Brasília, 22 a 28 de maio de 2021
Petista levanta bola para Leila do Vôlei cortar Vice-presidente do PT-DF e pré-candidato a deputado federal defende ampla aliança das oposições em 2022, com a senadora do PSB disputando o Buriti. Páginas 4 e 5
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AG BRASIL
Ano X - número 515
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Entrevista / Ricardo Berzoini
Madeeeeeeira!
Ministro do Meio Ambiente e presidente do Ibama são suspeitos de praticar nove crimes no desmatamento ilegal da Amazônia. O esquema foi denunciado pelo governo dos EUA e é investigado pela PF. O escândalo se soma às apurações da CPI da Pandemia no desgaste
da imagem do País no exterior e do governo junto à população. Um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro, Ricardo Salles pode cair a qualquer momento, a exemplo do que ocorre com as árvores da maior rePelaí – Página 3 serva florestal do planeta.
ANTÔNIO SABINO
E MAIS: Júlio Miragaya O oitavo pecado capital – Página 2 Rayssa Tomaz Precisamos combater as mentes limitadas – Página 2 Lorrane Oliveira Começa a vacinação para a Educação – Via Satélites – Página 8 Anna Ribeiro Eu e as ondas – Questões da Alma – Página 10 José Matos A vida após a morte – Visão Espírita – Página 10
Projeto Rotas Acessíveis facilita a vida de pedestres, cadeirantes e ciclistas Páginas 6 e 7 em todas as regiões administrativas.
DIVULGAÇÃO
GDF constrói calçadas em todas as cidades
Dedé Roriz 200 sabores de sorvetes à sua disposição – Gastronomia – Página 11
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 22 a 28 de maio de 2021 - bsbcapital.com.br
O oitavo pecado capital
Ex pedien te
Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
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Elaborados há 15 séculos pela Igreja medieval, as referências aos sete pecados capitais andavam meio esquecidos. Mas Bolsonaro tratou de resgatá-los em seu desgoverno. Começando pela soberba, expressa na frase “é só uma gripezinha”, e que envolveu negligência e irresponsabilidade de seus atos. Negligência em não prover suficientes testes para a covid-19; na falta de oxigênio em Manaus; na falta de kit intubação e no descaso em adquirir vacinas, com declarações desatinadas de que quem as tomasse poderia virar jacaré. Retrato do escárnio com a angústia do povo. Aliás, a resistência em adquirir a CoronaVac, a falta de respostas às ofertas da Pfizer e sua declaração de que “um número grande de pessoas se infectando vão criar anticorpos”, deixaram claro que Bolsonaro apostava na chamada “imunidade de rebanho, não importando o número de vítimas, que poderia ser contado em milhões. A soberba também se expressou em atos irresponsáveis, como a crítica ao uso de máscara, o estímulo às aglomerações, censu-
rando o distanciamento físico (“é um país de maricas”), a aquisição em massa e a recomendação do uso da cloroquina e as críticas estapafúrdias à China, dificultando a importação do IFA, insumo fundamental para a fabricação da vacina pelo Butantã e pela Fiocruz. Já a ira é marca registrada do governo Bolsonaro, pois o ódio vociferado em seus discursos e de seus seguidores se tornou mais uma “página infeliz de nossa história”. Direcionou sua fúria a governadores e prefeitos, acusando-os de desvios de recursos públicos, omitindo que eles se dão, sobretudo, em estados governados por bolsonaristas, como Rio de Janeiro, Amazonas e Roraima. Preguiça também é típica desse governo, que não dialoga, não trabalha para a resolução dos problemas do país, que usa seu tempo para receber o afago de bolsonaristas no “chiqueirinho”. A gula se nota na corrida dos militares em busca das boquinhas na administração civil, acentuada agora na “flexibilização do teto”, salários em dobro para militares no governo e salários congelados para servidores públicos. A luxúria se vê nos milhões gastos em aquisições por órgãos de governo, notadamente as FFAA, de itens como picanha maturada, salmão defumado e uísque 12 anos. Que se tor-
nam ainda mais descabidas quando contrastadas com a avareza com que são tratados os milhões de brasileiros que ficaram desempregados e recebem o pífio auxílio emergencial de R$ 250, míseros R$ 8,33/dia para sustentar uma família básica de 4 pessoas. Por fim a inveja, sim, inveja da riqueza dos EUA; da robustez do crescimento chinês; dos inquestionáveis indicadores sociais de Cuba e da enorme popularidade de Lula, inabalável entre os mais pobres. Mas há um oitavo pecado cometido por este desgoverno: o desprezo pela vida, não listado entre os pecados capitais, mas que consta como “não matarás” dos dez mandamentos da Bíblia Judaica. Bolsonaro não tem qualquer apreço pela vida dos brasileiros. Não fossem a ação consciente da grande maioria do povo e as regras estabelecidas pela maioria dos governadores e prefeitos, exigindo o uso da máscara, impondo distanciamento social e cobrando a vacinação em massa, já teríamos superado 1 milhão de mortos. Desprezo que sempre nutriu, quando disse que a ditadura havia matado pouco, que deveria ter matado 30 mil, e que, diante da morte de milhares de pessoas na pandemia, respondeu: E daí? (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
Precisamos combater as mentes limitadas Rayssa Tomaz (*) DIVULGAÇÃO
Em meio a denúncias de corrupção, operações da Polícia Federal, afastamento de servidores e toda ordem de notícias assustadoras relativas ao Ministério do Meio Ambiente na gestão de Ricardo Salles, a Câmara dos Deputados passou por cima do Licenciamento Ambiental, aprovando um projeto que torna inconstitucional, passível de judicialização, e coloca a atividade comercial e lucrativa acima do meio ambiente e dos interesses da sociedade. A flexibilização promove uma lógica de que tudo vale pelo lucro, esquecendo que, para haver lucro, há de
se ter o que explorar. O projeto, que seguiu para o Senado, endossa o coro daqueles que, como Salles afirmou na fatídica reunião ministerial de abril de 2020, querem “passar a boiada”. A lógica do processo de licenciamento, ao contrário dos que bradam defendendo que as legislações ambientais atrapalham, é diametralmente oposta: visa favorecer o planejamento e o desenvolvimento sustentável, avaliando riscos, mitigando danos e apresentando caminhos para a realização dos empreendimentos de forma que sejam efetivos, mas não degradem, não afetem a comunidade ao redor nem as riquezas naturais. Precarizar a fiscalização trará resultados catastróficos. Falta de regulamentação, sobreposições de titularidades de terras, desmandos e degradação afetam diretamente o agro,
a produção e, por fim, o lucro. Outros possíveis impactos recairão sobre os acordos comerciais com países da União Europeia, comprovando que a ignorância se sufoca de si mesma. O licenciamento passará a ser, ainda, moeda de troca de favores entre estados, tornando as regiões mais ou menos interessantes aos investidores à medida que flexibilizem mais e mais as condicionantes e o processo. Sobrarão para os estados e para a população os impactos, os danos, a degradação. Que o Senado, como casa revisora, seja mais sensível aos danos coletivos que tais alterações trarão. Que a pressão do lobby e a sanha do lucro a qualquer custo não persevere! (*) Jornalista e ambientalista, ex-diretora de Sustentabilidade Urbana e Relações Institucionais da Secretaria de Meio Ambiente do GDF
Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 22 a 28 de maio de 2021 - bsbcapital.com.br
Pior da história – Pesquisa Vox Populi divulgada na sexta-feira (21) aponta que 72% dos brasileiros estão insatisfeitos com o governo Bolsonaro, um aumento de 2% em comparação com o levantamento de abril de 2019. Os satisfeitos somaram 27%. Dos entrevistados, 46% disseram que Bolsonaro já pode ser considerado o pior presidente da história do Brasil (aumento de 16% em relação ao quesito “qual é o pior presidente que o Brasil já teve?”, abordado pelo instituto em dezembro de 2019.
JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Menos mortes no trânsito
Operação Akuanduba O nome Akuanduba faz referência a uma divindade protetora do meio ambiente da mitologia dos índios Araras, que habitam o Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem. A flauta tocou na quarta-feira (19), quando a Polícia Federal deflagrou a operação que investiga o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (foto), o presidente do Ibama, Eduardo Bim (já exonerado/foto) e outros dez servidores públicos.
Eles poderão responder por até nove crimes: corrupção passiva, facilitação de contrabando, prevaricação, advocacia administrativa, corrupção ativa, contrabando, crimes contra a administração ambiental, lavagem de dinheiro, integrar organização criminosa e obstrução de justiça. O jornal espanhol El País publicou uma ampla reportagem do jornalista Diogo Magri mostrando que a cúpula do Meio Ambiente é investigada no momento em que o Brasil tenta se livrar da imagem de “vilão ambiental” e
Campeão de mentiras O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), concedeu ao general Eduardo Pazuello o título de “campeão das mentiras”. O ex-ministro depôs na quarta (19) e quinta-feiras (20) e, na tentativa de blindar Jair Bolsonaro de culpa na desastrosa gestão da Saúde durante a pandemia, mentiu ou entrou em contradição pelo menos 14 vezes, segundo agências de checagens de fatos. De acordo com Pazuello, manifestações públicas do presidente sobre medidas sanitárias ou compra de vacinas eram “im-
provisos” e não devem ser interpretadas como ordens. E chamou para si a responsabilidade por quase todas as decisões no enfrentamento ao coronavírus. Agora, pode ser processado pelos crimes de prevaricação, falso testemunho, contra a saúde pública e improbidade administrativa. COBAIA – O ex-ministro culpou a empresa White Martins e o governo do Amazonas pelo colapso de oxigênio no estado, em janeiro. Admitiu que a intervenção na saúde do estado foi discutida no Planalto
se aproximar do Governo Biden. “Infelizmente quem quiser saber sobre a questão ambiental precisa abrir as páginas policiais”, critica secretário-executivo do Observatório do Clima.
Use o QR Code e leia a íntegra do texto de Diogo Magri
JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
com o presidente, mas descartada por Bolsonaro, pelo governador Wilson Lima e por um grupo de ministros. Para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), Pazuello e Bolsonaro usaram o Amazonas como cobaia de experiências como imunidade de rebanho e uso em massa da cloroquina.
Em meio ao turbilhão de notícias ruins que assola o País, o Detran-DF tem algo de positivo a informar: abril foi o mês que registrou o menor número de mortes no trânsito em 2021. Gostaria muito de dizer que não perdemos nenhuma vida em nossas vias. Mas, os oito óbitos registrados em 30 dias indicam uma redução de 33,3% em comparação ao mesmo período de 2020, quando 12 pessoas morreram em acidentes de trânsito. Em janeiro foram 11 óbitos; em fevereiro, 12; e em março, 11, totalizando 42 vítimas fatais no quadrimestre, 26,3% a menos do que o registrado no período de janeiro a abril de 2020, com 57 vítimas fatais. Esses números refletem o empenho do Detran-DF em priorizar a educação no trânsito, incluindo atividades de conscientização e humanização concomitantes às operações de fiscalização, além de campanhas publicitárias na mídia. O Detran continuará investindo na promoção de ações nas ruas, parques, ciclovias, escolas, bares e restaurantes, com blitzes educativas, palestras e distribuição de material. Essas atividades, aliadas à fiscalização, são fundamentais para a queda do número de mortes no trânsito. E a população pode ter certeza de que o Detran não economizará esforços no sentido de evitar acidentes, com ou sem vítimas, em nossas ruas.
Diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha
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Como o senhor vê, hoje, as condições do PT para as eleições de 2022? – O partido sofreu muito com os ataques por parte do Ministério Público, do Judiciário e da mídia, nos quais, por um período parte do povo acreditou. O presidente Lula ficou preso 580 dias. Várias lideranças nossas importantes sofreram perseguições. Eu acho que essa fase não está concluída e em grande parte administrada. Lula teve os seus direitos políticos e eleitorais restituídos e está dialogando com a população por meio de entrevistas e atividades na Internet, e com lideranças de vários segmentos. Então, temos uma boa expectativa de recuperação. Essa recuperação se sustenta até a eleição ou sofrerá desgaste com os ataques que passará a sofrer? – Ataques certamente haverá. Temos que estar preparados para isso. É da política. Nós vivemos uma luta política que precisa agora ser equacionada do ponto de vista pedagógico, mostrar para o povo que Lula, o PT e seus aliados têm condição de retomar o caminho do desenvolvimento, da luta pela Saúde, pela Educação, pela Cultura. Enfim, a luta para que o Brasil possa se afirmar como um país civilizado e democrático. Quais os principais retrocessos foram perpetrados pelos governos Temer e Bolsonaro após o impeachment de Dilma? – Tivemos as reformas trabalhista e previdenciária, e a Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que engessa o orçamento e provocou desemprego, fome, exclusão social, miséria, redução dos orçamentos
FOTOS: POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
Entrevista / Ricardo Berzoini
“É importante conversar com a senadora Leila” Orlando Pontes
C
oncursado do Banco do Brasil, Ricardo José Ribeiro Berzoini, 61 anos, foi presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e quatro vezes deputado federal pelo estado. Presidiu o PT nacional em 2005 e foi ministro da Previdência e do Trabalho de Lula. Em 2006 coordenou a campanha de reeleição do ex-presidente e chegou a ser ministro das Comunicações de Dilma em 2014. Em 2017 transferiu o domicílio eleitoral para Brasília, por onde pretende se candidatar a deputado federal em 2022. Conciliador, nesta entrevista ao Brasília Capital ele admite uma aliança com o PSB para lançar a candidatura da senadora Leila Barros ao Buriti.
de Saúde e Educação. O Brasil perdeu qualquer perspectiva de ter política de ciência e tecnologia. Portanto, o conjunto de retrocessos é enorme. Mas, é fundamental destacar o desemprego, o aumento da miséria e o retorno da fome ao nosso país, que provocou um grave retrocesso so-
cial para o nosso povo. E ainda tivemos o agravante da pandemia... – É. A CPI do Senado vai demonstrar os erros cometidos pelo governo. O Brasil caminha para as 500 mil mortes, muitas delas evitáveis. Pessoas morreram por falta de oxigênio, por tratamentos criminosos
como a cloroquina, pela falta de vacina em tempo hábil, e pelo estímulo que Bolsonaro fez às aglomerações, criticando o uso de máscara. Ou seja, o governo cometeu crimes contra a saúde da população e agora está sendo investigado pela CPI, que, eu acredito, chegará a um bom rela-
tório, de maneira criteriosa e democrática. Para Lula viabilizar a candidatura a presidente, o PT terá de abrir mão de concorrer em alguns estados. Como o senhor vê as composições estaduais, particulamente em Brasília? – Eu acho que o PT melhorou sua situação, mas ainda vai enfrentar grandes dificuldades. Não podemos ser otimistas somente pela recuperação dos direitos políticos do Lula. É preciso ampliar o nosso diálogo com a população, inclusive para combater essa impressão de uma parte dela que acredita naquilo que foi veiculado com base da Lava-Jato. Além disso, a estrutura partidária sofreu muito nesse período. Então, independentemente da situação específica do PT, é necessário diálogo amplo, com com base num programa político. Aqui no DF, o PT tem que dialogar com toda a esquerda e conversar com pessoas que tenham compromisso com a Saúde, com a Educação, com transparência e principalmente com um projeto para requalificar a questão urbanística de Brasília. Nós acreditamos que é possível conversar amplamente, sabendo que tanto da parte dos potenciais aliados, quanto da nossa parte, há opiniões que serão cotejadas para produzir uma aliança possível. O senhor foi quatro vezes deputado por São Paulo, mas é mineiro e tem um traço de mineirice que é o de ser conciliador. Algumas pessoas o comparam ao ex-deputado Sigmaringa Seixas. Como vê isso? – É um orgulho que alguém me compare ao grande amigo Sigmaringa.
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Ele foi uma pessoa capaz de renunciar a seus projetos pessoais para ajudar na articulação política e o Lula. Meu perfil é um pouco diferente do ponto de vista das trajetórias. Sig foi um grande advogado. Eu fui sindicalista e parlamentar, além de ministro. De qualquer maneira, nós achamos que é preciso, nessas eleições, construir referências importantes de disputas de espaços junto à classe média e à população mais carente do DF. Por isso, estou consultando companheiros para uma eventual candidatura. Mas ainda é uma conversa inicial. Espero poder evoluir, porque nao tenho nenhuma pretensão pessoal. Minha única pretensão é ajudar o País e o partido a se expressar de maneira correta nas urnas. O senhor seria candidato a deputado federal pelo DF? – Provavelmente. Vai depender dos apoiadores. Não tenho ainda nenhuma conversa estruturada. Conversei com alguns companheiros que manifestaram simpatia por eu ser candidato a federal. A companheira Érica Kokay sairia candidata ao Senado e o PT lutaria para manter a representação na Câmara. Não apenas com minha candidatura. Temos que buscar 8, 10, 12 candidatos que tenham capacidade de juntar votos para conquistar uma ou duas vagas na Câmara Federal. Entre as conversas do Lula, haveria acordos para o PT não concorrer aos governos de Pernambuco e do DF, apoiando nomes do PSB. Aqui, seria a senadora Leila Barros? – Eu dirigi a negociação de composições de alianças em 2006 e ajudei em 2010. É um jogo complexo. Em
Pernambuco, temos uma candidata favorita, que é a Marilia Arraes. Ela está na frente nas pesquisas e já foi sacrificada em 2018 pela mesma composição. Mas tem que ser construído. Aqui no DF, é importante conversar com a senadora Leila e com o PSB, com o PCdoB, com o PDT, com o PSol e com outros partidos que queiram dialogar. Ainda está muito longe do momento decisório, mas não temos nenhum tipo de obstáculo para uma conversa. Achamos que é importante fazer a conversa com o PSB nacional e local.
que também o Solidariedade tem muitas diferenças internas. Mas nós temos a obrigação de conversar. O Israel é um parlamentar jovem de grande futuro e pode ser também um aliado. É preciso ter paciência, respeito, entender as razões dos outros e tentar construir. O PT está apenas começando esse processo. O próprio presidente Lula sabe que as alianças são fechadas nos últimos dias. Eu costumava usar uma frase quando era presidente do PT: “Quem tiver muita ansiedade sai da mesa”. A conversa é longa e nem tudo dá certo. Algumas coisas são mais fáceis de consO deputado Professor truir. Outras mais difíceis. Israel, que se reuniu com Lula sem autorização Qual seria a sua plado PV, estaria migrando taforma como deputapara o Solidariedade. O do federal por Brasília? partido do Paulinho da – Mudei meu domicílio Força, que integra o Cen- eleitoral para DF em 2017. trão, pode se aliar ao PT? A tarefa do deputado fe– Pode ser. Não é fácil por- deral, além de defender os interesses do eleitorado que ele representa do ponto de vista territorial, é defender as grandes teses nacionais. No caso do DF, precisamos investir pesadamente no transporte, investimento que não se faz só com o orçamento do DF. É preciso ter negociação com o governo federal para requalificar todo o processo de mobilidade urbana. Inclusive, eu defendo uma tese bastante polêmica, que é construir o financiamento do transporte com tributos, e não com tarifa, porque isso reforça a desigualdade: quanto mais longe a pessoa mora, mais paga. E quem mora mais longe quase sempre são os mais pobres. Defen“O teto de gastos do também que o DF tem causa desemprego, que ter uma rede de mefome, exclusão social, trô à altura da importância da capital,. Então, premiséria e redução dos cisamos de financiamento orçamentos de Saúde do BNDES, do Ministério e Educação” da infraestrutura. Além
sobre aliança. Quem vai decidir é a militância do PT, obviamente o sob o comando da direção nacional, que faz a execução da política de alianças nas 27 unidades da Federação. O PT pode ter aliança com PSB e com outros partidos, mas também pode ter candidatura própria ao GDF. Dependerá da decisão dos militantes do PT. Segundo, sobre a questão da aliança do outro lado, que está se constituindo, eu vejo duas candidaturas se desenhando: uma do senador Izalci Lucas, que tenta articular um bloco de oposição, e outra do Ibaneis.
“O PT pode ter aliança com o PSB e com outros partidos, mas também pode ter candidatura própria ao GDF” disso, acreditamos que o próprio Fundo Constitucional precisa ser rediscutido. É preciso pensar no seu crescimento para o futuro, porque uma capital suporta muitas obrigações que não são típicas de um estado ou de uma cidade comum. Então, é preciso trabalhar também esse debate no Congresso Nacional. É fundamental disputar no bolo orçamentário nacional um atendimento melhor para capital do país. Nós falamos das possibilidades de coligações à esquerda. Mas a direita local também já se articula. A deputada Flávia Arruda foi recebida esta semana pelo governador Ibaneis. Os dois podem unir as forças bolsonaristas? – Primeiro, quero deixar claro que o PT não toma nenhuma decisão
O governador seria o nome mais forte no momento? – Ibaneis não sobrevive a um debate político sobre o que ele prometeu na campanha e sobre o que está fazendo no governo. O DF tem uma população parecida, em termos numéricos, com a do Piauí. Só que a taxa de mortalidade no Piauí pela pandemia é 40% menor. Enquanto o orçamento do DF é superior a R$ 40 milhões, o do Piauí é de R$ 16 milhões. Como ele vai explicar isso? E como explicar que os professores que ele prometeu que iriam ganhar igual a juiz, estão sem reajuste e ainda tiveram aumento da contribuição Previdenciária, que diminuiu o salário líquido deles. Como é que explica a questão da Saúde, que tem a proposta de CPI da Pandemia na Câmara Legislativa e a base aliada retirou quórum para não enfrentar essa questão. Então, eu acho que é um cenário ainda em desenho. O Ibaneis vai tentar puxar o máximo de apoios usando a condição de situação. O Izalci vai tentar construir o seu bloco e a esquerda tem todas as possibilidades de construir um bloco com bastante identidade programática e força política.
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Calçadas largas e niveladas: mais pedestres utilizando e menos atropelamentos. Investimento que salva vidas e diminui gastos com tratamento médico
Andar com fé GDF constrói calçadas em todas as cidades do DF: mais acessibilidade para pedestres, ciclistas, cadeirantes e usuários do sistema de saúde José Silva Jr. (*) O novo modelo de calçadas que o governo vem implantando nas cidades, mais largas e niveladas, já faz parte do mobiliário urbano do Distrito Federal. E tem agradado a população, principalmente a parcela que usa os próprios pés para se deslocar de um ponto a outro. O serviço vem sendo executado desde o início da gestão. Só no ano passado, o DF ganhou mais de 76 mil m² de passagens para pedestres, ciclistas, cadeirantes e
pessoas com dificuldade de locomoção. Como é o caso de Maria Auxiliadora, 65 anos, moradora do Gama. Ela conta que a vida dela melhorou bastante depois que o GDF construiu novas calçadas em sua cidade. “Eu caía direto por causa da irregularidade das calçadas antigas. Uma vez, quase quebrei o pé ao topar com uma calçada que estava alta”, lembra ela. “Essas agora ficaram muito boas”, avalia. Outras cidades também foram contempladas com novas calçadas, como Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Jardim Botânico, Plano Piloto, Brazlândia, Águas Claras, Recanto das Emas. SEGURANÇA – Nesta última cidade, foi coberta com passagens para pedestres uma extensão de mais de sete quilômetros nas quadras 602 e 603. Resultado: mais segurança para quem anda a pé, ciclistas e cadeirantes, que não
Maria Auxiliadora: “Quase quebrei o pé ao topar numa calçada que estava alta”
Domingos José: “A nova calçada trouxe segurança e conforto para todos nós”
precisam mais dividir a pista com os carros. Domingos José da Silva, 52, pertence ao grupo urbano beneficiado pela construção das calçadas no Recanto das Emas. Morador da Quadra 802, ele conta que só anda de bicicleta para onde quer que vá.
Segundo Silva, quando as calçadas eram estreitas, preferia andar na pista disputando espaço com os carros, correndo risco de atropelamento. Agora, trafega pelo apropriado. “Essa nova calçada trouxe mais segurança e conforto para todos nós”, disse.
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Allan Pena: “A iluminação está falha. A partir das 18h fica perigoso transitar”
eu vou
Administração recupera Pistão Norte de Taguatinga Há menos de uma semana, o Brasília Capital levou ao conhecimento da Administração de Taguatinga uma enxurrada de reclamações de moradores sobre o que eles classificaram como “abandono” da pista de pedestre que passa ao lado do Pistão Norte. Segundo a população, o maior problema era o mato alto, que encobria as passagens. Como descreveu Allan Pena, 35 anos, à reportagem: “A limpeza deveria melhorar. Eles até cortaram o mato, mas o trabalho foi mal feito. Só cortaram por cima. É perigoso. E os equipamentos de ginástica estão todos quebrados. A iluminação está muito falha. A partir das 18h fica perigoso transitar pelas calçadas”, apontou. Na mesma ocasião, o adminis-
trador da cidade, Bispo Renato, ficou surpreso com a reclamação levada até ele por nossa equipe. E garantiu que faria a manutenção das passagens. “A Administração faz manutenções permanentes. Mas, diante da denúncia, vou pedir ao nosso pessoal de manutenção para fazer uma vistoria e corrigir o que for necessário”, disse. A reportagem retornou ao local na terça-feira (18) e conferiu as melhorias feitas pela Regional. Agora, com o mato baixo, dá para o pedestre enxergar por onde está passando. Valdemir Reinaldo Ferreira, 68, também foi conferir de perto o serviço. “Está bom. O mato aqui encobria toda a passagem, mal dava para enxergá-la”, descreveu, enquanto caminhava pela QNA 41.
Novacap implanta 3.000 m² de calçadas Este ano, segundo a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), já foram construídos mais de três mil m² de calçadas. Números que tendem a aumentar, uma vez que o serviço continua a todo vapor. Conforme acompanhou a equipe do Brasília Capital, que percorreu alguns lugares onde as obras estão em andamento. Na QS 10 do Areal, homens e máquinas da Novacap e de uma empresa terceirizada trabalhavam duro na manhã da terça-feira (18). O grupo, que mais se parecia com uma força-tarefa, já havia feito boa parte das calçadas, conforme a reportagem demonstra em fotos.
Acessibilidade próximo a hospitais
D. Santina: “Muito boa para a gente caminhar com mais segurança e comodidade”
Dona Santina Oliveira Santos, 64, já caminhava por elas naquele mesmo dia. “Gostei muito, meu filho. Muito boa para a gente caminhar com mais segurança e comodidade”, avalizou a aposentada.
Além dessa frente de serviço, o GDF também vem realizando a instalação de um outro tipo de calçada que visa melhorar a travessia de pacientes de hospitais. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) colocou na porta dos hospitais o programa chamado Rotas Acessíveis, que visa melhorar a acessibilidade das pessoas que utilizam transporte coletivo para ir às unidades saúde (foto). Com recurso do Fundo de Urbanização da própria Secretaria, o Rotas Acessíveis tem gerado, com a primeira e segunda
etapas, mais e 300 empregos diretos e indiretos. As modificações ocorrem a partir do ponto de ônibus e se estendem até a porta do hospital. Ao descer do coletivo, o usuário especial já encontra paradas com sinalização tátil, para orientar pessoas com deficiência visual. São faixas em alto-relevo fixadas no chão – e esses pisos têm, como serventia, auxiliar a caminhada das pessoas, sejam elas deficientes visuais, crianças ou idosos. (*) Colaborou: Amanda Bartolomeu
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VIA
Satélites
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Auxílio para transporte de turismo – A Câmara Legislativa aprovou, quarta-feira (19), Projeto de Lei para concessão de auxílio financeiro para donos de veículos que atuam no transporte coletivo de turismo. A ajuda será de R$ 600 durante três meses. O texto seguiu para sanção do governador Ibaneis Rocha.
Por Lorrane Oliveira
SEDES
DISTRITO FEDERAL
Começa vacinação para a Educação A Secretaria de Saúde iniciou, na sexta-feira (21), a vacinação dos profissionais da educação do DF. As primeiras doses foram aplicadas na Unidade Básica de Saúde I do Guará. O processo ocorrerá por fases. A primeira
contempla trabalhadores que atuam em creches públicas e privadas. Não haverá agendamento para esse público. Informações sobre a campanha de vacinação podem ser consultadas na página Vacina DF.
Vacina para todos O governador Ibaneis Rocha, afirmou, quarta-feira (19), que pretende ampliar a vacinação para a população geral após finalizar o grupo de comorbidades. A
meta é vacinar 70% da população do DF até outubro. Na ocasião, Ibaneis recebeu a primeira dose do imunizante (foto). Ele contou que é diabético desde os 29 anos. JOAO CARDOSO/AG BRASILIA
Primeira república LGBT+ do Brasil Inaugurada na terça-feira (18), a primeira república para o público LGBT+ vai ser um espaço de abordagem social de rua e acolhimento institucional. Pio-
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neira no Brasil, a casa já abriga seis pessoas. Para lançar o local, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) contou com verba de emenda parlamentar.
SUDOESTE
Viaduto do Parque da Cidade A Secretaria de Obras vai iniciar em junho a construção do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig). A via será feita na saída do Parque da Cidade e desafogará o
Doe leite materno Cerca de 250 bebês internados nas UTIs neonatais do DF necessitam diariamente desse alimento. Toda mulher que está amamentando pode ser voluntária e ajudar a salvar a vida de vários recém-nascidos. Para se tornar doadora, basta ligar para o telefo-
ne 160, opção 4, ou acessar o site Amamenta Brasília e se inscrever. O Hospital Universitário de Brasília também iniciou uma campanha de arrecadação oferecendo um kit para armazenamento. O HUB recolhe o leite em casa. Basta ligar para 61-2028-5585.
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trânsito no Sudoeste. As obras vão gerar 720 empregos, com investimento de R$ 24,6 milhões. Estudos para o fluxo de carros durante a obra estão em andamento.
CRUZEIRO
Reforma do Cruzeiro Center A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação aprovou, terça-feira (18), o projeto que vai requalificar o Cruzeiro Center. As melhorias incluem obras de acessibilidade,
renovação do piso, melhorias nos estacionamentos e criação de estruturas com coberturas de vidro entre os blocos. Caberá à Novacap trabalhar no orçamento e na licitação da obra.
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Covid-19 e gestantes: é preciso cuidado Na semana passada, foi sancionada, no Brasil, a Lei 14.151, que garante às grávidas o afastamento do trabalho presencial durante o período da pandemia. Neste período, elas deverão desenvolver suas funções de forma remota (home office). A medida tem como objetivo reduzir a contaminação das gestantes pelo coronavírus: segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro covid-19 (OOBr), o número de grávidas mortas pela doença, em 2021, já é maior que o total registrado em 2020. O observatório revela que, neste ano, 642 mulheres grávidas morreram por covid-19. Em 2020, foram 457. Ou seja, houve aumento de 42,6%. Os dados são preocupantes! E mostram, sobretudo, que a vacinação a este grupo também deve avançar em números. Infelizmente, contudo, o Brasil segue a passos
lentos. O Distrito Federal, por exemplo, retomou a imunização de grávidas, no dia 13 deste mês, após a Anvisa recomendar a suspensão do uso da vacina AstraZeneca em gestantes e puérperas. Quero aqui lembrar ainda que as gestantes que já tomaram a primeira dose de AstraZeneca devem tomar a segunda dose apenas 45 dias após o parto. Essa é a recomendação do Ministério da Saúde. Se atentem ao prazo. E não tenham medo da vacina. Como médico, ginecologista e obstetra, outra recomendação é: aproveitem a Lei sancionada e fiquem em casa a maior parte do tempo possível. Este não é o momento ideal para ir ali, aqui, acolá. Cuidem da gestação de vocês. Infelizmente, estamos em um cenário em que o auto-cuidado virou receita médica. E, se tratando de gravidez, esses
cuidados devem ser redobrados. Muito importante, também, é que você, grávida, continue indo às consultas de pré-natal. Elas têm papel fundamental na prevenção e, ainda, detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais. Vá, com todo o cuidado. Use máscara, use o álcool em gel e lave as mãos com frequência. E se o consultório estiver cheio? Espere do lado de fora. É preciso aliar, aqui, cuidados do pré-natal com medidas de segurança contra a covid-19. As grávidas estão, sim, no grupo de risco com relação à covid-19. Não à-toa, o próprio Ministério da Saúde orientou àquelas mulheres que pretendem engravidar: se der, esperam mais um pouco. As novas variantes, conforme mostram os dados citados acima, são mais agressivas em gestantes e puérperas. Por isso, todo
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
cuidado é pouco. Lembre-se que, dentro de vocês, há alguém que precisa de proteção. Portanto, esse trabalho é nosso, dos adultos. Então, vamos apostar na prevenção!
Contrato é temporário. Concurso público é permanente “Enxugar” a máquina pública sempre foi sonho de governos que têm elos estreitos com o setor privado. O empresário Paulo Guedes como chefe do Ministério da Economia de Bolsonaro alvoroçou a ala privatista. E não à toa: com ele, a ideia da reforma administrativa vem avançando. O terreno para que a polêmica proposta se assente sem pudor vem sendo preparado há tempos por governos que coadunam com a ideia de Estado mínimo, pelos mais diversos rearranjos nos vários setores do serviço público. Na Educação, a expansão do número de professoras/es temporárias/ os para as escolas públicas, realizada sobremaneira no Distrito Federal durante os governos Rollemberg e Ibaneis Rocha, é prova disso. O texto da reforma administrativa (PEC 32) deixa claro que o objetivo da proposta realizada pelo go-
verno federal é reduzir ao máximo os cargos públicos e acabar com a obrigação da realização de concursos para a ocupação dessas vagas. A lógica consiste em beneficiar a iniciativa privada e, ao mesmo tempo, reduzir gastos à custa da precarização dos direitos trabalhistas. A ampliação sem critério da contratação de professoras/ es temporárias/os segue essa lógica. Com o fajuto argumento de “sanar” necessidades da Educação, o GDF vem investindo na ampliação da contratação de professoras/es temporários, que têm a mesma qualificação e desempenhem a mesma função com a mesma qualidade e dedicação de professoras/es concursados, mas recebem salários menores e têm direitos fragilizados. Dados da Secretaria de Educação (SEEDF) mostram que o número de professoras/es com re-
gime de contratação temporária representa 40% do total de professoras/es efetivos, o dobro do que é permitido em instituições de ensino federais. Ao mesmo tempo, o número de professoras/es efetivos e orientadoras/es educacionais vem caindo diante dos pedidos de aposentadoria. De janeiro de 2020 a abril de 2021, 1.625 professoras/ es e/ou orientadoras/es educacionais aposentaram-se. Pela proposta da reforma Administrativa, o serviço público passa a ser subsidiário. Em outras palavras: a iniciativa privada é a principal executora dos serviços prestados à população, como a Educação. Pela lei atual, a contratação de professores temporários para a rede pública de ensino do DF é realizada por processo seletivo simplificado pela Secretaria de Educação. Mas com a reforma administrativa, nada impede que a mesma contratação seja
feita por empresas privadas, via terceirização. “A gente precisa ter em mente que a luta por concursos públicos não é uma luta contra professoras e professores temporários. Muito pelo contrário. A gente sabe que esses professores só são temporários pela ausência de oferta de concursos públicos. Com a necessidade de entrar no mercado de trabalho, a única forma de exercer a profissão é se submetendo à desigualdade de direitos, mesmo que o exercício do trabalho seja o mesmo, com as mesmas qualificações. E é por isso que reforçamos o lema da nossa campanha: Contrato é temporário. Concurso público é permanente”, diz a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa.
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QUESTÕES DA ALMA
Anna Ribeiro
Eu e as ondas Somos somente nós dois, eu e meu infinito particular. As ondas me balançam, a água me lava e me leva Estou em alto mar, queimada de sol, contemplando o azul sem fim. Entre o mergulhar e o velejar, ela: a dúvida. Hesito. Estou cansada, a noite passada eu acordei e me dei conta de que tudo era um ir e vir entre tempestades e dias de avassaladora quietude. Ainda não sei o que mais me impacta, se o trovão ou o silêncio.
Então silencio. Apenas silencio, não me acalmo. Mar adentro, eu e as ondas – as do mar e as minhas. Nos quebramos a cada movimento. Eu e elas, as ondas. Abro os braços diante do mar, não há porto à vista. Só o vento que contorna meu corpo esculpindo vincos, desenhando trajetórias, brincando, desenhando rascunhos, reticências, palavras a completar.
ESPÍRITA
José Matos A vida após a morte Na economia da vida, nada se perde. Mesmo as pequenas virtudes e os pequenos benefícios são levados em conta O Além é como um outro país. Se você tiver amigos, informações, falar o idioma, tiver cumprido bem seu dever e tiver dinheiro (o bem feito), você tem tudo. Qualquer bem é bem, mas o bem verdadeiro, que eleva o benfeitor, é aquele feito com o coração, sem es-
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
perar gratidão, aplauso ou recompensa. Com qualquer bem feito você ganha crédito da vida, mas quando o bem é feito com amor, você ganha o magnetismo do bem que lhe atrairá para as regiões superiores do Além após a morte. Na economia da vida, nada se
Sinto o convite para navegar um pouco mais, ou talvez mergulhar, ainda não sei. Apenas ouço o barulho do vento e das ondas e dos dias passados e do tempo transcorrido e da areia escorrida entre os dedos. Ouço o tempo gritar silenciosamente dentro de mim. Estou em alto mar, nada a esconder ou a declarar. Não é preciso qualquer véu. Somos somente nós dois, eu e meu infinito particular. As ondas me
perde. Mesmo as pequenas virtudes e os pequenos benefícios são levados em conta. Seja inteligente. Você só conseguiu o que tem, ou aprendeu, porque foi ajudado por forças ocultas. Seja grato e compartilhe com seu semelhante. Você não ganhou só para você. Um doador orgulhoso, após a morte, falou para um anjo: “doei todos os meus bens para os pobres”. Não. Você deixou-os porque não poderia traze-los! Você sente-se orgulhoso por algum bem que faz? Baixe sua bola e seja grato por poder ajudar. O bem feito aos outros é bem a si mesmo; você não recebeu talentos só para si. É cômico ver gente que foi famosa e rica, mas que ignorou e, muitas vezes, humilhou seus semelhantes, querendo bancar pose no Além. O dinheiro e o valor no Mundo Espiritual
balançam, a água me lava e me leva e me pergunta: flutua ou mergulha? Salto, braços estendidos, afundo, profundo, fundo, para o lado escuro do mar e de mim. Agora sou toda oceano. Viro onda, espuma. Sou arrebentação. Me desfaço, me refaço e volto pro mar. Anna Ribeiro Escritora
é o bem que você fez, despreendidamente, com o coração, e o dever bem cumprido. No Além, títulos nada valem se não forem acompanhados de dignidade. Um lixeiro pode ser reverenciado e um famoso, ignorado e até humilhado. Não cobre das pessoas a mesma postura de bondade que você tem em relação a elas. Existem pessoas inferiores a você precisando dos seus ensinamentos e dos seus exemplos de bondade para aprenderem. E superiores, com as quais você precisa aprender. A terra é uma escola com alunos de séries diferentes. A falta desta compreensão é que gera todo tipo de desentendimento. José Matos
Professor e palestrante
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
TV Comunitária de Brasília DF
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Gastronomia Dedé Roriz
RESTAURANTE ARABIAN
Cordeiro com arroz de lentilha e cebola O sofisticado self-service de comida árabe, que funciona na Praça da Alimentação do Venâncio Shopping, oferece como maior atração o famoso cordeiro com arroz de lentilha e cebola. Mas também disponibiliza outras delícias típicas da Arábia, como kibes recheados com carne e queijo, esfihas abertas e fechadas, falafel, além de uma variedade de molhos e saladas. O cliente tem, ainda, as opções de entradas com os pães árabes feitos na casa, que podem ser apreciados com babaganouche, grão de bico ou kibe cru. Também não deve deixar de experimentar as sobremesas típicas. Entre elas, os sensacionais doce de massa folhada e o ninho de amêndoas. O Arabian foi montado pelo casal de empresários Lilian e Wesley Cury. Em breve, os dois chefs pretendem inaugurar sua segunda loja, no Brasília shopping. MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @arabian.df
Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz
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SORBÊ SORVETES ARTESANAIS
Duzentos sabores à sua disposição A sorveteria Sorbê, localizada na quadra 405 da Asa Norte de Brasília, tem mais de 200 receitas de sorvetes, e serve diariamente 24 sabores, desde os tradicionais flocos e chocolate aos típicos do Cerrado, como cajuzinho e cajá manga. O espaço é um case de sucesso pilotado pelas empresárias Rita e Anita Medeiros, que estão juntas desde 2005.
MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @sorbesorvetesartesanais
O DF tem a maior rede de proteção social do Brasil. Mais de 700 mil pessoas são atendidas e o GDF criou mais de 30 mil empregos em obras públicas.
Mais de 700 mil pessoas recebem algum tipo de auxílio do GDF. E, em tempo de pandemia, é preciso ajudar quem mais precisa. Por isso, o GDF ampliou e criou novos programas sociais, que trazem ajuda financeira para milhares de famílias. As 200 obras em andamento também cumprem o papel de oferecer mais de 30 mil empregos neste período difícil. Para melhorar nossas cidades e ajudar as pessoas, o GDF não para.
Programa Prato Cheio para 35 mil famílias.
DF Sem Miséria
para 74 mil famílias.
Renda Emergencial
para 4,5 mil taxistas e motoristas de transporte escolar.
Restaurantes Comunitários Redução de R$ 3,00 para apenas R$ 1,00 em 9 milhões de refeições.
Bolsa Maternidade para 17 mil mães.