Capa do Brasília Capital conquista internautas
Leitores compartilham a página em suas redes sociais. Confira o que publicaram os principais jornais e revistas do Brasil e do mundo e compare Paginas 6
Na primeira viagem a Brasília após a vitória, presidente eleito faz discurso conciliador, instala governo de transição, reúne-se com chefes de outros Poderes, reitera compromisso de acabar com a fome no País e ignora manifestações antidemocráticas. Pelaí – Páginas
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12 a 18
2022
XII - número 592
Brasília,
de novembro de
Ano
DIVULGAÇÃO / RICARDO STUCKERT
2 e 3
Expediente
Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com
Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com (61) 98406-7869
Diagramação / Arte final Giza Dairell
Redatora Diva Araújo edivaraujo@gmail.com
Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com
Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/ Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).
Os textos assinados são de responsabilidade dos autores
EFICÁCIA – O TSE recebeu o relatório final do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral de 2022. O documento com 63 páginas não apontou nenhuma irregularidade ou fraude no sistema, e afirma que os dados impressos das urnas ao final da votação conferem com os dados divulgados pela Corte e comprovaram a eficácia, lisura e transparência da apuração e da totalização dos votos.
O dono da bola
Nas peladas de rua, geralmen te os “pernas de pau” compram a bola. Desta forma, exigem o direito de serem escalados no time. Mes mo assim, quando derrotados, re colhem o brinquedo e acabam com a diversão da galera. Adeptos de metáforas futebolísticas, Luiz Iná cio Lula da Silva e Jair Bolsonaro fazem lembrar essas pelejas ama doras comuns em todo o Brasil.
Derrotado no segundo turno, o palmeirense Bolsonaro reluta em reconhecer o resultado das urnas de 30 de outubro. Indiferente aos res mungos do atual ocupante do cargo, o corintiano Lula desembarcou em Brasília dez dias depois da consagra dora vitória para a terceira passagem pelo Palácio do Planalto. E, fazendo lembrar o hino do Santos, um rival em comum de seus clubes, mostrou que agora é ele quem está com a bola.
Enquanto o atual titular do cargo se isolou na residência oficial da Pre sidência da República, ameaçando não reconhecer a derrota e, de certa forma, insuflando seus mais fanáti cos seguidores a manterem-se mobi lizados, Lula circulou com desenvol tura pela capital. Encontrou-se com os presidentes da Câmara, do Senado, do STF e do TSE. E tratou de melho
rar o ar pesado que se respira em Brasília.
Indiferente à mani festação de opositores que insistem em per manecer nas portas dos quartéis pedin do uma inconstitu cional intervenção militar, o petista instalou o seu go verno de transição e começou a devolver o Brasil à normalidade institucional.
será muito mais amena do que a vivida nos últimos quatro anos.
“O Brasil não suporta mais esse clima de agres sões. Vamos unir o País”, pregou o líder que comanda rá a nação pela terceira vez. E reiterou o com promisso de tra balhar intensamen te para que, ao fim do novo mandato, possa entregar um país em que todos os brasileiros tenham o direito de fazer três refeições por dia – café da ma nhã, almoço e jantar.
No Centro Cultural Banco do Bra sil (CCBB), reuniu senadores e depu tados para articular a aprovação das medidas que pretende implementar a partir da posse, em 1º de janeiro. E deixou claro, inclusive para os pro fissionais de imprensa, que a relação
Sem dúvida, uma boa preleção do novo treinador de uma equipe que precisa devolver o Brasil à primeira divisão entre os países democráticos. Ainda mais porque Lula não demons tra o rancor que seria natural a qual quer ser humano injustamente preso por 580 dias por um juiz parcial que o afastou da disputa eleitoral de 2018. A postura de Lula mostrou aos brasilei ros e ao mundo quem é o novo cam peão absoluto do Brasil neste ano.
Livro de Veras faz sucesso
Reginaldo Veras e Jefferson Urani lançaram, na terça-feira (8), a quarta edição ampliada do livro Distrito Federal + RIDE – História, Geografia e Sociedade. O evento reuniu mais de cem pessoas no Stoll Rock Bar, em Taguatinga Sul. A publi cação tem 300 questões comentadas sobre o Distrito Federal e a Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (Ride) aplicadas pelos professores em cursinhos preparatórios para vestibulares e Enem (Exame Nacional de Ensino Médio).
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“Agora quem dá bola é o Santos O Santos é o novo campeão Glorioso alvinegro praiano Campeão absoluto deste ano”
Trecho do hino oficial do Santos Futebol Clube
ORLANDO PONTES
Violência gratuita
Um episódio no domingo (6) à noi te, no restaurante Fausto & Manuel, na quadra 406 Sul de Brasília, resu me a falta de limites de alguns bolso naristas que se recusam a reconhe cer o resultado das urnas. Enquanto jantava com o ex-senador Lindbergh Farias (PT), a presidente do PT, depu tada Gleisi Hoffman foi alvo de uma tentativa de agressão pelo empresá rio Ney Carneiro Filho.
Dono de uma loja de multimarcas na 407 Sul, em frente ao restaurante, Ney gesticulava em direção à mesa dos petistas imitando uma arma de fogo. Em seguida, passou a hostiliza -los e ameaça-los, xingando Lindber gh de “babaca” e gritando que “o ma landro está de volta”. E ameaçava: “Vou te dar uma porrada”.
A ocorrência foi registrada na 1ª DP, na Asa Sul, como crime decor
rente de violência político-partidária, injúria, ameaça e vias de fato – agres são que não deixa lesões. Segundo o delegado Jônatas Silva, foi incluído no processo um vídeo da confusão e imagens de câmeras de segurança. Testemunhas ainda serão ouvidas durante a apuração.
Fúria
A ira bolsonarista se voltou, tam bém, contra o Brasília Capital. Fu rioso com as duas últimas edições do jornal, que mostraram na capa as 13 principais propostas de Lula para governar o País pelos próximos quatro anos e a comemoração do presidente eleito com um beijo na esposa Janja, realçando a vitória do amor, um eleitor de Jair Bolsonaro rasgou os exemplares que lhe foram entregues. Pior pra ele, que perdeu uma boa oportunidade de exercer o altruísmo e ficar bem informado.
Passear e se alimentar estão mais ca ros para o brasiliense. Os efeitos da ma quiagem fiscal, promovida pelo gover no federal às vésperas das eleições, estão perdendo força. Mesmo com o teto do ICMS sobre combustíveis, telecomuni cações e energia rebaixados, após três meses a inflação dá sinais de retorno.
O DF registrou, em outubro, a se gunda maior taxa entre as 16 regiões
metropolitanas/municípios pesquisa dos pelo IBGE, superando, inclusive, a taxa de inflação nacional. A capital apresentou uma elevação da inflação de 0,87%, enquanto no Brasil, como um todo, a alta foi de 0,59%, aferida pelo Índice Nacional de Preços ao Con sumidor Amplo (IPCA). A inflação can danga acumulada no ano é de 4,65% e de 6,23% nos últimos 12 meses.
Como erguer as ruínas do SUS?
MARIA FÁTIMA DE SOUSA (*)
O desmon te causado ao Sistema Único de Saúde (SUS), respeitado em todo o mundo e cuja grande za foi compro vada durante a pandemia ao salvar centenas de milhares de vidas, com exceção daquelas negli genciadas pelo Estado – será recu perado com a volta do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder nacional. Essa é nossa es perança. Vários são os caminhos, mas é vital recomeçar por seis de les, os quais enumero. Primeiro, qualificar o pacto fe derativo no entorno das agendas prioritárias à consolidação do SUS e tomar com experiência a disposi ção política que foi criar o Consór cio do Nordeste durante a maior crise da saúde pública dos últimos 100 anos. A tripartite deverá ser fortalecida, pois é nesta mesa que se sentam os gestores dos governos federal, estaduais e municipais, com efeitos reais de um federalis mo, cooperativo e horizontalizado.
Segundo, enfrentar a questão do financiamento do SUS, situação que nunca foi resolvida nesses 33 anos de sua existência, ainda que a Constituição de 1988 determi ne que as três esferas de governo financiem o sistema, gerando re ceita necessária para custear as despesas com ações e serviços pú blicos de saúde.
A cada ano há cortes no orça mento da saúde. Em nome da esta bilidade fiscal, a sangria tem várias veias, a exemplo da EC/99 do teto de gasto, a retirada dos recursos oriun dos do Pré-Sal, a PEC Emergencial, que tirou recursos da saúde para pagamento de juros da dívida pú blica (receitas que alimentam os chamados “fundos públicos do Exe cutivo), e os incentivos fiscais para seguradoras de saúde. Um garrote que amarrou em cinco anos (20182022) mais de R$ 48 bilhões.
Terceiro, é preciso investir numa política de pessoal, criando uma carreira típica de estado para os profissionais da saúde, com uma carreira e mobilidade nacio nal, pactuada entre os três níveis de gestão do SUS.
Quarta, ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família e dos agentes comunitários de saúde, como base estruturante da Aten ção Primária em Saúde, configu rando-se em Redes Integradas, reconfigurando os processos de re gionalização com planejamentos territoriais concretos, com vistas a superarmos a fragmentação da gestão e da atenção à saúde.
Quinto, investir no Complexo Econômico e Industrial da Saúde, colocando o setor saúde como um dos pilares da reindustrialização ao desenvolvimento econômico do pais, fortalecendo as instituições de ensino, pesquisa e inovação
Sexto, requalificar a relação do SUS com parceiros privados, tanto as Santas Casas, hospitais filantró picos, como as seguradoras dos planos de saúde. Afinal, não é su ficiente reajustar a tabela de pro cedimentos do SUS, uma heran ça maldita dos anos 80 do velho Inamps. É preciso criar alternati vas de planejamento e orçamento integrado, rumo à produção social de saúde, com indicadores de saú de e vida à população dos diferen tes municípios brasileiros.
Assim, estaremos prontos para reerguer as ruinas do SUS e cui darmos, com responsabilidade sanitária, das políticas publicas de atenção à saúde da mulher, da população LGBTQIAP+, negros, indígenas, trabalhadores, pessoas vivendo em situação de rua, priva das de liberdade, usuárias de álco ol e outras drogas (saúde mental), segurança alimentar e nutricional.
Somente assim, podemos dizer que estamos cuidando, com digni dade, da saúde do nosso povo, com a participação direta do controle so cial. Eis o desafio do presidente Lula.
Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 12 a 18 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br
(*) Professora da Faculdade de Saúde da UnB
DIVULGAÇÃO
Inflação volta a crescer no DF REPRODUÇÃO TV
Desafios para a reconstrução do Brasil
AGÊNCIA BRASIL
De 4 a 6 de no vembro, foi realiza do em João Pessoa (PB), o 27º Simpósio Nacional dos Conse lhos de Economia, e aqui reproduzo a síntese do docu mento final, que expressa o que os economistas brasileiros sugerem para a reconstrução do Brasil:
“Diante do cenário internacio nal instável e num quadro em que o País está de volta ao mapa da fome, milhões sem emprego ou subempre gados e famílias e empresas endivi dadas, o maior desafio do próximo governo será restaurar as políticas públicas que possibilitem a promoção de elevado crescimento econômico, inclusivo e sustentável, com estabili dade de preços e aumento do bem-es tar. O êxito nesse desafio dependerá de uma série de ações, dentre as quais consideramos as mais importantes:
a – Instituir um novo arcabouço fiscal, que acomode política anticíclica
e de promoção dos investimentos, da produtividade e da redução das de sigualdades, redefinindo o conjunto de regras fiscais, revogando o teto de gastos que, além de disfuncional, é um mecanismo que inviabiliza qualquer política social ou de crescimento;
b – Manter o controle da inflação com taxas de juros menores, com medidas como mudar a política de preços da Petrobras; fazer alterações em impostos indiretos; recompor es toques regulatórios e efetuar inter locuções com o Banco Central para fazer ajustes no modelo de política monetária que permitam reduzir as taxas de juros;
c – Reaver ativos e investimentos das estatais estratégicas, revertendo o atual desmonte, garantindo capacidade de desenvolvimento científico e tecno lógico. Na Petrobrás, alterar a política de formação de preços, que privilegia a distribuição de dividendos, em detri mento dos consumidores e dos projetos de investimento da própria empresa; d – Realizar reforma tributária que promova a simplificação e institua a pro gressividade prevista na Constituição de 1988, particularmente com impostos
sobre grandes fortunas, movimentações financeiras e lucros e dividendos distri buídos, como uma das formas de finan ciamento das urgentes políticas sociais;
e – Promover o crescimento da ren da e o pleno emprego com investimen tos em infraestrutura, retomada do Minha Casa Minha Vida e crédito mais barato pelos bancos públicos, direcio nado, preferencialmente, a projetos de investimentos de grande potencial de geração de emprego, a micro e peque nas empresas e aos consumidores;
f – Revisar a legislação trabalhista e previdenciária, revogando os itens que facilitam a disseminação do traba lho precário, garantindo os direitos aos milhões de trabalhadores que estão nestas condições;
g – Propiciar o crescimento da pro dutividade, com aumento da qualida de do ensino em todos os níveis e re alizar maiores investimentos públicos e incentivos a privados, em ciência, tecnologia e inovação;
h – Implementar políticas públicas que reduzam a desigualdade social, começando pelo combate à fome, que atinge 33 milhões de brasileiros. Forta lecer os programas assistenciais, com
pensatórios, retomando o Bolsa Famí lia; o Farmácia Popular; o Programa Nacional de Alimentação Escolar e o contínuo aprimoramento do SUS;
i – Fazer gestões junto ao Banco Central, para evitar medidas que pos sam comprometer a estabilidade do sistema financeiro nacional e da taxa de câmbio, revisando a nova legislação cambial para impedir a abertura de contas em moeda estrangeira no país e preservar o espaço legal para o contro le dos fluxos de capitais estrangeiros;
j – Implementar política de desen volvimento da agricultura familiar, com a democratização do acesso à ter ra por meio de uma reforma agrária agroecológica;
k – Colocar a questão ambiental no centro da agenda econômica, de forma a garantir o desenvolvimento susten tável, combatendo o desmatamento e as queimadas, em especial na Amazô nia, enfrentando os desafios colocados pela emergência climática”.
As esperanças no novo governo
J. B. Pontes (*)
Enquanto ban dos de fascistas, fa náticos, ignorantes ou “paus manda dos” bloqueiam ro dovias e se agluti nam nas portas dos quartéis gritando ridiculamente pela volta da ditadurao que seria risível, se não fosse trágico -, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já trabalha intensamente para estruturar o seu governo.
Uma das grandes tarefas será pa cificar o País, não com violência, mas também sem confundir pacificação com a impunidade daqueles, em es pecial Bolsonaro e sua família, que atentaram ou atentam contra a demo cracia, contra os princípios da Consti tuição Federal e contra parcelas mais
carentes da sociedade.
Dentre os objetivos do novo governo está a viabilização do aumento do salá rio mínimo e da volta do programa Bol sa Família, para amenizar o sofrimento imposto ao povo nos últimos quatro anos pelo desgoverno que se despede.
Tarefa difícil, diante do enorme rombo nos cofres públicos que, se gundo especialistas, alcança mais de R$ 400 bilhões, incluindo gastos inu tilmente feitos para viabilizar a reelei ção do atual presidente.
O esforço para melhorar financei ramente a situação dos menos favo recidos é muito nobre e necessário. É uma vergonha que em um país que é considerado celeiro do mundo exista tanta gente passando fome.
Esperamos, também, que o novo governo promova o que jamais se fez no Brasil: um programa de inclusão do povo na democracia, uma revolu ção cultural visando preparar a po
pulação para participar do processo político, social e econômico do país.
Não adianta somente garantir o voto, viabilizar canais de participação popular na formulação das políticas públicas e falar em democracia, se uma enorme parcela da sociedade continua sem condições de participar. Democracia sem povo não tem robus tez e sempre poderá ser ameaçada, como assistimos nos últimos anos.
É inegável que nos governos ante riores do PT as parcelas mais carentes da população tiveram uma substan cial melhoria nas condições financei ras. Mas continuaram tão ignorantes quanto antes sobre os valores da de mocracia e sem condições de enten der a sua realidade político-social.
Assim, bastou aparecer um pseu do líder, com forte identificação com o nazifascismo, para que ele fosse conduzido ao poder e passasse a aten tar contra a democracia.
Portanto, é preciso, mais do que nunca, elevar a consciência política e democrática da parcela atualmente excluída, como forma de evitar a vol ta do nazifascismo, vez que ele fincou raízes na nossa sociedade.
É preciso promover e apoiar projetos com a finalidade de elevar consciências, difundir os valores de mocráticos e sobre a importância da participação popular na vida política. E que esse movimento seja interiori zado, por meio da criação de organi zações não governamentais nos mu nicípios e nos bairros, que promovam palestras, encontros, seminários e eventos com essa finalidade.
Não deixemos que o nosso povo se encante de novo com políticos de ten dência extremista e totalitária, cujo desejo maior é acabar com a demo cracia e se transmutar em ditadores.
(*) Geólogo, advogado e escritor
Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 12 a 18 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br
(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
Júlio Miragaya (*)
DIVULGAÇÃO
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Internautas também elegem o amor
Leitores compartilham capa do Brasília Capital em seus perfis nas redes sociais
A vitória de Lula foi desta que de capa nos jornais e revis tas do Brasil e do mundo. Mas a primeira página do Brasília Capital, com a manchete “Brasil elege o amor” foi a preferida de muitos internautas, que a com partilharam em seus perfis em redes sociais como Instagram, Facebook e Twitter. Veja as pri meiras páginas de outros veícu los e eleja a que você considera mais bonita:
Brasília Capital n Brasil n 6 n Brasília, 12 a 18 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br
Luta antirracista e pelo fim da violência contra as mulheres
Vanessa Galassi
As salas de cinema do shopping Liberty Mall veicularão, em novembro, um vídeo do Sinpro-DF sobre o Mês da Consciência Negra e a campanha dos 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. A peça tem pouco mais de um minuto e promove, por meio de palavras e olhares, reflexões so bre as duas datas. O vídeo é parte das ações realizadas pelo Sinpro-DF neste mês.
MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA – No dia 20, é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte do lí der Zumbi, do Quilombo dos Palmares, em
1695. É um dia para refletir e para escanca rar as relações de desigualdade entre bran cos de negros no Brasil.
“É um dia de luta. Nós, negras e negros, somos diariamente atacados por uma estrutu ra racista. Recebemos menos; somos os que mais morrem; os mais violentados pela polí cia; os mais encarcerados. Mas, sobretudo, somos nós que fazemos este País. Negros e negras também são reis e rainhas, príncipes e princesas, guerreiros e guerreiras; somos cien tistas, analistas políticos; somos professores”, lembra a coordenadora de Assuntos de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF, Márcia Gilda.
Para marcar o Mês da Consciência Ne gra, o Sinpro-DF lançará o “Caderno de Apoio
para Práticas Pedagógicas de Enfrentamento e Combate ao Racismo na Escola”. O mate rial foi produzido graças aos esforços do pro fessor Adeir Ferreira Alves e das professoras Aldenora Conceição de Macedo e Elna Dias Cardoso, que cederam ao Sinpro os diretos autorais sobre a publicação. A data e o local de lançamento serão informados em breve.
21 DIAS DE ATIVISMO – Desde 1991, anu almente, organizações do mundo inteiro que defendem os direitos das mulheres realizam a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O objetivo é conscientizar a população para prevenir e eliminar os diferentes tipos de agressão co
metidos contra meninas e mulheres.
Internacionalmente, a campanha começa em 25 de novembro, Dia Internacional da Eli minação da Violência contra as Mulheres, e termina no dia 10 de dezembro, Dia Interna cional dos Direitos Humanos, totalizando 16 dias de ativismo. No Brasil, a campanha co meça no dia 20 de novembro, Dia da Consci ência Negra, para enfatizar a dupla discrimi nação sofrida pelas mulheres negras.
Para somar na campanha dos 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, com o lema “Aprendizado hoje, prática amanhã”, o Sinpro programou uma série de atividades que serão realizadas nas escolas e nas ruas do DF.
Lições para toda a vida
Era dia 17 de outubro. Geísa Cristina estava ansiosa para chegar ao CEM 04 de Sobradinho II, onde cursa o Ensino Médio na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos). Como praticamente todo jovem de 21 anos, Geísa sente necessidade – e urgên cia – de projetar o futuro profissional. E foi na escola que a estudante teve certeza do que quer fazer: trançar cabelos afro.
Sobradinho II é uma das regiões de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Distrito Federal. Na atual conjuntura, marcada também por mais de 10 milhões de desempre gados e uma juventude empurrada para a infor malidade no mercado de trabalho, ter perspecti
va de futuro profissional é algo “revolucionário”.
É assim que Geísa se posiciona frente à vida. Ela não titubeia ao reafirmar que “tran çar cabelos sempre foi um sonho” que está próximo de se tornar realidade graças à Se mana da EJA do CEM 04. Realizada nos dias 17 e 18 de outubro, o evento ofereceu várias atividades à comunidade escolar. Entre elas, uma oficina de trança Nagô.
De acordo com a coordenadora do notur no do CEM 04 de Sobradinho II, Régia Bar radas, a experiência de Geísa é justamente o objetivo da Semana da EJA. “A gente procura trabalhar com a realidade dos alunos, que são de uma comunidade carente e com maioria de
negros, a terem criatividade e poderem esco lher o que querem para o seu futuro”.
OFICINAS – O professor Carlos Assis con ta que a Semana da EJA acontece há cinco anos no CEM 04 e é realizada uma vez por semestre. “O objetivo é trabalhar de maneira diversificada, como prevê nosso Currículo em Movimento, trazendo a comunidade para dentro das escolas”.
Nesta última edição, entre outras ativida des, foram realizadas oficinas de fotografia, poesia, dança, fabricação de perfume, can to, hip hop, aeromodelismo, além de pales tras sobre comunidade LGBTQIA+ e com
bate à violência contra as mulheres. O artista plástico sobradinhense Toninho de Souza, expôs algumas telas, mostrando que escola também é lugar para arte e cultura.
Orgulhoso do projeto, o professor Carlos Assis planeja novos trabalhos. “Em novem bro, temos o projeto Mandacarú, no qual tra balharemos a cultura nordestina”, anuncia.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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A Semana da EJA incentiva a criatividade dos alunos, para que eles possam escolher o que querem para o seu futuro profissional
REPRODUÇÃO: REDES SOCIAIS
VIA Satélites
COVID AUMENTA NO DF – A taxa de transmissão de covid-19 no DF subiu de 0,91, em 27 de outubro, para 1,25 no boletim epidemiológico de terça-feira (8). Foram registrados 43 casos a mais que no levantamento anterior. A taxa está acima da média estipulada, e mostra que cada 100 pessoas infectadas podem transmitir o vírus para outras 123. O número se igualou ao de 27 de junho. A maior taxa tinha sido em 24 de junho (1,49).
{ DISTRITO FEDERAL
Detran divulga lista de beneficiários da CNH Social Taguatinga se articula em rede cidadã
Será fundada, no sábado (12), a Rede Cidadã de Taguatinga (RE CITA), uma associação focada em Taguatinga, mas aberta à partici pação de pessoas de outras loca lidades que queiram contribuir para o desenvolvimento da cida de. A RECITA nasce do sonho de um grupo de moradores do setor QNC que há anos se dedica ao cuidado do espaço público, da na tureza e à convivência entre vizi nhos e usuários do Parque União.
Entre os objetivos da RECITA está a conexão entre as pesso as e coletivos em rede voltada à responsabilidade social e am biental, vistas como necessá rias à melhoria da qualidade de vida e ao crescimento da participação cidadã. Ser aberta a toda a população é um dife rencial que eleva a confiança em relação ao propósito asso
ciativo e exige o compromisso com a educação cidadã.
“Nosso maior motivador é tra balhar em parceria com pessoas e outros coletivos para alcançar uma cidadania mais correspon sável, colaborativa e fraterna, em sintonia com o interesse público”, diz um dos organizadores da ini ciativa, o médico Júlio Carneiro.
SERVIÇO:
Evento: Confraternização para aprovação do Estatuto e escolha da primeira diretoria da RECITA Data: 12 de novembro de 2022 Horário: 16h
Local: Quadra de esportes do Parque União (QNC 6/7) – Taguatinga Norte-DF Mais informações: (61) 9.8304-6848
O Detran-DF divulgou na segun da-feira (7) a lista dos beneficiários da 2ª edição do Programa Habilita ção Social, destinado à formação, qualificação e habilitação profissio nal de condutores de veículos auto motores. Parceria das Secretarias de Justiça e Cidadania (Sejus) e de Desenvolvimento Social (Sedes), o programa recebeu 29.262 inscri ções e disponibilizará até 5 mil va gas a pessoas de baixa renda inscri tas no CADÚnico.
A Sejus foi responsável pela sele ção das pessoas que se inscreveram nos critérios Negro, Pardo, Indígena ou Transexual. Para os convocados que apresentaram a documentação solicitada e não foram selecionados pelas bancas de heteroidentifica ção, o prazo para interposição de recurso vai até sexta-feira (11), pelos e-mails: cnh.subdhir@sejus.df.gov. br e/ou cnhsocial.sejus@gmail.com.
A consulta do resultado é indi vidual e deve ser feita no Portal de Serviços do Detran, por meio do link: portal.detran.df.gov.br, na aba Habilitação e na opção Carteira de Habilitação Social. O cidadão con templado no Programa Habilitação Social de 2022 deverá agendar a co leta biométrica para atendimento a partir de 16/11 até 16 de dezembro. A marcação prévia está aberta des de segunda-feira (7) pelo aplicativo Detran Digital (Detran-DF) ou pelo portal.detran.df.gov.br
INFORME
Prazos prescricionais são ampliados por ação do SEEB
Sindicato agenda atendimento jurídico para bancários interessados em interromper prescrição de direitos
O Sindicato ajuizou, em 2017, ações coletivas de protesto em prol
dos bancários e bancárias, visando interromper a prescrição em rela ção a horas extras, incorporação de gratificação e intervalos, entre outros direitos.
“A Constituição Federal assegu ra aos empregados ajuizamento de ação quanto a créditos traba lhistas com prazo de prescrição de cinco anos, devendo o direito de ação ser exercido dentro de
dois anos após o desligamento”, esclarece Laís Carrano, do escri tório LBS Advogados, que asses sora o Sindicato.
A advogada acrescenta que tais prazos prescricionais foram am pliados pelo Sindicato, por meio do ajuizamento dos protestos ju diciais. Os beneficiários dos pro testos (sindicalizados à época) que queiram utilizar a interrupção da
prescrição deverão agendar aten dimento jurídico pelo (61) 33668100 (LBS Advogados).
Este é um artigo de opinião.
A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Pra todo mal há cura
A onda antivacina parece estar cum prindo sua meta. No Distrito Federal, as taxas de cobertura vacinal contra a polio melite e a influenza estão abaixo de 60%. Mesmo com uma pandemia, que mostrou a importância dos imunizantes e a serie dade da ciência, ainda há quem insista em lutar contra o certo. No mesmo cenário, é relevante ainda uma reflexão sobre a dengue. Em um ano, os casos da doença aumentaram 400% no DF. O que falta para vencermos este inimigo?
Ao todo, segundo dados da Secretaria de Saúde, mais de 68 mil pessoas foram infec tadas pela dengue este ano. Em 2021, foram 13.225. O aumento, bem acima do que po deria ser considerado normal, chama a aten ção. De novo, é pertinente a pergunta: falta interesse em combater a dengue? O que falta para vencermos este inimigo? Uma vacina
contra a doença não faria toda a diferença neste cenário? Sim, faria. Mas, ao contrário da covid-19, o fato é que o vírus da dengue só é um problema em países fora do eixo América do Norte-Europa. Ou seja, um pro blema para os mais pobres.
O economista e professor Ladislau Dowbor tem uma frase que resume bem essa situação, sobre o não interesse mundial por uma vacina contra a dengue: “A grande riqueza e a grande pobreza são igualmente patológicas para a sociedade”. Trocando em miúdos, se a dengue atingisse países ricos, certamente já haveria um imunizante contra ela. A boa notícia, contudo, é que há previ são para a liberação de uma vacina contra a doença em 2024. O Instituto Butantan come çou, nesta semana, a última fase de testes.
Enquanto não sai a vacina, porém, o Po der Público e nós, cidadãos, devemos fazer
o dever de casa. Aqui no DF, a Subsecretaria de Vigilância Sanitária chegou a afirmar que o aumento dos casos de dengue é resultado do acréscimo de testes. Será? Pelo sim ou pelo não, o melhor é não deixar água para da virando criadouro para o mosquito. Além disso, é sabido que o saneamento básico é um importante aliado no combate à den gue, sem esgoto ou lixo a céu aberto. Como acontece, por exemplo, na Estrutural e em outros locais do DF.
Voltando à onda antivacina: a poliomeli te, como dito anteriormente, foi erradicada do Brasil e, agora, corre o risco de voltar porque os pais não estão vacinando seus fi lhos contra a doença. Isso é muito grave! O vírus pode causar paralisia e até matar. En tão, pais, por favor, vacinem suas crianças que têm de um a quatro anos de idade. As vacinas são seguras e eficazes. Essa des
mobilização em torno das vacinas apenas coloca mais vidas em risco. E o pior: ainda nem vencemos a covid-19.
Vamos pensar coletivamente. Vacinas salvam!
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente
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Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
INFORME
Brasília
Por Chico Sant’Anna
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CLDF: Uma assembleia praIbaneis chamar de sua
Pesquisa mostra crescimento da bancada de centrodireita na Casa. Esquerda diminui
A bancada que toma posse em ja neiro na Câmara Legislativa estará renovada em 50% em relação à atual composição. O índice é menor do que os 60% de 2018. Mais do que as 12 ca ras novas - algumas não tão novas as sim –, o que mais muda é o perfil ide ológico do futuro parlamento local.
Os holofotes da mídia focaram os campeões de votos Fábio Félix (Psol), Chico Vigilante (PT) e Max Ma ciel (Psol), todos de esquerda. Mas, a verdade é que a CLDF será uma casa conservadora, o que deve deixar o governador Ibaneis Rocha (MDB) muito à vontade no novo mandato.
Pesquisa realizada em todo o País pela Delta Folha – equipe de jornalismo de dados da Folha de S.Paulo -, analisan do os perfis ideológicos dos futuros par lamentos estaduais, aponta que a CLDF terá um perfil de centro-direita. O mes
mo do primeiro mandato de Ibaneis.
Os reflexos disso devem ser um par lamento majoritariamente sob a aba do chapéu do Buriti, com consequências, principalmente, na área social, como foi visto na Saúde e na Assistência Social.
CENTRO CRESCE – Segundo a avalia ção feita, a legislatura que finda é
dividida em três partes iguais: oito distritais (33%) de cada campo ide ológico – esquerda, centro e direita. A nova bancada contará com 42% de parlamentares de centro, 33% de di reita e seis (25%) de esquerda.
Dos 28 partidos ou federações que disputaram as eleições, 13 terão re presentação na CLDF, seis a menos
Bancada de empresários encolhe
O distrital Reginaldo Veras (PV), elei to deputado federal concorda que a fu tura CLDF terá perfil de centro-direita. Salienta, contudo, que encolherá a ban cada de empresários prestadores de serviços ao GDF, com a saída do presi dente Rafael Prudente e de José Gomes.
Na avaliação do analista político Hélio Doyle, “a configuração da CLDF
continua conservadora e majoritaria mente de distritais que apoiarão o go vernador, desde, claro, que recebam benefícios do governo. Alguns, inclu sive, eleitos por partidos de oposição”.
Para o analista político Melillo Dinis, a nova CLDF mesclará um comportamento governista modera do, porém com vozes oposicionistas
mais fortes, com o aumento da ban cada do Psol e do PT.
Ele salienta que o fato de Ibaneis não poder se reeleger e diante das demandas da população, especial mente na área social, deverá haver um protagonismo maior, uma vez que os distritais tentarão um lugar melhor ao sol para 2026.
do que em 2018. Legendas que tradi cionalmente tiveram assento na Casa, como o PDT e o PTB, ficaram de fora.
A maior bancada será a do PL, com quatro eleitos, seguida pelo PT e MDB com 3 distritais cada. Foram eleitas quatro mulheres, uma a mais do que na legislatura atual. Apenas Jaqueline Silva (Agir) foi reeleita.
MÉTRICA IDEOLÓGICA – Para definir quem é de direita ou de esquerda, o Delta Folha elaborou uma métrica que combina sete fatores: posiciona mentos das bancadas em votações, pronunciamentos públicos dos par lamentares, alianças que fazem para governar e análises de especialistas.
Dessa combinação de fatores nas ce uma régua – que pode ter contro vérsias – onde PSOL, PSTU, UP e PCO estão na estrema esquerda e PSC, PL e Novo na extrema direita. O MDB de Ibaneis está ao centro e o PT na es querda (veja o gráfico)
“O DF entra na categoria de poucas mudanças. Os que chegam estão mais à direita do que aqueles que saem. Mas a maioria ainda está ao centro (gráfico), acompanhando a tendência geral do Brasil”, comenta Diana Yuka ri, da equipe do Delta Folha.
Candidato ao GDF pela federa ção PV-PT-PCdoB, o distrital Lean dro Grass acredita que a correlação de forças será a mesma que a atual, pois é ampla a maioria governista. “Os seis deputados progressistas e os independentes poderão se destacar se fizerem uma forte fiscalização do governo”, recomenda.
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GRÁFICO: CLDF
GRÁFICO: DELTA FOLHA
GRÁFICO: DELTA FOLHA
NUTRIÇÃO Caroline Romeiro Obesidade infantil
Cerca de 6,4 milhões de crianças brasileiras menores de 10 anos têm excesso de peso e 3,1 milhões são obesas
Em 2020, 15,9% das crianças bra sileiras com menos de cinco anos e 31,7% das crianças de cinco a nove
anos tinham excesso de peso. Des sas, 7,4% e 15,8%, respectivamente, apresentavam obesidade.
Considerando todas as crianças brasileiras menores de 10 anos, es tima-se que cerca de 6,4 milhões tenham excesso de peso e 3,1 mi lhões tenham obesidade. Esses nú meros são alarmantes!
A alimentação entre as crianças está cada vez pior, como mostram dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013). Entre as crian ças menores de dois anos, 60,8% consomem biscoitos, bolachas e bolos, e 32,3% tomam refrigerante ou suco artificial.
Todos os alimentos e bebidas descritos anteriormente são ricos em açúcar e gordura trans, além de serem hiperpalatáveis, o que con tribui para reforçar os maus-hábi tos dos pequenos.
Além da má alimentação, outra causa da obesidade infantil é o se dentarismo, que começa cada vez mais cedo, pelo estímulo ao uso de telas pelas crianças.
O Ministério da Saúde reco nhece que a obesidade infantil é uma prioridade de saúde pública. Por isso, a Estratégia de Preven ção e Atenção à Obesidade Infan til, conhecida como “Proteja”, visa apoiar gestores na implementação de ações efetivas para a reversão do quadro de obesidade infantil nos municípios brasileiros.
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
ESPÍRITA José Matos Destino ou propósito?
Propósito é uma programação flexível. Você pode cumpri-la, melhorá-la ou piorá-la, conforme o seu livre arbítrio. Se existisse destino, seríamos robôs
Não há destino. Há propósito. Assim ensinam as mais diversas tradições espiritualistas. Propósito é uma programação flexível, e você pode cumpri-la, melhorá-la ou pio rá-la, conforme o seu livre arbítrio. Se existisse destino, seríamos robôs. Confie! Empenhe-se com deter minação, ética e solidariedade e
tudo que foi programado para você acontecerá! O que você cultivar ge rará o magnetismo que atrairá cada vez mais o semelhante. Ódio atrai ódio e amor atrai amor. O propósi to pode ser cumprido, melhorado ou piorado. Depende de você!
O médium Chico Xavier e o filósofo e iogue Huberto Rohden foram além
do propósito. Mas a maioria, quando o cumpre, apenas o faz parcialmente. A maioria das pessoas esquece que é espírito encarnado em missão e viven do somente para a matéria e deixam o espírito na condição de mendigo.
Ninguém nasce gente. Nasce-se como uma possibilidade. A maioria não se torna. Quem vive sem ética e solidariedade não pode considerar -se gente. Mesmo uma família tra dicional, por si só, não gera gente. Se gerasse não teríamos tantos ca fajestes com sobrenomes famosos.
Não é o berço, é como se vive. A família tradicional pode facilitar, mas não é determinante. Sem em penho, sem resultado. Quantas pes soas têm um fim de vida doloroso para tornar-se gente ou melhorar -se, para não perder a encarnação?
Você torna-se gente quando cresce com ética e compartilha. Alegria do ter, depois, alegria do fazer e, final mente, alegria do ser. Esta é a sequên
cia da felicidade! Compartilhe! Com partilhar dá dignidade. Quanto mais dignidade mais fé, porque você sente -se digno de dirigir-se ao Criador.
A fé depende do compartilhar. Neste sentido, o ensinamento do Apóstolo Tiago: “A fé sem obras é morta». Por quê? Porque Deus aju da seus filhos por meio dos seus filhos. Quem ajuda o próximo fica sob as bênçãos e a proteção de Deus, além de melhorar seu magnetismo.
Melhore seu magnetismo pela boa leitura, bons programas, boas palestras, boas atividades, boas conversas e sua vida melhorará! Questionado sobre sua condição de iluminado, um ex-demônio respon deu: Caminhei.
“Caminhe, até que não exista mais nem o caminho e nem o cami nhante e só exista o caminhar”.
(*) Professor e palestrante
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Para mostrar do que o preto é capaz
Na semana seguinte ao trau mático processo eleitoral, o Brasil voltou a sorrir com a consagra ção da ginasta Rebeca Andrade como a melhor do mundo. Após se destacar na última Olimpíada, no dia 3 de novembro ela sagrou-se campeã mundial individual de ginástica artística, na Inglaterra.
O País já vinha galgando espaço no cenário mundial da modalidade e teve, em 2021, em Tóquio, o seu me lhor desempenho em ciclos olímpicos. Além da apresentação ímpar, Rebeca emprestou sua voz a milhões de bra sileiros que enxergam no esporte um modo de sobrevivência, de combate às desigualdades e de ascensão social.
O Brasil se prepara para disputar os dois principais eventos esportivos do planeta – a Copa do Mundo e as Olim píadas –, os quais deverão trazer ao bra sileiro o sentimento de nação e a convi vência pacífica entre os desiguais.
Das 22 medalhas assimiladas pelo País em Tóquio, duas estão no peito de Rebeca. Mulher, negra, de família hu milde, a atleta apareceu para o mun do - após 3 cirurgias no joelho - ao conquis tar medalhas no individual geral e no salto sobre o cavalo.
Agora, em 2022, Rebeca se tornou a atleta mais completa da ginástica, à frente da norte-americana Shilese Jones, e da britânica Jessica Gadirova. Os mais antigos que viram a romena Nádia Comaneci ganhar 7 notas 10 na Olimpíada de Montreal em 1976 ti veram a honra de ver uma brasileira sentar-se no mesmo trono.
Em Liverpool, Rebeca coroou sua performance ao som do funk Baile de Favela, trazendo regionalismo e sen sualidade à sua apresentação. Após a conquista olímpica, a ginasta ama
dureceu não só os seus movimentos e resultados, mas também a sua consci ência e seu sentido de pertencimento.
“Para mostrar do que o preto é ca paz”, Rebeca falou não só de esforço físico, mas de preconceito. Estamos em um país com as maiores desigual dades no mundo, onde 33 milhões de pessoas passam fome.
Nação em que o racismo é estrutural e permeia todas as classes sociais. Em que 56% de sua população é compos ta por negros e que, grande parte, vive abaixo da linha da pobreza. Povo que, apesar de ser maioria, suporta baixos
salários, pífias qualificações, desempre go e desídia do Estado. Afrodescenden tes que certamente tiveram influência nos recentes resultados das urnas.
Nos últimos tempos, tem sido co mum vermos atletas engajados nos âmbitos político e social. Além do es forço físico, os protagonistas empres tam suas imagens, ações e opiniões em prol da humanidade.
Cito, como exemplo, o jogador Sa dio Mané. Ganhador do Prêmio Só crates, pela France Football, o sene galês se destacou não só com a bola nos pés, mas também por iniciativas
extracampo. Doou milhões de dólares para a construção de hospitais, com bate à covid 19, fornecimento de in ternet grátis às famílias de sua terra natal, entre outros feitos assistenciais.
A voz de Rebeca ganhou eco através do desporto, que, em um país carente como o nosso, apresenta uma dupla face. Aos mais abastados do topo da pirâ mide, esporte é sinônimo de qualidade de vida.
Já para os que clamam por comida, representa um modo de sobrevivência, uma chance de alçar maiores voos, de contar suas histórias, de ter estabilidade financeira, de influenciar os seus pares, ou, quem sabe, até de ganhar fama e di nheiro, o que poucos conseguem.
O título e a voz de Rebeca vieram justamente após o segundo turno das eleições e no mês da consciência ne gra. Sim, o negro é capaz. Capaz de suportar ter sido sujeito passivo da escravidão, de suportar os castigos severos, os estupros e de ainda viver em condições precárias. E representa a maior parte da população, que in fluenciou a situação política do país.
Saímos de um hemorrágico pro cesso eleitoral em que a nação se divi diu ideologicamente. O Brasil entrará em 2023 sob novo comando. Se polí ticos divergiram e dividiram a nossa nação, cabe ao esporte, por meio de seus ícones, pregar a união.
A campeã Rebeca Andrade ocupou o seu lugar de fala. Com a chegada da Copa do Mundo e aproximação das Olímpiadas em 2024, quem sabe al cancemos a pacificação. O Catar che gou e a França que nos aguarde. Nos sa Porta-Bandeira já foi escolhida.
Rebeca representa o Brasil negro, diverso, plural, que cresceu e amadure ceu. Atleta que, além de pular, saltar e dançar ao som de Baile de Favela, sabe que seu corpo e sua voz já não se calam mais. Eles voam pelo ar, em busca da paz e da igualdade entre os brasileiros.
Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 5 a 11 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br
Ricardo Nogueira Viana (*)
(*) Delegado Chefe da 6ª DP e Professor de Educação Física.
DIVULGAÇÃO O corpo e a voz de Rebeca Andrade não se calam mais. Eles voam pelo ar, em busca da paz e da igualdade entre os brasileiros
REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS