Brasileirão – Após nove rodadas, Inter, Flamengo (de Gabigol – foto), São Paulo, Palmeiras e Galo são candidatos ao título. Briga contra o rebaixamento está acirrada Gustavo Pontes – Página 12
Ano IX - 481
Brasília, 12 a 18 de setembro de 2020
AGRONEGÓCIO
Patriotismo do lucro
O agronegócio, que apoiou a eleição de Bolsonaro, aproveita a pandemia para aumentar seus lucros. Ante à queda do real em relação ao dólar, a preferência é pela exportação, em detrimento do mercado interno. O preço da cesta básica disparou. O Presidente apelou para o “patriotismo” dos ruralistas, mas se viu obrigado a tomar providências drásticas. Reduziu a zero a alíquota de 10% para importação de arroz com casca e, de 12%, Páginas 4 e 5 para o produto processado
Entrevista Daniel de Castro AGÊNCIA BRASÍLIA
Obras desafogam trânsito em Taguatinga e Vicente Pires
Militares não devolvem R$ 600 recebidos indevidamente
A vida pós-morte para católicos, evangélicos e espíritas
Administrador de Vicente Pires é ameaçado de morte por grileiros
Via Satélites – Página 8
Pelaí – Página 3
José Matos – Página 11
Páginas 6 e 7
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Brasília Capital n Opinião/Política n 2 n Brasília, 12 a 18 de setembro de 2020 - bsbcapital.com.br
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Ser brasileiro e latino Antonio Villarreal (*) AGÊNCIA BRASIL
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Setembro nos remete à Independência do Brasil, que, no decorrer do processo histórico da América Latina, é vista como relativa e malresolvida. E isso tem consequências em nossa sociedade. As nações da América Latina surgiram no século XIX, a partir de grandes movimentos dirigidos pelas elites agrárias – os caudilhos, como eram chamados os grandes proprietários rurais. San Martín, com seu Exército dos Andes, libertou a Argentina (1816) e o Chile (1818). Ao norte, Simón Bolívar libertou a Colômbia (1819), a Venezuela (1821), o Peru (1824), e, com José de Sucre, libertaram o Equador (1822) e a Bolívia (1825).
Tiveram suas divergências: Martín defendia governos de príncipes de origem europeia; Bolíva era a favor de uma grande nação na América, independente e unificada. Todos acabaram optando por um projeto republicano, baseado na produção agrária. A única exceção foi o Brasil, que optou por continuar a monarquia escravista, também baseada na produção agrária. Tinham em comum, os novos governos na América Latina, a submissão às políticas econômicas da Inglaterra, no século XIX, e dos Estados Unidos, no século XX. Isso nos impediu de construir uma economia industrial. Ficamos resignados a fornecedores de matérias-primas e produtos agrários. Por consequência, afastados do capitalismo industrial e da modernização. Fica na história uma independência a partir dos interesses das
elites agrárias e da burocracia colonial em se perpetuar e manter seus privilégios, que sobrepuseram aos interesses da maioria da população latina, de origem africana e indígena. Criaram Estados usando a força militar para manter privilégios e dar continuidade a uma cultura europeia, sem respeito às sociedades africanas e indígenas e à mestiçagem em evolução. Ser brasileiro, ser latino é entender que temos uma grande disputa a fazer no seio de nossa sociedade preconceituosa que se espelha em culturas europeias. Uma luta organizada e unificada com todos os que se reivindicam latino-americanos por uma vida com mais direitos, mais cidadania, paz, justiça e igualdade para todos. (*) Professor de História aposentado da Secretaria de Educação do DF
Idiossincrasias ianques Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Existem apenas dois países onde as mudanças na política interna impactam todo o planeta, com fortes consequências no cenário econômico e político: EUA e China, e no primeiro se aproxima uma possível mudança no governo. Na média das pesquisas eleitorais, Biden leva vantagem de oito pontos percentuais sobre Trump (cerca de 11 milhões de votos). Mas, o sistema eleitoral norte-americano é indireto, ou seja, não é decidido pelo voto popular majoritário, e sim num colégio eleitoral, formado por 538 delegados eleitos nos 51 estados. Em 2016, Trump perdeu para Hillary Clinton por quase 3 milhões de votos, e acabou eleito no colégio eleitoral por 304 a 227. Aliás, a tão decantada democracia norte-americana é pródiga em fundamentos antidemocráticos. Na
primeira eleição, em 1789, George Washington se elegeu com apenas 39 mil votos (1% da população de 3,8 milhões). Isto ocorreu porque os “pais fundadores” limitaram o direito ao voto aos homens, brancos e proprietários (ricos), excluindo mulheres, negros, indígenas e mesmo os homens brancos pobres. Em 1800, Thomas Jefferson venceu John Adams por 41 mil a 26 mil votos, num país já com 5,3 milhões de habitantes. Aliás, o voto dos negros só foi assegurado em todo o país mais de século e meio depois, em 1965. No peculiar sistema eleitoral norte-americano (escrutínio majoritário, de um só turno, baseado em distritos eleitorais uninominais), que repele o pluripartidarismo, quando o cidadão se apresenta para obter seu título eleitoral, já lhe é dada a possibilidade de se filiar a um partido, mas somente a ficha de dois partidos lhes são apresentadas: Republicano e Democrata. Não surpreende que há 164 anos apenas republicanos e democratas se revezem na Casa Branca. Em suma, não se busca a maio-
ria do eleitorado, mas ganhar no maior número de estados (não há proporcionalidade, quem ganhar leva todos os delegados do estado, exceto no Maine e Nebraska), e, de preferência, nos mais populosos, com maior número de delegados. Dessa forma, ocorre outra peculiaridade: a campanha eleitoral praticamente se limita aos chamados “estados indecisos”. No estado de Minessota, por exemplo, Trump não pisará, pois os candidatos democratas venceram as últimas 11 eleições. O oposto ocorrerá em Utah e Kansas, onde os candidatos republicanos venceram as últimas 13 eleições. O fato é que Biden tem praticamente assegurada a maioria em 17 estados (200 delegados) e Trump em 21 estados (164 delegados) e a eleição será decidida nos outros 13, onde se concentram 174 delegados. Mas isto abordaremos no próximo artigo. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável (UnB), ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
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Cartão vermelho – A Fecomércio vai perder um de seus 30 associados. A diretoria da entidade abriu processo para expulsar o Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas (Sindilab), após desavenças entre os presidentes Francisco Maia e Alexandre Bittencourt. Não será uma separação amigável...
Suum cuique tribuere O título acima significa, em latim, “dar a cada um o que é dele”, e foi postado pelo guru bolsonarista Olavo de Carvalho numa rede social na sexta-feira (11). “Implica, como condição vital para a Justiça, o senso das proporções?”, escreveu. RACHADINHA – O astrólogo admitiu, assim, a participação do PM Fabrício Queiroz no esquema da “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flávio
Covid-19 leva João Bosco Borba
Bolsonaro (Republicanos). Mas tentou minimizar o problema fazendo uma comparação com o ex-presidente Lula. PICUINHA – “Em termos de proporção matemática, estou maluco se julgar que, comparado aos feitos do Lula, o caso Queiroz é uma picuinha?”, questionou. Ou seja: tudo pode, desde que não ultrapasse os supostos desvios praticados pelo petista.
Militares não devolvem os R$ 600 Cinco meses após o pagamento da primeira parcela, mais de 8,8 mil militares das Forças Armadas que receberam o auxílio emergencial de R$ 600, irregularmente, não devolveram o benefício. INDEVIDO – Pelo menos 4,6 mil deles alegaram ao Ministério da Defesa que não receberam a ajuda. Mas a Pasta identificou que
Incentivador deste Brasília Capital desde o primeiro momento, para o qual escreveu vários artigos nos últimos 10 anos, morreu, quarta-feira (9), em São Paulo, vítima da covid-19, o psicanalista clínico João Bosco Borba, 60 anos. Corintiano, militante do PT e ativista do movimento negro, Borba participou do Conselho Político da ex-presidente Dilma Rousseff e presidia a Associação Nacional dos Coletivos de Empresários Afro-Brasileiros (Anceabra). Siga para a luz, amigo!
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Cozomel amargo DIVULGAÇÃO
39,4 mil militares – sem contar os que não reconhecem ter recebido o montante – ganharam o auxílio 600 indevidamente. QUEM PAGA? – Significa que pelo menos 10% dos R$ 21,5 milhões pagos, indevidamente, pelo governo Bolsonaro não foram devolvidos aos cofres públicos. Quem é que vai pagar por isso?
Fabiana Di Lúcia foi rebaixada de secretária de Empreendedorismo para assessora do Gabinete Civil. A avaliação, no Buriti, é a de que, apesar de ser da confiança do governador Ibaneis Rocha, desde os tempos em que ele presidia a OAB-DF, a situação dela ficou insustentável. PRÓ-DF – Em junho, Fabiana postou se divertindo e bebendo Cozomel, um drinque à base de cerveja, durante um passeio de barco em plena pandemia. A ex-secretária estava à frente do programa Desenvolve-DF (ex-Pro-DF), numa parceria com o diretor de Regularização da Terracap, Leonardo Mundim. Ele também está “prestigiado”...
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Revitalização do Teatro Comércio revigorado Na quarta-feira (9), em seu terceiro dia à frente da Administração de Taguatinga, o Bispo Renato Andrade convidou diretores da Associação Comercial e Industrial para um almoço no
restaurante Zezinho Carne de Sol. Na pauta, a revitalização do comércio local. Além do presidente da Acit, Justo Magalhães, compareceram os diretores Lúcia Seixas e Edvaldo Brito.
O BRB assinou, sexta-feira (11), um protocolo de intenções com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e com a Novacap para fazer a análise financeira da revitalização do Teatro Nacional. Caberá à Secretaria de Cultura disponibilizar as diretrizes e fornecer acesso à documentação,
além de apoiar no relacionamento com as demais áreas envolvidas. À Novacap competirá a execução da obra. Projeto de Oscar Niemeyer, a construção do teatro, inaugurado em 1981, começou em julho de 1960. Desde 2014, o espaço está fechado ao público.
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Patriotas do agronegócio preferem exportar DIVULGAÇÃO
Em plena pandemia, produtores rurais estocam produtos e vendem para o mercado externo para aumentar lucro. Governo reduz impostos e perde arrecadação
Dieese aponta falta de política e culpa estiagem
te do arroz, que chegou a mais de R$ 40 na semana passada. Pesquisa do IBGE mostram que os três principais alimentos da dieta do brasileiro – arroz, feijão e leite – tiveram aumento exorbitante nos últimos meses. No caso do arroz, segundo dados do INPC-IBGE, o aumento acumulado neste ano, até agosto, é de 19,17%. O Dieese, que faz o acompanhamento em 17 capitais, diz que o preço médio do arroz agulhinha teve alta em 15 capitais no mês passado. De acordo com o instituto, essa elevação “se deve à retração dos produtores, que aguardam melhores preços para comercializar o cereal e efetivam apenas vendas pontuais”. Enquanto isso, exportar é a melhor alternativa para aumentar os lucros.
Patrícia Costa, economista do Dieese, diz que alguns produtos têm oscilações intensas. Ela aponta outros fatores, como exportação e clima. “Essa estiagem não é boa para os produtos”. E vê com preocupação as notícias de que há mercados limitando vendas. “Vamos ter problemas se as pessoas estocarem”. Afirma que o principal culpado da crise é o governo, que priorizou o agronegócio, e a redução da área plantada de vários produtos. “Falta política de governo, de segurança alimentar. A Conab não está mais mantendo estoques reguladores. Quem mais sofre é quem já está sofrendo com a pandemia: o mais pobre. E quem paga a conta é a família de baixa renda”. Ela diz ainda que as classes menos favorecidas vêm pagando outras contas: “Antes da pandemia, foi a alta do gás. Agora, a falta de política alimentar”. Há ainda os reflexos do aumento dos combustíveis, que onera toda a cadeia produtiva do País.
regulação dos preços agrícolas, que o agronegócio chamava de “intervenção”. A Conab comprava arroz, feijão, leite e muitos outros alimentos na safra e vendia na entressafra, regulando os preços e garantindo a renda da agricultura familiar. A culpa agora, segundo a mídia e o governo, é da China, dos supermercados e dos produtores rurais”, aponta Lacerda. Além de pequeno produtor, Alencar Lacerda é engenheiro
florestal e economista. Ele diz que outro fator que influi nessa inflação é a área de plantio. “O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), também do IBGE, em 10 anos, até julho, indica que a área plantada de arroz no Brasil encolheu 39,5% – de 2,8 milhões para 1,7 milhão de hectares. No mesmo período, a área da soja – do agronegócio – cresceu 58,3% (para 36,9 milhões de hectares)”.
Pollyanna Villannova
Sem política de segurança alimentar, Brasil vê preço da cesta básica disparar
Os preços de alimentos básicos no Brasil dispararam. Arroz, feijão, óleo, carne e leite estão pela hora da morte. E o Presidente da República, num primeiro momento, se limitou a pedir “patriotismo” aos supermercados. Mas estes transferiram o abacaxi para os produtores rurais, especialmente de arroz, que fizeram ouvidos moucos e continuaram priorizando as exportações. Alegam que é a oportunidade de recuperar prejuízos de safras passadas. No mercado externo, têm a vantagem da desvalorização do real em relação ao dólar e da determinação de outros países, como China e Venezuela, de estocar alimentos para se precaverem da pandemia do novo coronavírus.
Sem a reciprocidade dos aliados do agronegócio, que o ajudaram a se eleger, em 2018, Jair Bolsonaro foi obrigado a acatar decisão da Câmara de Comércio Exterior (Cacex), do Ministério da Economia, que reduziu a zero, até dezembro, o imposto de importação do arroz. A previsão é de compra de até 400 mil toneladas de arroz do exterior a partir do corte de 10% para a importação do grão com casca e, de 12%, para o produto beneficiado. Ou seja, o Estado brasileiro deixará de arrecadar para dar aos produtores internos a possibilidade de faturar em dólar. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam, porém, que o problema não é somen-
Ênfase no agronegócio Outro motivo que levou ao aumento dos preços, com previsão de piora para os próximos meses, é a ênfase do governo no agronegócio e o desmonte da segurança alimentar. Isso contribuiu para disparar os preços da cesta básica. O governo abriu mão das políticas de Estado de controle da distribuição de alimentos e da inflação. Alencar Lacerda, um pequeno produtor do DF, que vendeu, num piscar de olhos,
toda a sua produção de arroz orgânico nesta semana, disse que essa crise está acontecendo porque, ao assumir, Bolsonaro tratou de extinguir o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), órgão que desempenharia um papel-chave nesses momentos críticos, e desmontou a política agrícola do País. “Depois disso, desossou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ôrgão estratégico na
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População será prejudicada pela PEC 32/2020 Reforma administrativa aprofunda desigualdades e compromete prestação dos serviços públicos No dia em que o governo Bolsonaro enviou à Câmara dos Deputados (CD) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020 (reforma administrativa), foi lançada a Jornada de Defesa dos Serviços Públicos – campanha para dialogar com a população sobre a importância do Estado forte, garantidor do amplo acesso aos serviços de saúde, educação e outros ameaçados pela reforma. A proposta de Bolsonaro afeta a população porque privatizará e prejudicará a saúde e a educação públicas e outros serviços, como os transportes. O povo pagará o preço. “Você, que não é servidor, mas é usuário de hospitais, transportes coletivos, tem filhos ou estuda na escola pública, será o prejudicado. Você sofrerá porque ao atacar os servidores, o governo ataca os serviços prestados ao povo”, explica Rosilene Corrêa (foto), diretora do Sinpro-DF. A PEC 32/2020 efetiva a política de redução do Estado, ou seja, o Estado mínimo. Portanto, deixa de atender à população. Fausto Augusto, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos So-
SINPRODF
cioeconômicos (Dieese), explica que “mais do que uma reforma administrativa, o governo apresenta uma reforma de Estado”, que poupa a elite do funcionalismo e dá “cheque em branco” a Bolsonaro para fazer o que bem entender dos serviços públicos. Após 12 meses de elaboração sigilosamente para a população não saber da trama, ela foi apresentada na CD de forma fatiada, confusa, e está sendo divulgada pela imprensa com a demonização dos servidores, como foi feito nos anos 1990 nos governos Collor e FHC. Ela dá poderes autoritários ao Presidente da República, que pode-
rá extinguir fundações e autarquias sem a autorização do Congresso. O texto restringe cargos e carreiras de Estado, mas não define quais são. “Aprofunda desigualdades e não reduz os gastos públicos. Não toca em privilégios. Se o Parlamento quer fazer mudança, primeiro tem de dar o exemplo”, afirma Rosilene. A CUT e o Sinpro-DF têm explicado, ao longo de sua existência, que os serviços públicos, o funcionalismo e os direitos trabalhistas são uma conquista da população e é ela que sentirá os piores impactos caso essa reforma seja aprovada. “É preciso desconstruir a ideia que a mídia põe na cabeça das pessoas de que o servidor é privilegiado. É o contrário. A vida média da população vai piorar muito quando o serviço público enfrentar dificuldades. Essa não é uma discussão dos sindicatos. É uma discussão da sociedade”, alerta Rosilene. Tanto é assim que o governo demorou meses para apresentá-la ao Congresso com medo de entrar em confronto com o povo. Baseia-se em mentiras, que jogam a culpa da crise econômica do País nas costas
De olho na ajuda emergencial As justificativas do governo também são questionadas pelo economista João Pedro Stédile. Ele afirma que a culpa não é dos agricultores que já haviam entregue e vendido sua produção desde março. Em live nas redes sociais, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ele culpa os cerealistas. “Eles promoveram o aumento para tirar proveito do auxílio emergencial, uma vez que 65 milhões de brasileiros receberam os R$ 600 da Ajuda Emergencial e todo mundo sabe que a maior parte daquele dinheiro foi para comprar comida”. De fato, o feijão aumentou 40%; o leite e o arroz, 20%. Isso em média. Na maioria das cidades onde esses produtos chegam nos mercadinhos, os aumentos foram maio-
res. A cesta básica, com a inclusão de frutas, legumes e carnes, também teve um reajuste inflacionário sem precedentes nos últimos 30 anos. A média nas capitais tem variado de 15% a 20%. Nos mercados em que o arroz ainda estava a menos de R$ 20, o produto já desapareceu. Até o arroz produzido pelo MST e vendido na Feira da Asa Norte, em Brasília, na qual os produtores rurais comercializam seus produtos, já acabou. Agora, só na próxima safra. “Essa situação é muito grave, porque estamos, até mesmo em razão da crise da pandemia, numa economia sem inflação. Por que isso aconteceu? Esses produtos foram colhidos em março e abril deste ano. Quanto ao leite, o número
de vacas não aumentou nem diminuiu. Por que, então, ocorreu esse aumento exagerado? Só tem uma explicação: há um processo vergonhoso de especulação sobre os preços porque há um monopólio do controle dos estoques e do comércio”, denuncia Stédile. O líder do MST afirma que o caso do leite foi ainda pior, porque o preço do produto no Brasil é controlado por cinco grandes empresas que têm controle absoluto do mercado, entre elas a Parmalat, a Nestlé, a Danone e outras. “Nossas cooperativas, mesmo não comercializando leite, se obrigam a seguir os preços determinados pelo mercado”. Economista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e pós-graduado pela Uni-
dos servidores e não na política econômica e abandona a compreensão de que é necessário valorizar o servidor para que se tenha serviços públicos de qualidade. Este governo planeja transformar todos os serviços prestados pelo Estado – sobretudo os direitos fundamentais contidos na Constituição Federal – em mercadoria a ser explorada pelos grandes conglomerados empresariais, bancos e outras empresas privadas. É isso que se chama Estado mínimo. “A gente está tendo uma retomada da visão de que o direito social deve ficar na mão da iniciativa privada. E o servidor público, em especial o servidor das carreiras que menos recebem, são os que, de alguma forma, são o braço do direito social no Brasil”, conclui a diretora do Sinpro-DF.
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versidade Nacional do México (Unam), Stélide considera a crise inflacionária que atingiu os alimentos no Brasil muito grave. “E vai piorar”, afirma.
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Entrevista Daniel de Castro Os assentamentos Cana do Reino e 26 de Setembro, que estão na Região Administrativa de Vicente Pires, são, atualmente, as duas área mais conturbadas em termos de ocupação no DF. O que o governo tem feito para controlar a situação? – Na 26 de Setembro, realmente, estamos tendo alguns problemas, como o parcelamento irregular do solo, que é crime. É o cara pegar uma chácara, que, às
E o que tem sido feito para coibir esse comércio ilegal? – Primeiro, devo esclarecer que desde quando assumi a Administração, o governador me deu a missão de resolver os problemas dos 30 mil moradores da 26 de Setembro. São quase 10 mil residências. Meu compromisso é cuidar da cidade e das pessoas. Crianças não iam para a escola, as ruas eram muito estreitas... Então o governo investiu recursos públicos numa área irregular? – Não é investir. Só alargamos algumas ruas. Isso não é investir. É cuidado. É diferente. Mas isso custa dinheiro... – Mas tem que gastar dinheiro público de qualquer forma, né? Todas as cidades surgiram assim. A política não existe pela política. Ela existe pelo povo. Onde tem gente, você tem que cuidar de gente.
“Quando assumi a Administração, o governador me deu a missão de resolver os problemas dos 30 mil moradores da 26 de Setembro” vezes, ele até tem a posse, e dividir em lotes. Não é invasão. O 26 de Setembro nasceu como assentamento feito pelo Poder Público, em 1998, na gestão de Cristovam Buarque. O crime é o parcelamento irregular do solo. Mas existe uma orientação para que as pessoas ocupem as casas... – Sim. Mas quem está orientando são os grileiros.
Então é a política do fato consumado, como aconteceu na Estrutural e na própria Vicente Pires. E agora a história se repete na 26 de Setembro. – Se estivéssemos discutindo um planejamento para construir uma cidade, eu iria trabalhar de forma diferente. Estamos falando de 30 mil pessoas. Vamos deixar essa gente abandonada? As pessoas são a razão de tudo existir – o Estado, a Justiça, a polícia. As pessoas estão lá. Tem as pessoas. Mas, e os invasores e os gileiros que estão ganhando dinheiro? – Essa onda de grilagem de terra e de invasão é antiga. Já é conhecido da Fiscalização o chamado “kit invasão”. A pessoa constrói do dia para a noite. Mas o Estado não deixa de fazer o seu papel, que é olhar.
Quero ressaltar que 99% dos moradores da 26 de Setembro são pessoas do bem, pais de família, gente trabalhadora. O que atrapalha são os poucos que vivem a custa das pessoas mais humildes – o grileiro e o parcelador irregular. É esse povo que atrapalha. Existe ainda o crime ambiental, de construir dentro da Floresta Nacional – Lá não era Flona, era um assentamento criado pelo ex-governador Cristovam. Depois, veio outro, talvez por guerra política, e estendeu a Flona para cima de lá. Naquele lugar, primeiro veio o assentamento, depois a floresta. Isso é uma questão que o governador Ibaneis vai resolver com o presidente Bolsonaro, ofertando uma área de compensação ambiental para compor a Flona. Onde? – Eu não sei onde fica. Acho que é lá perto mesmo, mas ele já ofertou. Até mesmo, já falou com a SPU (Secretaria de Patrimônio da União). Vai ter a compensação para liberar aquele pedaço para regularização. Para que isso ocorra, eu estou, desde janeiro de 2019, presente na 26 de Setembro, gravando videos e dizendo: “não construa; parcelador irregular de solo, aqui não é o seu lugar; grileiro, fuja de Vicente Pires”. Enquanto isso, eles continuam construindo... – Não. Se construírem, vai tudo pro chão. Eles já estão na mira da polícia e do DF Legal. Não posso acusar ninguém de invasão de área pública. Como vou saber se a área é pública ou não? Eu submeto à Terracap e ela fala que é dela. Ai vem alguém que fala: “não, é minha”. E tem documento. Então,
Administrador de Vicente Pires enfrenta grileiros dos assentamentos 26 de Setembro e Cana do Reino
“Estou ameaça Orlando Pontes
D
aniel de Castro, 53 anos, foi assessor dos ministros dos Esportes (Agnelo Queiroz) e da Educação (Cristovam Buarque) e chefe de gabinete do então deputado federal e, hoje, senador Zequinha Marinho (PA). Como suplente, assumiu por 28 dias uma cadeira na Câmara Legislativa. Administrou Taguatinga, foi secretário de Estado do Entorno do DF e secretário Educação de Águas Lindas (GO), na gestão do interventor Cezar Gomes, e de Administração, na gestão do prefeito José Pereira. Desde janeiro de 2019 administra Vicente Pires, por indicação da deputada Celina Leão (PP), atual secretária de Esportes. A cidade de 130 mil habitantes
a discussão é com a Terracap ou com a Justiça, e não com a Administração. O senhor tem sido vítima de ameaças e até já registrou ocorrência na 38ª DP... – O BO não fiz pessoalmente. Fui à delegacia com meus assessores que ficam o tempo todo na 26 de Setembro,
fiscalizando e cuidando. Um deles estava andando lá e um cara o parou e fez sinal de arma e de tiro com o dedo. Meu assessor parou para conversar e ele disse: “Eu sei onde o administrador mora”. E deu meu endereço completo. Na hora, fomos à delegacia e fizemos a ocorrência. Saímos com
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FOTOS: AGÊNCIA BRASÍLIA
ado de morte” tem o maior canteiro de obras do DF, mas também é a Região Administrativa em que se concentra o mais grave problema de conflito de terras no momento, nos assentamentos 26 de Setembro e Cana do Reino. Nesta entrevista ao Brasília Capital, o pastor da Assembleia de Deus Ministério Madureira, em Taguatinga, revela que tem recebido ameaças de morte, mas encara o desafio como uma missão. “Só fiz o bem. Só cuidei das pessoas, dentro do limite das minhas forças, em um local em que não se pode fazer muita coisa”. Registrou ocorrências na 38ª DP e espera que essas pessoas sejam presas. “Tem que acabar essa farra de invasão de área pública e parcelamentos irregulares em Brasília”.
sete agentes e um delegado, mas não identificamos o sujeito. E tantas outras ameaças veladas que chegam. Quase todos os dias entra uma pessoa na administração com medo, contando que estava numa reunião e as pessoas falando que quem está prejudicando é o administrador.
Mesmo assim o senhor continua no cargo? – Só fiz o bem. Só cuidei das pessoas, dentro do limite das minhas forças, em uma área na qual não se pode fazer muita coisa porque é uma área pública nacional, não legalizada ainda. Não podemos estar presentes com os equipamentos. Lá tem gambiarra
da CEB, da Caesb. A CEB não pode entrar lá porque tem uma ordem do Ministério Público, porque ainda não está regularizada. Em compensação, nas ruas 4, 5 e 6 as pessoas usam energia clandestina. Quem perde? A CEB, que deixa de arrecadar. Eu sou favorável à regularização para o Estado estar presente e arrecadar com energia, com água, com IPTU. A solução é regularizar. O governador está certo. Mediante venda direta ou licitação? – Primeiro, temos de esperar o Presidente tirar a Flona de lá. Enquanto for floresta nacional, existe o problema da presevação ambiental. Depois, a União passar a terra para o GDF e o GDF vender, por meio da Terracap ou da Codhab. Pela Codhab, como são pessoas mais humildes, vende-se pelo ARIS (Área de Relevante Interesse Social), mais barato. Pela Terracap é mais comercial. Vicente Pires, possivelmente, tem o maior pacote de obras do atual governo. Fale sobre isso. – O pacote de obras de Vicente Pires ultrapassa os R$ 500 milhões de investimentos do governo federal e mais os R$ 180 milhões que o governador destinou, em 2019, como contrapartida da Terracap, que estava vendendo lotes aqui. Nós herdamos uma coisa boa, que era o dinheiro para investir na cidade, e outra ruim, porque recebemos uma cidade toda aberta. Eram 11 ruas e 11 frentes de trabalho. Reclamação de todo lado. Desastre na mídia. Carro engolido por cratera, alagamento, atolamentos, animal morto eletrocutado. Um pandemônio.Quase fiquei maluco. Uma pressão violenta. Isso já passou? – Um dia, o José Humberto Pires,
secretário de Governo, veio aqui, fez uma caminhada na cidade e montamos um gabinete de crise. Mapeamos a cidade e resolvemos fazer um paliativo na Rua 10, que era intrafegável. Em 30 dias demos uma humanizada na Rua 10. O gabinete de crise foi transformado, por determinação do governador Ibaneis, em gestão integrada. Ficou uns 6 meses. Nesse tempo o governador estipulou que o pacote de obras deverá ser fechado até dezembro deste ano. Estamos caminhando para isso. Em outras épocas, esse tipo de obra em Vicente Pires não resistiu à primeira chuva. Isso pode acontecer? – Não. Fazemos toda a drenagem de águas pluviais. O grande erro, no passado, foi o açodamento. O governador Ibaneis ficará marcado como o cara que resolveu os problemas do
“O governador está certo. Também sou favorável à regularização para o Estado estar presente e arrecadar com energia, água e IPTU”
Vicente Pires porque a obra começou de forma correta. A técnica da engenharia diz que, quando se faz a drenagem, faz-se de baixo para cima; e, a pavimentação, de cima para baixo. Antes, começaram a drenagem de cima para baixo para depois fazer a pavimentação de baixo para cima. Só que não deu tempo de terminar. Veio a chuva e destruiu a cidade. A gente entrou e está tudo pronto, debaixo para cima. Finalizamos essa parte de drenagem. A Rua 3 está toda drenada, pronta. Gabião totalmente, pronto e estamos fazendo um outro dissipador para receber as águas do encanamento da Rua 4. Tudo será despejado no córrego de Vicente Pires. Esse córrego não está assoreado? – Não. Ele não tem recebido o impacto das águas, e parou. A Terracap tem um instrumento chamado PRADE (Programa de Recuperação de Área Degradada) e vai recuperar tudo, Até mesmo com plantio de novas árvores. Faz parte do pacote de obras. O cronograma tem a mão do governador. No ano passado, executamos 70% e, este ano, estamos chegando a 90%. Não conseguiremos completar os 100% porque tivemos um problema com uma licitação de R$ 46 milhões, mas o governo já está finalizando os ajustes técnicos. Essa licitação é para a pavimentação das Ruas 8 e 5 (nessas, faltam calçadas e meios-fios); a Rua 3 da Colônia Agrícola Samambaia, e o túnel que vai atravessar na Rua 5, por baixo da Via Estrutural, para a água da Rua 12 chegar para as duas bacias do lado da Estrutural, que já estão finalizadas. A água pluvial não vai impactar tanto o trânsito porque o projeto foi remodelado e vai ser subterrâneo.
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VIA
Satélites
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Auxílio calamidade – O GDF pagou, terça-feira (8), o benefício calamidade às cooperativas de catadores. Cerca de 34 entidades, que representam 1.156 profissionais, receberam a autorização para saque do benefício no valor de R$ 408. O cadastro dos catadores de materiais recicláveis foi feito pela Secretaria de Relações Institucionais, em parceria com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Relações Institucionais.
Por Lorrane Oliveira
Audiência de concessão do Metrô
PLANO PILOTO
Projeto autoriza habitação no SCS A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) divulgou, quarta-feira (9), a proposta que autoriza o uso residencial de imóveis localizados nas Quadras 1 a 6 do Setor Comercial Sul. As datas da audiência pública serão marcadas para debater o projeto com a sociedade. Pela proposta, a área máxima de cada unidade habitacional será de 60 metros quadrados.
Entre as principais diretrizes estão a priorização, como público-alvo, de pessoas que contribuem para a manutenção das atividades e serviços característicos do local; a dispensa da exigência de vagas de estacionamento para uso residencial; proibição de acréscimo de novas vagas nos edifícios existentes; e obrigatoriedade de uso comercial ou de serviços no térreo. AGÊNCIA BRASÍLIA
Aberta licitação para reforma da Costa e Silva
A Secretaria de Mobilidade realizará audiência pública, quinta-feira (17), das 10h às 12h, para discutir o projeto de concessão do transporte metroviário do DF. O encontro, de caráter
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consultivo e aberto ao público, será no Departamento de Estradas de Rodagem com transmissão pelo YouTube. O link será disponibilizado por meio do site www.semob.df.gov.br.
TAGUATINGA/VICENTE PIRES
Quatro obras para desafogar o trânsito O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) trabalha em duas pontes – uma sobre o córrego Samambaia, que liga o viaduto Israel Pinheiro (EPTG) ao primeiro balão de acesso a Águas Claras e Arniqueiras, e, a outra, na marginal da Estrutural (DF-095) so-
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bre o córrego Vicente Pires. Já a Secretaria de Obras executa uma ponte de 82 metros que liga a Rua 4 de Vicente Pires à EPTG e finaliza a licitação para construir uma via de ligação entre as Ruas 1 e 3B. As quatro obras vão custar R$ 13,8 milhões.
SOL NASCENTE
420 famílias realizam o sonho da casa própria A Novacap publicou, terça-feira (8), edital para escolha da empresa responsável pelo trabalho reforma da Ponte Costa e Silva, estimada em R$ 14,7 milhões. A estrutura foi projetada por Oscar Niemeyer,
tem 452 metros de comprimento 13 de largura. As empresas interessadas em participar devem apresentar propostas, no dia 29 de setembro, no Departamento de Compras da Companhia.
O Sol Nascente vai ganhar novos edifícios para famílias beneficiadas pelo programa habitacional do GDF, o Habita Brasília. A compra da casa própria poderá ser efetuada por um valor até 30% abaixo do mercado, graças a um subsídio dado pelo governo. A Quadra 105 da Região Administrativa vai abri-
gar um condomínio com 420 apartamentos para famílias com renda a partir de R$ 1.800,01. O empreendimento será construído pela Unik Engenharia, que ganhou a licitação promovida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF, em um terreno cedido pela própria Codhab.
Codeplan revela desigualdades Estudo divulgado, quinta-feira (10), pela Codeplan revela as desigualdades socioeconômicas e educacionais entre a população negra e não negra do DF. Apesar de 57,6% da população ser composta por negros, os indicadores revelam uma situação de maior vulnerabilidade social. Nas Regiões Administrativas de baixa renda, compõem 69,9% da população. Nas cidades com
renda mais alta (cerca de R$ 15,6 mil), os negros são apenas 33,1%. Os indicadores educacionais também evidenciam desigualdades: 21% das crianças de 0 a 3 anos que são negras frequentam a creche. No caso dos brancos, o percentual é de 23%. Quanto aos jovens entre 18 e 24 anos, que frequentam a escola ou o ensino superior, 40% são brancos e 35% são negros.
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CRUZEIRO
Luiz Eduardo Gomes é o novo administrador O governador Ibaneis Rocha exonerou, quarta-feira (9), o administrador regional do Cruzeiro, Renato Couto Mendonça. No lugar dele, assume Luiz Eduardo
Gomes de Paula Pessoa. O antigo chefe de gabinete, Benjamin Jina Silva Machado, também foi substituído. Adriana Cesário da Conceição foi nomeada.
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Ibaneis põe contas do GDF em dia e acelera obras O governador Ibaneis Rocha (MDB) reuniu, quinta-feira (10), por videoconferência, o secretariado, os presidentes de empresas públicas e o vice, Paco Brito, para traçar os projetos do GDF para os próximos dois anos. “O momento é de união de todo o grupo. Vamos afinar o último quadrimestre e mostrar o que foi feito durante a pandemia e em todo 2020, como também ajustar nosso 2021. Vamos manter nossos investimentos e ações”, disse Ibaneis. Nas 4 horas de reunião, Ibaneis informou que, durante a pandemia, o governo vai conseguir investir todo o orçamento previsto até o fim deste ano. Até o momento, foram empenhados R$ 28 bilhões, de um total de R$ 43 bilhões, montante que será cumprido, como garantiu o secretário de Economia, André Clemente. A pasta também reduziu o número de parcelas para o pagamento do IPTU – de seis para quatro. Assim, no período mais crítico da pandemia, o capital financeiro foi garantido para bancar os custos necessários para a manutenção da saúde pública. O secretário também destacou acordos com 14 grandes empresas que se instalaram ou vão se instalar no DF. Juntos, os novos empreendimentos, além de receita e investimentos, trouxeram mais 15 mil postos de trabalho. Clemente destacou que o DF conseguiu aumentar a receita tributária diante de um cenário devastador. Para isso, a Secretaria de Economia adotou uma série de ações. Entre elas, Clemente lembrou que, após decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o GDF passou a reter o Imposto de Renda de todas as empresas prestadoras de serviço, com estimativa de arrecadação anual de R$ 200 milhões.
Fotografe o QR Code e conheça tudo que a CLDF tem feito no combate ao coronavírus.
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QUEM SE CUIDA HOJE FAZ UM FUTURO MELHOR. LAVE BEM AS MÃOS
Desde que a pandemia do coronavírus começou, a Câmara Legislativa do Distrito Federal tem estado ao seu lado, trabalhando para aprovar medidas e ações como o Programa Mobilidade Cidadã, auxílio financeiro de R$ 1.200,00 para proprietários de veículos de transporte escolar e de turismo que beneficiou 1.800 motoristas. É a Câmara Legislativa com você seguindo em frente.
Com você hoje, amanhã e sempre.
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Painéis da história – Parte III (final) Mario Pontes (*) DIVULGAÇÃO
Cada livro de Laurentino, portanto, é um grande painel, que não se distingue só pelas suas peculiaridades formais, mas pelo modo sábio como essas peculiaridades são vistas, separadas, examinadas em seu essencial, aproximadas até se transformarem em materiais condensados, mas sem perda da essencialidade, prontas para se transformarem em elementos da narração dos fatos históricos. Laurentino é um mestre na difícil arte de iluminar fatos e separá-los da corrente histórica e a
ela devolvê-los depois de transformá-los em matéria histórica de indiscutível valor. Em cada caso – como já ocorreu com vários – condensações finas puderem ser apresentadas como essências dos fatos, não mais como mera junção de cores e tons na paleta do pintor. É assim, mediante a valorização de gemas históricas e usando-as sabiamente para além do trato habitual do assunto, que ele desperta o interesse do leitor, cuja exposição e análise de suas relações representativas de uma época somente com grandes painéis, e como tal, um instrumento não apenas capaz de ir às raízes temporais-geográficas dos fatos apresentados, mas de valorizá-las, mediante o desvendar, questionar
e valorizar a massa e a extensão, a intensidade e o valor de um fato que ajuda não apenas a construir um capítulo de nossa História. Ao título do volume 1 da série – 1808 –, segue-se um subtítulo explicativo, quase jornalístico, com a gotinha de ironia permitida ao historiador: Como uma Rainha louca, um Príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. Foi em 2007 que a série começou a existir para o grande público, com o aparecimento do volume acima citado. Três anos mais tarde apareceu o segundo: 1822, título ao qual se segue um longo e bem explicativo subtítulo: Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por
Pá nelas Panelas grandes, pequenas ou médias; De pedra, de barro, de alumínio ou de ferro; Novas ou velhas, não importa, Realçam o incômodo entrevero. Panelas levadas ao fogo, Que atiçam a fervura da água E refogam os grãos na salmoura Ativando ávidos olfatos. Benditas panelas rústicas ou nobres, Que adornam palácios ou casebres, Emoldurando paredes antagônicas, De trágicos cômodos disformes. Panelas cheias de ganância
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
Transbordam a opulência da gula Enquanto panelas vazias Denunciam os disparates da vida. Panelas que exalam vapor Quando a pressão aumenta Por causa da maldita exclusão Que amplia a tensão e a tormenta. Panelas que se agitam ao vento Emitem sinais de alerta Como um grito de resistência Quando o silêncio aperta Panelas agudas ou graves Recortam o vazio da noite
dinheiro ajudaram dom Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado. O terceiro título da série é 1889, assim subintitulado: Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e para e a Proclamação da República do Brasil.
(*) Jornalista e escritor
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Peniel Pacheco
Ao vibrarem diante de açoites Que os cerrados punhos deflagram Panelas que orquestram sonidos Que despertam o sono da alma Fazendo vibrar corações altivos Que não se conformam com o sufocante martírio. Ungidas panelas que tinem Acima dos decibéis imbecis Que pensam que a lâmina da baioneta É mais aguda do que os acordes hostis. Panelas cheias de espanto Diante dos discursos vazios Daqueles que zombam do pranto
Forjando deboches sombrios. Ouve-se das massas o estardalhaço Ecoando além das vidraças opacas: “Independência ou morte de fato” É a voz que vem do panelaço!
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
TV Comunitária de Brasília DF
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Não é só a covid-19 que assusta o Brasil – Parte II A reforma administrativa é necessária. Quanto a isso, não há dúvidas. É evidente que há, no Brasil, uma crise fiscal, com elevado déficit público, que se agravou, neste ano, diante da pandemia da covid-19. As obviedades são visíveis a olhos nus. O desconhecido, com o envio do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32/2020) à Câmara dos Deputados, é a incoerência entre discurso e prática. Na teoria, fala-se em acabar com privilégios. No projeto que se pretende aprovar, a elite do funcionalismo público (procuradores, parlamentares e magistrados) segue intocada, enquanto a maioria dos servidores tem uma série de direitos ameaçados. Até mesmo, com ameaça de congelamento de salários e até o corte de parte da renda mensal. Nos debates sobre o texto, é preocupante a maneira como alguns parlamentares e o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, se referem à grande maioria dos servidores. Porque esses, que representam,
aproximadamente, 80% da máquina pública, têm uma série de direitos adquiridos ao longo dos anos, sim, e, sobretudo, têm deveres. A estabilidade, por exemplo, sempre atacada por quem defende esta reforma apresentada, diz respeito à liberdade de servir ao Estado sem temer perseguições políticas. O objetivo principal da estabilidade, portanto, é evitar “cabides” de emprego, nepotismo e outras contratações arbitrárias que, com o sucateamento do serviço público, terão, certamente, seu espaço garantido na gestão pública. Outro ponto a ser revisto nos debates sobre a reforma administrativa é a ideia de que o Brasil “tem muito servidor público”. Falácia. Na verdade, e uma rápida pesquisa pode provar isso, temos, aqui, menos funcionários do Estado (cerca de 1,6% da população) do que países desenvolvidos, como Noruega (30%) e Dinamarca (29,1), por exemplo. Portanto, não temos excesso de servidores. O que
ESPÍRITA
José Matos Morri. E agora? As visões de budistas, católicos, evangélicos e espíritas sobre a vida após a morte A vida após a morte sempre foi tema de livros de quase todos os povos. Alguns, com lindas ideias, e outros apresentando uma visão aterrorizante. Para os budistas tibetanos, a morte é a libertação deste mundo de maya, ilusão. Então, diferentemente do Ocidente, onde se
chora, lamenta-se e desespera-se, eles cantam e acendem velas, simbolizando a iluminação do caminho para o qual a alma deve seguir, local em que aguardará uma nova encarnação até que se liberte da roda do carma, dos nascimentos e renascimentos, em que entrará no Nirvana.
existe, de fato, é carência de ferramentas de gestão na estrutura das organizações. Isso, sim, é um problema da administração. É importante lembrar, ainda, que, para reerguer a economia do País, há de se tratar de outras questões, como a diminuição da desigualdade social, com a retomada de empregos – hoje são 12,9 milhões de pessoas desempregadas no Brasil. Incentivo fiscal e impulsionamento da capacidade de empreender também entram nessa lista. Além disso, acredito, é preciso rever a defesa eloquente de mais automação dos processos. Entram máquinas, saem pessoas. A lógica é bem simples: se o cidadão está mais pobre, o consumo e a possibilidade de empreender – essenciais para fazer a economia girar – caem. Quanto aos ataques à maioria dos servidores públicos, sugiro um exame de consciência de gestão. Paulo Guedes defende a indeia de
Para os católicos, a alma vai para o Céu, Inferno ou Purgatório. Do Inferno, ninguém sai. No Purgatório, passa-se uma temporada para arrependimento de pecados e, depois, ganha-se o caminho do Céu onde aguardará o Juízo Final. Já os evangélicos acham que alguns irão para o Inferno, local do qual não sairão, e outros, ficarão dormindo aguardando o Juízo Final. Se ninguém sai do Inferno, por que essas pobres almas vão ser julgadas? E quem está no Céu vai ser julgado para quê? E quem morreu na infância, vai ser julgado? Vai para o Céu? Mas, nesse caso não seria um privilégio de gente que não passou por nenhuma prova? Na verdade, catolicismo e protestantismo não resolveram essas contradições. Coube ao Espiritismo aprofundar-se nelas. Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, por meio de vários médiuns, entrevistou dezenas de espíritos e os questionou sobre a
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
que a Presidência da República e o Supremo tenham de receber muito mais do que recebem hoje, “pela responsabilidade do cargo”. Imaginem a responsabilidade do cargo daqueles que, mesmo sem os insumos necessários no SUS, tentam salvar vidas diuturnamente? A suposta economia de R$ 300 bilhões, em 10 anos, à custa do sacrifício do servidor que está na ponta é, no mínimo, perversa.
vida no Além. O resultado dessas entrevistas está no livro “O Céu e o Inferno”, lançado em 1865. No século passado, a partir de 1920, o médium Chico Xavier deu continuação aos informes sobre a vida no Além. Como o Budismo, o Espiritismo acha que o espírito volta pela reencarnação até que se equipe com as asas do amor e da sabedoria, com as quais estará livre da roda do ir e vir – ou Lei do Carma. Pergunta-se: que conduta deveríamos ter para viver e morrer em paz? Para o Budismo, é compaixão, desapego e viver o Caminho do Meio. Para o Espiritismo, é caridade. “Fora da caridade não há salvação”. E para Jesus? “Amar o próximo como a si mesmo; fazer ao outro o que gostaria de receber, perdoar, e não fazer ao outro o que não gostaria que fizessem com você”. José Matos Professor e palestrante
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BRASILEIRÃO
Surgem os candidatos ao título DIVULGAÇÃO/INTER
Inter mantém a ponta. Flamengo, São Paulo, Palmeiras e Galo estão na cola Gustavo Pontes Após nove rodadas, o Brasileirão segue muito equilibrado. Todos os 20 times já conseguiram ao menos uma vitória. No entanto, já é possível perceber quais clubes são favoritos ao título e quais vão lutar contra o rebaixamento. Na parte de cima da tabela, o Internacional segue na liderança após a vitória contra o Ceará. O grande nome do time tem sido o centroavante Thiago Galhardo, artilheiro do campeonato, com oito gols. O Flamengo, após início ruim, conquistou a quarta vitória consecutiva ao bater o rival Fluminense (2 a 1) no clássico disputado no Maracanã. Atual campeão, o rubro-negro chegou à vice-liderança na busca pelo bicampeonato. O Palmeiras, apesar das más atuações nas primeiras
Artilheiro do campeonato com 8 gols, Thiago Galhardo é o destaque do líder Internacional
Fim de semana de clássicos. Confira os jogos: Sábado Athletico-PR x Coritiba – 16h30 – Arena da Baixada Santos x São Paulo – 19h – Vila Belmiro Domingo Fluminense x Corinthians – 16h – Maracanã
roddas, vem conseguindo vencer as partidas. No meio da semana derrotou o maior rival, o Corinthians, fora de casa, e se manteve a quatro pontos do
Grêmio x Fortaleza – 16h – Arena do Grêmio Atlético-MG x Bragantino – 18h – Mineirão Bahia x Atlético-GO – 18h – Pituaçu Ceará x Flamengo – 18h – Castelão Goiás x Internacional – 18h – Serrinha Palmeiras x Sport – 19h45 – Allianz Parque Botafogo x Vasco – 20h30 – Nilton Santos
líder e a um ponto do Flamengo, o segundo colocado. Outros times que prometem brigar pelo título tropeçaram na rodada. O São Paulo empa-
tou, no Morumbi, com o Bragantino e, o Atlético-MG perdeu para o Santos, na Vila Belmiro, após ter o goleiro expulso ainda na primeira etapa. A surpresa do campeonato é o Vasco, que também surpreendeu na rodada, mas, desta vez, de forma negativa, ao ser derrotado, em São Januário, pelo Atlético-GO, deixando escapar a chance de ultrapassar seu maior rival e assumir a segunda posição. REBAIXAMENTO – Na parte de baixo da tabela, o destaque é o Botafogo, que está apenas uma posição acima da zona de rebaixamento. Apesar de ter feito bons jogos no campeonato, o time comandado pelo técnico Paulo Autuori deixou escapar mais uma vitória nos minutos finais contra o Athlético-PR, assim como já havia acontecido contra o Flamengo e contra o Corinthians. O Grêmio, que antes do início da competição era visto como um dos favoritos, também começou mal o campeonato, mas venceu o Bahia fora de casa e respirou na tabela. Na zona da degola estão Athletico-PR, Coritiba, Bragantino e Goiás.
SÉRIE D
Brasiliense precisa vencer para avançar Depois de perder a final do Candangão pelo segundo ano consecutivo para o Gama, o Brasiliense estreou na Série D, no último fim de semana, com derrota fora de casa
para o Tocantinópolis (1 a 0). O Jacaré está na disputa da fase eliminatória para ver quem se classifica para a fase de grupos. Agora, para se classificar, precisa vencer por dois gols
Entregamos em Domicílo ou Retire seu pedido
de diferença o jogo da volta, domingo (13), às 15h, no Mané Garrincha. Em caso de vitória por apenas um gol, a vaga será decidida na disputa de pênaltis. Caso avance, o
Brasiliense entrará no Grupo A6 da Série D e fará companhia ao Atlético de Alagoinhas, Caldense-MG, Gama, Bahia de Feira-BA, Palmas-TO, Tupynambás-MG e Villa Nova-MG. (G.P.)
202 Sul
Taguatinga Norte