Jornal Brasília Capital 369

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Veneno pra nós, bacahau pra eles

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REPRODUÇÃO

Após aprovar projeto que libera venda e uso de agrotóxicos, deputados comemoram com bacalhau e vinho importado Ano VIII - 369

Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018

Pelaí - Página 3 / Páginas 7, 8, 9 e 15

ANTÔNIO SABINO

Entrevista Reginaldo Veras

O deputado da educação Em seu primeiro mandato de distrital, o Professor Reginaldo Veras (PDT) avalia que seu maior mérito é ter convencido outros deputados a colocar a educação no centro do debate político local. Em apenas três anos e meio, ele já é conhecido como o deputado da educação, após destinar R$ 17 milhões para obras em escolas públicas. “Uma andorinha só faz verão”, ensina. Páginas 4 e 5

Simulacros

Águas Claras

Brinquedos que imitam armas são usados por criminosos

Rollemberg anexa 1/3 da residência oficial ao Parque

Chico Sant’Anna - Página 10

Pelaí - Página 3


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br

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x p e d i e n t e

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO MÉXICO

Política externa e muro de Trump podem dar a vitória à esquerda Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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Defesa do protecionismo, segregação, xenofobia, autoritarismo e promessas radicais e pouco ortodoxas fizeram parte da vitória de Donald Trump, do Partido Republicano, na corrida presidencial nos EUA em 2016. Ele prometia “tornar a América grande novamente”. A força do discurso de ódio aos imigrantes foi tão grande que Trump prometeu construir um muro com mais de 1.400 quilômetros de extensão na fronteira com o México, que ainda seria obrigado a conta, estimada em US$ 25 bilhões. O governo mexicano reagiu com críticas incisivas ao absurdo que, meses depois, tornou-se possibilidade real com a eleição de Trump. A repulsa e o ódio diante da proposta chancelada pelos norte-americano, reacenderam o nacionalismo mexicano, que, teria reflexos na dinâmica político-eleitoral. Foi o que aconteceu e fez com que a esquerda mexicana ganhasse força para as eleições legislativas e presidenciais de 2018, que acontecem em turno único. O esquerdista, ex-prefeito da Cidade do México, capital do país, Andrés Manuel Lopez Obrador, conhecido como AMLO, 64, candidato pela terceira vez à presidência pelo Movimiento Regeneración Nacional (MORENA), o qual fundou em 2014, é o favorito para vencer as eleições neste domingo (1º/7). Segundo a última pesquisa publicada no dia 27 pelo jornal “Reforma”, ele lidera as intenções de voto com 51%, 24% à frente do segundo colocado Anaya, da

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Adriano Mariano, consultor especialista em marketing político eleitoral adriano@viesmarketing.com.br

coalizão do Partido Acción Nacional com o Partido de la Revolución Democrática, que atinge 27%, ante 19% do governista José Antonio Meade, ex-ministro da Fazenda, pela coalizão liderada pelo Partido Revolucionario Institucional (PRI). Anaya, que crescia nas pesquisas das últimas semanas, começou a despencar devido a denúncias de corrupção e tráfico de influência, enquanto Meade atingiu seu teto, prejudicado pela péssima avaliação do presidente Enrique Peña Nieto (apenas 20% de aprovação). Como em todas as nações das Américas que passaram e passarão por eleições presidenciais desde o fim do ano passado e ao longo de 2018, que – com exceção da Venezuela – foram visitadas

a r t a s

pelo projeto “Tour Eleições das Américas”, único realizado por uma consultoria brasileira, a Viés Marketing Estratégico, a corrupção é problema central no debate político ao lado da violenta campanha eleitoral. Todo o movimento de guinada à direita das eleições dos países das Américas encontrará mais um contraponto no México, assim como na Costa Rica, em abril, caso o favoritismo do esquerdista AMLO se confirme neste domingo. Após 13 anos da esquerda petista no poder no Brasil e sua derrocada em 2016, terá o impeachment, assim como o muro de Trump no contexto mexicano, dado força à dinâmica social lógica do voto na oposição a governos mal avaliados, e isso impulsionar novo triunfo da esquerda? Será esta a explicação do fraco desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas? Qual será o futuro do Brasil: o mesmo com a centro-direita chilena, paraguaia e colombiana; o mesmo com a centro-esquerda costarriquenha e provável mexicana, ou nos extremos? Qual dos comportamentos eleitorais das Américas seguiremos? A conferir nos próximos capítulos. Estamos no México acompanhando os acontecimentos, desdobramentos, e nossa movimentação pelo país será registrada em fotos e vídeos, e compartilhada com vocês, nas redes sociais da Viés Marketing Estratégico e aqui, no Brasília Capital. iHasta la vista, muchachos!


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br

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epois de quase duas décadas à frente da Fecomércio, Adelmir Santana dá mostras de que está preparando o sucessor. Por sua interferência, o presidente do Sindivarejista, Édson de Castro, agora acumula a vice-presidência da federação e cargos de conselheiro do Sebrae e do Sesc (deste, também no plano nacional). Já tem muita gente com ciúme...

Em cheque

Veneno pra nós... REPRODUÇÃO

AGÊNCIA BRASIL

Está em cheque no Supremo Tribunal Federal o entendimento que autoriza a prisão após condenação em segunda instância. Crítico da medida, o ministro Dias Toffoli assume a presidência da Corte em setembro e deve pautar o assunto logo nos primeiros meses de mandato. Durante a sessão da 2ª Turma do STF na terça-feira (26), Ricardo Lewandowski, que concorda com Toffoli, foi contundente ao afirmar que o tema “ainda está em aberto”.

Quase livre A defesa de Lula lamentou ainda mais a retirada do recurso do petista à Segunda Turma após o ex-ministro José Dirceu ser solto. No entendimento dos juristas, o momento na Segunda Turma é propício para a liberação do ex-presidente. Ao engavetar o processo, Edson Fachin adiou a possibilidade de libertação de Lula, que será analisada só depois do recesso de julho, quando o clima poderá ser outro.

Suplente de olho na vaga O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luiz Fux determinou, quarta-feira (27), que a pena imposta à deputada Liliane Roriz seja executada imediatamente. Quem se animou foi Guarda Jânio, primeiro suplente da distrital. O PM aposentado teve 14.939 votos em 2014, quando ele e Liliane eram do PRTB. Hoje, ambos estão no Pros.

Privatizações em pauta Os servidores públicos do DF estão atentos ao posicionamento dos candidatos sobre a função e o tamanho do Estado. O presidente licenciado do SindMédico, Dr. Gutemberg (PR), aponta que incentivo ao desenvolvimento econômico é indispensável, mas, para isso, o Estado não pode deixar de cumprir suas obrigações constitucionais. Pré-candidato a deputado distrital, ele diz foi isto que o governo Rollemberg fez ao criar o Instituto Hospital de Base, embora negando que fosse um projeto de privatização ou de terceirização. DIVULGAÇÃO

Esbórnia: Após impor uma derrota aos ambientalistas, ruralistas se esbaldaram no Francisco

Depois de aprovar o projeto que facilita a comercialização e o uso de agrotóxicos no Brasil, vários deputados da comissão especial da Câmara que votou a matéria na terça-

-feira (26) foram jantar com empresários ruralistas para comemorar o feito. A festa foi no luxuoso restaurante Francisco, na Asbac, às margens do Lago Paranoá.

Gutemberg com Frejat: Valorização da saúde pública

... bacalhau e vinho pra eles...

Parque ampliado

Numa mesa em “U”, pelo menos 40 pessoas comeram bacalhau (a especialidade da casa) e beberam caros vinhos importados à vontade. Estavam lá parlamentares ligados

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assina sábado (30), às 11h, decreto incorporando um terço da área da Residência Oficial ao Parque de Águas Claras. Com isso, a unidade de proteção, que tem 92 ha, passará a ter uma área de 112 ha, tornando-se o maior parque ecológico urbano do DF.

... e a conta... A conta ficou com um dos empresários presentes no encontro, do qual participaram representantes de entidades como Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) e Instituto Pensar Agropecuário.

ao agronegócio, como Valdir Colatto (MDB-SC), Marcos Montes (PSD-MG), Osmar Serraglio (MDB-PR), Domingos Sávio (PSDB-MG) e Nilson Leitão (PSDB-MT). REPRODUÇÃO

Não faltaram discursos exaltados na festa

MELHORIAS – Rollemberg se convenceu da importância da incorporação ao ouvir o Movimento O Parque É Nosso, criado pelo jornalista João Bertolucci, que recolheu mais de mil assinaturas dos frequentadores do parque, pedindo, ainda, melhorias estruturais e ampliação da unidade. O documento foi entregue ao governador em fevereiro.


Brasília Capital n Política n 4 n Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br ANTÔNIO SABINO

Meu maior mérito não é ser o deputado que mais enviou emendas, mas, sim, ter convencido outros deputados a fazerem o mesmo

Entrevista Reginaldo Veras Orlando Pontes

O senhor é marinheiro de primeira viagem na Câmara Legislativa, mas tem feito um trabalho com boa repercussão, principalmente para a educação... – Minha relação com a educação é histórica. Sou professor desde os 18 anos de idade. Com 19 anos ingressei na Secretaria de Educação, como contrato provisório, e depois como concursado. Já fui diretor de escola, coordenador e supervisor. Dei aula das séries iniciais até a universidade. Então, na verdade, é uma relação umbilical mesmo. Talvez pelo conhecimento dessas demandas, suas emendas parlamentares são direcionadas, em boa parte, para as escolas... – O que faz a marca do nosso mandato é a educação. Primeiro, pela minha formação acadêmica; segundo, pela minha vivência. É a teoria e a prática juntas. Eu sou do “chão da fábrica”. Sou do pó-de-giz. Conheço os problemas que vivem a educação e os profissionais da educação. Quando lancei minha candidatura, em 2014, falei que seria um mandato que priorizaria a educação. E é isso que a gente vem executando. Dentro dessa tentativa de honrar os compromissos de campanha, a maior parte absoluta das nossas emendas executáveis – aquelas que são realmente executadas – 90% vai para o Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF).

Andorinha que, sozinha, faz verão

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earense de Crateús, Reginaldo Veras tem 45 anos de idade e 27 de magistério. Filho da professora Vilma Veras, sua “ídola”, e de José Coelho, ingressou na Secretaria de Educação para dar aula de Geografia. Desde 1991 atua paralelamente nas redes pública e particular, onde se destaca inclusive fora do DF em cursinhos preparatórios para concursos. Pré-candidato à reeleição, o deputado do PDT

Quantas escolas foram beneficiadas? – Num balanço inicial, que ainda não está concluído, foram 320 escolas. O que isto representa em dinheiro? – R$ 18 milhões. No primeiro ano, R$ 2 milhões; no segundo, R$ 6 milhões; e mais R$ 10 milhões no último ano. Esses dados correspondem até junho de 2018. Desses 18 milhões, R$ 17 milhões foram para

rechaça a ideia de que os políticos “são todos são farinha do mesmo saco”. Nesta entrevista ao Brasília Capital, ao prestar contas de seu mandato, ele faz um apelo: Que os eleitores fiscalizem suas ações e investiguem se suas declarações são verdadeiras. “Eu gosto de ser fiscalizado. Sou o deputado que menos gastou dinheiro, nunca faltei a uma sessão, tenho posição, atuo de forma independente, sou ficha limpa. Ao longo de três anos e meio, mi-

educação. Sou disparado o deputado que mais investiu em educação. O segundo colocado talvez chegue a R$ 10 milhões, no máximo. Qual o critério para escolha das escolas beneficiadas? – Eu só vou aonde sou convidado. Essa foi uma estratégia que adotei nessa nova forma de fazer política. O diretor da escola tem que correr atrás dos recursos.

nha declaração de renda aumentou em apenas R$ 5 mil, que foi uma Fiorino velha que comprei”. Veras acredita ser possível, sim, fazer diferente. “Uma coisa eu aprendi: Uma andorinha só faz verão! A partir da minha entrada na Câmara, a educação passou a estar no centro do debate político local. Meu maior mérito não é ser o deputado que mais enviou emendas, mas, sim, ter convencido outros deputados a fazerem o mesmo”.

Inicialmente os amigos começaram a pedir recursos para suas escolas. Quando começamos a destinar, a coisa foi sendo divulgada no boca-a-boca e hoje não conseguimos atender todas as solicitações. Então, escola cujo diretor não corre atrás jamais será contemplada? – Tem diretor que me diz “você nunca foi à minha escola!”. E eu respondo: “nunca fui con-

vidado”. Uma vez convidado, a gente vai, elabora um relatório e pede para o conselho técnico da escola escolher três demandas. Dependendo do valor e da necessidade, atendemos uma, duas ou as três. Os valores vão de R$ 5 mil a R$ 200 mil. Por que outros deputados não fizeram isto antes? – Até o início desta legislatura não se podia mandar emenda parlamentar diretamente para o PDAF. Mandava-se o dinheiro para a Secretaria de Educação e lá o dinheiro era pulverizado. Nós fizemos uma pequena alteração na legislação e convencemos a Secretaria de Fazenda a criar uma nova análise orçamentária. Como assim? – O PDAF era regulamentado por um decreto. Mas, por ser uma ação importante, achamos que seria hora de regulamentar. Como relator do Plano Distrital de Educação, coloquei uma emenda estabelecendo que em um ano o PDAF viraria lei e deixaria de ser decreto, para não ficarmos à mercê da ação discricionária do governante que entra ou sai. Foi uma iniciativa exclusiva sua? – Foi uma ação em conjunto com o professor Fábio Souza, ex-subsecretário de Educação, que inclusive é pré-candidato a distrital. Conseguimos convencer a SEFAZ a transformar as regionais de ensino em unidades orçamentárias capazes de receber emenda parlamentar. De tal maneira que agora a gente manda o recurso direto para a regional, carimbado para escola, determinando que obra ou que projeto pedagógico será beneficiado. Que tipo de obra é feito? – São salas de aula, banhei-


Brasília Capital n Política n 5 n Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br DIVULGAÇÃO

a Justiça concedeu ganho de causa para as categorias.

ros, quadras de esporte, parquinhos, obras de acessibilidade e até escolas inteiras. Ontem mesmo entregamos um parquinho na Escola Classe 62, em Ceilândia, que custou R$ 27 mil. Pelos padrões de preços de obras públicas, é pouco dinheiro... – Aqui tem outra importância do PDAF: em geral, aquilo que é executado pelos diretores de escolas ou das regionais custa um terço do valor caso fosse feito pela Secretaria de Educação, por meio da Novacap e das administrações regionais. É uma forma efetiva de aplicar bem o recurso público. Além de beneficiar a educação, o que mais seu mandato trouxe de positivo para a população? – A nossa prática política, honrando compromissos de campanha, de não usar verba indenizatória, de não usar verba de correspondência, representa uma economia na casa dos R$ 2 milhões para os cofres públicos nesse período.

O ex-administrador Ricardo Lustosa não dialogava com outros deputados. Isso transformou Taguatinga num feudo político de uma parlamentar que impedia a ação de outros O senhor preenche todos os cargos comissionados de seu gabinete? – Atualmente, sim. No início do mandato, não. Eu tinha 17, do total de 23. Mas percebemos que precisávamos de gente para trabalhar em Planaltina, Sobradinho, Paranoá e Santa Maria. É uma forma de ter representantes do mandato nessas cidades. Depois que eu trouxe essa galera, minha

Com o diretor de ensino de Taguatinga, Juscelino, inaugurando a quadra do CEF 10

ação nessas cidades aumentou significativamente. Eles capitanearam e trouxeram as demandas. Planaltina já é a quinta cidade que recebe mais recursos nossos. Que cidades receberam mais investimentos com suas emendas? – Em primeiro lugar, Ceilândia, com R$ 7 milhões, ou 29%; em segundo, Taguatinga, com 25%; seguida de Gama, Samambaia e Planaltina. Aparentemente, o senhor não mantém uma relação muito estreita com o Sindicato dos Professores. Qual é sua postura em relação às demandas da categoria? – No meu panfleto de campanha vinha expresso: Exercer o mandato de forma independente, sem vínculos com governador, centrais sindicais, sindicatos. Meu mandato é absolutamente independente. Nada contra sindicatos. Ao longo da história nossa categoria elegeu pessoas que, na hora decisiva, votavam com o governo, a favor de partidos, centrais e não a favor dos profissionais da educação. Com o trabalho sério e com a necessidade complementar que um parlamentar e um sindicato têm, porque um depende do outro, hoje nós temos uma

relação extremamente respeitável, produtiva e parceira. Sempre mantendo a independência. Quem defende direito de categoria é sindicato. Deputado defende direito da educação como um todo. O governo Agnelo deixou uma lei aprovada concedendo reajustes em três parcelas para 32 categorias, inclusive os professores. Rollemberg assumiu e, alegando falta de recursos, não pagou. O senhor era da base do governo. O que fez para defender os servidores? – Desde sempre, minha ação foi do lado dos professores. Agnelo pagou a primeira parcela, cumprindo a lei aprovada pela Câmara Legislativa. O atual governo honrou a segunda, mas a terceira não. O governo ainda chegou a questionar o aumento, mas

Outra situação delicada é o pagamento da pecúnia dos aposentados. O senhor tem acompanhado essa questão? – Tenho acompanhado. Está parado. O governo argumenta que não tem recurso. A partir de uma ação intensiva do deputado Wasny de Roure, minha, e de outros parlamentares e do Sinpro, conseguimos fazer um acordo com o governo e incluímos um valor na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). É o dinheiro do Iprev? – Sim. Parte do valor naquele acordo do Iprev era para pagar pecúnias. Inicialmente, R$ 9 milhões mensais; hoje está em torno de R$ 12 milhões. O que é insuficiente. Na última parcela foram pagos os professores aposentados em junho de 2016. Quem se aposentou a partir daí ainda não recebeu. A tendência é que a bola de neve aumente. Na tentativa de minimizar, eu e o deputado Wasny colocamos emendas para pagar pecúnia. Eu coloquei R$ 5 milhões. Como morador de Taguatinga, o que o senhor fez pela cidade? – Dentro da educação taguatinguense, nosso mandato é a maior ação da história. Dos R$ 17 milhões que destinamos para emendas parlamentares, DIVULGAÇÃO

Com diretores e equipe do CEI 6: reforma da sala dos professores e dos banheiros

R$ 4.258.000 foram para Taguatinga. Isso corresponde a 25,8% do total. Ou seja, proporcionalmente à votação que eu recebi, tenho aplicado muito mais recursos. Um dos fatores é a vinculação política que tenho com o diretor da regional de ensino de Taguatinga, professor Juscelino Nunes, por acreditar na capacidade de trabalho dele. Das 50 e poucas escolas da cidade, 80% já receberam alguma emenda nossa. Até o próximo quadrimestre alcançaremos os 100% de escolas beneficiadas. Conseguimos inclusive, criar duas escolas: O CEI 7, que me dá muito orgulho, foi uma escola criada a partir de emenda parlamentar de R$ 140 mil. Era um prédio subutilizado que transformamos em escola. O Centro de Excelência em Altas Habilidades era outro prédio que estava abandonado e transformamos em escola. O terceiro, que ainda não está inaugurado, será o CEI 8, na Praça do Bicalho, que é parte do CEF 11. Uma parte desse prédio que estava abandonado virará escola. Por que sua atuação em Taguatinga se restringiu às escolas? – Nos dois primeiros anos de governo, o ex-administrador Ricardo Lustosa não dialogava com outros deputados que não fosse a Sandra Faraj, que o indicara. Isso trouxe um enorme prejuízo para a cidade, que virou feudo político de uma parlamentar que impedia a ação de outros. Mesmo assim, conseguimos atuar. Por exemplo: O quadradão da QNL, que há 30 anos era um lixão, a partir de ação nossa junto com a Novacap e a população, extinguimos o lixão e, com uma emenda minha, fizemos a iluminação. Lá virou uma área de caminhada, aumentou a sensação de pertencimento e o povo parou de jogar lixo.


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Não votar é abrir mão da democracia

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que constitui a democracia é basicamente o fato de que se trata de um regime de governo em que todas as importantes decisões políticas estão com o povo: por meio do voto. E, por isso, ele é o único sistema capaz de representar a todos. No entanto, é amplamente sabido que, neste ano, a maior parte dos brasileiros não se sente representada pelos políticos que elegeu há quatro anos. Por isso, criou-se o mito de que “votar nulo ou em branco” ou até se abster do direito ao voto é a melhor saída. Só que nenhuma das três opções é capaz de anular um pleito. E, escolher alguma delas significa, na verdade, ter uma quantidade menor de pessoas decidindo o destino de todos.

Há um erro de interpretação do Código Eleitoral que, de fato, leva a população a acreditar que sair de casa, no dia das eleições, para anular o voto ou votar em branco é uma forma de “mostrar sua indignação”. Quando o artigo número 224 do texto fala em “nulidade dos votos” e “nova eleição”, na verdade, refere-se a situações como “fraude, coação e utilização de falsa identidade”. Por isso, o pleito de outubro só poderá cancelado e refeito se acontecer – com comprovação - alguma das situações citadas. Se a maioria dos votos computados for de pessoas que utilizaram falsa identidade, por exemplo, aí, sim, será realizada nova eleição.

E por que eu estou falando disso? Porque me preocupo. Como representante de uma instituição médica, que lida diretamente com servidores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde suplementar, me inquieta a ideia de um país em que a população abre mão do voto e, como consequência, se coloca nas mãos de poucos, abrindo espaço para um ambiente político muito pior do que esse em que vivemos hoje. Se poucos escolherem por muitos, certamente não haverá representação para todos. E os sonhos da maioria irão por água abaixo. Pelo menos nos próximos quatro anos. Para mim, ir às urnas em outubro deste ano, disposto a votar naqueles candida-

tos em que acredito, é dizer: eu sei que meu sonho é possível. Sei que um novo Distrito Federal é possível. Sei que um novo Brasil é possível. E somente com a política e pelas mãos dos políticos é que utopias - essas que nos fazem ir adiante - podem se tornar realidade. Por isso, com certeza, não abrirei mão do meu voto em outubro. Sei que, somente por meio dele, a democracia é algo possível. O voto é isso que chamamos de cidadania. Então, por mais que a maioria dos representantes da política hoje não esteja levando adiante compromissos de campanha, a gente tem que acreditar e, mais do que isso, renovar. Precisamos fazer diferente com o nosso voto. Preci-

Dr. Carlos Fernando, presidente do Sindicato dos Médicos do DF

samos prestar atenção em quem se apresenta, analisar o histórico e pensar em saúde, educação e segurança: as nossas principais demandas hoje. A política ainda é a nossa salvação. E nós, como cidadãos, podemos e devemos recuperar a boa política: aquela que supera desafios e serve à população. Sem demagogias.


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Brasil retrocede 40 anos Comissão da Câmara aprova projeto que libera venenos causadores de má-formação no feto, câncer e mutações genéticas Orlando Pontes (*)

Por 18 votos a favor e 9 contra, a comissão especial da Câmara dos Deputados que discute a regulação do uso de agrotóxicos aprovou, se-

gunda-feira (25), projeto que abre a possibilidade de comercialização no Brasil de produtos com características tetatogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas. Trocando em miúdos: venenos que podem causar anomalias no útero e má-formação no feto, com potencial de causar câncer ou de causar mutações genéticas. O texto original (PL 6.299/02), aprovado no Senado, é de autoria de Blairo Maggi (PP-MT), atual ministro da Agricultura do governo Temer (MDB). Na Câmara, tramita como iniciativa do deputado Luiz Nishimori (PR-PR). Da forma como foi aprovado na comissão, o Ministério

da Agricultura poderá liberar o uso de agrotóxicos antes do aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O projeto agora segue para o plenário da Câmara e depois retornará ao Senado, antes de ser encaminhado para sanção presidencial. A bancada contrária à matéria promete se mobilizar para evitar que ele chegue ao Palácio do Planalto ainda este ano, enquanto Michel Temer estiver na presidência da República. LAVA JATO – Se virar lei, será um re-

trocesso de 40 anos na legislação que regula o setor. A “Lei do Veneno”, como já é conhecida, é de autoria da bancada ruralista e conta com total apoio dos evangélicos e de outros grupos de parlamentares conservadores. Maggi é alvo da Operação Lava Jato e indiciado em vários crimes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas continua solto, cumprindo seu papel de representante do agronegócio nos gabinetes do poder federal.

(*) Com informações de agências e de Jaime Sautchuk


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Ataque à Const A

s novas normas anulam por completo a atual legislação do setor, que é de 1989, considerada bastante satisfatória. A lei 7.802, daquele ano, regulamentou as determinações da Constituição, após inúmeros debates na Assembleia Nacional Constituinte com todos os setores da sociedade. A lei só contemplará os grandes produtores de venenos e os ruralistas. Os primeiros recolocarão no mercado produtos hoje proibidos em muitas partes do mundo e terão mais facilidade de fazer publicidade e aumentar suas vendas. Já os ruralistas são os grandes aplicadores de venenos nas lavouras. Com isso, poderão aumentar produção sem qualquer preocupação com a pre-

servação do meio ambiente. Os produtos aplicados nas lavouras deixarão de ser classificados como “agrotóxico”, passando a usar o nome de “defensivo fitossanitário”, inclusive nas suas embalagens. Um eufemismo para não trazer à lembrança que estes produtos também são tóxicos para seres humanos, categoria em que o Ministério da Saúde inclui todos os pesticidas, não apenas os de uso na agricultura. Vale, por exemplo, para os matadores de insetos de uso doméstico. O controle da produção e comercialização desses venenos sairá das áreas de meio ambiente (Ibama) e saúde (Anvisa), ficando exclusivamente a cargo do Ministério da Agricultura. Serão, também, reduzidas as exigências na concessão de licenças de fabricação.

O que importa é o lucro Aos ruralistas, pouco importa se os solos serão degradados, a fauna e a flora nativas eliminadas e o ser humano contaminado, com grande número de mortes. Querem é ver o lucro rápido, em lavouras extensivas, predatórias, com destaque às de soja, milho e cana-de-açúcar. A médica-veterinária Cláudia Saenger, que pesquisa a distribuição espacial da intoxicação por agrotóxicos agrícolas em seres humanos em Goiás, diz que o problema agrava-se ano a ano. “Dados do Ministério da Saúde e do governo estadual revelam uma média anual de 195 casos de intoxicação, o que coloca o estado como um dos maiores em notificações, quando comparado a outras unidades da federação pela proporção de litros de agrotóxicos/hectare”, afirma. Segundo Saenger, enquanto a venda de agrotóxicos duplicou de 2007 a 2016 em Goiás, o número de

vítimas deles mais que triplicou, mesmo levando-se em conta a quantidade de casos não notificados. Em ocorrências de câncer, por exemplo, nem sempre a doença é relacionada à sua verdadeira causa. Sob o pretexto de matar insetos, muitas empresas multiplicam seus lucros. Na década de 1940, para eliminar o mosquito transmissor da malária, o governo adotou o fumacê, com o produto Shelltox. Anos depois, descobriu-se que o fumacê era danoso à saúde humana. Incontáveis setores da sociedade têm se manifestado contra o projeto. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de São Paulo, divulgou nota técnica em que afirma que o Brasil segue na contramão do resto do mundo ao flexibilizar as normas que regulam o uso de pesticidas. Significa que a nova lei dos agrotóxicos é uma praga maior que se avizinha.

Blairo Maggi: Atual ministro da Agricultura, senador licenciado é autor do texto original da Lei


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tituição Cidadã AGÊNCIA BRASIL

i do Veneno. Ele é alvo da Operação Lava Jato

LUCIO BERNARDO JR./ CÂMARA DOS DEPUTADOS

MPF ameaça ir ao Supremo Gabriel Pontes

Luiz Nishimori. relator do projeto na Câmara, integra a bancada ruralista

COMO VOTARAM OS DEPUTADOS A FAVOR

CONTRA

Adilton Sachetti (PRB/MT) Alberto Fraga (DEM/DF) Alceu Moreira (MDB/RS) Cesar Halum (PRB/TO) Covatti Filho (PP/RS) Fabio Garcia (DEM/MT) Geraldo Resende (PSDB/MS) Junji Abe (MDB/SC) Luis Carlos Heinze (PP/RS) Luiz Nishimori (PR/PR) Marcos Montes (PSD/MG) Nilson Leitão (PSDB/MT) Prof. Victorio Gali (PSL/MT) Sergio Souza (MDB/PR) Tereza Cristina (DEM/MS) Valdir Colatto (MDB/SC) Zé Silva (SD/MG)

Alessandro Molon (PSB/RJ) Bohn Gass (PT/RS) Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) Ivan Valente (PSOL/SP) Jandira Feghali (PCdoBRJ) Julio Delgado (PSB/MG) Nilto Tatto (PT/SP) Padre João (PT/MG) Subtenente Gonzaga (PDT/MG)

Para o Ministério Público Federal (MPF), o projeto de lei que flexibiliza o registro de agrotóxicos é inconstitucional e pode ser alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). Caso apresente uma ação deste tipo ao Supremo, mesmo após a lei ser aprovada no Legislativo e no Executivo, a medida pode ser considerada inconstitucional e ter artigos vetados pelo Judiciário. Em nota técnica encaminhada ao Congresso Nacional antes da aprovação da matéria na comissão especial da Câmara, o MPF aponta como pontos passíveis de inconstitucionalidade, primeiramente, o fato de o PL dispensar os vendedores de advertir os consumidores sobre os malefícios decorrentes do uso de agrotóxicos. Os procuradores destacaram que é necessário que os agricultores reconheçam os produtos como tóxicos e perigosos e não como meros insumos agrícolas. Em outro ponto destacado pelo MPF, a proposta retira dos estados e do Distrito Federal a possibilidade de legislar sobre a matéria, o que viola a Constituição Federal. O documento protesta ainda contra a mudança da palavra “agrotóxico” por “pesticida”, nos termos do projeto. “A eventual substituição da palavra ‘agrotóxico’ visa estabelecer um caráter inofensivo a substâncias que, manifestamente, não o são”, afirma o subprocurador-geral da República Nívio de Freitas. A nota técnica conclui que o PL está na contramão da preocupação mundial com o meio ambiente e a saúde. Além de retirar a responsabilização penal do empregador em caso de descumprimento às exigências estabelecidas na Lei.


Brasília Capital n Política n 10 n Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br

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Por Chico Sant’Anna

Simulacros: Brinquedos do crime

F

az muito tempo que as armas de brinquedo eram exclusivamente para brincadeiras de mocinho e bandido, imortalizada na canção Bang Bang, interpretada mundialmente por vários artistas, dentre eles Nancy Sinatra. Hoje, esses brinquedinhos ganharam nomes sofisticados (são chamados de simulacros) e, para um desavisado, passam facilmente por pistolas, rifles e até metralhadoras de verdade. E o pior: São vendidos livremente, e muitas deles passaram a ser utilizados no mundo real dos crimes. As estatísticas no Distrito Federal não diferenciam os crimes cometidos com armas verdadeiras ou de “mentirinha”. Fontes da Polícia Militar, no entanto, indicam que pelo menos 30% dos casos de crime à mão armada são cometidos com simulacros.

PISTOLAS E FUZIS – No Rio de Janeiro, cálculos do Ministério Público, com base em flagrantes registrados na capital e na Baixada Fluminense, apontam que quatro em cada dez assaltos são cometidos com simulacros. São pistolas, revólveres e fuzis fabricados para a prática esportiva e idênticos a armas de fogo usados em larga escala por assaltantes, traficantes de drogas e milicianos. As similitudes são totais. Quase idênticos. Um cidadão comum, vítima de um assalto, jamais teria condições de diferenciá-los. A única diferença deles para as armas verdadeiras é que o bico do cano é pintado de vermelho ou laranja. Em alguns casos, a empunhadura (o cabo) também é colorida. Mas isso quando ele sai da fábrica. Nada impede que seja pintado posteriormente na mesma cor do armamento verdadeiro. DIVULGAÇÃO

Arma de Air Soft: Esferas plásticas são substituídas por bilhas metálicas

DIVULGAÇÃO

A única diferença entre as armas de brinquedo e as verdadeiras é a pintura do cabo e do bico do cano

Feira do Paraguai Para a aquisição desses brinquedinhos não há qualquer impedimento. Compra-se pela internet, em lojas de esporte, aqui em Brasília, até na Feira do SIA. Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo, um simulacro de uma pistola calibre 9 mm, ponto 45, tem preço médio de R$ 250 a R$ 500. Já a verdadeira custa em torno de R$ 5 mil no mercado negro, a depender do fabricante. Se for um fuzil, a imitação custará no máximo R$ 2 mil, enquanto o verdadeiro sai por algo entre R$ 50 mil e R$ 70 mil. Capazes de provocar sobre as vítimas o mesmo nível de pânico, os simulacros não impressionam o Judiciário brasileiro. Mesmo sendo de

brinquedo, essas armas disparam esferas plásticas de seis milímetros, por meio de molas, gás comprimido ou disparo elétrico. Em alguns casos, as esferas plásticas podem ser substituídas por bilhas metálicas.

Simulacros de arma de fogo são cada vez mais presentes nos crimes cometidos no Brasil REGIME ABERTO – Até 2001, um crime cometido com uso de falsa arma de fogo era tratado como se real ela fosse. A pena era igualmente agravada. O Superior Tribunal de Justiça, porém, revisou esta leitura

e um assalto com uma pistola airsoft é hoje qualificado como roubo simples. A sentença pode ser cumprida em regime aberto. Desde 2014, lei do Estado de São Paulo proíbe a fabricação e o comércio de brinquedos que simulem armas de fogo. O comércio desses “brinquedinhos”, contudo, vem crescendo nos últimos cinco anos em Brasília e em todo o País. Esse quadro exige uma reflexão sobre a necessidade de leis específicas que disciplinem em todo o Brasil a comercialização e o porte desses simulacros. É o que defende o promotor Jorge Luís Furquim, da Promotoria Criminal de Itaguaí, no Rio de Janeiro. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal precisam se debruçar sobre esse tema. Os parlamentares não podem ignorar mais esta faceta da violência urbana.


BrasĂ­lia Capital n Cidades n 11 n BrasĂ­lia, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br


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ELIANE ARAÚJO

VIRADA DO CERRADO - A partir de sexta-feira (29), algumas cidades do DF vão receber atividades da Virada do Cerrado 2018. Nesta edição, o tema central é a Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos Sólidos. Haverá ações socioambientais, educativas, esportivas e culturais sábado e domingo pela manhã no Parque Ecológio de Águas Claras. A ideia é fortalecer a coleta seletiva para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores dos galpões de triagem e possibilitar a inclusão de mais catadores de materiais recicláveis no processo.

TAGUATINGA

GUARÁ ANTÔNIO SABINO

Mobilização: População se une a professores, pais e alunos em repúdio à obra a apenas 30m da Escola Classe 15

Manifestação contra posto

Horta Comunitária faz a diferença A Horta Comunitária do Guará é um sucesso! O projeto, tem sede na QE 38, mas atende moradores de todas as quadras da cidade, promovendo saúde, sustentabilidade e bem-estar social. O objetivo é produzir alimentos orgânicos para a comunidade de forma interativa. “Quem disse que não podemos plantar e colher nas cidades? Que não podemos ocupar espaços públicos ociosos? Que na área urbana não podemos ter produtos orgânicos com baixo custo? Que não podemos ter uma sustentabilidade urbana? Ainda vamos fazer do Guará um bairro sustentável”, aposta a engenheira ambiental Dahiana Ribeiro, idealizadora do projeto.

ANTÔNIO SABINO

Matheus Savite

Dezenas de moradores se uniram a professores, pais e alunos da Escola Classe 15 de Taguatinga para uma manifestação, quinta-feira (28), contra a construção de um posto de gasolina da Rede Braga na QND 46. No mesmo dia da mobilização, tratores e máquinas pesadas começaram a escavação para instalação dos tanques de combustível. A comunidade reclama de não ter sido consultada sobre os malefícios que um comércio como esse podem causar à população. “As crianças vão

precisar passar por dentro do posto para chegar e sair da escola. Nossa preocupação é o risco de atropelamento de alunos”, afirma o diretor da EC 15, Edson José Alves Barbosa (foto). Para a professora Virgínia Karlla “carretas descarregando, todos os dias, mais de 30 mil litros de combustível é algo muito perigoso.” Ela ainda alerta para o odor dos produtos que irá para

dentro da escola. “Vai causar mal-estar nos alunos e servidores”. Já para o coordenador do grupo Defensores de Taguatinga, José Luís Ravenna, a preocupação é o aumento do fluxo de carros e o impacto ambiental. “É um risco para moradores e comerciantes locais”, alerta. Morador das proximidades há mais de 50 anos, Eurípedes Pio, revoltado, diz que “essa construção não vai acontecer”, e que, se for necessário, ele está disposto a lutar de todas as formas para impedir o funcionamento do posto.

A entrada do público é até às 22h. Para carros fabricados até 1990, o acesso é gratuito, com exceção dos modelos Opala, Caravan, Chevette, família VW-ar (todos os anos), Gol, Parati, Saveiro (quadrado). A última edição reuniu cerca de 420 carros. “O ‘Encontro Antigomobilista’ acontece há seis anos”, conta o fun-

dador Tony Teles. Foodtrucks estarão no local, formando uma praça de alimentação. Para quem consumir no local, o estacionamento é gratuito.

SIA

Encontro de carros antigos Admiradores de carros antigos podem participar, terça-feira (3), do segundo “Encontro Antigomobilista” de 2018, a partir das 19h, no estacionamento do supermercado Extra SIA.

Serviço: “Encontro Antigomobilista” Data: Terça-feira (3) / Horário: 19h Local: Extra (SIA, Trecho 9)

VICENTE PIRES

Primus vira point gastronômico DIVULGAÇÃO

O espaço gourmet, no segundo piso da Primus Boutique de Carnes, na rua 12, virou referência de point gastronômico. Na foto, o encontro casual dos administradores de Taguatinga, Karolyne Guimarães, e de Vicente Pires, Charles Guarreiro (à direita). Durante a semana, o local reúne empresários, políticos e adeptos da boa comida para momentos de conversa aliada a pratos executivos de dar água na boa.


Brasília Capital n Geral n 13 n Brasília, 30 de junho a 6 de julho de 2018 - bsbcapital.com.br

Ode a Valdir Oliveira ORLANDO PONTES

ARTIGO

Inversão de valores

Orlando Pontes

T

rezentos representantes do setor produtivo se reuniram na noite de terça-feira (26) para homenagear o secretário de Economia, Desenvolvimento, Inovação, Ciência e Tecnologia, Antônio Valdir Oliveira Filho. A iniciativa foi do grupo Empresários em Ação, liderado pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Édson de Castro, e pela diretora da entidade, Janine Brito, CEO da Ferragens Pinheiro. Presente ao evento no restaurante Coco Bambu, no Lago Sul, o governador Rodrigo Rollemberg considerou justa a homenagem ao seu colaborador, que recebeu uma placa como agradecimento pelos serviços prestados à economia do Distrito Federal. “Valdir fez um gesto de amor por Brasília ao assumir a Secretaria num momento delicado da vida nacional, em que a desmoralização da classe política teve consequências perversas para o País”, disse. O governador ressaltou a capacidade de diálogo de Oliveira, que “sabe ouvir e entender os empresários para construir as melhores alternativas para Brasília”. Segundo Rollemberg, sua gestão pode ser dividida em duas fases: Antes e depois da chegada de Valdir. “Ele preparou os alicerces para a retomada do desenvolvimento econômico, participando das negociações para mudança da lei que agora garante, no DF, os mesmos incentivos concedidos em Goiás, pondo fim à guerra fiscal, além de mudanças no Código de Obras e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Cláudio Sampaio (*)

Entre Janine Brito e Rollemberg, Valdir Oliveira recebeu elogios de Rollemberg e homenagem de Édson de Castro e de Jamal Bittar (presidente da Fibra): o secretário é unanimidade no setor produtivo como o responsável pela retomada do crescimento da economia do DF

Estado enxuto Ao agradecer a homenagem, Valdir Oliveira defendeu um “Estado enxuto” e propôs a criação de um estatuto de defesa do contribuinte, a exemplo da lei que existe para o consumidor. E atacou as corporações: “Não dá mais para conceder aumentos salariais com o aumento de impostos”. Segundo ele, o setor produtivo “precisa gritar a sua dor para ser ouvido pela classe política”. E desafiou o governo a criar condições para reduzir a carga tributária com aumento da arrecadação a partir do crescimento da economia. Em alusão às eleições de outubro, disse que, a partir de 2019, a população terá de optar “entre a Brasília séria e responsável e a Brasília populista, da demagogia”, revelando-se admirador de Rollemberg. “Passei a conhecer melhor um homem que faz política com ‘P’ maiúsculo”. OÁSIS – O presidente do Sindivarejista, Édson de Castro, ressaltou a capacidade do homenageado em “desamarrar os nós da burocracia que

emperram a economia do DF”. De acordo com Castro, Valdir é o homem capaz de “destravar negócios” a partir da correta mediação entre o setor produtivo e os poderes Executivo e Legislativo. “Ele é um oásis em meio à aridez, que conseguiu viabilizar a sobrevivência de inúme-

O setor produtivo precisa gritar a sua dor para ser ouvido pela classe política ras empresas do comércio, da indústria, do agronegócio e da área de serviços”, completou a empresária Janine Brito. Entre os que compareceram ao Coco Bambu estavam os empresários Paulo Octavio e José Humberto Pires, e os deputados Augusto Carvalho, Chico Leite e Israel Batista

Após a tosca tentativa de transformar o projeto das dez medidas contra a corrupção em mordaça contra autoridades investigativas, mais de 180 deputados federais apresentaram em plenário, no dia 30 de maio, um pedido para instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito contra supostos abusos da operação Lava-Jato, que desde março de 2014 tem aterrorizado figurões do mundo empresarial e político. Face à péssima repercussão na opinião pública, alguns parlamentares tentaram, em atitude ridícula, se fazerem de mal informados para retirar suas assinaturas. Isto, obviamente, não diminui a nódoa e a vergonha de investigados (e até condenados), de modo tão atrevido e sem pejo, tentarem investigar os investigadores. Na condição de advogado e baiano, sou admirador de Rui Barbosa. De acordo com ele, por pior que seja a acusação, todos devem ser detentores do direito de defesa adequada, segundo os meios processuais. Porém, tal direito não justifica que notórios e odiosos bandidos virem coitados, enquanto, na contramão da moralidade, pais de famílias, trabalhadores e

empresários de bem são tratados como bandidos. Esta malfadada inversão de valores não se restringe aos crimes denominados do “colarinho branco”, como a corrupção e os desvios de verbas públicas, objetos da Lava-Jato. Ela se revela, também, na permissividade diante dos crimes de roubo, estupro e latrocínio, onde, de modo errôneo e exagerado, alguns parlamentares e entidades específicas tentam retratar o policial como um cruel criminoso e o bandido como uma vítima da sociedade. Sem sombra de dúvida, os esperados investimentos eficientes na educação, na criação de postos de trabalho, no esporte e na arte serão fundamentais para diminuir os índices de criminalidade. Porém, sendo tais resultados normalmente produzidos no médio prazo, o momento agor, é de não retrocedermos, sob qualquer justificativa oportunista, nos avanços democráticos de, preservando-se os direitos constitucionais, aplicar penas, prender e impedir a ação de meliantes de qualquer vertente política ou classe econômica. Novamente sob as lições do saudoso mestre Rui Barbosa, a sociedade civil e a opinião pública não podem permitir que a injustiça, junto à indecente impunidade, levem os bons cidadãos brasileiros a terem “vergonha de ser honestos”.

(*) Advogado e escritor


Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 26 de maio a 1 de junho de 2018 - bsbcapital.com.br

Casos especiais de crase (parte 3) Seu emprego é facultativo na locução até a (pode ser até à, caso venha seguida de uma palavra que admita o artigo “a”). Nas duas últimas semanas, abordamos dois empregos especiais acerca do acento grave: antes de casa e antes de terra. Hoje, falaremos sobre mais um caso: com a palavra até. Vou direto ao assunto: O emprego do sinal indicativo de crase é facultativo na locução até a (que pode ser até à, caso venha seguida de alguma palavra que ad-

mita o artigo “a”). Veja os exemplos abaixo: (1) Ele chegou até a/à porta em uma velocidade impressionante! (2) Ele vai trabalhar até a/à meia-noite. Esse é um caso realmente ímpar no nosso vernáculo. Faça uma breve consulta ao seu cérebro e me responda: qual é a classe gramati-

Pedindo desculpas! Prezada amiga Shirley, meus votos de paz e saúde, aí nessa “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil!” Recebi sua cartinha ontem, domingo. E já hoje, segunda-feira, me apresso a responder pessoalmente, por um motivo essencial: não disponho de secretária particular para despachar minha correspondência. Para falar a verdade, se tivesse tal conforto, seria desembolso desnecessário, tão poucas são as cartas de “meus” leitores. Às vezes, me dá até a impressão de estar escrevendo para mim mesmo, não

fossem alguns telefonemas de incentivo de amigos na base do “olha, gostei muito daquela crônica”, etcétera e tal. Levando-se em conta que a emoção é bem de consumo na sociedade capitalista, a gente pode disfarçar, mas o escriba profissional sempre gosta de receber elogios. Mas, muito mais que as massagens no ego, o que me sensibilizou bastante foi seu puxão de orelhas: “Admiro os seus tex-

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

cal da palavra “até”? Talvez até uma musiquinha saia imperceptivelmente da sua boca: a, ante, após, até com, contra, de, desde, em, entre para, per, perante, por sem, sob, sobre, trás Lembrou? “Até” é uma preposição! Daí surge um questionamento: por que a crase é admitida? Pela lógica, o recomendado para os dois primeiros exemplos é até a, sem o emprego do acento (e com o entendimento de que ocorre a preposição “até” seguida do artigo “a”). Todavia, por uma concessão gramatical, aceita-se até à, com duas preposições! Repito: é uma concessão! Circunstância semelhante ocorre quando há palavra masculina – e, obviamente, emprego de artigo

masculino. Veja: (3) Ele chegou até a/ao portão em uma velocidade impressionante! (4) Ele vai trabalhar até a/ao meio-dia. Agora, preciso fazer uma consideração importantíssima: Essa “brecha na lei” só é válida para a preposição “até”. Em outros casos, não se empregam duas preposições simultaneamente! Em “ele vai trabalhar após a meia-noite”, nada de acento grave, ok? Na semana que vem, abordaremos mais um caso especial de crase! Não perca!

tos, porém não posso concordar com sua discriminação aos homossexuais candangos, conforme aquela crônica Lama nas Estrelas”. Antes de mais nada, amiga, mil desculpas por aquelas grotescas expressões contidas na referida crônica. Afinal, não tenho o direito de discriminar seres humanos iguais a mim, simplesmente porque fizeram livres escolhas de suas próprias vidas. Na verdade, eu cometi um enorme equívoco, confundindo homossexual com pedófilo, sendo este um doente mental, atacado por uma tara que pode ser transmitida aos seus descendentes, violentando até mesmo os próprios filhos. Como exemplo, eu tenho um amigo aqui em Brasília, que casou com uma moça que só anos mais tarde confessou ter sido estuprada pelo pai aos nove anos de idade e, de-

vido a isso, desconfiava a priori do sexo masculino, incluindo o marido. Só depois de gastar uma relevante quantia numa clínica de Psicologia, eles conseguiram superar o problema e agora vivem felizes. Diante de tal barbaridade, o que fazer? Só vejo uma solução, repito mais uma vez: a aprovação no Congresso Nacional de uma Lei para punir pedófilos: que os seus testículos sejam decepados por uma navalha bem afiada, a sangue frio, cortando o mal pela raiz! É isso aí, amiga. E vamos dar vivas ao Papa Francisco, que está punindo até mesmo bispos e sacerdotes pedófilos, expulsando-os do sacerdócio e os colocando na cadeia!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Fernando Pinto Jornalista e escritor


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 26 de maio a 1 de junho de 2018 - bsbcapital.com.br

Se você não se importa... “O que eu faço é uma gota d’agua no oceano, mas sem ela, o oceano seria menor”. Há milhares de anos os homens passaram viver em comunidade para se ajudarem. A este grande entendimento, que deu origem à sociedade (conjunto de sócios solidários), Rousseau deu o nome de Contrato Social. Seria de se esperar que depois de aproximadamente 40 mil anos vivêssemos num clima de cooperação e fraternidade. Não obstante, estamos longe de atingir esse ideal. O orgulho e o egoísmo continuam

sendo “as duas principais chagas da humanidade” que dificultam uma vivência fraterna entre as pessoas. Primeiramente tivemos a escravidão, sendo o escravo considerado mercadoria. Na idade média avançou-se um pouco: Em muitos países estabeleceu-se a parceria conhecida como servidão e, com a revolução industrial, tem início o capitalismo, a era dos salários, e a continuação da exploração de trabalhadores, sem direitos.

O perigo dos agrotóxicos Segundo a ONU, o uso contínuo desses venenos é responsável por cerca de 200 mil mortes por intoxicação aguda todos os anos Agrotóxicos são produtos químicos sintéticos utilizados pela indústria agrícola para controlar pragas na lavoura. São definidos como produtos e agentes de processos químicos e/ou biológicos. Seu uso é destinado aos setores de produção e armazenamento de produtos

agrícolas e gera incerteza em relação à segurança da saúde, tanto humana quanto animal, e do meio ambiente. O Brasil é um dos países que mais consomem agrotóxicos no mundo – média de 5,2 quilos de “veneno agrícola” por habitante, segundo pesquisa feita

Embora o Capitalismo tenha conseguido abrigo na Igreja Evangélica, ele é apenas a continuidade da exploração do homem pelo homem. Contrapondo-se a Adam Smith - pai do capitalismo -, surgiu Karl Marx, pregando a abolição da propriedade privada (Comunismo), tornando-a, estatal, bem como o fim das classes sociais. Era o sonho da igualdade e do paraíso na Terra. Contudo, a dificuldade de sempre: Orgulho e egoísmo, que fazem com que grande parte da elite ainda veja o pobre como lixo, e o trabalhador como escravo. Embora o sonho da igualdade não tenha sido alcançado, avançou-se nas conquista sociais. A verdade é que nenhuma ideologia de bem-estar social avançará plenamente enquanto o homem não entender que vive num regime de interdependência, e que a felicidade particular dependerá sempre da felicidade geral. É da Lei que o que tem

mais ajude ao que tem menos; o que sabe mais ensine o que sabe menos, e o superior ajude a elevar o inferior. É preciso começar no lar com os filhos amparando os velhos pais e os irmãos menos aquinhoados. Na escola, a permuta de conhecimento entre colegas e não de “colas”. No trabalho a colaboração entre colegas e o servir aos clientes, fregueses e público, além do dever profissional. Nas praças de alimentação e lanchonetes a não ocupação desnecessária de mesas, até chegarmos na condição de alguns países da Europa, onde pessoas generosas deixam pagos, para quem não pode, lanches e passagens de trens. O que eu faço é uma gota d’agua no oceano, mas sem ela, o oceano seria menor, ensinou Madre Tereza.

em 2013 pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer). Atrás do Brasil, vêm a China e os Estados Unidos. O uso indiscriminado de agrotóxicos tem resultado em intoxicações em diferentes graus, desde a produção no campo até a chegada ao consumidor. E tem se tornado cada vez mais crescente o uso desses compostos, sendo perceptível os severos efeitos que podem causar, sejam agudos – que aparecem durante ou após o contato com – ou crônicos, que se desenvolvem a longo prazo. Segundo a Organização das Nações Unidas, o uso contínuo de agrotóxicos é responsável por cerca de 200 mil mortes por intoxicação aguda por ano. Segundo o ex-gerente-geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, o risco dessas irre-

gularidades para a saúde humana não é imediato, mas os danos pelo consumo de produtos com agrotóxicos a longo prazo precisam ser levados em consideração. “Dificilmente alguém vai comer um tomate ou um mamão e passar mal no momento seguinte. Mas o consumo de alimentos com resíduos de agrotóxicos envolve riscos que podem ser cumulativos e até desconhecidos”, explica. Diante disso, assine já a petição #CHEGADEAGROTÓXICOS: https://www. chegadeagrotoxicos.org.br/

José Matos Professor e palestrante

(*) Texto elaborado pelos estudantes do curso de Nutrição da Universidade Católica de Brasília (UCB) - Jamile Braz, Rhaylane Gomes, Bárbara Miguel e Juliana Almeida.


(MobilizAção)

Saiba mais:

www.cl.df.gov.br

Violência doméstica. Não deixe que ela fique entre quatro paredes. Denuncie.

Quem agride a

mulher machuca toda a família.

CANAIS DE DENÚNCIA: Procuradoria Especial da Mulher da CLDF: 3348-8296 Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher: 3207-6195 Disque-Denúncia: 197 | Central de Atendimento à Mulher: 180

Agressão familiar também é violência contra a mulher. A violência contra a mulher faz mais vítimas do que você pensa. Ela está em toda parte e se revela de diversas formas. No DF, os estupros, a violência doméstica e o feminicídio não param de crescer. É por isso que a Câmara Legislativa não mede esforços para garantir os direitos da mulher, propondo e aprovando leis em sua defesa. Faça também a sua parte. Se for vítima ou testemunha de alguma ocorrência, denuncie. • IMPLEMENTAÇÃO DO BOTÃO DO PÂNICO • VAGÃO EXCLUSIVO PARA MULHERES NO METRÔ • PROCURADORIA DA MULHER DESDE 2013 • POSTOS DE TRABALHO PARA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA • UMA DELEGACIA DA MULHER EM CADA REGIÃO ADMINISTRATIVA

Você significa tudo


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