Ano IX - 473
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MARCELO CORTES / FLAMENGO
Brasília, 18 a 24 de julho de 2020
Campeão com a marca da covid-19
Flamengo conquista 36º título carioca, um campeonato que ignorou o sofrimento causado pela pandemia Gustavo Pontes – Página 12
Advogado de Queiroz dá aula na mesma faculdade do presidente do STJ Pelaí – Página 3
Via Satélites – Página 8
Entrevista Professor Israel Batista DIVULGAÇÃO
Os heróis da pandemia
Ibaneis lança R$ 300 milhões em obras para gerar 20 mil empregos
Anônimos, de máscara, eles estão na linha de frente do combate à covid-19. Muitos morrem para salvar vidas. São médicos, enfermeiros, bancários, rodoviários, vigilantes. Todos fundamentais neste momento de dor Páginas 6 e 7
“Permanência de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente é insustentável” Página 4 e 5
Nutricionistas e técnicos em nutrição e dietética são essenciais
Caroline Romeiro – Página 11
Brasília Capital n Opinião/Política n 2 n Brasília, 18 a 24 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br
x p e d i e n t e
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Coronavírus une oposição no DF Uma live com 2 horas de duração, transmitida pelo YouTube, na segunda-feira (13), conseguiu algo que não se via em Brasília desde a campanha da redemocratização do País, na década de 1980: unir políticos de várias vertentes da esquerda em torno de uma causa. O Manifesto em Defesa da Vida reuniu os ex-governadores Rodrigo Rollemberg (PSB) e Cristovam Buarque (Cidadania), a deputada federal Erika Kokay (PT), os distritais Arlete Sampaio e Chico Vigilante, do PT, Leandro Grass (Rede) e Fábio Félix (PSoL), legenda também representada pela ex-deputada Maninha, por Toninho do PSoL e pelo advogado Marivaldo Pereira, candidato ao Senado em 2018.
O encontro foi mediado por Leandro Couto e Rubens Bias e teve como um dos organizadores o jornalista Hélio Doyle. Algumas lideranças convidadas, que assinaram o manifesto, mas não puderam participar da live, ajudaram na coleta de assinaturas para o documento. Entre elas, o senador José Antônio Reguffe (Podemos). Os participantes convergiram em dois pontos: críticas ao governo federal pelo encaminhamento das políticas de combate à pandemia e reconhecimento de que o governador Ibaneis Rocha teve um bom início, ao ser um dos primeiros a adotar o isolamento social, mas teria se precipitado na retomada das atividades econômicas.
DIVULGAÇÃO
E
“Antes só do que mal acompanhado” O PSB de Pirenópolis (GO) pode lançar chapa “puro-sangue” nas eleições deste ano (candidatos a prefeito e vice), já que coligações para vereadores estão proibidas. A hipótese foi levantada pelo comando da legenda, formado por Henrique Tilapa, Wadson Jayme e Ennio Bastos (na foto, de vermelho). “A decisão caberá à convenção, em agosto. Porém, a maioria dos pré-candidatos dos outros partidos tem condenações na Justiça. Assim, é preferível andar só do que mal acompanhado”, afirma Bastos, presidente local do PSB.
PIB na gangorra 1 Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Relatório recém-divulgado pelo Banco Mundial revela que o PIB da Indonésia, em 2018 – pelo critério de Paridade do Poder de Compra (PPC) –, superou o brasileiro. Vale lembrar que, há dez anos, o PIB brasileiro equivalia a quase o dobro do indonésio. O país é uma nação multiétnica e, majoritariamente, islâmica, quarta mais populosa do mundo, com 273 milhões de habitantes (61 milhões a mais que o Brasil, o equivalente a uma Itália), cuja capital, Jacarta, forma, com Bandung, a terceira maior megalópole do planeta, com 45 milhões de habitantes. Sua milenar e rica cultura malaia/ hindu/chinesa foi, por 350 anos, violentada pelo brutal colonialismo holandês, seguido por breve ocupação japonesa na 2a Guerra Mundial. Após
a independência, em 1949, conduzida por Sukarno, deposto em 1965 pelo general Suharto, num golpe militar promovido pelo “guardião da democracia” (os EUA), massacrando mais de 1 milhão de opositores socialistas e comunistas, e instituindo uma ditadura sanguinária por 33 anos. Após a crise econômica asiática de 1997/98, que abalou e derrubou Suharto, o país, estimulado por forte afluxo de capitais chineses, experimentou duas décadas de acelerado crescimento econômico, o que o fez entrar no rol das dez maiores economias industriais do planeta, processo, entretanto, acompanhado pelo agravamento dos problemas sociais e ambientais, como ocorre nas demais economias subdesenvolvidas. Mas Indonésia é apenas mais um país a ultrapassar o Brasil, nos últimos 10 anos, em termos de PIB, numa longa trajetória de idas e vindas. Vejamos: no fim da década de 1970, os 16 anos de ditadura militar fizeram o “bolo” crescer (mas não distribuído), e o Brasil de Geisel suplantou várias economias centrais (Itália, Canadá, etc.), aparecen-
do como o oitavo maior PIB do mundo, pelo critério de PIB nominal, superado apenas por EUA, URSS, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e China. Após os governos Figueiredo, Sarney, Collor/Itamar e FHC, e os pífios desempenhos econômicos das duas “décadas perdidas”, de 1980 e de 1990, o Brasil foi ultrapassado por oito países (Itália, Canadá, Espanha, Austrália, Coréia do Sul, Índia, México e Holanda) e se tornou apenas a 16ª economia do planeta. A década de 2000, contudo, foi de forte recuperação econômica do Brasil, fato que, associado a dificuldades dos demais países (desdobramentos da crise de 1997/98 e crise de 2007/8), nos levou a superar um a um e a brigar com o Reino Unido e França pelo posto de quinta maior economia do planeta. A partir daí começa uma nova derrocada, questão que será abordada no próximo artigo.
(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável (UnB), ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
ERRAMOS – O Brasília Capital errou na página 2, edição 472, de 11 a 17/7, artigo “O Catar é aqui”, de Júlio Miragaya, ao confundir os números da pandemia da covid-19 nacionais com os locais. No primeiro parágrafo, os números se referem ao DF no dia 10/7/2020 e são, respectivamente, 67.297 infectados e 856 mortes. Pedimos desculpas aos leitores e a Júlio Miragaya.
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Valdetário, a volta – O ex-chefe da Casa Civil, Valdetário Monteiro, tenta retornar ao GDF. Mas não quer cargo fixo. Pleiteia uma vaga no conselho de algum órgão. A ideia é “flutuar” no entorno do governador Ibaneis Rocha sem função fixa. Apenas orientando o chefe. O salário de conselheiro nas estatais locais varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil para participar de uma reunião por mês. REPRODUÇÃO/FACEBOOK
Culpa de Bolsonaro DILGAÇÃO
STJ
Benefício inédito O advogado Pedro Ruas, ligado ao PSoL, foi o primeiro a estranhar a progressão da prisão preventiva, decretada em junho, para prisão domiciliar, concedida em 9 de julho, a Márcia Oliveira de Aguiar (no detalhe). Para Ruas, trata-se de algo inédito no Direito brasileiro. AMIZADE – Mas, os estudantes e professores da Faculdade Iesb, da Asa Norte de Brasília, não estranharam a decisão do presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Recordam que o magistrado tem ótima relação com o advogado de Márcia e do marido dela, Fabrício Queiroz.
PROFESSORES – João Otávio de Noronha (foto à direita) dá aulas de Direito Civil e Paulo Emílio Cata Preta (à esquerda) é professor de Direito Penal. Os dois são vistos, frequentemente, tomando café juntos. Noronha preside o STJ e Cata Preta defende os Queiroz. Este pediu o benefício para o casal. Aquele, concedeu.
nete da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) do agora senador.
RACHADINHA – Márcia e Fabrício são ex-assessores de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando este era deputado estadual. A dupla é acusada de coordenar o esquema da “rachadinha” no gabi-
TORNOZELEIRA – A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) só não informou se ela já foi colocar a tornozeleira eletrônica ou se segue sem o monitoramento determinado pela decisão de Noronha.
PAULO MIRANDA
BANHO DE SOL – No conforto do lar, o casal tem sido visto tomando banho de sol na varanda de seu confortável apartamento em Jacarepaguá, na zona Oeste da capital fluminense, como na foto de Márcia, feita na manhã de terça-feira (14).
As crises econômica e sanitária decorrentes da pandemia são atribuídas pela maioria dos brasileiros ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa Vox Populi, publicada terça-feira (14), 49% dos 1.500 entrevistados, por telefone, no período de 25 de junho a 3 de julho, consideram negativo o desempenho dele no combate ao novo coronavírus. NEGATIVO – Para 69%, a crise econômica é a pior da história. O percentual dos que consideram positivo ou regular, o comportamento de Bolsonaro ficou em 24%. O desempenho do Presidente no governo é negativo para 44%; positivo, para 31%; e, regular, para 23%. Em abril, 38% avaliavam o desempenho negativo. AGÊNCIA BRASIL
Impeachment Um pedido de impeachment de Bolsonaro, assinado por cerca de 150 pessoas, foi protocolado na terça-feira (14). As assinaturas foram recolhidas por 40 entidades sindicais e associações, entre elas a CUT, UNE e o MST. Entre os signatários estão o cantor Chico Buarque, a jurista Deborah Duprat, o ex-jogador Walter Casagrande e o economista Bresser-Pereira. Já são 45 pedidos de impeachment
protocolados contra o Presidente. Um grupo instalou cruzes no gramado da Esplanada dos Ministérios em memória às mais de 75 mil vítimas do novo coronavírus no País. O protesto é contra a política do governo de enfrentamento à covid-19. “Bolsonaro trata a pandemia com descaso e até zomba das mortes, dizendo que não é coveiro”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
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Desenvolvimento sustentável pode garantir milhões em investimentos no Brasil Rayssa Tomaz Acordos internacionais, a exemplo do Mercosul e da União Europeia (UE), que devem injetar trilhões de reais na economia, correm risco com a destruição de recursos naturais promovida pelo governo Jair Bolsonaro. Investidores reagem e exigem políticas ambientais mais sustentáveis e eficientes. Engano achar que a área ambiental se resume à preservação das espécies dos biomas brasileiros. Acordos comerciais internacionais, especialmente entre a UE e o Mercosul, estão ameaçados pela política antiambientalista, sob gestão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Investidores internacionais já se manifestaram, publicamente, contra a agenda de Bolsonaro e paira uma dúvida quanto até quando vamos perder em recursos humano e arriscar o crescimento econômico. O dilema mostra que precisamos, cada vez mais, de um modelo capitalista sustentável. O Acordo Comercial Mercosul-UE, aprovado em Bruxelas, em junho de 2019, após mais de 20 anos de negociações, tem o objetivo de intensificar as relações econômicas entre os países que compõem os dois blocos. O tratado abrange ainda o livre comércio de bens, serviços, investimentos e compras governamentais. Para entrar em vigor, o acordo precisa, além de outras medidas, do aval do Parlamento Europeu e dos legislativos de
Alguns pontos do acordo Produtos agrícolas brasileiros, como café, soja e laranja terão tarifas eliminadas. Produtos industrializados terão eliminação de 100% em tarifas de exportação para o bloco. Produtos europeus para importação terão tarifas eliminadas, como automóveis, produtos químicos e farmacêuticos, têxteis, dentre outros. Os blocos se comprometem a deburocratizar e reduzir os custos no comércio entre as regiões. Compromisso com a remoção de barreiras ao comércio eletrônico. Redução de entraves de medidas sanitárias e fitossanitárias. O acordo elimina 93% das exportações do Mercosul para a União Européia e oferece “tratamento especial para os 7% restantes.
cada um dos países membros – ou seja, 33 parlamentos. Promissor para o Brasil, o acordo pode representar avanços importantes na economia por meio do incremento das exportações agropecuárias brasileiras – lembrando que o agro e a cadeia de serviços ao seu redor representam um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Segundo dados do Ministério da Relações Exteriores, o acordo é um marco histórico e representa 25% do PIB mundial (18 trilhões de euros) em um mercado com quase 1 bilhão de pessoas. A iniciativa é capaz, ainda, de prover ao Brasil um aumento de seu PIB em até US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo ultrapassar os
US$ 125 bi. Imagina-se um aumento nos investimentos na casa dos US$ 113 bi. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras para a UE podem ter ganhos na casa dos US$ 100 bilhões até 2035. Esse cenário dá uma esperança de retomada do crescimento em meio ao cenário de recessão econômica ainda mais acirrado pela pandemia do novo coronavírus. Porém, sua consolidação pode ir por água abaixo se depender da agenda proposta por Bolsonaro para a área ambiental. Explico: uma das cláusulas do acordo Mercosul-UE reflete a preocupação global com as mudanças climáticas e a necessidade de reforço de padrões seguros de sustentabilidade, equilíbrio socioambiental e cumprimento de regras trabalhistas no setor agrário. E, com base nesses argumentos, ao menos dois parlamentos europeus já se pronunciaram contrários à manutenção do acordo econômico em razão da política ambiental do Brasil. Tal princípio ameaça o ruralismo brasileiro. O não cumprimento dessas exigências pode acarretar em barreiras e sanções aos produtos tupiniquins em mercados internacionais. Desde o início da gestão Bolsonaro, foram registradas flexibilizações do uso de agrotóxicos, índices históricos de incêndios e desmatamento florestal, além de crimes contra lideranças indígenas, comunidades tradicionais e unidades de conservação ambiental.
PV aponta índices alarmantes O Observatório de Políticas Ambientais (OPA), do Partido Verde (PV), monitora, diariamente, ações de avanços sobre os recursos naturais, registrando níveis alarmantes de impactos ao meio ambiente. Nos últimos 2 meses, cerca de 20 ações legislativas foram realizadas pelos parlamen-
tares da legenda. Nesse esforço, o Distrito Federal conta com a atuação do deputado federal Professor Israel Batista. Atento à pauta, Professor Israel produziu, por meio de seu mandato, diversas manifestações em defesa da área. Foi dele a denúncia contra o ministro Ricardo Salles
na Procuradoria-Geral da República (PGR), com base nos trechos publicitados na imprensa da reunião ministerial de 22 de abril. Na ocasião, o ministro apresentou a estratégia de “ir passando a boiada”, enquanto a sociedade brasileira estava preocupada com o crescimento da pandemia,
para flexibilizar legislações ambientais. Dentre diversas ações, destacam-se ainda a convocação de Salles para esclarecimentos na Câmara dos Deputados e a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigações sobre possíveis benefíciários de flexibilizações infralegais.
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Entrevista Professor Israel Batista
Tivemos, na última semana, a demissão da coordenadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Isso o preocupa? – Vemos servidores de carreira sendo afastados de suas atribuições quando questionam encaminhamentos absurdos do MMA. Lubia Vinhas foi afastada do cargo de coordenadora-geral de Observações da Terra após tornar públicos os dados sobre desmatamentos na Amazônia, da mesma forma que aconteceu no começo do governo Bolsonaro com a demissão do cientista premiado Ricardo Galvão. De fato, o ministro Ricardo Salles cumpre seu papel no governo de ser a antítese à preservação e desenvolvimento sustentável. Qual a sua avaliação da MP da Grilagem? – Em junho, foram registrados os dados mais altos de incêndios florestais e desmatamentos dos últimos 13 anos. Recentemente, o governo havia tentado passar a MP da Grilagem. Como não conseguiu, a transformou em um Projeto de Lei que beneficia aqueles que invadem terras públicas. Estamos acompanhando. O senhor tem afirmado que o governo faz um desmonte da área ambiental... – Além das demissões e das nomeações de pessoas sem nenhum vínculo técnico com as áreas, vemos também o sufocamento orçamentário dos órgãos de fiscalização e controle ambientais, o que deixa clara essa política de desmonte. É extremamente necessário que tenhamos muita energia para combater, diariamente, essa pretensão do governo. Quais as consequências dessa política para os acordos internacionais dos quais o Brasil faz parte? – Bolsonaro coloca em risco
DIVULGAÇÃO
O senhor é autor da abertura de CPI para investigação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Como o senhor avalia a condução da Pasta? – É muito preocupante que o próprio ministro conduza uma política contra o meio ambiente. Acompanhamos, consternados, diariamente, ações voltadas para enfraquecer a legislação ambiental e favorecer grileiros e desmatadores, além de anistiar criminosos ambientais.
“Permanência de Ricardo Salles é insustentável”
P
ara deputado do PV-DF, mesmo para um Presidente não afeito a opiniões públicas, diante da pressão econômica internacional, a gestão do Mi-
nistro do Meio Ambiente chegou no limite.
tratados internacionais que levaram anos para serem construídos. Podíamos imaginar, desde o começo, que essa receita de aumento de agrotóxicos, desmatamentos e flexibilizações ia comprometer nossa atuação em mercados estrangeiros, em especial os europeus, que são, extremamente, exigentes quando se trata de marcos sanitários e regulatórios ambientais. Isso tem reflexos na economia? – Estamos falando aqui de uma ameaça grave, não só ao meio ambiente, mas ao futuro econômico do Brasil. Bolsonaro já sinalizou, em algumas ocasiões, que poderia, até mesmo, abandonar o bloco do Mercosul. Esse tipo de posição compromete nossas relações comerciais, impactando, diretamente, nos investimentos no País e na taxação de nossos produtos para exportação. Quais os efeitos práticos? – A manutenção de uma agenda contrária ao meio ambiente pode representar a perda de milhões de reais injetados na nossa economia.
Em um cenário normal, isso já teria um impacto enorme. Em meio a uma crise econômica em decorrência da covid-19, é inconcebível.
Na articulação interna na Câmara, o senhor tem obtido algum êxito nessas iniciativas? – Em uma manobra para imobilizar Salles, pedimos ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para se comprometer, com especial atenção, às ameaças ao acordo Mercosul-UE. Que ele não paute, no Plenário, projetos que possam prejudicar a pauta ambiental. Com isso, esperamos frear avanços sistêmicos, como o PL que vem da MP da Grilagem, dentre tantos outros que afetam comunidades tradicionais e suas terras, liberação de agrotóxicos, regularização fundiária etc. Tem alguma esperança de que o atual governo sinalize alguma mudança? – É importante avaliar que as críticas agora estão vindo, justamente, do setor econômico. Se, até o momento, a gestão Salles representou uma agenda antiambientalista, agora ele começa a incomodar aqueles que detêm poder de investir, alterar balanças comerciais e provocar um verdadeiro efeito econômico catastrófico. No primeiro momento, nós, ambientalistas, fazemos frente nas trincheiras de defesa dos nossos patrimônios socioambientais.
O que o Congresso Nacional pode fazer para evitar esse desastre? – Nós, do PV, fazemos a avaliação das portarias e ações do ministério e dos órgãos vinculados. Esse trabalho é realizado por meio da interação da bancada com o Observatório de Políticas Ambientais do partido. Assim, otimizamos o controle e fortalecemos a construção de ações efetivas, seja no Legislativo ou no Judiciário.
Então o Brasil entrou no ambientalismo capitalista? – Chegamos agora na fase em que o capital internacional percebe que a defesa ambiental precisa ser encarada como uma necessidade. Em carta entregue a embaixadas brasileiras na Suécia, Estados Unidos, Japão, Dinamarca, Reino Unido, França e Holanda, um grupo formado por 29 fundos internacionais pediu para o governo brasileiro demonstrar claro comprometimento na eliminação do desmatamento e na proteção dos direitos dos povos indígenas.
E o senhor, como parlamentar, o que tem feito? – Recentemente, protocolei requerimentos de informação sobre a atuação no combate ao desmatamento na Amazônia e projetos de lei de defesa da fauna exótica, sobre asfixia financeira dos órgãos ambientais, pedido de impeachment do ministro, CPI, convocações, bem como manifestações às instâncias de controle, como Ministério Público, dentre outros.
Isso é preocupante? – Salles parece estar desgastado. Sob forte ataque em frentes variadas, pode ser que sua permanência no Ministério do Meio Ambiente esteja chegando a um limite insustentável, até para um presidente que não parece muito afeito a opiniões públicas. Acredito, sim, que a pressão econômica é capaz de dar um outro tom à agenda ambiental bolsonarista.
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Os heróis da p Médicos, enfermeiros, auxiliares da saúde, bombeiros, bancários, rodoviários, vigilantes e comerciários dão a vida no combate à covid-19 Pollyanna Villannova No aparentemente longínquo 25 de abril de 2020 (há menos de 3 meses), o Brasília Capital foi a primeira publicação do País a tratar as vítimas do novo coronavírus não como mera estatística, mas como pessoas. Estampou na capa da edição 461 (veja fac-simile) a manchete “Mortos da covid-19 têm nome e sobrenome”. Embora a lista de óbitos não existisse em nenhuma estatística oficial do governo federal, a equipe do jornal levantou uma relação de dezenas de brasileiros que haviam sucumbido à doen-
ça até 24 de abril. Naquela data, a covid-19 tinha contaminado “apenas” – se comparados aos dados de sexta-feira (17/7), com quase 80 mil mortos e 2 milhões de infectados – 52.995 pessoas e havia 3.670 óbitos. A inexistência de uma política eficaz do governo federal, que em plena pandemia trocou três Ministros da Saúde e, nos últimos 2 meses, mantém um general como interino no cargo, a situação do Brasil só não é pior graças aos esforços de trabalhadores que assumiram o protagonismo no combate à covid-19, muitas vezes com o sacrifício de suas próprias vidas.
São médicos, enfermeiros, auxiliares da saúde, funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vigilantes, bombeiros, bancários, comerciários, jornalistas, entre outras categorias de anônimos que não poupam esforços para dar um pouco de alívio às vítimas e suas famílias. Mais uma vez, o Brasília Capital se adianta para mostrar que, mesmo sem o devido reconhecimento do poder público, esses trabalhadores são os heróis da pandemia e merecem todo o respeito e reconhecimento da sociedade.
Linha de frente
Mesmo com a curva ascendente de mortos e contaminados pelo novo coronavírus no Brasil e no mundo, desde o início o Presidente da República jamais reconheceu a letalidade da doença. Jair Bolsonaro sempre pressionou governadores e prefeitos a não reduzirem as atividades econômicas e entrou em colisão com vários deles que optaram por medidas mais rígidas de isolamento social. Diante disso, muitos chefes de Executivos estaduais e municipais não interromperam a circulação de pessoas, como recomendavam as autoridades sanitárias. A consequência foi o crescimento exponencial de casos, colocando o Brasil em segundo lugar em número de vítimas da covid-19. Fica atrás, apenas, dos Estados Unidos, onde
o também negacionista Donald Trump adota a mesma posição. Quem mais sofre com a reabertura total são os trabalhadores da linha de frente do combate à pandemia e dos serviços essenciais. Os enfermeiros são os que têm tido os maiores índices de contaminação e mortes. Um levantamento do Observatório da Enfermagem, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), aponta que, de 14 de março a 14 de julho, o DF contabilizou 651 casos confirmados e quatro óbitos. Na Região Centro-Oeste, são 1.596 casos, 20 óbitos e uma taxa de letalidade 2,30%. No Brasil, até 14/7, havia mais de 26 mil enfermeiros contaminados, 267 óbitos, 25.365 em quarentena, 396 internados. E uma taxa de letalidade de 2,09%.
Os médicos, por sua vez, tiveram mais sorte. O Conselho Regional de Medicina (CRM) informa que, no DF, 168 médicos foram contaminados e dois morreram. “Contudo, ambos já eram mais velhos e não estavam mais atuando na medicina”, disse a assessoria de comunicação do CRM. O SindMédico informou que a lista de contaminação e óbitos do CRM é sempre desatualizada porque a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) só classifica os trabalhadores da área como “profissionais da saúde”. “O CRM tentou determinar isso por meio de consulta direta, via Internet, mas não deu certo. Não temos conhecimento de óbito de médico por covid-19 que tenha sido por
contaminação em trabalho”, informa o SindMédico-DF. O sindicato tem feito vistorias e cobrado a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), já denunciou o fornecimento de EPI fora das especificações de segurança, obteve na Justiça decisão liminar garantindo a testagem quinzenal prevista na Lei nº 6.554, de 23 de abril de 2020, e suspensa pela Nota Informativa nº 9/2020 da Secretaria de Saúde, de 8 de junho. “Também fez gestão junto à Secretaria de Saúde e continua fazendo junto ao Iges-DF para que seja emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho nos casos de contaminação de profissional pela covid-19 em exercício de atividade laboral”, diz o sindicato.
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pandemia Bancários cobram assistência e proteção Os bancários, que estão na linha de frente desde os primeiros momentos da crise sanitária, não têm números oficiais, de acordo com Vanessa Pereira, diretora de Saúde do Sindicato dos Bancários do DF. “Não há dados oficiais dos governos, tampouco transparência dos números pelos bancos”. A entidade, todavia, busca mecanismos para monitorar a situação dos trabalhadores em bancos. O número é obtido com informações advindas dos bancários, que reportam ao sindicato. Por essa metodologia e outros cruzamentos de informação, o total de casos no DF é de 188 contaminados nas instituições financeiras. Quando tem caso suspeito, as agências são fechadas e limpas. “Temos tido dificuldades para fazer os bancos adotarem assistência. Reivindicamos que as instituições fornecessem máscaras, face shield e álcool
em gel, nem sempre disponíveis”, afirma Vanessa. COMITÊ DE CRISE – O presidente da entidade, Kleytton Guimarães Morais (foto), diz que a categoria é uma das que mais tem sofrido com a pandemia e destaca a importância da transparência da informação como elemento importante para vencer a pandemia. “Propusemos a criação de um comitê de crise do sistema financeiro, no qual fosse possível transparência e monitoramento diário da situação, que contemplasse, além dos bancários, outras categorias de trabalhadores em bancos (vigilantes, tecnólogos, copa, recepção). O governador Ibaneis Rocha topou, mas não emplacou”. Os bancários estão numa luta com os gestores públicos e dos bancos para manter os protocolos conquistados pela categoria. “Se há casos positivo ou suspeita para covid-19, sustentamos a
obrigatoriedade da testagem e isolamento dos trabalhadores, como recomendam as autoridades competentes”. Segundo Morais, o protocolo assegura fechamento e sanitização da agência. “Ainda encontramos dificuldades no cumprimento dessas medidas por alguns bancos, sobretudo quando envolve trabalhadores terceirizados. Reforçamos nosso compromisso com a defesa da vida e atuaremos em conjunto e, solidariamente, com as demais categorias”. DIVULGAÇÃO
Nove vigilantes já morreram Quem também está na linha de frente são os vigilantes. O diretor de Comunicação do Sindicato, Gilmar Rodrigues, diz que, de março a julho, 111 vigilantes contraíram a covid-19 e nove morreram. O nono, na sexta-feira (10). O deputado distrital Chico Vigilante (PT) divulgou um manifesto no qual lamenta “essa gravíssima situação que os vigilantes estão enfrentando” nos hospitais, escolas e bancos. “Venho lutando para que o GDF realize testes em massa na categoria e pela disponibiliza-
ção de EPI por parte das empresas. Tudo sem sucesso”. RODOVIÁRIOS – Entre os rodoviários já houve sete óbitos. Mas o sindicato não sabe precisar o total de contaminados. Eles recebem apenas álcool em gel e máscara. Para os cobradores, as empresas disponibilizaram uma cabine de acrílico. COMERCIÁRIOS – Entre os comerciários os dados são escassos. “Solicitamos ao Dieese a estatística de contaminados e mortos no DF. Mas esses
números dependem do GDF”, disse Geralda Godinho, secretária-geral do sindicato da categoria. O único caso registrado na entidade foi o de um funcionário da Comando Autopeças de Taguatinga. O óbito por covid-19 ocorreu em abril. BOMBEIROS – O Corpo de Bombeiros não informa dados oficiais da covid-19 na corporação. Mas o Brasília Capital apurou, informalmente, que mais de 500 militares foram contaminados. Não há notificação de óbitos.
Essenciais pagam pelo não isolamento O Distrito Federal, que foi exemplo, no início da pandemia do novo coronavírus, por ter feito um isolamento social rígido, ocupa, hoje, lugar de destaque no País em contaminação e mortes. Está quase no ritmo do Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Belém e outras cidades que se tornaram o foco da covid-19. Quem sofre com isso – às vezes com a própria vida – são os trabalhadores de setores essenciais. O Conselho de Saúde emitiu, na terça-feira (14), uma resolução contra a retomada das atividades. A decisão foi unânime. No documento, o Conselho pede que o GDF mude a política de combate à pandemia e elabore estratégias de vigilância sanitária. Rubens Bias, membro do Comitê de Acompanhamento da Covid-19 e relator da proposta, afirmou que o GDF “está agindo de forma precipitada ao autorizar a retomada completa das atividades neste momento de pico da pandemia. Por isso, o Conselho se manifestou por meio de um instrumento raro e legal”. Na avaliação dele, o GDF “encaminha a abertura no momento em que Brasília se aproxima de mil mortos e as redes pública e privada estão colapsadas, passando de 100% de ocupação várias vezes na semana”. O governador Ibaneis Rocha (MDB), por sua vez, deixou claro, em entrevista à TV Record, na terça-feira (14), que pode, a qualquer momento, reinstituir o isolamento rígido. O DF terminou aquele dia, em números crescentes, com 880 mortos por covid-19, 73 mil casos confirmados e 29 mortes nas 24 horas de segunda-feira (13) para terça (14).
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Por Lorrane Oliveira
DISTRITO FEDERAL
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Criação ilegal de animais silvestres
AGÊNCIA BRASÍLIA
R$ 300 milhões em obras e 20 mil empregos O governador Ibaneis Rocha (foto) divulgou, terça-feira (14), um pacote de obras no valor de R$ 300 milhões. A medida abrange melhorias que estavam em andamento no DF, assim como novas construções, e deve gerar cerca de 20 mil empregos. Serão reformados ou construídos oito restaurantes comunitários, 10 creches, três escolas e sete viadutos, beneficiando as cidades de Riacho Fundo 1, Recanto das Emas, Sobradinho, Planaltina, Núcleo Bandeirante, Asa Sul e Setor de Indústrias Gráficas do Plano Piloto.
Também estão previstas construções de pontes na saída de Águas Claras e no Córrego de Samambaia, além do túnel de Taguatinga.
animais silvestres eram criados, ilegalmente, em uma residência em Sobradinho. Uma multa no valor de R$ 10.500 foi aplicada à moradora e os três animais foram encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama.
CEILÂNDIA
Hospital modular é entregue à população Uma unidade modular, anexada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), foi entregue na segunda-feira (13). O espaço conta com 54 módulos hospitalares refrigerados com 73 leitos, sendo três com suporte de ventilação mecânica. A área total é de 1.015 m².
A JBS, por meio do programa Fazer o Bem Faz Bem, doou R$ 11 milhões para o enfrentamento da pandemia da covit-19 no DF, incluindo o valor da construção do hospital modular. A unidade vai atender à população infectada pela na região administrativa, local com a maior quantidade de casos no DF.
As UBS estão localizadas em Sobradinho II (Vila Buritizinho), Paranoá Parque (Quadra 2), Ceilândia (QNR 2), São Sebastião (Jardins Mangueiral) e Planaltina (Vale do Amanhecer). Juntas terão capacidade de a atender 80 mil pessoas.
Novos calendários escolares A rede pública de ensino tem novos calendários escolares. Eles foram reorganizados levando em considerações as aulas presenciais ministradas no começo do ano e a retomada por meio do ensino remoto. A portaria foi publicada no Diário Oficial de terça-feira (14). A retomada do ano letivo, de forma remota, aconteceu na se-
Equipes de fiscais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreenderam, terça-feira (14), uma cobra jiboia, uma tartaruga tigre d’água e um jabuti. Os
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R$ 4 milhões para construção de UBS O Fundo de Saúde vai repassar R$ 4,1 milhões para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) dar continuidade às obras de cinco novas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A descentralização de crédito foi publicada no Diário Oficial de terça-feira (14).
SOBRADINHO
gunda-feira (13). O término será em 28 de janeiro de 2021, exceto para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Educação Profissional, os Centros Interescolares de Línguas (CIL), as instituições parceiras e os Centros de Educação da Primeira Infância (CEPI), que têm encerramento marcado para 29/1/2021.
AGÊNCIA BRASÍLIA
VIA
Satélites
Funcionamento de templos e igrejas – Atividades religiosas de qualquer credo foram reconhecidas como essenciais, no DF, por decreto publicado no DODF de terça-feira (14). A quantidade de fiéis nesses locais está limitada a 200 pessoas. Os templos devem, obrigatoriamente, disponibilizar produtos de higienização para mãos e calçados. É necessário aferir a temperatura de todos, vedando o acesso daqueles que apresentarem valores iguais ou superiores a 37,3ºC. O uso de máscaras protetoras é obrigatório.
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ABRACE
Doações para combate ao câncer infantojuvenil A Abrace não está recebendo visitas por causa da pandemia, mas continua dando assistência às crianças e adolescentes com câncer e suas famílias. A instituição oferece alimentação, medicamentos, transporte, palestras e apoio logístico do-
miciliar. Para fazer sua doação, entre em contato pelo (61) 3212-6000 ou pelo WhatsApp 99554-3305. Contas: Banco do Brasil Ag: 3599-8 / C/C: 50444-0 / CNPJ: 01973.478/000160 e, BRB, Ag: 208 / C/C: 614198-4 / CNPJ: 01.973.478/0001-60.
Quem tem amor à vida usa máscara sempre. As medidas que o GDF tem tomado para conter o avanço do coronavírus só irão adiantar se você fizer a sua parte. O uso de máscaras é obrigatório em todas as cidades do DF. Ainda assim, a recomendação é não sair de casa sem necessidade e, acima de tudo, evitar aglomerações, porque o vírus continua se espalhando e causando mortes. A responsabilidade também é sua, principalmente pela proteção da sua vida e da sua família. Use máscara sempre. A vida de muita gente depende disso. O GDF pode cuidar da sua saúde, mas a vida depende de você.
É segurança, é proteção e dá multa para quem não cumprir.
Mais informações, baixe o app da Agência Brasília.
Lave as mãos com frequência.
Use álcool em gel.
Use máscara, é obrigatório.
Evite aglomerações.
Brasília Capital n Saúde n 10 n Brasília, 18 a 24 de julho de 20200 - bsbcapital.com.br
Tragédia silenciosa Temos três fontes oficiais de registros de óbitos por covid-19 no Distrito Federal: os boletins epidemiológicos diários da Secretaria de Estado de Saúde (SES-DF), o sistema de registro de óbitos da Sala de Situação da Saúde e o Portal da Transparência de Registro Civil, que espelha os registros cartoriais. Há discrepâncias entre os números de um e outro. Mas uma coisa fica clara em todos eles: o que mais está matando as pessoas em Brasília não é a criminalidade nem o trânsito. É o novo coronavírus. Até agora, temos nos preocupado com os números da expansão da contaminação. Mas, de acordo com os registros civis, a covid-19 teria sido responsável por 18% dos óbitos no DF desde março. A Sala de Situação da Saúde aponta um percentual de 14%. Mesmo sendo índices perturbadoramente altos, não parecem estar surtindo tanto impacto nas medidas de combate à doença. Nem nas que dependem do governo nem na adesão popular às medidas de isolamento social, higienização e
uso de máscaras. São mortes que, para a maioria, ainda são distantes, murmúrios do noticiário. Nos registros da Companhia de Planejamento do DF, a Codeplan, vemos que, a despeito de dizerem que chegamos a um “platô”, os números da disseminação da contaminação continuam subindo. Houve um salto de 6 mil para 10 mil casos novos entre a segunda e a terceira semanas de junho. Nas semanas subsequentes, de 10 mil fomos para 12,9 mil. E fechamos a semana de 5 a 12 de julho com 14.952 novos casos. Ou seja, não é um platô estacionário. A proporção de casos é cada vez maior. Com as medidas de retomada plena da atividade econômica, a tendência é essa proporção se tornar ainda maior, o que tem impacto na capacidade de resposta dos serviços de saúde, já no limite. Nem temos capacidade para abertura de leitos de UTI devidamente equipados para assistência a um número cada vez maior de pacientes, nem profissionais capacitados em quantidade ade-
quada para prestar essa assistência, o que fica ainda mais difícil diante do quadro de equipamentos e medicamentos insuficientes. O resultado disso é que a curva dos óbitos pode se tornar mais dramática do que a curva da contaminação. Diante de um quadro de tantas incertezas sobre a evolução da doença; uma eventual segunda onda; um tratamento eficaz para evitar as mortes; e sobre a descoberta e produção em escala de uma vacina, a população oscila entre a agonia, o desespero e a esperança. Por vezes, uma esperança desesperada, do tipo que se agarra a qualquer receita de Internet ou fake news falando de tratamento milagroso, que não existe no mundo real. Precisamos, sim, manter a esperança, mas com os pés no chão. Não vamos simplesmente retomar a vida como se nada estivesse acontecendo porque com muita gente estão ocorrendo perdas gigantescas e profundamente dolorosas. O governo, se perceber o avanço do número de
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
casos, terá de recuar, reavaliar, rapidamente, e tomar medidas mais rígidas de controle. E cada um de nós tem também a obrigação de manter em perspectiva não só o cuidado pessoal, mas também com aqueles que nos cercam, especialmente aqueles que sabemos necessitarem de maiores cuidados. Vamos manter a esperança e o compromisso com a vida.
PARTICIPE DA CAMPANHA
#VOTAFUNDEB Em defesa da renovação do FUNDEB permanente e com mais recursos da União para estados, municípios e o Distrito Federal.
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NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Nutricionistas e técnicos em nutrição e dietética são essenciais Governo comete injustiça ao excluir categorias dessa classificação no enfrentamento ao novo coronavírus A Lei nº 14.023, de 8 de julho de 2020, considerou não essenciais no controle de doenças e à manutenção da ordem pública, durante a pandemia do novo coronavírus, os profissionais nutricionistas e Técnicos em Nutrição e Dietética (TND).
Houve reação. Em resposta, o sistema – Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Conselho Regional de Nutricionistas (CRN), Associação Brasileira de Alimentação e Nutrição (Asbran), Associação Brasileira de Educação em Nutriçao (Abenut) e
ESPÍRITA
José Matos Tentação: a prova que derruba Onde você se desequilibra com facilidade? É em matéria de sexo? De vaidade? De ambição? Vícios? Violência? Poder? É aí que você será testado A Terra é uma escola e, como em toda escola, há os momentos de prova. As provas acontecem em cima de suas fraquezas e em momentos de fragilidade. Elas se repetirão até você se fortalecer e superá-las. Em algumas sociedades secretas, quando o discípulo supera a prova, ele é agraciado
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
com uma espada – símbolo de poder –, e muda de grau. Jesus, simbolicamente, é tentado pelo demônio nas provas de poder e vaidade. Simbolicamente, porque um demônio não pode se aproximar de Jesus sem ser destruído. Isso é contado porque Jesus, como representante do
Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN) – cobrou a inclusão desses trabalhadores no rol de essenciais no combate à covid-19. O ofício foi encaminhado ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. No documento, as entidades dizem que esses profissionais estão expostos, diariamente, aos riscos apresentados pela pandemia do novo coronavírus. Nutricionistas e técnicos em nutrição e dietética precisam atuar em hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e linhas de triagem. O trabalho deles é fundamental, até mesmo, para melhorar o estado nutricional de pacientes hospitalizados por covid. O acompanhamento nutricional reduz o tempo de internação e permite a recuperação mais rápida dos pacientes. Muitos hos-
pitais já apresentam protocolos específicos para triagem do risco nutricional associado a pacientes infectados por covid 19 e apresentam linhas rápidas de ação na conduta nutricional. Temos visto muitos trabalhos científicos que mostram a relevância do estado nutricional, perfil de vitaminas e minerais, bem como compostos bioativos importantes no abrandamento da e no tratamento da infecção. Esperamos que o ministro reveja essa lei e perceba que foi um equívoco não incluir os nutricionistas e TND na extensa lista de profissionais essenciais no combate à pandemia.
processo de crescimento, não podia deixar de exemplificar as várias formas de tentação. Observe-se: onde você se desequilibra com facilidade? É em matéria de sexo? De vaidade? De ambição? Vícios? Violência? Poder? É aí que você será testado. Siga com o Mestre Jesus: vigiai e orai para não entrardes em tentação. Se a sua fraqueza for pelo poder, você poderá ser corrompido não pelo poder em si, mas porque você é corrupto em potencial, logo, as sementes da corrupção e da injustiça estão em seu ser. Elas apenas brotam porque você encontra, pela Lei de Atração, pessoas e lugares em que possa realizar o ser corrupto que você é. Se a sua fraqueza é sexual, você atrairá pessoas com a mesma fraqueza que poderão atingir sua vida profissional, familiar e espiritual. A prova da tentação sexual é a que mais
derruba políticos, espiritualistas e pessoas de sucesso. Já a prova da vaidade derrubará, principalmente, os ingênuos, complexados ou deslumbrados. Gente atrás de fama e holofotes. Nessa prova, é preciso muita atenção com os elogios recebidos. Não obstante, se você for correto e consciente, pela Lei de Atração, encontrará pessoas e lugares dignos em que possa viver, trabalhar, cumprir sua missão com muita gente lhe ajudando. A vida é plantação e colheita. Você é livre para plantar, mas é escravo da colheita. Aprenda com os mestres Paulo e Chico Xavier, respectivamente: “Eu venci o bom combate, guardei a fé”; “Eu sou feliz; eu fiz todos os meus deveres de casa”.
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
José Matos Professor e palestrante
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
TV Comunitária de Brasília DF
Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 18 a 24 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br
Título manchado pela covid-19 MARCELO CORTES / FLAMENGO
Flamengo confirma superioridade e conquista o bicampeonato em plena pandemia Gustavo Pontes O Flamengo de Jorge Jesus é dono do melhor futebol praticado no Brasil atualmente. Isso ninguém questiona. Sob o comando do treinador português, que pode estar de saída para o Benfica, o rubro-negro carioca está invicto no Maracanã e conquistou mais um título ao derrotar o Fluminense (1 a 0) na final do Campeonato Carioca quarta-feira (15). Pelo desempenho em 2019, já era esperada a conquista do Flamengo, que voltou aos treinos 32 dias antes dos adversários durante a pandemia. Isso aumentou ainda mais o favoritismo. Mais uma vez, Vitinho foi o autor do gol que confirmou o título, como aconteceu no ano passado. Mas, vale destacar o empenho do Fluminense, que fez bons jogos nas finais do carioca, mesmo com a limitação do elenco e deixou o torcedor mais esperançoso para o Brasileirão, que começa no dia 9 de agosto. DECEPÇÃO – Se dentro de campo o Flamengo é motivo de orgulho e felicidade de seus milhões de torcedores, fora das quatro linhas as atitudes do clube deixaram muitos decepcionados. Quando o Rio de Janeiro vivia seu pior momento na pandemia, os dirigentes for-
Vitória à custa do não isolamento social, treinos iniciados 32 dias antes dos outros e parceria oportunista com Bolsonaro
çaram a volta aos treinos, mesmo sem a liberação do governo. Pouco tempo depois, em conjunto com a FERJ e os outros clubes, à exceção de Fluminense e Botafogo, pressionou pelo reinício do campeonato. Também ficará marcado na história a parceria com o presidente Jair Bolsonaro, que assinou uma Medida Provisória para favorecer o Flamengo. E, no último episódio de ações lamentáveis, a tentativa de transmitir o jogo com mando de campo do Fluminense, desrespeitando a própria MP. Se o Flamengo merece elogios pelo modelo de gestão que implantou nos últimos anos e pelo futebol apresentado com Jorge Jesus, agora precisa, mais do que nunca, ter cuidado com a sua marca, para que todo esse esforço não vá por água abaixo.
Entregamos em Domicílo ou Retire seu pedido
Esquenta de luxo no Mané Poucas horas depois da conquista do Campeonato Carioca pelo Flamengo, outra notícia envolvendo o rubro-negro foi divulgada pelo repórter Wellington Campos, da Rádio Tupi. De acordo com o jornalista, há tratativas para a realização de um torneio amistoso em Brasília, envolvendo o campeão carioca, o Vasco e os dois únicos representantes do Centro-Oeste na primeira divisão do Brasileirão, o Atlético-GO e Goiás. O torneio aconteceria de 26 de julho a 2 de agosto
e serviria como preparação para o Campeonato Brasileiro, que tem início marcado para o dia 9 de agosto. Vale lembrar que o Distrito Federal está com número crescente de casos de covid-19 e há um hospital de campanha montado no Mané Garrincha. Além disso, o governador Ibaneis Rocha ainda não autorizou a retomada de eventos esportivos nem eventos com a presença de público. O próprio Campeonato Candango ainda não tem data para voltar. (GP)
202 Sul
Taguatinga Norte