Pelaí - Página 3
Pelaí - Página 3
Ano VIII - 389
Delio Lins: Independência na Ordem
Brasília, 17 a 23 de novembro de 2018
O time de Ibaneis
Governador eleito escala titulares para o início de sua gestão, em janeiro. Emedebista acata indicações de cartolas como Michel Temer, José Sarney, José Roberto Arruda e Tadeu Filippelli. E provoca protestos da torcida com a convocação de Laerte Bessa para comandar o Gabinete de Segurança Institucional, que pode extinguir a Casa Militar.
Páginas 4 e 5 / Renato Riella - Página 2
ARTIGOS
Mais médicos e o Exército de Jalecos Bracos Daniel Sabino - Página 6
Reforma da polícia, um ato de coragem Elias Costa - Página 12
A saúde brasileira precisa de ações reais Dr. Gutemberg - Página 13
Saúde é paroxítona? Chapéu é oxítona?
Páginas 8 e 9 e Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11
Elias Santana - Página 14
ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS
Jane Fonda: a minha ex-paixão
Os preferidos de Taguatinga e Águas Claras Enquete do bsbcapital.com.br com a participação de 15 mil internautas aponta os candidatos preferidos da população para as administrações de Taguatinga e de Águas Claras. Embora informal, o levantamento mostra uma tendência para composição das listas tríplices a serem encaminhadas ao governador eleito Ibaneis Rocha no início do ano.
Chico Vigilante: de olho no Buriti
Fernando Pinto - Página 14
Precisa-se de guias espirituais José Matos - Página 15
Jucelino Carvalho
Eliseu Kadesh
José Luiz Lopes
Sobre alimentos transgênicos Caroline Romeiro - Página 15
O meio e os extremos João Carlos Bertolucci
Winston Lima
Vasco Pigatto
Mario Pontes - Página 16
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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PT já pensa em 2022
Partidarização da OAB-DF
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 17 a 23 de Novembro de 2018 - bsbcapital.com.br
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ARTIGO
x p e d i e n t e
A corrida pelas administrações regionais Renato Riella (*)
Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com
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oisas novas geram coisas novas. O anúncio do governador eleito Ibaneis Rocha de que vai ouvir as comunidades para escolher os administradores regionais é uma coisa nova. Mas gerou uma coisa novíssima: a disputa feroz entre centenas (ou milhares) de lideranças comunitárias, religiosas, esportivas, musicais, de bairro ou de quadra, etc. Virou uma guerra! O atual governador Rodrigo Rollemberg teve seu principal fracasso nesta questão. Prometeu abertamente, na campanha de 2014, que faria eleição direta e aberta para a escolha dos administradores. Depois deu uma banana para o povo. No primeiro momento, nomeou administradores arbitrariamente, junto com o vice Renato Santana, que era o coordenador das administrações regionais. Quando o vice-governador virou a cabeça e começou a trabalhar só pensando na própria eleição, Rollemberg rompeu com ele, que se transformou num nada, uma alma penada dentro do Buriti. Rollemberg passou a “vender” as Regiões Administrativas para deputados distritais burros, que se queimaram com isso. Lira é o pior exemplo. Ele trocava de administrador em São Sebastião como quem troca de fraldas. Quando o administrador começava a se destacar, era derrubado pelo ciúme do deputado.
Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br
Os textos assinados são de responsabilidade dos autores
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nRenato Santana Ninguém quer largar o osso. Amaral Cícero Filho, via Facebook Renato Santana tinha que ser administrador de Ceilândia. Robério Andrade Barreto, via bsbcapital.com.br Ele vai continuar no governo. Só resta saber se será oposição de novo ou não. Robert
Vieira, via Facebook Sobre nota no Pelaí em que o vice-governador Renato Santana admite que aceitaria cargo na gestão Ibaneis Rocha. nSUS Muito bom texto, Dr. Gutemberg. Parabéns por entender, como médico, as necessidades e importância do
Assim, São Sebastião naufragou e o distrital, também, perdendo feio a eleição. Agora temos o método Ibaneis para resolver o problema, mas as regras não estão ainda definidas. O governador eleito, quando presidente da OAB-DF, defendeu a participação do povo na escolha dos administradores regionais. Mas é tarefa quase impossível de ser bem resolvida. Há 31 RAs hoje e Ibaneis promete criar, de imediato, mais duas (Sol Nascente e Pôr do Sol), duas ex-favelas que serão desmembradas de Ceilândia. Durante os três primeiros meses, o futuro governador indicará administradores provisórios. Nesse período, vai ouvir a comunidade, que deverá apresentar a ele uma lista com três nomes. Desses, ele escolherá um administrador regional. Nada impede, porém, que os provisórios sejam mantidos. Ansiosa e desesperada, a população de cada cidade está se mexendo de forma neurótica para “eleger” possíveis administradores. Há coisas malucas! Circulam nas redes sociais enquetes em que centenas de pessoas votam para indicar nomes de “administradores”. Dentre essas pesquisas, surgiu a do semanário Brasília Capital, que abriu, de forma séria e idônea, espaço para a participação da comunidade. Até o fechamento deste artigo, mais de 16 mil leitores haviam acessado o site bsbcapital.com.br para deixar seu voto na corrida pelas regionais de
Águas Claras, Taguatinga e Ceilândia. Sem dúvida, um universo bastante representativo e que dará ao governador Ibaneis uma ideia de tendência da preferência dessas populações. Ao contrário de outras consultas, a do Brasília Capital não permite que o mesmo IP de computador ou de telefone celular vote mais de uma vez. Pena que não restringiu a participação de moradores de outras localidades. Mas isto é um mero detalhe. Afinal, porque um cidadão do Gama vai querer se intrometer na escolha do administrador de Taguatinga? O levantamento do Brasília Capital se distingue, também, de enquetes montadas por algumas entidades. Nunca vi tanta associação, tanta instituição falante em nome da sociedade. Em Taguatinga, por exemplo, uma das mais vibrantes é o Clube do Jeep. Nesta mesma Taguatinga parece que existem seis rotarys clubes. Etc, etc. Acompanho dezenas de grupos nas redes sociais e dou muita risada com tudo. Moral da história: este povo do DF é mesmo apaixonado por política. E, para ninguém cair em esparrela, sugiro acompanhar as enquetes do Brasília Capital, de longe o que surgiu de mais sério neste verdadeiro Terceiro Turno criado por Ibaneis.
(*) Jornalista e um dos coordenadores da campanha de Ibaneis Rocha
a r t a s
melhor sistema de saúde do mundo: o SUS – apesar de suas dificuldades. Kally Cristina Rosa Balbino, via bsbcapital. com.br Excelente, Dr. Gutemberg! É uma obrigação do Estado manter o SUS funcionando perfeitamente. Odair Lessa, via Facebook Sobre coluna do Dr. Gutemberg, em que trata o SUS como
necessidade e não como opção. nOAB-DF Bom conhecer os candidatos. Não conhecia e preciso votar! Juliana Marques, via Facebook Não acho que a Ordem mereça tanta atenção. Vítor Aragão, via Facebook Torcendo pela vitória do Dr. Délio Lins, a OAB-DF pre-
cisa de alguém como ele, com visão empreendedora e comprometida! Maria Celeste Gliosci, via Facebook Muito bom! Délio Lins demonstrou nesta entrevista que é o melhor candidato! Karlos Eduardo, via Facebook Sobre coluna Brasília por Chico Sant’Anna, com 11 perguntas para os candidatos à presidência da OAB-DF.
Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 17 a 23 de Novembro de 2018 - bsbcapital.com.br
IMERSÃO – Defender a democracia para defender o Brasil. Este é o tema do encontro SubImersiva 2018, promovido pelo Núcleo Darcy Ribeiro, da base do PDT de Brasília. O evento, que acontece sábado (17) e domingo (18), na UnB, é uma imersão política para debater o futuro da democracia nos próximos quatro anos. Formarão as mesas dos debates ex-candidatos nas eleições de outubro: Rayssa Tomaz (PV), Derson Maia (PDT), Ana Prestes (PCdoB), Keka Bagno (PSol) e Rodrigo Dias (PSB).
Contas ofuscam futuro presidente da CEB
PT já pensa em 2022
Delio Lins condena partidarização da OAB-DF
JÚLIO PONTES
O próximo presidente da CEB, Wandermilson de Jesus Garcez de Azevedo (foto abaixo), ex-administrador do Lago Sul na gestão Agnelo Queiroz (PT), foi candidato a distrital em 2014 pelo PV, e conseguiu 2.942 votos. Vem daí um de seus problemas.
Em entrevista ao Brasília Capital, o candidato oposicionista a presidente da OAB-DF, Delio Lins (foto abaixo), condenou a partidarização na entidade. “Nunca vi um presidente da Ordem em exercício subir num palanque e fazer campanha política para quem quer que seja”, atacou.
CONTAS – Na prestação de contas de sua campanha ao Tribunal Regional Eleitoral do DF, segundo acórdão 6.723, Wander não apresentou recibos eleitorais e o TRE detectou ausência de documentação comprobatória das doações em dinheiro.
PALANQUE - Ele cita episódio em que o presidente Juliano Costa Couto, o candidato Jacques Veloso e o governador eleito Ibaneis Rocha subiram no mesmo palanque, “Temo que a Ordem perca a independência de apontar o dedo quando tiver alguma coisa errada”. A eleição será dia 29. Mais de 33 mil advogados estão aptos a votar.
IMPROBIDADE – Outra complicação de Wander, que é apadrinhado político do ex-senador José Sarney (MA), é uma condenação no TJDFT por improbidade administrativa quando estava à frente da Administração do Lago Sul. A sentença está no processo 2014.01.1.181574-9. REPRODUÇÃO FACEBOOK
O deputado distrital Chico Vigilante foi reeleito e cumprirá seu quarto mandato na CLDF
Os pífios resultados obtidos nas urnas deste ano têm provocado debates internos no PT já com vistas às eleições de 2022. A avaliação da cúpula petista é de que será necessário montar uma forte chapa majoritária com candidatos ao Senado e ao Buriti. DESCONHECIDOS – A constatação é de que os desconhecidos Júlio Miragaya e Marcelo Neves, que concorreram, respectivamente, ao GDF e ao Senado, não ajudaram a “puxar” votos para os candidatos proporcionais às Câmaras Legislativa e Federal. Com isso, o PT perdeu força no DF. VIGILANTE – Dentre as várias correntes internas, a mais numerosa é a Articulação. Um dos expoentes do grupo é o distrital reeleito Chico Vigilante,
justamente o nome que desponta, de imediato, como possível concorrente à sucessão do recém-eleito Ibaneis Rocha (MDB). Chico não descarta encarar o desafio. MANDATOS – Ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), Chico Vigilante foi deputado federal por dois mandatos e há 12 anos tem cadeira cativa na Câmara Legislativa, onde cumprirá o quarto mandato a partir de 2019. BERZOINI – Provavelmente pensando em voos mais altos, o distrital, mesmo se recuperando de uma infecção urinária, tem tratado da reformulação de sua equipe na Câmara. O primeiro reforço deve ser o ex-ministro Ricardo Berzoini, que assumiria a chefia de gabinete do distrital.
Paulo Pedrosa assumirá Minas e Energia Sob a batuta do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e seguindo os conselhos do mercado, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) decidiu manter o Ministério das Minas e Energia separado da
pasta da Infraestrutura. A equipe de transição também está com diálogo avançado com o ex-secretário-executivo do MME no governo Michel Temer, Paulo Pedrosa, para assumir o cargo.
JÚLIO PONTES
Parente desagrada A confirmação do nome de Rafael Parente, filho do ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente da Petrobras Pedro Parente para a Secretaria de Educação desagradou, de uma só vez o senador Cristovam Buarque (PPS), candidato derrotado ao Palácio do Buriti, e o deputado Izalci Lucas (PSDB), eleito senador a partir de 2019.
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Clínica cobra preços populares em consultas médicas
{CEILÂNDIA PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA
TEMPO MENOR - “Nossa proposta é reduzir o tempo de atendimento aos pacientes que encontram dificuldade de marcar consultas ambulatoriais pelo SUS e as pessoas que não têm convênio e muito menos condições de pagar os preços cobrados pela grande maioria das clínicas particulares”, explica o médico. Além das consultas ambulatoriais, a CentroMeb está equipada para realizar diversos tipos de exames. Entre eles, exames de sangue, fezes e urina, ultrassonografia, radiografia, tomografia, mamografia e check-up cardiológico (eletrocardiograma, mapa da pressão, holter, ecocardiograma). “Isto facilitará o diagnóstico rápido dos problemas mais comuns tratados nos atendimentos ambulatoriais”, explica Caio Simões. SEM CONVÊNIO - A sede do CentroMeb fica QNN 30, Área Especial K, ao lado do supermercado Ultrabox, em Ceilândia Sul, na mesma avenida da Fundação Bradesco. Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados, das 7h às 13h. Como não atende por convênio, o pagamento será cobrado à vista, em dinheiro ou no cartão. Serviço: Endereço: QNN 30, Área Especial K, rua da Fundação Bradesco, ao lado do supermercado Ultrabox – Ceilândia Sul Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 7h às 18h Aos sábados, das 7h às 13h Telefone: (61) 3378-3399 REPRODUÇÃO SITE CENTROMEB
DIVULGAÇÃO
O Centro Médico Brasília (CentroMeb) funciona em Ceilândia desde fevereiro deste ano e realiza consultas médicas especializadas, exames de imagem e laboratoriais, com a política de preços acessíveis. O CentroMeb pretende abrir novas unidades até 2020. Entre outros, são disponibilizados atendimentos de Cardiologia, Pediatria, Ginecologia, Dermatologia, Angiologia, Ortopedia e Psiquiatria. Segundo o diretor-técnico do CentroMeb em Ceilândia, doutor Caio Simões, a ideia é levar para a mais populosa cidade do Distrito Federal (cerca de 600 mil habitantes) a nova tendência de clínicas populares.
Jackson (no detalhe): trabalho para a população conhecer o futuro administrador
Ceilândia sabatina candidatos a administrador Júlio Pontes Seis pré-candidatos foram sabatinados pelo Fórum de Discussões dos Moradores de Ceilândia para formação da lista tríplice a ser encaminhada ao governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) para escolha do futuro administrador da Região Administrativa. Outros quatro interessados em ocupar o cargo não comparecer mas mandaram justificativas. Participaram do encontro: Divino Rosa de Araújo, Aderval K. Andrade, Paulo Florentino da Silveira, Marcos Antônio, Rubens Estêvão Gomes, Carlos Alexandre do Prado. Não foram sabatinados: Áureo Costa, Goudim Carneiro, Edson da Codhab e Tia Joana. No site bsbcapital.com.br está aberta uma enquete para a população votar no próximo administrador. Trata-se de um levantamento extraoficial, sem compromisso com a decisão de Ibaneis
Rocha. A apuração será encerrada sexta-feira (23) e os resultados publicados na próxima edição do jornal. O organizador do Fórum de Discussões de Ceilândia, Jakson Souza, acredita que o trabalho é fundamental para que a população conheça quem vai administrar a cidade onde mora. Compareceram à reunião 61 pessoas da comunidade. “Vamos fazer mais três encontros. Até dezembro entregaremos uma lista para o governador eleito, de acordo com as apresentações feitas nas reuniões”. A deputada distrital não reeleita Luzia de Paula (PSB) entrou em contato com o Brasília Capital para informar que não pretende ocupar o cargo de administradora. Por isso, seu nome foi retirado da enquete às 14h de quarta-feira (14). Até aquele momento ela tinha 560 votos, que foram descartados.
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ENQUETE {ÁGUAS CLARAS
{TAGUATINGA
Jucelino, Kadesh e Lopes lideram em Taguatinga
Bertolucci, Winston e Vasco são os mais votados em Águas Claras
A enquete sobre o próximo administrador de Taguatinga, que ficou no ar durante nove dias, registrou 9.750 votos. Os três mais
No ar desde o dia 11 de novembro, a enquete para participação popular do administrador de Águas Claras chegou a 4.616 votantes. Entre os onze
votados foram Jucelino Carvalho (2.972 votos), Eliseu Kadesh (2.698 votos) e José Luiz Lopes (764 votos).
REPRODUÇÃO WHATSAPP
nomes, os três mais votados foram João Carlos Bertolucci (1.402 votos), Winston Rodrigues Lima (1.248 votos) e Vasco Pigatto (585 votos). ARQUIVO PESSOAL
Jucelino Carvalho é diretor da Regional de Ensino de Taguatinga. Caso venha a ser administrador, pretende deixar a cidade sempre limpa e levar a educação para o âmbito da Administração. “Falta o carinho que aumenta a autoestima da população”, aponta. Sonha com a volta de festivais e atrações culturais, como a antiga festa da Facita. Conta com o apoio do distrital reeleito Reginaldo Veras (PDT).
João C. Bertolucci é líder do movimento O Parque é Nosso, responsável pela expansão de 31,5 hectares do Parque Ecológico. “Fizemos um abaixo-assinado, com 1.080 participações”. Pioneiro na cidade, suas metas são: reforçar a necessidade de construir a Interbairros, concluir o calçamento e realizar debates sobre as obras prioritárias para a cidade. É assessor de Telma Rufino, que indicou os administradores da RA na gestão Rollemberg.
JÚLIO PONTES
REPRODUÇÃO FACEBOOK
Eliseu Kadesh é diretor do Colégio Kadima. Lançou-se pré-candidato ao GDF e acabou como segundo suplente do candidato ao Senado Juiz Everardo (PMN), mas renunciou. Para Kadesh, não basta ser “amigo da galera” para pleitear o cargo, referindo-se aos líderes comunitários. “Me preparei para um cargo no Executivo, que seria o Governo. Estou apto a assumir a Administração Regional”.
Winston Lima é capitão da reserva da Marinha, foi candidato a deputado distrital pelo PRP e obteve 5.400 votos, tornando-se o segundo mais votado em Águas Claras, perdendo apenas para a eleita Telma Rufino (Pros). Aos 57 anos, mora há nove na cidade. Se for indicado para a administração, pretende lutar pela conclusão do calçamento com acessibilidade, aumentar o número de creches e construir a primeira escola pública na parte vertical da cidade.
JÚLIO PONTES
REPRODUÇÃO FACEBOOK
José Luiz Lopes passou a ser reconhecido como líder comunitário, inclusive em sessão solene na Câmara dos Deputados, após coordenar o grupo Defensores de Taguatinga e comprar brigas em defesa da cidade. “Não tem ninguém melhor do que eu para o cargo”. Papiloscopista aposentado da Polícia Civil, ajudou na campanha do deputado Laerte Bessa (PR) e tem o apoio do empresário Paulo Octavio (PP).
Vasco Pigatto é empresário da construção civil. Construiu o primeiro edifício de Águas Claras, o Residencial Park Way. “Participei da concepção do projeto da cidade”. Pretende instalar a delegacia de Polícia, criar um programa de cultura permanente e instalar uma biblioteca no Parque Ecológico. Com bom trânsito com a Associação Comercial e Industrial de Águas Claras (ACIAC), quer diminuir o número de quiosques irregulares.
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Mais Médicos e o Exército de Jalecos Brancos DIVULGAÇÃO
“Vale milhões de vezes mais a vida de um só ser humano, do que todas as propriedades do homem mais rico da terra” Daniel Sabino (*) Fui interno na sala “Mestre” do Hospital Calixto Garcia, no coração de Havana, em Cuba, e tive por maestro um galeno já de idade, negro, chamado Vicente Ernesto Peña. Senhorzinho franzino, sarcástico, arguto e genial, a quem sempre serei grato e renderei homenagens. Foi ele quem conduziu-me pelos caminhos da paixão pela ciência e, com seu exemplo, introjetou-me um ideal de vida fundamental: a preponderância da consciência do dever a cumprir acima de qualquer interesse monetário ou material – ainda que me reprochasse o cabelo despenteado, a barba por fazer e o aspecto amarrotado do meu jaleco. Quem não conhece a história de Cuba, não imagina em que tradição, ou com base em que valores forjou-se sua medicina e seu sistema de saúde. País que, com o triunfo da revolução, em 1959, perdeu três mil médicos de uma só vez (metade dos que havia), que preferiram emigrar a colaborar com o novo governo que se impunha pela guerrilha, após derrotar uma sanguinária ditadura apoiada pelos Estados Unidos, desde a distante Sierra Maestra, às montanhas azuladas do Escambray. Sentia-me orgulhoso por fazer parte do “Ejercito de Batas Blancas” de 35 mil estudantes estrangeiros, de 136 nacionalidades, que havia tido o privilégio de aprender
Fachada do Hospital Calixto Garcia, entre os bairros Vedado e Centrohabana, em Havana, Cuba medicina na ilha, de graça, como um membro a mais da família. Éramos prova da vocação solidária e internacionalista da revolução, sintetizada no projeto da Escuela Latinoamerciana de Medicina (ELAM) – ideliazada por Fidel Castro –, cujo sedimento fez-se reconhecer no labor do Contingente Internacional Henry Reeve, brigada médica especializada em desastres e grandes epidemias. Dói na alma perceber que a desinformação, o viés ideológico, e até mesmo o preconceito foram estopim de um processo que culminou no triste término da colaboração médica cubana aqui no Brasil. Iniciada no governo Dilma, essa colaboração de um país que, em 55 anos, cumpriu missões internacio-
nais em 164 nações, nas quais participaram mais de 400 mil trabalhadores da saúde – tendo garantido, além dos benefícios extras que recebem no país da missão, seus salários integrais e todos os direitos sociais e laborais como funcionários de carreira em Cuba –, fosse na luta contra o ebola na África, a cólera no Haiti, ou no inadvertido terremoto que devastou o Paquistão. Nos cinco anos que participou do programa Mais Médicos, Cuba colaborou com mais de 20 mil médicos, atendendo a 113 milhões de pacientes, com aprovação de 95% da população, e determinante presença na Amazônia, regiões periféricas e distritos indígenas. Com os médicos cubanos, mais de 700 municipios brasileiros conheceram médico pela
primeira vez, em 500 anos. Nesse momento de despedida, num misto de indignação e nostalgia, por ver tanta mentira cristalizada – mas fortalecido na dignidade do povo cubano –, só consigo lembrar uma frase, que me recebia todos os dias, na entrada daquele que será meu eterno hospital de referência: “Vale, pero millones de veces más, la vida de um solo ser humano que todas las propiedades del hombre mas rico de la teirra.” Traduzindo: “Vale milhões de vezes mais a vida de um só ser humano, do que todas as propriedades do homem mais rico da terra”.
(*) Brasiliense formado pela Escuela Latinoamericana de Medicina (Elam-Cuba)
/CamaraLegislativaDoDistritoFederal @ComunicaCLDF
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O time de Júlio Pontes
O
“técnico” Ibaneis Rocha começou a convocação do elenco para montar o time que começará o jogo dos seus quatro anos no comando do Palácio do Buriti. O governador eleito aproveita o momento de transição como pré-temporada para entrosar a equipe visando resgatar os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral. A escalação começou pelo meio de campo. A Secretaria de Fazenda, que vai abastecer as demais pastas com dinheiro para custeio e investimentos, além de tentar conter o excesso de gastos, será chefiada por André Clemente, experiente auditor da Receita, que atuou no mesmo cargo nas gestões de José Roberto Arruda, Paulo Octávio e Rogério Rosso. Para a Casa Civil, foi escolhido um veterano “rodado” em cargos públicos. Eumar Novacki já ocupou a mesma pasta em Mato Grosso, onde também atuou como secretário de Comunicação e chefe de gabinete do governador. Hoje, é secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para a Habitação, Ibaneis escalou Mateus Oliveira, ex-assessor jurídico da Prefeitura de São Paulo. Em Brasília, integra o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan). O titular da Secretaria de Obras foi uma decisão conjunta da comissão técnica. Izídio Santos
Júnior, vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) foi endossado pelos empresários do setor. Júlio César Reis será mantido na presidência da Terracap. Afinal, em time que está ganhando não se mexe.
DEFESA - O sistema defensivo está praticamente montado. O secretário de Segurança será Anderson Gustavo Torres, aliado do futuro presidente Jair Bolsonaro. O comando-geral da PM será da coronel Sheyla Soares Sampaio. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional será o deputado federal não reeleito Laerte Bessa (PR). Ibaneis ouviu a torcida e escolheu os chefes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil após formação de listas tríplices, em diálogo com as categorias. O comandante-geral do CBM-DF será o coronel Carlos Emilson Ferreira dos Santos. E na PCDF, o delegado da 11ª DP (Núcleo Bandeirante), Robson Cândido. Os capitães do time também estão definidos. Para a Secretaria de Justiça, o escolhido foi Gustavo Rocha, que atua no governo federal, na subchefia da Casa Civil da Presidência. O controlador-geral será Aldemario Castro, com passagem pela Advocacia Geral da União. É professor na Universidade Católica de Brasília e coordenador da Dívida Ativa da União. O ataque ainda está desfalcado. A Saúde não tem nome, mas Ibaneis ausculta o setor para verificar a pressão antes de nomear o secretário. Dr. Gutemberg – pre-
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e Ibaneis FOTOS: REPRODUÇÃO FACEBOOK, YOUTUBE / DIVULGAÇÃO / RENAN BAFFI
Escalação:
1• Laerte Bessa: Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) 2• Cel. Carlos Emilson Ferreira: Comandante do Corpo de Bombeiros 3• Robson Cândido: Diretor da Polícia Civil 4• Anderson Gustavo Torres: Segurança Pública 5• André Clemente: Fazenda
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6• Cel. Sheyla Soares Sampaio: Comando-Geral da Polícia Militar 7• Weligton Moraes: Comunicação Social
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8• Izídio Santos: Obras 9• Rafael Parente: Educação
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10• Júlio Cesar: Terracap 11• Dr. Gutemberg: Dúvida para a Secretaria de Saúde Reservas: Sarney Filho: Meio Ambiente Éricka Filippelli: Secretaria da Mulher
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Aldemário Araújo: Controlador-Geral do DF Eumar Novacki: Casa Civil
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Mateus de Oliveira: Habitação Gustavo Rocha: Justiça Fabrício Moura: Detran-DF Wander Azevedo: CEB
sidente do SindMédico e Jorge Vianna – distrital eleito e ligado aos enfermeiros – podem ser os responsáveis pela indicação. Gutemberg pode ocupar o cargo. A Educação já está definida. A área pode ser responsável pelo gol de placa de Ibaneis. Foi contratado um nome de peso: Rafael Parente, ex-subsecretário de Educação na Prefeitura do Rio na gestão de Eduardo Paes (DEM), filho de Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras. Parente é doutor em educação pela Universidade de Nova York. O atacante de velocidade é o jornalista Weligton Moraes. Titular da Comunicação Social, ele terá a missão de manter em alta a imagem de toda a gestão. Conhecido da galera por sua habilidade – já foi secretário de Wanderley Vallin, Joaquim Roriz e Arruda – será o responsável pelo bom relacionamento com a imprensa. Ibaneis também ouve palpites de cartolas. Caciques do MDB, Tadeu Filippelli e José Sarney entraram em campo e garantiram vagas para Ericka Filippelli, na Secretaria da Mulher, e Zequinha Sarney para o Meio Ambiente, respectivamente. Ela é nora do ex-vice-governador; ele é deputado federal, perdeu a disputa para o Senado no Maranhão. Chefiou o Ministério do Meio Ambiente nos governos Lula e Temer. O vice-governador eleito Paco Britto anunciou na quarta-feira (14) Fabrício Moura, de 34 anos, para o Detran-DF. E Ibaneis apontou Wander Azevedo, ex-administrador do Lago Sul no governo Agnelo, para ser o presidente da CEB.
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Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress. com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com
Por Chico Sant’Anna
Ibaneis: Crise na Segurança antes de começar o governo
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odos os candidatos sabiam que pacificar a área de segurança pública no DF seria e será o grande desafio do governador eleito. Há muito, esse setor é a dor de cabeça de quem passa pelo Buriti. Tradicionalmente, há uma disputa entre as polícias Militar e Civil e os titulares da Secretaria de Segurança têm tido pouca ou quase nenhuma condição de botar ordem no quintal. A rixa interna mais do que justifica uma unificação das duas policias, acabando com esse corporativismo que não traz nenhum benefício à população; criando uma polícia única, como acontece na maioria dos países desenvolvidos do mundo. Mas governador algum teve a coragem de ir por esse caminho. O vespeiro é grande. O que ninguém esperava é que os problemas começassem antes da posse. A transformação do Gabinete Militar em Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – copiando o modelo do Palácio do Planalto – esquentou os ânimos nos quartéis. DITADURA – Os Gabinetes, ou Casas Militares foram invenções da Ditadura de 1964. No DF, a criação se deu na década de 1970, anos de chumbo do Regime. Não bastava que a Capital fosse governada por um coronel designado por um general-presidente, era necessário montar uma estrutura militar na retaguarda. Na ocasião, eram poucos os policiais militares que
CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS.
Bessa: derrotado nas urnas, vai comandar o GSI no governo Ibaneis
tinham a patente de coronel e, em consequência, o cargo era tradicionalmente ocupado por um egresso do Exército. Com a criação do GSI, a função de chefe de Gabinete Militar deixa de ser privativa de um militar e, nessa condição, o deputado em fim de mandato Laerte Bessa (PR) foi designado para o cargo. A revolta se implantou no oficialato e foi verbalizada da tribuna da Câmara dos Deputados pelo coronel reformado, e ex-candidato a governador, Alberto Fraga (DEM).
THIAGO OLIVEIRA
Fraga: aliado de Bolsonaro, ele não perdoa traição de Bessa na campanha
Fraga já estava mordido, por ter testemunhado em meio à campanha a traição de Bessa, que o largou para apoiar Ibaneis. Juntou a raiva com a vontade de bater. Para todo o Brasil e transmitido ao vivo pela TV Câmara, chamou o governador eleito de “jumento” e cobrou coerência do ex-amigo e hoje desafeto Bessa, além de criticar a criação do GSI. O plenário da Câmara só não se transformou num palco de telecatch – telecatch era um misto de simulação de MMA com palhaçada
transmitido na TV – por conta da turma do deixa disso. Na verdade, o GDF não precisa nem de Gabinete Militar, nem de GSI. As funções ali desempenhadas podem ser facilmente desempenhadas pela Secretaria de Segurança, que ganharia mais escopo, e pelas próprias corporações. Por de trás dessas três letrinhas estão cerca de 200 cargos comissionados e muita briga por espaço de poder. A extinção do GSI resultaria em economia aos cofres públicos e mais agilidade administrativa.
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Linha dura O descontentamento da tropa também recai sobre a escolha da coronel Sheyla Soares Sampaio. Primeira mulher a comandar a PMDF, Sheyla não é exatamente a paixão dos PMs. É considerada linha dura, mão de ferro na disciplina. Na condição de chefe do Policiamento da Regional Sul – Núcleo Ban-
deirante, Recanto das Emas e Riacho Fundo I e II – ela foi responsável pela a abertura de diversos procedimentos disciplinares internos. Além disso, ela seria de uma turma mais jovem de coronéis e sua designação teria atropelado a carreira de outros há mais tempo na tropa. Vamos ver como ela arruma a casa! Digo, a caserna.
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Joffre Nascimento: apoio de 12 entidades comunitárias para continuar na administração
Park Way Zequinha Sarney: ex-ministro de Temer vai chefiar a área de Meio Ambiente na gestão de Ibaneis
Mais arrudismo A cada nomeação, o GDF de Ibaneis ganha mais contornos de arrudismo. Quando do governo Arruda, o GDF serviu de cabide para que nomes do cenário nacional arrumassem um empreguinho na Capital diante do insucesso eleitoral. Foi assim, com o ex-senador José Jorge, que ocupava o Ministério das Minas e Energia na época do apagão de FHC e virou presidente da CEB; com o ex-prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi, nomeado secretário de Desenvolvimento Urbano. Com Ibaneis, o agraciado vem do clã Sarney. Zequinha Sarney (foto), que perdeu a eleição para o Senado, será o secretário de Meio Ambiente. No governo Termer, Zequinha esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente e lançou a bandeira da pri-
vatização de Parques Nacionais – ou concessão de gestão, como preferem seus apoiadores. A primeira unidade a ser privatizada seria a Água Mineral, onde o edital, conforme denunciamos nesta coluna, permitia a exploração de casa de festas e parque aquático. Só não foi pra frente porque o TCU brecou. Assim como o novo secretário da Fazenda, André Clemente, o futuro secretário de Comunicação será o jornalista Wellington Moraes, que ocupou o mesmo cargo nas gestões de Arruda e Roriz. Bahiano, como é chamado pelos amigos, chegou a ser preso na Operação Caixa de Pandora sob a acusação de obstrução de Justiça, mas depois foi julgado inocente, e o próprio Ministério Público retirou a acusação.
No Park Way, a comunidade está fechando em um único nome. É de José Joffre Nascimento. Neto do lendário Joffre Parada, pioneiro e primeiro presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do DF – Crea-DF, ele conta com o apoio de doze entidades comunitárias, empresariais, culturais e movimentos sociais
do bairro e de centena de moradores que assinaram um abaixo assinado em seu apoio. Joffre tem perfil técnico e, nessa condição, assumiu, em agosto, a administração do Park Way, na desincompatibilização do distrital eleito Roosevelt Vilela. Desde então, tem mostrado bom serviço no reparo das estruturas do bairro.
Sucessão nas RAs Diante da promessa de que os administradores regionais serão escolhidos a partir de listas tríplices elaboradas pelas comunidades de cada cidade-satélite, moradores de diversas regiões estão se mobilizando. No Gama, o Fórum Comunitário e de Entidades da cidade, que reúne diversas entidades e movimentos
sociais, tirou três nomes: a advogada Julia Solange; o presidente do Conselho de Saúde da cidade, Enóquio Rocha; e o contador Márcio Carneiro. A plenária que deliberou pela lista tríplice a ser encaminhada ao governador eleito contou com a participação de 200 representantes da sociedade civil organizada da cidade.
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A R T I G O
Reforma da Polícia, um ato de coragem
T
emos, absurdamente, 57 policias para o Brasil, com 27 unidades federativas. São 27 polícias militares diferentes, 27 polícias civis, Policia Federal, Policia Rodoviária Federal e a Força Nacional, todas com identidades visuais diferentes, regulamentos internos e disciplinares diferentes, atuações diferentes. Isto significa 57 orçamentos bilionários anuais diferentes, 57 tratamentos diferentes que, se permanecerem neste formato, continuará a repetição dos fracassos do passado e as brigas pelas mesmas misérias. Tantos uniformes diferentes que, por vezes, não distinguimos o que são policias de vigilantes ou outros trabalhadores. Às vezes, tudo não se parece com nada, menos ainda com a polícia. Os ideais de fortalecimento da polícia somente serão alcançados se a pensarmos como unidade. As estruturas físicas, os escalonamentos funcionais e as atribuições policiais são suscetíveis de ajustes e aglutinação. A previdência ora vigente de cada um pode ser preservada. Para os novos egressos uma nova previdência deve ser elaborada. Deve-se firmar de imediato um teto mínimo salarial. Só assim criaremos uma identidade nacional e uma polícia internamente mais justa com todos os seus integrantes. Há estados onde policiais recebem salário de miséria. Isto tem que ser resolvido. Necessário é corrigir as falhas estruturais do passado. Temos que demonstrar ao presidente eleito Jair Bolso-
naro que precisamos de unidade. Unidade de projeto, de progresso, de doutrina, de força, de pensamento e de ação. Uma única formação. Os mesmos procedimentos. Uma máquina enxuta e simplificada. Um único espírito de corpo e de colaboração. Experiências profissionais trocadas em prol de um melhor resultado. Um único departamento pessoal. Um poderoso e completo banco de dados criminais e informações. Uma similaridade de equipamentos e procedimentos operacionais. Simplificamos as ações, unificamos as estruturas, aglutinamos os modelos de êxito, aumentamos a eficácia, harmonizamos os trabalhos e, consequentemente, diminuímos os custos. Por muito tempo lutamos calados, estivemos esquecidos no frio por décadas, sofremos na carne os efeitos da opressão dos poderosos, da incompetência e dos desmandos do coronelismo político de vários governos desgovernados. Fomos divididos, isolados, catalogados como sobras de um fundo perdido e como cobaias de experimentos sociais bizarros. Fomos expostos a realidades e doenças sociais diversas para divertir alguém que satiricamente dizia: vamos ver até quanto suportam. E dentro de tudo isso, muitos de nós não percebemos que toda essa dor que nos foi exposta tentou nos desconstruir como homens para transformar-nos em uma sociedade de animais. Recuperamos as chaves dos portões de Gulag. Quebramos as grades que nos impediam voar. As crianças querem brincar pelas ruas sem medo de se-
Elias Costa - Poeta, escritor e major da PMDF
rem estupradas e mortas. E o caminho que um dia foi cheio de tortuosidades agora tem que perder suas voltas. Agora, vemos um enorme cortejo de eloquentes criminosos, autênticos e diversificados, travestidos de bons homens, altivos, mas assustados, vindo ao nosso encontro para fugir de suas antigas contas. Querem reter em suas mãos o poder. Insistem em nos manter presos, divididos e nos fazer duelar polícia contra polícia. Querem nos isolar e nos alimentar com míseras partes
Temos que demonstrar ao presidente eleito Jair Bolsonaro que precisamos de unidade. Unidade de projeto, de progresso, de doutrina, de força, de pensamento e de ação. de um todo que de fato pertence a todos os homens. Ainda não entenderam que estamos vivos e mais livres que antes. Há poucos dias conquistamos o recorde mundial de assassinatos. Este insigne presente do diabo nos foi oferecido pelo desgoverno suicida de
inescrupulosos governantes, doutos em um Direito que desconhece o que é Justiça. Acreditamos no discurso da Unidade, da colaboração mútua, da união das forças, no progresso humano e do Estado, na cura das feridas sociais, na retomada da ética, na simplificação do processo, no respeito e amor ao próximo. É bem óbvio que vivemos uma anomalia formal. Tantas polícias para um mesmo Estado. Que crimes são esses tão diferentes que separam praças dos agentes e oficiais dos delegados? As apurações criminais não são muito diferentes. Os inquéritos, na essência, são semelhantes. Não se combatem crimes sem seções de inteligência. E tudo isso são partes inerentes a todas as policias. Uma comanda, outra investiga, mas ambas comandam e investigam. A militarizada utiliza farda, mas a outra, em muito, também se apresenta fardada. Várias policias, pouca eficiência, informações dispersas, milhares de crimes não solucionados, comunicações interrompidas, deficiências na qualidade, vários mandatários, vários desmandos, enfrentamentos e rixas. Vaidades. Precisamos estancar as vaidades pessoais para juntar os pedaços desta mesma espada que um dia foi repartida e perdeu suas forças. Nacionalizar a polícia seria o ideal, e deixá-la sob o comando do Ministério da Justiça a tornaria mais justa, mais imparcial, menos suscetível de influências políticas. A polícia não deve estar vinculada aos governadores de estados, que até hoje, como todos sabem,
utilizam dessas forças da maneira que melhor lhes convém ou acreditam ser a melhor. O resultado trágico disso é um país campeão unânime de diversos crimes. Por vezes, essas mesmas polícias são ou foram utilizadas para satisfazer demandas pessoais, resguardar patrimônios pessoais, proteger poderosos e influentes, oferecer segurança distinta para comunidades nobres e tratar de forma tímida as comunidades carentes. A polícia não deve existir como polícias particulares. Devemos ser uma Polícia igual para todos. Antes, tínhamos uma pequena espada para digladiarmos com os leões da criminalidade. Agora, temos espada e escudo, mas temos que unir e lutar para romper os muros. Nesta ótica, uma policia ideal, forte e eficiente, menos onerosa, mais simplificada, deve desconsiderar qualquer viés político ou ideológico. A policia não deve estar subordinada aos políticos, mas ao Ministério da Justiça. Essa Unidade de Policia Nacional somente dará certo se for construída levando-se em conta os critérios técnicos e a sensibilidade à causa por seus participantes e por um grupo de trabalho isento de participações de agentes políticos. Não há mais espaço para duelo entre polícias, para se ver qual a melhor ou qual receberá mais atenção ou melhor salário. Isso é escravidão. Isso é passado. Todas as forças policiais querendo duelar!? E para a população, nada? Acordem. Éramos parte de tudo isso até ontem. Bem-vindos à Polícia do Futuro.
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A Saúde brasileira precisa de ações estruturantes reais Programa cuja matriz foi criada pelo regime castrista, em Cuba, e adotado na Venezuela quando a oposição ameaçava promover um referendo contra o chavismo, em 2003, sob o nome “Mission Barrio Adentro”, o Mais Médicos foi um placebo usado para abafar o descontentamento popular que explodiu nas nas manifestações de rua em 2013. Argumentava-se que o programa resolveria a questão emergencial do atendimento básico em saúde, mas ele nunca foi um movimento estruturante do Sistema Único de Saúde (SUS), já existente no Brasil. Ele mais atendia a uma necessidade de marketing político, à orientação ideológica e às alianças estratégicas do partido então instalado no poder. A sugestão da criação de uma carreira nacional para fixação de médicos em locais desprovidos de as-
sistência à saúde da população já existia há anos e nunca foi devidamente considerada. Diferente do Brasil, a Venezuela não tinha uma estrutura de política sanitária integrada, como o SUS. Lá, o Barrio Adentro se estabeleceu como política de saúde predominante. No momento em que o país começava a se enterrar na crise econômica que tem hoje proporções de tragédia, em 2013, Cuba começava a transferir de lá para cá o contingente de “intercambistas”. Em 2016, a venda internacional de serviços, especialmente na área da saúde tornou-se a maior fonte de divisas de Cuba. O Brasil transferiu a Cuba mais de R$ 7 bilhões desde 2013. O Barrio Adentro previa a substituição gradual dos profissionais cubanos por venezuelanos. No ensino passou-se a investir na formação de “mé-
dicos integrais comunitários”, que atuariam sob a supervisão de clínicos gerais. Aqui, somente após o impeachment de Dilma Rousseff, falou-se em substituição da mão de obra do programa por brasileiros. Nos três últimos editais de contratação de profissionais para o programa todas as vagas foram ocupadas por brasileiros. O Mais Médicos relata aumento do número de atendimentos, mas os índices de saúde no Brasil não foram alavancados. O Brasil voltou a registrar crescimento da mortalidade infnatil em 2016, que estava em queda desde 1990. Os próprios cubanos participantes do programa se queixam de dificuldade de acesso a exames diagnósticos, atendimento especializado e falta de medicamentos e materiais Segundo levantamento da Organização Panamericana de
Saúde (OPAS) divulgado pela imprensa brasileira, entre 2012 e 2017, 22 mil dos 66 mil médicos que atuavam na Venezuela deixaram o país. No Brasil, de 388 mil médicos, no início de 2013, passamos a 458 mil com registro ativo nos conselhos regionais de medicina. Entre o primeiro e o segundo semestre deste ano, 5,5 mil novos médicos foram registrados no país. A retirada dos 8 mil cubanos do Mais Médicos foi uma decisão unilateral baseada no aspecto econômico: os intercambistas ficariam com a integralidade do pagamento e o governo da ilha deixaria de se beneficiar dos bilhões amealhados com a exploração da força de trabalho de seus cidadãos emprestados ao Brasil. A menos que o Brasil se torna-se um regime ditatorial de esquerda, como o de Cuba ou da Venezuela, essa retirada
Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado
eventualmente ocorreria. E se o governo brasileiro levar a sério a universalização da assistência pelo SUS, o Mais Médicos deve dar lugar a uma política permanente que promova verdadeiramente a fixação de médicos e profissionais da saúde no interior. A criação da carreira médica de Estado é parte da solução, mas além de profissionais os municípios precisam de estrutura e recursos para a garantia de assistência primária e de uma rede regional de referência para atendimento especializado, de média e alta complexidade.
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Saúde é paroxítona? Chapéu é oxítona? A tonicidade de palavras e as consequências disso para a acentuação gráfica Percebi, recentemente, que muitas pessoas (principalmente as que estudam para concursos públicos) confundem conceitos gramaticais simples. Com isso, a compreensão de assuntos mais complexos fica comprometida, uma vez que o estudo de língua portuguesa exige pré-requisitos. Vamos, então, neste artigo, falar sobre um desses pontos: a tonicidade de palavras e as consequências disso para
a acentuação gráfica. Quanto à tonicidade, as palavras da nossa língua são classificadas em três grupos: • Oxítonas (quando a última sílaba é a tônica); • Paroxítonas (quando a penúltima sílaba é a tônica); • Proparoxítonas (quando a antepenúltima sílaba é a tônica). Obs1.: esqueça, por alguns segun-
Jane Fonda: a minha ex-paixão! Ela chamava a atenção pelo par de olhos enormes do tamanho de um oceano azul-marinho Tomei um susto ao ficar diante daquela distinta senhora, de cabelos grisalhos na tela da TV. Não havia a menor dúvida sobre a identidade, até porque o repórter que a entrevistava confirmou que se tratava mesmo de Jane Fonda, aos 81 anos, filha do também famoso ator Henry Fonda. Ela, a estrela fulgurante que marcara época na constelação de Hollywood. Mas a verdade é que aquela imagem não tinha nada a ver com a moça que conheci naquele bar do Village, bairro boêmio nova-iorquino, que chamava a atenção pelo par de olhos enormes do tamanho
de um oceano azul-marinho. Realidade que deixa o sonho à parte, isso aconteceu de fato por volta de 1962, quando passei uma temporada em Manhattan, como correspondente de um jornal do Rio de Janeiro. Em todas aquelas ansiosas noites, eu chegava mais cedo no referido boteco, frequentado por uma elite de boêmios, a fim de reservar um estratégico lugar próximo da mesa cativa em que a minha bem-amada Jane compareceria, sem falta, acompanhada do seu primeiro marido, o cineasta francês Roger Vadin, o canalha sexual que
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br
dos, os princípios de acentuação gráfica. Pense somente na sílaba tônica. • Para que uma palavra seja oxítona, basta ter a última sílaba tônica. É o caso de café, Capitu, país e chapéu, por exemplo. • Para ser paroxítona, basta ter a penúltima sílaba tônica. É o caso de caráter, item, e saúde. • Por fim, para ser proparoxítona, basta ter a antepenúltima sílaba tônica: paralelepípedo, lógica e república. Obs2.: volte a pensar em acentuação. Apenas no último tópico, a tonicidade e a regra de acentuação caminham juntas, uma vez que toda proparoxítona é acentuada. Essa parte é simples! No primeiro, todas as palavras são oxítonas, mas só uma delas é acentuada por ser oxítona (“café”). “Capitu” sequer recebe acento; “país”, apesar de oxítona, é acentuada pela regra dos hiatos tônicos; “chapéu”, apesar de oxítona, é acentuada
ofuscou a moralidade de Miss Fonda, induzindo-a à pratica do ménage à trois. Muito embora sem tomar conhecimento de minha presença de fã apaixonado que conhecia sua biografia desde o primeiro capítulo de menina que nascera em berço de ouro e fora batizada com o nobre nome de Lady Jayne Seymour Fonda, que tinha tudo para desfrutar de benesses, o que não aconteceu desde a infância protagonizada por sua mãe, a socialite Frances Seymour Ford, que morria de ciúmes pela atração exercida por seu marido Henry, em relação a outras mulheres e que acabou cometendo suicídio quando Jane tinha apenas 12 anos. Desde então a adolescência da jovem Lady se transformou numa sequência de consultas com psicólogos e psiquiatras famosos nos Estados Unidos, só conseguindo sobreviver graças ao talento que Jane herdara do pai Henry, além dos chamativos olhos azuis. A essa altura, Jane acabou se apaixonando pelo cineasta francês Roger Vadin, com quem protagonizou o seu pri-
pela regra dos ditongos abertos. No segundo caso, todas as palavras são paroxítonas, mas só uma delas é acentuada por ser paroxítona (“caráter”). “Item” sequer recebe acento. Saúde, apesar de paroxítona, é acentuada pela regra dos hiatos tônicos. Viu como não é complicado? Agora, sabe por que tantas pessoas confundem isso? Porque não dão valor aos conhecimentos linguísticos básicos adquiridos nas séries primárias! Já querem avançar aos conteúdos mais sofisticados. Resultado: a impressão de que o português está sempre confundindo o estudante! Por isso, volto a dizer: respeite a ordem de estudos da nossa língua! Assim, o seu aprendizado estará garantido!
Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)
meiro filme em 1973, incluindo-o como seu primeiro marido, no rol de tantos outros que disputaram o seu amor inconstante. Quando a conheci no Village, Jane Fonda se tornara líder política de esquerda, após retorno de uma visita ao Vietnã do Norte, onde posou sentada nos colos de soldados vietnamitas, o que lhe valeu o apelido pela imprensa internacional de “Hanói-Jane”. Como, à época, eu também era adepto da filosofia marxista, compareci a um comício programado por ela no Central Park. E até hoje sinto arder no meu lombo os golpes de espada da Polícia Montada de New York, que não brinca em serviço. Mas, o que continua doendo mesmo (e muito) é a saudade daquela Jane Fonda, a moça de enormes olhos azuis, que foi rebaixada de ídolo para ex-paixão!
Fernando Pinto Jornalista e escritor
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Precisa-se de guias espirituais Em qualquer denominação, o mais importante é a vocação e, em seguida, a preparação adequada Muitos jovens, “pegos à laço”, sem nenhuma vocação, são levados a seminários evangélicos para fazer cursinhos rápidos sobre passagens da Bíblia; treinamento de retórica para impressionar ingênuos; e para aprendizagem de rituais de culto, casamentos e batizados. Grande parte dessas pessoas são carentes emocional e materialmente, e quando assumem um rebanho acabam se envolvendo em sucessivos escândalos sexuais e financeiros. Não raro, es-
ses pastores cometem suicídio. O problema se repete na Igreja Católica e na Yoga. Padres desequilibrados choram no horário nobre da TV, e yogues se envolvem em escândalos. O que está acontecendo? Em primeiro lugar, a preparação ruim. Não há preparação psicológica para o indivíduo autoconhecer-se e vencer as tentações. Não se avalia o grau de vocação. Como são financeiramente remune-
rados, o que mais importa, com raras exceções, é o dinheiro e o prestígio. Nesses cursinhos, somente o conhecimento bíblico interessa, esquecendo-se que este conhecimento, em sua maior parte, vem de homens que viveram três mil anos atrás. Na Igreja Católica, a preparação é melhor, com muito mais tempo. Ali, no entanto, o grande problema é o celibato, o alcoolismo e a deserção. Alguns seminaristas e freiras, sem condições de se manterem longe de um parceiro ou parceira, na ordenação juram manter o celibato, que não será possível, gerando conflito e angústia. Acrescente-se a isso o alcoolismo. Quando será que vão acordar para substituir o vinho, causador de dependência, pelo suco de uva? Há ainda o problema da deserção. O assédio aos padres e freiras carentes é de difícil resistência. Por isso, muitos preferem abandonar a batina e o hábito e seguir noutra direção.
nicas dos alimentos, aumentar o valor biológico de algum nutriente, ou modificar a composição nutricional desses alimentos. Pode até parecer que as modificações são excelentes. Porém, não
O que você sabe sobre alimentos transgênicos? Projeto prevê retirada do selo dos rótulos. Precisamos batalhar para que a informação permaneça, pelo direito de escolha A maior parte do milho e da soja produzidos e consumidos na alimentação humana são alimentos transgênicos, além dos leites, oleaginosas, vegetais dentre outros, que estão também presentes em nossa mesa e nem sequer sabemos disso. Os alimentos transgênicos são
geneticamente modificados pela inserção de genes provenientes de outros alimentos, algo que, naturalmente, não veríamos acontecer. A maior parte dos alimentos apresenta modificações para aumentar a resistência a pesticidas ou, ainda, para reduzir frações alergê-
Os alimentos transgênicos são geneticamente modificados pela inserção de genes provenientes de outros alimentos sabemos o impacto a longo prazo do consumo desses alimentos para a raça humana. A curto prazo, al-
Há ainda a questão dos Yogues (alguns tipos) e monges budistas com boa formação baseada no autoconhecimento e voltada também para enfrentar as tentações do caminho. Entretanto, como nada é perfeito, alguns sucumbem à elas. Em qualquer denominação, o mais importante é a vocação e, em seguida, a preparação adequada. Para isso, necessita-se de guias que conheçam e ensinem o processo de crescimento, as fraquezas humanas, o conhecimento e superação das tentações, a alegria de servir e autorrealizar-se. Para Dalai Lama, o mais importante é o desenvolvimento da compaixão, que Santo Agostinho e Confúcio chamavam de Amor. Amor ao próximo como a si mesmo, como ensinou Jesus.
José Matos Professor e palestrante
guns problemas já foram descritos, tais como aumento de resistência a antibióticos, mas o efeito disso por gerações ainda não sabemos. Existe um projeto de lei tramitando para a retirada do selo de transgênicos dos rótulos dos alimentos. Precisamos batalhar para que a informação permaneça, pelo simples fato de que precisamos ter o direito de escolha. Vale a pena a discussão neste momento de transição de governo e articulação de ministérios.
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
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O meio e os extremos FOTOS: DIVULGAÇÃO
Mario Pontes (*)
M
eus netos não sabem, ou talvez simplesmente recusem-se a acreditar, que primeiro tive de deixar para trás não apenas os anos da infância, mas também alguns da própria adolescência, para descobrir que até aquele momento jamais havia respirado algum ar perfeitamente puro. De fato, os ares que envolviam os integrantes da minha geração, aquilo que tínhamos para encher os pulmões e alimentar o cérebro era uma densa argamassa formada por inúmeras negações do humano, rios de histórias sem eixo, pirâmides de dogmas e uma quantidade incontável de preconceitos. Lembrei-me agora dos poetas da época e os bendigo. Na visão de 99% daqueles adultos amestrados à moda de séculos já bem anteriores, poetas eram seres 99% tolos ou degenerados. Não costumavam eles – que horror! – dar pouca bola para a enorme carga de virtudes inutilmente depositada nos ombros das mulheres e muitíssima para a beleza de seus corpos, que não raro resistiam à obrigação de produzir fieiras de bebês? Tudo isso abria diante delas -- e também aos pés dos tolos e lúbricos poetas que as exaltavam – nada menos do que o caminho sem volta para o reino ardente de Satã... Em razão de ideias como essas, só um punhado de poetas puderam ser realmente notados ao longo de eras que se distanciavam; os outros foram ignorados, desprezados, muitas vezes condenados per omnia saecula saeculorum. Não lembrarei os bem conhecidos exemplos dos que apodreceram em prisões, foram queimados vivos em fogueiras, ou simplesmente se tornaram, em vida ou em memória, objeto de desconfiança ou desprezo de massas ignorantes e seus autodesignados guias. Mesmo assim, leitor, duvido que
Antônio José Saraiva (esquerda) e Oscar Lopes são autores da bem elaborada História da Literatura Portuguesa (capa abaixo) você possa deixar de admirá-los a partir do momento em que se decidir pela leitura de suas obras, muitas vezes escritas sob a ameaça do ferrão envenenado do poder e dos dogmas. São muitos os exemplos de insubmissão. E paralelamente a eles, os de bom senso e sabedoria. Para iluminá-los, desci da estante a bem elaborada História da literatura portuguesa (foto), de A.J. Saraiva e Oscar Lopes, e pus-me a ler o longo capítulo sobre a passagem das rígidas tradições medievais para o período em que começaram a valer as inovações renascentistas, libertárias em relação àquelas. E eis que um tanto inesperadamente emerge da página a figura de Sá de Miranda, célebre colaborador do Cancioneiro Geral, obra coletiva que delimita duas eras na história da literatura européia. Nascido em 1481, filho de um cônego da cidade de Coimbra, Fran-
cisco Sá de Miranda tornar-se-ia, em Portugal, um dos maiores e mais criativos cultores do renascentismo, que havia brotado na Itália e se desenvolvido como erva boa e benfazeja. E não se distinguiu ele apenas pela qualidade de sua poesia, mas
também pela precoce decisão de participar das lutas que os intelectuais madrugadores de outras partes da Europa travavam naquela época. Sim, ele jamais deixou de estar na linha de frente, mas ao mesmo tempo recusava-se teimosamente a engrossar fileiras das quais viesse o cheiro do moralismo. Aos seus teimosos e radicais cultores, ele lembrava aquilo que o bom senso pede para jamais esquecermos: Pouco por força podemos. Isso que é, por saber veio. Todo o mal jaz nos extremos, o bem todo jaz no meio.
(*) Mario Pontes, ex-editor do Caderno Livro, do Jornal do Brasil, ficcionista e tradutor de obras de ficção e ensaio. Mora no Rio.