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Por que os preços estão cada vez mais caros?
Carestia e inflação correm o poder de compra dos assalariados, ensina a professora Elika Takimoto
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Em 2017, ano em que o Brasil voltou ao Mapa da Fome, e em 2021, com a ‘descoberta’ de 19 milhões de brasileiros na extrema pobreza e mais de 15 milhões de desempregados, a classe média assalariada assistia a chegada da miséria pela televisão.
De longe do problema, via a situação com dúvidas, muitas vezes criticando os números identificados pelas pesquisas do IBGE e dizendo que era invenção da TV. Quando muito, dizia que isso era uma “consequência” da pandemia do novo coronavírus.
Mas não demorou para a carestia bater à sua porta, adentrar sua casa e afetar o poder de compra de quem conseguiu ficar empregado. Mas, ainda assim, continuou jogando a culpa na “crise” sanitária.
No entanto, a gasolina desmascarou o vilão e, na semana passada, um vídeo da professora Elika Takimoto fez sucesso nas redes sociais ao explicar, com simplicidade, os motivos do preço do litro da gasolina ter ultrapassado R$ 7 em algumas regiões do Brasil (clique no link a seguir e acesse o vídeo: https://www.instagram.com/tv/ CTFmQFBpC48/?utm_source=ig_ web_copy_link).
Takimoto toca no tema que, só agora, após afetar os contracheques, a classe média assalariada começa a ver com outros olhos. Ele piora cada vez mais a situação econômica de todo mundo e de miséria de quem não tem emprego nem renda.
O tema é a política econômica do governo Bolsonaro, iniciada com Michel Temer. O preço da gasolina, do gás de cozinha, do arroz, do feijão, da carne, da conta de luz e de água etc. está elevado por causa da política neoliberal cuja origem é o golpe de 2016 e as eleições fraudadas em 2018.
“Para além do vídeo da professora, a carestia e a inflação são resultado das políticas de ajuste fiscal e arrocho econômico no Brasil, as quais potencializaram o processo de desvalorização das carreiras do magistério.
No DF, enfrentamos um congelamento salarial há sete anos. Essa dura realidade somada à carestia dos bens básicos de consumo trouxe uma redução drástica no poder aquisitivo da nossa categoria.
“Estamos sentindo na pele e pagando o preço da política cruel que este governo está aplicando contra o povo brasileiro”, avalia Luciana Custódio, diretora do Sinpro-DF.
DIVULGAÇÃO
Professora explica que o valor da gasolina é reflexo da política de Michel Temer
Sindicato dos Bancários (*)
Depois de sete meses de trabalho duro, diálogos interestaduais e troca de conhecimento e experiências, a Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Bancários de Brasília coloca à disposição da categoria e da população em geral o canal “Viva sem Violência”.
O projeto conta com a contribuição de bancárias e bancários para proteger e dar assistência às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A referência é o canal ‘Basta! Não irão nos calar’, implementado no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
A entidade da capital federal tem como objetivo oferecer um atendimento jurídico especializado para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. O serviço, disponível inicialmente em dispositivo on-line, acolherá todas as mulheres, independentemente de categoria, confirmando o perfil cidadão do Sindicato.
Com plantão 24h por dia, sete dias por semana, o atendimento pelo WhatsApp (61) 99292-5294 seguirá princípios pactuados em tratados internacionais, fundamentais para garantir uma condução segura e necessária.
Além de humanizado e acolhedor, o atendimento será sigiloso, com garantia de privacidade, fortalecimento da autonomia das mulheres e respeito às diversidades e trajetórias. O atendimento respeitará a vontade da mulher e não será condicionado à instrução de processo criminal.
De acordo com Zezé Furtado, responsável pela pasta de Mulheres da entidade, “o Sindicato está dando um importante passo no enfrentamento à violência contra as mulheres, contra o machismo e a misoginia estruturais na nossa sociedade”.
Segundo ela, “em um contexto de pandemia, onde as situações de violência aumentaram drasticamente, assumimos o papel de cidadãos na luta pela garantia do bem-estar das mulheres”.
A dirigente frisa que, apesar da morosidade e descaso dos governos com a pauta, não é objetivo do projeto substituir o papel do Estado no que diz respeito à proteção da vida das mulheres, que socialmente são mais vulneráveis a violências.
Diante do sucesso do projeto do Sindicato de São Paulo e da adesão da entidade no DF, a Contraf-CUT, por meio de sua Secretaria da Mulher, decidiu estender a proposta de canais de atendimento às mulheres em todos os sindicatos representados pela Confederação.
“Daremos todo o suporte necessário para reverter a lógica da violência contra as mulheres. A ideia é adaptar os projetos às realidades regionais para acolher adequadamente as demandas das mulheres em todos os cantos do país”, explica a secretária da Mulher da Contraf, Elaine Cutis.
(*) Com informações de Joanna Alves, do Seeb Brasília
Brasília
Por Chico Sant’Anna
MOBILIDADE
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TCDF puxa o freio-de-mão do VLT
Entrada em funcionamento do sistema, prevista para 2024, sofrerá atraso
Chico Sant’Anna
Subiu no telhado a esperada implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando o aeroporto ao final da Asa Norte, passando pela W-3 Sul e Norte. O projeto também prevê um sistema complementar de bicicleta aos bondes elétricos.
O Tribunal de Contas do DF puxou o freio-de-mão do empreendimento, orçado em 2019 em R$ 9.243.625.565,39 e que teve o modelo de negócio elaborado por um consórcio liderado pela empresa de ônibus Piracicabana.
Cerca de R$ 2,4 bi seriam pagos pelo GDF para a implantação e o restante repassado ao longo de 30 anos a título de gestão do sistema (valores de julho de 2019). De lá para cá, a cotação do Euro, que norteia o orçamento, valorizou 44%, o que
AGÊNCIA BRASIL
Ao contrário do VLT do Rio de Janeiro, o projeto para o de Brasília prevê redes aéreas de fiação elétrica para o VLT
elevaria o custo do projeto para R$ 13,310 bilhões.
A avaliação do TCDF aponta para diversas impropriedades. Em abril deste ano, o órgão aprovou unanimemente que o GDF “suspenda cautelarmente, até ulterior deliberação plenária, o processo de contratação que trata da concessão, na modalidade patrocinada, da implantação e prestação do Serviço Público de Transporte Urbano Coletivo por VLT, ligando o Terminal Asa Sul ao Terminal da Asa Norte, passando pela W-3 até o Aeroporto, bem como da implantação de sistema de circulação complementar para bicicletas e pedestres, entre as quadras 600 e 900”.
A Viação Pioneira e a Piracicabana fazem parte do Grupo Comporte, que atua no transporte aéreo, por meio da Gol; no transporte rodoviário interestadual de passageiros, por meio de empresas como a Real Expresso; e no transporte coletivo municipal de passageiros em diversos estados do Brasil. O Comporte tem entre suas metas gerir o metrô e o VLT em Brasília, onde Pioneira e Piracicabana são responsáveis pelo transporte de 344 mil passageiros/dia. Se tiver êxito nos dois processos de privatização e mantidos os contratos que Pioneira e Piracicabana já possuem no transporte por ônibus, o grupo seria responsável por transportar até 700 mil passageiros/dia no DF.
Projeto acalentado desde 2009
Este projeto vem sendo acalentado pelo brasiliense desde 2009. É tido como instrumento fundamental de revitalização da W-3 e solução parcial de um dos graves problemas de mobilidade urbana por que passa Brasília.
Na gestão José Roberto Arruda, a Justiça suspendeu vários contratos por irregularidades. Apesar de ter contado com recursos federais para a sua execução, nem Arruda, nem Rogério Rosso, nem Agnelo Queiroz, nem Rodrigo Rollemberg conseguiram tirá-lo do papel. Agora, Ibaneis tentava executá-lo, pagando para a iniciativa privada implantar e gerir o sistema de transporte por meio de bondes elétricos.
A VIAÇÃO PIRACICABANA – empresa de ônibus em nome de quatro filhos de Nenê Constantino, donos da Gol, associada à empreiteira Serveng Civilsan – citada na Lava-Jato –, e outras três empresas formam o consórcio selecionado pela Secretaria de Mobilidade (Semob) para elaborar o projeto do VLT e o modelo de negócio.