Sinpro/DF - Página 5
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Guedes joga povo contra servidores para justificar privatização de serviços
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Entrevista Eduardo Pedrosa
Ano VIII - 443
“Governo Ibaneis é mais dinâmico e melhor do que os anteriores” Páginas 6 e 7
Brasília, 14 a 20 de dezembro de 2019
Brasília volta a brilhar no Natal
Após longo período de contenção de despesas nas comemorações de fim de ano, GDF faz parcerias com a Fecomércio e com artistas para trazer de volta o colorido e a alegria da cidade. Torre de TV recupera tradição de ser a maior árvore de Natal do País Página 10
Para Bolsonaro, pirralha. Para a Time, a Pessoa do Ano
Exército compra oito aviões que estavam fora de operação nos EUA
Segredo do sucesso: Vence na vida quem não se abala com derrotas
Rapper é condenado por fazer música contra o sistema carcerário
Página 2
Chico Sant’Anna - Página 8 e 9
José Matos - Página 11
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VINICIUS DE MELO/AGÊNCIA BRASÍLIA
LORRANE OLIVEIRA/BSB CAPITAL
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 14 a 20 de dezembro de 2019 - bsbcapital.com.br
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A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 16 anos, foi eleita, quarta-feira (11), pela revista norte-americana Time, a “Pessoa do Ano” de 2019. É a pessoa mais jovem indicada ao prêmio. Um dia antes, o presidente Jair Bolsonaro se referiu a ela como “pirralha” e fez críticas ao espaço que ela recebe da imprensa. Bolsonaro se irritou com o compartilhamento de um vídeo pela ativista sobre as mortes de índios brasileiros, afirmando que eles são assassinados ao tentarem proteger a floresta do desmatamento ilegal. Algumas horas após a declaração do presidente, Greta alterou a sua descrição no
Twitter para “Pirralha”. Greta já inspirou diversos movimentos estudantis na luta em defesa da natureza e contra o aquecimento global. Ela começou a chamar a atenção do mundo em agosto de 2018, quando deixou de ir à aula às sextas-feiras para protestar contra o aquecimento global, uma ação solitária em frente ao Parlamento sueco. O ato recebeu apoio nas redes sociais e ficou conhecido pelo mundo como “Fridays For Future”. Desde sua primeira aparição aos dias atuais, a ativista já discursou em eventos internacionais como a Conferência do Clima da ONU, a COP24 e o Fórum Econômico Mundial. Suas falas
REPRODUÇÃO/REVISTA TIME
Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com
A “Pirralha” do Ano
A capa da revista traz Greta perto do mar com a frase “o poder da juventude”.
sempre foram marcadas pelas cobranças às autoridades por ações imediatas diante de uma crise global do clima.
CHARGE
No Estado Like q se tornou a utopia do Estado Laico as conexões são elos da cadeia subliminar, onde redes para o socializar se tornaram rédeas sociais, estreitas, raivosas e, predominantemente, burras pelo entorpecimento do kkkkkkkkklukluxklan...
Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 14 a 20 de dezembro de 2019 - bsbcapital.com.br
VIRADA EM DOBRO – O astro sertanejo Luan Santana vai ganhar um cachê de R$ 510 mil para animar a virada do ano na Esplanada dos Ministérios. Em 14 de agosto deste ano, a prefeitura de Guanambi-BA pagou R$ 260 mil pelo mesmo show. Não se assuste. É normal que artistas dobrem o valor dos cachês em festas de virada de ano. De 2018 para 19, Luan Santana cobrou R$ 400 mil para um show em Manaus.
IPTU de imóveis da União A deputada Paula Belmonte apresentou emenda à Constituição que permitirá a cobrança, pelos governos locais, do IPTU de imóveis da União. Apartamentos e casas funcionais de militares e de servidores federais, do GDF, da Câmara e do Senado seriam taxados. Se o GDF tivesse cobrado esse tributo em 2019, teria arrecadado uma bolada estimada em R$ 72 milhões.
Onde está Marlon? Ex-administrador de Taguatinga na gestão Rollemberg e ex-candidato a distrital (5.546 votos), Marlon Costa apareceu, terça-feira (10), num vídeo nas redes sociais da deputada Tabata Amaral (PDT-SP). Desde julho, ele está nomeado no gabinete de Felipe Carreras (PSB-PE), com salário de R$ 3,5 mil.
Os golfinhos da Caesb Oitenta crianças receberam, quarta-feira (11), presentes doados por empregados da Caesb. Elas fazem parte do núcleo do Projeto Golfinho em Ceilândia. A entrega aconteceu na sede de Águas Claras.
CLDF derruba veto a reajuste dos servidores Os deputados distritais derrubaram, sexta-feira (13), durante a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2020, um veto parcial ao Projeto de Lei do Executivo que impedia o pagamento da terceira parcela do reajuste concedido em 2013 a 33 categorias de servidores do GDF. A emenda foi apresentada pelo distrital Fábio Félix (PSol/foto). ANÁLISE – Com isso, o governo fica autoriza-
disse que vai fazer “uma análise comparativa com a decisão que está para sair do STF, para o grau de legalidade dessa emenda”.
do a pagar o reajuste, que está suspenso desde 2015. Mas o governador Ibaneis Rocha
DOTAÇÃO – No dia 28 de novembro, o STF decidiu, por maioria, que aumento salarial para funcionários públicos deve ter tanto dotação na Lei Orçamentária Anual (LOA) quanto previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Multa para quem passar trote O governador em exercício Paco Britto sancionou, quarta-feira (11), a lei que estabelece punições para autores de trotes contra serviços
de emergência, como SAMU, Bombeiros e PM. Pessoas flagradas acionando esses serviços com má-fé poderão ser investigadas pela Polí-
cia Civil e submetidas a multas administrativas de até três salários mínimos. O autor da lei é o deputado Eduardo Pedrosa (PTC).
Quem dá as cartas é o Fraga A Folha de S.Paulo revelou, segunda-feira (9), o apelido do ex-deputado Alberto Fraga (foto): 23º ministro. Diz que ele está cotado para substituir Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo. TAREFA DIFÍCIL – Passaria a exercer, oficialmente, a articulação entre o Le-
BRASÍLIA CAPITAL
gislativo e o Executivo, o que já faz informalmente. Tem sido dele a difícil missão de aproximar o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia, de Bolsonaro. VAI DEFENDER? – Fraga responde a uma acusação de cobrança de propina quando era secretário de Transportes. Será que vai defender a prisão em segunda instância, que está na pauta do Congresso para 2020?
Curtas Cerca de 200 linhas de ônibus terão os horários alterados a partir de segunda-feira (16) até o dia 24 de janeiro. Confira as alterações no site www.dfnoponto.semob.df.gov.br/. A deputada Bia Kicis (DF) foi expulsa do PSL pelo presidente da sigla, Luciano Bívar (PE), e só ficou sabendo da exclusão pela imprensa. Bívar a acusou de infidelidade partidária por ter defendido a criação da Aliança pelo Brasil, nova legenda de Jair Bolsonaro. O apresentador Marco Antônio Villa retornará à Rádio Jovem Pan a partrir de 6 de janeiro. Ele teria sido demitido em junho em função de suas críticas ao governo Bolsonaro. Sua volta pode representar um rompimento do grupo com o governo. O físico Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais foi escolhido pela revista Nature uma das dez pessoas mais importantes para a ciência neste ano. Galvão chamou a atenção depois de responder às acusações sem prova do presidente da República de que dados do Inpe que apontavam para um pico de desmatamento em julho eram mentirosos e acusou Galvão de estar “a serviço de alguma ONG”.
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Assumir responsabilidade é uma das virtudes do bom gestor público
Q
uando se vê servidores da saúde, acompanhantes de pacientes e voluntários fornecendo refeições e fazendo limpeza em unidades públicas de saúde é porque um alarme que já tocou há muito tempo deixou de ser ouvido pelo governo. Em novembro, vimos acompanhantes fazendo faxina no Hospital Regional de Brazlândia para não deixar seus parentes internados em ambiente ainda mais insalubre. Esta semana, vimos que acompanhantes de pacientes internados no Hospital Materno Infantil de Brasília e outras unidades de saúde só não passaram fome porque servidores da Saúde e membros da nossa comunidade, como o pessoal do grupo das Mães de Águas Claras, tiraram dinheiro do próprio bolso e botaram as mãos na massa para garantir refeições para eles. Nos dois casos, o problema é de
natureza administrativa e se resume ao velho e recorrente atraso nos pagamentos aos fornecedores de produtos e serviços à Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Governo e empresas têm seus argumentos, mas no fim das contas são a população e os servidores da Saúde que estão sofrendo as consequências. Uma pesquisa simples no Google mostra que quase todo ano, entre outubro e dezembro, o fenômeno se repete: Suspensão de serviços pelas empresas ou greve dos terceirizados das áreas de alimentação, limpeza e segurança por atraso nos pagamentos. O argumento de que a dívida é do governo anterior é outra recorrência. Com isso, o preceito básico da continuidade no serviço público, o Princípio da Permanência, está sendo seguidamente atropelado. Ele existe e é aplicado justamente para evitar prejuízo à população,
que é a beneficiária final do serviço público. O servidor sofre junto com a população e ainda é penalizado porque é dele que o usuário do sistema público de saúde, os órgãos de controle e a Justiça vão cobrar. As empresas operam pela dinâmica básica do mercado: Fornecem serviços e produtos para obter lucro na remuneração. O Estado tem uma responsabilidade maior – a de dar continuidade à prestação de serviço à população. Para isso tem de adotar as medidas necessárias: Se tem dúvidas sobre as contas, auditar e equalizar. Se não tem dinheiro para quitar dívidas anteriores, renegociar e fazer acordos, se necessário com a interveniência dos órgãos de controle. O que não pode acontecer é deixar a máquina pública emperrar. Como diz o velho ditado, quando se casa com a viúva (neste caso o Estado), também se é responsável pelos seus filhos.
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
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Guedes joga o povo contra os servidores para justificar a privatização do serviço público O ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, anunciou que a estabilidade dos servidores públicos concursados será mantida de acordo com a avaliação que a população vai fazer do atendimento prestado por eles, além da avaliação de desempenho feita pelos gestores públicos. Esse é um dos itens da Reforma Administrativa prevista para o próximo ano. Guedes tenta induzir os brasileiros a acreditar que a piora na qualidade do serviço é culpa dos trabalhadores e não da falta de investimentos, congelados por 20 anos desde a aprovação da Emenda Constitucional 95. “Os equipamentos de quem atende à população estão velhos e danificados e os servidores não têm condições de trabalho”, disse recentemente o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco (Sindsep-PE), José Carlos Oliveira. “A pessoa que vai dar entrada no seguro-desemprego, por exemplo, espera por horas, e, quando chega a sua vez, o servidor diz que não tem sistema, que a internet caiu. Essa pessoa se revolta. Não entende que o problema está na falta de investimento. Só sabe que o serviço é ruim. Então, é melhor privatizar mesmo”, explica o dirigente, para quem o plano do governo é privatizar tudo. “Todas as declarações do ministro da Economia
do governo de Jair Bolsonaro são no sentido de continuar uma campanha desenfreada para que a população hostilize os servidores e considere o serviço privado melhor”, complementa o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva. “Ele sabe que a maioria dos servidores públicos que atende à população, que são os profissionais de saúde, os que trabalham em postos do INSS, do Ministério do Trabalho, são servidores explorados, mal remunerados. Não dá para estarem sorridentes todos os dias”, desabafa. Para Sérgio Ronaldo, a medida é mais uma prova de que Paulo Guedes entende muito de juros e de bancos, mas não entende nada da administração pública. Segundo ele, de 70% a 73% dos servidores federais não têm nenhuma conexão direta com a população. Trabalham em atividades “meios” e, portanto, a população nem sabe quem eles são e o que fazem. “O ministro da Economia pensa que a administração pública funciona como uma farmácia ou um pequeno supermercado, onde o ‘seo João’ muda a forma como administra seu negócio na hora que bem entende”, diz Sérgio Ronaldo. “Paulo Guedes joga palavras ao vento para colocar a população contra os servidores. O que ele faz é
constranger toda uma categoria que já passou por diversos governos e continua fazendo o seu trabalho porque entende que o seu verdadeiro patrão é o povo brasileiro”, afirma o secretário-geral do Condsef. AUDIÊNCIA PÚBLICA – Sérgio Ronaldo conta que durante uma audiência pública realizada na terça-feira (10), na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara Federal, que debatia a proposta de privatização da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o diretor de Programa da Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, do Ministério da Economia, Idalício de Jesus Silva, declarou que “privatizar é cuidar dos recursos públicos”. Para o dirigente da Condsef, foi a declaração mais esdrúxula que um representante de um governo poderia fazer. “Esse depoimento demonstra de forma inequívoca que o governo Bolsonaro não entende nada da complexidade da administração pública. Ele quer simplesmente jogar a população contra os servidores para depois entregar o patrimônio público para a iniciativa privada”, concluiu o secretário-geral do Condsef. Fonte: CUT
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Entrevista Eduardo Pedrosa Como tem sido a sua experiência nesse início de carreira política? – No primeiro momento, a gente senta nesta cadeira, tem muitas ideias, quer fazer tudo ao mesmo tempo, mas vai aprendendo que o Legislativo é um pouco moroso. Acredito que a gente conseguiu um bom resultado no nosso primeiro ano. Temos bons trabalhos desenvolvidos pelo DF, e espero continuar nesse rumo para mostrar à população que essa renovação política que aconteceu veio, realmente, ajudar no que a comunidade ansiava.
“Espero mostrar para a população que essa renovação política que aconteceu veio, realmente, ajudar no que a comunidade ansiava” Qual dos seus projetos o senhor destacaria neste primeiro ano? – Temos um projeto com o que a gente tem feito a legislação mais moderna do Brasil na área de energia solar. O DF está no cinturão do sol. A gente tem uma condição di-
ferente dos outros estados para geração dessa energia. A gente tem condição, com 0,42% da nossa área ocupada por energia solar, de ser 100% independente energético. Mas existe uma legislação que protege as distribuidoras de energia elétrica. – O que temos feito é buscar pelos investidores privados, pois sabemos que o livre mercado vai acontecer em algum momento. Claro que existem as distribuidoras que têm grande interesse, mas se a gente conseguir ter vários empresários para investir, até para subsidiar seus próprios negócios, a gente já vai conseguir atender a um grande apelo da comunidade, que é a geração de energia limpa e de empregos no DF. A energia que a gente compra hoje vem de Furnas, de Itaipu. O distribuidor, basicamente, transmite. Se a gente puder ter as placas aqui, a origem da energia aqui, produzir aqui, a gente vai ter o emprego gerado, diretamente, aqui. Esse é o nosso intuito. Que tipo de incentivo pode ser dado a esses empreendedores? – Apresentei na Câmara e levei para o GDF projeto dando a possibilidade de aumentar a isenção do ICMS. Minas Gerais fez e se desenvolveu demais. Explique essa redução do ICMS. – Todos os estados do Brasil, basicamente, dão isenção do ICMS para o produtor até 1 MW. Então, se eu tenho um shopping, quero fazer uma planta de energia solar para custear a minha atividade, eu tenho isenção só de 1 MW. Se o consumo desse shopping passar de 2 MW, eu não consigo entrar nessa linha da isenção do ICMS. Como foi a receptivi-
dade do GDF? – Muito boa. Inclusive, esse projeto foi protocolado no CONFAZ Digital. Estamos aguardando para que possamos igualar o DF ao Estado de Minas Gerais. Estive no BRB algumas vezes discutindo linhas de crédito para o setor no DF, que foi uma coisa que, em Minas, foi muito importante. A gente já tem o encaminhamento hoje de que isso vai acontecer. Por que essa referência a Minas? – Porque Minas Gerais é referência no Brasil no ponto de legislação nos últimos 5 anos. Sabemos o que deu certo, o deu errado e estamos tentando copiar aquilo que foi exitoso. A gente tem conseguido conversar bastante com os entes do governo. Recentemente, tivemos uma discussão sobre a resolução da Aneel para a qual fizemos um manifesto na Câmara. Colhi assinatura de 18 dos 24 deputados e fizemos um protocolo na Aneel pedindo uma audiência para, de alguma forma, proteger esse setor. Além da questão energética, em quais outras frentes o senhor tem trabalhado? – Estamos trabalhando bastante em prol de vagas em creches, que é uma demanda que ouvi demais na cidade. Estamos lutando bastante para que a gente consiga desenvolver a ciência e a tecnologia no DF. Tenho um projeto aprovado, recentemente, que estabelece alíquota única em 2% de ISS para o setor de ciência e tecnologia. Então, o DF trouxe segurança jurídica para os empresários por meio desse nosso projeto, construído junto com o setor. Estamos lutando bastante, também, pela saúde e pela segurança públicas. Mandamos muitas emen-
Em busca de Orlando Pontes
O
administrador de empresas Eduardo Pedrosa (PTC) tem planos ambiciosos para a carreira política que está iniciando. Com apenas 30 anos, exerce o primeiro mandato de deputado distrital, projetan-
das parlamentares destinadas à área de saúde. Para que setores? – Temos uma emenda destinada ao Instituto de Cardiologia do DF para aquisição de equipamentos que os possibilitem continuar realizando cirurgias cardiológicas em crianças. É o único lugar no DF que faz e estava com uma dificuldade nos equipamentos. Destinamos grande parte dos nossos recursos para a educação. Fui o primeiro deputado a destinar emendas para 100%
das escolas públicas do DF. Em média de quanto por escola? – Varia bastante. Cada escola tem uma demanda diferente, mas a gente fez um planejamento em cima da quantidade de alunos e demanda. Então fizemos mais ou menos dentro de uma proporção igualitária. Então o cálculo foi feito por aluno? – Exatamente. Como a gente teve esse primeiro ano para avaliar a efetividade desses recursos em cada escola, a gente
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LORRANE OLIVEIRA/BSB CAPITAL
“O governo tem boas intenções, tem sido mais dinâmico. É um governo melhor do que os que nós tivemos nos últimos anos”
lher bons frutos no futuro. Claro, a gente tem anseios. Penso em algo grande, no contexto político. Mas também tenho pé no chão. Sei que tenho de me dedicar todos os dias para poder ter condições. O senhor tem cargos no governo? – Não.
e bons frutos do “algo grande no contexto político”. Mas sabe que precisa ser bem avaliado “para colher bons frutos”. Ele é da base do Buriti, e, nesta entrevista ao Brasília Capital, garante: “A gestão Ibaneis é melhor do que os governos que tivemos nos últimos anos”.
também teve condições de conhecer outros problemas. Por exemplo, tem uma escola no Gama que não tinha água potável. Levamos para lá uma emenda que viabilizasse a construção de um poço artesiano para que as crianças pudessem tomar água limpa. Agora estamos tocando um projeto nas escolas em áreas rurais para implantar programas de piscicultura. O senhor é um parlamentar de primeiro mandato, mas com um perfil
de executivo. Como está o planejamento da carreira política? – Estou muito animado. Trabalho todos os dias como se fosse o último. Aqui na Câmara, a gente tem de dar o nosso máximo para aprovar cada projeto. Quero, ao longo dos próximos 3 anos, fazer um trabalho para chegar na eleição com a população gostando do meu trabalho. A primeira eleição é um voto de confiança, a segunda eu acredito que é um julgamento. Temos de ser bem avaliados para poder co-
E se lhe fosse oferecido, assumiria? – Se eu tivesse a possibilidade de sugerir... Acho a palavra indicar muito forte. Gosto de sugerir. Tem pessoas próximas a nós que têm capacidade e condição de trabalhar, se o governo quiser acatar nossas sugestões. Agora, eu indicar, não tenho vontade. Até porque, venho tocando as coisas de uma maneira independente na Câmara, e tenho tido a possibilidade de propor vários projetos, que, às vezes, são alinhados com o governo, bons para a sociedade, mas que o governo, naquele momento, acredita que não são os melhores possíveis.
ainda. Acho que ainda tem algumas coisas que têm de entrar no rumo. Mas acredito que o governo fez um trabalho neste primeiro ano que voltou a trazer uma segurança para a comunidade de que as coisas podem ter um rumo certo. Que coisas podem melhorar? – A saúde, principalmente. A segurança é uma coisa que a gente tem falado muito. O governo tem anunciado muitas iniciativas para melhorar a saúde. O que mais pode ser feito? – Precisamos de profissionais na rede. Precisamos de gestão e organização. Não adianta também colocar uma grande quantidade de médicos e não ter ninguém para gerir, para demandar. Sou defensor da meritocracia no serviço público. Estamos lançando a frente parlamentar e quero de-
Estamos na última semana deste ano legislativo. Qual sua avaliação? – Foi um bom ano. Claro que a gente sempre acha que poderia ter sido melhor. Posso falar por mim. Trabalhamos muito. Nosso gabinete esteve muito ativo, muito presente nas cidades. Fiz mais de 100 reuniões nas cidades. Tenho visto o problema no local. A gente procura entregar o que a população espera, que é representatividade, nunca distante do povo. E quanto ao Executivo? O que mudou nesses últimos 11 meses em relação ao governo passado? – O governo tem boas intenções, tem sido mais dinâmico. É um governo melhor do que os que nós tivemos nos últimos anos. Pode ser melhor
“Vamos checar os números do Iges para ver se as metas foram batidas, e como elas foram batidas”
bater isso. É polêmico, mas acredito que fundamental a gente falar sobre. Mas também tem de dar condições de trabalho para esses profissionais. Acho que do ponto de vista das compras governamentais, a gestão da Secretaria tem de mudar muita coisa. O Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges) é uma boa iniciativa? – O instituto tem se mostrado um modelo que tem ajudado. Espero ter, em fevereiro, os indicativos desse primeiro ano do projeto que votamos no início do ano, possibilitando a presença de mais institutos. Apoiei porque queria dar um voto de confiança para o que o governo se propôs a construir. Agora vamos checar e ver os números porque dentro daquele projeto foram estabelecidas metas. Vamos ver se essas metas foram batidas e como elas foram batidas. São métricas que foram criadas no sentido de dar condição de avaliar o que a população está achando disso que foi construído com o instituto. O que o senhor projeta para Brasília no ano de 2020, quando a cidade completará 60 anos? – Projeto um ano bom. Espero que a gente consiga realizar muita coisa. Temos várias coisas plantadas. No nosso gabinete, especialmente, temos muitos projetos desenvolvidos que neste ano que vem a gente quer começar a colher e mostrar para a comunidade o quanto isso vai ajudá-la. Então, estou bem animado e motivado. Acho que o momento é muito oportuno para a nossa cidade e a gente vai conseguir realizar muita coisa ainda. Espero estar representando a população da melhor maneira possível.
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Brasília Por Chico Sant’Anna
Nas asas do Exército DIVULGAÇÃO
Força terrestre adquire oito aviões irlandeses que estavam fora de operação nos EUA
O
Exército Brasileiro bateu o martelo: Vai voltar a ter a sua própria aviação. A Arma, que já opera helicópteros a partir de seus Batalhões de Aviação, passará a contar com a sua própria esquadrilha. Mas, as primeiras aeronaves estão longe de ser a última palavra em tecnologia da aviação militar. Pelo contrário. O Alto Comando do Exército aprovou a aquisição de oito aeronaves de transporte Short C-23B Sherpa, de produção Irlandesa, fabricados entre 1981 e 1991, usados pela Guarda Nacional dos EUA e que já estavam fora de operação. Fazer o Exército voltar a alçar voos vai custar ao contribuinte cerca de US$ 18 milhões (aproximadamente, R$ 77 milhões) na aquisição. Além disso, haverá custos para a colocação dessas aeronaves em condições de voo, construção de hangares,
Indústria nacional não tem similares ao ShortC-23B Sherpa para transportar tropas e cargas na Amazônia
treinamento de pilotos e técnicos e manutenção. Os aviões ainda têm 15 anos de vida útil, mas, segundo especialistas, poderão ter o uso esticado em mais 5 anos. Como já estão fora de linha, das oito unidades a serem adquiridas, duas servirão para o que os técnicos chamam de canibalismo – delas serão retiradas peças para a manutenção das demais. Os Sherpa serão usados na Amazônia, pelo 4º Batalhão de Aviação do Exército (4° BavEx), baseado em Manaus. Eles têm capacidade de transportar 3,5 toneladas de carga (o dobro de um avião Bandeirante que era fabricado pela Embraer) e será usado no apoio logístico das ações do Exército na Amazônia.
Independência nas ações No início da 2ª Guerra Mundial, Getúlio Vargas criou a Força Aérea Brasileira e o Ministério da Aeronáutica, unificando as aviações da Marinha e do Exército, e trouxe para a nova Pasta o Departamento de Aviação Civil (DAC). A retomada de operações em aviões pelo Exército acontece 79 anos depois da criação da FAB. Desde 1986, o Exército pode operar seus próprios helicópteros, mas a Arma quer independência em suas ações. Agora, cada Força está pilotando sua própria aviação. Para o consultor em assuntos militares Pedro Paulo Resende, a iniciativa do Exército é bem-vinda, pois solucionará a dificuldade de abastecimentos dos quarteis de fronteira na Amazô-
nia. Segundo ele, são aviões robustos, rústicos, mas versáteis, que, ao contrário dos SC-105 Amazonas, comprados pela FAB na Espanha, sobem e descem com facilidade nas pistas curtas e de terra da região. A opção pelos aviões desativados da Guarda Nacional dos EUA se deu pela falta de uma opção nacional. “Desde o fim da fabricação do Bandeirante, pela Embraer, não existe um modelo que atenda às necessidades brasileiras”, explica ele. Agora, a Desaer, empresa de São José dos Campos, deseja ocupar esse nicho mercadológico – estimado em dois mil aeronaves civis e militares - e desenvolveu o ATL-100. A expectativa é que ele opere até 2025.
Brasília Capital n Política n 9 n Brasília, 14 a 20 de dezembro de 2019 - bsbcapital.com.br
Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com
A Tecnologia da Informação – gestão e razão (Parte IV) - Final Ricardo Ferrer (*)
UP, o novo partido de esquerda Antes do direitista Aliança pelo Brasil, um novo partido de esquerda surgiu: Trata-se do Unidade Popular pelo Socialismo (UP). Ele não saiu do racha de nenhuma costela de partidos progressistas já existentes, como ocorreu com o PSTU, PCO e Psol, todos surgidos a partir de divergências internas no PT. O pedido de registro da nova agremiação já foi aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A petição foi acompanhada pelo apoio de 497.230 assinaturas de eleitores, distribuídas por 15 estados. Foi solicitado ao TSE que autorize o uso do número 80 para a legenda. O UP, que leva o mesmo nome da coalizão partidária de esquerda que elegeu, nos anos 1970, o presidente chileno Salvador Allende, é fruto das Jornadas Populares de Junho de 2013. Seu presidente provisório é Le-
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Unidade Popular pelo Socialismo: Fortalecer a esquerda
onardo Péricles, jovem negro, ativista de movimentos de moradia e residente na Ocupação Eliana Silva, em Belo Horizonte (MG). Péricles também dirige o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas. Em entrevista à Revista Fórum, justifica a criação de mais um partido “em decorrência
da necessidade de militantes de diversos movimentos populares, sindicalistas, ativistas e jovens, socialistas e comunistas, que há muitos anos desenvolvem importantes e combativas lutas pelos direitos do povo em seus estados, mas que há muito tempo não se sentiam mais representados pelos partidos legais existentes”. RESISTÊNCIA – Presidente do Psol-DF, o distrital Fábio Félix, diz achar importante o nascimento de um partido construído a partir da luta social. “A Unidade Popular tem um programa de reorganização da esquerda e deve somar na construção de um campo social de resistência a este governo de extrema direita”. Quem também saúda a chegada do partido é Jacy Afonso, presidente do PT-DF. “O UP vai fortalecer a esquerda no Brasil em defesa da Democracia”.
Militância no meio do povo Ao contrário de Allende, que visava transformar o Estado burguês chileno em socialista, atuando a partir da classe média, da burguesia, o UP promete um caminho inverso: Menos gabinetes e escritórios, mais militância nas comunidades, nas ruas, no meio do povo. Uma ação horizontalizada. O UP já conta com nove
diretórios estaduais reconhecidos pelos TRE. O do DF ainda está em fase de organização. O UP tem inserções dentre universitários da UnB, em especial dos campi Darcy Ribeiro e de Planaltina, professores das redes pública e privada e junto a movimentos identitários. Autorizado pelo TSE, já pode disputar as eleições municipais de 2020.
SOPA DE LETRINHA – Atualmente, 36 partidos estão oficialmente registrados na Justiça Eleitoral. Desses, nove que não atingiram a cláusula de barreira nas eleições de 2018 terão de definir seu futuro. Alguns já se fundiram a outras agremiações, como o PHL, ao Podemos; o PPL, ao PC do B; e o PRP ao Patriota. Mas outros, como a Rede, ainda não decidiram o que fazer.
DIVULGAÇÃO
As eventuais reuniões seriam por teleconferência. O controle de suas atividades seria por meio de programas computadorizados. Imaginem se isso se tornar realidade! Quantos veículos deixariam de circular pela manhã e no final da tarde/noite? Os ônibus circulariam, possivelmente, com pessoas sentadas ou no mínimo, sem pessoas amassadas, idem o Metrô. A proposta é incentivar empresas e o próprio serviço público a descentralizarem seus escritórios para as demais cidades/bairros, ou mesmo, incentivar funcionários a trabalhar em casa, mediante suporte logístico. A compensação poderia vir mediante incentivo fiscal/redução de impostos para as empresas e gratificação para os funcionários. O importante é que os governantes vejam essa proposta de forma a torná-la realizável, e a ampliem, pois, da forma como foi colocada aqui, ela não se esgota em si. Aí, pergunta-se: Qual o resultado? Viadutos, alargamentos de pistas, estacionamentos e outros ligados ao trânsito nos grandes centros deixariam de ser necessários. Os recursos seriam transferidos para as periferias, que teriam a rede de esgoto construída, as ruas asfaltadas, os postos de saúde e escolas reformados e ampliados, de forma a minimizar o deslocamento das pessoas. Os hospitais seriam providos de equipamentos para os mais diversos exames. Com isso, haveria menos demanda por saúde, já que a poeira, os ratos (e outros), o estresse, seriam diminuídos, sensivelmente, senão extintos. A segurança seria favorecida por menos deslocamentos das pessoas, transferindo policiais para combater e eliminar o banditismo em sua origem. Se nada for suficiente para convencer as empresas privadas e o serviço público, atentem para a economia financeira que tal medida propiciaria. Conclusão: a Tecnologia da Informação está aí para ser amplamente utilizada, com razão, pelos gestores. O cidadão seria tratado com toda a dignidade. A Pirâmide de Maslow seria o norte da gestão pública e privada. Proposta: Uma comissão de notáveis, com forte apelo pela cidadania, para traçar os rumos necessários à consecução desses objetivos, com utilização plena da Tecnologia da Informação.
(*) Engenheiro aposentado e escritor (*) Continua na próxima edição
Brasília Capital n Cidades n 10 n Brasília, 14 a 20 de dezembro de 2019 - bsbcapital.com.br FOTOS: VINICIUS DE MELO/AGÊNCIA BRASÍLIA
Brasília vive a alegria do Natal Parcerias do GDF com a iniciativa privada alegram o fim de ano da capital Lorrane Oliveira A alegria, as cores e as luzes estão de volta ao Natal e ao fim de ano de Brasília. Parcerias do GDF com entidades, como a Federação do Comércio e a classe artística local, estão trazendo de volta o colorido nas ruas, uma interessante programação cultural e a tradição de transformar a Torre de TV numa gigantesca árvore de Natal. A iluminação da Torre foi inaugurada na noite de domingo (8), com transmissão ao vivo para todo o País durante o Fantástico, da Rede Globo. Em meio a uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, com direito a balé clássico, foram acesos os 500 refletores entre moving lights e de LED coloridos, transformando o monumento na maior árvore de Natal do Brasil, com 224 metros de altura. O espetáculo foi presenciado por mais de 80 mil pessoas, mesmo debaixo de chuva.
Paco Britto (C), secretários do GDF e o presidente da Fecomércio, Francisco Maia (D)
Idealizado pela Fecomércio e realizado em parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF), o Natal Sempre Monumental conta com o apoio da Companhia Energética de Brasília (CEB) e patrocínios do BRB Card, da Financeira BRB, e da Terracap. A iluminação será acesa sempre das 19h à 1h do dia seguinte, acompanhada, por uma trilha sonora preparada especialmente, para a ocasião. A partir do dia 12 de dezembro até o dia 5 de janeiro, vão ocorrer as serestas de Natal no coreto arma-
do ao lado da Torre de TV. Apresentações de artistas locais – divulgadas no decorrer do período – ocorrerão às 19h30. Às sextas-feiras, sábados e domingos terão duração média de 1h30. De 17 a 22 de dezembro, carreatas natalinas também farão parte da programação. Com músicas e atrações circenses, as carreatas percorrerão 12 cidades do DF: Sobradinho, Fercal, Planaltina, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Sol Nascente, Samambaia, Taguatinga (Sul e Centro), São Sebastião e Plano Piloto.
Luan Santana será a estrela da festa A grande estrela da noite de 31 de dezembro para 1º de janeiro será o cantor sertanejo Luan Santana. Ele comandará a contagem regressiva da virada do ano na Esplanada dos Ministérios. São esperadas mais de 100 mil pessoas para assistir à tradicional queima de fogos. A Secretaria de Cultura e Eco-
nomia Criativa (Secec) também vai montar um palco na Praça dos Orixás (Prainha), na margem do Lago Paranoá. Lá também ocorrerá um show pirotécnico com duração aproximada de 15 minutos. A música ficará a cargo do sambista Dudu Nobre. O chamamento público da Secretaria de Cultura também contemplou
DJ e apresentadores para as festas. A grande maioria dos artistas é do DF. O objetivo, segundo a organização, é valorizar a produção artística local. “Brasília é um caldeirão cultural e com artistas extremamente qualificados. Temos de dar oportunidade de mostrar esses trabalhos”, destaca o secretário de Cultura, Adão Cândido.
Um domingo de cidadania em Brasília Foi bonito de ver. Brasilienses de todas as idades e classes sociais atenderam ao chamado do Movimento Tempo de Plantar e foram às ruas e parques do DF, de cidades do Entorno e até de outros estados para plantar mudas de árvores. “Não sabemos se a meta de 1 milhão de mudas plantadas no DF foi atingida. Mas temos certeza de que o número de voluntários cresceu demais com a ação. E isso já é uma grande vitória”, comemora João Bruno Vidal, idealizador do Projeto Reflorir e coordenador do Comitê de Plantio do Plano Piloto. A iniciativa contou com o apoio do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), do GDF. Doze unidades de conservação receberam o mutirão. Em Alexânia (GO), o prefeito Allysson Silva Lima participou da atividade que plantou 300 mudas na cidade.
Centro de Beleza quer dar um “corte na fome” O Centro de Beleza Eurípedes Mendes, que funciona na QNA 26, Lote 6, em Taguatinga, está fazendo a campanha social “Dê um corte na fome”. O objetivo é ajudar famílias carentes da cidade. As pessoas que doarem uma cesta básica no salão receberão um voucher para cortar o cabelo no domingo (22). Ao entregar os mantimentos, a pessoa agendará um horário entre 8h e 13h. Segundo a gerente Lilian, nesse dia não haverá preferência por um dos profissionais do Centro de Beleza. As cestas serão entregues no dia do Natal. Mais informações pelo telefone 61-3352-4266 ou pelo WhatsApp 98248-4966.
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ESPÍRITA
José Matos O segredo do sucesso A vitória vem para quem é batalhador, perseverante, dedicado e não se abala com derrotas Você se fechou, desenvolveu complexos, antipatiza todo mundo, vive de má vontade e acha que a culpa é dos outros? Por que as pessoas têm obrigação de gostar de você, de lhe amar, de estar à sua disposição? Se quiser ser amado, aprenda a amar, ser gentil, atencioso, caridoso. Mas faça isso de forma autêntica ou terá mais
dor quando descobrirem que você é farsante. Há pessoas derrotadas. Não lutam, não acreditam que algo possa dar certo e sentem prazer quando não dá certo: Não disse? A vitória vem para quem é batalhador, perseverante, dedicado e não se abala com derrotas. Acredite se quiser. Gente vitimizada fica triste quando ob-
NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Os impactos sociais e ambientais do desperdício O aproveitamento integral de alimentos pode ser uma alternativa na minimização dos impactos sociais e ambientais A perda de alimento no âmbito mundial é alarmante e ocorre desde a produção, manipulação pós-colheita e no armazenamento, até a chegada ao consumidor final, cau-
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
sando prejuízos significativos à sociedade. Muito do desperdício de alimentos é causado por parte de vendedores, serviços de venda de comida e consumido-
tém vitória. Assim, não pode se queixar para que sintam pena. O prazer delas está na derrota. O slogan delas é: Nasci para sofrer; nada para mim dá certo, ninguém gosta de mim, nem meus filhos, nem meus pais. Este é um mundo muito estranho. Pessoas que sentem prazer quando são derrotadas. Sintam pena de mim, gostariam de gritar. Acorde. Liberte-se! Você sofre de complexo de inferioridade e rejeição porque, provavelmente, acreditou em alguma humilhação dos seus pais ou de alguém. Assim como você os desenvolveu, pode livrar-se deles. Por que você não pode acreditar em si? Já experimentou se empenhar, ir à luta para valer sem dar bolas para derrotas e as opiniões desanimadoras? Tente! você não tem nada a perder, exceto sua má vontade,
preguiça e encucações. Thomas Edson, após 700 tentativas fracassadas de desenvolver a lâmpada elétrica, afirmou: “Já experimentamos 700 maneiras de como não fazê-la”. Esta deveria ser a disposição de todos os humanos. Tente! fracassou? Avalie, corrija! Continue! Consciente das dificuldades que os humanos passam neste planeta de expiação, Jesus ensinou: “No mundo tereis tribulações, mas tendes Bom Ânimo”. Disposição, dedicação, superação. Acredite em si ou você será seu pior inimigo. Acredite! sua vida não é por acaso. Há um comando oculto para o bem, em sua vida mas você terá de fazer a sua parte.
res. Outro problema não menos importante relacionado ao desperdício de comida é o impacto ambiental. Nesse contexto, considera-se, além do descarte de partes comestíveis próprias ao consumo humano, também aspectos como o manejo inadequado de resíduos, uso exagerado de descartáveis e utilização indevida de reservas naturais para o cultivo de alimentos. É preciso estimular o estudo das potencialidades gastronômicas e nutricionais de cascas, vísceras, sementes, talos e raízes, já que, muitas vezes, são considerados “lixo”. Assim, o aproveitamento integral de alimentos pode ser uma alternativa viável na minimização dos impactos so-
ciais e ambientais, já que, por desconhecimento da composição, preconceitos e desinformação, matérias-primas de boa qualidade nutricional são descartadas. Ademais, faz-se necessário o incentivo à redução do consumo de produtos alimentícios industrializados que impactam o meio ambiente com acúmulo de resíduos sólidos, cujo tempo de degradação é, muitas vezes, indeterminado. Esse é o futuro da ciência da nutrição: Não apenas nutrir o homem, mas minimizar o impacto ambiental!
José Matos Professor e palestrante
Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
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TV Comunitária de Brasília DF
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A desafinada do rapper Ao gravar música denunciando a violência no sistema carcerário, TRA Strong vira o próprio mundo de pernas para o ar Pollyanna Villarreal O sistema carcerário brasileiro é conhecido como “universidade do crime”. Pessoas detidas por cometerem pequenos delitos, ao serem presas, “formam-se” ou são “adotadas” por facções que comandam o crime organizado. Essa realidade é reconhecida pelos Poderes Executivo, Legislativo e, especialmente, o Judiciário. Muitos juízes chegam a relutar em sentenciar autores de delitos menores a pena em regime fechado para não “entregá-los” às facções. Em Brasília, ganhou destaque nos últimos meses, na imprensa, a prisão do rapper Alisson Fernando Brito, de 36 anos. Conhecido pelo apelido de TRA Strong, ele foi detido sob a acusação de fazer música
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com apologia e incitação ao crime. Ainda jovem, ele foi condenado e cumpriu 2 anos no presídio. “Uma experiência pela qual não quero mais passar”, diz. Ao sair da prisão, procurou emprego na área de saúde, na qual tem formação como técnico em radiologia. DEMISSÕES – Por 10 anos trabalhou no Instituto de Cardiologia de Brasília e no Hospital de Base. Recentemente, estava bem classificado numa seleção do Hospital Sírio-Libanês. Mas, a gravação de um rap de sua autoria, que viralizou na Internet, virou seu mundo de pernas para o ar. TRA Strong conta no rap parte das experiências que viveu na prisão e narra a violência que, segundo a música, ocorre dentro do sistema carce-
Alisson Brito, o TRA Strong: “Uma experiência pela qual jamais quero passar novamente”
rário. “Passei a receber ameaças, até de morte”, diz ele, que acabou demitido dos dois empregos e desclassificado da seleção do Sírio-Libanês. Assustado, contratou o advogado criminalista Jadson Reis,
que ingressou, semana passada, com uma representação no Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) do Ministério Público do DF e Territórios contra agentes penitenciários por perseguição e ameaças. COAÇÃO – O advogado diz que a representação ainda denuncia os agentes por coação que o cantor tem recebido pelas redes sociais, pelo canal no You Tube e por telefone. Reis alega que os agentes penitenciários cometeram outros crimes, como o de tirar uma foto de seu cliente em frente a uma delegacia e divulgá-la, ilegalmente, para a imprensa local, “que veiculou informações difamatórias sobre o cantor”. “A ilegalidade é porque os presos têm o direito de ter sua imagem resguardada e mantida em sigilo no arquivo da polícia”, explica o advogado. “Alisson corre risco de ser assassinado por causa da música que retrata a relação perversa entre agentes penitenciários e presos”, insiste.
A cachorra vai tocar O drama do cantor começou com o processo aberto por agentes penitenciários, em fevereiro de 2019, por causa do rap “A cachorra vai tocar”, lançado em janeiro. Como no filme “Tropa de Elite”, a música relata as relações entre agentes e presos. Sentindo-se ofendidos, os agentes penitenciários transformaram Brito em réu e ele foi condenado pelo juiz Pedro de Araújo Yung-Tay Neto a 7 meses de uma pena restritiva de direitos (Inquérito 2019.01.1.0024024). Irá responder em liberdade, porém, com restrição de direitos a serem definidos pela Vara de Execuções das Penas e Medidas Alternativas (Vepema). O processo movido pelos
agentes penitenciários dá conta de que a letra da música é apologia e uma incitação ao crime. “É apenas uma música. Além de tentar me incriminar, o que estão praticando é censura”, defende-se Alisson. DESEMPREGO – “Estou desempregado e não tenho como procurar emprego na minha área porque esse processo é tudo que se comenta no meio profissional. Muita gente não sabe do que aconteceu de verdade e me julga e nem fala mais comigo”, lamenta. O advogado acredita que o juiz que condenou o músico “foi parcial e modificou a letra da música”. “Na condenação, o juiz inventou trechos que não
existem na letra original para fundamentar sua argumentação e condenar, de forma injusta, o músico”, denuncia Jadson Reis. O caso de Alisson reforça outro estereótipo do direito criminal: Uma vez bandido, sempre bandido. Ele carrega a marca da prisão. Pagou pelo crime anterior. Estava ressocializado, exercendo sua profissão. Mas TRA Stronger cometeu o deslize de, com sua arte, “cutucar o sistema com vara curta”, como ele mesmo diz. E assim o Brasil pode estar condenando mais um a não escapar do crime, mesmo disposto a se recuperar. ATLAS – A violência policial tem elevado os índices de criminalida-
de contra homens jovens, negros e pobres, como aponta o Atlas da Violência 2019, divulgado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento mostra que de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com o Mapa, os negros têm chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência. SAIBA+ – “A cachorra vai tocar” é uma alusão à sirene que toca dentro dos presídios quando há rebelião ou qualquer tipo de tumulto. E é esse o título da música do rapper TRA Strong.