7 minute read

Pelaí – Páginas 2 e

DIVULGAÇÃO: RICARDO STUCKERT

Vai rolar a festa

Advertisement

Coube à futura primeira dama do País, Janja da Silva, anunciar, na quarta-feira (30), as atrações artísticas para a festa da posse de Lula, dia 1º de janeiro, na Esplanada dos Ministérios, juntamente com as cerimônias oficiais de entrega da faixa presidencial, no Palácio do Planalto, e a recepção a autoridades internacionais, no Itamaraty.

Embora ainda aguarde a confirmação de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ludmilla e Emicida, Janja listou Pablo Vittar, Baiana System, Gabi Amarantos, Duda Beat, Martinho da Vila, Os Gilsons, Luedji Luna, Tereza Cristina, Fernanda Takai, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Odair José, Otto, Tulipa Ruiz, Maria Rita e Valeska Popozuda.

Até nisso melhorou. Se fosse, Bolsonaro, teríamos os sertanejos Zezé di Camargo, Gusttavo Lima e outros sofríveis...

Izalci faz parceria com padres

Oferecer cursos gratuitos de capacitação profissional dentro das paróquias do Distrito Federal para pessoas em situação de vulnerabilidade. Esta é a proposta do senador Izalci Lucas (PSDB), que se reuniu na terça-feira (29), na Cúria Metropolitana (foto), com o arcebispo Paulo Cézar Costa. A parceria envolveria o Instituto Brasileiro de Informação e Tecnologia (Ibict) e o programa Previdência.

Os cursos serão oferecidos com recursos de emenda parlamentar do senador tucano. Entre eles, cuidador de idosos, alfabetização de adultos, auxiliar de cozinha, educação financeira, informática, orientações para uso de redes sociais, ciência, empreendedorismo e cultura. “A intenção é que os padres ajudem a divulgar essas atividades durante as missas e encontros nas igrejas”, explicou Izalci.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

NÃO DEIXE A PARALISIA

INFANTIL

VOLTAR. Dra. Maria Júlia Spina Médica da Família CRM_DF 18.603

Vá até a Unidade de Saúde mais próxima. São só duas gotinhas.

Todas as crianças menores de 5 anos que ainda não foram vacinadas contra a pólio devem vacinar.

Júlio Miragaya (*)

Leon Trotsky, reAGÊNCIA BRASIL volucionário russo/ ucraniano e líder da Revolução Russa de outubro de 1917, escreveu, em 1924, o livro “As lições de outubro”. Mesmo que o sistema econômico capitalista e a onipotência do imperialismo se mantenham, nada menos que um século, milhares de quilômetros e profundas diferenças na situação econômica, social e política separam o outubro de 1917 na Rússia e o outubro de 2022 no Brasil.

Guardadas as assimetrias, algumas lições são oportunas, resistindo ao tempo e às distintas situações socioeconômicas e políticas. Segundo Trotsky, em setembro/outubro de 1917 uma polêmica se instaurou dentro do Partido Bolchevique. A Revolução, que havia derrubado a Monarquia em fevereiro, corria o risco de ser derrotada. À época, o país enfrentava as tropas alemães no curso da 1ª Guerra Mundial e o Governo Provisório de Kerensky tramava

Lições de outubro

a transferência para o front das guarnições da capital Petrogrado (atual São Petersburgo), que eram simpáticas à Revolução, o que deixaria o soviete (conselho de operários, soldados e camponeses) local, já sob a direção do Partido Bolchevique, sem defesa.

Lenin defendia que não se podia perder tempo, pois a ameaça era real, e que o Partido Bolchevique era suficientemente forte em Petrogrado para tomar o poder. Já Trotsky defendia uma estratégia mais refinada. Acusando o Governo Provisório de pretender, após a transferência das guarnições locais para o front, desativar o soviete da capital, que presidia, Trotsky - contando que a imensa maioria dos soldados e marinheiros repudiava a guerra – convenceu as guarnições de Petrogrado, confrontando o Estado Maior do Exército, a permanecerem na capital.

Estava decidida a sorte da Revolução Russa: as guarnições formaram a base do Comitê Militar Revolucionário do soviete de Petrogrado, instrumento da insurreição vitoriosa, com o 2º Congresso Pan Russo dos Sovietes, reunido em 25 de outubro, endossando a deposição do Governo Provisório e a formação do Governo Soviético.

Ocorreu que tal estratégia não foi consensual no Partido Bolchevique. Em certo momento, havia uma maioria contrária à tomada do poder pelos sovietes, argumentando que os bolcheviques, embora já majoritários entre os operários, fossem extremamente minoritários entre os camponeses, que representavam mais de 80% da população do Império Russo, e que estavam sob a influência do Partido Social-Revolucionário (SR).

Diziam que, sem apoio dos camponeses, os bolcheviques não sustentariam o poder. O argumento de Lenin/ Trotsky foi de que, só na condição de governo, seria possível atender imediatamente a principal demanda da massa camponesa, o acesso à terra - que estava nas mãos da nobreza e dos camponeses ricos (culaques) - tirando-os assim da influência dos SRs e trazendo-os para a defesa do Governo Soviético. Foi o que efetivamente ocorreu.

Em outubro de 2022, no Brasil, a candidatura liberal/semifascista, representante dos interesses dos setores financeiro, industrial e agrário da burguesia, obteve 58 milhões de votos (49% do total), angariando o apoio de amplos segmentos da classe trabalhadora na informalidade e da classe média baixa, cujos interesses são diametralmente opostos aos da classe dominante.

E qual a lição que se pode tirar de outubro de 1917? Da mesma forma que os bolcheviques conquistaram os “corações e mentes” dos camponeses, dando-lhes a terra, o Governo Lula só conseguirá retirar parte das camadas médias da influência dos liberais e semifascistas atendendo suas demandas.

Não há caminho fácil, pressões do mercado e das FFAA tentarão intimidar e limitar as ações de Lula. Por isso, revogação do teto de gastos, permitindo a ampliação dos investimentos em saúde e educação públicas; aumento real do salário-mínimo; revogação da Reforma Trabalhista, que favorece a precarização do trabalho; tributação sobre lucros e dividendos; amplo apoio à agricultura familiar e ampliação e barateamento do crédito às microempresas são medidas que, além de justas, solaparão a influência da burguesia nessas camadas da população.

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

É necessário redefinir o papel das Forças Armadas

J. B. Pontes (*)

A confiança da sociedade brasileira nas Forças Armadas foi profundamente abalada durante o desgoverno Bolsonaro. Nesse período, elas voltaram a nos revelar a face golpista, após um curto período em que aparentaram ter compreendido o papel a elas reservado numa democracia. Os militares demonstraram que são muito mais comprometidos com os privilégios e benefícios a eles concedidos do que com o povo e o Estado brasileiros.

São incompreensíveis e inaceitáveis os privilégios a eles concedidos, quando comparados aos dos servidores civis em geral: colégios e escolas de formação; hospitais; residências; aposentadoria diferenciada; transporte para o trabalho; entre outros. No atual desgoverno, foram eles os únicos servidores que tiveram aumentos salariais, além de grande presença em cargos públicos civis. Passou da hora de a sociedade civil, por meio de seus representantes e das instituições democráticas, por um fim às ameaças golpistas das FFAA que persistem pairando sobre a sociedade brasileira. É inadmissível que continuemos a registrar notas opinativas das Forças Armadas sobre o processo político, com ameaças implícitas a Poderes da República.

Nada na nossa Constituição ou no ordenamento jurídico nacional legitima essas manifestações, que não podem ser simplesmente ignoradas, mas sim rechaçadas com veemência. É preciso rever, além das atribuições, a estrutura e a organização, assim como a distribuição e as quantidades de postos militares.

É injustificável, por exemplo, que 22,4% dos efetivos do Exército, 35,7% da Aeronáutica e 67,8% da Marinha estejam no Rio de Janeiro. Os contingentes de militares lotados nas regiões Sul e Sudeste precisam ser alterados e mais bem distribuídos pelas demais regiões do País, especialmente a região Amazônica.

Essa postura prepotente dos integrantes das FFAA em muito se deve à omissão da classe política em aplicar punições severas aos militares que cometeram excessos durante a ditadura. Ficou parecendo que a redemocratização foi uma concessão dos militares, em troca da impunidade e da preservação dos seus privilégios e benefícios, quando, na realidade, foi ela uma imposição da sociedade brasileira.

Urge deixar explícito na Constituição e nas leis qual o papel reservado aos militares numa democracia, incluindo as polícias militares, bem como a previsão de severas punições para quaisquer desvios de conduta que possam ser interpretados como atentatórios à ordem social e política, inclusive aos que se encontrarem na reserva.

Precisamos acabar de vez com a DIVULGAÇÃO percepção, que eles parecem ter, de que constituem uma espécie de casta que paira acima dos três poderes da República e da sociedade. Deve ser enfatizado que o papel de tutor da democracia pertence ao Supremo Tribunal Federal e ao povo brasileiro. Mas isso parece difícil de ser concretizado, tendo em vista que a classe política se mostra cada vez mais corrupta e desqualificada, compromissada com seus próprios interesses e alheia aos anseios e necessidades do povo. Numa eventual reforma constitucional, deve ser enfatizada a atuação das Forças Armadas direcionada à defesa de questões tradicionais relacionadas à soberania nacional, em especial ameaças externas relacionadas à integridade territorial, bem como aos recursos naturais.

This article is from: