Jornal Brasília Capital 534

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Senador que aparece em segundo lugar nas pesquisas e é a maior ameaça à reeleição de Ibaneis reluta em assumir candidatura. Seu partido, o Podemos, faz evento com Sérgio Moro para dar um “empurrão” Ano XI - número 534

Pelaí – Páginas 2 e 3

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Podemos reboca Reguffe

Brasília, 2 a 8 de outubro de 2021

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO DIVULGAÇÃO

FORA BOLSONARO

Gastronomia

GDF garante reforço da vacina para 70 anos

Ato de 2 de outubro exige saída do presidente

Moisés: Tradição em novo endereço

Via Satélites – Página 8

Sindicato dos Bancários – Pág. 4 e Sinpro-DF – Pág. 5

Dedé Roriz – Página 12

CHUVA DE RECLAMAÇÕES Nove meses após a venda da CEB e 180 dias depois de a Neoenergia assumir a operação de distribuição de energia no DF, Procon registra aumento de 52% do número de reclamações de usuários em comparação ao mesmo período

de 2020. Na Aneel, o crescimento das queixas foi de 58% de março a julho. “Houve um sucateamento da CEB para justificar sua privatização”, denuncia o presidente do Sindicato dos Urbanitários (STIU), João Carlos Dias. Gabriel Pontes – Página 8

FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

Entrevista / Rafael Parente

Mais um na fila para suceder Ibaneis Depois do petista Geraldo Magela, é a vez do ex-secretário de Educação Rafael Parente se apresentar como pré-candidato ao Buriti. Ele se filou ao PSB e tem o apoio do ex-governador Rodrigo Rollemberg. Orlando Pontes e Ary Filgueira – Páginas 6 e 7


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 2 a 8 de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Comerciantes – O setor produtivo comemorou a aprovação do projeto de lei que prorrogou incentivos para o comércio, igualando aos benefícios da indústria e da agricultura. A deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) foi relatora da proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. “Ela foi fundamental nessa articulação”, disse o presidente do Sindiatacadista, Lysipo Gomide.

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Os rumos do Podemos A direção nacional do Podemos vai reunir, na quinta-feira (7), a bancada federal e os comandos estaduais da legenda para avaliar as possíveis candidaturas aos governos e ao Senado. Tudo baseado numa pesquisa que será apresentada pela deputada Renata Abreu (SP). PRESIDÊNCIA – O partido também analisará o potencial do ex-juiz Sergio Moro na disputa pela presidência da República. Moro ainda é contado para concorrer ao Senado ou ao governo do Paraná.

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

Prévias tucanas Pré-candidato ao GDF, o senador Izalci Lucas (PSDB/ foto) receberá, na segunda-feira (4), o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, para um debate com os filiados no DF. O encontro será às 19h, na sede do partido no Setor de Clubes Sul. Virgílio é um dos três pré-candidatos às prévias tucanas marcadas para 21 de novembro. Izalci já trouxe à capital os outros dois concorrentes – João Dória e Eduardo Leite.

REGUFFE – Será colocado à mesa o nome do senador José Antônio Reguffe (DF/foto) na corrida ao Buriti. Oficialmente, ele continua dizendo que ainda não é o momento para campanha, por estarmos em meio à pandemia.

PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

FRENTE – Mas, na terça-feira (28) se reunião com os senadores Izalci Lucas (PSDB) e Leila Barros (Cidadania) tratando da criação de uma frente de oposição a Ibaneis Rocha (MDB), que contaria, entre outros, com o distrital Leandro Grass (Rede) e a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania).

Contas do GDF em análise O TCDF vai avaliar as contas do GDF em 2020 no dia 19 de outubro. Como o ano foi marcado pelo enfrentamento à pandemia, o relator, conselheiro Inácio Magalhães Filho (foto), dedicou um capítulo especial sobre as despesas relacionadas à covid-19. A sessão será transmitida ao vivo pelo site www.tc.df.gov.br. PUBLICIDADE – A Corte de contas liberou a licitação da Se-

cretaria de Comunicação do GDF para contratação das quatro agências de publicidade que cuidarão da imagem do governo, com um orçamento de R$ 160 milhões. VENCEDORAS – As vencedoras foram a Nova SB Comunicação, a Propeg, a Babel Publicidade e a Calia Y2 Propaganda e Marketing. As primeiras campanhas já estão sendo veiculadas. DIVULGAÇÃO


Brasília Capital n Política/ Pelaí

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Pesquisa questionada O Buriti reagiu com indignação a uma pesquisa do Instituto DataTempo, do jornal mineiro o Tempo, replicado por alguns blogs e sites no DF, entre eles o bsbcapital.com.br. DESONESTO – “É desonesto dizer

que a rejeição do governador Ibaneis está em 50% com a aplicação de apenas 28 entrevistas em todo o DF”, reagiu, com razão, um assessor da Secom. Ele diz que os levantamentos encomendados pelo GDF lhe são “muito mais confortáveis”.

DIVULGAÇÃO

ARTE|FATO

Neilton Sérgio acompanha Priscila Santos Veiculado quinzenalmente com transmissão ao vivo, o XIII Arte Fato irá ao ar na terça-feira (5), a partir das 20h, pelo canal do Sindicato dos Bancários no Youtube: youtube.com/user/ bancariosbsb. A programação traz a cantora Priscila Santos, bancária da Caixa Econômica, acompanhada do violonista Neilton Sérgio, com um repertório de MPB e samba. Além dela, a banda General Bug, cujo guitarrista é bancário do Banco do Brasil, garantirá espaço para um Rock autoral clássico com influências do jazz e da Música Progressiva. O bancário aposentado e escritor Miguel Arruda conversará sobre literatura. Já o maestro e criador da

Jogo de empurra O vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso (Republicanos), foi à Feira dos Importados apresentar a nova administradora do SIA, Marcela Oliveira (foto), indicada por ele, à diretoria da cooperativa de feirantes (Cooperfim). E acabou ouvindo reivindicações. DEMANDAS – O grupo aprovei-

Orquestra Popular Marafreboi, Fabiano Medeiros, falará sobre os desafios que grandes grupos artísticos encontraram no cenário da pandemia da covid-19. O programa contará ainda com a criadora do bloco carnavalesco “Bora Coisar”, Emília Monteiro, com o diretor da Federação dos Bancários do Centro-Norte, José Garcia, e com ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e atual dirigente do Botafogo, Vinícius Assunção.

binder, 20 anos. Mais informações: colocar QR Code

binder, 20 anos.

tou para reclamar do descaso do GDF com a área externa da feira. O presidente da Cooperfim, Damião Soares, disse que “o que incomoda os empreendedores é que são demandas que se arrastam ao longo do tempo, como a falta de segurança e de semáforos”. Delmasso e Marcela prometeram providências.

Baculejo à vista na Setur O TCDF deu 30 dias para a Secretaria de Turismo e o Instituto de Desenvolvimento Humano, Empreendedorismo, Inovação e Assistência Social (Idheias) se manifestarem sobre possíveis irregularidades no termo de fomento que realizou o projeto Brasília Iluminada - Capital da Esperança 2020. A decisão foi publicada no DODF de sexta-feira (1º). No mesmo despacho, a Corte determinou uma inspeção na Setur e no Idheias. Será que vem operação policial por aí na pasta da secretária Vanessa Mendonça (foto) e do sub Rodrigo Costa Barroso?

Há 20 anos, surgiu uma ideia. Era só uma ideia de viver criando ideia. Aí, com o tempo, a ideia foi saindo do papel. Foi ganhando asas. Formas. Alma. E a gente foi descobrindo que a ideia não tinha morada. Por todos os meios ela viajava. E sempre se reimaginava. Há 20 anos, Não se uma prendia à porta, surgiu ideia. Parede. Espaço físico? Era só uma ideia Que nada.criando ideia. de viver

E, livre se deixava Aí,quanto com o mais tempo, a Mais a ideia a ideia, ideia foi saindo do voava. papel.

Pra bem longe. Foi ganhando asas. Formas. Alma. Muito, muito distante da órbita. E a gente foi descobrindo que tinha morada. ondeaoideia óbvionão circulava.

Por todos os meios ela viajava. E sempre se reimaginava. Não se prendia à porta, Parede. Espaço físico? Que nada.

b i n d e r. c o m . b r


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Civilização x barbárie: esquerda, volver! Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Uma das características centrais do atual estágio do sistema capitalista, por alguns chamado de globalização, mas que prefiro tratar como senil, é a da extrema concentração da renda e da riqueza. A própria pandemia serviu como pretexto para a agudização desse processo, que tem como contraface o aumento do desemprego, da pobreza e da fome em escala mundial. O agravamento nas condições de vida de bilhões de pessoas em todo o planeta e a imensurável acumulação de riquezas por parte de uma ínfima minoria de abastados provocou a mobilização sindical e de movimentos sociais e colocou na ordem do dia a luta contra a desigualdade social, além de um certo revigoramento de partidos políticos de esquerda e de centro-esquerda, que passaram a levantar a bandeira da

luta contra a desigualdade e pela taxação dos mais ricos. O que ocorreu na Alemanha no domingo (26) foi resultado deste processo. Enquanto o Partido Socialdemocrata (SPD), com 25,7% dos votos, conseguiu se recuperar da derrota de 2017, retomando o mesmo patamar obtido em 2013, o Partido Democrata Cristão teve seu pior resultado em seus 72 anos. Os 24,1% dos votos obtidos significaram recuo de 17,5 pontos percentuais em relação aos 41,6% registrados em 2013 – perda de quase 7 milhões de eleitores. Quem mais avançou foi o Partido Verde, de centro-esquerda, que obteve quase 15% dos votos e deve formar com o SPD a base do novo governo alemão. O mesmo movimento que elegeu governos de centro-esquerda na Espanha e em Portugal e que fez com que os cinco países escandinavos (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia), após mais de meio século, voltassem a ter ao mesmo tempo governos socialdemocratas. Trata-se, sobretudo, do repúdio às plataformas liberais. Às

sucessivas derrotas da direita na Europa e à derrota de Trump nos EUA se somam as recentes derrotas da direita latino-americana no México, Argentina, Bolívia e Peru, e o avanço da mobilização social no Chile, Colômbia e Equador, processo que fatalmente será coroado com a derrota de Bolsonaro no Brasil em 2022. Infelizmente a expectativa da classe trabalhadora e da massa de excluídos ao elegerem partidos de esquerda e centro-esquerda mundo afora tem sido frequentemente frustrada pelos dirigentes dessas organizações, que sucumbem às pressões das burguesias nacionais e do imperialismo, quando não são cooptados. Não se dão contam de que o sistema capitalista e o imperialismo norte-americano nada mais têm a oferecer à humanidade que não seja guerra, miséria e deterioração do planeta. Que honrem seus mandatos para que a civilização possa vencer a barbárie! O rabo do macaco – “Olha pro teu rabo, macaco”! Este provérbio popular diz respeito àquelas

pessoas que apontam erros em outras, quando, na verdade, os erros são delas próprias. É o caso de todos os candidatos presidenciais da chamada terceira via: Doria e Leite (PSDB), Mandetta e Pacheco (DEM), Amoedo (Novo), Alessandro (Cidadania), Simone (MDB) e mesmo Ciro (PDT). Todos acusam Lula e o PT de serem os responsáveis pela eleição de Bolsonaro. Ora, ora”! Enquanto o PT, Lula e Haddad enfrentavam Bolsonaro no 2º turno em 2018, o que faziam os seis primeiros? Pediam voto para Bolsonaro, ao passo que Ciro e Simone lavavam as mãos. E quando Moro e seus asseclas da Lava Jato, com o apoio da grande mídia, despejavam seu repertório de mentiras, criminalizando e massacrando Lula e o PT, o que diziam os candidatos da terceira via? Simplesmente endossavam as mentiras. E agora vêm com essa conversa. Haja cara de pau!

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Ato de 2 de outubro exige Fora Bolsonaro Os trabalhadores, a juventude e o povo não se intimidam e não fogem à luta diante dos ataques à democracia e à vida pelo governo da extrema direita. Após a investida golpista de Bolsonaro e sua gente movida a ódio no 7 de setembro, a resistência popular volta às ruas no dia 2 de outubro em atos por todo o país. As manifestações exigirão o fim do governo criminoso e genocida, responsável pela destruição da economia, dos direitos sociais e das políticas públicas; pelo desemprego, a fome, a miséria e a morte de quase 600 mil pessoas pela covid-19. Nós, bancários e bancárias de Brasília, engrossaremos ssa luta com nossas bandeiras contra demissões, retirada de direi-

tos, terceirização, privatização e desmonte dos bancos públicos. Nosso Sindicato convoca a categoria para uma grande mobilização no Fora Bolsonaro do

dia 2. Impeachment já. Os protestos pelo país são convocados pelos movimentos sociais e sindicais com a expectativa de unificar a oposição ao

governo e assegurar expressiva presença de público, especialmente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo. A coordenação dos atos de Brasília – CUT, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo – se reuniu dia 15 de setembro para organizar e definir o horário da manifestação. Além de punição por crime contra a vida e a democracia, o Fora Bolsonaro é também um fora à carestia, ao empobrecimento da população, à miséria e à fome, à destruição dos serviços públicos, à entrega do patrimônio e da soberania nacional. Em defesa do país e do povo, pela vida, por paz e felicidade: #ForaBolsonaroGenocida!


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Outubro Rosa Choque: um choque de realidade Na saúde, sim. Na doença, não. Infelizmente, a atenção à saúde da mulher no Distrito Federal ainda está bem longe de ser a ideal. Em outubro, mês de combate ao câncer de mama, é comum que a gestão do DF ilumine o palácio do Buriti com a cor rosa – em referência à campanha. No entanto, mais do que simplesmente lembrar sobre a necessidade de prevenção, é preciso oferecer condições, lá na ponta, começando pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para que isso aconteça. Desde que foram promovidas as mudanças na Atenção Primária, em 2017, com o programa Converte APS, a população enfrenta a falta de médicos especialistas nas UBSs. No que diz respeito à saúde da mulher, os ginecologistas deveriam estar nesses locais, prevenindo e tratando doenças. No entanto, sem este especialista para o acompanhamento da saúde das mulheres, o outubro rosa, no DF, é um choque de realidade. Desde o acompanhamento preventivo até o pré-natal de gestantes, a saúde pública do DF é um verdadeiro entrave. Nas UBSs, como disse, faltam médicos especialistas

e agentes comunitários de saúde. E, quando finalmente se o acesso a médicos (de família) acontece, faltam testes e exames, dos mais básicos, como curva glicêmica e urocultura para grávidas, a tomografias e mamografias. No nível secundário (UPAs e hospitais regionais), há déficit de médicos, enfermeiros e outros profissionais. No nível terciário (casos mais complexos), até agosto havia 40 mil pessoas na fila à espera de cirurgia no DF. Outro lamentável episódio no cenário do atendimento à saúde da mulher é o IGES-DF: o Hospital de Base, hoje gerido pelo instituto, que sempre foi referência em Oncologia, cancelou diversos tratamentos em curso por falta de medicamentos e insumos. A situação chegou a tal ponto que, em julho, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e a Defensoria Pública do DF pediram na Justiça a retomada imediata desses procedimentos. Há muito a se fazer para, efetivamente, cuidarmos da saúde das mulheres. Para ter diagnóstico precoce do câncer de mama, por exemplo, é preciso ter acesso à rede pública, em especial le-

vando-se em conta que aproximadamente 70% da população do DF depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) – índice acima da média das capitais brasileiras. A mamografia, segundo o Ministério da Saúde, é um exame que, a partir dos 50 anos, deve ser realizado de dois em dois anos. Por ano, segundo dados de especialistas na área, são esperados, no DF, ao menos 700 novos casos de câncer de mama. E esses pacientes precisam de tratamento adequado, incluindo os medicamentos necessários. Nesta rede de atenção, quando há qualquer falha na gestão, seja por falta de investimentos ou problemas em contratos, a gente tem, sim, mortes evitáveis. Não adianta deixar este ou aquele prédio na cor rosa sem dar condições para que a prevenção ao câncer de mama, e outras doenças, seja uma realidade. A saúde (a de verdade) não se faz com campanhas. E nossa camisa, a do SindMédico-DF, é justamente a de transformar a realidade: o nosso outubro é rosa choque porque é um alerta sobre o que ocorre de verdade. Como médico, ginecologista e obstetra, não posso me furtar de

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

dizer aqui: a verdadeira prevenção se faz com políticas públicas de saúde. A prevenção de verdade ocorre quando uma mulher procura uma Unidade de Saúde e é recebida por quem pode examiná-la, diagnosticá-la e indicar o melhor tratamento. Este é o Outubro Rosa que as mulheres precisam.

As várias faces da fome Fome. Palavra abstrata que em milhões de brasileiros se concretiza na barriga vazia. Fome é a consequência da falta de comida. E comida falta porque também falta dinheiro para comprá-la. Essa dura realidade recebe o nome pomposo de “insegurança alimentar”. O nome é bonito. Mas a sua concretização dói No dia 23 de setembro, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou a Bolsa de Valores de São Paulo. O MTST foi à Bovespa para gritar que a única ação que o povo tem na carteira é a ação direta. A ação foi um protesto contra a carestia e contra a fome provocadas pela política econômica aplicada pelo ministro Paulo Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro.

DIVULGAÇÃO

Mobilização do Sinpro entrega cestas básicas a famílias carentes no DF

No Instagram, o MTST fala que “os lucros recordes dos bancos, o aumento das grandes fortunas e o surgimento de 42 novos bilionários ocorrem no mesmo Brasil onde a insegurança alimentar atinge mais de 116 milhões de pessoas e a fome já é uma realidade para mais de 19

milhões de brasileiros”. Isto precisa acabar! Fome, carestia, desemprego, pobres mais pobres e ricos mais ricos são algumas faces do legado dos primeiros mil dias de governo Bolsonaro. A realidade da insegurança

alimentar (nome pomposo para a falta de dinheiro para comprar comida, ou simplesmente fome) se traduz de muitas maneiras. Na nossa categoria de professores, ela adquire formas desalentadoras: aluno que não consegue prestar atenção à aula; aluno com dificuldades de concentração; aluno que vai para a escola só para comer; aluno que desmaia porque não se alimentou. É contra tudo isso que no sábado, dia 2 de outubro, todos vamos às ruas para exigir: Fora Bolsonaro!


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Como nasceu sua pré-candidatura ao GDF? Ela é pra valer? – A minha pré-candidatura é pra valer sim. Eu e meu grupo estamos trabalhando muito. Com a ajuda do ex-governador Rodrigo Rollemberg e de várias outras pessoas, estamos unindo, primeiramente, o PSB. Vejo um número crescente de pessoas acreditando na minha candidatura. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para vencer essa eleição para recolocar o DF num patamar de qualidade. O senhor acusa o governador Ibaneis de ter provocado a sua saída da Secretaria de Educação. O que aconteceu? – Em duas ocasiões eu falei para o governador que não permaneceria se a situação não mudasse. Uma delas foi a militarização das escolas. A meu ver, deveria ter um debate para entender por que a necessidade das famílias de ter uma escola militarizada. Ao que esse modelo está relacionado? A uma questão de segurança dentro das escolas. Para os pais, o primeiro quesito é a segurança. A gente precisa realmente de mais disciplina, mais organização e de uma formação com valores, que forme cidadãos e pessoas que entendam a importância do respeito. Mas existem formas (de ensino) muito mais modernas e comprovadas cientificamente para uma formação melhor, contemplando esses requisitos. O que o cara ganha batendo continência? O que a gente precisa é de estimular o pensamento, o trabalho em equipe. Como soube da sua exoneração? – Recebi a ligação de um veículo de comunicação, à noite, dizendo que eu havia sido

FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

Entrevista Rafael Parente

Para resgatar sonhos e ter paz Orlando Pontes e Ary Filgueira

N

o dia 19 de agosto de 2019, Rafael Parente ficou sabendo que fora exonerado do cargo de secretário de Educação por intermédio de um repórter que lhe telefonou para repercutir a decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB). “Um comportamento nada profissional”, avalia. Dois anos e três meses depois, filiado ao PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg, se lança pré-candidato ao Buriti como primeiro adversário declarado à sucessão do atual chefe do Executivo. Mas garante que não é um gesto de vingança. Nesta entrevista ao Brasília Capital, ele diz que seu desejo é trabalhar para devolver sonhos de dias melhores àqueles que vieram para Brasília com esta esperança. “As pessoas estão muito tristes, desesperançosas. A gente precisa de paz. A minha promessa é que a gente vai entregar este sonho que os brasilienses querem e merecem”. Parente descobriu a vocação pelo magistério aos 17 anos, dando aulas de inglês. Aprovado no vestibular para Economia na UnB, abandonou o curso para fazer aquilo que gosta: lecionar. Um projeto social no Varjão despertou nele o interesse pela política. “Vi que era meu propósito de vida trabalhar para a transformação social do nosso País e do DF por meio da educação”, diz. Seu primeiro trabalho político foi como subsecretário de Educação do Rio de Janeiro no governo Eduardo Paes., reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Microsoft, na favela da Rocinha, como uma das 100 escolas mais inovadoras do mundo.

exonerado. Eu não sabia de nada. Comportamento nada profissional.

Se eleito, o que o senhor mudaria na Saúde do DF? – A primeira coisa

seria fazer um governo integro e composto por técnicos e pessoas hones-

tas que façam todo o possível para coibir a corrupção dentro do governo. Além disso, tem de ser inovador e estar sempre em busca de avanços tecnológicos e exemplos de boas políticas públicas. Brasília vive hoje um caos na Saúde, um péssimo enfrentamento à covid-19. O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) foi criado na gestão Rollemberg e já dava problema. Então, as pessoas que estavam gerindo nessa época não eram honestas? – As informações que tenho não batem com sua leitura. Era um outro modelo de gestão e que vinha fazendo um bom trabalho. Tanto que as contas foram aprovadas e tem relatórios que falam que estava tudo certo. O número de pessoas trabalhando hoje no IGES triplicou. Várias delas não têm o mínimo preparo para exercer os cargos que ocupam. Virou cabide de emprego. Tem dívidas imensas. Agora, se você me perguntar se eu defendo esse modelo e se eu eleito vou continuar, não acho que seja o caso. Para se oferecer um bom serviço, você tem de criar políticas públicas e ter servidores bem formados e que sejam valorizados para se sentirem estimulados e desenvolverem um bom trabalho. Hoje falta o básico nos hospitais. Os gestores que defendem o modelo do IGES alegam que é uma forma de fugir do engessamento da lei 8.666, a Lei das Licitações... – A 8.666 não resolve o problema da corrupção e nem da economicidade e não é eficiente. Devemos nos espelhar no que está funcionando em outras cidades, do País e do mundo. Como a gente pode trazer essas experi-


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ências para o DF? A primeira coisa é a valorização do servidor. Não pode faltar papel-toalha e luva numa Unidade de Terapia Intensiva. Não pode faltar o básico para um médico fazer o seu trabalho.

do apagão em 1999 e ajudou a resolver o problema da Petrobrás em 2017. Aula de gestão foi o que eu tive a minha vida inteira. Como convencer o eleitor a te dar um voto de confiança sendo do partido de Rollemberg, que nas últimas eleições teve um desempenho abaixo da expectativa? – Rollemberg teve 30% dos votos. Se a gente transferir parte disso, praticamente já me coloca no segundo turno. Em segundo lugar, foi um governo que pegou uma super dívida de R$ 6 bilhões, precisou arrumar a casa e teve muita responsabilidade fiscal. O governo atual não faria metade das obras que está fazendo se o anterior não tivesse arrumado a casa.

As pesquisas mostram que seu nome é desconhecido. Mas, até agora, nenhum político além do próprio governador se apresentou como candidato de fato. Essa largada na frente pode ser uma vantagem? – A gente vem fazendo “pesquisa de mineração” de dados nas redes sociais desde março e constamos que realmente boa parte da população precisa me conhecer. Mas o mesmo levantamento mostra que eu tenho potencial, porque tenho pouquíssima rejeição das pessoas Vocês fazem autocrítique me conhecem. Além ca dos erros e acertos dadisso, tenho uma pontua- quele governo? – Houve ção muito maior que a do Ibaneis e do Rollemberg quando as primeiras pesquisas em torno do nome deles foram feitas. Em setembro de 2017 o Brasília Capital fez a primeira entrevista com o então outsider Ibaneis Rocha, que acabou se elegendo. O senhor também se apresenta como alguém de fora da política? – Eu sou um técnico. Nunca fui candidato, mas tenho experiência. Participei de dois governos. Estive à frente da Secretaria de Educação com orçamento de mais de R$ 10 bilhões por ano. Ajudei a criar três empresas. Ou seja, tenho experiência em gestão pública e em gestão privada. Fui diretor executivo, fui diretor do terceiro setor. Fora isso, fui criado por aquele que é considerado um dos maiores gestores de crise do Brasil. Meu pai, Pedro Parente, geriu a crise

problema com relação aos servidores, à educação, à truculência da Agefis. Esta autocrítica está sendo feita constantemente. Eu não só falo com o Rollemberg, mas a gente está junto o dia inteiro. Estou aprendendo muito com os erros e acertos da gestão dele. Não sou o Rollemberg, mas estou aprendendo com os erros e acertos não só da gestão dele, como de todos os outros. A gente tem feito reuniões semanais com os ex-secretários. Você está fazendo escada para Rollemberg ser deputado federal? – Não. Ele que está fazendo escada para eu ser governador [risos]. A gente está junto. Um time, para mim, é muito importante. Estamos criando uma equipe muito boa e que está muito animada. Com quem vocês têm conversado em relação à composição partidária? – A gente conversa com todo mundo, mas a decisão será tomada em março. Muita coisa pode mudar. Até pouco tempo atrás, Bolsonaro estava fortíssimo e Lula preso. Hoje, a situação é completamente diferente. O que será que vai acontecer daqui a um ano? Será que isso vai continuar?

“Ibaneis é uma fraude eleitoral. Ele prometeu muita coisa que sabia que não poderia cumprir”

tal, recursos e estratégias de governo. Mas, quando a gente olha para as pesquisas sérias que fizemos, hoje ele teria, no máximo 24% dos votos. Não se reelegeria. Perderia para a oposição no segundo turno porque tem uma rejeição em torno de 55%.

Mas ele pode reverter isso? – Não é recuperável porque as pessoas já entenderam que Ibaneis é uma fraude eleitoral. Ele prometeu muita coisa que sabia Como concorrer com que não poderia cumprir. um candidato que tem O que ele prometeu e a máquina na mão e está prestes a inaugurar não cumpriu? – Primeiobras importantes para ramente, ele prometeu a cidade, como o túnel que não faria nenhuma de Taguatinga e o viadu- privatização e já vento do Recanto das Emas, deu a CEB e anuncia que por exemplo? – É uma quer privatizar o Metrô e missão bastante difícil. o BRB. Nós listamos que Ibaneis não está sozinho. das 57 promessas feitas Ele tem apoio da família nas eleições ele cumpriu Arruda, da máquina esta- menos da metade. Mas sua candidatura vai permanecer? – A gente vai continuar e a gente vai ganhar.

“Brasília vive hoje um caos na Saúde, um péssimo enfrentamento à covid-19”

Mas ainda falta mais de um ano de governo... – Eu acredito que não dá tempo. Até porque envolve casos como este da privatização. Outro exemplo é o Centro Administrativo, que ele chegou a dizer que reformaria com dinheiro dele. São algumas promessas pequenas e outras grandes, mas que as pessoas já entenderam que não será possível atender. Tem uma cultura no DF de comparar com outros entes federados. Então, se a pessoa promete e não cumpre, não é reeleita. É praticamente certo. O que Brasília pode esperar caso troque um outsider como Ibaneis por um gestor jovem com experiência em Educação que vem com apoio do ex-governador que saiu mal avaliado, mas sem marcas de corrupção? – Nossa marca será que é possível ter um governo sério, inovador e eficiente. A gente vai entregar um sonho que nunca foi entregue no DF, que tem dois tipos de saudosismo: um que nós somos uma cidade do futuro, a capital da esperança. O sonho de Dom Bosco e de JK. E, segundo, o saudosismo de que já tivemos uma cidade muito melhor. A Saúde já foi melhor; a Segurança já foi melhor; a Educação já foi melhor; o transporte público já foi melhor. E os serviços foram decaindo ao longo do tempo. O que quero deixar para as pessoas é que nós vamos trabalhar para entregar de volta esses sonhos. As pessoas estão muito tristes, desesperançosas. Luto por conta da covid-19, inflação, fome, polarização e violência. A gente precisa de paz. A gente vai entregar este sonho que os brasilienses querem e merecem.


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Satélites Por Gabriel Pontes

Vacina – O DF começou a aplicar a dose de reforço da vacina contra covid-19 na sexta-feira (1º) em idosos com 70 anos ou mais. A vacinação é apenas para quem já tomou a segunda dose ou dose única há, pelo menos, seis meses. Não é preciso agendar atendimento.

Privatização piora distribuição de energia no DF A promessa do governador Ibaneis Rocha (MDB), ao privatizar a Companhia Energética de Brasília (CEB), era melhorar o serviço de distribuição de energia e reduzir o preço cobrado na tarifa. Na prática, porém, após nove meses do leilão da Companhia e seis meses de operação pela empresa, as reclamações dos cidadãos se multiplicaram e a qualidade do serviço, agora prestado pela Neoenergia, piorou. Dados do Procon apontam que de janeiro a setembro foram registradas 660 reclamações contra a Neoenergia. Aumento de 52% em comparação ao mesmo período de 2020, quando a CEB recebeu 312 reclamações. Na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também houve um aumento exponencial no número de reclamações. De março a julho deste ano, foram registradas 1.378 queixas. Isto representa um aumento de 58% em relação ao mesmo período

AGÊNCIA BRASÍLIA

Neoenergia ganhou a concessão da CEB em 20 de dezembro de 2020

do ano passado, quando o registro foi de 872 e a prestação do serviço estava sob gestão da CEB Distribuição. No topo das reclamações contra a empresa, está a falta de energia. Somente em agosto, foram oito cortes de energia programados pela concessionária que assumiu o comando da CEB em março de 2021, após vencer o leilão da Companhia realizado em 4 de dezembro de 2020

na Bolsa de Valores de São Paulo. Também são várias reclamações sobre a demora na manutenção dos equipamentos que apresentam falhas. Vale ressaltar que os desligamentos programados têm como motivo a manutenção da rede ou poda de árvores, por exemplo, quando a energia é desligada para garantir a segurança dos profissionais.

Falta de energia No entanto, além desses cortes são registradas inúmeras falhas de distribuição diariamente em todo o DF. Na noite de quarta-feira (22) e na manhã de quinta (23), o atendimento no Hospital de Sobradinho foi suspenso por falta de energia. A unidade passou a operar em bandeira negra e o atendimento no bloco materno infantil foi paralisado. Segundo a empresa, no entanto, o problema no Hospital de Sobradinho foi com o cliente. “A Neoenergia, preocupada com o impacto que traria para a sociedade, empregou suas equipes para ajudar os profissionais

da saúde na identificação e reparo dos problemas nas instalações internas do cliente”. Em nota, a Neoenergia Brasília informou que reforçou os canais de atendimento à população, com implementação do atendimento via WhatsApp. Essas inovações geraram uma redução de 80% no volume de chamados abandonados, reduzindo em cinco vezes do volume de chamadas ocupadas na central de teleatendimento. Ainda segundo a empresa, o índice da Aneel que mede as reclamações indicou uma redução de 16% nas reclamações contra a Neoenergia em

2021, na comparação com 2020. MAU NEGÓCIO – O Sindicato dos Urbanitários (Stiu-DF) argumenta, em nota, que financeiramente a privatização não foi um bom negócio: “A dívida da CEB, no período da privatização, girava em torno de R$ 806 milhões. Além de estar sendo amortizada sem atrasos e com média de juros compatível ao remunerado pela tarifa, tinha perfil majoritariamente de médio e longo prazo e era plenamente equacionável, considerando os R$ 600 milhões de recebíveis e quase R$ 400 milhões em ativos para alienação”.

Evasão de mão de obra Com a privatização, mais de 230 servidores saíram da CEB. Até o final do ano, mais dois Planos de Demissão Voluntária (PDV) serão disponibilizados aos funcionários da antiga estatal. Segundo o presidente do Stiu, João Carlos Dias, a tendência é de que haja uma evasão ainda maior de mão de obra qualificada até março de 2022 – quando, pela norma, acaba a estabilidade dos servidores da CEB. “Houve um sucateamento da CEB para justificar sua privatização. Mesmo caindo mais de 50% na gestão Ibaneis, os investimentos da empresa acumularam nos últimos cinco anos um montante superior a R$ 360 milhões. Seguindo esta tendência de investimento, a CEB prestaria um serviço cada vez melhor para os brasilienses”, afirma Dias.

Altos lucros A Neoenergia adquiriu os direitos de distribuição por R$ 2,515 bilhões. No primeiro semestre deste ano, no entanto, a empresa triplicou seus lucros, alcançando a marca de R$ 59 milhões. Esses dividendos irão para os investidores privados e parte significativa deles para a Espanha, país-sede da controladora Iberdrola. Segundo a concessionária, foram investidos mais de R$ 70 milhões em todo o DF. A empresa afirma que aposta em manutenção preventiva e que promoveu uma vistoria em 11 mil quilômetros de redes e automação/inteligência da rede.


Brasília Ca pital n Cidades n 9 n Brasília, 2 a 8 de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Ensino híbrido com gosto de Nordeste DIVULGAÇÃO

Comunidade escolar de Ceilândia usa o cordel para aproximar os alunos em tempos de distanciamento social Maria Félix Fontele (*) O Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Bernardo Sayão, de Ceilândia Sul, reabriu as portas aos seus mais de mil estudantes para as aulas presenciais com os espaços reformados e o ginásio e o pátio de recreação revitalizados, além de investir em medidas de prevenção à covid-19. Segundo a diretora Crystiane Sena, dois meses após o retorno às aulas presenciais, o balanço é positivo. Apenas três casos da doença foram registrados na escola, e as medidas de contenção foram tomadas imediatamente. Ela observa que os alunos, em sua maioria de famílias de alta vulnerabilidade social, são instruídos quanto aos cuidados de prevenção – higienização das mãos, aferição da temperatura e

Maurício Dias Gomes Chaves de Melo (*) Na China começou Um desafio para a ciência. Um tal de coronavírus Que mata sem clemência. Causando isolamento Testando nossa paciência No início ninguém ligava E o vírus se espalhou. Quem ficou muito tranquilo Depois se preocupou. Vimos milhares de mortes Que a doença causou.

Projeto na Escola Classe do P Norte, na Ceilândia, ensina cordel para os alunos

distanciamento social. As oficinas ministradas pelo professor Raimundo Sobrinho, do projeto Cordel e Seus Encantos, também têm motivado os estudantes a se cuidar fora e dentro da escola. Os professores atestam que as aulas de arte, de literatura e, em especial de cordel, são essenciais para a manutenção da autoestima dos alunos. INTERAÇÃO – A professora do quinto ano, Polyanna Gracês, destaca que, na pandemia, as aulas de cordel têm um significado maior. “Além de levar beleza, divertimento e poesia, o cordel nos aproxima das pessoas no período de distanciamento”. Jéssica Amaro, também professora do quinto ano, afirma

Cordel alimenta o gosto pela leitura Fernando Santos destaca que “o cordel faz um link com a linguagem contemporânea do hip hop, e as crianças terminam por descobrir essa conexão, gostando do ritmo, das rimas e se interessando em ler e em escrever”. Ele lembra que os 130 estudantes dos quintos anos da EC 45 estão fascinados com as possibilidades criativas da língua portuguesa. “Os diferentes estilos textu-

Um tal de coronavírus

ais são muito apreciados e há que se destacar o fascínio com as oficinas de cordel, pois o Nordeste, como realidade familiar, conecta a criança com uma forma de se expressar muito familiar para ela”, ressalta o professor, ao comemorar, também, a reforma física da escola, a qual trouxe mais cor e satisfação aos alunos e professores no retorno às aulas presenciais.

que as oficinas de cordel têm contribuído para a melhoria dos trabalhos de interpretação de textos, no estímulo à criatividade e na concentração dos alunos na organização de ideias. “E ajudam na interação entre eles, pois leem e se divertem juntos”. Diretor da Escola Classe 45, o professor Fernando Tiago Santos informa que nesses dois primeiros meses de ensino híbrido as 97 escolas da rede pública de Ceilândia registraram 148 casos de covid. “Em um universo de quase cem mil pessoas, há que se comemorar”. Ele salienta que a rotina em salas de aula nunca foi deixada de lado, mesmo no ensino remoto. “As atividades sempre são iniciadas com a magia de uma história, com a leitura no centro do universo infantil”.

O vírus devastador Mata o rico e o pobre. Criança ou adolescente Seja plebeu, seja nobre. Não importa a riqueza Dinheiro, ouro ou cobre. Para o adulto é difícil Ficar no isolamento. Para o adolescente É um terrível momento. Para a criança também É desespero e tormento. Passado mais de um ano Que estamos em quarentena. Muitos não usam máscaras Na rua vemos esta cena. O vírus se propagando É impiedoso sem pena. O que restou para nós Abusar do álcool em gel A máscara é indispensável Contra o vírus cruel Que transformou nossa vida Em um grande carrossel. (*) 14 anos, aluno do 8° ano do Ensino Fundamental do Colégio Tiradentes (Setor P Sul de Ceilândia), um dos vencedores do I Prêmioa Candanguinho de Poesia – A Mala do Livro, uma viagem pela leitura, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. As trinta crianças e adolescentes campeãs receberam certificados e prêmios previstos no edital

As oficinas Neste ano, o projeto coordenado e apresentado pelo professor Raimundo Sobrinho já ministrou 20 oficinas de escrita, leitura, declamação e audição de cordel em sete escolas públicas de Ceilândia. O projeto, iniciado em 2019 com o nome de A magia do cordel, desenvolveu 49 oficinas até 2020, envolvendo estudantes do ensino fundamental e, em menor quantidade, do ensino médio. Em função da pandemia, foram realizadas 15 oficinas on-line, atingindo cerca de 800 alunos. O projeto retorna

com o nome de O cordel e seus encantos. No total, mais de 3 mil alunos já foram contemplados nas oficinas. “É um trabalho gratificante. Percebo o brilho nos olhos dos estudantes, com e curiosidade de conhecerem o novo”, ressalta Sobrinho, para quem o retorno às aulas presenciais tem sido gratificante e desafiante. “A empolgação é a mesma, pois acreditamos na transformação dos estudantes por meio da leitura. O uso de máscara é um tanto difícil, mas é necessário para que todos nos preservemos do vírus”.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Degustando a vida Ela, caçadora segura que é, me faz esperar o momento certo para o deleite, para o corte, para a mordida Comi um melão. Calma! Não faça análises precipitadas. Não vamos falar da minha rotina alimentar. Ele, o melão, estava mais doce que o normal, mais suculento, mais convidativo a uma segunda mordida. Acabei me dando conta de que o deixei mais tempo na fruteira, naquele namoro lento, sem pressa. A calma do caçador que já possui a presa muito an-

tes do abate. Dias e mais dias, ele fortuitamente se oferecendo ao ato derradeiro. Eu saboreava a espera da festa, os preparativos. O flerte sempre foi melhor que o beijo. A arte da conquista envolve calma, espera, paciência. E eis que no amanhecer de um dia veio o ato, o corte. A morte, que é melhor que a vida. Desfeito em pedaços, enfim provamo-nos. Éramos ele e eu.

ESPÍRITA

José Matos A realidade após a morte O mal feito marca o corpo astral. É assim que se diz que a dívida acompanha o devedor Inferno e demônios eternos são terrorismo de religiões, embora existam temporariamente. Ninguém se perde. Sofre-se até livrar-se do magnetismo negativo. Todo mal feito pode ser reparado a partir do Além. Não há dívida impagável. O Criador quer o arrependimento

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

e a reparação, e não a aniquilação das pobres almas. Não obstante, não entre na onda de impunidade. Aprenda com Dalai Lama: se não pode ajudar, pelo menos não prejudique! O mal feito marca o corpo astral. É assim que se diz que a dívida acompanha o devedor. Há

Ele sentia a mordida, o lábio, a saliva quente. Eu, o suco adocicado e denso, o sabor de fruta madura. Sentia a textura a cada mordida! E na subsequente, e na subsequente...

pessoas que ignoram seu lado espiritual e, no Além, vivem como zumbis deprimidos sem querer admitir a realidade. Se você acha que a vida não tem sentido e vive somente para o lado material, a surpresa da realidade espiritual te escandalizará. Lá, você colherá o que plantou. Humilhou? será humilhado. Não ajudou? não será ajudado, temporariamente. Discriminou? será discriminado. Ajudou? será ajudado! O bem ou mal feito geram o magnetismo que põe em ação a Lei de Retorno. Como você vive, você atrai; é questão de tempo! Um longo processo de humilhação acontece no Além com pessoas orgulhosas e indiferentes aos necessitados, ensina André Luís no livro “Nosso Lar”, em parceria com Chico Xavier.

Uma pausa para entender melhor essa festa de sabores e texturas. O milagre foi esperar o momento certo. Ele estava quase desistindo de mim. Estava quase passando do ponto. Nos esperamos maduros. Um faminto, o outro maduro. Prontos para o deleite. Ele pronto para aquilo a que foi concebido. A questão aqui foi a capacidade de suportar a espera. A calma em aguardar o tempo necessário à maturidade – a minha, não a dele. Ele é fruta, eu o fruto. A espera é o preço. Mais caro, mais doce. A escolha é sempre sua. Agora, viciada neste sabor de fruta madura, o que desejo da vida, das pessoas, das trocas, dos gozos, das prosas e tudo mais é isso: um sabor maduro. Eis-me aqui, a flertar descaradamente com a vida. E ela, caçadora segura que é, me faz esperar o momento certo para o deleite, para o corte, para a mordida.

Anna Ribeiro Escritora

Lá não se olha títulos, origem ou cor da pele. Olha-se o bem feito, a ética e a solidariedade. Os desonestos e egoístas serão mendigos a implorar a caridade alheia. “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino de Deus”. Você sonhou com parentes ou amigos falecidos com aspectos de doentes ou mendigos? Querem orações, missas, etc. Por que algumas pessoas demoram anos em sofrimento para morrer? Excetuando questões cármicas, viveram sem solidariedade. O sofrimento é oportunidade de reflexão e transformação. Cresça e colabore; isto é tudo! José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Gastronomia n 11 n Brasília, 2 a 8 de outubro de 2021 - bsbcapital.com.br

Gastronomia Dedé Roriz

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

MOISÉS

Tradição em novo endereço Há vinte anos o empresário Sebastião Ramos trabalha com restaurantes e desde 2004 está à frente do Moisés. Tradicional ponto de encontro dos boêmios e apreciadores de bons pratos na 408 Sul, ele agora mudou de endereço: está na 315 Sul, em frente ao tradicional Faisão Dourado, na rua do Sindicato dos Bancários. No variado cardápio do Moisés, o destaque é a picanha de sol. O corte chega a derreter na boca, de tão macio. Preferida dos clientes, chega a vender 800 pratos por mês. Mas há outras opções, como peixe, frango, língua, bife à parmegiana, salmão, bacalhau ou mesmo os típicos tira-gostos de botecos, como o fígado acebolado com jiló. O Moisés abre de terça-feira a domingo, das 11h à 1h. “Aqui, a gente agrada a todos os paladares sem agredir o bolso do freguês”, garante Sebastião Ramos, anunciando pratos executivos a partir de R$ 20. Mas, há quem prefira os espetinhos para acompanhar a cerveja sempre estupidamente gelada.

JUNK STREET FOOD BAR

Ambiente descolado e hambúrgueres especiais Um ambiente descolado com hambúrgueres especiais. Esta a proposta do Junk Street Food Bar, na 307 Sul, comandado pelos empresários Gustavo Diniz, Hugo Reis e Matheus Teperino. A dica do Brasília Capital é o carbonara (pão com parmesão, fondue de queijo, ovo frito e farofa de bacon). Uma delícia. O trio também criou o Junk Giros (pão pita – pão sírio – com carne ou frango, tomate, cebola molho da casa e batata frita dentro do sanduíche. Para os veganos, tem opções como o giros (pão pita de beterraba com falafel, cebola e tomate) e pão brioche de beterraba com hambúrguer de falafel, molhos à base de leite de soja sempre acompanhando salsinha, cebolinha, coentro e limão. Os drinks são super criativos, como o Sansetion (wodka, spicy mango, sucos de abacaxi e lima com espuma de gengibre), além de cervejas artesanais. A casa ainda serve uma Parrila aos domingos em parceria com a boutique Oliveira. De vez em quando, tem DJ animando as noites.

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @junkstbsb 307 da Asa Sul Aberto de terça a domingo $$

FOTOS: DIVULGAÇÃO

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @Moisésbarasasul Asa Sul 315 bloco D $


Cartão Prato Cheio. O GDF garante comida na mesa para mais de 100 mil famílias.

Temos passado por tempos muito difíceis, mas o GDF não parou de cuidar de quem mais precisa. O Cartão Prato Cheio é um crédito que as famílias inscritas podem usar para fazer suas compras em mercados, açougues e padarias, garantindo uma alimentação saudável e ainda movimentando a economia local. Para 100 mil famílias, é mais que um benefício, é questão de sobrevivência.


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