Jornal Brasília Capital 417

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Governos são obrigados a revisar salários

Em assembleia, categoria apóia greve geral e cria campanha “Fora Weintraub”, em defesa da Educação

Atualização deve ser feita para corrigir a desvalorização monetária da inflação, mas STF adia a decisão

Sinpro-DF - Página 5

Ano VIII - 417

Brasília, 15 a 21 de junho de 2019

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Professores contra a reforma da Previdência

SindiMédico - Página 6

MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

DesMOROnou

Troca de mensagens entre ex-juiz e procuradores da Lava Jato viola a Constituição e o Código Penal Diálogos raqueados do aplicativo Telegram e revelados pelo site The Intercept Brasil mostram que o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, orientou os procuradores no processo que condenou mais de 1.000 pessoas, entre elas o ex-presidente Lula. Defesa pede anulação da condenação de Lula. Moro classificou como “descuido” a indicação de uma testemunha ao procurador Deltan Dalaggnol. Página 2

UESLEI MARCELINO/REUTERS

Bolsonaro abre a porteira para grileiros Presidente sanciona lei que enfraquece a proteção ambiental e põe em risco a preservação da Amazônia Página 2


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 15 a 21 de junho de 2019 - bsbcapital.com.br

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Moro desmorona com vazamentos Desde domingo (9), o ministro da Justiça Sérgio Moro vem descobrindo o que significou a troca da toga de magistrado pela fantasia de político. A publicação pelo site The Intercept Brasil de mensagens que apontam sua ligação estreita com o procurador Deltan Dallagnol no processo que condenou mais de 1000 pessoas pela Operação Lava Jato - entre elas o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que cumpre pena há um ano em Curitiba - pôs o ex-juiz no centro de um furacão. Os diálogos divulgados, e que não foram desmentidos por ele, mostram que Moro mantinha intensas conversas privadas com o coordenador da Lava Jato pelo aplicativo Telegram, com orientações, broncas, elogios e dicas de fontes que a força-tarefa deveria ouvir nas investigações conduzidas pelos procuradores para condenar Lula. Esse comportamento fere princípios constitucionais e do Código Penal. Vai contra, ainda, uma posição que o próprio Moro sempre adotou. “Eu não tenho estratégia de investigação nenhuma. Quem investiga e quem decide o que vai fazer é o Ministério Público e a Polícia [Federal]. O juiz é reativo, e normalmente deve cultivar

virtudes passivas... e até me irrita ver críticas infundadas dizendo que sou um juiz investigador”, disse em palestra na Associação Nacional dos Auditores Fiscais em Curitiba, há três anos. A avalanche de notícias põe em xeque sua atuação. A defesa de Lula enviou ao Supremo Tribunal Federal nova manifestação em que aponta como prova da parcialidade do ex-juiz as conversas dele com procuradores da Lava Jato, no Paraná. A peça foi enviada para apoiar outros argumentos já presentes em um habeas-corpus no qual os advogados pedem que o STF declare a suspeição de Moro. O processo está marcado para ser julgado em 25 de junho, na Segunda Turma do Supremo. Para os advogados, a troca de mensagens demonstra “situações incompatíveis com a ‘exigência de exercício isento da função jurisdicional’ e que denotam o completo rompimento da imparcialidade objetiva e subjetiva”. A defesa abre a peça com uma citação do próprio Moro, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Globo, sobre a divulgação, em 2016, do áudio de uma conversa entre a ex-presidente Dilma Rousse-

ff e Lula, posteriormente considerada irregular pelo STF. “O problema ali não era a captação do diálogo e sua divulgação, o problema era o diálogo em si, o conteúdo do diálogo, que ali era uma ação visando burlar a Justiça, e esse era o ponto”. Após a divulgação das conversas pelo site, o ministro não negou a existência ou o teor da troca de mensagens, mas disse não ver nada de comprometedor. Segundo o Ministério da Justiça, as publicações do The Intercept foram obtidas de forma criminosa. Na quarta-feira (11), novo trecho de mensagens no Telegram obtidas pelo The Intercept revela que a força-tarefa da Lava Jato contava com o apoio do ministro Luiz Fux, do STF, com quem Dallagnol relata ter conversado. Os citados não haviam feito declarações até o fechamento desta matéria. Na sexta-feira (14) Moro classificou como um “descuido” a indicação de uma testemunha a Dellagnol. Fiquemos, então, com o que ele disse três anos antes: “o problema não é a captação do diálogo e sua divulgação, o problema é o diálogo em si e seu conteúdo, que é uma ação visando burlar a Justiça”. Este é o ponto.

ARTIGO

Porta aberta para grilagem e desmatamento na Amazônia Michel Havrenne, Guilherme Tavares e Marco Antonio Delfino (*) O desmatamento na Amazônia voltou a crescer em 2017 e 2018. Foram identificados 7,9 mil Km² de floresta derrubada (13,7% a mais que o em 2016). Os números dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia revelam uma tendência preocupante, já que a Constituição considera a Amazônia um patrimônio nacional e tem a preservação ambiental como direito humano fundamenta garantido também às futuras gerações. A aceleração do desmatamento é motivada, principalmente, por uma visão de governo de que não é possível enrijecer a proteção ambiental, sob pena de enfraquecer o desenvolvimento econômico. Um equívoco. Tais

valores não são contrários e devem se somar. O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado está previsto na Constituição. Dessa forma, o respeito às regras ambientais deveria ser condição para a concessão de incentivos pelo Poder Público. O desmatamento está vinculado à ocupação irregular de terras públicas, especialmente em lugares inóspitos, como a Amazônia. O programa Terra Legal aponta que, em 2017, foram destinados 13,5 milhões de hectares da Amazônia Legal, de um total de 57 milhões de hectares ainda não destinados. Essa imensa quantidade de terra disponível é um estímulo à grilagem. Diante disso, devem ser aprovadas normas que evitem a ocupação irregular de terras públicas. Verifica-se, no entanto, o contrário: o presidente

da República sancionou, no início de junho, a Lei 13.838, que dispensa a apresentação de carta de anuência dos confrontantes para a transferência de imóveis rurais. Segundo a lei, basta a declaração do requerente de que respeitou os limites de confrontações. Isto é uma porta aberta à grilagem e ao desmatamento. Essa lei contribuirá para a ocupação irregular das glebas rurais e, consequentemente, para o acréscimo da devastação ambiental. Por manter grande quantidade de terra e com pouca fiscalização, a Amazônia tende a ser a região mais prejudicada pela norma.

(*) Procuradores da República e membros do Grupo de Trabalho Terras Públicas e Desapropriação da 1ª Câmara do MPF


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INVASÕES POR TODA PARTE - Um delegado e agentes da Polícia Civil foram quarta-feira (12) ao gabinete da deputada Telma Rufino (Pros) em busca de documentos do assessor Rogério Barbosa Carneiro. Ele é um dos 11 suspeitos de praticar grilagem na Chácara Modelo, no Riacho Fundo. A parlamentar nega ligações com o grupo. Mas a realidade é que o DF está tomado por invasões no Sol Nascente (Ceilândia), em Brazlândia, em São Sebastião, no Paranoá, na Estrutural e em Vicente Pires. O que não falta é trabalho para os fiscais da Agefis.

Comunicação derrubou Cruz A demissão do general Santos Cruz (foto) da Secretaria de Governo, quinta-feira (13), foi consequência de sua discordância com o chefe da Secretaria de Comunicação, Fabio Wajngarten, homem de confiança do vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). O filho do presidente quer distribuir recursos para blogueiros e sites de extrema-direita alinhados com o pensamento do filósofo Olavo de Carvalho. Santos Cruz era contra. MISSÃO – A decisão criou um clima de insatisfação no Exército. Santos Cruz é tido como um dos principais nomes da Força em razão de sua atuação em missões internacionais. “Soldado é assim mesmo. Soldado é missão. Acabou a missão”, resumiu o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. O substituto será o general Luiz Eduardo Ramos, comanante Militar do Sudeste. GENERAL SINDICALISTA – Na sexta (14), Bolsonaro avisou que vai demitir o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, por wter se comportado como “sindicalista”. O presidente não gostou de Juarez ter tirado fotos com parlamentares de esquerda durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados e de ter dito que não haverá privatização dos Correios, como planeja o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O dia que Brasília parou

Irresponsabilidade mata em Taguatinga Gustavo Nogueira Souza, 18 anos, morreu eletrocutado terça-feira (11) na trave da quadra de esportes da QNM 38/40, onde jogava futebol. O perigo havia sido denunciado por moradores, mas a administração regional e a CEB não tomaram providências. Depois do acidente, ambos os órgãos divulgaram notas lamentando o ocorrido, tentando, tardiamente, justificar a irresponsabilidade.

Milhares de trabalhadores de todos os setores aderiram à greve geral

A greve geral contra os cortes do governo federal na Educação e contra a reforma da Previdência parou Brasília e atingiu outras 26 capitais de estados na sexta-feira (14). Durante o dia, os ônibus urbanos não circularam no DF. Na Rodoviária, os boxes permaneceram vazios. O BRT também suspendeu as atividades. O metrô, em greve desde 2 de maio, manteve a circulação de trens em número reduzido. A maioria das

escolas públicas não funcionou. Estudantes, professores e servidores da UnB aderiram à paralisação. Nos hospitais, pacientes reclamavam da falta de funcionários, já que muitos servidores não chegaram ao trabalho. Agências bamcárias colacaram avisos informando sobre o fechamento do estabelecimento. O movimento foi forte especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Reciefe e Salvador.

Primeira derrota no Supremo O Supremo Tribunal Federal suspendeu parcialmente, quinta-feira (13), o decreto 9.759/19 de Jair Bolsonaro extinguindo conselhos da administração pública federal. Seis dos 11 ministros entenderam que o presidente não pode extinguir, por de-

creto, colegiados criados por lei. Para os outros cinco, a legislação proíbe o presidente de usar esse instrumento para fechar qualquer conselho, instituído por lei ou decreto. É a primeira vez que o Supremo barra um ato de Bolsonaro.

Hilux rosa pink A deputada Jaqueline Silva (PTB) se locomove numa Toyota Hilux rosa pink alugada com recursos da verba indenizatória. A camionete foi plotada com o adesivo a pedido da distrital, segundo o diretor do Grupo Suprema, empresa dona do veículo, Alexandre Vasconcelos. VERBA INDENIZATÓRIA – A parlamentar apresentou à CLDF notas fiscais para reembolso: R$ 5 mil por mês. Os distritais têm direito a R$ 15.193 mensais de verba indenizatória, que pode ser utilizada na locação de imóvel, aquisição de material de expediente e contratação de consultoria, além do aluguel de veículo. O MP tá de olho nela... REPRODUÇÃO INTERNET

Homofobia é crime igual a racismo Por oito votos a três, o STF decidiu, quinta-feira (13), que homofobia e transfobia são crimes semelhantes ao racismo. A decisão fica em vigor até que o Congresso elabore uma lei

sobre o assunto. Quando chegar à Câmara, o projeto deve esbarrar na polarização em torno do assunto entre as bancadas progressista e conservadora, esta liderada pelos evangélicos.

Hilux pink na garagem da CLDF


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

Ibaneis encarece a birita

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fogar as mágoas vai doer mais no bolso. O drink sofisticado, aquela cerva estupidamente gelada, ou um trago da branquinha vão ter o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços aumentado. O governador Ibaneis Rocha, que na campanha eleitoral prometeu baixar a carga tributária no Distrito Federal, toma agora caminho inverso: enviou para a Câmara Legislativa, projeto de lei que amplia de 12% para 19% as alíquotas de ICMS sobre bebidas. A medida alcança vinhos, bebidas fermentadas e destiladas, aguardentes e licores. Sete pontos percentuais a mais no preço parece pouco, mas na verdade representam uma majoração em 58,33% na carga tributária, que será repassada para os preços dos produtos. A alta valerá tanto para quem compra nos mer-

CHICO SANT’ANNA

cados, quanto para quem consome em bares e restaurantes. O GDF não quer faturar mais apenas sobre o consumo de bebidas. A proposta encaminhada à CLDF prevê uma alta de 8,33% nas alíquotas de todos os demais produtos comercializados no DF, passando a tributação de 12% para 13%. Ibaneis busca reforçar o caixa do governo, que não anda bem. Em 2018, o ICMS rendeu R$ 8,357 bilhões. Em 2018, de janeiro a abril, o GDF arrecadou em ICMS 2,608 bilhões, contra R$ 2,722 bilhões no mesmo período do ano passado. Uma retração de 114 milhões. Depois do Fundo Constitucional do DF – repassado pela União e estimado para este ano em R$ 14,3 bi-, o ICMS é o principal imposto arrecadador de Brasília. Ele representa mais da metade de todos os impostos distritais.

Só no bolso do contribuinte Recorrer ao bolso do contribuinte tem sido uma constante dos governadores. Em 2015, Rodrigo Rollemberg aumentou impostos para sanar as finanças do governo. A partir de 2016, o IPVA para veículos subiu de 3% para 3,5%, e para motocicletas, de 2% para 2,5%. O ICMS da gasolina passou de 25% para

28%. O do diesel, de 12% para 15%. Se a alta de impostos gerar queda no consumo, a taxa de desemprego poderá aumentar no DF. Hoje, são 340 mil pessoas procurando emprego. De março de 2018 a março de 2019, o comércio reduziu em duas mil vagas o seu total de empregados.

Desde um drink sofisticado até um trago da branquinha, bebidas alcoólicas ficarão mais caras no DF

Fecomércio é contra Nos últimos doze meses, as vendas do comércio brasiliense caíram 3,7%, segundo o IBGE. A Fecomércio teme que essa majoração tributária piore ainda mais o desempenho dos lojistas e já se posicionou contra a alta dos impostos e também na forma como serão arrecadados. Pela futu-

ra sistemática, a responsabilidade de arrecadação recairá sobre o varejista da ponta. Para o presidente da entidade, Francisco Maia, a iniciativa de Ibaneis forçará a retração dos investidores, “o que levará a retomada do crescimento econômico candango para um futuro incerto”.


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ARQUIVO PESSOAL/GIOVANNA MUNDSTOCK

Professores aprovam calendário de luta e fortalecem a greve geral SINPRO-DF

Moradores doam excesso de produção de seus quintais para o projeto

Pomar solidário no Park Way ARQUIVO PESSOAL/GIOVANNA MUNDSTOCK

No Park Way, muitos moradores cultivam árvores frutíferas e hortas com legumes e verduras. Na maioria dos casos, a produção caseira ultrapassa o consumo das famílias. Pesquisa acadêmica feita pela moradora Giovanna Mundstock demonstrou que 84% da população não consomem sozinha a produção de suas casas e 55% relataram haver grande desperdício de frutas. Diante desse quadro, Giovanna implementou o projeto Pomar Solidário do Park Way. A iniciativa atendeu aos anseios de 84% dos moradores ouvidos, que manifestaram interesse em doar para vizinhos, colaboradores ou instituições de caridade suas colheitas domésticas. Uma ideia simples, mas eficaz: um ponto de compartilhamento de frutas e hortigranjeiros. Na quadra 14, conjunto 5, em frente ao lote 2, um abrigo de ônibus foi revitalizado e decorado para abrigar o projeto. Ali, cada morador deixa o que colheu: chuchu, laranja, banana, batata..., o que for. E quem não tem, pega o que quiser.

Alimentos na parada de ônibus Ganchos para pendurar sacolas foram fixados na parada, que também conta com uma estante. Ninguém vigia ou fiscaliza. Havendo excedente, ele é recolhido diariamente e encaminhado para instituições de caridade. “O único apelo é que pegue apenas aquilo que for consumir, explica Giovanna, que está concluindo o curso de Designer de Serviços na UnB. Fica o convite a quem quiser compartilhar suas colheitas domésticas. O endereço no instagram é @pomarsolidario.

Em frente ao Congresso, trabalhadores montam mosaico contra a reforma da Previdência Em Assembleia Geral na sexta-feira (14), na Praça do Buriti, professores(as) e orientadores(as) educacionais do magistério público do Distrito Federal aprovaram a continuidade do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) no Fórum Distrital de Luta contra a Reforma da Previdência para executar novas ações contra a reforma. Aprovaram também a adesão do Sinpro-DF ao calendário nacional e à luta unificada das centrais sindicais contra a reforma da Previdência; a realização de uma nova campanha em defesa da educação intitulada “Fora Weintraub!”; e o calendário. Está prevista uma agenda na próxima semana, na Câmara Legislativa do DF. A direção avisou que, se necessário, o Sinpro-DF chamará nova Assembleia com paralisação e compactação de horários. Rosilene Corrêa, diretora da entidade, alertou para a importância de o sindicato estar unificado na luta geral da classe trabalhadora. “Tivemos aqui nesta Assembleia outros sindicatos, a CUT e outras centrais. Integramos uma organização de movimentos unificados. As medidas do governo Ibaneis não atingem somente os professores e sozinhos não iremos resolver nada. A gente se fortalece quando a gente se une”, observou. A assembleia contou com a participação da deputada federal Érika

Kokay (PT-DF) e dos distritais Arlete Sampaio (PT), Chico Vigilante (PT), Fábio Félix (PSOL), Leandro Grass (Rede) e Reginaldo Veras (PDT). Os(as) sindicalistas deram informações sobre a Greve Geral que ocorreu nesta sexta, em todo o país. Os(as) parlamentares, por sua vez, analisaram a conjuntura e posicionaram-se contra a reforma da Previdência. GREVE GERAL – A Rodoviária do Plano Piloto amanheceu deserta. Nas ruas, nenhum transporte coletivo. Todos pararam contra a reforma da Previdência, contra os ataques à educação e por mais empregos. “Paramos um dia para evitar o retrocesso de uma vida inteira. Paramos a produção para mostrar que quem move o Brasil e a economia brasileira somos nós, trabalhadores. Não vamos aceitar que nenhum fascistinha, capitãozinho ou seja lá quem for retire nossos direitos; coloque nosso povo de volta na miséria, nos prive de educação, saúde e de segurança. Não permitiremos o fim das aposentadorias, a privatização das estatais, o desemprego, o roubo das terras de trabalhadores rurais, quilombolas e indígenas. Nossa luta é também por um Estado Democrático de Direito! E é por isso que paramos neste dia 14, na Greve Geral da classe trabalhadora”, afirma o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.


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Estados têm obrigações e devem cumpri-las

O

Artigo 37 da Constituição Federal determina que “a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada ou alterada por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices”. Há mais de duas décadas ações judiciais tramitam em diversas cortes do país. De um lado, servidores se queixam da inobservância da revisão. Do outro lado, governos que se sucedem questionam os atos legais de concessão de reajustes – normalmente concedidos em parcelas, mediante acordos com as diversas categorias. Esperava-se que, na última quinta-feira, o Supremo Tribunal

Federal trouxesse uma solução à questão. A falta de decisão deixa em situação de insegurança servidores públicos de todo o País. Um governo pode negociar um aumento, aprovar a lei com parcelamento (indicando o orçamento anual), mas deixar de cumprir sua obrigação se não repetir a previsão em cada Lei Orçamentária Anual subsequente? Se um governo “mudar de ideia” e omitir as parcelas nos Projetos de Lei Orçamentária seguintes o que as leis de concessão dos reajustes acordados previram anteriormente simplesmente fica desobrigado? O que está em questão não são os reajustes dos servidores em si, mas a obrigação dos governos de prever a revisão dos salários em função da desvalorização monetá-

ria da inflação, como tem que fazer em relação a qualquer outro contrato ou obrigação assumida com fornecedores e prestadores de serviço privados. Os entes federativos não podem se furtar dessa obrigação, da mesma forma que não podem se esconder da obrigação de gerir seus Regimes Próprios de Previdência Social, como pretendiam ao pressionar o Congresso Nacional a inclusão de seus servidores no projeto de reforma do governo federal. Aqui no DF, por exemplo, já houve uma reforma previdenciária. Desde março, os servidores admitidos por concurso estão submetidos a um novo sistema de aposentadoria. O nosso Instituto de Previdência, o Iprev-DF, só garante aposentadoria a eles até o teto do

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

Regime Geral da Previdência Social, o RGPS. Para receber aposentadoria acima disso, devem aderir à previdência complementar. Os trabalhadores esperam um julgamento técnico dos ministros do Supremo e anseiam mais ainda que a governança pública nos seus três níveis passe a ser exercida numa perspectiva de continuidade do Estado e não de casuísmos ou projetos limitados aos interesses e à alternância dos governos.

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ESPÍRITO

José Matos Carma, reparação e libertação Tudo é armazenado no inconsciente, mas o infrator só liberta-se em definitivo quando o mal feito é reparado No passado, pessoas eram arremessadas das montanhas. Hoje, caem com aviões. Antigamente, enterravam suas vítimas vivas. Agora, são vítimas nos terremotos e desmoronamentos. No passado, cortavam tendões dos escravos fujões. Hoje, andam se arrastando. No passado, exploravam e maltratavam os po-

bres. Hoje, são mendigos e maltratados nas ruas. No passado, usavam a língua para caluniar. Hoje, são surdos-mudos. No passado, Usavam os braços para matar e ferir. Hoje, nascem sem braços ou perdem-nos ao longo da vida. No passado, impediam os pobres de estudar. Hoje, não podem estudar ou aprender. No

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Seletividade alimentar infantil Encontrada principalmente para frutas e hortaliças, ela gera ansiedade e preocupação nos pais A seletividade alimentar infantil é um comportamento que pode ser caracterizado pela recusa alimentar, pouco apetite ou desinteresse por determinados alimentos. Ela é comumente encontrada principalmente para frutas e hortaliças, gerando ansiedade e preocupação nos pais, já

que a escolha prioritária é por alimentos com pouco valor nutricional. É necessário atenção para esses casos, pois a seletividade pode se perdurar pela adolescência e até à vida adulta, levando a situações que desencadeiam a má relação do indivíduo com a alimentação, principalmente quando há

passado, batiam, humilhavam e maltratavam mulheres. Hoje, são mulheres que não aceitam o corpo, são vítimas de discriminação ou lutam por direitos femininos. No passado, abandonaram os bons maridos atrás de aventura. Hoje, não encontram alguém para casar-se. No passado, abandonaram os filhos. Hoje, nascem estéreis. No passado, assassinaram pessoas nos melhores momentos da vida. Hoje, são assassinados ou morrem nos melhores momentos de suas vidas. No passado, suicidaram. Hoje, além de doentes, morrem do mesmo jeito que suicidaram. Tudo é armazenado no inconsciente, mas o infrator só liberta-se em definitivo quando o mal feito é reparado. Quem matou, dê vida. Quem separou, ajunte. Quem destruiu, construa. Quem quebrou ossos, emende. Quem entristeceu, alegre. Quem rou-

bou, faça caridade material. Quem desanimou, anime. Como posso saber em que preciso reparar? Escute seu coração, seus desejos, seus sonhos e vá em frente. Iniciado com disposição, os meios aparecem, juntamente com uma alegria diferenciada. Ao salvar mais de mil judeus da morte do nazismo, Shindler chorou por não ter podido salvar mais. O choro indica que ele estava fazendo a reparação certa. Este é o significado do ensinamento de Jesus para Madalena: “os teus pecados te são perdoados porque você muito amou” (reparou). O amor ou reparação anula a multidão de pecados, como escreveu o apóstolo Pedro.

um grande número de alimentos que a criança não consome, ou pela falta de interação com novos alimentos. Essa seletividade não causa transtornos alimentares, mas pode apresentar desenvolvimento de déficits nutricionais relacionados aos alimentos rejeitados, isolamento social devido a dificuldade de frequentar lugares que não oferecem os alimentos aceitos, piorando sua relação com os alimentos e possíveis escolhas adequadas. A criança ainda pode variar na seletividade, aceitando em determinado momento o alimento que antes era rejeitado ou rejeitar um alimento que antes era consumido. Também é importante saber diferenciar a seletividade da dificuldade alimentar. Na seletividade, a criança apresenta poder de escolha dos alimentos que deseja comer, demorando mais tempo para aceitar

mudanças no cardápio e na introdução de novos alimentos. Já na dificuldade alimentar, apresenta escolhas restritas, que podem ser consequência da falta de habilidade para comer ou interpretar estímulos sensoriais dos alimentos. Há uma grande variedade de alimentos que podem ser apresentados com formas diferentes de preparo, para facilitar a aceitação e adaptação da criança, diminuindo possíveis carências nutricionais. Em casos de dificuldade alimentar, é recomendado acompanhamento nutricional e psicológico, onde os profissionais vão tentar entender a causa e assim evitar o prejuízo no desenvolvimento infantil.

José Matos Professor e palestrante

(*) Texto: estudantes da UCB - Bárbara Almeida, Jamile Braz, Juliana Almeida e Rhaylane Gomes. Revisado por: Caroline Romeiro.


Uma decisão errada pode destruir muitas vidas.

A educação é a melhor direção.

Grande parte dos acidentes de trânsito ocorre por falta de atenção dos motoristas. E uma das principais causas é o consumo de álcool. Muitos motoristas admitem que dirigem depois de beber. Mas tem gente que ainda insiste em arrumar uma desculpa.

Se você sabe que é errado e faz assim mesmo, não é acidente. É crime.


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