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Pelaí – Páginas 2 e
O lançamento do ex-secretário de Educação Rafael Parente como pré-candidato do PSB ao GDF, na terça-feira (26), chamou a atenção pela presença de dirigentes de outros partidos. Todos sinalizando para a união das forças progressistas do DF em 2022.
DIÁLOGO – O presidente regional do PT, Jacy Afonso, ressaltou a necessidade de um (foto à direita) amplo diálogo. E defendeu a construção de uma aliança nesse campo, pelo Brasil e pelo Distrito Federal.
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RETROVISOR – Eduardo Brandão (PV) defendeu a renovação dos quadros. “Os encontros são fundamentais para que a gente consiga construir um novo projeto para o DF. Não podemos continuar olhando para o retrovisor, pontuou.
RENOVAÇÃO – Para o distrital Leandro Grass (Rede - foto à esquerda), Parente representa renovação e esperança de transformação. “Rafael e eu temos uma amizade de muitos anos, e o que nos uniu foi a educação e o Brasil”.
Esquerda unida. Será?
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PACTO – De acordo com o parlamentar, é necessário firmar um “pacto civilizatório em defesa do Brasil e do DF, pois estamos vivendo a barbárie e o retrocesso. E o nosso grande desafio neste momento é construir futuro”.
MUDANÇA – Rafael Parente destacou a necessidade de mudança na condução do DF e do Brasil. “Não podemos achar que estamos vivendo uma crise qualquer. Não é só o pior momento da história da nossa democracia recente, mas um dos piores momentos da história do País”, afirmou.
OUSADIA – O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a candidatura de Rafael Parente ao GDF representa a ousadia de fazer diferente. “Temos o desafio de reunir pessoas e não apenas partidos. Pensar o DF numa perspectiva de desenvolvimento”.
OXIGÊNIO – O ex-governador Rodrigo Rollemberg também falou na necessidade de união dos grupos progressistas e avaliou que Rafael Parente oxigena a política local e representa o nome mais sensato para a união em prol de um novo momento para o DF.
No ar, a TV Câmara Distrital canal 9.3
Entrou no ar na segunda-feira (25) o canal 9.3, da TV Câmara Distrital, primeiro canal público aberto de Brasília. O lançamento, transmitido ao vivo, ocorreu no auditório da Câmara Legislativa, após visita de autoridades e imprensa às instalações da emissora.
Com programação 24 horas por dia, a TV vai cobrir o trabalho legislativo e produzirá e veiculará conteúdo jornalístico, educativo, sociocultural, científico e de utilidade pública. O canal aberto foi possibilitado por meio de acordo de cooperação com a Câmara dos Deputados.
O presidente da CLDF, Rafael Prudente (MDB), destacou que a TV dará transparência aos trabalhos legislativos e favorecerá a interação com a sociedade: “É a chegada da Casa do Povo na casa do povo”.
Ele explicou que haverá produção própria e de parceiros e que a emissora, “em breve”, terá canal na Net e na Sky. “Criar instrumentos de fomento à transparência e de aproximação entre a democracia e o cidadão sempre foi uma importante aspiração nossa e é emocionante ver esse trabalho ganhando vida”, afirmou.
NET E SKY – O segundo secretário da CLDF, Robério Negreiros (PSD), disse que encaminhou solicitação a Rafael Prudente para inclusão da TV no canal 29 da Sky e no ca-
REPRODUÇÃO
nal 11 da Net “para que o alcance à população seja muito maior”.
Para o deputado Chico Vigilante (PT), a credibilidade da TV está na isenção de comunicar o que de fato acontece na CLDF. “Não é para falar bem da Casa ou dos deputados, é para mostrar do jeito que as coisas são”. Ele também defendeu que o veículo “dê voz ao povo”, para que as autoridades possam ouvir as demandas sociais.
Ex-presidente da CLDF, a deputada federal Celina Leão (PP-DF), parabenizou Prudente pela realização de “um sonho antigo”. De acordo com a parlamentar, a TV “Vai iluminar os mandatos de todos os deputados e mostrar o quanto essa Casa trabalha para as pessoas”.
Além do acordo com a Câmara dos Deputados que permitiu a transmissão em canal aberto, a TV Câmara Distrital fechou acordos de cooperação técnica com diversas entidades da sociedade civil e órgãos de Estado para diversificar sua programação.
Segundo a gerente de parceria da Rede Legislativa e vice-presidente da Associação das TVs e Rádios Legislativas, Alessandra Anselmo, a TV permite que o cidadão se informe sem filtros. “A população vai ter acesso diretamente ao que ocorre no Legislativo, sem corte ou viés, e com a interação”, afirmou.
Júlio Miragaya (*)
AGÊNCIA BRASIL
Pedalada Fiscal foi a acusação imputada a Dilma Roussef para destituí-la da presidência da República. Ou seja, ela teria realizado manobras fiscais, como o atraso nos repasses ao Banco do Brasil e à Caixa de recursos referentes ao Plano Safra para a Agricultura Familiar, seguro-desemprego e Bolsa Família. Na verdade, foi o pretexto usado pela oposição para promover o golpe em 2016 e derrubar o governo do PT.
Ocorre que o montante de recursos supostamente manobrados por Dilma foi fichinha perto dos cerca de R$ 90 bilhões “arranjados” pelo Centrão para Bolsonaro usar no vale tudo pela reeleição. Em se tratando dos recursos envolvidos e de terem vindo de um governo que diuturnamente reverencia os quadrúpedes em seus atos e discursos e que tanto preza em “passar a boiada”, nada mais apropriado que classificar tais manobras orçamentárias como “cavalgada fiscal”.
Os R$ 90 bilhões surgiram por meio da PEC 23/2021 (fura teto), que altera a forma de calcular o teto de gastos e limita o valor das despesas anuais com precatórios. A PEC proposta pelo Centrão faz com que a correção do cálculo do teto de gastos não mais se dê pelo IPCA acumulado de 12 meses, de julho de 2020 a junho de 2021, mas o IPCA cheio de 2021.
Ora, como a inflação está em forte aceleração, ao “trocar” o IPCA do 2º semestre de 2020 pelo do segundo semestre de 2021, o Centrão turbina a correção do teto. Ademais, limitando os gastos com precatórios em 2022 a R$ 40 bilhões, aplicará um calote de quase R$ 50 bilhões nos cidadãos que estão na fila para receber seus direitos.
De acordo com o governo, a maior parte dos recursos será destinada ao programa Auxílio Brasil (que substituirá o Bolsa Família), com repasse mensal de R$ 400 aos beneficiários. Ocorre que, no atual cenário de desemprego, inflação elevada e miséria, o valor é muito baixo.
Poderia ser ampliado para algo próximo a R$ 600, como quer a oposição, desde que R$ 20 bilhões obtidos com a operação fura teto sejam aportados ao programa. Mas esse valor é exatamente o prêmio prometido ao Centrão para promover a “cavalgada” na forma de emendas parlamentares. Alguma chance de R$ 600?
Conversinha: Paulo Guedes classificou como “conversinha” os prognósticos de analistas econômicos relativos ao PIB em 2022, que vão de um pífio crescimento de 0,5% a uma nova queda de 0,5%, conforme o insuspeito Banco Itaú. Num quadro de desemprego recorde, inflação galopante, aumento da pobreza, da miséria e a volta do país ao Mapa da Fome, o ministro “paraíso fiscal” continua delirando, falando em crescimento em V e prevendo uma expansão de 2,5% do PIB para o próximo ano. Conversinha mesmo foi a do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, notório agiota, que teve sua palestra para “distintos” 30 clientes de seu banco vazada para o público. Chamou a atenção o despreparo do banqueiro, pois, revelando sua enorme dificuldade em articular o raciocínio, repetiu a palavra “é”, flexão do verbo ser, pelo menos umas setenta vezes.
A “conversinha” desnudou também a subordinação do Banco Central aos banqueiros, a subserviência do STF e a visão da “elite escroque” de que, tanto o impeachment de Dilma, como o golpe militar de 1964, foram necessários para afastar do poder presidentes com ideologia de esquerda.
Cavalgada Fiscal
(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
Um fantasma tira o sono de Ibaneis
Hélio Doyle (*)
AGÊNCIA SENADO
Um fantasma ronda a reeleição do governador Ibaneis Rocha. Esse fantasma tem nome – Flávia – e, principalmente, sobrenome: Arruda. A possibilidade de a deputada e ministra Flávia Arruda vir a ser candidata ao governo do Distrito Federal, com apoio de Jair Bolsonaro – embora ela não seja “raiz” –, assusta Ibaneis. Sem Flávia na disputa, o governador já se considera no segundo turno em 2022. Com ela, o quadro muda.
Ibaneis tem sido, em todas as pesquisas confiáveis realizadas desde 2019, um governador mediano, regular. Ou medíocre, na acepção original da palavra. Cerca de 40% dos eleitores consideram sua gestão regular, 30% como ótima e boa e 30% como ruim e péssima. Há equilíbrio também entre os que aprovam e os que desaprovam seu governo.
Com esses números e quase um ano pela frente para inaugurar obras e melhorar seu desempenho – dinheiro não falta – Ibaneis pode disputar a reeleição com a segurança de ir para o segundo turno. O que se diz hoje é que Flávia será candidata ao Senado. Mas, se ela resolver se descolar do governador, ou as circunstâncias políticas a levarem a concorrer ao governo, ambos estarão disputando a mesma faixa do eleitorado. E a tendência será de que apenas um deles vá para o segundo turno.
A eleição para presidente é um dos fatores que podem afastar Ibaneis e Flávia. Não se sabe quem será o candidato do MDB, o partido de Ibaneis. O PL de Flávia poderá ser o partido pelo qual Bolsonaro, de quem ela é ministra, vai disputar a reeleição. Mas, tanto Ibaneis quanto Flávia, e especialmente o marido dela, José Roberto Arruda, sabem que é melhor os dois não disputarem o mesmo cargo. Um deles pode ficar fora do segundo turno, até porque há outros possíveis candidatos no seu campo.
Em pesquisa recente, Ibaneis teve de 19% a 25% das intenções de voto, Flávia, de 9% a 15%, e o senador Reguffe de 4% a 10%. Se continuar em um partido de direita, o Podemos, que deverá ter Sérgio Moro como candidato à presidência, Reguffe não será apoiado por partidos à esquerda, como em eleições anteriores. Além disso, não é considerado de oposição a Ibaneis, a quem raramente critica.
Já o senador Izalci Lucas, do PSDB, faz cerrada oposição a Ibaneis, mas também está no campo da direita. Ele tem entre 1% e 7% das intenções de voto. Sendo Ibaneis ou Flávia a ir para o segundo turno, o outro polo poderá estar aberto à esquerda, especialmente se o candidato estiver mais ao centro, onde se localiza a maioria do eleitorado brasiliense.
Mas isso só será possível se os partidos desse campo político se unirem em torno de um único candidato a governador. Se a oposição à esquerda se dividir em dois ou mais candidatos, o segundo turno poderá ser entre Ibaneis e Flávia. Ou entre um deles e outro candidato da direita.
É só lembrar como foi no Rio de Janeiro, em 2020.
(*) Jornalista e professor da UnB, integrou a coordenação das campanhas de Cristovam Buarque, Joaquim Roriz, Maria de Lourdes Abadia e Rodrigo Rollemberg