Jornal Brasília Capital 542

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Capitalismo sem risco

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LULA LOPES/AGENCIA BRASÍLIA

GDF paga R$ 1,16 bi de subsídios a empresas de ônibus em 2021. Dinheiro não traz benefícios para a população Ano XI - número 542

Brasília, 27 de novembro a 3 de dezembro de 2021

Chico Sant’Anna – Página 10

Misoginia evangélica

26 DE SETEMBRO

Juíza da 20ª Vara Cível anula atas da Igreja Presbiteriana do Lago Sul que proibia mulheres de pregar no púlpito Páginas 6 e 7

Máquinas abrem ruas ao lado da mata: Flona é usada como atrativo para venda de lotes

GRILEIROS VENCEM.

DE NOVO!

Assentamento, dentro da Floresta Nacional de Brasília (Flona), começou no início dos anos 2.000. Hoje, com 40 mil moradores, é um “fato consumado”. Prato cheio para políticos em vésperas de eleição. Projeto aprovado no Senado regulariza a área e valoriza a ação dos grileiros. Falta passar na Câmara Página 8

Ibaneis autoriza pacote de bondades para incentivar a economia Página 5

Lins e Silva: Uma família do Direito há 150 anos Página 4

Moro quer palanque comameaça Reguffeeleições e Paula Belmonte no DF Pandemia municipais

Pelaí –6Páginas Chico Sant’Anna – Páginas e7 2e3


Brasília Capital n Política/Pelaí n 2 n Brasília, 27 de novembro a 3 de dezembro de 2021 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Mangueiral – A Câmara Legislativa derrubou, terçafeira (23), o veto do Executivo para criação do Parque Ecológico do Mangueiral. O projeto do deputado João Cardoso (Avante) vai beneficiar 30 mil moradores do Mangueiral e Jardim Botânico. Representantes das duas comunidades lotaram a galeria do Plenário.

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ANTONIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL

Lula segue na liderança mes e pré-candidatos tucanos João Doria ou Eduardo Leite estão tecnicamente empatados na terceira posição, com pontuações de 8% a 3%. A margem de erro é de 2%, para mais ou para menos. Foram feitas 2.500 entrevistas em 459 municípios em todos os estados e no DF.

Foi divulgada na quarta-feira (24), a nova rodada da pesquisa PoderData aponta que o ex-presidente Lula (PT/ foto) segue na liderança para as eleições 2022, com 34% das intenções. Jair Bolsonaro aparece em segundo, com 29%. EMPATE – Sergio Moro, Ciro Go-

De olho em 2023 Enquanto muitos discutem quem será ou não candidato em 2022, políticos experientes já pensam em 2023. Após terem acesso a pesquisas de opinião, tradicionais lideranças

do Congresso projetam como será o futuro governo de Lula. DIVERSÃO – Um antigo parlamentar da direita disse, nos corredores da Câmara, que

“enquanto vocês discutem as pesquisas, eu já estou me preparando para ser oposição a Lula”. E brincou: “fazer oposição é complicado, mas é divertido”.

Moro, Reguffe e Paula Belmonte O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos/foto) sonha ter no DF um palanque com o senador Reguffe (Podemos) e a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania), respectivamente como candidatos ao Buriti e ao Senado. AUSÊNCIA – Mas não será fácil. Alegando uma agenda com eleitores em Ceilândia, Reguffe não foi à filiação do general Santos Cruz ao Podemos, na quarta-feira (24). Ele aguarda o resultado de pesquisas para avaliar o que Moro agregaria à sua candidatura. TAPETE – Caso Moro lhe traga des-

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

gaste, a opção do senador será retornar ao PDT, por onde foi eleito deputado distrital e federal e se senador. O comandante nacional do partido, Carlos Luppi, já estendeu o tapete vermelho...

CARIOCA – Caso a parceria com Moro avance, Paula Belmonte cederia o lugar a Santos Cruz e buscaria a reeleição para a Câmara. O general também avalia concorrer a senador pelo Rio de Janeiro. DOBRADINHA – Paula e Reguffe têm andado juntos. Nesta semana estiveram em um jantar com o ex-presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), os distritais Reginaldo Veras e Cláudio Abrantes e os ex-deputados Chico Leite e Eliana Pedrosa, além de Luppi e o presidente regional pedetista Georges Michel.


Brasília Capital n Política/Pelaí n 3 n Brasília, 27 de novembro a 3 de dezembro de 2021 - bsbcapital.com.br

Ritmo de férias Na quinta-feira (25), a Câmara Legislativa cancelou a sessão ordinária do plenário por falta de quórum. Foi a terceira vez, em menos de dez dias, que houve o contratem-

po. Chico Vigilante (PT), que raramente falta a uma sessão, reclamou: “O que está acontecendo? Por que a gente anda com tanta dificuldade nesta Casa nos últimos tempos?”.

Comissões a todo vapor Ao contrário do Plenário, as comissões técnicas da Casa estão movimentadas. A de Orçamento, por exemplo, aprovou re-

latórios parciais ao projeto do Executivo que estima a receita e fixa a despesa do DF para o exercício financeiro de 2022.

DEDÉ RORIZ

Junto com Ibaneis e Paco

Zélio Maia da Rocha (*)

Pré-candidato a distrital em 2022 – teve quase 4 mil votos em 2018 – o colunista de Gastronomia do Brasília Capital, Dedé Roriz, vem aparecendo em várias pesquisas para deputado distrital. Ele tem sido sondado por partidos como o PTB, Avante, Agir, PMN e MDB. Mas, a todos apresenta uma condição: estar junto com o governador Ibaneis Rocha (MDB) e o vice Paco Britto (Avante). “Este governo, com obra pra todo lado, se parece muito com as gestões do meu Tio Joaquim Roriz”, justifica Dedé.

RENATO ALVES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Cidadãos para a vida e para o trânsito

Aposentadoria de Paiva Netto O conselheiro do Tribunal de Contas do DF José Roberto Paiva Martins completa 75 anos no dia 1º de dezembro. Mas se despediu do cargo numa sessão especial na quarta-feira (24), num evento transmitido pelo canal da Corte no Youtube. VAGA ABERTA – A aposentadoria de Paiva Martins abre uma vaga destinada à carreira de auditor (Conselheiro Substituto). Mas, no momento, não há nenhum profissional concursado

que possa ser indicado. Isto abre a possibilidade de o governador Ibaneis Rocha nomear um aliado. BRIGA – E tudo leva a crer que a preferência do chefe do Executivo local é pelo secretário de Economia André Clemente (foto). Sem prejuízo de outros interessados brigarem nos bastidores pela indicação para a função vitalícia. Entre eles, vários deputados distritais e pelo menos uma federal: Celina Leão (PP).

A educação para a convivência pacífica no trânsito é condição para torná-lo seguro. O êxito no cumprimento desta tarefa não será alcançado tão somente com as aulas teóricas dos cursos de formação de condutores, mas, sobretudo, pela formação de cidadãos com consciência ética, compreendida pelo aprendizado dos valores de respeito ao outro. Trata-se, portanto, de incutir nos corações e nas mentes um espírito de boa disposição para o próximo, que irá se refletir positivamente em todas as esferas da vida social, inclusive no trânsito. Esse trabalho de formação será tão bem sucedido quanto mais cedo for realizado com crianças e jovens. É com essa convicção que, à frente do Detran-DF, criamos o programa Cidadania no Trânsito. Destinado aos estudantes dos 2º e 3º anos de Ensino Médio, o curso transmite todo o conteúdo teórico-técnico do processo de habilitação de condutores, assim como noções de cidadania, democracia e sustentabilidade. O curso é inteiramente gratuito e a formação será admitida como parte do processo para obtenção da CNH. Professor de Direito Constitucional há três décadas, tenho grande experiência em sala de aula. Ainda assim, nas aulas de abertura que ministrei, impressionou-me muito o interesse e a disposição dos estudantes. O sonho da primeira Habilitação foi o fio condutor para boas trocas de experiências e verdadeiras lições de vida. O programa, além de estratégico para promover o uso consciente dos espaços públicos, renovou-me a esperança de um futuro melhor. (*) Advogado (licenciado), subprocurador-geral do DF, professor de Direito Constitucional e atual diretor-geral do Detran-DF


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Uma família do Direito DIVULGAÇÃO

Délio Lins e Silva Jr., reeleito presidente da OAB-DF, segue os passos de seus ancestrais da advocacia Reeleito no domingo (21) presidente da Seccional local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) para o triênio 20222024, Délio Lins e Silva Jr. tem uma relação íntima com o Direito. O nome da tradicional família Lins e Silva perdura por mais de um século e meio com profissionais da área, como advogados, magistrados e professores. A inspiração para seguir o caminho da advocacia, segundo

Pai e filho só divergem no futebol: Flu x Fla

Délio Jr., veio da família, mas, sobretudo de seu pai, Délio Lins e Silva, o Delião, como é chamado por colegas. “Eu frequenta-

va o escritório do meu pai desde jovem ajudando a carimbar documentos e dar entrada em processos”, lembra Délio Jr. “A advocacia passou a ser o meu sonho e sempre será minha paixão”, afirma. FLA X FLU SEM VENCEDOR – Além da inspiração que teve início, a parceria entre pai e filho se estende hoje. Quem esteve presente em eventos da campanha deste ano encontrou Delião, participativo e determinado a apoiar o filho, sempre com sorriso no rosto. “Devo ao meu pai por ter me ensinado o valor da honestidade e do trabalho, e, assim, sigo com meu trabalho de forma a agradecê-lo e honrá-lo”, conta Délio Jr., que só diverge com Delião quando o assunto é futebol – ele é flamenguista e o pai é torcedor fervoroso do Fluminense.

TRAJETÓRIA – Délio Lins e Silva Jr. é casado com a advogada Alice Carolina Lins e Silva e é pai do PJ (Paulo José). Nascido em Brasília, estudou no Colégio Dom Bosco e cursou Direito no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), onde graduou-se em 2000. É pós-graduado em Direito Penal Econômico, mestre e doutorando em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Já lançou livros na área de atuação e foi professor universitário. Em sua primeira gestão, no triênio 2019-2021, a OAB/DF tornou-se igualitária, mais barata para os jovens advogados, com sedes equipadas, novas instalações, eleições on-line, benefícios para a saúde e 100% digital. “Colocamos a Ordem no Século XXI”, gaba-se.

Pátria usurpada, Brasil! Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL O lema acima é bem mais apropriado ao desgoverno Bolsonaro do que seu hipócrita slogan “Pátria amada, Brasil!”. O atual momento do país nos faz lembrar um trecho de “Vai Passar”, composição de Chico Buarque, de 1984, se referindo ao período da ditadura militar: “Num tempo, página infeliz da nossa história... Dormia, a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações”. Bolsonaro vem privatizando e desnacionalizando bens públicos, roubando direitos históricos, jogando milhões na miséria. Enfim, destruindo o Brasil. Sem o menor escrúpulo, o presidente-genocida e seu “posto Ipiranga” (o que disse que “o dólar vai a R$ 5 se o governo fizer muita bestei-

ra”) mentiram descaradamente em suas andanças no exterior (Roma e Dubai), na insana ilusão de achar que investidores vão levar em conta seus grotescos e delirantes discursos, pois todos sabem que a situação no Brasil é bem diferente. Que, por exemplo, a inflação acumulada em 12 meses (10,68%) é a maior dos últimos 19 anos, desde os 12,53% de 2002, com FHC; superando a inflação de 2015 (10,67%), com Dilma. E que a chamada “inflação dos pobres” é muito maior, pois os alimentos aumentaram 14,7%; a energia, 28,8% e o gás de cozinha, 34,7%, enquanto os salários foram reajustados entre 5% e 8%. A burguesia, imaginando uma derrota acachapante de Bolsonaro para Lula, busca desesperadamente a tal terceira via, e agora investe em Moro. Sim, a aposta do mercado é o juiz que não deveria ter sido o juiz da causa e que condenou um réu (Lula) com base numa denúncia sem provas, articulada com a Promotoria e baseada unicamente na delação de empresários ávidos

por uma redução de pena. Poderíamos imaginar um hipotético diálogo entre Moro e a juíza Gabriela Hardt, que o substituiu na Vara da Justiça Federal do Paraná quando ele foi nomeado ministro da Justiça de Bolsonaro: “Então, Dr. Moro, o que devo fazer aqui?”; “Ora Gabriela, condenar o Lula, claro!”; “Mas já temos as provas?”; “Pra que isso! Temos as delações e o desejo dos empresários, militares e da grande mídia”; “Mas, Dr. Moro, eu não sei o que escrever na sentença”; “Simples, copie as mentiras que eu pus no processo do apartamento do Guarujá”; “Mas depois o processo vai ser julgado no TRF4”; “Tranquilo, é tudo nosso!”; “E depois, o que faço?”; “Fica fria, o Dallagnol vai te enviar uma planilha dizendo o que julgar agora e o que jogar para o fim da fila”; “Mas ele é da Procuradoria, não é da Justiça Federal”; “E daí! O que vale na República de Curitiba é o que está no Código do Processo Penal do Russo”. Moro é o herói dos que acham que país decente é aquele que

condena sem provas as pessoas de quem eles não gostam ou que afetam seus interesses. Como bem discorreu o ex-vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia Liñera, em entrevista à BBC: “A política é como você direciona o horizonte de previsão das pessoas. Há o esgotamento do horizonte preditivo do neoliberalismo. Hoje, em tempos de esgotamento hegemônico neoliberal, a democracia aparece como um entrave. À medida que o povo se apropria do fato democrático, a direita perde o controle e se distancia do fato democrático, porque ele não mais atende seus interesses. Nessa hora emerge o Neoliberalismo 2.0, disposto ao golpe, ao massacre para sobreviver”. Em outras palavras, com Bolsonaro ou com Moro, o povo e a débil democracia brasileira correm perigo. Todo cuidado é pouco! (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


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I N FOR M E

Pressão é definitiva para aprovar Semana do Cerrado no Calendário Escolar O Projeto de lei que insere a Semana do Cerrado no calendário letivo da Rede de Ensino do DF foi apresentado à Câmara Legislativa na terça-feira (23). De autoria do deputado Chico Vigilante (PT), a proposta é uma demanda do Grupo de Educadores Ambientais do DF, e, se contar com o engajamento da sociedade, tem chances de passar a valer em 2022. A ideia é que a Semana do Cerrado seja realizada anualmente, de 5 a 11 de setembro, culminando com o Dia Nacional do Cerrado (11 de novembro). Embora seja designada como uma atividade realizada durante sete dias, o projeto de lei prevê a preparação da ação ao longo de todo o ano. Pelo PL, a Semana do Cerrado consiste em uma série de iniciativas para informar e conscientizar sobre o bioma, por meio de painéis, seminários, palestras e outras ações educativas. “Estamos vendo a destruição do Cerrado, bem como de todo o meio ambiente. Portanto, nada mais justo do que começar essa conscientização de preservação do nosso bioma nas escolas, fazendo a orientação das crianças e dos adolescentes”, afirma Vigilante. O parlamentar comenta o crescimento da

DIVULGAÇÃO

Ideia é que a Semana do Cerrado seja realizada anualmente de 5 a 11 de setembro

discussão sobre meio ambiente junto à sociedade brasileira e credita o fenômeno ao caos imposto pelas políticas antiambientalistas do governo federal. “As coisas estão cada vez piores. Bolsonaro trata o meio ambiente do mesmo jeito que trata a pandemia. Aqui no DF temos um cenário preocupante. Em um passado recente, tivemos racionamento de água. Isso é reflexo do maltrato com o meio

ambiente. Se não cuidarmos do nosso bioma, em um futuro breve teremos um grave problema de abastecimento de água”, alerta. Para dar consistência à execução da Semana do Cerrado, o projeto de lei também propõe a “formação de professores e servidores da Secretaria de Educação, no sentido de aprofundar os conceitos e a execução de projetos de educação am-

biental nas instituições de ensino”. Para que a Câmara Legislativa aprove o PL que insere a Semana do Cerrado no Calendário Letivo do DF é preciso que a sociedade pressione os parlamentares. “Orientamos que toda nossa categoria participe dessa luta, enviando mensagens para os deputados distritais cobrando a aprovação da proposta. Esse é um apelo que nós do Sinpro fazemos a toda sociedade. Sem meio ambiente não há vida. Precisamos iniciar agora ações mais conscientes, ou será tarde demais”, afirma a dirigente do Sinpro-DF Letícia Montandon. Após a apresentação à CLDF, o PL da Semana do Cerrado será distribuído às comissões de Meio Ambiente, de Educação e, posteriormente, à de Constituição e Justiça. Se aprovado em todos esses espaços, segue para a apreciação do plenário da Casa.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Ibaneis lança pacote de bondades para bombar economia Etapa 2 do Pró-Economia prevê isenção e redução de impostos, anistia de multas e mudanças no Nota Legal. Confira aqui as 34 medidas propostas pelo GDF: 1 – Refis 20021 – expectativa de receita em R$ 377 milhões e impacto positivo na arrecadação, com adesão estimada em R$ 1,496 bilhão; 2 – IPTU 1% para imóveis comerciais em construção; 3 – Isenção de ITCD às doações para o sistema de saúde privado; 4 – Redução do ITBI para 1% de janeiro a março de 2022; 5 – Redução de ISS para 3% para hotéis e hostels; 6 – Anistia de multas acessórias a empresas ativas no Cadastro Fiscal do DF a partir de 1º de março de 2020; 7 – Restituição em moeda quando a compensação for inviável; 8 – Isenção do IPTU e da TLP para associações de catadores de materiais recicláveis; 9 – Isenção de ICMS nas importa-

ções e operações com vacinas e insumos da vacina de covid-19; 10 – Isenção de ICMS para o medicamento destinado ao tratamento da Atrofia Muscular Espinal – AME; 11 – Pontuação em dobro do Nota Legal de 10 a 24 de dezembro de 2021; 12 – Alteração no Decreto RICMS (tinta automotiva); 13 – Institui o Comitê de Grandes Eventos do DF (CGEDF); 14 – Isenção de ICMS para absorvente feminino; 15 – Isenção de ICMS para equipamentos de aproveitamento das energias solar e eólica; 16 – Redução de ICMS para óleo diesel e biodisel a empresas de transporte público; 17 – Isenção de ICMS em produtos da cesta básica de materiais de construção; 18 – Redução de ICMS na devolução de bens, materiais ou peças com defeito; 19 – Isenção de ICMS na aquisição de equipamentos e insumos para o

tratamento de pacientes renais; 20 – Isenção de ICMS em operações para Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e Hospitais Universitários (HUs); 21 – Isenção de ICMS nas operações internas com produtos vegetais destinados à produção de biodiesel; 22 – Isenção de ICMS nas operações com embalagens de agrotóxicos usadas e lavadas; 23 – Convênio de ICMS para concessão de crédito presumido na aquisição de energia elétrica e de serviço de comunicação; 24 – Isenção de ICMS para medicamentos destinados ao tratamento de câncer; 25 – Isenção de ICMS para aquisição de medicamentos pela administração pública; 26 – Isenção do ICMS às operações com equipamentos e insumos destinados à prestação de serviços de saúde; 27 – Isenção do ICMS nas operações com mercadorias ou bens des-

tinados ou provenientes do exterior; 28 – Isenção do ICMS em operações com medicamentos para o tratamento de portadores do vírus HIV (Aids); 29 – Isenção do ICMS nas operações com medicamentos; 30 – Convênio de ICMS para equiparar à exportação o fornecimento de produtos para uso ou consumo de embarcações ou aeronaves estrangeiras aportadas no País; 31 – Autoriza concessão semelhante no tratamento tributário do ICMS nas operações de órgãos da administração pública por meio dos Consórcios Brasil Central, Nordeste e Amazônia Legal; 32 – Isenção de ICMS na prestação de serviço de transporte realizada como prevenção e enfrentamento ao coronavírus; 33 – Isenção de ICMS para o medicamento destinado ao tratamento da Atrofia Muscular Espinal – AME; 34 – Previsão de sorteio semestral do Nota Legal.


Brasília Capital n Cidades 6 n Brasília, 27 de novembro a 3 de dezembro de 2021 - bsbcapital.com.br

Um basta à mis FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

Juíza anula atas de reuniões da Igreja Presbiteriana do Lago Sul de Brasília que proíbem mulheres de pregar no púlpito José Silva Jr Uma decisão da juíza Thaíssa de Moura Guimarães, da 20ª Vara Cível de Brasília, pode pôr um fim ao tratamento desigual e misógino que as mulheres frequentadoras de uma igreja no Lago Sul vêm sofrendo desde a edição de uma resolução, em 2018, que as proíbe terminantemente de abrirem a boca para pregar ou falar no púlpito, direito que, a partir do documento, ficou restrito aos homens. Na segunda-feira (22), a juíza tornou sem efeito as atas das reuniões que afastaram todo o Conselho da Igreja Presbiteriana do Lago Sul, juntamente com o pastor Marcelo de Oliveira Morais, por descumprirem a resolução que bania a mulher membro daquela denominação religiosa de subir ao púlpito e de pregar para os irmãos. O caso foi mostrado, com exclusividade, pelo Brasília Capital. REUNIÃO FORJADA – Para embasar sua decisão, a magistrada acatou os argumentos dos membros do Conselho afastados. Segundo eles, os líderes de uma outra corrente dentro da igreja forjaram uma reunião que teria decidido o destino deles na entidade. Ou seja, foram substituídos por um novo grupo. Mas a reunião, segundo os autores da ação, nunca aconteceu. “Para ‘oficializar’ ou ‘lega-

Antônio Carlos: “Alberto borrifou inseticida e uma das vítimas é asmática

Cartório recusa ata

Pastor Marcelo de Oliveira Morais foi punido por promover atividades de inserção de mulheres no comando da congregação

lizar a decisão’, o Presbítero Valcides José Rodrigues de Souza e a Comissão Executiva do PRBS fizeram uma ata, de número 410, como se fossem o Conselho da Igreja Presbiteriana do Lago Sul, e tentaram levar a ata para registro em cartório.

O cartório, porém, se recusou a lavrar a ata, argumentando que não havia previsão estatutária no sentido de que o Presbitério Brasília Sul poderia eleger ou destituir os membros administrativos da IPLS. Diante da negativa cartorial, uma nova ata, com a mesma numeração, foi literalmente fabricada para ser aceita no cartório. “O novo documento fazia menção a uma reunião que nunca aconteceu, pois o reverendo Rudival Alexandre Souza não poderia presidir a reunião do Conselho, porque era o secretário-executivo do Presbitério Brasília Sul – PRBS na mesma data e horário. Some-se a isso

o fato de o diácono Carlos Henrique Queiroga Amaral, que consta como presente na reunião, ter declarado nunca ter estado lá”, disse a defesa dos membros afastados. Depois de aceita, a ata ganhou um novo número: 420. O registro ocorreu em 7 de janeiro deste ano e foi assinado pelos seguintes membros: vice-Presidente Rev. Weber Sérgio Costa da Silva; secretário-executivo, reverendo Rudival Alexandre Souza; primeiro-secretário, reverendo Antônio Marcos Medeiros Lima; segundo secretário, reverendo Rêiner Veloso de Godoy; e o tesoureiro Osvaldo Cipriano da Silva.


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soginia

I N FO RM E

Fruto de fraude Na decisão, a magistrada Thaíssa Guimarães ressaltou, ainda, que é incontroverso o fato de que foram lavradas duas atas de número 410. “Os autores pleiteiam a nulidade da ata de número 410, que nomeia novos membros para o Conselho da IPLS, ao argumento de que é fruto de fraude. Ante o exposto, concedo o pedido de tutela de urgência para suspender a eficácia das atas número 410 e 420 da IPLS”, decidiu Thaissa. O advogado de defesa dos membros afastados, Ivan Leão, irá pedir o retorno dos seus clientes ao Conselho da IPLS e do pastor Marcelo de

Jezabel Mas, desde que assumiu o controle da igreja, o pastor Marcelo de Oliveira Morais resolveu descumprir esse ato de misoginia e promover uma série de atividades de inserção delas no comando da congregação. Mas acabou punido com a destituição do cargo. Para justificar seu afastamento no Tribunal Eclesiástico, o acusador Alberto Jaegher de Carvalho, que é diácono na igreja, citou a história bíblica de Jezabel, “dizendo que esta pessoa estava ensinando os homens daquela igreja a prestarem esse culto sexual a outros deuses”, narrou Marcelo, que é marido de uma irmã de IPLS. A mulher do pastor, segundo ele, foi o alvo da comparação com a personagem bíblica do Antigo Testamento. Isso porque ela era bastante atuante, chegando a pre-

Oliveira Morais. “O próximo passo agora é restituir os presbíteros à condição de Conselho e o retorno do pastor Marcelo”, disse ele ao Brasília Capital. Em junho, o jornal noticiou com exclusividade o caso do afastamento do pastor pela resolução que praticamente bane a mulher membro da igreja de ter voz ativa. Uma das reportagens mostrou que desde 2018, quando a igreja editou a resolução, a mulher membro daquela denominação religiosa está banida dos púlpitos e não pode pregar ou dirigir a Palavra em qualquer dependência dos domínios da IPLS.

DIVULGAÇÃO

Juíza Thaíssa Guimarães, do TJDFT

gar passagens da Sagrada Escritura para alguns irmãos e discursar em reuniões da comunidade evangélica, o que é terminantemente proibido pela IPLS. “Ela não estava atuando em nada na igreja. Ela prega ministério das mulheres. Agora, estou impedido de exercer meu ministério, recebendo um quarto do que eu recebia antes. Afetaram meu orçamento familiar”, reclama o religioso. Agora é esperar o próximo capítulo. Quem sabe, com um final feliz para as mulheres.

Mês da Consciência Negra é celebrado com edição especial do Arte|Fato A luta antirracista também se faz a partir da arte e da cultura. Foi o que provou a edição especial do Arte|Fato, que foi ao ar na terça-feira (16), diretamente do Espaço Cultural Renato Russo. O evento contou com debates importantes acerca da negritude, fez parte das celebrações dos 60 anos do Sindicato e reafirmou o compromisso da entidade na luta contra a discriminação racial. O ritmo dessa edição do programa foi dado por artistas negros, referências locais e nacionais, como Marina Andrade, Marcelo Café e Marlene Lima. Em apresentações que exaltaram a beleza, a diversidade e as mazelas do povo negro, os artistas emocionaram a plateia virtual e a presencial – esta seguindo as medidas de segurança e saúde necessárias. Como nem só a partir da música se faz a luta, o Arte|Fato também recebeu a atriz, professora, mestra em artes e autora de 10 livros publicados Cristiane Sobral para conversar sobre literatura. A participação da artista negra teve direito a performance ao vivo de ‘Pixaim Elétrico’, cujos versos descrevem a liberdade do cabelo crespo que “gritava alto, provocava sem alisar ninguém”. O debate sobre a questão racial na categoria bancária não podia ficar de fora da programação. Participaram da conversa os bancários Arthur Araújo, Samantha Sousa, Eduardo Araújo e Erika Kokay, além de Jacira da Silva e Nelson Inocêncio, militantes do movimento negro. “Que encontro fantástico, rico! Esta é mais uma oportunidade de o

Sindicato renovar sua disposição e compromisso com a luta contra as injustiças. A mescla entre arte engajada e discussão de tema tão relevante para a sociedade põe holofote sobre a questão racial, cujo debate e ação antirracista se faz imprescindível para a população brasileira”, celebra o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, que estava na plateia. E completa: “mais que em 20 de novembro, entendemos que todo dia é dia de dizer um sonoro ‘não’ à intolerância, à discriminação e ao preconceito racial. E enquanto sindicato-cidadão, tomamos para nós a responsabilidade de nos juntarmos a esta luta”.

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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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I N FOR M E

Políticas públicas não para privilégios, mas para melhoria da sociedade Esta semana ganhou espaço na imprensa nacional o caso do jovem Arthur Skyler Santana, rapaz autista que foi barrado em uma estação de metrô do Plano Piloto, onde não queriam permitir sua entrada com o cão auxiliar que o ajuda a se deslocar em segurança e em outras atividades. Mesmo apresentando toda a documentação e até a lei que lhe permite o acesso com o companheiro canino, o garoto ficou 20 minutos retido até que lhe permitissem o embarque. A condição de Arthur lhe impõe limitações, como, por exemplo, subir e descer escadas. A própria forma de atuar dos funcionários do metrô poderia ter desencadeado uma crise, desorientação ou sofrimento emocional desnecessário. Quem estava ali por ele era só o Atlas, seu cão auxiliar. Seja por questões físicas, fisiológicas, anatômicas ou psíquicas, nem todas as pessoas conseguem, em todas as fases da vida, executar com o máximo de eficiência as atividades que um ser humano no auge de sua capacidade desempenha com facilidade. Pelo menos por questão de envelhecimento, em algum momento todos tendem a desenvolver alguma dificuldade para lidar

com a vida quotidiana e estruturas que são pensadas para o ser humano no pleno uso de todas as suas potencialidades. Desde a década de 1970, vem ganhando força uma visão de que a deficiência não é um problema de indivíduos ou exclusivo da área da saúde, mas da estrutura social. Percebeu-se que são necessárias políticas públicas para que cada um, no limite de sua capacidade, tenha acesso a uma vida dentro dos limites da normalidade, realizando seu potencial de contribuir com a sociedade – saindo do papel de tutelado, dependente ou segregado. O cão Atlas, auxiliar do jovem Arthur, é o reflexo de uma política pública que permite a ele desenvolver uma atividade normal. Em larga escala, o conjunto das políticas públicas de mobilidade e acessibilidade tem que ser elaborado para permitir às pessoas participar da vida da sociedade – o que tem reflexos no desenvolvimento das cidades e nações, inclusive no seu potencial produtivo. Excluir as pessoas com deficiência, seja qual for a limitação, tem o efeito contrário, de retrocesso. Não se trata de estabelecer privilégios. Os parlamentos, governos e a Justi-

ça têm por obrigação atuar para propor e executar políticas públicas que permitam a todos alcançar seu pleno potencial. Isso se aplica, inclusive, ao transporte público e à pavimentação pública, além de outros. Mas cada um de nós tem contribuições a dar – como, por exemplo, garantir que, na construção de uma rampa para acesso à garagem de casa, não fiquem obstáculos a pessoas que tenham limitações de movimentos ou deficiência visual. Deficiências não são necessariamente perceptíveis ao primeiro olhar. E nenhum de nós está isento de desenvolver alguma, ainda que temporária – tente, por exemplo, subir uma escada no meio de uma crise renal para entender o drama. Eu aviso: mesmo que você dê conta, dói. Mas espero que não seja necessário que cada um de nós passe por uma situação assim para passarmos a nos importar. E espero que nossos governantes e representantes legislativos se tornem cada vez mais sensíveis a essas questões. Que passem a exercer seus mandatos e funções para construirmos uma cidade, um país e uma sociedade que permitam a todos realizar o seu potencial humano. O Arthur Santana e outras pessoas

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

com deficiência não precisam de piedade, eles simplesmente merecem e têm direito ao respeito que deve ser dispensado a qualquer cidadão.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Grilagem continua um bom negócio no DF DIVULGAÇÃO

Gabriel Pontes Sob o manto do fato consumado – “não dá pra remover milhares de famílias instaladas e causar uma comoção social” –, a grilagem de terras continua sendo um bom negócio no DF. Até há pouco tempo tidas longínquos e perigosos, os assentamentos 26 de Setembro e Maranata se transformaram num ótimo negócio para quem explora os loteamentos irregulares desde o início dos anos 2000. Isto porque a regularização foi aprovada no Senado, baseada em um projeto do senador Izalci Lucas (PSDB) e relatório favorável de Leila Barros (Cidadania). “A situação criou obstáculos para a consolidação da unidade de conservação e para a garantia das condições mínimas de desenvolvimento social e econômico de quem reside nos assentamentos”, disse Leila. LOBBY – O PL seguiu para a Câmara, onde conta com apoio de prati-

Plano de fundo dos lotes grilado à venda é a Floresta Nacional

camente toda a bancada do DF e o lobby da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), deputada licenciada. A proposta exclui duas áreas da Flona para dar lugar aos assentamentos. “Será que alguém acredita que é possível destruir ou retomar essas 40 mil habitações que estão lá? Então, é

necessário...”, disse Izalci. Leila afirma que as glebas 2 e 3, onde está o 26 de Setembro, representam 44% da área da unidade de conservação. “As duas áreas foram desfiguradas pela ação humana”, argumentou. Na gleba 2, a Justiça determinou a desocupação de uma área de uma franja de 300

metros a contar dos limites do Parque Nacional. CONTRAPARTIDA – A floresta perderá 4 mil hectares, para fins de regularização fundiária urbana. Mas, cerca de 3,7 mil hectares serão acrescentados à Flona. A partir da ampliação e transformação da Reserva Biológica de Contagem – hoje com 3.426 hectares –, será criado o Parque Nacional da Chapada da Contagem. A reserva ganharia da Terracap 2.116 hectares, permitindo a constituição de um parque de 5.542 ha. Mas a área da Fazenda Mestre D’Armas, de 1.807 hectares, também é alvo de uma disputa judicial.

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VIA

Satélites

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Por Gabriel Pontes

DISTRITO FEDERAL

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Escritor brasiliense expõe na Bienal do Livro do Rio O escritor e jornalista taguatinguense Anderson S. Almeida, autor do livro Fumaças Bailarinas no Salão da Liberdade, vai representar o Distrito Federal na 20ª Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, de 3 a 12 de dezembro, no Centro de Convenções Riocentro (Barra da Tijuca). A Bienal é considerada o maior festival literário da América Latina. O autor vai participar de uma

PAS – A Universidade de Brasília (UnB) confirmou as datas da aplicação do PAS. O PAS 1 será no dia 20 de fevereiro de 2022; o PAS 2, em 13 de fevereiro; e o PAS 3 em 30 de janeiro de 2022. O período de inscrições das três etapas do teste é de 26 de novembro a 15 de dezembro.

DIVULGAÇÃO

sessão de autógrafos no domingo (5), às 14h30, no estande da editora carioca Autografia. Fumaças Bailarinas no Salão da Liberdade chegou a ocupar a posição de livro mais vendido na categoria “humor ácido” da Amazon. Lançada no fim de 2019, a obra não pôde ser exposta na Bienal de 2020, cancelada devido à pandemia da covid-19.

SAMAMBAIA

Diversão inclusiva O grupo Visão do Samba e a banda Refrão de Mármore fizeram shows para marcar o encerramento do Projeto Brasília Tátil, no Complexo Cultural de Samambaia, na segunda-feira (22). Também participaram os artistas Eva Leite (pintura com a boca) e Flávio Luís (esculturas). Esta foi a quarta edição do projeto Brasília Tátil, proposto por Flávio Luís da Silva, que é deficiente visual. Todos os artistas participantes, na música, nas oficinas e nas massagens são pessoas com deficiência, salvo

algumas exceções. O Brasília Tátil tem o patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura do GDF.

1.400 OBRAS NO DF

Nova UPA do Paranoá


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

GDF paga 1,16 bi a empresas de ônibus em 2021 DIVULGAÇÃO

Valor será atingido se a CLDF aprovar novo pedido de verba suplementar de R$ 166 milhões para o setor Quanto custa andar de ônibus em Brasília? A resposta é: cerca de R$ 1,16 bilhão, caso a Câmara Legislativa aprove um pedido de verba suplementar de R$ 166 milhões apresentado pelo GDF. Até outubro, segundo a secretaria de Mobilidade (Semob), as cinco empresas privadas já haviam recebido R$ 981,528 milhões do governo. Dinheiro que não representou melhorias para os passageiros, que enfrentam ônibus antigos e superlotados que, muitas vezes,

Falta de transparência

Ônibus no DF possuem um custo bilionário e oferecem um serviço precário

quebram no meio do caminho. Os valores são pagos como indenização das gratuidades – passe estudantil e portadores de neces-

sidades especiais – e a diferença entre o preço na catraca e a tarifa técnica. O metrô e a TCB não entram nessa contabilidade.

Tarifa técnica + subsídios O GDF remunera as empresas a partir de uma fórmula que combina os gastos delas, custos operacionais, impostos e lucratividade, divididos pelo total de passageiros que passa pela catraca. Essa equação define a tarifa técnica. Em tese, o valor que o passageiro deveria

pagar na catraca se não houvesse o subsidio oficial. E varia de empresa para empresa. Os gastos anuais vêm apresentando aumentos acima da inflação. De 2016 a 2020, foram repassados às empresas R$ 2,772 bilhões, segundo o distrital Leandro Grass

(Rede). A despesa apontada para 2021 (R$ 1.167 bilhão), equivale, portanto, a pouco menos da metade do que se gastou em cinco anos. Um dos motivos da alta de 2020 foi o reajuste concedido em outubro daquele ano pelo GDF na tarifa técnica paga às empresas.

Empresas alegam desequilíbrio financeiro As empresas, no entanto, alegam desequilíbrio financeiro, devido à queda no volume de passageiros transportados e ao aumento dos combustíveis. A tarifa técnica não estaria sendo suficiente para cobrir tudo. Com a pandemia e a redução de passageiros transportados, o GDF passou a pagar também valores para manutenção do equilíbrio financeiro do sistema.

“Na pandemia, mesmo com menos passageiros circulando, as empresas deveriam ter mantido a frota para evitar aglomeração. Mas elas reduziram, e os ônibus continuaram lotados mesmo com muita gente em casa. E agora estão recebendo como se não tivessem reduzido a oferta e rodado com ônibus vazios”, explica um especialista em mobilidade que prefere não se identificar.

Além disso, não há uma efetiva fiscalização de quantos ônibus estão circulando e a que custo real. A obrigação de todos os ônibus serem dotados de GPS, para permitir a fiscalização, não foi obedecida. “Simplesmente as empresas dizem que fizeram tantas viagens e recebem a remuneração. Mas, se na realidade elas fizeram a metade, ninguém confere”, complementa.

A falta de transparência é levantada por Leandro Grass. “A gente não tem acesso ao sistema de bilhetagem, não há auditoria. Sempre é um repasse duvidoso, no escuro, e zero de transparência”, diz ele. O Ministério Público, por meio das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público Social (Prodep), abriu inquéritos para apurar a eventual irregularidade nas portarias editadas pela Semob desde 2019 reajustando a tarifa técnica. A suspeita é que elas são editadas apenas para dar justificativa aos pedidos de suplementação de verbas ao Legislativo. FRETAMENTO – Para o ex-secretário-adjunto de Mobilidade do governo Rollemberg (PSB), Leandro Couto, é necessária uma revisão dos contratos, alteração na organização institucional do setor e adoção de medidas mais estruturantes. Na avaliação de Paíque Duque Lima, do Movimento Passe Livre, o melhor para o Estado e para o contribuinte seria um modelo de “fretamento”. As empresas seriam remuneradas pelas viagens e quilometragens realizadas, independentemente da quantidade ou perfil de passageiros transportados.


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Gastronomia Dedé Roriz

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

ASSADOS DO FRED

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Comida boa é sucesso garantido Quando os empresários Fred e Andiara montaram uma Parrila de rua na entrada da SQS 306, muitos questionavam: “Será que aquela carne assada no meio da rua presta?”. A desconfiança só durava até a pessoa experimentar o corte e se apaixonar pelo sabor. E o trabalho dos dois jovens deu resultado e o Assados do Fred agora está em novo endereço, numa loja estruturada na 302 Sul, num ambiente bonito e agradável. “Quando se faz com amor, é só acreditar”, ensina Fred, para confirmar outra máxima: “Quando a comida é boa e de qualidade, o sucesso é certo”. A casa ficou aconchegante e ampla e,

claro, o cardápio foi ampliado. Agora tem várias opções de entradas. Entre elas, o pão de alho muito recheado, provoleta e empanadas. As guarnições são arroz com brócolis, farofas de ovos ou de bacon e a tradicional salada Juliana. Os pratos principais são os cortes super nobres, como o Tomahawk de um quilo e o assado de tira black Angus, além dos chorizos. A boa opção é experimentar um pouco de cada. A sugestão do Brasília Capital é a parrilada, com um mix de carnes. Entre elas, a linguiça artesanal recheada com queijo coalho, filé de sobrecoxa e bife de ancho. Para sobremesa, a banana assada na Parrila com doce de leite é uma ótima pedida.

MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @assadosdofred 302 da Asa Sul – Quinta a domingo $

Mesmo com a pandemia, o GDF não parou.

Túnel de Taguatinga

Aponte a câmera do seu celular e conheça todas as obras.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Simplicidade Tudo se torna terrivelmente difícil, chato e pouco convidativo quando falta “ele”, o amigo-amor Podemos ser amigos simplesmente, amigos simplesmente e nada mais. A canção de Fernando Lobo – sim, Fernando Lobo, Caetano só emprestou voz e interpretação vinte anos depois, o que, aliás, está longe de ser “só”, sempre me tocou. Sempre achei linda e triste. E tem coisa mais triste do que a morte de um amor? Por certo que não. Mas os anos foram passando e discordo frontalmente da letra. Veja bem: da letra, apenas. Amigossimplesmente!Eisoinício,ou o reinício, de um amor. Não acredito em

“amor fast food”. Antes que me chame de antiquada, por favor, não há postura mais vanguardista que acreditar em um amor que seja de verdade. Intenso. Tenso. Amor e seus inúmeros clichês. Afinal, amor sem clichês não é amor. A vida sem esse “amigo” é um enorme vazio. Vazio profundo e cruel como só o silêncio da solidão de um amor pode ser. Lâmina afiada que encerra qualquer desejo. Desejo por outro, desejo por si. Desejo de postar-se de pé e ir ao trabalho, ao cinema ao supermercado, à academia,

ESPÍRITA

José Matos Magnetismo: a chave de mistérios Descubra e viva seu propósito. As boas pessoas são professores que Deus envia a todos! Aprenda com Jesus: o que você quiser receber, faça-o aos outros, mas faça-o de coração; faça-o e desligue; ajude e passe adiante. Por que fazer o bem aos outros traz benefícios para quem o faz? Porque gera o magnetismo da atração, da receptividade, abrindo as portas do que chamam de sorte. Mas há o bem ge-

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

ral e o bem específico. O bem específico é aquele que faz parte da sua programação existencial. Se feito, abre seus caminhos! A Terra é escola que junta os diferentes para a evolução. Estamos no meio dos diferentes para aprender com eles, ensinar, permutar. Todos somos professores e alunos

ao salão de beleza, ver amigos. Tudo se torna terrivelmente difícil, chato e pouco convidativo quando falta “ele”, o amigo-amor. Podemos ser amigos simplesmente. Já começo a gostar novamente da letra. Ando um tanto bipolar ultimamente, mas isso fica pra outra hora. Como ia dizendo, voltei a gostar da letra. Amigos simplesmente! Sem complicações, sem uma carta de recomendação, sem um chek-list do que se espera para que o candidato a “amor da sua vida” deva cumprir para que esteja apto a ingressar neste projeto chamado “para sempre”. Uma dose de simplicidade, por favor! Lembra do Beto, do Joaquim, do Pedro? Então! Melhor jogar essa sua lista na gaveta e tratar de ser feliz. Ou melhor, de estar feliz. Estou especialmente cuidadosa com as palavras hoje. Mania essa nossa de “ser”. Já sei: as aspas estão te entediando. Mas, ao menos por hora, não dá pra gesticular pra você (que no fundo é o que eu gostaria, com movimentos agudos como os de um italiano). Ser é uma espécie de nota promissória, de dívida para os mais novos, que assinamos e passamos

a nos apegar de forma tão doentia que passamos a não nos permitir ter momentos em que, como diria uma psicóloga amiga minha, que a gente “está coisado”. Exijo meu direito de estar “coisada”! Antes coisada que presa à obrigatoriedade de ser feliz. Quero momentos felizes. E, se possível, ter esse amigo-amor do lado. E quero o pacote completo, incluindo o futebol, os dias ruins, a cara feia, a falha, o erro. Acho que as pessoas de verdade são assim, um pacote completo. É preciso querer o príncipe e tolerar o sapo. Os dois são a mesma criatura. Amigos, simplesmente, nada mais. O resto, todo o resto, está embutido nessa amizade profunda e sincera chamada amor. Piegas? Pode ser. Mas se te faz feliz, é o que importa. Abaixo às convenções! E, para encerrar esta nossa conversa, que está para lá de Marraquesh (estou com Caetano na cabeça hoje), eu te desejo olhos mansos e tolerantes com o seu amor. E te desejo mais: te desejo que seu amor seja simplesmente seu amor.

uns dos outros! O estúpido, conviverá com o gentil. O egoísta com o altruísta. O desorganizado com o organizado. O ateu com o religioso. O preguiçoso com o trabalhador. O falso com o sincero. A vida ensina e manda os remédios que se precisa para correção do caráter. O remédio do orgulhoso é a humilhação dos outros ou do próprio corpo. Do egoísta é a solidão e indiferença dos outros. Do cruel é a dor! Do marginal é a perda dos movimentos por doenças ou cadeia. Do caluniador é a mudez. Do rico egoísta é a pobreza e miséria espiritual. Caminhos fechados acontecem quando você ainda não beneficiou os outros com o que você quer receber. Seja generoso e os caminhos se abrem. Para algumas pessoas, receber o bem é condicional.

Só recebe se fizer o mesmo aos outros. Dê e receba. Só engravida, se adotar. Só casa se ajudar outros a namorar e casar. Só se cura, se ajudar na cura de outros doentes. No Além é indiferente ter sido lixeiro ou presidente. O que se quer saber é que bem foi feito. Na Terra, há muita gente inimiga de si mesma. Pessoas que agem por instinto. Não pensam no que vão fazer. Não avaliam e nem procuram melhorar-se, mesmo quando quebram a cara. “A vida é uma viagem, cujos episódios dependem de nós. Só a sabedoria elimina a ignorância”. Descubra e viva seu propósito. As boas pessoas são professores que Deus envia a todos!

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


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