 17 de agosto. Ambas estão sob análise do corpo técnico do Tribunal.

Grafite na fachada, luxo no interior Espremido entre um posto de gasolina e as concessionárias de carros, o suntuoso prédio do CEF 1 da Candangolândia é de arrancar o famoso assobio de quem se depara com as instalações. Por trás da fachada coberta por grafites, existe uma estrutura de dar inveja a muitas faculdades particulares. As salas estão equipadas com modernos aparelhos, têm ar-condicionado, cadeiras acolchoadas e piso novi-

nho. Nada comparado com os velhos quadros negros e o chão de fábrica de uma escola pública comum. O terraço tem um refeitório digno de bons restaurantes, uma quadra poliesportiva, área de convivência e uma vista para o Aeroporto JK de impressionar. O estacionamento no subsolo abriga do sol e da chuva os carros dos professores, diretores e visitantes. O acesso a ele é pelo elevador.


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el de R$ 3,5 uma escola FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

Antiga esola foi abandonada e, segundo o governo, será demolida.

Jaqueline Silva elogia a nova escola, mas questiona “politicagem”.

Para ex-aluna Nathália Santas, antigo CED 01 precisa passar por uma reforma.

Mãe desconfia de politicagem Jaqueline Silva de Carvalho, 37 anos, tem um filho que estuda na escola e não poupa elogios. Mas fica pensativa quando perguntada se não seria mais viável usar o dinheiro do aluguel para reformar a antiga escola onde seu filho estudou. “Eles alugaram essa aqui para reformar aquela, mas já faz quase dois anos e ainda não reformaram”,

lembra. “Isso aqui é resultado de muita politicagem”, emenda. “Eu estudei aqui há muitos anos. Lamento que ela esteja abandonada, mesmo que o seu estado não seja dos piores. Não entendo porque fizeram isso. Estava funcionando e o espaço aqui é bem grande. Mas realmente precisa de uma reforma”, desabafou a ex-aluna Nathália Santas, de 25 anos.

Escola será demolida É uma pena que a qualidade das instalações do CEF 1 da Candangolândia não seja extensiva a outras escolas do DF e do País. O prédio que já foi uma concessionária de automóvel e agora adaptado para receber alunos da rede públi-

ca de ensino é uma exceção. Na nota ao Brasília Capital, a Secretaria de Educação informa que o prédio do antigo CEF 1 “será demolido e há previsão de construção de um novo para abrigar a escola”. Mas não determina o prazo.

Hermeto mandou emenda Enquanto isso, o líder do governo na Câmara Legislativa, Hérmeto (MDB), aprovou uma emenda de R$ 50 mil para a compra da nova mobília da escola. Eleito com votos de moradores da Candangolândia, ele se manifestou na inauguração do prédio do CEF 01: “Tenho orgulho em dizer que destinei emendas parlamentares para reformar todas as escolas da Candangolândia. Dentre elas, o CEF 1 foi a que mais se destacou. Está fantástica. Uma referência para qualquer escola pública do Brasil”, disse o deputado distrital.

Reginaldo Veras vê inoperância Os deputados distritais Chico Vigilante (PT) e Reginaldo Veras (PDT) também canalizam para as escolas públicas grande parte das verbas de suas emendas parlamentares. A maioria pelo Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF). “São pequenos recursos, geridos pelos próprios diretores, que melhoram muito a qualidade das escolas da rede pública”, explica Veras. “Em geral, essas reformas de salas, de quadras esportivas, de cantinas e pátios ficam entre R$ 50 mil e R$ 150 mil. A mais cara que já encaminhei ficou em R$ 600 mil”, disse Chico Vigilante. Os dois deputados se assustaram com a informação de que a Secretaria de Educação paga R$ 300 mil por mês pelas novas instalações e, em dois anos, sequer iniciou a demolição da escola que precisa ser recuperada. “Isto evidencia uma inoperância do governo”, atesta Veras.

No trânsito, sua responsabilidade salva vidas Encerramos neste sábado (25) as comemorações da Semana Nacional de Trânsito 2021, iniciadas no dia 17. Com o tema “No trânsito, sua responsabilidade salva vidas”, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal realizou várias atividades educativas visando sensibilizar pedestres, ciclistas, motociclistas, condutores e passageiros do papel de cada um na segurança do trânsito e na preservação da vida. Foi uma semana inteira de muita reflexão sobre a parcela de responsabilidade que cada cidadão tem na construção de um trânsito mais seguro. Nosso desejo é que o comportamento do condutor esteja sempre de acordo com a legislação de trânsito, com a consciência de que as multas só acontecem quando as regras de segurança são quebradas. Entre as atividades da programação da SNT 2021, realizamos palestras com foco na segurança do ciclista, pedestre e condutores; atividades com jogos educativos; e apresentações de peças teatrais, mímicas e shows com repentistas, que abordaram a segurança no trânsito de forma divertida e muito responsável. A programação culminou com o passeio ciclístico em comemoração ao Dia Mundial Sem Carro, na quarta-feira (22), do qual participaram milhares de brasilienses, e a cerimônia de premiação dos vencedores do 2º Prêmio Detran-DF de Educação de Trânsito, na sexta-feira (24), que contou com 741 trabalhos inscritos em 17 categorias. A cerimônia de encerramento ocorre no sábado (25), às 13h, no Museu da República.

Diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha


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VIA

Satélites

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Por Gabriel Pontes

Greve de 5 meses – A greve dos metroviários já é a mais longa da história, com mais de cinco meses de paralisação. O impasse acontece no momento em que o TCDF apura suspeita de direcionamento no edital de privatização do Metrô apresentado pela Semob. O imbróglio foi revelado na edição 532 do Brasília Capital.

DISTRITO FEDERAL

Trem da alegria no Judiciário vai custar R$ 4 bi Pelo menos 70 mil técnicos de nível médio do Judiciário da União podem ser favorecidos com um aumento de 64% em seus vencimentos, ao custo adicional de no mínimo R$ 340

milhões por mês (quase R$ 4 bilhões ao ano). Este será o impacto nas contas públicas federais caso seja aprovada proposta em tramitação desde julho no Conselho Nacional de Jus-

tiça (CNJ). O “trem da alegria” quer transformar técnicos Judiciários de nível médio em cargos de nível superior, sem a necessidade de passar em novo concurso público.

Começa aplicação da dose de reforço contra a covid-19 O Distrito Federal começou a aplicar a terceira dose da vacina contra covid-19 em idosos com mais de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência, idosos com 85 anos ou mais e imunossuprimidos graves com 18 anos ou mais. Conforme recomendação do

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Ministério da Saúde, a dose de reforço será preferencialmente da Pfizer. Também podem ser utilizadas as vacinas da AstraZeneca e Janssen. ANTECIPAÇÃO – Os postos de vacinação contra a covid-19 no DF estão antecipando a aplica-

ção da segunda dose para quem deveria receber o imunizante da Pfizer até 27 de outubro. A campanha já reduziu o intervalo para quem recebeu Pfizer ou AstraZeneca e tinha a segunda aplicação prevista para até 24 de setembro. A regra continua valendo, sendo agora ampliada.

Morador sugere plantio de árvores

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A ideia de Marelson era que o projeto fosse lançado pelo governador Ibaneis Rocha no Dia da Árvore (21 de setembro). “Infelizmente, passamos a data em branco e até hoje o administrador, Pastor Daniel, sequer respondeu ao meu ofício”, lamentou o aposentado na terça-feira (21).

TAGUATINGA

Comunidade cobra construção de estacionamento Empresários e diretores de escolas cobraram do administrador de Taguatinga, Bispo Renato Andrade, a construção de um esta-

cionamento na CNJ 8, em Taguatinga Norte, para atender cinco escolas da localidade. A reunião aconteceu na terça-feira (21). Se-

ÁGUAS CLARAS

População quer fiação enterrada

VICENTE PIRES

Morador de Vicente Pires e leitor do Brasília Capital, o aposentado Marelson Bueno protocolou, em agosto, na Administração Regional, uma sugestão para o plantio de árvores, folhagens e flores à margem da pista que liga a Rua 4 à Avenida Misericórdia, recentemente inaugurada.

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gundo o administrador, o assunto será debatido com as áreas técnicas, “sempre no objetivo de atender as demandas da população”.

Basta andar pelas avenidas de Águas Claras e tomar um susto: os postes estão cheios de fios. Alta tensão, baixa tensão, telefonia, TV a cabo, fibra ótica, rede de dados... a lista não para de crescer, multiplicada pela quantidade cada vez maior de prestadoras de serviços. A Associação dos Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) pede uma solução do GDF. “Nesse quesito de fios aéreos, as subestações, que também deveriam ser enterradas, hoje ocupam espaço em rotatórias, praças, áreas de condomínio e espaços públicos, a exemplo da beira da linha do metrô. O tempo passa e o poder público vai empurrando com a barriga...”, diz a Amaac, em nota.


Brasília Ca pital n Cidades n 9 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Brasília

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Por Chico Sant’Anna

Novo bairro Mangueiral foi parar na Justiça DIVULGAÇÃO

Vara do Meio Ambiente analisa ação civil pública impetrada pela deputada Júlia Lucy A Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF analisa ação civil pública impetrada pela deputada distrital Julia Lucy (Novo) que pede a interrupção do projeto habitacional Alto Mangueiral, próximo a São Sebastião, sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab-DF). Júlia Lucy questiona a proximidade do novo bairro ao Complexo da Papuda e da Penitenciária Fede-

PDOT caducou

O padrão de seis andares assusta as autoridades penitenciárias federais e do DF

ral, onde estão presos Marcos Camacho, o Marcola, e outros líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O projeto ainda não foi aprovado pelos Conselhos de Política Ambiental (Conam) e de Planejamento Territorial e Urbano (Conplan), mas a Codhab já iniciou o cadastramento de potenciais moradores.

O GDF, diz a parlamentar, tende a edificar prédios de até seis andares, em área de 400 hectares, anteriormente destinada à criação do Parque Ecológico do Mangueiral, por meio de lei do deputado João Cardoso (Avante), aprovada pela Câmara Legislativa, mas vetada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

Entidades já oferecem os imóveis Com prédios de seis andares em 400 ha, o Alto Mangueiral comportaria moradias para até 90 mil pessoas, população superior à da Asa Sul. A alta densidade demográfica preocupa técnicos da Secretaria de Meio-Ambiente (Sema). A área foi classificada pela Lei de Zoneamento Ecológico e Econômico – ZEE na categoria “zona

sensível”. A ocupação traria riscos à recarga de aquíferos, de contaminação do subsolo e impacto à fauna e à flora, com a retirada da vegetação de cerrado. “Projeto dessa magnitude demandaria rede de esgotamento sanitário da Caesb. O uso de fossas não atenderia às necessidades”, explica um técnico do GDF.

Apesar de ainda não ter sido aprovado, imóveis já são oferecidos por cooperativas e sindicatos. No portal do Sindicato dos Policiais Civis do DF, há ofertas de apartamentos de dois e três quartos, com suíte, área de 56m² e 68m², vaga de garagem. Valor: R$ 240 mil e 260 mil. Ou casas de três dormitórios, em lotes de 128m², por R$ 280 mil.

Dois Mangueirais A Codhab alega que Lucy equivoca-se ao confundir dois projetos habitacionais: “Alto Mangueiral” e “Expansão do Mangueiral”, e que o primeiro não é próximo das penitenciárias. Quanto à Expansão do Mangueiral, diz que apenas ini-

ciou estudos de viabilidade e que não há nenhuma ação para sua execução. Diz que o Edital, já lançado, é apenas “chamamento público para manifestação de interesse”, para avaliar a demanda existente e que

eventual habilitação de candidatos, enquanto não cumpridas todas as fases previstas em lei, não constitui direito adquirido a imóvel. Júlia Lucy diz que, sem ouvir a comunidade, a área do empreendimento já está sendo demarcada.

Ex-secretário de Habitação do governo Agnelo, Geraldo Magela (PT), em cuja gestão foi concluída a maior parte do Mangueiral, alerta que a lei do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF caducou em 2019 e que qualquer novo empreendimento urbanístico deve aguardar um novo PDOT. “Só o PDOT concederá a noção de conjunto da expansão urbana no DF, evitando que iniciativas esparsas tragam, depois, reflexos urbanísticos e ambientais danosos”, explica. Lucy afirma que a ação do GDF configura “lesão aos interesses da ordem urbanística, uma vez que viola legislação atinente ao caso e busca expandir o bairro sem fornecer informações importantes à população”. O Juiz Carlos Maroja, da Vara do Meio Ambiente, aguarda o posicionamento do GDF para deliberar sobre o futuro do projeto.

Saiba + Com 30 mil moradores o Mangueiral foi iniciado no governo Arruda, numa Parceria Público Privada com um consórcio liderado pela construtora Odebrecht, mas só deslanchou no governo Agnelo, quando a maioria das suas 8 mil residências foi entregue. Ele está numa área da extinta Pró-Flora. O governo Cristovam a usou para reflorestamento com mangueiras. Daí surgiu a denominação do bairro.

(*) Leia matéria completa no site www.bsbcapital.com.br


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Rompimentos Modernos A senha compartilhada é como um laço invisível e uma falsa esperança de reatar o que não tem mais volta Os vidros estilhaçados no asfalto, o barulho do Corpo de Bombeiros, o corpo estirado no chão. Tentando identificar a extensão do estrago, lá estava eu. Na verdade, não estava estirada no asfalto. Era no sofá mesmo. Mas a sensação era de que ha-

via sofrido um acidente, uma colisão, uma quase morte. Quando um amor termina é assim. Terminar um amor é uma catástrofe. Sobra quase nada. E o pouco que sobra é híbrido. Meio eu, meio ele. No cenário da sala, meu corpo

ESPÍRITA

José Matos Um dia após meu suicídio Ao desencarnar, espírito se dá conta do equívoco cometido. Mas é tarde para voltar atrás O texto abaixo foi copiado da Internet. O autor é desconhecido. Mas, por sua beleza e objetividade, decidimos publicá-lo como nossa contribuição ao Setembro Amarelo – o mês de prevenção ao suicídio: “Um dia após meu suicídio eu me apaixonei tanto por minha mãe ao vê-la chorando no chão do meu quarto abraçando minha camiseta suja de sangue com fotos

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

minhas espalhadas pelo chão. Eu vi tanto amor nos olhos dela! “Um dia após meu suicídio, eu senti o quanto meu pai me amava, por mais que ele tivesse um jeito durão... em meio a tanta tristeza, ele falava com os olhos em lágrimas, mas cheio de orgulho de mim; que eu era muito apegada com Deus e muito sensível ao próximo. “Um dia após meu suicídio eu

estirado. Pálida, parecendo um filme de terror de quinta categoria. O que pode ser pior? Eis aí uma pergunta que nunca deve ser feita. Sempre é possível cavar o chão e descer um pouco mais. Em uma das mãos, o copo de uísque; na outra o controle remoto. Entre um gole e outro, você lembra que a senha da Netflix era compartilhada e é você que detém o “poder” de mudar essa senha e ficar com a assinatura só para você. No fim de contas, é você quem paga mesmo! Seria egoísmo? Desespero? Sentiria pena? Afinal, outras pessoas que não têm nada a ver com o fim assistem filmes e séries do lado de lá também. Pessoas que você ama e amará para sempre. E as horas vão passando. O gelo do uísque já derreteu, o drama da TV acabou. Mas o seu só está começando. O cheiro dele na almofada do sofá, a falta da voz, a saudade de discutir quem

comanda o controle. Agora você doaria o controle, a TV, o melhor lugar do sofá. Qualquer coisa só para sentir aquela respiração do seu lado. Estou ficando mais decadente que um dramalhão mexicano. Alguma dignidade, por favor! Manter a senha compartilhada é como manter um laço invisível e de certo modo alimentar uma falsa esperança de reatar o que não tem mais volta de jeito nenhum. Nada de meias verdades, nada pela metade, nada no diminutivo. Nada menos do que eu mereço, nada menos do que está traçado na palma da minha mão. Nada menos do que é meu por direito, por conquista, por verdade, por amor, pela soberania sobre meu corpo e minhas ações. Mudei a senha! E viva a liberdade!

vi que a Lolla (minha gatinha de estimação) era mais espetacular do que eu imaginava. Toda vez que alguém chegava em casa ela ia correndo até o portão esperar por mim e, ao ver que não era eu, deitava na frente do portão e continuava a me esperar. “Um dia após meu suicídio, eu me encantei pelos meus irmãos ao vê-los sentados na sala, com os olhos lacrimejados lembrando das vezes que brincávamos na nossa linda infância... Que época boa! Crescemos tanto... “Um dia após meu suicídio, eu me senti especial quando vi meus irmãos de fé tão abalados e dizendo o quanto eu iria fazer falta nesse mundo. “Já de noite, eu fui até ao necrotério encontrar com meu corpo. Confesso que isto me incomodou. Olhei para aquele corpo e disse: Tantos sonhos que você tinha, tantos planos... tanto amor para dar, tanta gente pra conhecer...

“Filhos abençoados. Você tinha alguém que te amava... E você jogou tudo para o alto. Tem que ser muito corajosa para tirar sua vida. Por que não usou essa coragem para vencer a sua dor? Por que? Por que? Graças a Deus, isso foi só uma visão... Que maravilha; você pode ler isso! Você ainda está aqui e pode mudar a sua vida para sempre. A vida não é tão ruim como essa dor te faz enxergar. “Existem, sim, pessoas que nos amam, que nos querem por perto, que nos querem bem. Dê uma chance para sua vida e as pessoas que estão ao seu lado. Existe, sim, cura para todo trauma. Existe, sim, cura para toda dor. Procure ajuda. Se abra com alguém. Você vai superar essa depressão!”.

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Gastronomia n 11 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Gastronomia Dedé Roriz

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

FOTOS: DIVULGAÇÃO

SORVETERIA FIORE LIZ

Pra matar saudade do sundae e do banana split Em tempos de tanto calor, nada melhor que um delicioso sorvete na casquinha. Mas há que prefira no copo ou na taça. E os mais tradicionais não abrem mão dos inesquecíveis sandae e banana split. Para quem não sabe, o banana split são três bolas de sorvete com o sabor da preferência do cliente, caldas e banana cortada. O sundae original traz duas bolas de sorvete na taça e muita (mas muita mesmo!) cobertura. A empresária ngela Fiorese e sua filha Paula resolveram fazer uma volta à infância e, há pouco mais de um ano, montaram a sorveteria Fiore Liz, na 214 Sul. A ideia foi fazer uma releitura dos sorvetes de antigamente. No entanto, mãe e filha não quiseram ficar apenas no passado, e criaram um sorvete que, além de gostoso, é muito bonito: o jar (sorvetes e caldas em camadas). São 36 sabores, entre eles, chocolate branco, ninho com nutella, de frutas, e seis veganos sem lactose. A sorveteria também se tornou um espaço pet friendly. ngela e Paula produzem um picolé exclusivo para os animais, que se esbaldam com a delícia canina.

JOHN’S COOKIES

O melhor sabor da 202 Norte

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @fiorelizsorveteria 214 sul $

Os empresários Gabriel Porto e João Lóssio criaram a John’s Cookies em 2019. Inicialmente, trabalhavam em casa. Mas, com o sucesso do empreendimento, a cozinha doméstica tornou-se pequena. E eles resolveram abrir a loja física na 202 Norte. A John’s produz mais de dez sabores de cookies. Entre eles, os clássicos de baunilha ao leite e triplo chocolate. Ainda tem o recheado com Nutella, que se tornou o queridinho e mais vendido da casa, além do Kit Lat, Red Velvet e oreo. Os cookies da John’s têm três pesos: os pequenos, de 90 gramas; os clássicos, de 110 gramas; e os recheados. A casa ainda oferece o cookão (a torta de cookies para festas). Para quem

gosta da comodidade, a dica é pedir os deliciosos cookies pelo aplicativo em casa. “Já chegamos a vender 400 cookies num único dia”, comemoram os dois sócios, que agora, na loja física, oferecem as opções dos cafés expressos para acompanhar os biscoitinhos.

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @johnscookiesbr 202 da Asa Norte $


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 25 de setembro a 1º de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Lei do Mandante entra em vigor Norma permite que o próprio clube transmita os jogos Foi sancionada e começou a valer na segunda-feira (20) a Lei 14.205, que modifica as regras relativas ao direito de arena e garante

aos clubes mandantes das partidas de futebol o direito de transmissão e reprodução de seus jogos. Aprovada por unanimidade no Senado em agosto, a lei permite que o próprio clube transmita o jogo, o que poderá gerar uma fonte de receita, explicou o senador Romário (PL-RJ), relator da proposta (PL 2.336/2021). “A

Lei abre espaço para que novas negociações surjam, como direito de arena e de transmissão”, afirmou o ex-jogador. Apesar da sanção, foi vetada a parte que proibia empresas de rádio, TV e de televisão por assinatura de patrocinarem ou veicularem a própria marca nos uniformes dos times.

PALMEIRAS/DIVULGAÇÃO

SÉRIE D

Brasiliense pede anulação de jogo Caiu o último representante do DF na Série D. O Brasiliense perdeu de 1 x 0 para o Ferroviário (SP) e foi eliminado. O clube, no entanto, pediu a anulação do jogo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A diretoria do Jacaré alega que o árbitro Antônio Márcio Teixeira da Silva foi influenciado por terceiros a alterar a marcação de uma falta para um pênalti "inexistente". No lance, o atacante Júlio Vitor foi derrubado fora da área pelo lateral Alex Murici. O árbitro assinalou falta; Porém, após a pressão da equipe da Ferroviária em cima do assistente em 13 minutos de confusão, voltou atrás, marcou o pênalti. Além da marcação equivocada, o Brasiliense questiona a omissão ao esclarecer a infração. Vale ressaltar que na segunda fase da Série D não se tem o árbitro de vídeo (VAR).

LIBERTADORES

Atlético-MG e Palmeiras: um dos dois será eliminado da Libertadores e focará 100% no Brasileirão

SÉRIE A

Brasileirão se aproxima do momento decisivo Com o afunilamento das Copas (Libertadores, Copa do Brasil e Sulamericana) o Campeonato Brasileiro passa a ser a prioridade máxima de praticamente todos os vinte clubes. O líder Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo são os mais indicados a disputar o título.

Na luta pela quarta vaga para Libertadores e pelos dois passaportes para a pré-Libertadores, Fortaleza e Bragantino terão que manter o rendimento no segundo turno para competirem com Corinthians, Internacional e Fluminense. A prévia da disputa já começa neste fim de se-

mana com a partida entre Fluminense e Bragantino. Na parte de baixo, Santos e Grêmio começam a reagir. Chapecoense, Sport e América-MG não demonstram a mesma força. Assim como aparecem em viés de queda Juventude, Bahia e Ceará.

Final brasileira à vista Com a vitória do Flamengo, de 2x0, sobre o Barcelona (EQU), a Libertadores da América caminha para a segunda final brasileira consecutiva. O rubro-negro, caso confirme o favoritismo, enfrentará Palmeiras ou Atlético-MG que empataram em 0x0 o primeiro jogo, que foi disputado no Alianz Parque. A partida de volta entre os brasileiros acontece na terça (28) e o Flamengo decide na quarta (29). A final será em jogo único a ser disputado em Montevidéu, no Uruguai.


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