Jornal Brasília Capital 431

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ALEXANDRE MOTTA

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Entrevista Paula Belmonte

Deputada espera veto de Bolsonaro ao Fundo Eleitoral Com mandato dedicado à criança e à geração de emprego, ela é contra o uso de dinheiro público em campanhas políticas Ano VIII - 431

Brasília, 21 a 27 de setembro de 2019

Páginas 7, 8 e 9

AGÊNCIA SENADO

Pra onde vai Reguffe? Eleito em 2014 pelo PDT com 821.715 votos (57,71% dos votos válidos), o senador José Antônio Reguffe filiou-se ao Podemos de olho nas eleições de 2022. Ele pode concorrer ao Buriti ou mesmo à Presidência ou à Vice-Presidência da República. Tudo depende das negociações de Álvaro Dias e de um possível ingresso do ministro Sérgio Moro na legenda, que, para muitos, não é puro nem imune às intempéries judiciais Chico Sant’Anna - Páginas 4 e 5

Ibaneis incrementa Biotic no Torto

GDF tenta atrair investidor canadense

Casa Cor celebra cadeia produtiva

Governador que criar Universidade Tecnológica e trabalha para gerar 40 mil empregos no DF até o fim deste ano

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ruy Coutinho, negocia com a Nutrien, maior empresa de insumos agrícolas do mundo

Mostra 2019 traz a importância da tecnologia verde e da exploração sustentável dos recursos naturais

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E

x p e d i e n t e

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GDF vai criar Universidade Tecnológica LORRANE OLIVEIRA/BSB CAPITAL

Ibaneis:criação de 40 mil novos empregos no DF até o final deste ano

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Lorrane Oliveira Brasília vai ganhar uma universidade tecnológica distrital até o fim de 2020. O anúncio foi feito pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), na quinta-feira (19), durante a assinatura do termo de cessão de uso de um dos blocos do Parque Tecnológico de Brasília – Biotic, na Granja do Torto. O espaço será ocupado pelo Banco de Brasília (BRB). No mesmo evento, o GDF firmou um termo de cooperação com a Rede D’Or e com o Hospital Santa Lúcia, dentro do projeto Adote uma Praça, para revitalização do Setor Hospitalar Sul. Com essas iniciativas, somadas ao lançamento de obras por todas as cidades do Distrito Federal, o governador estima que serão criados cerca de 40 mil novos empregos diretos em Brasília ao longo de 2019. “Viemos para fazer a diferença. Temos certeza de que, no fim dos nossos 4 anos de mandato, a população poderá observar que alguma coisa mudou em nossa cidade”, reforçou Ibaneis. O presidente do BRB, Paulo Hen-

rique Costa, explicou que havia uma defasagem tecnológica no banco, e que, no primeiro momento, o plano de ação fez com que alcançasse o patamar equivalente a todas as outras grandes instituições financeiras do país. “Mas ainda sentíamos necessidade de ter uma presença maior no campo da inovação”, disse Costa. Segundo o secretário de Projetos Especiais, Everardo Gueiros, nos parques tecnológicos é onde está o futuro da geração de emprego e de desenvolvimento do País. “Em alguns anos, a Biotic será uma realidade e um orgulho para nossa cidade, que poderá se transformar no ‘vale do silício’ do Brasil”. O presidente do BRB afirmou que o programa é direcionado a transformar Brasília em um centro de atração e fixação de startups, principalmente dos ramos de finanças, as chamadas Fintechs, seguros e também no campo de governo. O propósito, segundo Paulo Henrique Costa, é estimular o empreendedorismo voltado às novas tecnologias para desenvolver a economia, resgatando a Lei Orgânica do DF, que estabelece que um dos objetivos de

Brasília é ser um polo de desenvolvimento tecnológico, ajustando nossa economia aos novos tempos. “Transformar o banco em um parceiro prioritário do governo e dos empresários que estão pensando em desenvolvimento tecnológico e digital é uma das nossas metas”, disse o presidente do BRB, informando que o aporte inicial será de R$ 15 milhões. Na próxima semana, o BRB vai lançar um edital de seleção para as empresas que, segundo Paulo Henrique Costa, devem possuir soluções para cinco eixos: eficiência operacional, experiência do cliente, meios de pagamento, soluções para o governo e produtos de seguridade. PROJETOS EM ANDAMENTO - Durante o lançamento, o presidente do parque tecnológico Biotic, Gustavo Dias, anunciou que a Terracap delimitou o espaço destinado à Universidade Distrital. O governador Ibaneis Rocha afirmou que a população precisa de um ensino público de qualidade e que está colocando em prática, com o apoio dos empresário, diversos projetos de melhoria para o DF.


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Vetada reeleição de Anilcéia - A presidente do Tribunal de Contas do DF, Anilcéia Machado, não poderia ter sido reeleita para o cargo, em dezembro do ano passado. O Ministério Público cobra da Justiça o afastamento da conselheira e cita a Lei Orgânica da Magistratura Nacional no trecho em que determina que “os tribunais elegerão cargos de direção com mandato por 2 anos, proibida a reeleição”.

REPRODUÇÃO SBT

Investimentos canadenses no DF DIVULGAÇÃO

Negada absolvição de Luiz Estêvão O STJ negou, por unanimidade, um habeas corpus que visava à diminuição do tempo de prisão do ex-senador cassado Luiz Estêvão (foto). O empresário tentava ser inocentado dos crimes de peculato e corrupção ativa. A defesa tentava revisar a sentença para reduzir a pena de 26 anos, que ele cumpre na Papuda, por desvio de dinheiro na construção do TRT de São Paulo.

Chefe de gabinete de Telma Rufino é preso A Polícia Civil do DF cumpriu, sexta-feira (20), mandado de prisão temporária e dois de busca e apreensão contra Deivid Lopes Ferreira, chefe de gabinete da deputada distrital Telma Rufino (PROS). Segundo a polícia, não há indícios de envolvimento nos crimes por parte da parlamentar. O funcionário é suspeito de tráfico de influência e falsidade ideológica, entre outros crimes ainda em apuração. Ele ocupava o cargo desde fevereiro, por indicação de Fernando Fernandes (PROS), que deixou a vaga de distrital para comandar a Administração Regional de Ceilândia.

Empresas do Canadá iniciaram quinta-feira (19), por Brasília, uma série de visitas a cidades brasileiras para prospectar negócios. O grupo se reuniu com o secretário de Desenvolvimento Econômico do GDF, Ruy Coutinho, e com representantes do governo federal. À frente da trupe, Mayo Smith, chairman da gigante canadense Nutrien, indústria de sementes, produtos químicos e fertilizantes para a agricultura. CARDÁPIO - Coutinho informou ao executivo e a outros dirigentes da companhia que o governo local tem instrumentos legais e de fomento para oferecer aos investidores nacionais e internacionais que pretendam se instalar em uma das Áreas de Desenvolvimento Econômico das cidades do DF. “Temos um bom cardápio negócios a oferecer a grandes investidores e estamos muito interessados em atraí-los”, disse titular da SDE. ADES - Participaram do encontro com os canadenses um representante do Ministério da Agricultura e um da Secretaria de Agricultura do DF. A embaixadora do Canadá no Brasil, Jennifer May, programou uma visita

Delator de Aécio encontrado morto Henrique Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht que acusou o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) de cobrar propina da construtora, foi encontrado morto na terça-feira (17), em sua casa, no Rio de Janeiro. Além de Aécio, Valladares apontou, em delação premiada, o ex-ministro Edison Lobão, o diretor do site “O Antagonista”, Diego Mainardi, e o empresário Alexandre Accioly, dono das academias BodyTech, de terem recebido propina da empreiteira.

Mayo Smith e Ruy Coutinho: negociações para atrair investimentos canadenses para Brasília

para conhecer as áreas de maior produção agrícola do DF. RANKING - Com faturamento anual de R$ 70 bilhões, a Nutrien é a maior empresa de insumos agrícolas do mundo, lidera o mercado de fertilizantes NPK e é a segunda no ranking de compostos nitrogenados. Emprega 20 mil funcionários, está presente em 15 países e desde o ano passado planeja aumentar sua participação no mercado brasileiro. A companhia planeja investir inicialmente R$ 4 bilhões no Brasil.

Rejeitada denúncia contra Lula

Sol Nascente ganha Estação Cidadania O Sol Nascente, em Ceilândia, vai ganhar uma unidade do programa Estação Cidadania. A demanda foi apresentada pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ao ministro da Cidadania, Osmar Terra. O projeto oferecerá atividades como práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e às drogas e inclusão digital.

Homenagem a Roriz

GUILHERME SANTOS/SUL21

O juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, rejeitou, segunda-feira (16), denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula (foto) e seu irmão, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, que respondiam por corrupção passiva pelo recebimento de supostas mesadas da

Odebrecht. Executivos da empreiteira eram acusados de corrupção ativa. Mazloum afirmou que os fatos da denúncia não possuem todos os elementos legais exigidos para a configuração do delito, não havendo pressuposto processual nem justa causa para a abertura da ação penal. Os procuradores vão recorrer.

Por iniciativa do senador Izalci Lucas, o ex-governador Joaquim Roriz (foto) será homenageado no dia 27 deste mês com uma sessão especial, às 15h, no Plenário da Casa, pelo transcurso do primeiro ano do seu falecimento.


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

Pra onde vai R

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senador Antônio Reguffe, eleito pelo PDT, em 2014, e que há 3 anos estava sem partido, se filiou ao Podemos, antigo Partido Trabalhista Nacional (PTN), que, em 2016 mudou de nome. Reguffe se soma ao time de Álvaro Dias (PR), Romário (RJ) e outros sete senadores, dentre eles Lasier Martins (RS), que respondeu a processo por violência doméstica contra sua esposa. O parlamentar brasiliense escolheu um partido que, diz ele, é de centro, para tentar atrair a maior massa do eleitorado. Espera conquistar votos à esquerda, no centro e à direita. Para muitos analistas, porém, o Podemos está mais inclinado à direita, e não é puro e imune às intempéries judiciais. Assim como Reguffe, vários parlamentares do Podemos não são de raiz; migraram de outros partidos. A próxima conquista da legenda deve ser a senadora Juíza Selma Arruda, eleita pelo PSL, cujo mandato está

sob risco de ser cassado por abuso de poder econômico e caixa dois. O líder máximo, senador Álvaro Dias (PR), migrou do PSDB para o PV e, em seguida, para o Podemos. Ele é outro que pode ter a tranquilidade abalada. Segundo o site Intercept Brasil, Dias faria parte de uma “turma protegida pela Lava-Jato”. Ele é citado nas delações premiadas. Numa delas, foi acusado de receber propina para ajudar a melar a CPI da Petrobrás. “Em outro episódio, e-mails do advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, indicavam que Dias teria recebido R$ 5 milhões em propina para pegar leve nas perguntas aos investigados na CPMI de Carlos Cachoeira, o empresário do jogo do bicho em Goiás”, diz o site. Ele nega qualquer irregularidade. Dentre os senadores do Podemos há gente denunciada por violência doméstica, o que pode atrapalhar os planos de Reguffe junto ao eleitorado feminino. O Podemos pode não ser assim um porto tão seguro e tranquilo.

Podemos apoiou Rosso, junto com PRB, PPS, SD e PSC

administrador de Brasília no governo Rollemberg e depois assumiu a suplência durante a licença de Rosso na Câmara Federal. Paco obteve 39.300 votos, mas não foi eleito. O Podemos não lançou candidato próprio ao Senado e para distrital contou com 23 nomes e elegeu o sindicalista Jorge Viana. Num rol de 35 partidos, o Podemos ocupa, no DF, a 23ª posição, com 1.200 filiados. Não tem uma composição expressiva, o que pode facilitar a construção de um novo diretório regional, aos moldes do que

Nas últimas eleições, o Podemos apoiou, abençoado por Álvaro Dias, a candidatura de Rogério Rosso (PSD) ao GDF, integrando a coligação Unidos pelo DF, da qual faziam parte o PRB, PPS, Solidariedade e PSC. Para deputado federal lançou apenas Marcos Paco,

Reguffe anseia. O problema é que o senador não tem uma grande base social organizada. Assim, ele pode ficar refém de Paco e Viana, que certamente possuem a maioria dos votos internos da legenda. Algumas das lideranças do Podemos têm a tradição de construir alianças bastante criativas com partidos das mais diversas colorações, dependendo de quem esteja no poder. O PTN/Podemos tem dado sustentação a candidatos de partidos mais fortes, seja no governo federal ou no local.

Como isso afetará os planos de Reguffe para 2022? Ainda é difícil dizer. O senador quer se livrar da tradicional disputa entre azuis do MDB e vermelhos dos partidos de esquerda. No passado, ele se elegeu com o apoio do eleitorado petista, pedetistas, socialistas e emedebistas. Qual será o desempenho em uma carreira quase solo? As urnas dirão. PLANO B - Reguffe tem um plano B, caso Álvaro Dias opte por se candidatar a governador do Paraná, em


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WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

eguffe? Reguffe ao lado de Álvaro Dias: O Podemos pode não ser um porto tão seguro e tranquilo quanto o senador do DF imagina

2022: deixaria de lado o GDF e integraria uma chapa nacional, quem sabe numa vice. O ex-senador Cristovam Buarque, o amigo dileto de Reguffe, carregou esse sonho por muitos anos, mas nunca se materializou. Até porque, na geopolítica nacional, o DF representa poucos eleitores. Além disso, Álvaro Dias sonha com a filiação do ministro Sérgio Moro para lançá-lo à Presidência da República. Se tiver êxito na filiação, a vaga de vice seria entregue, certamente, a outro partido.

O parlamentar brasiliense escolheu um partido que, diz ele, é de centro, para tentar atrair a maior massa do eleitorado

MDB quer mais cargos no GDF A turma de Tadeu Filippelli não está satisfeita com o escanteamento na gestão Ibaneis Rocha. O pessoal do ex-presidente da legenda quer mais espaço. A sanha do MDB por cargos no governo não se aquietou com a substituição do administrador do Park Way, José Joffre, por uma afilhada política do distrital Hermeto (MDB). Apesar da indignação da comunidade do bairro em ver o nome escolhido pelos moradores substituído por uma ingerência política externa, a cúpula do partido quer muito mais. Num “encontro com os companheiros do MDB Brasília - DF da Zonal 10”, na Affonsolândia – chácara de Affonso Gomes, ex-assessor de José Saney no Senado, a intenção ficou clara. Ao convescote compareceram o atual e o ex-presidentes do partido, Rafael Prudente e Filippelli, e o distrital Hermeto. Também compôs a mesa a nova administradora do Park Way, Aline

Gomes. Segundo vídeo nas redes sociais, quem deu o tom foi Irany Domingos Gomes, ex-administrador do Riacho Fundo 1 no governo Rollemberg. Era um protegido do ex-distrital Cristiano Araújo, mas foi exonerado após surgirem rumores de que teria utilizado máquinas e equipamentos da administração para benfeitorias em sua chácara. Desde então, parece que nutriu uma antipatia pelo PSB. Irany reclamou que os amigos de Filippelli são discriminados na gestão Ibaneis. “Dizer no GDF que apoiou Filippelli é uma senha para ficar mal no governo”, afirmou, conclamando a demissão imediata de todos que apoiaram Rollemberg. Foi quando Hermeto ressaltou a demissão de Joffre. “Exonerou um, mas tem mais quatro mil, Hermeto”, rebateu Irany. O vídeo não mostra como reagiram Prudente e Filippelli, mas, para alguns dos presentes, Irany falou o que Filippelli tinha a dizer. CHICO SANT’ANNA

Filippelli cobra mais espaço no governo de Ibaneis Rocha: sanha por cargos

Confronto das esquerdas movimenta o DF Acabou o diálogo. Não há plenária, assembleia ou prévia que resolva. Os partidos de esquerda do Distrito Federal resolveram se enfrentar cara a cara. Nenhum acordo é possível e vai ganhar quem for o mais forte e mais bem preparado. Nessa disputa ferrenha estão Psol, PT, PDT, PSB, PCdoB, PCB. E todos estão focando a rede. Calma gente. Estou falando da 1ª Copa Ursal de Futsal que reúne os seis partidos de esquerda do DF. Os enfrentamentos, digo, as partidas já tiveram início. Na abertura, o Psol goleou por 3 a 1 o PSB; o PCdoB, em disputa apertada, venceu o PDT por 4 a 3. Na segunda rodada, a velha disputa PCB versus PCdoB não teve vitorioso: 2 x 2. Mas o PSB virou saco de pancada do PT. O time da estrela ganhou por 5 a 2. PSB e PDT não tiveram força de chegar ao final nessa disputa. A semifinal reúne, de um lado, os Sovietes do PCB e a turma do Sol e Luta do Psol; e, de outro, os guerrilheiros do Araguaia (PCdoB) e a galera do Lula Livre: o PT. Os vencedores desses confrontos vão à grande final da Copa Ursal. Só há um problema logístico. Todos os times têm uniforme na cor vermelha.


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O futuro do trabalho REPRODUÇÃO CNTM

Lideranças sindicais dos Brics se reúnem em Brasília para discutir novas tecnologias, precarização do trabalho e direitos sociais Pollyana Villarreal Centrais sindicais do grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) divulgaram, quinta-feria (19), a Declaração Final do VIII Fórum BRICS Sindical: O Futuro do Trabalho, os Direitos Sociais, o Multilateralismo e a importância dos BRICS. O documento elenca nove itens que os cinco países devem adotar para patrocinar um mundo mais justo. Dentre eles, a necessidade de reconhecimento do Fórum Sindical dos BRICS, a consolidação do bloco como espaço multilateral que vise a contribuir para a redução das desigualdades sociais e econômicas; e a consolidação do multilateralismo como modelo para garantir um mundo mais igualitário. Entre os itens das reivindicações, saúdam a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), reivindicam melhorias na legislação laboral dos Brics e consideram fundamental que as reformas, os avanços tecnológicos e científicos e o desenvolvimento econômico estejam efetivamente a serviço da humanidade. LULA LIVRE - Os sindicalistas declararam que, enquanto o ex-presidente Lula estiver preso, a democracia estará ameaçada. Na reunião dos ministros do Trabalho e Emprego do Brics eles discutiram o trabalho e o emprego nos países emergentes. O Brics Sindical destaca a importância do multilateralismo para enfrentamento dos desafios do mundo do trabalho, como indica a OIT.

Reunidos em Brasília, sindicalistas dos cinco países dos Brics denunciaram a precarização das relações de trabalho nas nações emergentes

Avanço para um mundo mais justo e democrático No entendimento dos sindicalistas que participaram do evento, “a criação do Brics simbolizou um avanço na transição de um mundo unipolar para um mundo mais equitativo, contribuindo para o fortalecimento do multilateralismo, que é essencial na promoção de sociedades mais justas e democráticas”. Destacaram que a situação atual do mundo é marcada por grandes desigualdades e consideram que a dimensão social está em declínio. “Na última década, os salários dos trabalhadores aumentaram apenas 2% ao ano. E, segundo a OIT, apenas 45% da população mundial está coberta em, pelo menos, um âmbito da proteção social, e somente 29% têm acesso a uma proteção integral”, indica o documento. “As novas tecnologias atingem vários campos das relações do trabalho de forma diferente em cada caso”, explica Antônio Lisboa, professor da rede pública do DF, diretor da CUT nacional e representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da OIT. Na avaliação dele, o que existe, de fato, é uma combinação de desre-

gulamentação das relações do trabalho com o uso de novas tecnologias. Isso tem gerado trabalho precarizado em todas as áreas. Apenas uma parcela pequena dos trabalhadores será reconhecida pelo seu trabalho, mas, somente aqueles que tiverem altíssimo grau de especialidade. “A educação, por exemplo, vive hoje no avanço da precarização. Há, no setor, um intenso processo de cooperativização, terceirização e privatização que vai piorar as condições de trabalho e de vida dos professores”, explica. Ele reconhece a 4ª Revolução Industrial como evolução da humanidade, que afeta todos os campos da ação humana e modifica todo tipo de relação no planeta. “Mas é usada de forma negativa contra os trabalhadores”. UBERLIZAÇÃO - “Se continuar assim, teremos uma pirâmide em que, no topo, haverá uma pequena faixa de trabalhadores qualificados, que vão ganhar muito bem; no meio, uma enorme faixa central, que ainda está em crescimento, de trabalhadores precarizados, que são os jovens entrega-

dores de comida de Aplicativos (Uber Eats, Rappi, iFood), que trabalham de 10 a 12 horas, de segunda a domingo, para faturar mil reais por mês, sem nenhum direito trabalhista, como férias, previdência, descanso semanal; e, na base da pirâmide, uma imensa maioria de ‘não-trabalhadores’ que não tem acesso aos meios”. Para Rodrigo Rodrigues, diretor da CUT Brasília, a 4ª Revolução Industrial é o avanço das tecnologias sobre a produção e o mundo do trabalho, que tem como característica principal a precarização do trabalhador como força construtora da riqueza, haja vista o processo atual chamado de “uberização”. “Um exemplo disso são os motoristas por aplicativos, como o Uber. Temos vários exemplos de que isso está acontecendo em outros setores, como na educação, como a convocação de professores temporários. São remunerados pelas aulas e minutos em que se dedicam àquele trabalho. Isso é uma forma de desvalorizar o trabalho, as profissões e a identidade do trabalhador como uma categoria profissional”, destaca.


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ENTREVISTA PAULA BELMONTE ALEXANDRE MOTTA

Paula Belmonte: prioridade à criança, à geração de empregos e à fiscalização. Mandato é marcado pela independência em relação ao GDF e ao governo federal

“Meu compromisso é buscar o melhor para Brasília”

Orlando Pontes

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mbora esteja no primeiro ano de seu primeiro mandato de deputada federal, Paula Belmonte (Cidadania-DF) se destaca em pelo menos três frentes: a defesa da criança – como prometeu durante a campanha de 2018, a geração de empregos e a participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES. Na terça-feira (17), ela comemorou a decisão do Senado de alterar matéria aprovada pela

Câmara dos Deputados que aumentava o Fundo Partidário para R$ 3,6 bilhões, possibilitava uma série de facilidades para partidos e políticos com o uso do dinheiro público e abria brechas para a prática de caixa 2. No entanto, a Casa de que faz parte restabeleceu as benesses no dia seguinte. Paula Belmonte e a bancada de seu partido votaram contra. “Desde o começo fomos contra esta matéria. Agora esperamos que o presidente Jair Bolsonaro vete esses trechos. Não tem sentido o cidadão pagar imposto para político usar o

dinheiro para pedir voto, se eleger e depois receber salário com o dinheiro recolhido do próprio cidadão”, reitera. Nesta entrevista ao Brasília Capital, Paula Belmonte fala, ainda, da importância da participação da sociedade civil na fiscalização da aplicação do dinheiro dos impostos, do aprendizado democrático que é o exercício de um mandato no Parlamento e de suas expectativas com os governos de Jair Bolsonaro (PSL), no plano federal, e de Ibaneis Rocha (MDB), na capital da República.


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Entrevista Paula Belmonte

A senhora acha que o Fundo Eleitoral é um equívoco? – Com toda certeza. Dinheiro público não deve ser usado para financiar campanha eleitoral. Esses recursos devem ser dos próprios partidos e dos candidatos. Por que a população tem de pagar para político pedir voto, se eleger e depois ganhar salários pagos pelos cidadãos? Não vejo lógica nisso. Espero que o presidente Jair Bolsonaro vete esses trechos do projeto. Os defensores desse financiamento dizem que ele democratiza o pleito, ale-

ALEXANDRE MOTTA

Um dia após o Senado ter derrubado vários pontos controversos da minirreforma eleitoral enviada pela Câmara, os deputados retomaram medidas como o uso de verbas do fundo eleitoral para pagar advogados e multas e até para comprar e alugar bens móveis e imóveis. Qual a sua opinião sobre essa matéria? – Primeiramente, gostaria de deixar claro que eu e meu partido, desde o começo, fomos contra esta matéria. Cheguei a apresentar, em maio, um projeto de lei que visa extinguir o Fundão.

postas aprovadas pelos deputados na quarta-feira (18).

“Em meu mandato, priorizo temas como educação, crianças e fiscalização. Investigar a correta aplicação do dinheiro público é uma grande missão” Agora que a Câmara restabeleceu as benesses derrubadas pelo Senado, o que a senhora imagina que vai acontecer? - Na minha visão, o Senado só recuou devido à pressão de alguns senadores e de entidades civis. Por isso, acredito que a opinião pública precisa continuar atenta e mobilizada para pressionar o presidente Jair Bolsonaro a não referendar esse equívoco. Afinal, ele tem 15 dias para acatar ou vetar as pro-

gando que candidatos ricos e grandes partidos sempre terão mais chances de se apresentar ao eleitor e, portanto, de se eleger... – É uma tese que tem alguma lógica. Mas, o que se vê são grandes desvios desse dinheiro, para beneficiar dirigentes partidários. É como o caso por exemplo, das candidatas laranjas que são lançadas apenas para que as agremiações cumpram a cláusula dos 30% de candidaturas femininas.

A senhora é uma parlamentar em primeiro mandato, mas vem se destacando por sua atuação na Câmara. Quais as principais dificuldades que tem encontrado para defender seus pontos de vista? – O Parlamento é uma Casa de diálogo. Somos 513 deputados legitimamente eleitos pelo povo de todo o Brasil. Então, aqui ninguém é melhor do que ninguém. O importante é saber, principalmente, defender temas de interesse da população. Quais os temas a senhora tem defendido? – Fui eleita com o compromisso de trabalhar em defesa das crianças e pela geração de empregos. Destinei todas as minhas emendas parlamentares, até o momento, para melhorar as unidades hospitalares e a educação pública do Distrito Federal. Entretanto, a atividade parlamentar é muito dinâmica. Integro comissões que cuidam de assuntos aos quais dou prioridade em meu mandato, como educação, crianças e fiscalização. É, sem dúvida, uma grande missão investigar e cobrar a correta aplicação do dinheiro público, fruto de pesados impostos cobrados do cidadão. O que vocês já encontraram de irregularidades na CPI do BNDES. Os recursos desviados voltarão aos cofres públicos? – Nosso trabalho abrange os investimentos do BNDES de 2003 a 2015 feitos no exterior. Só isso representa trilhões de reais pertencentes ao povo brasileiro. Claro que é difícil rastrear e, mais ainda, obrigar quem desviou a ressarcir o Estado. Mas é isso que buscaremos até o fim. Como estão sendo os trabalhos? – Bastante re-

Paula Belmonte sempre foi contra o Fundo Eleitoral: Por que a população tem de pagar para político pedir voto, se eleger e depois receber salário pago pelo próprio cidadão?


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ALEXANDRE MOTTA

Então essa CPI não vai dar em pizza? – De jeito nenhum. Quem acompanha nosso trabalho sabe muito bem o que estamos fazendo. E eu quero que mais pessoas saibam o quanto houve de prejuízo nas operações do BNDES. Os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, enriqueceram à custa do dinheiro do contribuinte. E não foram os únicos. Espero que as autoridades façam justiça porque o trabalho de fiscalizar nós estamos fazendo. Por que existem tantos desvios e tantos maus exemplos? – Nestes 8 meses na Câmara, tenho me esforçado para aprender o mais rápido possível e, assim, poder honrar cada um dos votos que recebi. E o que eu vi, até agora, é que tem muita gente que se aproveita dos cargos públicos para se servir, e não para servir ao cidadão. Este, na minha visão, é o maior problema. É o que dá origem à corrupção. Portanto, o que nos resta fazer é criar leis cada vez mais eficazes, aumentar os mecanismos de controle e trabalhar, diuturnamente, na fiscalização de tudo o que é feito com o dinheiro do contribuinte.

Como a senhora vê a relação do atual governo com o Congresso? – É uma gangorra. O presidente Jair Bolsonaro se elegeu dizendo que não faria o toma-lá-dá-cá que sempre ocorreu no Brasil. Seria a nova política. Ele, de fato, se esforça muito para manter isso. Mas, a nomeação de aliados de deputados e senadores, se feita de forma republicana, faz parte do jogo democrático. Não se pode criminalizar a política. Não existe mal em um parlamentar indicar um técnico, desde que seja competente, para exercer uma função no Executivo. A formação de uma base aliada consistente é indispensável para a governabilidade do país.

relação aos governos Bolsonaro e Ibaneis Rocha? – Sou completamente independente em relação aos dois. Não tenho cargos em nenhuma das duas esferas. Critico quando tenho de criticar e reconheço o que for positivo. Eu tenho construído pontes com ministros, como Osmar Terra, da Cidadania, e Damares Alves, da Família. Da mesma forma com secretários do DF. Política é feita na base do diálogo. Não adianta nada ser uma parlamentar que aceita tudo calada ou que reclama contra qualquer projeto. Meu mandato é do povo e eu acredito que o melhor caminho é avaliar cada ação com serenidade e imparcialidade.

HEITOR LOPES

veladores. Os depoimentos e os documentos que conseguimos mostram que houve um grande descaso com o dinheiro do contribuinte. Negócios foram feitos sem a menor responsabilidade e sem a comprovação de que haveria retorno dos investimentos. A interferência política em uma instituição como um banco público é inaceitável porque leva à perda de dinheiro. No fim da CPI, vou mostrar todo o nosso trabalho nas minhas redes sociais, como tenho feito, para evitar que fique no esquecimento.

“Muita gente se aproveita dos cargos públicos para se servir, e não para servir ao cidadão. É isto que dá origem à corrupção” Então é o mesmo troca-troca de antes? – Os cargos públicos sempre serviram para politicagem e tiram a independência dos parlamentares. Por isso, defendo a necessidade de lutar para uma profissionalização cada vez maior do serviço público. Essa é a raiz do problema. Governantes mais responsáveis farão muito mais com o que for arrecadado. Qual a sua avaliação em

Como ficou sua relação pessoal com o governador após aquele episódio em que ele lhe chamou de “dondoca”? – Não guardo rancor. Foi um fato isolado. Ele pediu desculpas. Eu aceitei. E a vida segue. O importante é que todos estejamos unidos para buscar o melhor para Brasília e para nossa gente. Este é o meu principal objetivo. O resto a gente passa por cima.


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Casa Cor celebra cadeia produtiva JOMAR BRAGANÇA/CASACOR

Tecnologia verde e controle em prol do meio ambiente são destaques na mostra 2019 Da Redação Autoridades e convidados participaram, quinta-feira (19), do evento “Sustentabilidade da Cadeia Produtiva Florestal do Brasil”, realizado pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNFB), na Casa Cor Brasília. Um estande totalmente construído com madeira nativa de manejo sustentável da Amazônia foi a estrela da noite. Construído com madeira 100% nativa oriunda de Manejo Florestal Sustentável, ele recebeu intensa visitação dos participantes e visitantes da mostra de decoração. Concebido pelos arquitetos Roberto Lecomte e Sheila Beatriz e realizado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso – CIPEM, membro do FNBF, o “Terraço Amazônia CIPEM” visou demonstrar a variedade de produtos, composições e beleza das espécies tropicais brasileiras. O projeto pode ser visitado até o dia 22 de outubro, conforme programação da Casa Cor 2019. Com a premissa de liderar pelo exemplo, o FNBF ressalta que toda a madeira utilizada na construção do estande possui Guia Florestal e Nota Fiscal, garantindo a origem legal da madeira e demonstrando a efetividade do sistema de rastreabilidade brasileiro. O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal reúne 24 entidades sediadas em diversos estados. Juntas, elas têm mais de 3,5 mil empresas associadas. É a entidade representativa do Setor de Base Florestal Brasileiro.

O estande feito com madeira nativa de manejo sustentável foi a grande estrela da abertura da mostra

Sustentabilidade no manejo da floresta O presidente do CIPEM, Rafael Mason, destacou a importância da ação afirmativa. “Viemos mostrar para a sociedade brasileira que é possível trabalhar com a floresta, se for bem manejada. Valorizando as espécies, comprando madeira de origem legal, com controle dos órgãos ambientais você mantém a floresta e a conserva para o futuro”, disse. Mason reiterou que o objetivo é mostrar que o Brasil tem a maior floresta do mundo e precisamos preservá-la. “A única forma de fazer isso é estabelecer uma cadeia sustentável para todos que habitam e convivem com ela”. Para o consultor da IDH Consultoria, Rui Ribeiro, se não houver manejo florestal, não há preservação. “Se a floresta não gerar recursos ela não ficará em pé. Precisamos trazer para as comunidades que vivem perto e por meio da floresta, geração de emprego e renda”, reitera.

Hoje, o Brasil produz 33 milhões de metros cúbicos de madeira e só exporta 600 mil. “É um mercado em franco crescimento. Quem acaba suprindo o mercado europeu é a Ásia, quando temos muito mais regulação e controle do produto brasileiro, um dos melhores do mundo”, diz o engenheiro florestal. Participaram do evento representantes de embaixadas do exterior no Brasil, parlamentares e autoridades do governo na busca por desmistificar a imagem da madeira nativa da Amazônia perante o mundo. “Independentemente do cenário em que o Brasil se encontra, o FNBF, como entidade representativa do setor que defende o manejo florestal sustentável, não pode e não irá se omitir, uma vez que, além de gerar riquezas para o País, esta atividade é o único meio de mantermos as florestas em pé”, disse Geraldo Bento, presidente do Fórum Nacional.

Uso correto dos recursos naturais O secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, brigadeiro Eduardo Camerini, assinalou a importância do setor produtivo como aliado da política pública ambiental brasileira. “Este evento faz parte de uma compreensão do uso sustentável de nossos recursos naturais e colabora para a economia do País. A ilegalidade é que faz mal ao meio ambiente. Isto aqui mostra a forma correta de se fazer as coisas. É preciso que a gente entenda que a floresta é riqueza de todos, seja na preservação de sua biodiversidade, seja na geração de ativos econômicos”. A prática do manejo florestal sustentável assegura o equilíbrio do ecossistema, além de movimentar a economia, por meio da comercialização de produtos e serviços. Este modelo prevê a retirada de 4 a 6 árvores com diâmetro a partir de 50 centímetros em uma área do tamanho de um campo de futebol. Após a colheita, a área onde houve a retirada é mantida em regeneração por 25 a 30 anos. Quase 90% da mata continua intocada, garantindo a manutenção da floresta, bem como a estruturação de uma cadeia socioeconômica sustentável. Toda a madeira retirada é rastreável, passa por um estrito controle dos órgãos ambientais ao longo da cadeia de processamento até a comercialização final. Isto confere segurança aos compradores e à proteção do ambiente. Para Paulo Carneiro, diretor de Concessão Florestal e Monitoramento do Serviço Florestal Brasileiro, o manejo “é uma atividade de baixo impacto. Retirando poucas árvores por hectare e combinando com os ciclos de corte, é possível ver que a floresta mantém sua estrutura e os serviços ambientais que ela presta”.


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Sinpro-DF participa de debate em homenagem a Paulo Freire ANA PAULA FRISSON

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal participou, quarta-feira (18), na Câmara dos Deputados, da homenagem ao educador Paulo Freire. Se estivesse vivo, ele teria completado 98 anos na quinta-feira (19). Para rememorar as ideias e ressaltar a importância do educador no Brasil e no mundo, a Comissão de Educação da Câmara e a Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação realizaram o debate “Paulo Freire: Contribuição social, política e pedagógica”. O Sinpro-DF foi representado pela diretora Rosilene Corrêa, que também é membro das diretorias da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do DF. “Neste momento em que vivemos no Brasil, especialmente na árrea da educação, falar de Paulo Freire nos revigora. É a prova de que o brasileiro tem a obrigação da resistência, de fazer valer o que aprendemos com ele, que está tão vivo entre nós", disse Rosilene. O debate contou com a participação de Dimas Brasileiro Veras, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco; de Erasto Fortes, doutor em Educação pela Unicamp, e das deputadas Luiza Erundina (Psol-SP) e Professora Rosa Neide (PT/MT). Rosilene mencionou a política do MEC, que quer impor a militarização das escolas no País: "A resistência passa pelo combate a essa tentativa de colocar polícia nas escola, como se os bandidos estivessem dentro delas. No entanto, na verdade, nós, educadores e estudantes, somos vítimas da violência e do descaso do Estado". A palestra foi a oportunidade de os participantes enalteceram o pensamento e as contribuições do educador e filósofo à educação e à sociedade.

Rosilene (à esq.): “Paulo Freire nos revigora. É a prova de que o brasileiro tem a obrigação da resistência, de fazer valer o que aprendemos com ele”

Um discurso de amor Paulo Freire foi secretário da Educação do município de São Paulo no fim dos anos 1980, na gestão da prefeita Luiza Erundina. Hoje deputada federal pelo Psol, ela disse que o conheceu quando ele retornou do exílio imposto pela ditadura militar e que já conhecia seu método de alfabetização e seu trabalho de emancipação dos trabalhadores do campo de Pernambuco. E conta que, na época, se surpreendeu com o discurso de Freire para formandos em Serviço Social. "A gente esperava um discurso ressentido. Afinal, 16 anos de exílio não é pouca coisa. Mas ele fez uma fala amorosa. Não falou do sofrimento, e sim da alegria de estar voltando à sua terra. Foi uma manifestação de afeto, de alegria, do quanto ele estava feliz com a oportunidade de trabalhar de novo com o seu povo. Aquilo me emocionou. Foi um encontro definitivo", declarou a deputada.

Erasto Fortes, professor da Universidade de Brasília, apresentou o livro "Direitos humanos e educação libertadora – gestão democrática da educação pública na cidade de São Paulo", que organizou juntamente com Ana Maria Freire, pela Editora Paz e Terra. A coletânea reúne escritos e falas de Paulo Freire no período em que ele foi secretário de Educação da capital paulista. O livro traz um encarte com imagens marcantes, reprodução de documentos e a transcrição de conferências. Alguns exemplares foram sorteados entre os participantes. REFERÊNCIA MUNDIAL - A Lei nº 12.612/ 2012 instituiu Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira. Erundina foi a autora do PL nº 5.418/05, que deu origem à lei, a qual foi relatada na Comissão de Educação pelo então deputado Carlos Abicalil (PT-MT). Paulo Freire é um dos brasileiros

mais célebres e um dos filósofos do século XX mais lidos do mundo, segundo o Massachusetts Institute of Technology. Escreveu muitos livros. Dentre eles, A Pedagogia do Oprimido, a terceira obra de ciências sociais e humanas mais citada no mundo, de acordo com a London School of Economics. Freire dedicou a vida à educação dos excluídos e defendeu uma educação libertadora que transforma a sociedade. O Sistema Paulo Freire, a crítica a uma educação bancária, a defesa de uma educação libertadora, a educação popular e a ação docente como prática de liberdade são legados fundamentais que o povo brasileiro precisa conhecer e reconhecer.


GARANTIR

À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE Com atribuições previstas no artigo 136 do ECA, o conselheiro tutelar atende crianças e adolescentes diante de situações de violação de direitos. Também é dever do conselheiro atender e aconselhar os pais ou responsáveis dessas crianças e adolescentes. A partir do atendimento, o profissional aplica medidas de proteção.

Votação: 6 de outubro.

Escolha os conselheiros tutelares de sua cidade. Acesse: conselhotutelar.sejus.df.gov.br e confira o seu local de votação.

o d l e lar. p a p Tute o é iro e s Es selhe n Co


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Segurança nos hospitais: agir agora para evitar tragédias anunciadas De 2012 até 2016, entre a eleição de Brasília para sede da Copa das Confederações e a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o noticiário local e nacional repetia exaustivamente as planos de contingência, operacionais, estratégicos e táticos para locais de concentração de pessoas e em grandes eventos, com foco em questões de segurança, trânsito, transporte e saúde. Desde o incêndio no Hospital Badim, na Zona Norte da capital carioca, no último dia 12, fica a impressão de que não aprendemos nenhuma das lições de tudo o que foi discutido e feito ao longo da década nesse campo. A situação das unidades públicas de saúde do Distrito Federal, com extintores vencidos, sem profissionais de engenharia e segurança no trabalho ou planos contingenciais para emergências como incêndios nos preocupa. E não é de hoje! Há muito tempo a insegurança é objeto da atenção de sindicatos, conselhos profissionais, órgãos de fiscalização

e controle, dos profissionais da saúde e dos pacientes. Depois da tragédia no Rio, ganhou relevância o fato de que 80% dos extintores usados nas unidades públicas de saúde do DF estão vencidos. Muitos rótulos dos equipamentos mostrando que venceram em 2017 – dois anos atrás! As irregularidades não se restringem aos extintores: incluem vazamento em caldeiras, equipamento inadequado de proteção contra radioatividade, problemas nas redes elétricas. Atingem desde as unidades básicas de saúde e hospitais geridos pela Administração Pública Direta até as UPAs e o Hospital de Base do DF, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). As repetidas cobranças do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), do Tribunal de Contas do DF (TCDF) e da Coordenadoria Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas (Conap), do Ministério Público do Trabalho ganha-

ram, enfim, a devida visibilidade. Em maio, o TCDF já cobrava da Secretaria de Estado de Saúde a contratação de engenheiros e arquitetos apontando insegurança. Apontavam a existência de apenas quatro arquitetos e três engenheiros elétricos no quadro de servidores para dar conta de 172 estabelecimentos de saúde – hospitais, unidades de pronto atendimento, postos e centros de saúde, centros de atenção psicossocial, entre outros. Existe ainda o agravante da superlotação dos corredores nos serviços de emergência dos hospitais, com macas e cadeiras que fazem as vezes de leito hospitalar. É assustador até mesmo imaginar uma evacuação desses ambientes em uma situação de incêndio. Já foram noticiados incêndios ou princípios de incêndio no Hospital de Santa Maria, na UPA de Ceilândia, no Hospital de Base do DF, no Hospital Regional de Taguatinga – duas vezes só este ano, em janeiro e julho, onde se usou extintores ven-

Dr. Gutemberg Fialho - Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

cidos para apagar as chamas. Os órgãos de fiscalização e controle, muitas vezes hostilizados e criticados têm feito os alertas, mas ao longo dos anos a situação se perpetua, os planos de contingência são postergados, os equipamentos de segurança se deterioram e os riscos se acumulam. O que vemos até agora é uma crônica de morte que, como no livro de Gabriel Garcia Márquez, já tem o nome da vítima anunciado no primeiro parágrafo da história.


Brasília Capital n Cultura n 14 n Brasília, 21 a 27 de setembro de 2019 - bsbcapital.com.br

Divaldo – Mensageiro da Paz Milhares de brasilienses já assistiram filme da história do médium espírita As nove salas de cinema que exibem o longa Divaldo – Mensageiro da Paz no Distrito Federal registraram um público superior a 30 mil pessoas desde a estreia, na quinta-feira (12). O filme conta a história do baiano Divaldo Franco, o principal médium espírita brasileiro da atualidade. O público poderá conhecer detalhes da trajetória do líder humanitário, desde sua infância no interior da Bahia, até sua consagração como filantropo, fundador da Mansão do Caminho e orador em prol da divulgação da Doutrina Espírita, no Brasil e no exterior. A narrativa começa na infância do personagem, fase em que ele é vivido pelo ator João Bravo. É quando Divaldo descobre que pode conversar com espíritos e, por isso, sofre com a rejeição dos colegas de escola, da igreja e do próprio pai. Na juventude, ele é interpretado por Guilherme Lobo, quando se muda para Salvador, onde aprende a lidar com sua mediunidade. A terceira fase é vivida pelo ator Bruno Garcia. Ao longo de sua jornada, Divaldo descobre a vocação filantrópica e

DIVULGAÇÃO

Da Redação

Guilherme Lobo (E) interpreta Divaldo (D) na juventude, segunda fase do filme que conta a trajetória do principal médium brasileiro da atualidade passa a auxiliar os necessitados de modo cada vez mais consistente, até abrir a Mansão do Caminho - obra social que há 67 anos presta diversos serviços voltados à saúde e à educação para milhares de pessoas. A vida e a obra de Divaldo Franco

sempre contaram com o companheirismo do espírito Joana de Ângelis (interpretada pela atriz Regiane Alves). Por meio de mediunidade, Joana e Divaldo já publicaram mais de 270 livros espíritas. Todo o resultado das vendas é destinado às obras so-

ciais da Mansão do Caminho. O roteiro e a direção são assinados por Clóvis Mello. O elenco ainda é composto por Álamo Facó, no papel de Chico Xavier; Marcos Veras, como espírito obsessor; e Laila Garin, que interpreta Dona Ana, mãe de Divaldo.

CRÔNICA

Não sei por que ando triste Maria Félix Fontele (*) Não sei por que ando triste. As palavras fogem e o vazio é incapaz de expressar essa realidade na qual estamos metidos. Agarro-me à poesia, inspiração que vem das alturas, metaforicamente hábil em exprimir o sentimento mais profundo. Tento enxergar a face de Deus, aquela benevolente e acolhedora. Preciso da força da música, da arte; da criação que transforma nosso íntimo fraturado em beleza, porque é preciso dar algum significado maior à vida.

Não sei porque ando triste, a chorar por dentro. Por fora, falta-me a lágrima, pois os olhos estão secos. Não cai um pingo d’água há cem dias. Por aqui, a umidade atinge picos de 20 a 8 por cento, a imitar a secura das almas dos homens. A fumaça dos incêndios nubla os céus e os passarinhos de meu quintal estão agitados como se reivindicassem, desde já, os lugares deles por direito: os galhos, as folhas das árvores novamente verdes e flores suculentas. Não sei por que ando triste. Há tanta brutalidade e morte por aí.

Não é só o assassinato físico e frio de centenas de pessoas, de 13 mulheres abatidas por dia, como bichos. O amor acabou? Não é só a agressão à natureza, aos animais, aos índios, aos pobres. Cadê a fraternidade? Não é só o fim da linha para estudantes e pesquisadores que perdem bolsas de estudos. O bom-senso sumiu? Não é só a onda miliciana e justiceira que invade o país. Não é só e somente a barbárie que recrudesce o mundo. Não é só a mentira que vira verdade. É a cultura que desaba? Não sei por que ando triste. Existe,

sim, uma nova ética, que não é ética, agora tendência, um sopro escuro que vem das profundezas e entranhas no ar que respiramos, sufocante! E outra lógica, que não é lógica, pois sorri diante da tortura de seres. O respeito perdeu-se? A corrupção também já não é mais corrupção. O que seria? São muitos os acontecimentos impostos, amigos, que não consigo escolher quais deles me deixa mais triste, embora eu não queira nunca perder o sorriso.

(*) Escritora e jornalista


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ESPÍRITO

José Matos Plante, e confie na colheita! O bem volta para que o fortaleçamos em nós e, o mal, para que nos libertemos pela educação Atanagildo, autor do excelente livro “Semeando e colhendo”, investigou, e conta, em sua obra, as razões dos sofrimentos que presenciou enquanto esteve entre nós. Em nenhum deles detectou injustiça ou abandono de Deus a seus filhos. Como gosta de repetir Paiva Neto, presidente da Legião Brasileira da Boa Vontade (LBV), “não

há injustiça em nenhum lugar do Universo”, embora haja injustiça aparente quando se olha apenas para esta vida. Vivemos dentro de um projeto e num processo no qual a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. O bem volta para que o fortaleçamos em nós o mal, para que nos libertemos pela educação.Com os ensinamentos e exemplos

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Rotulagem nutricional frontal vai mudar. Agora vai! Modelo escolhido usa formato de lupa, que, de acordo com a Anvisa, será obrigatório nos rótulos dos produtos alimentícios Há aproximadamente 5 anos, a rotulagem frontal está em discussão no Brasil. Desde 2014, o Instituto Brasileiro de Defesa do Con-

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sumidor (Idec) faz parte do grupo criado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para revisar as atuais normas de rotula-

dos bons, acordamos para o bem. Com o mal, aprendemos a evitá-lo e a superá-lo. Tudo é uma questão de encantamento. Com o que nos encantemos, colheremos as consequências de felicidade ou infelicidade. O Mestre Osho, no livro “Saúde emocional”, analisa a questão da plantação e da colheita: “O homem mais rico do mundo, num certo sentido, é o mais pobre também. Ele tem tudo, materialmente falando, mas é absolutamente pobre, oco e vazio. “Existem pessoas pobres que você acha que são imensamente ricas. Não são ricas em coisas, mas em seu ser. A primeira coisa na vida deve ser descobrir o significado do momento presente. “O aroma básico do seu ser deve ser amor, alegria, celebração. Então você pode fazer qualquer coisa e o dinheiro não destruirá você, Mas, se em vez disso você coloca tudo de lado para correr atrás de dinheiro, achando que

o dinheiro compra tudo, um dia descobre que o dinheiro não pode comprar o mais importante, que é a sua felicidade. “Você acrescentou coisas à sua vida. Agora, acrescente algo ao seu ser. É nisso que consiste toda a tragédia da vida humana: você está dormindo e o mundo externo está lhe dominando. “A cabeça é um belo mecanismo. Use-a, mas não seja usado por ela. Quando o raciocínio serve aos sentimentos, tudo fica equilibrado. Seja você mesmo. Ame. Ame-se. A existência aceita você - é por isso que você está aqui. Do contrário, não estaria. “Você está de pernas para o ar, mas você não é um pecador - basta uma leve arrumadinha e se tornará um belo fenômeno”.

gem de alimentos no Brasil. O grupo reúne pesquisadores de instituições de ensino, organizações da sociedade civil e representantes do setor produtivo. Em 2018, foi encerrada uma tomada pública sobre o tema, que contou com mais de 33 mil contribuições. No dia 12 de setembro, a Anvisa apresentou o modelo de rotulagem nutricional frontal a ser levado para consulta pública. O modelo escolhido usa o formato de lupa, que, de acordo com a agência, será obrigatório nos rótulos dos produtos alimentícios para indicar quantidades excessivas de açúcar adicionado, gordura ou sódio nos. Além dos rótulos na parte da frente das embalagens, a agência tam-

bém garantiu que irá apresentar a quantidade de nutrientes por 100g (no caso de sólidos), ou 100ml (no caso de líquidos) para facilitar a comparação dos produtos para os consumidores poderem fazer escolhas mais conscientes. Em relação aos nutrientes que deverão ser apresentados com o selo de advertência, a agência excluiu gorduras totais, adoçante e gordura trans. O prazo para as empresas se adequarem totalmente será de 42 meses após a publicação da norma.

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutriocionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

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