Jornal Brasília Capital 527

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Brasília, 14 a 20 de agosto de 2021

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www.bsbcapital.com.br Ano X - número 527

Sindivarejista entra com ação no STF contra IGP-M Página – 4 DIVULGAÇÃO

FRIO E ABANDONO

FOTOS: ANTÔNIO SABINO

Wudson Teixeira: ataque de percevejos em Águas Linda

Mais que qualquer outro segmento, população de rua sofre com o frio desta época do ano. Número de brasileiros nesta situação cresceu 140% desde 2012 Páginas 6 e 7

Eu não sou cachorro, não!

Antes de ser preso, Roberto Jefferson chama Alexandre de Morais de “cachorro” Pelaí – Página 3

GDF não cumpre promessa de pagar exercício-findo a professores

Sinpro – Página 5

Olimpíadas Campeões pobres, negros, mulheres, nordestinos e LGBT. Bolsonaro odiou – Júlio Miragaya – Página 2 12º lugar no quadro de medalhas: um feito para uma nação de tantas desigualdades – Ricardo Viana – Página 12

E MAIS DescompensaAnna Ribeiro da – Página 10

Jos

As atitudes qué Matos e le à queda – Pág vam ina 10 Dedé Um chef premRoriz iado em sua casa – Página 11 Gustavo Po Copa Libertad ntes do Brasil?– Pá ores gina 12


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 14 a 20 de agosto de 2021 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Mulher, nordestino, negro, LGBT e pobre Júlio Miragaya (*)

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AGÊNCIA BRASIL

Este é o perfil da maioria dos (as) medalhistas brasileiros (as) nas Olimpíadas de Tóquio. Não surpreende que Bolsonaro tenha praticamente ignorado o desempenho do Brasil nos jogos, que não foi nada agradável para um misógino, xenófobo, racista, homofóbico e “aporofóbico”. Para quem não tem o menor respeito pelas mulheres, que afirmou que “não estupraria uma deputada porque ela não merecia” e que, “depois de quatro homens, teve uma mulher porque deu uma fraquejada”, deve ter sido um enorme dissabor constatar que do total de 21 medalhistas individuais do Brasil, metade é mulher, as sublimes Ana Marcela, Rebeca, Bia, Mayra, Rayssa, além das meninas da vela, do tênis e do vôlei. Ao criticar os governadores do Consórcio Nordeste, afirmando que “daqueles governadores paraíbas o pior é o do Maranhão”, Bolsonaro desnudou toda sua xenofobia (o termo se aplica também a migrantes nacionais), sua aversão às condições socioeconômicas, aos costumes, hábitos, enfim, à cultura nordestina. Nada estranho à visão preconceituosa da

classe dominante, que considera nordestinos como cidadãos de segunda classe, com o agravante desses votarem maciçamente em Lula. Como então saudar a trupe baiana (Isaquias, Robson Conceição, Ana Marcela, Bia e Daniel Alves), o potiguar Ítalo, a fadinha maranhense Rayssa e o goleador paraibano Matheus Cunha? Bolsonaro já deu diversas demonstrações de racismo, a mais asquerosa quando afirmou que “o afrodescendente mais leve que vira num quilombola pesava sete arrobas” (medida para pesar gado). Deve ter sido, portanto, um profundo desgosto ter visto no mais alto degrau do pódio atletas como Isaquias, Rebeca, Robson Conceição, Abner, Ana Marcela, Alisson e muitos outros. Levantamento feito pelo site esportivo Outsports revelou que 14 esportistas brasileiros assumiram publicamente sua orientação sexual. Para quem afirmou que “preferia ver seu filho morto a ter um filho homossexual”, e que discrimina de forma tão abjeta pessoas LGBT, seria um desatino ter que render homenagens à medalhista de ouro Ana Marcela, às medalhistas do vôlei Carol Gattaz e Ana Carolina, assim como a Douglas (vôlei), às craques Marta, Formiga e várias outras atletas olímpicas. Por fim, seu ódio aos pobres, associado à visão infame de mentes como

a do general Mourão, para quem a pobreza é decorrência da insolência e da malandragem dos mestiços e negros brasileiros. Para seu desgosto, com raras exceções (equipes da vela, tênis, natação), a imensa maioria dos (as) atletas brasileiros (as) é ou tem origem pobre. Há ainda um sexto elemento: imagina o “padrinho” dos “terrivelmente evangélicos” tendo que homenagear o futebolista Paulinho, declarado adepto do candomblé e que tem Exu como sua referência espiritual? Resta a Bolsonaro consolar Maurício e Wallace (vôlei); o surfista Gabriel Medina e membros da equipe de tiro, seus eleitores e admiradores, que tiveram desempenho decepcionante em Tóquio. Afinal, não se apoia um fascista impunemente. E como, nessa hora, não lembrar da frustração de Hitler nas Olimpíadas de 1936, em Berlim, ao ver a alegada supremacia dos atletas arianos sucumbir ante as quatro medalhas de ouro conquistadas pelo atleta negro norte-americano Jesse Owens. Lamentável que, em seu retorno, ao entrar no ônibus que conduziu a delegação norte-americana em Nova Iorque, Owens teve que se acomodar nos assentos traseiros, lugar destinado aos negros nos EUA, à época. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

App Detran Digital completa um ano O aplicativo Detran Digital ultrapassou os 500 mil cadastros. Em um ano, são 628.312 usuários cadastrados e quase 30 serviços disponíveis à população. Lançado em agosto de 2020, o projeto Detran Digital proporciona agilidade e conforto ao cidadão brasiliense, pois facilita o acesso a serviços oferecidos pelo Departamento, por meio da internet. Como diretor-geral do Detran-DF, apostei no investimento em tecnologia para melhor atender à população. Antigamente, o cidadão chegava a ficar horas na fila do atendimento para retirar o documento do veículo. Agora, em

poucos cliques, o CLRV-e está disponível na tela do celular. Somente no mês de julho, foram emitidos 127.118 documentos de veículo pelas plataformas digitais: Portal de Serviços e o aplicativo. Além disso, nesse mesmo período, foram emitidas 13.558 autorizações para transferência de propriedade veicular, a ATPV-e. Um dos serviços mais acessados é consulta a débitos, que não necessita de cadastro. Em média, são realizadas cerca de 42 mil pesquisas por dia. Além das consultas, o cidadão pode, ainda, realizar alteração de endereço, emissão de nada-

-consta, identificação de condutor infrator, impressão de credencial de estacionamento para condutor idoso, entre outras opções. Em breve, novos serviços serão implementados nas plataformas digitais. Nosso objetivo é ampliar cada dia mais as funcionalidades do aplicativo.

Diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha


Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 14 a 20 de agosto de 2021 - bsbcapital.com.br

Atacadistas – O Sindicato do Comércio Atacadista (Sindiatacadista/DF) completa 20 anos esta semana. Para comemorar, a deputada Júlia Lucy (Novo) propôs uma sessão solene na terça-feira (17), às 19h, no plenário da Câmara Legislativa. “Mesmo com tantas dificuldades nos últimos anos, a instituição mantém-se firme em sua missão de defender o setor”, diz ela.

Mudança de regras AGÊNCIA SENADO

Depois de derrubar o retorno do voto impresso, a Câmara dos Deputados acelerou a análise de propostas para alterar as regras das eleições, tendo como carro-chefe o chamado ‘distritão’, e como não tão discreta coadjuvante a volta das coligações nas eleições legislativas.

SENADO – Mas a tramitação no Senado não será tão célere quanto na Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já se declarou contrário à proposta. E dificilmente a colocará em pauta no prazo necessário para que vigore já em 2022.

GÁS – A primeira fortalece as chances de políticos muito conhecidos e celebridades e enfraquece os partidos. A segunda dá novo gás aos partidos nanicos que seriam enfraquecidos com a cláusula de barreira. BODE – O distritão terminou sendo apenas o bode na sala. Foi rejeitado por 423 votos a 35, enquanto as coligações proporcionais, incluídas repentinamente há poucos dias no texto, volta-

ram com apoio de 333 deputados e rejeição de 149. SEGUNDO TURNO – Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição, a matéria terá que passar

Rota do fim Embora tenha sido prorrogada por mais 90 dias, a CPI da Pandemia está perto de terminar, disse seu presidente, o senador Omar Aziz (PSD-AM). Na quinta-feira (12), a sessão que interrogava o ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, foi interrompida após o depoente acusar a CPI de atrapalhar a compra de vacinas. Deputado Federal, Barros é suspeito de ter influenciado negociações de vacinas por meio de atravessadores. CRIMES – A conclusão dos trabalhos da comissão deve imputar cinco crimes ao presidente Jair Bolsonaro. Entre eles, causar epidemia por omissão no

por nova votação antes de seguir para o Senado. E só valerá para as eleições do ano que vem se for sancionada antes do início de outubro.

ISOLADA – Dos deputados do DF, apenas Bia Kicis (PSL) votou a favor do distritão. Já no caso da volta das coligações em eleições proporcionais, seis dos oito foram favoráveis. Paula Belmonte (Cidadania) votou contra e Laerte Bessa (PL) estava ausente.

Ministro na Feira dos Importados Quem for na Feira dos Importados de Brasília neste sábado (14) poderá fazer a testagem gratuita para detectar se já foi contaminado pelo vírus da covid-19 ou não. Das 9h às 17h, equipes do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do DF estarão no local para coletar material e saber a situação real frente ao mal que está dizimando milhares de vidas. DIVERSIDADE – O ministro Marcelo Queiroga acompanhará a ação que, segundo Luana Machado, administradora regional do Setor de Indústrias de Abastecimento (SIA) , é importante porque será realizado em um dos espaços comerciais com maior diversidade de pessoas – a Feira recebe clientes de todas as partes do DF e dos visitantes de vários estados.

Eu não sou cachorro, não!

combate à covid-19; curandeirismo, por preconizar tratamentos ineficazes; e advocacia administrativa, por usar o cargo para defender interesses de grupos privados. AGÊNCIA SENADO

Ao saber, na manhã de sexta-feira (13), que Alexandre de Morais autorizara sua prisão, solicitada pela Polícia Federal, Roberto Jefferson tuitou: “Xandão, maridão de dona Vivi, Cachorro do STF, decretou minha prisão por crime de milícia digital. Ele está repetindo os mesmos atos do Supremo da Venezuela, prendendo os Conservadores para entronizar os comunistas. Deus. Pátria. Família. Vida. Liberdade”. MILÍCIAS – Jefferson foi preso no inquérito que investiga as milícias digitais, acusado de espalhar notícias falsas e com ataques à democracia. Pode responder pelos crimes contra a

honra, racismo, homofobia e incitação à prática de crimes e por integrar organização criminosa. LINDO DIA – Para Morais, o ex-deputado utiliza uma rede de apoiadores para “desestabilizar instituições republicanas”. “Atuam de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito”. E emendou: “incitou e induziu a discriminação a pessoas de procedência chinesa, referindo-se ao embaixador chinês no Brasil como macaco”. O embaixador Yang Wanming comemorou nas redes sociais desejando “um lindo dia para todos”.


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Sindivarejista entra com ação no STF contra IGP-M O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a aplicação do IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) como fator de reajuste dos aluguéis comerciais e residenciais em todo o País. Outros 24 sindicatos empresariais do Brasil também integram a ação. O IGP-M acumula 37% nos últimos 12 meses e afeta negativamente milhares de comerciantes e famílias, que dependem de locação comercial e residencial. Para o presidente do Sindivarejista-DF, Edson de Castro (foto), a aplicação de um reajuste de 37% deixa evidente a distorção do índice em relação à realidade econômica, ao não retratar a inflação anual real, medida pelo IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo - que deverá fechar o ano perto de 8%. A entidade brasiliense e mais 24 sindicatos, visualizando a grave situação, tomaram medidas judiciais urgentes que buscam decisão jurídica favorável à substituição deste índice pelo IPCA, para que o reajuste dos

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aluguéis acompanhe de forma real e coerente a escalada inflacionária do país. Os sindicatos empresariais procuraram ouvir especialistas tributários e economistas, que fizeram análises sobre o tema e, com base em estudos, contra-

taram o escritório Souza Neto Advocacia, para ingressar com os processos junto ao STF. À luta dos sindicatos empresariais somou-se o apoio do Partido Social Democrata (PSD), que, entendendo a grave situação dos empresários locatários, legitimou-se como autor da demanda. Dessa forma, os sindicatos passaram a integrar as ações judiciais na condição de amicus curiae (ou amigo da Corte) [uma figura do direito brasileiro que garante a participação de órgãos públicos e entidades da sociedade civil em processos judiciais]. A substituição do IGP-M por um índice mais real dará às partes do contrato de locação melhor equilíbrio, possibilitando às empresas se manterem financeiramente para o exercício de suas atividades. Edson de Castro disse, ainda, que “os sindicatos, confiantes na vitória, continuam atuando na defesa de seus representados, para beneficiar a manutenção e o desenvolvimento das atividades econômicas e comerciais em todo o país”.

101 lojas e 680 salas fechadas O Setor Comercial Sul de Brasília vive uma crise sem precedentes, com 101 lojas e 680 salas fechadas em diferentes prédios. Levantamento do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF) indica que, das seis áreas do setor, a que mais tem pontos sem funcionar é a Quadra 2 – são 29 lojas sem operar há pelo menos oito meses. A Quadra 1 apresenta 26 lojas fechadas, e, na Quadra 3, são 16 imóveis sem funcionar. A Quadra 4 exibe 12 lojas sem operação, e a Quadra 6, a mais próxima da W3 Sul, contabiliza 18 lojas inoperantes. Estimativas indicam que os 145 edifícios e prédios comerciais têm

pelo menos 680 salas fechadas. As razões da crise no SCS passam pela pandemia, excesso de ambulantes, falta de estacionamento e de segurança, tanto de dia quanto à noite, e muitos prédios antigos construídos sem vagas para carros no subsolo. Para o vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta (foto), outro fator que contribui para a decadência do SCS é a escassez de vagas para carros nos estacionamentos públicos. “A partir das 9h, fica impossível estacionar, e os estacionamentos pagos são caros”, ponderou. Segundo ele, lojas e salas fecha-

das não geram emprego e renda e contribuem para a acentuar a crise que atinge há anos o SCS. “Há que se buscar uma solução para, ao menos, reduzir este cenário negativo”. Criado em 1960, o SCS envelheceu cedo com o surgimento de prédios modernos em outras áreas de Brasília. Escritórios de grandes empresas procuram alugar ou comprar salas em outras áreas do DF. Projeto do GDF para revitalizar o setor mostra-se moroso e os comerciantes que ali trabalham esperam uma solução para o impasse que desvaloriza os imóveis e acentua a crise econômica.

Reajuste do aluguel pelo Índice IGP-M - índice Geral de Preços do Mercado, em base anual (01.08.2017 a 01.08.2021). Período 01/08/2017

Valor do aluguel

Variação do índice

R$ 1.000,00

-

01/08/2018

R$ 1.082,62

8,26%

01/08/2019

R$ 1.152,04

6,41%

01/08/2020

R$ 1.258,82

9,27%

01/08/2021

R$ 1.684,83

33,84%

(início do contrato)

Obs: O valor acumulado do aluguel corrigido pelo IGP-M, para o período é de 1.684,83. Reajuste do aluguel pelo Índice IPCA-M índice de Preços ao Consumidor Amplo, em base anual (01.08.2017 a 31.07.2021). Valor do aluguel no início do contrato: R$ 1.000,00 Mês inicial: Agosto/2017 Mês final: Julho/2021 O percentual total no intervalo é de 20,26%. O valor acumulado do aluguel corrigido pelo IPCA, para o período -1/08/2017 a 31/07/2021 (4 anos) é de R$ 1.202,63. DIVULGAÇÃO


Brasília Capital n Política n 5 n Brasília, 14 a 20 de agosto de 2021 - bsbcapital.com.br

GDF não cumpre promessa de pagar exercício findo aos professores Anúncio do pagamento foi feito em outubro do ano passado, mas, até agora, nada Prometido pela Secretaria de Educação desde outubro do ano passado, o pagamento do exercício findo aos professores da rede pública do Distrito Federal segue pendente, aumentando o endividamento daqueles que contavam com o recurso. Há um verdadeiro jogo de empurra entre as secretarias de Educação e de Economia. Mas, pagamento que é bom, nada, apesar da garantia do ex-secretário de Educação, Leandro Cruz, em entrevista, em outubro do ano passado, ao jornal Brasília Capital, anunciado como “presente” à categoria por ocasião do Dia do Professor. De acordo com o compromisso da Secretaria de Educação, o primeiro

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ano a ser pago refere-se a 2006. Mas, os trabalhadores que detêm o crédito estão a ver navios. A professora Janete Faria se aposentou em 2005 e, desde o ano passado, aguarda o pagamento de cerca de R$ 2.000. “Estou na lista para receber e espero desde novembro, mas, até agora, nada”, diz Janete, que começou a dar aulas na Secretaria de Educação em 1979 e dedicou-se ao magistério por mais de 26 anos. As-

sim como ela, milhares de professores aguardam o pagamento que lhes é de direito. O “exercício findo” é a quitação de pendências do governo com os servidores não pagas no mesmo ano. Ou seja, são pagamentos tardios de licenças prêmios, férias atrasadas, correções de padrões, entre outros. A notícia sobre os pagamentos anunciada pelo então secretário Leandro Cruz depois foi reafirmada pelo governador Ibaneis. Eram R$ 35 milhões inicialmente de exercício findo relativo a 2006 e deveriam seguir um cronograma específico. O Sindicato dos Professores no Distrito Federal acompanha de perto a questão. “Hora a folha de pagamento está na Secretaria de Educação com problema, hora está na Secretaria de Economia... e fica esse empurra-empurra”, diz a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa. A atual secretária, Hélvia Paranaguá, se comprometeu a dar agilidade a isso, mas, o fato é que ainda não há uma data definida, apesar

do compromisso feito no Dia do Professor do ano passado. Depois de quitar o exercício findo de 2006, o Sinpro-DF começará a luta para que os professores que têm direito possam receber os anos de 2007, 2008, 2009, e, assim sucessivamente, até quitar o passivo (exercício findo) de 2020. Haja paciência. “Isso gera um prejuízo enorme, porque há professores com valores significativos a receber”, alerta a dirigente do sindicato. “Vale lembrar que essa diferença é fruto de erros da própria Secretaria de Educação, mas é o servidor que fica no prejuízo, pela morosidade e burocracia da máquina pública”, afirma Rosilene Corrêa. Em dezembro do ano passado, a Secretaria de Educação refez a programação e garantiu que a primeira parcela do exercício findo de 2006 seria paga no início de janeiro, junto com a folha de dezembro. Mais uma vez, a expectativa frustrou a categoria e, de lá para cá, nada ainda. E tudo isso diante de um silêncio ensurdecedor da Secretaria de Educação.

Categoria mantém indicativo de greve Diante da insuficiência da atuação do Governo do Distrito Federal para suavizar o risco de contaminação e proliferação da covid-19 nas escolas públicas com o retorno presencial às aulas, professores e orientadores educacionais decidiram manter o indicativo de greve. A deliberação foi feita em assembleia virtual realizada na quinta-feira (12), por mais de 78% dos participantes. A assembleia ainda aprovou a adesão da categoria do magistério público do DF ao Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa, agendado para quarta-feira, 18 de agosto. Além disso, também foi reafirmada a realização de assembleia geral com indicativo de greve no dia 30 de agosto, prevista no Calendário de Alerta e Monitoramento aprovado na assembleia do último dia 30 de julho. “Ainda estamos vivendo a pan-

demia, e o momento requer muita responsabilidade de todos nós. Aliás, responsabilidade é o que não falta à categoria desde o primeiro dia de pandemia”, disse a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa. Ao orientar a aprovação do encaminhamento da diretoria do Sinpro-DF, ela reforçou: “Não seria em um momento tão crítico como este que estamos vivendo que nosso Sindicato não reconheceria o que a categoria quer”. No esforço de garantir condições adequadas para assegurar a saúde física e psíquica de quem frequenta as escolas em plena pandemia, Rosilene reforçou a importância do Comitê de Monitoramento de Retorno às Aulas Presenciais na Rede Pública de Ensino do DF, criado pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), da Câmara Legislativa, e integrado pelo

Sinpro, OAB, Fiocruz e diversas organizações da sociedade civil. O mecanismo tem como objetivo verificar a oferta de estrutura, materiais e recursos humanos pelo GDF para o cumprimento dos protocolos de segurança nas unidades escolares. “É essencial que todas as pessoas que frequentam as escolas sejam fonte de informação do Comitê de Monitoramento”, disse a dirigente sindical. A presidente da CESC da Câmara Legislativa, deputada Arlete Sampaio (PT), participou da assembleia e informou que a visitação do Comitê de Monitoramento às escolas iniciará nesta sexta-feira (13). “A ideia é dividir o grupo para que possamos ter vários agentes fazendo essas visitas e verificando se os protocolos de segurança sanitária estão sendo cumpridos nas escolas”, afirmou. Segundo a parlamentar, o Comitê

se reunirá com a Secretaria de Educação na quarta-feira (18). “Não basta estar vacinado. Normas de segurança sanitária precisam ser cumpridas”, ponderou a deputada, que é médica. Os relatos e as denúncias referentes à falta de cumprimento de protocolos de segurança nas escolas poderão ser feitos por qualquer membro da comunidade escolar. Para isso, basta acessar a linha direta com o Sinpro-DF pelo WhatsApp (61) 99959-0105 ou com a CESC/ CLDF pelo o WhatsApp (61) 984508155. Também é possível entrar em contato com o Comitê pelo e-mail cesc@cl.df.gov.br.


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População de rua c Estudo do Ipea mostra que 222 mil brasileiros estão nesta situação. Aumento de 140% desde 2012 José Silva Jr. Um estudo organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) traz um traço triste – mas já esperado – da nossa sociedade. Segundo a entidade, a população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, chegando a quase 222 mil brasileiros no ano passado, com tendência de aumento da crise econômica acentuada pela pandemia da covid-19. O levantamento “Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil” também revela que a maioria dessas pessoas (81,5%), está em municípios/cidades com mais de 100 mil habitantes. “O tamanho do município, bem como seu grau de urbanização e de pobreza estão associados ao número de pessoas morando nas ruas, o que indica a necessidade de políticas públicas adequadas a essas cidades”, assinala o sociólogo e pesquisador do Ipea, Marco Antônio Natalino, autor do trabalho. No Distrito Federal, a população de pessoas em situação de rua chega a 2.260. Mas esses dados podem estar subdimensionados, uma vez que o número é correspondente aos que estão acompanhados pela equipe de abordagem da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Ou seja, não são contabilizados aqueles que não dispõem de nenhum tipo de atendimento.

Centros de Referência (acima) oferecem assistência social. A paraibana Thayla Valéria (ao lado) veio em busca de uma vida melhor

Com frio e sem emprego Atualmente, a Sedes trabalha com 140 profissionais que percorrem as cidades do DF em busca de ajudar essas pessoas que, na maioria das vezes, deixam seus estados de origem para tentar sorte melhor na “terra prometida” de Juscelino Kubitschek - o mestre da arquitetura moderna que desenhou a Capital Federal. É o caso da travesti Thayla Valério, 26 anos. Natural de João Pessoa, na Paraíba, ela veio para Brasília em busca de uma vida melhor. “Eu quero arrumar um emprego e sair dessa vida de morar nas ruas, mas não tenho

para onde ir”, lamenta ela, que passa as noites embaixo de uma árvore no canteiro da 903 Sul. E não foi fácil enfrentar o frio que fez na madrugada de quarta-feira (11). Os termômetros marcavam 16 graus quando Thayla tentava descansar envolta num cobertor puído e em cima de um colchão em semelhante estado. “Estava muito frio mesmo”, disse ela, que só conseguiu relaxar quando chegou o sol mais quente, por volta das 9h. Thayla é o típico caso de moradores em situação de rua que não querem ajuda do governo.

O governo local oferece 19 casas de passagem em todo o DF. Elas têm a finalidade de não deixar que isso que acontece com Thayla se repita e atinja outras pessoas. Destas, estão novinhas em folha as unidades do Guará, Taguatinga, Planaltina e Gama, que, juntas, oferecem 250 vagas. Sem contar os abrigos provisórios que foram instituídos no governo de Ibaneis Rocha por causa da pandemia. Atualmente, apenas o Alojamento Provisório de Ceilândia está funcionando, com 200 vagas. Hoje, tem 173 acolhidos na unidade.


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cresce na pandemia FOTOS: ANTÔNIO SABINO

Cléber Fabiano, do Paraná, está há 5 meses em Brasília: esperança de arrumar um emprego

Percevejos deixam trauma

O mineiro Wudson Teixeira não gosta dos abrigos: trauma e feridas no corpo causadas após um ataque de percevejos em Águas Lindas

Mesmo assim, Cléber Fabiano Santos, 41, prefere não entrar nessas casas. Em vez disso, pediu uma barraca para se instalar no gramado público da 903 Sul, onde tem um Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua (Centro POP), que ofereceu apoio a essas pessoas, como assistência social. Morador de Maringá (PR), ele está há 28 anos na rua. Chegou há cinco meses em Brasília também na esperança de arrumar emprego. Ele conta que é uma espécie de faz-tudo: de jardineiro a chacareiro. “Quem puder me dar uma ajuda, agradeço”, clama. O colega Wudson Teixeira 36, diz que não gosta dos abrigos por uma experiência ruim que teve numa dessas casas em Águas Lindas (GO). A prova do que fala está pelo seu corpo. Ao levantar a blusa, mostra feridas que teriam sido provocadas por percevejos. “Fiquei com trauma. Prefiro passar frio na rua”, lamenta o nativo de Minas Gerais.


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VIA

Satélites

Cartão Gás vai atender 70 mil famílias O GDF lançou, terça-feira (10), o Programa Cartão Gás, que vai atender 70 mil famílias em situação de vulnerabilidade social. A cada dois meses, os beneficiados vão receber R$ 100 para a aquisição de um botijão de gás de cozinha. Podem participar do programa pessoas já inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os inscritos podem fazer a solicitação pelo site do BRB. A previsão de entrega do benefício é a partir de setembro.

Por Lorrane Oliveira

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Vacina para jovens de 18 anos – O governador Ibaneis Rocha afirmou, quarta-feira (11), que as doses previstas para chegar no fim de semana serão destinadas ao público de 18 e 19 anos a partir da próxima semana. Segundo a Secretaria de Saúde, 1.569.711 pessoas já receberam a 1ª dose na capital e 606.424 tiveram acesso às duas doses, que garantem a imunização completa.

DISTRITO FEDERAL

Ibaneis inaugura UBS no Paranoá Parque A Unidade Básica de Saúde do Paranoá Parque (foto), primeira da região, na Quadra 2, foi entregue à população na quarta-feira (11), pelo governador Ibaneis Rocha. A UBS beneficiará mais de 26 mil famílias que vivem no

conjunto habitacional. No local, atuarão seis equipes de Saúde da Família, uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), uma multiprofissional e três equipes de saúde bucal, divididos em 11 consultórios. RENATO ALVES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Estão abertas as inscrições para o 26ª Seminário de Atualização de Normas e Procedimentos de Controle Externo do Tribunal de Contas do DF. Pela primeira vez em formato virtual, o evento de capacitação para servidores dos órgãos e entidades do DF vai abordar a Nova Lei de Licitações, com palestras on-line nos dias 30 e 31 de agosto e oficinas no dia 1º de setembro. Haverá emissão de certificado. Inscrições pelo site escon.tc.df.gov.br até o dia 28.

Treinamento para teste de aptidão física

Aplicativo promoverá educação fiscal Um aplicativo lúdico-pedagógico, em formato de jogo, será disponibilizado pelo GDF a escolas da rede pública com o objetivo de promover educação fiscal a professores e alunos. O EnCena aborda “assuntos necessários à formação para a cidadania”, como Estado, tributos, finanças, gestão pública, ética e controle social. A proposta, segundo o governo, é usar tecnologia e produção audiovisual de forma estratégica para a transposição didática dos conteúdos relativos ao tema educação fiscal. Em um primeiro momento, será executado, até o final do ano, um piloto a estudantes e professores do ensino fundamental e médio de 80 escolas da rede pública.

Seminário aborda nova Lei de Licitações

Novas regras para xepas de vacina A Secretaria de Saúde atualizou as regras para a destinação das sobras de vacinas contra a covid-19 nos postos do DF. Pessoas a partir de 18 anos, sem comorbidades, podem receber as chamadas

xepas desde que não haja alguém com idade superior ou com prioridade na fila pela imunização. A pasta autorizou a redução da faixa etária para que as doses remanescentes não sejam perdidas.

HUB oferece reabilitação pulmonar pós-covid O Hospital Universitário de Brasília oferece tratamento de reabilitação pulmonar para pacientes com sequelas da covid-19. O projeto oferece 60 vagas. Para ter acesso, é preciso encaminhamento médico de um profissional da

rede pública. O interessado deve procurar a Central de Marcação do HUB, de segunda a sexta, de 7h às 19h. O programa dura dois meses e conta com atividades três vezes por semana, sendo duas no hospital e uma em casa.

A Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) anunciou, terça-feira (10), a criação de um treinamento gratuito para o Teste de Aptidão Física (TAF) exigido em concursos públicos. Serão 90 vagas por bimestre, divididas em seis turmas de 15 alunos. Cada turma terá oito semanas de treinamento. A Secretaria indicará os educadores esportivos voluntários que atuarão no projeto. As inscrições e as divulgações das turmas serão pelo site da Secretaria. AGÊNCIA BRASÍLIA


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IGES-DF: o parasita ataca outra vez Quanto você ganha pelo seu serviço? Qual o valor do seu salário? Você considera justo? Dá para pagar as contas com folga e fazer planos para o futuro? A resposta: “você que sabe”. Fiz essas perguntas para dar vazão ao que vem a seguir. No IGES-DF, do qual falamos na semana passada, o presidente, Gilberto Occhi, ganha um salário de mais de R$ 27 mil. Além disso, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, criou para ele a chamada “verba de representação” – um benefício na casa dos R$ 6 mil para pagar despesas de previdência, telefonia, internet e até plano de saúde. Um total de R$ 33 mil mensais. O vice-presidente e diretores-executivos também ganharam o auxílio. E isso é apenas parte de uma situação que corrobora, e muito, para que a saúde pública do DF esteja pedindo socorro. Há uma semana, a CLDF aprovou, às pressas, mais um pacote de socorro ao IGES-DF. Dinheiro público usado para “sanar” o rombo do Instituto. Uma soma de R$ 107,5 milhões entregue ao IGES-DF, esse mesmo que paga salários exorbitantes, com a desculpa de que o Instituto está com

problemas de caixa. No dia da aprovação, estavam presentes no plenário o secretário Osnei Okumoto e o presidente do IGES, Gilberto Occhi. Quando da sua criação, a promessa era de que o Instituto de Gestão Estratégica (IGES-DF) funcionaria de maneira “independente”. No entanto, hoje, ele depende 100% de verba pública – dinheiro também extraído da Secretaria de Saúde. Tira daqui e tapa o buraco ali. Essa é a ordem. E tão estranho quanto um navio afundado com os capitães enriquecendo, é a maneira como o PL (pacote de socorro) foi aprovado rapidamente pela CLDF. O texto chegou à Casa em 28 de julho e foi lido em plenário no dia 3 de agosto. Segundo fontes da Câmara, apesar de não ser o “usual” e muito menos proibido, o fato é que o empréstimo ao IGES-DF não passou pelo ciclo normal de tramitar pelas comissões – como a de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF). Na contramão do aporte financeiro ao IGES-DF, o Hospital do Gama não tem o básico para o atendimento à população. Estive lá e verifiquei que, infelizmente, é necessária a

interdição temporária do exercício profissional de médicos no HRG. Falta de um tudo: profissionais, equipamentos, segurança aos pacientes, insumos, remédios e até a estrutura do prédio pode ser colocada em xeque. O HRG é resultado claro da negligência à saúde pública do DF. Porque a soma de todos esses lamentáveis fatores levou à morte de pessoas que poderiam ter sido tratadas. Mas, não sobreviveram à precarização do sistema. Essa aprovação, às pressas, de um pacote de socorro ao Instituto nos alerta para o quanto precisamos, diariamente, vigiar as ações do governo. O incremento no salário do presidente do IGES-DF mostra o mesmo. Me pergunto: cadê a CPI do IGES? Muito se falou sobre a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito e, na prática, nada foi feito. Não saiu do campo das ideias. Com tantas irregularidades, como narrei no artigo passado, por que não interessa aos parlamentares investigar o Instituto? Na verdade, a quem interessa o tal Instituto? A cortina de fumaça que encobre o IGES-DF prejudica a saúde da população do DF. Se no passado o

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

Hospital de Base já foi referência em atendimento terciário, nem isso o resta mais. Sem falar nos hospitais da SES-DF, que sofrem por não serem a menina dos olhos deste governo. A falta de coerência entre discurso, propaganda e prática é gritante. Enquanto os rombos no IGES são sanados, sem chegar à ponta (ao cidadão), a saúde pública (outros hospitais da rede) aguarda mais investimentos. O meu medo, diante de tudo isso, é que a máxima se confirme: “sanar para saquear”.

Setor de TI entrega manifesto a Ibaneis Sete entidades representativas do setor de Tecnologia da Informação (TI) do DF se reuniram na quarta-feira (11) com o governador Ibaneis Rocha para tratar de um projeto de desenvolvimento que pretende “mudar os rumos da economia local”. Denominado GforTI, o grupo apresentou um Manifesto Conjunto do Setor de TI, que contém dez projetos ou ações prioritárias para o segmento. O presidente do Sindicato das Empresas de Serviços de Informática (Sindesei), Christian Tadeu, apresentou números do setor de TI que impressionaram o secretário de Economia, André Clemente. São 5.220 CNPJs ativos e 1.178 empresas ativas, que empregam 28 mil trabalhadores, além de mais de 5 mil técnicos que trabalham para as empresas de TI como pessoa jurídica. A mão de obra feminina atinge 35% dos contratados e os negros e

Governador recebeu representantes de sete entidades do setor de Tecnologia da Informação

pardos são 44%. O rendimento salarial médio nas equipes de trabalho é próximo dos R$ 5 mil, o que demonstra a força do segmento. O segmento tem 136 técnicos com grau de doutorado, 203 com mestrado e 15.800 de nível superior. A arrecadação tributária das empresas de TI do DF em 2021 deve ultrapassar os R$ 375 milhões, o que representa a segunda maior ar-

recadação do GDF no setor de serviços, logo abaixo do setor financeiro. Djalma Petit, do Tecsoft, expôs ao governador a necessidade de produzir um projeto de desenvolvimento empresarial usando o poderio da FAPDF no apoio ao setor, que tem perspectiva de expandir negócios no governo federal e nos diversos estados brasileiros. A instalação efetiva do Par-

que Tecnológico Biotic é o grande anseio de todas as lideranças de TI, que acompanham de perto o planejamento que vem sendo feito nesse sentido. No documento entregue ao governador, e que já era do conhecimento do secretário Gilvam Máximo, defende-se a revisão da Lei 6.140 (Lei de Inovação do DF) e a aplicação do Projeto Plataforma da Inovação em TI do DF, assim como o Projeto Candango de Inovação. O presidente do Sindicato das Indústrias da Informação (Sinfor-DF), Ricardo de Figueiredo Caldas, declarou que os empresários reconheceram ações do atual governo em relação ao setor. Destacou como estratégica a unificação da alíquota do ISS em 2%, em janeiro de 2020, em nível já praticado em outros estados, devolvendo condições de competitividade ao DF.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Descompensada O que uma mulher tanto procura, o que tanto precisa no calar da noite? Já são onze e meia. Décima ida à geladeira. Incrível, não sei como é a sua, mas aqui em casa, no meu universo particular, é muito comum. A pobre geladeira precisa me suprir de quase tudo. E, na falta de uma realização, de um sonho, de um abraço, ou sabe-se lá o quê, ela me oferece o que tem: comida. Conheço um monte de gente. Setenta por cento são mulheres. Destas, a maioria absoluta precisa perder dois quilos. E geral-

mente fazem ataques noturnos à geladeira. Até minha terapeuta. Aquelas bochechas denunciam. E é essa “fofa” que está me ajudando a encontrar meu centro. Estou perdida. O que uma mulher tanto procura, o que tanto precisa no calar da noite? Por que precisamos nos encher tanto? Que vazio medonho é esse? Três da manhã, já comi todos os chocolates que havia escondido de mim mesma. Li sobre estudos que comprovam que o chocolate

ESPÍRITA

José Matos Culpa, justificativa e orgulho As três atitudes que levam à queda Faça uma retrospectiva de sua vida e veja que sempre que você errou, culpou-se, culpou os outros ou justificou-se. São estas as atitudes que levam à queda. Se você se culpa, se achará indigno, e o sentimento de indignidade destruirá sua autoestima, te desanimando, deprimindo ou

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

revoltando. De uma outra maneira, se cair na tentação de culpar os outros ou justificar os atos errados, cairá, porque repetirá os atos errados e sempre se protegerá por meio dessas duas atitudes. O processo da queda é imperceptível nos primeiros

traz prazer instantâneo, libera serotonina. Comigo não está funcionando. Gosto de mesclar chocolate com café, com dor de cotovelo e com autopiedade. Caso exista uma garrafa de Merlot aberta, sensacional. O efeito do vinho em pessoas mais conectadas no “out” tem efeito potencializado. Aí o sono pode chegar. Preciso tirar esse gosto doce da boca. Uma questão puramente de harmonização. Não tem nada pior que cometer gafes! Então... Um queijinho por favor. Deus! O ciclo não para. Entre uma coisa e outra, me sinto tão cheia e tão vazia. Cheia de mim. Cansada desse marasmo que me ronda. Tudo em câmera lenta. Pareço presa a alguma coisa que não sei como explicar. Mas a tal bochechuda da minha terapeuta parece que também não encontrou seus oponentes. E o pior de tudo é que hoje ainda é terça-feira, e só costumo renovar as promessas às segundas-feiras. Segundas parecem Réveillon. Nada mudou, mas nos iludimos com o aval da sociedade, dos ami-

gos e de nós mesmos de que tudo vai ser diferente. É isso! Diferente! Aí está uma boa parte do problema. Não sei se estou diferente do que sou, ou se estou muito igual e tudo o que preciso é ser diferente do que se apresenta hoje. Cinco da manhã. O estoque acabou. Não tenho mais desculpas, não tenho mais comida, não tenho mais nada. Eu estava precisando de umas coisinhas que me fizessem esquecer o que eu realmente preciso. Mas hoje ainda é terça. Eu também sou terça. A terça parte de mim. A terça parte de tudo. Desalinhada. Descompensada. Recolho o que restou desta noite. Reboco meu corpo, mais pesado hoje, para um banho. Banhos quentes são terapêuticos e têm o mesmo efeito Réveillon. Abro o guarda-roupa e escolho o que vou usar. Divertida, agradável, linda. Ótimo. Afinal, já é quarta. E lá fora já tem cinza demais.

tempos, e somente através da autorreflexão ou da humildade, para ouvir quem lhe advertir, poderá interrompê-la. Não interrompida, descobrirá não ser mais a mesma pessoa. Então, é preciso voltar. Não voltando, lança-se mão do terceiro elemento definitivo para a queda: o orgulho. Da pessoa carinhosa que era, agora orgulha-se de ser estúpido. Do pacifista do passado, orgulha-se de ser violento. O alcoólatra se orgulhará da qualidade ou da quantidade da bebida. Da conduta honesta, agora orgulha-se de ser desonesto. Geralmente, a tentação para a queda acontece quando você está frágil; quando está com dificuldades. Se está desgostoso com seu companheiro ou com-

panheira, aparecerá alguém para lhe seduzir ou se deixar ser seduzido (a). Se for carência financeira, terá contato com dinheiro. Estando insatisfeito, será tentado (a). Todo os grandes Mestres que vieram à Terra pediram três atitudes básicas: desapego de pessoas e coisas, generosidade com o próximo, e atenção com os pensamentos e sentimentos. É na desatenção, principalmente nos momentos de fragilidade, onde tudo começa. O Mestre maior acrescentou a necessidade da oração: “Orai e vigiai, para não entreis em tentação”.

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


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Gastronomia

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

Dedé Roriz

DON LEON

A autêntica comida mediterrânea em Brasília Os brasilienses amantes da culinária espanhola foram brindados, há pouco mais de nove meses, com a chegada do restaurante Don Leon, na 112 Sul. Comandada pela chef Mari Pérez, a casa, especializada em comida mediterrânea, serve a autêntica paella valenciana e um bacalhau que nada fica a dever aos bons portugueses. Mas a chef Mari Pérez não se limitou a frutos do mar e incluiu no cardápio o bife ancho rúbia galega, acompanhado do o melhor purê de batata, farofa e arroz. Tudo isso num ambiente agradável e aconchegante. Vale conferir.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @donleonbrasilia (61) 99276-2727

NORU SUSHI

Um chef premiado em sua casa Reúna os amigos e receba em casa um chef três estrelas do conceituado guia Michelin para saborear delícias como caviar, sushi, sashimi, atum, ceviche, salmão, robalo, trufas e pancettas. Seria o tradicional sushi japonês com um toque brasileiro, preparado pelo chef Nishimura. A aposta é dos empresários Felipe Pataro, Marcos Souza e Bruna Mothe, que estão montando o Noru Sushi. Mas, para não perder tempo, enquan-

to a obra do futuro restaurante não fica pronta, eles criaram o Noru “em casa”, disponibilizado para seletos grupos de, no mínimo, oito pessoas. Após a inauguração da nova casa da rede Noru, ainda sem data marcada, a experiência se tornará bem mais ampla para os amantes da culinária japonesa. Até lá, também pode ser incluída na lista de pratos preparados na casa do cliente a deliciosa sobremesa guioza de doce de leite com sorvete.

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @norusushi (61) 99276-0230


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 14 a 20 de agosto de 2021 - bsbcapital.com.br

O movimento, a Educação e a vitória Mesmo maculado por mais de 500 mil mortos, desemprego e inflação em alta, o Brasil ficou em 12º lugar na Olimpíada. Um feito para uma nação de tantas desigualdades Ricardo Nogueira Viana (*) Esta semana, o mundo presenciou o encerramento dos 32º jogos olímpicos da era moderna. Um momento ímpar o evento da superação, da inclusão e da diversidade. Um mundo tentando trilhar novos atalhos, ainda durante a pandemia da covid-19. Onze mil atletas de 206 países estiveram confinados por 15 dias em busca de superação, metas, recordes e da tão desejada medalha. Maculado por mais de 500 mil mortos, desemprego, inflação em alta, o Brasil saiu do evento com um recorde de medalhas em 12º lugar no quadro geral. Um feito para uma nação de tantas desigualdades. Há quem ouse pronunciar que estamos nos tornando uma potência olímpica. Entretanto, antes de atingir este nível, primeiro teremos que nos tornar um país desenvolvido. Quando focamos objetivos no esporte de resultado, mais conhecido como de alto nível, segregamos não só pessoas, mas os benefícios que o esporte pode trazer à formação do ser e a uma sociedade em evolução. Em pouco mais de duas semanas, presenciamos números, resultados e altas performances. Dentre estes, Brasileiros inominados ganharam o cenário mundial: Rayssa, a Fadinha do Skate, encantou com sua astúcia; Ítalo silenciou Poseidon; Rebeca cumprimentou Deus ao saltar além nuvens. E assim seguiu a trupe brasileira. Nosso desempenho foi singular,

DIVULGAÇÃO

comparado a anos anteriores, até mesmo quanto aos últimos jogos, disputados no Brasil. Hino nacional, choro, Miratowa em uma das mãos e medalha na outra, tudo isso é consequência. Mas qual a origem deste progresso? Esporte de base, bons tutores, patrocínios e políticas públicas. Todos esses atletas apareceram do esporte informal, isto é, praticaram uma atividade esportiva em tenra idade, seja na escola, em projetos ou em academias, mostraram capacidade. Depois, foram lapidados em suas habilidades até que passaram a ser expoentes e se consagraram. É esse tipo de esporte que a sociedade deve apoiar, entender e desejar. O esporte baseado no desenvolvimento integral do ser, não só no seu aspecto físico, motor, mas também no ambiente cognitivo e afetivo. O esporte formação, onde se possa não só reproduzir movimentos, mas desenvolver o ser em sua essência, educando-o através do movimento. Rememoro os meus tempos de judoca, esporte em que me graduei. Meu professor, Júlio Adnet, pioneiro de Brasília, sempre após os treinamentos nos reunia para uma partilha. Para um adolescente, aquilo parecia inócuo. Mas não. Primeiramente, tínhamos nossa instrução, ou seja, reproduzíamos movimentos. Depois, partíamos para a educação. Foi ali que experimentei valores, estreitei vínculos, aprendi lições de vida, respeito, disciplina e principalmente a respeitar as diferenças. Apesar de ter um bom rendimento nos treinos, certa vez tive minha graduação condicionada ao meu rendimento escolar, o qual deixava a desejar. Isso me marcou. Daquela turma, apenas um – Ezequiel Paraguassu – chegou ao

triunfo de alçar uma vaga olímpica. E os demais, fracassaram? Com certeza, não. Tornaram-se homens - a turma só tinha pessoas deste gênero –, constituíram suas famílias, profissões, pagam suas contas. Ou seja, formados por meio do esporte. Em visão macro, por meio de um profissional de educação física capacitado, o qual saiba contextualizar sua práxis, o esporte será mais atrativo, inclusivo e transformador. Passo além: teremos mais pessoas praticando atividade física e estas serão educadas holisticamente pelo movimento. Daí advirão menos crianças nas ruas, menos violência, uma população mais saudável, menos leitos de hospitais ocupados, diminuição dos gastos públicos. Uma sociedade mais evoluída. Em uma segunda vertente, mediante este mesmo profissional, serão garimpados outros Isaquias, Anas, Maíras e Heberts, os quais, içados pelo apoio indispensável do Estado, conseguirão conduzir suas carreiras como profissionais, sem necessitarem exercer atividades extras ao esporte, com acesso a moradia e aposentadoria especial. Além das vítimas da pandemia, que já somam mais de 560 mil mortos, assimilamos 14,8 milhões de desempregados, 11 milhões de analfabetos e somos o país em que mais se morre de forma violenta do mundo, segundo dados da Small Arms Survey. Portanto, nossa população vive mal. Não somos um país desenvolvido, tampouco em desenvolvimento. E isto rechaça a hipótese de nos tornarmos uma potência olímpica. Analisando a estrutura e o planejamento dos países nas primeiras colocações no quadro de medalhas, o enfoque é exatamente este: investiu-se na formação do cidadão através do esporte informal. Adiante, foi edificada uma sociedade justa e solidária e, em consequência desse trabalho de base, surgiram inúmeros campeões. (*) Delegado-chefe da 6ª DP e Professor de Educação física

LIBERTADORES

Copa Libertadores do Brasil? Gustavo Pontes A Libertadores pode virar uma Copa do Brasil na próxima fase. Há possibilidade real de os semifinalistas serem brasileiros. Um representante já é certo, já que São Paulo e Palmeiras decidirão a vaga na próxima semana, após empate de 1 a 1. Outros dois já saíram em vantagem no jogo de ida. O Fla goleou o Olímpia por 4 a 1 e pode até perder por 3 gols. O Atlético-MG também jogou fora contra o River e venceu por 1 a 0. Quem mais tem chances de evitar uma semifinal 100% brasileira é o Barcelona Guayaquil, que empatou com o Flu. O tricolor precisa da vitória no Equador ou de um empate por 3 gols ou mais. Outro 2 a 2 leva a disputa aos pênaltis. Caso avance, o Flu deve pegar o Fla, no primeiro confronto direto da história da Libertadores.

ELIMINATÓRIAS

Tite convoca 6 campeões olímpicos Menos de uma semana após a final do futebol masculino nas Olimpíadas, o técnico Tite convocou a seleção principal na sexta-feira (13) para a rodada tripla das Eliminatórias em setembro e mostrou que ficou de olho nos jogos de Tóquio. Dos 23 convocados, seis conquistaram a medalha de ouro: Daniel Alves, Guilherme Arana, Bruno Guimarães, Claudinho, Matheus Cunha e Richarlison. A lista teve uma surpresa: o atacante Raphinha, do Leeds United, da Inglaterra, um dos destaques da última Premier League, que terá sua primeira chance com a amarelinha. (PG)


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