Jornal Brasília Capital 595

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PPCUB pode extinguir três praças na Asa Norte Chico Sant’Anna – Páginas 6 e 7 Escola é vítima do terrorismo neonazista Sinpro – Página 8 Lula põe ordem na transição Pacheco quer retornar quinquênios para o Judiciário Pelaí – Páginas 2 e 3 www.bsbcapital.com.br DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Brasília, 3 a 9 dezembro de 2022 Ano XII - número 595 Sequência de fatos envolvendo o pastor Si las Malafaya, o ministro Joaquim Leite e o filho 03 de Jair Bolsonaro baixa o moral da tropa golpista do capitão. Após tomarem conhe cimento da ida de Eduardo Bolsonaro ao Catar, militantes acampados em frente a quarteis si mulam uma marcha em que se autointitulam “patriotários”, comparam sua situação nos acampamentos improvisados, sob sol e chuva, com as mordomias dos bolsonaristas de alto co turno, e transformam o ódio pela democracia em revolta contra seus líderes. Página 5

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TAGUATINGA/DF

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores

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QUINQUÊNIO – Enquanto os trabalhadores sofrem com a falta de aumento do salário mínimo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é advogado, tenta emplacar na PEC 63/2013 o retorno do pagamento de quinquênios para o Judiciário. Ou seja, a cada cinco anos de trabalho os magistrados ganham um adicional de 5% por tempo de serviço, o que significa sete aumentos reais em 35 anos, quando se aposentam.

Lula toma conta do pedaço

Lula desembarcou em Brasília no início da semana e imprimiu um ritmo político à transição. Enquan to os grupos técnicos coordenados pelo vice-presidente eleito Geral do Alckmin (PSB) se organizam no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), o petista assumiu o coman do nas tratativas para obter apoio no Congresso Nacional, no Judiciá rio e nas Forças Armadas.

O gesto mais emblemático foi a declaração de voto da federação PT-PV-PCdoB e do PSB à reeleição do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Para não frus trar um aliado de primeira hora, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), desafeto de Lira, sinalizou com mi nistérios para os emedebistas.

Mas o partido fez uma pedida alta: quer três pastas na Esplanada,

Tebet não conta

conforme fatura apresentada pelo presidente da legenda, deputado

Na conta da cúpula do MDB, a sena dora Simone Tebet (MS) teria um cargo como escolha pessoal de Lula, indepen dentemente da indicação do partido. Assim, as lideranças emedebistas indi cariam outros dois ministros.

Uma das pastas ficaria, possivelmen te, com o filho de Renan Calheiros, o se nador recém-eleito Renan Filho, ex-go vernador de Alagoas. Outra indicação caberia ao governador do Pará, Helder Barbalho, que apontaria um dos depu tados da bancada emedebista na Câma ra Federal.

Apesar da gula do MDB, Lula acenou a Baleia Rossi com apenas uma pasta. As tratativas prosseguem...

Gleisi marca território

A senado ra Simone Tebet (MDB -MS) e a de putada Gleisi Hoffmann (PR), presi dente do PT, disputam o Ministério de Desenvolvimento Social, responsável pelo pagamen to do Bolsa Família. A con corrência com o PT é vista

como grande empecilho. Por isso, parte do MDB já aposta suas fichas no Ministério do Meio Ambiente.

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Baleia Rossi (SP), que esteve com Lula na segunda-feira (28), no CCBB. DIVULGAÇÃO: RICARDO STUCKERT
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Coube à futura primeira dama do País, Janja da Silva, anunciar, na quarta-feira (30), as atrações artís ticas para a festa da posse de Lula, dia 1º de janeiro, na Esplanada dos Ministérios, juntamente com as ce rimônias oficiais de entrega da faixa presidencial, no Palácio do Planalto, e a recepção a autoridades interna cionais, no Itamaraty.

Embora ainda aguarde a confir mação de artistas como Gilberto Gil,

Caetano Veloso, Ludmilla e Emicida, Janja listou Pablo Vittar, Baiana Sys tem, Gabi Amarantos, Duda Beat, Martinho da Vila, Os Gilsons, Lued ji Luna, Tereza Cristina, Fernanda Takai, Johnny Hooker, Marcelo Jene ci, Odair José, Otto, Tulipa Ruiz, Ma ria Rita e Valeska Popozuda.

Até nisso melhorou. Se fosse, Bolsonaro, teríamos os sertanejos Zezé di Camargo, Gusttavo Lima e outros sofríveis...

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Oferecer cursos gratuitos de ca pacitação profissional dentro das paróquias do Distrito Federal para pessoas em situação de vulnerabili dade. Esta é a proposta do senador Izalci Lucas (PSDB), que se reuniu na terça-feira (29), na Cúria Me tropolitana (foto), com o arcebispo Paulo Cézar Costa. A parceria en volveria o Instituto Brasileiro de Informação e Tecnologia (Ibict) e o programa Previdência.

Os cursos serão oferecidos com recursos de emenda parlamentar do senador tucano. Entre eles, cui dador de idosos, alfabetização de adultos, auxiliar de cozinha, educa ção financeira, informática, orien tações para uso de redes sociais, ciência, empreendedorismo e cul tura. “A intenção é que os padres ajudem a divulgar essas atividades durante as missas e encontros nas igrejas”, explicou Izalci.

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NÃO DEIXE A PARALISIA INFANTIL VOLTAR. Vá até a Unidade de Saúde mais próxima. São só duas gotinhas. Todas as crianças menores de 5 anos que ainda não foram vacinadas contra a pólio devem vacinar. Dra. Maria Júlia Spina Médica da Família CRM_DF 18.603 Vai rolar a festa Izalci faz parceria com padres
RICARDO
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Júlio Miragaya (*)

Leon Trotsky, re volucionário russo/ ucraniano e líder da Revolução Russa de outubro de 1917, escreveu, em 1924, o livro “As lições de outubro”. Mesmo que o sistema eco nômico capitalista e a onipotência do imperialismo se mantenham, nada menos que um século, milhares de quilômetros e profundas diferenças na situação econômica, social e política separam o outubro de 1917 na Rússia e o outu bro de 2022 no Brasil.

Guardadas as assimetrias, algumas lições são oportunas, resistindo ao tempo e às distintas situações socioeco nômicas e políticas. Segundo Trotsky, em setembro/outubro de 1917 uma po lêmica se instaurou dentro do Partido Bolchevique. A Revolução, que havia derrubado a Monarquia em fevereiro, corria o risco de ser derrotada. À épo ca, o país enfrentava as tropas alemães no curso da 1ª Guerra Mundial e o Go verno Provisório de Kerensky tramava

Lições de outubro

a transferência para o front das guar nições da capital Petrogrado (atual São Petersburgo), que eram simpáticas à Revolução, o que deixaria o sovie te (conselho de operários, soldados e camponeses) local, já sob a direção do Partido Bolchevique, sem defesa.

Lenin defendia que não se podia perder tempo, pois a ameaça era real, e que o Partido Bolchevique era su ficientemente forte em Petrogrado para tomar o poder. Já Trotsky de fendia uma estratégia mais refinada. Acusando o Governo Provisório de pretender, após a transferência das guarnições locais para o front, desa tivar o soviete da capital, que presi dia, Trotsky - contando que a imensa maioria dos soldados e marinheiros repudiava a guerra – convenceu as guarnições de Petrogrado, confron tando o Estado Maior do Exército, a permanecerem na capital.

Estava decidida a sorte da Revolu ção Russa: as guarnições formaram a base do Comitê Militar Revolucioná rio do soviete de Petrogrado, instru mento da insurreição vitoriosa, com o 2º Congresso Pan Russo dos Sovietes, reunido em 25 de outubro, endossan do a deposição do Governo Provisório

e a formação do Governo Soviético.

Ocorreu que tal estratégia não foi consensual no Partido Bolchevique. Em certo momento, havia uma maio ria contrária à tomada do poder pelos sovietes, argumentando que os bol cheviques, embora já majoritários en tre os operários, fossem extremamen te minoritários entre os camponeses, que representavam mais de 80% da população do Império Russo, e que estavam sob a influência do Partido Social-Revolucionário (SR).

Diziam que, sem apoio dos campo neses, os bolcheviques não sustenta riam o poder. O argumento de Lenin/ Trotsky foi de que, só na condição de governo, seria possível atender imedia tamente a principal demanda da massa camponesa, o acesso à terra - que estava nas mãos da nobreza e dos camponeses ricos (culaques) - tirando-os assim da in fluência dos SRs e trazendo-os para a defesa do Governo Soviético. Foi o que efetivamente ocorreu.

Em outubro de 2022, no Brasil, a candidatura liberal/semifascista, re presentante dos interesses dos setores financeiro, industrial e agrário da bur guesia, obteve 58 milhões de votos (49% do total), angariando o apoio de amplos

segmentos da classe trabalhadora na informalidade e da classe média baixa, cujos interesses são diametralmente opostos aos da classe dominante.

E qual a lição que se pode tirar de outubro de 1917? Da mesma forma que os bolcheviques conquistaram os “corações e mentes” dos camponeses, dando-lhes a terra, o Governo Lula só conseguirá retirar parte das camadas médias da influência dos liberais e se mifascistas atendendo suas demandas.

Não há caminho fácil, pressões do mercado e das FFAA tentarão intimi dar e limitar as ações de Lula. Por isso, revogação do teto de gastos, permitin do a ampliação dos investimentos em saúde e educação públicas; aumento real do salário-mínimo; revogação da Reforma Trabalhista, que favorece a precarização do trabalho; tributação sobre lucros e dividendos; amplo apoio à agricultura familiar e ampliação e barateamento do crédito às microem presas são medidas que, além de jus tas, solaparão a influência da burgue sia nessas camadas da população.

É necessário redefinir o papel das Forças Armadas

J. B. Pontes (*)

A confiança da sociedade brasilei ra nas Forças Ar madas foi profun damente abalada durante o desgo verno Bolsonaro. Nesse período, elas voltaram a nos re velar a face golpis ta, após um curto período em que apa rentaram ter compreendido o papel a elas reservado numa democracia. Os militares demonstraram que são mui to mais comprometidos com os privilé gios e benefícios a eles concedidos do que com o povo e o Estado brasileiros.

São incompreensíveis e inaceitáveis os privilégios a eles concedidos, quan do comparados aos dos servidores civis em geral: colégios e escolas de formação; hospitais; residências; aposentadoria di ferenciada; transporte para o trabalho;

entre outros. No atual desgoverno, fo ram eles os únicos servidores que tive ram aumentos salariais, além de grande presença em cargos públicos civis.

Passou da hora de a socieda de civil, por meio de seus represen tantes e das instituições democráticas, por um fim às ameaças golpistas das FFAA que persistem pairando sobre a sociedade brasileira. É inadmissível que continuemos a registrar notas opinativas das Forças Armadas sobre o processo político, com ameaças im plícitas a Poderes da República.

Nada na nossa Constituição ou no ordenamento jurídico nacional legitima essas manifestações, que não podem ser simplesmente ignoradas, mas sim re chaçadas com veemência. É preciso re ver, além das atribuições, a estrutura e a organização, assim como a distribuição e as quantidades de postos militares.

É injustificável, por exemplo, que 22,4% dos efetivos do Exército, 35,7% da Aeronáutica e 67,8% da Marinha es

tejam no Rio de Janeiro. Os contingentes de militares lotados nas regiões Sul e Su deste precisam ser alterados e mais bem distribuídos pelas demais regiões do País, especialmente a região Amazônica.

Essa postura prepotente dos inte grantes das FFAA em muito se deve à omissão da classe política em aplicar punições severas aos militares que co meteram excessos durante a ditadura. Ficou parecendo que a redemocratiza ção foi uma concessão dos militares, em troca da impunidade e da preser vação dos seus privilégios e benefícios, quando, na realidade, foi ela uma im posição da sociedade brasileira.

Urge deixar explícito na Constitui ção e nas leis qual o papel reservado aos militares numa democracia, incluindo as polícias militares, bem como a previ são de severas punições para quaisquer desvios de conduta que possam ser in terpretados como atentatórios à ordem social e política, inclusive aos que se en contrarem na reserva.

Precisamos acabar de vez com a percepção, que eles parecem ter, de que constituem uma espécie de casta que paira acima dos três poderes da República e da sociedade. Deve ser enfatizado que o papel de tutor da de mocracia pertence ao Supremo Tribu nal Federal e ao povo brasileiro.

Mas isso parece difícil de ser concre tizado, tendo em vista que a classe po lítica se mostra cada vez mais corrupta e desqualificada, compromissada com seus próprios interesses e alheia aos anseios e necessidades do povo.

Numa eventual reforma constitu cional, deve ser enfatizada a atuação das Forças Armadas direcionada à de fesa de questões tradicionais relacio nadas à soberania nacional, em espe cial ameaças externas relacionadas à integridade territorial, bem como aos recursos naturais.

(*) Geólogo, advogado e escritor

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(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia AGÊNCIA BRASIL DIVULGAÇÃO

Ódio vira revolta

Silêncio de Bolsonaro, banho de mar de Malafaya, turismo de Joaquim Leite e ida do 03 ao Catar baixam o moral da tropa golpista

Orlando Pontes

Mais de um mês após ser derro tado nas urnas, Jair Bolsonaro (PL) mantém-se numa clausura. Não faltam especulações sobre as ra zões para o prolongado silêncio do, ainda, presidente do Brasil. Alguns falam de uma suposta depressão e outros sugerem que ele tem uma ferida (erisipela) na perna esquer da – causada pela queimadura no cano de descarga de uma moto –que o impede de vestir calças.

No entanto, seus seguidores mais fanáticos – muitos acampa dos desde o início de outubro, sob sol e chuva, em portas de quartéis – continuam alimentando espe ranças de que ele possa estar ar ticulando alguma estratégia para impedir a posse do presidente elei to Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Com o passar dos dias e o de senrolar dos acontecimentos, os bolsonaristas começam a se dis persar. Mesmo se dizendo dispos tos a sacrifícios pessoais, como dormir em barracas, se alimen tar em cozinhas comunitárias e fazer as necessidades fisiológicas em banheiros químicos, eles não se conformaram com episódios aos quais veem como traição de líderes da extrema direita.

Entre os fatos que abalaram o moral da tropa do capitão, uma foto do pastor Silas Malafaya se esbaldando num resort de Per nambuco; notícias sobre o minis tro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, fazendo turismo em píer no Egito durante a COP27; e o fi

lho 03 do clã Bolsonaro, o depu tado Eduardo, no Estádio 974, em Doha, assistindo ao jogo Brasil x Suíça, na Copa do Catar.

A fortuita imagem, captada pe las câmeras da Fifa no intervalo da partida, correram o mundo. E causaram indignação nos acam pamentos dos golpistas, inundados pelas chuvas torrenciais, comuns neste período do ano em nosso “país tropical”. Surgiu até um vídeo com música em ritmo de “marcha soldado” em que os acampados se autointitulam “patriotários”. Para

piorar, Eduardo Bolsonaro ainda tentou justificar a viagem para en tregar a líderes mundiais um pen -drive com informações sobre o Brasil e a Lei Rouanet.

Assim, a ilusão de uma im provável reviravolta no processo democrático com um eventual golpe militar transformou-se em revolta. E o ódio transbordou em declarações de decepção pelas redes sociais, o mesmo esgoto por onde bolsonaristas sempre deixaram escoar seu ódio pela democracia.

SEM MOTOCIATA – Em meio à reclu são após as eleições, Bolsonaro também abandonou outra agen da rotineira em seus quatro anos de poder: a participação em mo tociatas. Na terça-feira (29), com pletou um mês do último evento deste tipo – a última vez que ele montou numa motocicleta foi em 29 de outubro, véspera do segun do turno, em Belo Horizonte. No último fim de semana, Bolsonaro participou de uma cerimônia mi litar em Resende, no Rio de Janei ro, mas não discursou.

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Brasília

Três praças desaparecerão na Asa Norte

Em “Um Frevo Novo”, Caetano Veloso assegurava que a praça é do povo, referindo-se à Castro Alves, em Salvador. Na Asa Norte, a vingar as alterações que o GDF pretende fazer no Plano Piloto, projetado por Lucio Costa, três praças desaparecerão.

Atravessando o frevo, o Projeto de Preservação do Conjunto Urbanís tico de Brasília (PPCUB) dá fim aos espaços públicos nas EQNs 703/704, 707/708 e 709/710, transformando-os em lotes para prédios, não se sabe exatamente de quantos andares.

“Assim, o GDF extingue metade das áreas destinadas a praças da Asa Norte”, salienta o urbanista Frederico Flósculo. Segundo ele, em apenas uma das áreas foi edificada praça, “muito furreca”. As outras duas viraram esta cionamentos. “É como se eles disses sem: vamos mostrar que praça é uma coisa ruim, feia”, complementa.

Flósculo lembra que em 2002, quando do concurso de revitaliza ção da avenida W-3, do qual foi ven cedor, projetou praças de qualidade.

“Tinham anfiteatro a céu aberto, es paços idílicos e oníricos, boas para os idosos, crianças, adolescentes, skatistas, músicos, perfomistas”.

SABOTAGEM – Entidades representa tivas de moradores que entraram com representação no Ministério

Público para suspender a tramita ção do projeto do PPCUB suspeitam que essas três áreas foram pinçadas pela especulação imobiliária. “Es ses locais já são visados, já foram visitados pelos espertalhões e lobis tas. Essa transformação sabota a ci dade”, conclui Flósculo.

QUALIDADE DE VIDA – Na técnica urbanística, uma praça tem por objetivo propiciar às pessoas não apenas um local para o lazer, mas também para melhorar a quali dade de vida e de sociabilização. Se tiver jardins e árvores, ainda ajuda no combate à poluição e melhora o clima.

O Plano Piloto foi projetado a partir de quatro escalas: monumen tal, residencial, gregária e bucólica. A bucólica – ensinam os especia listas –, se constitui dos gramados, praças, passeios, bosques e jardins, que permeiam e envolvem os diver sos setores e os conjuntos de casa e comércios locais.

É isso que dá a condição de cida de-parque a Brasília. Nas quadras 700 Norte, foram previstas sete pra ças. Mas, nos 62 anos de Brasília, o GDF vem se omitindo em consolidá -las, o que, na prática, significaria um passo a mais na conclusão do Plano Piloto.

Condomínio destrói calçada no Park Way

Não é só o Poder Público que subtrai o espaço destinado às pes soas. Em tempos de fomento à mobilidade ativa – caminhadas, bicicletadas –, o Condomínio Bou levard, na Quadra 17 do Park Way, subtraiu a calçada feita anos atrás

pela Administração Regional.

Ao longo da quadra, uma calçada margeava os lotes, permitindo que pedestres pudessem caminhar em segurança. Mas o passeio público foi substituído por grama, obrigando os pedestres a andar pelo asfalto. Pior: de

fronte ao mesmo condomínio, a tubula ção da fiação elétrica está à mostra.

A Associação Comunitária do Park Way já denunciou o caso à Ouvidoria do GDF. O administrador do bairro, Abdon Barros, se disse surpreso e prometeu resolver o problema.

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GDF acaba com espaços públicos destinados a praças e transforma em lotes para prédios
FOTOS: FREDERICO FLÓSCULO THÉLIO BRAUN D’AZEVEDO

Entulho vai virar biblioteca

Durante décadas, a Estrutural recebeu rejeitos do brasiliense. Formaram-se montanhas de lixo e de entulho. O Lixão foi desati vado, mas a área de entulhos da construção civil continua ativa. Recebe, em média, 6 mil tone ladas de rejeitos por dia. Agora, parte desse material virará ma téria prima para a construção da biblioteca pública da cidade. Do entulho, nascerá a base de fo mento da cultura local.

Há meses, o Instituto Tijolo So lidário atua na transformação de resíduos das obras em tijolos de ter ra compactada, blocos de concreto, bloquetes para pavimentação de ruas e calçadas. Parte da mão-de-o bra é formada por antigos catadores de lixo, que perderam seu sustento com o fim do Lixão.

De cada dezoito toneladas de entulho, produz-se um milheiro de blocos de concreto. A capaci

dade de produção mensal é de 75 mil blocos e 600m² de paver. Tudo ecologicamente correto, nos padrões da ABNT e até com laudo toxicológico, segundo as normas da Organização Mun dial de Saúde.

“O que anos atrás era sonho, começa a tomar forma. São apenas algumas paredes de uma biblioteca, e, logo, logo, construi remos casas sustentáveis com a participação popular, a baixo custo, protegendo o meio am biente. Ter uma biblioteca para contar a história do surgimento da Cidade através do lixo, sobre o cooperativismo e a sustenta bilidade da reciclagem também na construção civil é muito gra tificante. Vamos trazer a comu nidade para falar de lixo de uma forma diferente”, avalia Paulo Batista, o Paulão da Estrutural, mentor do Tijolo Solidário.

Literatura de Cordel no Ensino Fundamental

Quarenta escolas de Ensi no Fundamental de Ceilândia adotaram, desde 2019, o pro jeto “A Arte do Cordel”, com a realização de cem oficinas literárias para um universo de mais de 4 mil alunos da cidade. Cada oficina tem du ração de uma a duas horas e o conteúdo envolve a leitura de cordéis, a exploração do gê nero e a elaboração e revisão de textos. O projeto, apoiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC/DF), conta com intérprete de Libras, de acesso a pessoas com deficiência auditiva.

“Ceilândia consolida-se como a região administrativa mais popu losa do DF e como polo irradiador da cultura popular nordestina, com destaque para a literatura de cordel”, observa o coordenador do projeto, professor Raimundo Sobrinho, ao encerrar as ativida des deste ano com uma oficina na Escola Classe 46.

Para ele, é um desafio levar literatura para os estudantes em um mundo altamente tecnológi co. “Porém, é necessário persis tir, enfatizando a importância da leitura. Além disso, percebo os olhos deles brilharem com a harmonia sonora das rimas nes te universo tão importante que é a literatura de cordel”.

O professor Eduardo Ferrei ra dos Santos, da EC 22, um dos entusiastas do projeto, ressalta

que o cordel tem boa aceitação pelos alunos, os quais, já fami liarizados, levam de casa o gos to por essa literatura. “ Nosso objetivo é valorizar o texto de cordel como manifestação po pular e, a partir daí, produzir textos com base em fábulas conhecidas, ilustrando-a com a xilogravura, incentivando a es crita, a produção e a declama ção em grupos”, observa.

Para ele, desenvolver o pro jeto “representou um passo valioso para o reconhecimen to e resgate da literatura, além de proporcionar à nova gera ção a oportunidade de apre ciar a riqueza e expressivida de da nossa cultura”.

A professora Suzana Cristi na Macedo de Melo Gomes, da EC 06, de Ceilândia, reafirma: “o cordel, além de ter grande relevância para as atividades em sala de aula, possui um caráter social, uma vez que as oficinas abordam questões relacionadas às dificuldades enfrentadas pelo povo brasi leiro, estimulando importan tes reflexões”.

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A escola como alvo da política do ódio

dos ataques a tiros de um ex-aluno da escola estadual, que tiraram a vida de quatro pessoas (três professoras e uma estudante) e deixaram outros 12 feridos, alguns em estado grave.

rer no Brasil e teme pela vida de educadores e estudantes de todo o País.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF se so lidariza com os familiares e com toda a equi pe de educadores (as) da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti e do Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), de Aracruz, Espírito Santo, vítimas

Mais uma vez a escola é vítima do terro rismo neonazista. No mesmo dia do crime, a Secretaria de Segurança Pública do Esta do do Espírito Santo localizou o assassino e mostrou sua ligação com grupos terroristas neonazistas existentes no País. O atirador é filho de um policial militar. Ele entrou na es cola estadual e abriu fogo na sala de reuniões dos professores, na hora do recreio, atingin do, fatalmente, três professoras.

A ação do adolescente imita cenas quase que cotidianas em escolas estadunidenses, país em que a venda de armas de fogo é li berada e a maioria dos políticos é financiada pela indústria bélica. Nesses locais, a escola é alvo predileto da política do ódio. O Sinpro vê com preocupação esse tipo de cena ocor

O atual governo federal rasgou o Estatuto do Desarmamento para favorecer empresá rios e indústrias armamentista, que precisam de uma sociedade em permanente estado de tensão para vender suas armas. Além disso, todos sabemos, principalmente nós, educa dores, que o Brasil está adoecido pelo ódio apregoado por ideologias fundamentalistas, ligadas ao nazismo, ao fascismo e, principal mente, aos Estados terroristas e milicianos. Em Estados dominados por essas ideolo gias, nenhum lugar é seguro para garantir a nossa própria vida e a de nossos filhos.

Diuturnamente, o Sinpro atua contra esse tipo de ideologia, denunciando todas as mazelas de grupos terroristas e revivendo a história do Brasil e do mundo para que todos (as) acessem as informações necessárias para combater esse tipo de doutrinação.

O Sinpro avaliza a nota da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e afirma que a escola é, sim, o lugar para se refletir, criticamente, sobre a disse minação de ideologias do ódio e, juntamente com isso, a venda de armas de fogo. Uma das ações é a desmilitarização das escolas públicas como iniciativa para a pacificação da sociedade contaminada pelo ódio.

Assim, solidária à população, aos(às) educadores(as) e às famílias dos(as) estu dantes de Aracruz, vítimas do ódio neona zista, a diretoria colegiada reforça seu com promisso com a defesa de uma sociedade mais justa, democrática e humanitária e uma escola com investimento público, capaz de oferecer não só uma educação gratuita, pú blica, democrática, laica, libertadora, crítica, de qualidade socialmente referenciada, mas também a segurança física por meio dos Ba talhões Escolares.

Copa e Consciência Negra são temas da Semana do EJA

Letícia Sallorenzo (*)

O tema da Semana da Educação de Jo vens e Adultos (EJA) do CED 02 do Cruzeiro foi Copa do Mundo e Consciência Negra. Nesta semana de estreia de Copa do Mundo, a escola realizou uma série de eventos com alunos e convidados especiais.

A segunda-feira (21) começou com uma palestra sobre futebol e consciência negra, com as professoras Luana Euzébia e Regina Célia (diretora da Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Edu cadoras do Sinpro).

No mesmo dia, o técnico Alessandro (Seco) conversou com os estudantes e pro fessores do CED 02 sobre o projeto da es colinha Ajax, e a história do futebol na luta contra o racismo e Copa do Mundo.

Na quarta-feira (23), as turmas da EJA e do curso técnico apresentaram seus tra balhos de conclusão do ano letivo. Na sex ta-feira (25), a semana da EJA se concluiu com um jantar de confraternização com bin go para as turmas de Jovens e Adultos.

“Uma semana de grande importância

A semana da EJA deste ano foi aguardada com muita ansiedade e teve um toque de recomeço

para essas modalidades. A pandemia não permitiu a realização desses eventos. Então, a semana da EJA deste ano foi aguardada

com muita ansiedade pelos (as) alunos (as), e ainda teve um toque especial de recome ço”, diz a professora Regina Célia.

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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Massacre de Aracruz
imita cenas quase que cotidianas em escolas dos EUA, país em que a venda de armas de fogo é liberada e a maioria dos políticos é financiada pela indústria bélica
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Campanhas de prevenção de doenças devem ser permanentes

O calendário da saúde é multicolorido. E em dezembro ocorre a campanha nacio nal de conscientização sobre o câncer de pele – o Dezembro Laranja. O Instituto Na cional do Câncer aponta que o tumor ma ligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma, que concentra, sozinho, 31,3% do total de casos de neoplasias (câncer) do País. No DF, a taxa de ocorrên cia para 2023 está prevista em 34,29 ca sos para cada 100 mil habitantes e repre senta 1.063 novos casos no próximo ano.

Novos pacientes que vão se juntar a outros que, na imensa maioria, já aguar dam nas filas da rede pública de saúde, sobrecarregando um sistema subfinan ciado e com limitações históricas que não permitem dispensar os melhores cuida dos aos pacientes que deles necessitam.

No caso do câncer de pele, evitar ex posição direta ao sol das 10h às 16h; usar proteção adequada (bonés, chapéus de abas largas, roupas que cubram bem o corpo, óculos escuros com proteção UV,

sombrinhas, barracas e filtro solar a cada duas horas durante a exposição ao sol) deixaria os hospitais menos sobrecarre gados com novos casos.

Vamos dar perspectiva à situação fa zendo um paralelo com a pandemia da covid-19, que provocou o colapso das unidades de saúde em todo o planeta. Antes dela, doenças que podem ser evi tadas com cuidados preventivos, sem internação hospitalar e tratamentos peno sos, como o câncer de pele e em outros órgãos, diabetes, hipertensão e cardiopa tias já provocavam colapsos semelhan tes. O sistema público de saúde nunca dispôs dos recursos financeiros, huma nos, materiais e tecnológicos suficientes para fazer frente ao adoecimento de uma população que cresce a cada dia.

Caso tivéssemos uma cultura pes soal e comunitária de prevenir antes de remediar, os recursos existentes seriam aproveitados em ações de atenção básica de saúde. Substituiríamos a realidade de

hospitais superlotados e cheios de do enças e riscos por um cenário no qual a população adoeceria menos.

Isso, é claro, não exime o Estado da obrigação de garantir a cada cidadão o direito à assistência em saúde. Mas a necessidade de recorrer a essa assis tência seria menor.

Não podemos deixar de observar que ações para prevenção a doenças evitáveis tanto devem integrar políticas estatais quanto devem fazer parte dos hábitos de cada indivíduo, que sofre com os efeitos da doença e os da in suficiência da estrutura que o Estado oferece para o tratamento. Ou seja, campanhas de prevenção não devem ser pontuais, mas permanentes, como do caso da dengue, por exemplo.

Se as políticas públicas e a cons cientização da população atingissem um padrão ideal, a assistência à saúde até poderia continuar deficitária, mas certa mente seria mais efetiva e eficaz.

Se continuarmos na toada atual, os re cursos nunca serão suficientes para a saú de. Devemos cobrar do Estado e dos gover nantes as garantias de acesso à assistência à saúde a cada cidadão, mas também preci samos desenvolver, todos nós, uma cultura de saúde, cuidando melhor de nós mesmos e daqueles que nos são queridos.

Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 3 a 9 dezembro de 2022 - bsbcapital.com.br 8 CENTROS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL EM DIVERSAS ÁREAS LABORATÓRIOS E MUITO MAIS df.senac.br 3771.9800 Tem um Senac sempre perto pra fazer você chegar mais longe MATRÍCULAS ABERTAS > > >
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não
INFORME
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

NUTRIÇÃO Caroline Romeiro

Nutrição em pauta no governo de transição

Equipe de Lula faz escutas à sociedade civil e organiza plenárias abertas ao diálogo. Expectativa é de que essas vozes sejam retratadas no que há por vir

As últimas semanas têm sido de muita movimentação e de articu lações pela equipe de transição do futuro governo Lula, como temos acompanhado. Os grupos direcio nados às pautas de desenvolvimen

to agrário, saúde e de segurança alimentar e direito humano à ali mentação adequada apresentam muitas pautas comuns, relaciona das à alimentação e nutrição.

Vamos falar um pouco sobre esse destaque dado ao tema da Nutrição pelo governo de transição? Consi derando que 33 milhões de brasilei ros voltaram a passar fome, e que mais de 150 milhões ainda estão em situação de insegurança alimentar, pois não conseguem garantir aces so a alimentos adequados e saudá veis todos os dias, é mais que com preensível que o presidente eleito traga essa agenda como prioridade de seu governo.

A alimentação, assim como a saúde, é um direito social básico presente na Constituição Federal. Portanto, o Estado é responsável pelas políticas públicas com foco na garantia dessas conquistas assegu

radas em nossa Carta Magna. A pri vação de alimentos saudáveis e da assistência nutricional adequada precisa ser ponto focal do próximo governo, pois impacta todas as esfe ras da vida humana.

O futuro governo já começou, em seu período de transição, fa zendo muitas escutas à sociedade civil, e tem organizado plenárias abertas para essa escuta. Coleti vos, entidades e instituições têm tido voz, e a expectativa é de que essas vozes sejam retratadas no que há por vir.

Vamos continuar acompanhan do e lutando por essa pauta nobre e irrenunciável à Nutrição, que é o acesso à alimentação saudável por todos os brasileiros!

ESPÍRITA José Matos

Crescimento espiritual

Vencer a si mesmo é a maior de todas as vitórias

O crescimento espiritual, ou ini ciação, é o caminho da humildade, da compaixão, do desapego e do acolhimento. “Orai e vigiai para não entrardes em tentação”. Se o seu desenvolvimento espiritual está lhe fazendo orgulhoso, você não enten deu nada. Pare e corrija-se! Se o seu passado está marca do por erros, aprenda a pensar

no futuro imaginando-se alegre e feliz sendo útil ao próximo. Tudo, mesmo os erros, deve ser encara do como material de trabalho e de evolução.

Como superar a inveja? Não se comparando. Você é único, com fi nalidade única na Terra. Como su perar a mágoa? Sabendo que erra e também tem defeitos. Como supe

rar a vaidade? Contrapondo-a com gratidão. Ao ser elogiado, lembre -se do tanto que você recebeu para chegar aonde chegou.

Como superar o desânimo? Pen sando em dias melhores e se inspi rando nos vencedores que venceram com muita dificuldade. Como vencer a culpa? Reparando os erros e agindo contrariamente ao mal feito.

Os santos têm imensa compreensão e compaixão para com os pecadores porque também foram pecadores. Na economia da vida, nada deve perder -se. Quem hoje erra, amanhã se corri girá e ajudará outros equivocados.

Na metade da caminhada o grande conflito: desistir ou continuar? Se con tinuar, tudo ficará mais fácil e leve. Alguns iniciados na luz, quando des lumbram-se com o pouco de conhe cimento e poder que desenvolveram, orgulham-se, envaidecem e caem.

“O bem que quero fazer, não faço. O mal que não quero fazer,

isto é que faço, mas pela graça de Deus não sou mais quem fui”, en sinou o apóstolo Paulo em seu mo mento de grande conflito.

Buda nos deixou o tripé do cres cimento espiritual: meditação, compaixão e desapego. E Jesus testou o moço rico no desapego: “Vai, dá teus bens aos pobres e se gue-me”. O rapaz retirou-se triste porque era muito rico.

O crescimento espiritual ou ini ciação é composto de cinco ou sete etapas, de acordo com a tradição, mas a penúltima etapa, é igual em qualquer uma delas: você a fará so zinho. Esta etapa é simbolizada por Jesus pelo carregar solitário da cruz.

“Vim, vi e venci”, disse o impera dor romano Júlio Cesar. Vencer a si mesmo é a maior de todas as vitó rias, ensinou Buda.

(*)

Brasília Capital n Geral n 10 n Brasília, 3 a 9 dezembro de 2022 - bsbcapital.com.br
Professor e palestrante (*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista

Quer viajar! Vá ao Sesi Lab

Pense num passeio imperdí vel! Nenhum brasiliense tem o di reito de deixar de conhecer o Sesi Lab, o mais novo museu interati vo do Brasil, inaugurado quarta -feira (30), no antigo Touring Club do Brasil, próximo à rodoviária do Plano Piloto.

Mas a facilidade de acesso não é o único atrativo do Sesi Lab. O espaço faz uma incrível conexão de ações artísticas, científicas, culturais e tecnológicas. “O pro jeto insere Brasília no roteiro dos mais modernos museus do País”, comemora o presidente da Fede ração das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Bittar.

Antes da abertura para o pú blico, o espaço foi apresentado na terça (29), em solenidade restrita, a representantes da indústria e auto ridades dos governos federal e dis trital. Na quarta, a população pôde conhecer o museu com senhas dis tribuídas para o público 30 minu tos antes de cada ação. A partir de quinta (1º), o ingresso custa R$ 20 a

inteira e R$ 10 a meia entrada para estudantes, professores e idosos.

ABERTO A ESTUDANTES – O Sesi Lab foi construído no prédio do antigo Touring Club, um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer que ressurge quase 60 anos depois de sua construção. O novo mu seu tem estrutura acessível e inclusiva, é 100% interativo e pode receber 350 mil visitantes por ano. Também será aberto, anualmente, para a visita de 85

mil estudantes e 3 mil professores. Para o passeio se tornar ainda mais agradável, o Sesi Lab tem um café na varanda/mirante, uma lojinha conceitual, obras de artistas consagrados, um grande painel original de Athos Bulcão e um anfiteatro. A obra durou dois anos e foi patrocinada pelo Servi ço Social da Indústria (Sesi) e pelo Serviço Nacional de Aprendiza gem Industrial (Senai).

Professores protestam em frente à prefeitura de Alexânia, no Entorno do DF

Depois de terem os salários reduzidos devido a um novo regi me jurídico e um novo plano de cargos e salários aprovados pela Câmara de Vereadores, os profes sores municipais protestaram em frente à prefeitura de Alexândia na manhã de quinta-feira (1º). O grupo se concentrou em frente à sede do prédio exigindo uma res posta do prefeito municipal Allys son Silva Lima (PP).

O novo plano aprovado prevê a diminuição salarial, desconto de parte da carga horária e do salário quando houver feriados ou recessos ou quando o profes sor adoecer e entregar atestado médico, acaba com a gratificação para os professores com salas

multisseriadas e com a licença prêmio por assiduidade.

Os profissionais ainda recla mam da falta de pagamento do auxílio transporte e alegam que os professores das escolas rurais

estão arcando com as despesas para ir para o trabalho. O Brasília Capital entrou em contato com o prefeito Allysson Lima, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

21 Dias Pelo Fim da Violência Contra a Mulher

Estima-se que, atualmente, cinco mulheres são espancadas a cada dois minutos no Brasil. O parceiro (mari do ou namorado) é o responsável por mais de 80% dos casos de violência contra o sexo feminino. Em 2021, fo ram registrados 1.341 casos de femi nicídio. As pesquisas ainda apontam que uma brasileira é vítima de violên cia doméstica a cada sete horas. No universo geral de homicídios de mu lheres, 66% das vítimas são negras.

De olho nessas trágicas estatísticas e atento às pautas relacionadas às mulhe res, o Sindicato, por meio da Secretaria de Mulheres, reitera seu compromisso e se soma à luta das trabalhadoras que sofrem com as opressões impostas e estimuladas pelo capitalismo, por um mundo mais equânime e justo, seja promovendo debates ou participando de atividades sobre a temática.

É o caso da campanha ’21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher’, que teve início no dia 20 de novembro e prossegue até 10 de de zembro. O evento traz reflexões sobre os variados cenários da violência de gênero contra meninas e mulheres, com a contextualização de suas vul nerabilidades.

Conhecida inicialmente como ’16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violên cia contra as Mulheres’, a iniciativa foi criada em 1991, por 23 feministas de diferentes países, reunidas pelo Cen tro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), nos Estados Unidos. Trata-se de uma mobilização educativa e de massa, que luta pela erradicação des se tipo de violência e pela garantia dos Direitos Humanos das mulheres.

Este é um artigo de opinião.

A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Brasília Capital n Cultura/Entorno n 11 n Brasília, 3 a 9 dezembro de 2022 - bsbcapital.com.br
USE O QR CODE PARA LER A MATÉRIA COMPLETA O espaço conecta incríveis ações artísticas, científicas, culturais e tecnológicas Professores também reclamam da falta de pagamento do auxílio transporte VINÍCIUS DE MELO/AGÊNCIA BRASÍLIA
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