Jornal Brasília Capital 522

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Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 10 a 16 de julho de 2021 - bsbcapital.com.br

iminalidade em alta

sso a armamentos e munições desde a posse de Bolsonaro FOTOS: DIVULGAÇÃO

Clubes de tiro crescem Na mesma esteira das fabricantes de armas, as casas de prática de tiros pulverizaram nos quatro cantos do Brasil

Na mesma esteira das fabricantes de armas, outro segmento do ramo bélico também se locupletou da militância do maior cabo eleitoral do País à legalização das armas: as casas de prática de tiros, que pulverizaram nos quatro cantos do Brasil. A procura é tanta que esses estabelecimentos se transformaram num dos maiores compradores de armas de fogo do País. O número de armas registradas nos chamados clubes de tiro esportivo, de caçadores e colecionadores teve um aumento de 120% em um ano e meio, revela o

Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020. Esses lugares são um palco perfeito para o “esportista” aperfeiçoar sua mira, que nem sempre visa usá-la em animais ou em competição. Ao preço de R$ 1,2 mil, o sócio do Clube de Tiro Atacc, na QNM 3 de Ceilândia, pode passar o dia treinando. Basta ser maior de idade e pagar a taxa. O clube tem hoje 350 associados com acesso a todo tipo de calibre de armas, desde revólveres até espingardas e escopetas. O responsável pelo estabelecimento identificado

apenas como Alan está otimista quanto aos decretos editados recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro com a flexibilização das regras para porte e posse de armas. Para ele, mais pessoas irão adquirir armas e a procura ao seu clube, para treinar, será maior. Não à toa, a casa ostenta uma foto de Bolsonaro na parede. Ironicamente, sob a mira de um fuzil, parecido com um que ele empunha em viagem oficial a Israel, onde deveria tratar de assuntos mais relevantes para a população, como a compra de vacinas para a covid-19.

O pastor Antônio Jorgiano Soares, 51 anos, decidiu fazer o registro de tiro após edição dos decretos do presidente Jair Bolsonaro

Pastor atirador: Bíblia e bala Quando não está com uma Bíblia nas mãos Antônio Jorgiano Soares, 51 anos, conhecido como pastor Jorge, costuma empunhar uma arma num clube de tiros na Asa Norte. “Eu decidi fazer o registro das minhas após a edição dos decretos (do presidente). E ser CAC (Colecionador, Atirador e Caçador). A finalidade é só para prática esportiva e caça”, afirma.

Justificativa do pastor parece pró-forma. Já que a maioria possui arma em casa justamente para se proteger da eventual visita de um estranho. Mas arma não é um equipamento de defesa, e sim de ataque. Se o primeiro intuito fosse realmente verdadeiro, Bolsonaro incentivaria as pessoas a reforçarem a segurança das suas casas, propriedades rurais ou

estabelecimentos comerciais. Ou, quem sabe, até mesmo adquirir um escudo. E não um artefato que só serve para atacar. Principalmente, quando cai em mãos erradas, como as de Lázaro, que usou armas roubadas em casas de vítimas para cometer crimes contra elas mesmas e outras pessoas inocentes. (*) Especial para o Brasília Capital


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