Jornal Brasília Capital 471

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Pelaí – Página 3

Fake News: liberdade de expressão não é companheira do crime

Davi Emerich – Página 6

Ano IX - 471

Brasília, 4 a 10 de julho de 2020

Flamengo x Globo, o novo clássico dos milhões Gustavo Pontes – Página 12

A Lava Jato da Lava Jato Procurador Geral da República, Augusto Aras, enfrenta corporativismo e pode não prorrogar a força-tarefa a partir de agosto. Devassa mostra que apenas o grupo de Curitiba, terra do ex-juiz Sérgio Moro e do coordenador da Operação, Deltan Dallagnol, gastou R$ 5,4 milhões com passagens e diárias. A Lava Jato já recuperou R$ 5 bilhões que tinham sido desviados dos cofres públicos. Página 7 e Pelaí – Página 3

Você já ouviu falar em comensalidade digital?

Sem controladores sociais, seres humanos mostram sua ferocidade

Festival de Besteira assola governo Bolsonaro

Caroline Romeiro – Pág. 11

José Matos – Pág. 11

Pollyanna Villannova – Pág. 4 MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

AGÊNCIA BRASIL

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Ibaneis libera geral. Aulas nas escolas particulares retornam dia 27

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Brasil na Série D da covid-19 A tragédia não se dá somente na saúde pública, mas também na atividade econômica, devendo o País fechar o ano com o pior desempenho entre as 30 maiores economias do planeta Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Se houvesse um campeonato da pandemia da covid-19, o Brasil, certamente, estaria disputando a Série D, com enorme chance de rebaixamento. Tendo fechado o mês de junho com mais de 1,4 milhão de infectados e cerca de 60 mil mortos (desconsiderando a subnotificação), o Brasil desponta como o segundo maior do mundo em termos de contaminados e de óbitos. E a tragédia não se dá somente na saúde pública, mas também na atividade econômica, devendo o País fechar o ano com o pior desempenho

entre as 30 maiores economias do planeta. Se o desastre na saúde tem um pai, Jair Bolsonaro, que desde o início subestimou a doença, há vários padrinhos – governadores e prefeitos – que promovem um verdadeiro festival de improvisações, alternando flexibilização e fechamento, lockdowns seguidos de “libera geral”. O mais grave é que, literalmente, desprezaram as experiências bem-sucedidas de outros países. No hipotético campeonato, estariam na Série A, os países que desde o início adotaram uma estratégia clara de combate à pandemia, controlaram o surto, tiveram pouquíssimos óbitos, mitigaram e, rapidamente, superaram os danos na economia (Austrália, China, Noruega, Taiwan, Coréia do Sul, Cuba). Na Série B, os países que contiveram o surto (embora com número significativo de óbitos) e retomaram as atividades produtivas gradativamente (Alemanha, Portugal, Argentina, Israel). Na Série C, os que, inicialmente, subestimaram a pandemia, mas, em seguida promoveram o lockdown, e só retomaram as atividades econômicas com uma vigorosa queda na curva de contaminação e no núme-

ro de mortes (Espanha, Itália, França, Holanda e Bélgica). Por fim, na Série D, os que erraram tudo desde o início, subestimando a pandemia, causaram enorme número de mortos, e continuam errando, promovendo a retomada das atividades ainda com a curva de contaminação ascendente (Brasil, EUA, México, Peru, Reino Unido e Suécia). O fato é que o abre e fecha não só prolonga a contaminação e, consequentemente, os casos de internação e óbitos, mas também os efeitos negativos na atividade econômica. E o prolongamento da pandemia só agrava a situação das empresas, especialmente das micro e pequenas (84% tentaram financiamento e não conseguiram), pois Bolsonaro e Guedes reservaram suas atenções para os bancos e as grandes corporações. A de mais, 1,5 milhão de trabalhadores formais perderam seus empregos e milhões de informais, autônomos, perderam suas fontes de rendimentos e não têm tido acesso ao auxílio emergencial de 600 reais. Que este pesadelo seja breve!

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável (UnB), ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Lei Aldir Blanc é sancionada A Lei nº 14.017/2020, que destina R$ 3 bilhões para o setor cultural, uma proposta de iniciativa da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), foi sancionada, segunda-feira (29/6), pelo presidente Jair Bolsonaro. Conhecida como Lei Aldir Blanc, ela

tem o objetivo de ajudar os trabalhadores da cultura que perderam renda por causa da pandemia, fornecer apoio mensal aos espaços culturais impedidos de realizar atividades presenciais e recursos para editais de fomento a projetos

culturais. O dinheiro será repassado em uma única parcela para estados, Distrito Federal e municípios. “A cultura merece respeito e apoio e tem pressa! Pedimos urgência na liberação dos recursos!”, afirma a parlamentar petista.


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Covid-19 – Até a tarde de sexta-feira (3), o DF havia registrado 156 novos casos e quatro mortes em decorrência de complicações provocadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. O número de infectados era de 52.437 e 637 óbitos (sendo 55 de residentes de outras unidades da Federação e 582 moradores do DF). No País, eram 1.502.424 infectados e 62.045 mortos.

Calamidade pública O governador Ibaneis Rocha decretou, segunda-feira (29), estado de calamidade pública no Distrito Federal. Assim, o governo local não terá que seguir limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e nem as metas fiscais pre-

AGÊNCIA BRASÍLIA

vistas nas regras orçamentárias de 2020. Além disso, o DF poderá ainda receber repasses da União. RECURSOS – A medida foi adotada para que o Executivo local pudesse pleitear junto ao governo

federal recursos do Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil. De acordo com o decreto do governador, o estado de calamidade pública irá durar enquanto os efeitos da pandemia persistirem.

Serra, a bola da vez

Sem máscara Ibaneis foi fotografado sem máscara (foto) durante uma vistoria à Clínica da Família de Sobradinho, junto da Unidade de Pronto Atendimento. A foto

foi feita pela Agência Brasília na quarta-feira (1º). Funcionários da UPA garantiram que o governador não entrou no prédio e não provocou aglomerações.

Reabertura O GDF autorizou, na quinta-feira (2), a reabertura total do comércio e o retorno das aulas presenciais em escolas e universidades das redes pública e particular, exceto em creches. De acordo com a medida assinada pelo governador, salões de beleza e academias podem reabrir a partir de 7 de julho. Bares e restaurantes, no dia 15 de julho, e, aulas presencias, a partir de 3 de agosto. Na rede de ensino

privada o retorno pode acontecer no dia 27 de julho.

impede ainda eventos esportivos de qualquer modalidade.

ATIVIDADES SUSPENSAS – Cinema, teatro e apresentações culturais só podem ocorrer ao ar livre, em estacionamentos, com os espectadores dentro dos carros e com distância mínima de dois metros entre cada veículo. Boates e casas noturnas permanecem proibidas de abrir. As suspensões valem para estabelecimentos desse tipo em shoppings e centros comerciais. O decreto

PROGRAMA ACOLHER – O GDF não vai renovar o contrato do programa que visava proteger os profissionais da saúde que trabalham na linha de frente no combate à pandemia e suas famílias. Servidores que aderiram ao Programa Acolher foram avisados de que devem deixar o hotel Grand Bittar na sexta-feira (3). A Secretaria de Turismo (Setur) disse que a renovação “está em andamento”.

Paco Britto é internado de novo O vice-governador Paco Britto (Avante/foto) voltou a ser internado, na tarde de sexta-feira (3), por complicações provocadas pela covid-19. Em mensagem nas redes sociais, ele afirmou que,

provavelmente, ficará por 5 dias no Hospital DF Star. No dia 14 de junho, Paco foi diagnosticado com o novo coronavírus e ficou internado no mesmo hospital até o dia 26, quando recebeu alta.

AGÊNCIA BRASIL

AGÊNCIA BRASÍLIA

A operação de sexta-feira (3) contra o ex-governador José Serra (PSDB-SP foto) – teria recebido R$ 4,5 milhões da Odebrecht, em 2006 e 2007, em contas no exterior para pagamento de despesas de campanhas eleitorais – é a repetição de uma estratégia da Lava Jato para prorrogar a força-tarefa, que vence no dia 13 de agosto. INTERCEPT E CERVEJA – No ano passado, a quinta prorrogação foi obtida sob a alegação de que os procuradores precisavam se defender das denúncias do The Intercept Brasil (a Vaza Jato). Às vésperas do prazo, a Lava Jato ainda investiu contra o dono da Cervejaria Petrópolis, Walter Faria, por lavagem de dinheiro disfarçada de doação eleitoral. DEVASSA – A então PGR, Raquel Dodge, acabou acatando o pedido de extensão do prazo da força-tarefa. A novidade, porém, é a chegada de Augusto Aras ao cargo de Procurador Geral, que está em guerra contra os lavajatistas. Ele promete uma devassa na operação que já prendeu um ex-presidente, ex-governadores, ex-presidentes da Câmara e os maiores empreiteiros do País (leia matéria na página 7).


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Febeapá de Bolsonaro Festival de Besteira que Assola o País prossegue com nomeação de Decotelli, que, agora, coloca no currículo que foi Ministro da Educação sem ter sido Pollyanna Villannova Se o jornalista Sérgio Porto – ou Stanislaw Ponte Preta, como assinava em pseudônimo – estivesse vivo, faria nova edição, versão século XXI, do Febeapá – Festival de Besteira que Assola o País, uma obra literária que descreveu o que foi a gestão dos generais nos sombrios e vertiginosos tempos da ditadura militar. Agora é um capitão que comanda um Febeapá sem precedentes no Brasil.

A última do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) foi a nomeação do “oficial” da Marinha Carlos Decotelli ao cargo de Ministro da Educação. Ele sucederia a Abraham Weintraub, que fugiu do Brasil para os EUA com passaporte diplomático sem ser membro do governo, mas com apoio do capitão expulso do Exército, que, atualmente, ocupa o cargo mais alto da Nação. Ao anunciar a escolha de Decotelli, Bolsonaro citou, nas redes sociais, os principais títulos acadêmicos do “novo” ministro, incluindo “um mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), um doutorado na Universidade de Rosário, da Argentina, e um pós-doutoramento na Universidade de Wuppertal, da Alemanha”. Entre fevereiro e agosto de 2019, ele comandou o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) até o MEC retirá-lo sem informar o motivo. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União de quin-

ta-feira (25/6). Mas o indicado dos generais foi desmascarado antes por denúncias contra sua formação acadêmica. Na terça-feira (30), ele se demitiu. Daí em diante, só apareceram fraudes curriculares, suspeitas de falsos títulos acadêmicos, plágio etc. Na quarta-feira (1º), o DOU trazia a anulação formal da nomeação. Com isso, em menos de 2 anos, três ministros passaram pelo agora acéfalo MEC. Mas, apesar de estar à deriva, acredite, pode piorar. O novo indicado de Bolsonaro é o secretário de Esporte e Educação do Paraná, Renato Feder. O Intercept revelou que graças a Feder, estudantes de 165 municípios estão, desde abril, sem aulas. Ele contratou, sem licitação, uma afiliada da TV Record para transmitir vídeoaulas para a rede estadual de ensino na pandemia de covid-19. A empresa escolhida não tem sinal de transmissão na metade do estado. Mais de 2 milhões de

MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

Dacotelli mentiu para aparecer bem na foto e posar de Ministro da Educação

pessoas vivem nas cidades que ficaram no escuro educacional – o que é quase um quinto da população do Paraná.

Currículo fake Decotelli foi denunciado por plágio na dissertação de mestrado da FGV; falso título de doutorado na universidade argentina; e falso pós-doutoramento na Alemanha. O reitor da Universidade Nacional de Rosário disse que ele não obteve o título de doutor na instituição. “O senhor Decotelli cursou o doutorado em administração da Faculdade de Ciências Econômicas e Estatísticas da Universidade Nacional de Rosário, mas não o concluiu. Não completou todos os requisitos exigidos pela nossa regulamentação, que exige a aprovação de uma tese final para obter o título de doutor. Portanto, não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário”, declarou o reitor Franco Bartolacci à Rede Globo. Ele negou a suspeita de plágio

Confira o verdadeiro currículo de Carlos Alberto Decotelli da Silva - Suspeita de fraude em licitação quando presidiu o FNDE - Acusado de plágio em dissertação de mestrado - Universidade argentina nega que ele tenha doutorado - Universidade alemã informa que ele não tem pós-doutorado - Muda currículo duas vezes após faculdades contestarem seus títulos - Ficou nomeado durante 4 dias para o MEC, mas não tomou posse - Constará no currículo que foi ministro sem nunca ter sido

em 73% da dissertação de mestrado feito na FGV, Rio de Janeiro. alegando “distrações”. A FGV informou que o orientador da dissertação foi procurado e que, se for confirmado

“procedimento inadequado”, medidas administrativas e judiciais serão tomadas. A fundação negou também que ele fez parte de seu corpo de professores.

No comunicado, a FGV frisou que Decotelli “atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da fundação, da mesma forma, não foi pesquisador nem teve pesquisa financiada pela instituição”. A Universidade de Wuppertal, na Alemanha, informou, na segunda-feira (29/6), que o novo ministro não tem título da instituição, como constava no seu currículo, um curso de pós-doutoramento. Na manhã de quarta-feira (1º/7), as mídias sociais divulgavam imagem do currículo do oficial da Marinha, na página do CNPq, com a informação de que Decotelli foi Ministro da Educação do Brasil, sem ter sido. Salve, Stanislaw Ponte Preta!


Quem tem amor à vida usa máscara sempre. As medidas que o GDF tem tomado para conter o avanço do coronavírus só irão adiantar se você fizer a sua parte. O uso de máscaras é obrigatório em todas as cidades do DF. Ainda assim, a recomendação é não sair de casa sem necessidade e, acima de tudo, evitar aglomerações, porque o vírus continua se espalhando e causando mortes. A responsabilidade também é sua, principalmente pela proteção da sua vida e da sua família. Use máscara sempre. A vida de muita gente depende disso. O GDF pode cuidar da sua saúde, mas a vida depende de você.

É segurança, é proteção e dá multa para quem não cumprir.

Mais informações, baixe o app da Agência Brasília.

Lave as mãos com frequência.

Use álcool em gel.

Use máscara, é obrigatório.

Evite aglomerações.


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Liberdade de expressão não é companheira do crime Sem lei e justiça, o crime se fortalece. E se ele prevalecer, faz estragos enormes à vida de uma nação, às pessoas e à democracia Davi Emerich (*) A aprovação do Projeto de Lei das Fake News, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania/ SE), com relatório do senador Ângelo Coronel (PSD/BA), que seguiu à avaliação da Câmara dos Deputados, vem para combater e evitar os crimes que assolam as redes sociais, os espaços mais vistosos e impactantes no mundo virtual quando o assunto é informação, correta ou não. Ao contrário dos propagandistas da comunicação sem breque, o projeto não agride em nada a liberdade de expressão, tampouco a sua irmã gêmea, a liberdade de imprensa. Nos últimos 5 anos, mais de 30 projetos foram apresentados no Congresso Nacional versando sobre fakes news, todos sugerindo punições pecuniárias e judiciais duras, até mesmo a usuários. Daí não terem prosperado entre os parlamentares. O texto agora aprovado, bebendo em experiências de vários países, mudou de concepção. Não tem caráter de perseguição. Apenas se converte em instrumento para coibir contas falsas e o envio em massa de posts igualmente falsos, esses operando em paralelo a um modelo de negócio que remunera cliques, independentemente do conteúdo das informações veiculadas.

GRITARIA – Façamos um comparativo com a mídia impressa tradicional. Em qualquer regime democrático os responsáveis por jornais impressos e distribuídos, clandestinamente, que defendam o terrorismo, a morte de negros, pedofilia, ataques às mulheres, que noticiem catástrofes inexistentes e que destruam imagens e reputações de pessoas com mentiras, são investigados, identificados e, certamente, responsabilizados por suas atitudes junto à Justiça. O projeto aprovado no Senado caminha na mesma direção, só que focado no mundo virtual e cibernético. Com o novo projeto, todo e qualquer cidadão pode falar o que quiser nas redes sociais, não há nenhum impedimento. Os grandes provedores, como Google, Facebook e WhatsApp, para citar apenas os três mais conhecidos, estão proibidos de retirar conteúdos da rede a seu bel prazer, o que agora só poderá ocorrer com ordem judicial ou a partir de mecanismo de moderação com a participação de quem faz a denúncia da presumível fake e do seu autor assumido, com formalidades de defesa. O pseudônimo está garantido. Só se exige que o usuário esteja identificado no momento de abrir a sua conta. A gritaria geral de parte dos críticos do projeto é mais uma espécie de seguidismo dos argu-

ROQUE DE SÁ / AGÊNCIA SENADO

Crime

Senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) é o autor do PL das Fake News JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Ângelo Coronel (PSD-BA) foi relator do projeto de lei aprovado no Senado

mentos construídos pelas grandes plataformas do que resultado de uma postura crítica baseada em conhecimento da matéria. O próprio rastreamento de uma notícia falsa para identificar o seu autor não abrirá conteúdos de usuários, mas de metadados, como número de celular e de outros referenciais de localização. Como o mundo está ficando pequeno para os criminosos violentos e de colarinho branco, nas redes sociais também começa à se fechar o cerco aqueles que navegam nos desvãos do anonimato e da ilicitude.

Houve uma época em que parte da esquerda brasileira e mundial acreditava na liberdade total das redes sociais, como defendeu, recentemente, o presidente Jair Bolsonaro, como o caminho mais fácil para o libertarismo e a superação das chamadas mídias convencionais e estruturadas. O mais paradoxal é que foi, exatamente, a extrema direita que usou esse vaticínio à perfeição, até mesmo contra a própria esquerda. E contra a democracia. Provavelmente, o projeto sofrerá modificações na Câmara e esperamos que sejam para melhor. Há pontos pendentes passíveis de consideração. Um deles diz respeito a possíveis impactos negativos da proposta em relação ao desenvolvimento tecnológico, outro sobre a viabilidade técnica de aplicação dos dispositivos de uma possível lei. O debate deve ser feito, mas, levando-se em consideração parâmetros técnicos e não de grupos de pressão. Além do mais, até em virtude da velocidade das mudanças tecnológicas e das condições políticas nacionais, o tema estará sempre na pauta do Congresso. E possíveis equívocos de uma lei poderão ser sanados à luz do diálogo e de argumentos convincentes. A rigor, no momento, quase todo mundo tem razão ao defender seus postulados – nos referimos aqui aos que o fazem com seriedade. Porém, o País não pode ficar à mercê da desinformação criminosa, principalmente, quando se aproxima mais um pleito eleitoral. E o primeiro passo precisa ser dado. A liberdade de expressão é um ponto inegociável. O combate ao crime também. (Jornalista – especial para o Brasília Capital)


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A Lava Jato em: “Ninguém está acima da lei” ROBERTO JAYME/TSE

Bordão da operação passa a ser usado contra os próprios investigadores, que reagem com ajuda da grande mídia Desde 2014, 55 membros do Ministério Público atuam na Lava Jato em todo o País. Desses, pelo menos 20 com dedicação exclusiva à Operação. E, embora divulguem a espantosa cifra de terem recuperado R$ 5 bilhões que haviam sido desviados dos cofres públicos, omitem outros números também impressionantes. Por exemplo, que apenas a equipe do Paraná gastou R$ 5,4 milhões, de 2014 a 2019, em diárias e passagens – sem contar outras despesas ainda pouco explicadas. Mas, há 6 meses, com a ascensão de Augusto Aras ao Cargo de Procurador Geral da República, este jogo está mudando. Em “Como as democracias morrem”, os escritores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt apontam como um risco ao sistema democrático a eleição de um outsider. Na PGR, apesar de não haver uma eleição propriamente dita, a escolha de Aras foi uma ruptura maior do que a possível eleição de um outsider para comandar o Ministério Público. INTOCÁVEL – Fora da lista tríplice, Aras foi escolhido por Jair Bolsonaro com um discurso anticorporativista. No primeiro semestre à frente da PGR, concentrou forças em investigações contra o Poder Judiciário – até então intocável. Foram denunciados 45 membros do Judiciário, entre desembargadores, juízes, conselheiros de tribunais de contas e até colegas membros do MPF. Suas ações contra os abusos do Judiciário, no entanto, só ganharam

O outsider Augusto Aras representa a ruptura no Ministério Público

notoriedade quando o pente-fino chegou ao berço da operação Lava Jato, em Curitiba. Em 13 de maio, Augusto Aras enviou ofício a todas as forças-tarefa da operação pontuando informações que a PGR precisava para atuar nos tribunais superiores (STJ e STF) nos recursos apresentados pelos réus da Lava Jato que foram, normalmente, subindo de instâncias na Justiça. O pedido de compartilhamento de provas, segundo a PGR, foi baseado em uma decisão da própria 13ª Vara de Curitiba, assinada pela juíza substituta de Sérgio Moro, Gabriela Hardt. As FT tinham dez dias para responder, mas não o fizeram. O processo de troca de informações entre unidades do MPF também contemplava reuniões entre membros de Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Mas a Lava Jato se recusa a compartilhar provas e apresentar esclarecimentos acerca da operação. E, para reagir, conta com o apoio da imprensa e dos devotos do lavajatismo para questionar os métodos da equipe de Aras e

bradar que "estão querendo acabar com a operação". REGALIAS – O coordenador Deltan Dallagnol e seus aliados afirmam que há uma tentativa de interferir na Lava Jato e que a ação da PGR estaria infringindo a liberdade funcional de cada membro do MPF. O poder da Lava Jato nos últimos anos na cúpula do Ministério Público era, diretamente, ligada ao apoio que a operação fornecia aos candidatos a PGR. Em troca, permaneciam com regalias, como sede própria, diárias e passagens, auxílio-moradia e desoneração dos 55 membros das forças-tarefas de todas as outras obrigações alusivas ao seu trabalho. Na prática, os membros da Lava Jato se dedicam exclusivamente à operação, diferentemente da ampla maioria dos procuradores do MPF, que investigam corrupção, mas também atuam nas áreas criminal, cível, tutela coletiva e eleitoral. LACUNAS – Ainda são lacunas a serem explicadas pela força-tare-

fa a relação com o ex-juiz Sérgio Moro, a contratação de grampos telefônicos para os ramais da Procuradoria da República em Curitiba e até mesmo a escolha dos integrantes da equipe lavajatista. Precisam revelar ainda o porquê de estarem investigando os presidentes da Câmara e do Senado, utilizando nomes incompletos. No caso, como “Rodrigo Felinto” e “David Samuel”. A apuração, devido ao foro de ambos, deveria estar a cargo da PGR. MISTÉRIO – A revolta da força-tarefa foi considerada estranha pela PGR e por juristas. "A PGR estranha a reação dos procuradores e a divulgação dos temas, internos e sigilosos, para a imprensa", afirmou a PGR, em nota. Já o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, junto com os criminalistas Marco Aurélio Carvalho e Lênio Streck questionam: "Pelas reclamações e exclamações de membros da força-tarefa nos grandes veículos de comunicação, parece que eles estão acima de qualquer julgamento ou crítica. Nem mesmo aceitam visita da PGR”. Os lavajatistas precisam, ainda, explicar os inúmeros e constrangedores episódios revelados pelo The Intercept Brasil e outros tantos relacionados ao fundo bilionário que pretendiam constituir. O imbróglio dentro do MP está distante do fim. A Lava Jato, desta vez, terá de enfrentar o topo de sua própria instituição, depois de ter sido atingida pelas revelações do The Intercept. Há grandes riscos para a imagem do MPF, mas o outsider à frente da instituição parece não medir esforços para revelar o que esteve por trás da maior ação contra corrupção já vista no Brasil. Agora, o País poderá saber o que houve dentro da própria Lava Jato. Será que Steven Levitsky e Daniel Ziblatt nos ajudariam a desvendar esse mistério?


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Lockdown, uma alternativa É imprescindível entender que a suspensão das atividades econômicas e o isolamento social nunca constituíram medidas terapêuticas no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O sentido dessas ações e da adoção do lockdown é retardar o avanço da contaminação para evitar que o sistema de saúde entre em colapso por falta de leitos, equipamentos, medicamentos ou assistência especializada. O que vemos no momento é que estamos no limiar desse colapso, com ocupação dos leitos no serviço público de saúde no limite e ultrapassando 90% nos hospitais privados. Não se engane quem tem plano de saúde achando que está tranquilo. O número dos casos confirmados, na casa dos 50 mil, que é subestimado, está longe de sequer nos dar a expectativa da chamada imunização de rebanho da nossa população, que ultrapassa 3 milhões de residentes, sem contar os moradores do Entorno que frequentam, diariamente, o Distrito Federal. Seria necessário que mais de 2.100.000 brasilienses se contaminassem. Diante da perspectiva do aumento de casos e longe da imunização, com a retomada completa das atividades, ainda que fossem criados

AGÊNCIA CÂMARA

Deputada Carmen Zanotto não mencionou confisco e priorizou a negociação

os leitos de UTI necessários – o que é improvável – eles não seriam recurso suficiente. Medicação, como sedativos e relaxantes musculares, necessários para a intubação das pessoas com insuficiência respiratória aguda, já faltam. Os leitos criados para o atendimento dos pacientes da covid-19 não são todos dotados de respiradores. No hospital de campanha do Mané Garrinha, de 197 leitos, só 24 foram projetados com respiradores. Além disso, não há profissionais especializados ou mesmo treinados para atender mais do que os leitos existentes – nem médicos nem enfermeiros nem auxiliares de enfermagem. Chegamos ao ponto de pediatras terem de atender a adultos com covid-19 e psiquiatras terem de medicar pacientes cirúrgicos internados nas emergências porque os clínicos foram desviados para o enfrentamento da pandemia ou porque foram contaminados pelo novo coronavírus. De 180 casos de profissionais da saúde contaminados, em 5 de maio, passamos para 2.337 acometidos pela doença em 2 de julho – estimativa também subestimada. Como bem ponderou o diretor do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, Gustavo Fernandes,

em recente entrevista ao Correio Braziliense, é necessário estabilizar para dar novo passo. Retomar o ritmo de vida normal e recuperar a economia é um desejo e objetivo de todos nós. Mas não podemos perder de vista a preservação da vida e o olhar humanista sobre a presente situação. Até aqui falei de números, mas sejamos claros: o que está acontecendo é que pessoas estão morrendo num ritmo maior do que nossa capacidade de evitar. Temos, no momento, mais de 600 famílias sofrendo as perdas de entes queridos para a covid-19. O lockdown é a estratégida necessária para diminuir o contágio e dar tempo para reorganizar o sistema de saúde e, então, podermos atender à população adequadamente, evitando o aumento descontrolado do número de óbitos. É uma tática que deve ser usada em qualquer momento que esse sistema esteja ameaçado de colapso, sob pena de deixarmos morrer quem poderíamos ter salvado com o controle do fluxo da contaminação. Estrategicamente, no atual momento, dar um passo atrás pode ser a melhor forma de avançar. Em uma ou duas semanas, reduzi-

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

das a demanda e a ocupação dos leitos da covid-19, pode-se fazer uma abertura com mais segurança, com oferta de tratamento precoce a quem o desejar e garantia dos meios para que os médicos e demais profissionais de saúde possam dar a melhor assistência às pessoas, sejam elas os familiares de pessoas que conhecemos ou os nossos próprios entes queridos. Só conhece a dor que essa pandemia representa quem perdeu um parente ou uma pessoa amada para a covid-19. A vida não tem repescagem.

Gestores denunciam abuso de preços em medicamentos Diante do impasse provocado pela falta de medicamentos sedativos, como anestésicos e relaxantes musculares, usados para intubação de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a Comissão Externa de Enfrentamento à covid-19 encaminhou ao Ministério Público denúncias recebidas de todo o País sobre abusos de preços cobrados pelas empresas do setor. Na terceira reunião, por teleconferência, de negociações sobre o tema, a relatora da comissão, deputada Carmen Zanotto (Cida-

dania-SC), fez duras críticas aos empresários que, segundo ela, “se apropriam do momento crítico pelo qual passa a saúde no Brasil para lucrar com a pandemia”. Carmen Zanotto pediu que a população continue denunciando “aqueles que estão se aproveitam da angústia das pessoas”. “Os gestores estão desesperados ao ver pacientes morrendo em UTI. Não podemos perder vidas por causa da especulação”, pediu a parlamentar. “Ninguém consegue comprar. Todos estão com graves dificulda-

des”, acrescentou, ao alertar que também estão faltando anestésicos para as cirurgias cardíacas, oncológicas e demais procedimentos de alta complexidade. UNIÃO E SOLIDARIEDADE – Apesar da grave situação, Carmen Zanotto manifestou otimismo com as negociações da comissão externa em conjunto com o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica. “Saímos desta reunião com a convicção de que, com unidade, solidariedade e compreensão, vamos vencer esta batalha”, finalizou.


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Abertura das escolas públicas somente com condições sanitárias eficientes Marcado pela explosão da covid-19, julho de 2020 começa, no Distrito Federal, com o Decreto nº 40.939, que retoma a vida normal no pico da pandemia e prevê a reabertura das escolas privadas para 27/7 e, das públicas, para 3/8. O decreto foi publicado em 2/7, quando o Brasil terminou o dia, a despeito das subnotificações, com 1,5 milhão de casos confirmados, 62 mil mortes e 1.252 óbitos em 24 horas. O DF terminava aquele dia com 578 óbitos – 11 vítimas a mais do que no dia anterior; 52.281 infectados pelo Sars-Cov-2; e 1.605 novos casos nas últimas 24h. Mesmo assim, o governador Ibaneis Rocha (MDB) obedeceu ao governo Bolsonaro e aos empresários do DF, que, de dentro de suas mansões e protegidos de contágio, administram seus negócios, pressionam o governador a quebrar restrições e estimulam o povo a ir para as ruas. A decisão ocorre 4 dias após ele mesmo anunciar um possível lockdown por causa da explosão da co-

vid-19. O estouro no Centro-Oeste retirou do DF o título de exemplo de combate ao novo coronavírus. Enquanto o número de mortes teve uma alta de 54,5%, no Brasil, de 8 a 28/6, na Região Centro-Oeste, foi de 191% no mesmo período. No DF, desde que o governador reabriu o comércio, em 18/5, o número de infectados saltou de 4.123 para 47.071, um aumento de 11 vezes. O total de mortos pulou de 62 para 559 no mesmo período, crescimento de nove vezes. Os dados são da Secretaria de Saúde (SESDF). Na sexta-feira (3), o boletim mais recente da SESDF dava conta de que mais de 3,2 mil crianças e adolescentes em idade escolar testaram positivo para o novo coronavírus. Segundo o levantamento da Pasta, a maior incidência ocorre na faixa etária dos 11 aos 19 anos. São 1.251 jovens com covid-19 no DF. Em seguida, estão crianças com idade entre 2 e 10 anos – 847 infectados. Os bebês somam 256 registros. Duas crianças morreram por causa de complicações da

doença. Como abrir escolas numa situação como essa? Em menos de 2 meses, o DF passou a ser exemplo de calamidade pública. Diante da situação, pais de estudantes reagiram, nas redes sociais, contra a reabertura das escolas. Vários abaixo-assinados têm circulado e contam com milhares de assinaturas. Todos se recusam a expor seus filhos aos devaneios necropolíticos de governos que provaram incapacidade de gerir as crises sanitária e econômica no decorrer da pandemia. Na pesquisa realizada pelo Sinpro-DF, em maio, com pais de estudantes, sobre reabertura das escolas, 86,73% deles disseram que seus filhos só irão para aulas presenciais depois da pandemia e, 68,3%, apontaram que convivem com pessoas do grupo de risco. No mundo, vários países que abriram as escolas 40 dias após o pico retornaram ao lockdown, como China, Coréia do Sul e Alemanha. Afinal, sem remédio e sem vacina, a covid-19 é quem vai ditar como serão

as relações pessoais e comerciais dos próximos tempos. É preciso que governos e empresários se reinventem. O Sinpro-DF não vê possibilidade de reabrir as escolas públicas sem a adoção de todas as medidas de proteção. As salas de aula das 683 escolas públicas são superlotadas, ambientes sem nenhuma condição técnica e sanitária para receberem meio milhão de pessoas. Com o decreto, Ibaneis cria condições favoráveis para uma greve geral da comunidade escolar – estudantes, pais e trabalhadores. Todos já se mostraram dispostos a realizá-la se ele insistir em promover, na escola pública, a chamada imunidade de rebanho, que o Ministério da Saúde adotou após ser militarizado pelo Presidente da República.

Servidores do DF vão pagar mais Previdência A contribuição previdenciária dos servidores do GDF será de 14%, a partir de janeiro de 2021, independentemente da faixa salarial. Aposentados e pensionistas que recebem até um salário-mínimo estarão isentos; até o teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), a contribuição será de 11%; acima disso, 14%. O Projeto de Pei Complementar 46/2020 do Executivo, aprovado, terça-feira (30), pela Câmara Legislativa, estabelece novas regras para o Regime Próprio de Previdência Social do DF. Os aposentados e pensionistas com doenças incapacitantes contribuirão apenas sobre a parcela do provento que superar o dobro do teto do RGPS. Deputados contrários ao texto alertaram para o fato de a reforma da Previdência local ser mais pesada para os aposentados do que a da área federal. No caso dos inativos e pensionistas da União, a contribui-

CLDF

Sessão mista da CLDF aprova novas alíquotas do Iprev e LDO

ção se aplica sobre o valor que excede o teto do RGPS – hoje, R$ 6.101,06. Até esse valor, estão isentos. A isenção no DF será apenas para quem recebe até um salário-mínimo. O Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev-DF) garante que a proposta do Executivo reforma apenas as alíquotas e em seu mínimo possível, não envolvendo o plano de benefícios. Assim, não realiza mudanças nos critérios de aposentadoria e pensões e, portanto, não reduz direitos.

LDO – Na mesma sessão extraordinária mista (com participação presencial e virtual), a Câmara aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece metas e prioridades para o Orçamento do próximo ano. O projeto será votado até dezembro. A estimativa de receita para 2021 é de R$ 42,62 bilhões. A redação final foi adiada sem data definida para evitar o recesso parlamentar. Assim, a Casa poderá realizar sessões extraordinárias, caso necessário, especialmente para tra-

tar de assuntos relacionados com à pandemia da covid-19. O aporte de recursos orçamentários previstos para o Fundo Constitucional do DF, em 2021, é de R$ 16,47 bilhões (48% destinados à Saúde e Educação e, 52%, à Segurança Pública). A estimativa de receita própria é de R$ 26,15 bilhões. A LDO prevê um déficit na meta de resultado primário de R$ 405 milhões. LOA – Até o dia 12 deste mês, a população pode fazer sugestões ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, que será enviado à Câmara Legislativa até o dia 15. Para apresentar sugestões pelo site da Ouvidoria, clique em “Sugestão”, assunto “Audiência Pública — LOA 2021” — e preencha o cadastro. Também pode ligar para 162 (opção 1). A LOA detalha a previsão de recursos que o governo vai arrecadar no ano e fixa as despesas públicas.


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VIA

Satélites

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Por Lorrane Oliveira

DISTRITO FEDERAL

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Vacina contra covid-19 será testada no DF O Distrito Federal realizará testes da vacina contra a covid-19. A produção está a cargo da empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac e o centro de pesquisa será a Universidade de Brasília (UnB), que ficará responsável por aplicar a imunização nos pacientes e por acompanhar o estado de saúde deles por um determinado período, que está em definição.

A vacina será testada em nove mil voluntários, em 12 centros de pesquisa do País. O Instituto Butantan, em São Paulo, vai liderar os ensaios no Brasil, cujo início só depende de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além do DF, os testes ocorrerão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

R$ 120 milhões para a Saúde O governador Ibaneis Rocha (MDB) destinou um crédito suplementar de R$ 45 milhões para o Hospital de Base para compra de materiais e medicamentos. Os deputados distritais indicarão R$ 73 milhões em emendas para diversas

aplicações, entre elas para enfrentamento da pandemia de covid-19 no DF. Duas emendas do deputado federal Júlio Cesar (Republicanos-DF): uma de R$ 800 mil para o Hospital Regional de Taguatinga e, outra, de R$ 700 mil, para a unidade do Gama.

Campanha da Caesb recebe reforço A Rede D´Or doou 3,6 mil unidades de sabonetes para ajudar na campanha solidária da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Os itens de higiene vão para crianças e adolescentes atendidos pelo Projeto

Golfinho, desenvolvido pela empresa, e para famílias em situação de vulnerabilidade social. A Caesb já arrecadou mais de 30 mil itens e iniciou a distribuição entre moradores do Itapoã, do Paranoá e de Ceilândia.

Combate à covid-19 é intensificado – A Administração de Samambaia, em parceria com o projeto “Mãos que Ajudam”, entregou duas mil máscaras em diversos endereços da cidade. O programa Sanear DF sanitizou 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A ação foi realizada pelas Secretarias Executiva das Cidades, de Governo e pela Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival).

GAMA

UnB inaugura estacionamento com mais de 400 vagas O campus da Universidade de Brasília (UnB) no Gama ganhou 435 vagas no estacionamento. A obra, iniciada em novembro de 2019, foi inaugurada na terça-feira (30). Realizada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF), recebeu drenagem pluvial, terraplenagem, sinalização e calçadas. Custou R$ 3,2 milhões, recursos de emendas dos distritais Chico Vigilante (PT, R$ 500 mil) e Leandro Grass (Rede, R$ 150 mil). O restante foi de Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). GDF PRESENTE – A Administração Regional e o GDF Presente aproveitaram o isolamento social por causa da covid-19 e revitalizaram

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RENATO ALVES AGÊNCIA BRASÍLIA

Pontos de Encontro Comunitário (PEC) com equipamentos de esporte e lazer. Sete já foram reformados nos Setores Sul e Oeste. Os da Praça Eusébio e da Praça 1, Setor Leste, estão na lista.

SÃO SEBASTIÃO/PARANOÁ/ITAPOÃ

Cidades adquirem novos ônibus A Secretaria de Transporte e Mobilidade autorizou a circulação, a partir de terça-feira (30), de 13 ônibus novos para atender às linhas do Paranoá e Itapoã. Na quarta-feira (1º), outros 12 ônibus novos entraram em operação nas linhas de São

Sebastião. Em janeiro, 160 ônibus com porta dos dois lados passaram a operar na faixa exclusiva da EPTG, reduzindo o tempo de viagem dos passageiros. A previsão é a de que, até dezembro de 2020, um total de 2.412 veículos sejam renovados.

DIVULGAÇÃO

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CEILÂNDIA

UBS ganha Central de Cuidados Afetivos A Unidade Básica de Saúde 12, de Ceilândia, implantou um projeto focado na saúde mental de servidores e usuários. A Central de Cuidados Afetivos tem o propósito de ajudar nas demandas de sofrimento mental ou qualquer outra doença que impeça pacientes e servidores de terem uma vivência mais leve e

tranquila neste momento da pandemia causada pela covid-19. Estratégias serão criadas dentro da UBS para minimizar os impactos psicológicos negativos da doença. Informativos, cartazes e bilhetes com mensagens de empatia, afeto e autocuidado vão enfatizar a importância da luta de cada pessoa.


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Comensalidade digital – já ouviu falar? Ela tem aproximado muitas pessoas, diminuído o sentimento de solidão entre elas durante a pandemia O termo “comensalidade” vem do latim (mensa), que significa conviver à mesa. A comensalidade faz com que o ato de comer não seja visto apenas como uma necessidade orgânica dos animais, mas passa a ocupar um lugar de destaque na forma como a sociedade se organiza por meio da cultura alimentar. O hábito alimentar e, nesse sen-

tido, a comensalidade, fazem parte de como o ser humano se mostra como um ser social. Muito antes do surgimento das mídias sociais atuais — Instagram, Facebook, Twitter e TikTok, entre outras —, a comida já se apresentava com um importante fomentador de socialização. Como diz o chef brasileiro Alex

ESPÍRITA

José Matos Amor e violência conjugal Com a ausência de controladores sociais, os seres humanos mostram toda a sua ferocidade Guiada pelo instinto, como qualquer animal irracional, a maior parte da humanidade ainda não desenvolveu os valores mínimos de civilização. Se não fossem os três controladores sociais, a vida na Terra seria impossível. São eles: a religião ameaçando com o demônio e o inferno; a Justiça ameaçando com ca-

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

deia; a sociedade ameaçando com a vergonha pela exposição do infrator. É isso que dá o equilíbrio razoável para vivermos em sociedade. Não obstante, basta um pouco de ausência desses controladores, e os seres humanos mostram toda a sua ferocidade, tais como na guerra ou em lugares em que o Estado está ausente.

Atala, “a maior rede social do mundo é o alimento”. Não há nada mais genuíno do que conhecer um lugar pela sua comida e, assim, conhecemos a maior parte dos lugares do mundo, onde a cultura se mostra pela comida. Bom... A comensalidade digital, especialmente neste momento de isolamento social que temos vivido, tem ganhado espaço e adeptos. Temos visto muitas famílias e amigos usando a tecnologia, por meio de redes sociais ou aplicativos de vi-

deoconferência, para compartilhar momentos. E (por que não dizer?), para fazer refeições juntos, mesmo estando separados. Apesar de parecer estranho, a comensalidade digital tem aproximado muitas pessoas, diminuído o sentimento de solidão entre elas.

No caso de violência no lar, foi preciso mudar o Código Penal para punir os abusos sexuais, até contra crianças e criar a Lei Maria da Penha para punir os agressores de mulheres. Embora exista a violência daqueles, mentalmente, doentes, na sua maioria, o que existe mesmo é falta de civilidade, de respeito e de amor uns com os outros, mercê de Jesus e outros grandes mestres pregarem o amor ao próximo há milênios. A falta de amor e de racionalidade faz os seres humanos moverem-se no relacionamento afetivo apenas por busca de sensação. A violência acontece quando só há sensação. Se ela diminui, o outro se sente traído porque acha que há descaso ou traição. Daí, a violência. As pessoas confundem sensação com amor. A sensação diminui ou acaba pelas grosserias, palavrões e por tratar o outro

como objeto. Acorde e trate o outro como você gostaria de ser tratado! Evite palavrão e ofensa. O palavrão e a ofensa acabam com todo tipo de sentimento. Somos companheiros de evolução. Quem ama não usa de violência porque amor é o bem do outro, a alegria do outro, a felicidade do outro. O amor vem do cuidar. Cuide, principalmente, na necessidade, e você saberá o que é o amor. Amor é a ação que não precisa de recompensa. Em São Paulo, em quase mil casos de abusos de pais contra filhas, nenhum tinha cuidado delas na infância. Quem cuida, respeita e ama! O objetivo da vida, como ensinou Luís Sérgio, “é o aprendizado da arte de amar”.

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

José Matos Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 4 a 10 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

Globo x Flamengo, o novo clássico dos milhões Em meio a discordâncias com o rubro-negro, TV suspende transmissão de jogos do Campeonato Carioca. A criatura enfrenta o criador Gustavo Pontes Após ter o seu reinício marcado pela pressão do Flamengo e pela briga de Botafogo e Fluminense contra a decisão da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ) pela volta dos jogos, o Campeonato Carioca ganhou mais destaque fora das quatro linhas: o novo clássico dos milhões, envolvendo o Flamengo e a TV Globo. O título, até então, pertencia à rivalidade entre o rubro-negro e o Vasco. A desavença é pela falta de acordo sobre os direitos de transmissão e envolve milhões de reais. É o Fla-

mengo, que sempre teve prioridade na programação esportiva das emissoras abertas e por assinatura do Sistema Globo se voltando contra o seu mais forte parceiro histórico para o crescimento de sua torcida nas últimas décadas. BOLSONARO – A relação entre o rubro-negro e a emissora vinha es-

tremecida desde o início do ano, quando não chegaram a um acordo para a transmissão dos jogos. Mas ficou ainda mais tensa quando o presidente do Flamengo visitou o presidente da República, Jair Bolsonaro, em Brasília. Logo após o encontro, foi publicada a Medida Provisória (MP) 984, dando o direito de transmissão aos clubes mandantes das partidas nos campeonatos estaduais e nacionais. Na quarta-feira (1º), o Flamengo, único clube que não possui contrato com a Globo para o Carioca, se beneficiou da MP e transmitiu a partida contra o Boavista pela FlaTV, no YouTube. Foi um sucesso. Bateu recorde de transmissão esportiva no YouTube, entrou no Top-10 de lives de todos os gêneros, alcançou 14 milhões de visualizações, com pico de 2,2 milhões de acessos simultâneos, ganhou 450 mil novos inscritos no canal e ainda arrecadou cerca de R$ 700 mil com a venda de ingressos virtuais, além de outros valores com patrocinadores e com monetização do YouTube, que ainda não foram revelados.

Digital chegou para ficar, mas a TV continua forte A transmissão esportiva em novas plataformas de streaming já era uma realidade antes mesmo da partida de quarta-feira. Em 2017, Athletico e Coritiba foram os primeiros a inovar e transmitiram o clássico paranaense entre eles no YouTube e Facebook após não entrarem em acordo com a Globo.

Além do exemplo brasileiro, vários campeonatos europeus já foram transmitidos em TV aberta e agora possuem jogos no DAZN, que também possui os direitos da Copa Sul-Americana. Apesar do crescimento do streaming, a TV ainda segue com o maior potencial de alcance. No mesmo horário de Flamen-

Entregamos em Domicílo ou Retire seu pedido

go x Boavista na FlaTV para todo o Brasil, a Globo transmitiu Botafogo x Portuguesa para o Rio de Janeiro, Distrito Federal, Juiz de Fora (MG) e mais 13 estados. O jogo do alvinegro teve um pico de 3,9 milhões de pessoas assistindo, quase o dobro do do rubro-negro, mesmo não sendo transmitido para todo o Brasil. (GP)

Será o início do fim dos estaduais? A discussão sobre o modelo de negociação de direitos de transmissão de jogos é justa e deve acontecer, assim como o debate sobre o modelo dos campeonatos estaduais, mas de modo que os clubes se unam em prol de um futebol brasileiro mais forte para todos e não para apenas um. Com a ruptura da Globo com o Campeonato Carioca, a edição do torneio, em 2021, fica ameaçada. Os clubes pequenos dependem das cotas de televisão e da exposição na TV para serem mais atrativos e, assim, conseguirem captar patrocínios. Sem o dinheiro e sem a exposição, o orçamento será mais baixo e a distância técnica para os grandes será ainda maior, gerando mais desequilíbrio em um campeonato já decadente. A maioria dos clubes não tem condições de fazer a própria transmissão, como fez o Flamengo. E mesmo que consiga, será difícil arrecadar algo perto do que a Globo pagou até este ano. (GP)

202 Sul

Taguatinga Norte


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