Jornal Brasília capital 462

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Ano IX - 462

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UnB

UnB dá show no enfrentamento ao coronavírus Apesar da falta de investimento do governo, universidade é fundamental no combate à covid-19

Brasília, 2 a 8 de maio de 2020

Páginas 7, 8 e 9

E daí?

Ibaneis: volta às aulas só com todas as garantias Página 10

DF recebe R$ 242 mi de emendas da bancada federal

Foi assim que Bolsonaro voltou a desdenhar a pandemia. Daí, Presidente, que o Brasil registrou, quinta-feira (30), até o fechamento desta edição, 5.901 mortos e ultrapassou a China em 1.258 óbitos (o país asiático registrou 4.643). Daí, que o País também ultrapassou a China em infectados e, hoje, contabilizou 85.380 (China 83.944). No mundo são 3,2 milhões de contaminados, com 231 mil mortes. Que o sistema de saúde está quase em colapso com apenas 1,95 leitos por mil habitantes (a OMS diz que o mínimo é 3,2) diante de uma doença que não tem vacina nem tratamento. Daí que no DF já são 1.535 contaminados e 30 mortos até o fechamento da edição. Daí que não se combate o vírus e o desemprego com bravatas. Daí que a população espera que o governo aja e dê condições para que todos possam se proteger do inimigo invisível. E aí, Presidente, deu pra entender?

Página 6 DIVULGAÇÃO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Pelaí – Página 3

Primeiros habitantes do DF chegaram ao Paranoá há 8.414 anos Chico Sant’Anna – Páginas 12 e 13

Ceilândia ganha 10 novas UTI – Hospital São Francisco, referência em saúde na maior cidade-satélite de Brasília, tem agora 34 leitos de terapia intensiva e se torna parceiro estratégico do GDF no atendimento de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Páginas 4 e 5

Piantella não resiste à quarentena para prevenir a pandemia Clésio Oliveira – Página 14


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 2 a 8 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

Transtorno bipolar Peniel Pacheco (*)

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell (61) 9 8451-7565 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

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Quando o Estadão, Veja, Folha e Globo – entre outros veículos de comunicação – detonavam Lula, eram vistos como a “grande mídia” desnudando a corrupção do Brasil. Hoje, quando esses mesmos jornais, revistas e canais de televisão noticiam as incongruências de Jair Bolsonaro, trata-se de perseguição da imprensa para desestabilizar o governo. Quando o PSL acolheu Bolsonaro para garantir sua candi-

datura, era “o partido da nova política”. Mas, assim que um dos filhos do Presidente não conseguiu assumir a liderança da legenda, o partido se tornou um antro de manipulação do fundo partidário e eleitoral. Quando Sérgio Moro articulou nos bastidores a condenação de Lula, era tratado como herói nacional. Porém, quando ele escancara os crimes e artimanhas de Bolsonaro, passa a ser rotulado de traidor da Pátria em busca de vantagens pessoais. Quando Roberto Jefferson foi preso por corrupção, era bandido da velha política. Mas, quando é convidado para dar apoio ao governo, é estratégia de fortalecimento das bases.

Afinal, a tão decantada verdade seria um tipo de pêndulo que hora avança para um lado, hora para o outro, sem o menor pudor? É a verdade que deve modelar as pessoas, ou são as pessoas que modelam a verdade ao seu bel-prazer? A verdade pendular é mais danosa do que a mentira declarada, pois, enquanto a mentira aponta claramente para o engano – acredite se quiser –, a dubiedade aponta, supostamente, para a verdade, mas conduz ao abismo da falsidade! “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!” (*) Ex-deputado distrital ((PDT)

Pelo irrenunciável direito de pensar (e discernir) Cláudio Sampaio (*)

BRASÍLIA CAPITAL

A Constituição Federal prevê, no inciso IX, do artigo 5º, que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”, bem como, em seu artigo 220, que a “manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”. No mundo animal, a racionalidade é exclusividade de nós, humanos. Nesse sentido, lecionou René Descartes que “viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir”. No entanto, a radicalização da política brasileira entre polos ideológicos antagônicos criou fenômenos lamentáveis, de ignorância e robotização, amplamente perceptíveis, com todas as suas excrescentes facetas, nas redes sociais.

Nesse passo, muitas pessoas estão, simplesmente, de forma deliberada ou não, renunciando ao salutar exercício do pensamento, da dúvida, da reflexão, e de um discernimento lúcido sobre os fatos políticos que se escancaram em nosso cotidiano. As paixões ideológicas tomaram, de vez, o lugar da inteligência, fazendo que os conceitos mais básicos da ética e da moral sejam, absurdamente, relativizados ou esquecidos ao bel-prazer de idolatrias ou de estratégias de perpetuação no poder. Isso nos leva a refletir se a luta contra as más práticas, vista nas ruas e nas próprias redes sociais em um passado recente, era, para parte dos cidadãos, uma simples retórica de conveniência alimentada por preferências políticas. Se o Brasil quiser, finalmente, se desenvolver, sem repetições inócuas em torno de sua própria história, é necessário que a população, ou pelo menos a maioria dela, se conscientize de que, independentemente de quem governa, de quem legisla e de quem julga, o mais importante é o teor dos atos praticados pelas autoridades.

É de fulcral importância que as pessoas leiam e ousem pensar mais, considerando, com cuidado, a credibilidade das fontes de mídia e não se deixando alienar por notícias falsas ou fora de contexto. Os cidadãos e as cidadãs de bem não podem ter receio de, quando necessário, reconsiderar percepções pretéritas, demonstrando coerência e senso crítico, inclusive para analisar os atos de seus políticos preferidos. A alienação em massa enfraquece a soberania popular, abrindo espaço para “fórmulas mágicas” e práticas violentas, em inaceitável afronta ao Estado democrático de direito. Pouco, ou nada, devem interessar a crença ou a vertente ideológica do agente público, mas, sim, que suas atitudes estejam de acordo com a ética – na condição de valor irrenunciável para uma sociedade evoluída –, bem como que sejam eficientes, impessoais e sempre voltadas ao interesse da coletividade, na esteira de princípios consagrados por nossa Carta Cidadã de 1988. (*) Advogado, escritor e palestrante


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Ministro Alexandre Moraes – Tido como um magistrado técnico, em razão de sua pós-graduação em Direito Constitucional, Alexandre de Moraes barrou a indicação do nome de Alexandre Ramagem para diretor-geral da Polícia Federal. Mas o presidente Bolsonaro disse que vai recorrer, contrariando a posição inicial do recém-indicado Advogado Geral da União, José Levi, que havia anunciado que não contestaria o ministro do STF. Bolsonaro chegou a dizer que o episódio quase causou uma ruptura institucional entre os Poderes.

“E daí”?

Ilhas, barracas e redes

CULPA DA IMPRENSA – No dia seguinte, diante da péssima repercussão, o Presidente voltou a culpar a imprensa: “Esculhambaram comigo. Fui achincalhado por parte da mídia. Fiz minha parte desde o começo. A missão do chefe é decidir. O STF decidiu que essas medidas [de restrição] são a cargo dos governadores e prefeitos”.

FACEBOOK

ministro é o último a saber do que foi decidido e assina sem saber o que está assinando. Só se dá conta da encrenca quando é convocado pelo TCU, CGU, AGU, PF e outros órgãos de controles. Daí em diante, serão no mínimo 5 anos de aporrinhação. AGÊNCIA BRASIL

DÓRIA – Ao lado de parlamentares aliados, Bolsonaro disse que os jornalistas deveriam perguntar ao governador de São Paulo, João Dória, por que, mesmo com as medidas restritivas adotadas no estado, “tem mais gente perdendo a vida”. E pontuou: “Não adianta a imprensa colocar na minha conta essas questões, não adianta botar a culpa em mim”.

AGÊNCIA BRASIL

Ao deixar o Palácio da Alvorada, na quarta-feira (29), e ser questionado sobre o Brasil ter ultrapassado a China em número de mortes por covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (foto) saiu com mais uma grosseria: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Nelson Teich (foto), com toda sua experiência como médico e como administrador em empresa privada, não sabe em que se meteu ao aceitar a missão de substituir Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde. A estrutura do serviço público no Brasil foi desenhada para ter ilhas, em que os políticos mal-intencionados armam suas barracas ou redes. APORRINHAÇÃO – Para decidir qualquer medida de urgência, é preciso, no mínimo, dez pareceres diversos, assinados por uma burocracia burra. Em geral, o

Bia Kicis contra o Sistema S Dos três senadores e oito deputados do DF, apenas Bia Kicis (PSL) votou a favor da emenda que pretendia tirar metade dos recursos do Sistema S. Bolsonarista de carteirinha, a deputada seguiu o previsto na Medida Provisória que tem o DNA do ministro da Economia,

Paulo Guedes. A proposta não leva em consideração o momento atual, pois o corte causaria milhares de demissões no DF e no País, além de prejuízos ao atendimento de pessoas que recorrem aos serviços de instituições, como o Sesc, o Senac, o Sebrae e o Sesi, entre outras.

Reparação

Gripezinha Renan Bolsonaro, 21 anos (foto), filho mais novo do Presidente da República, publicou vídeo no Twitter, na manhã de quinta-feira (30), ironizando a covid-19. “Que pandemia? É só uma gripezinha. Peguei, passou”, disse ele, seguindo a linha do pai.

TOSSE – Renan reafirma a fama de garanhão, espalhada por Jair Bolsonaro, que disse que ele “pegou metade do condomínio”. “Prefiro morrer tossindo, do que morrer transando”, vocifera o 04, para, em seguida, rindo, se corrigir: “É melhor morrer transando do que tossindo”.

Herdeiros da falecida esposa do ex-presidente Lula acionaram na Justiça o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) e a secretária de Cultura do governo federal, Regina Duarte, pedindo reparação por mentiras divulgadas na Internet que atacavam a memória de dona Marisa Letícia. FORTUNA – O deputado e a secretária publicaram em suas redes sociais a informação de que dona Marisa possuía uma fortuna de R$ 256 milhões

em aplicações. Eduardo Bolsonaro e Regina Duarte não se retrataram nem apagaram as publicações. FAKE NEWS – A família pede reparação de R$ 131.408,70 de cada um dos propagadores de fake news. E, ainda, que eles publiquem em suas redes sociais a sentença condenatória com o valor correto do investimento de dona Marisa, corrigindo a desinformação propagada anteriormente.


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Hospital São Francisco inaugura 10 leitos de UTI de última geração Instituição de Ceilândia eleva número de espaços para tratamento de doenças, como a covid-19. Parceria com GDF faz pacientes graves terem maior esperança de cura O Hospital São Francisco (HSF) acaba de disponibilizar dez novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que passam a integrar a estrutura de atendimento clínico da instituição, inaugurada há mais de duas décadas em Ceilândia. Essa é mais uma medida dentro de um projeto ousado de ampliação do atendimento e modernização de equipamentos e espaços físicos. Os novos leitos estarão disponíveis para a população a partir de segunda-feira (4 de maio). Com a inauguração das 10 unidades, o hospital passa a contar com 34 leitos de UTI, distribuídos em UTI Neonatal, UTI Pediátrica e UTI Adulto. Os novos espaços de internação são individuais, no formato suítes, confortáveis e humanizadas, possibilitando a presença do acompanhante do paciente em período integral. O investimento empregado nos novos locais para tratamentos intensivos foi de mais de R$ 5 milhões. As UTI foram construídas em apenas 45 dias. “Foi um

Hospital São Francisco foi inaugurado há 24 anos e, em 2020, inicia modernização e expansão de estrutura

esforço gigantesco e recompensador para servir à população no momento de crise da covid-19, em que leitos de UTI são diferenciais de excelência para salvar vidas”, conta dr. Fumihiko Yuge, médico e presidente do HSF. OMS – Com o acréscimo de leitos de UTI, a possibilidade de atendimentos de pacientes com necessidade de maior atenção apresenta crescimento como nunca visto na região. Tal fator aumenta em 42% a capacidade de atendimento do hospital. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a de, no mínimo, um leito para cada dez mil habitantes. Assim,

os dez novos leitos de UTI do Hospital São Francisco passam a ter capacidade de atendimento para mais 100 mil habitantes. Para o dr. Fabrício Rigonato, médico intensivista e chefe dos Serviços de UTI do HSF, o acréscimo de leitos no hospital é um fator de extrema importância para os usuários das regiões próximas. “É importante destacar que a Ceilândia tem três hospitais: o HSF, que tinha 24 leitos de UTI e passa para 34; o HRC e HC, cada um com 20 leitos. Ou seja, a cidade tinha 64 leitos de UTI e passa a ter 74, um incremento de 15% no setor”, contabiliza. HUMANIZAÇÃO – Não se trata apenas de elevação dos números

dentro da cidade. Os serviços oferecem diferenciais voltados à humanização da atenção ao paciente e, em concomitância, da família dos assistidos. “Vale ressaltar que os bons resultados assistenciais do Hospital São Francisco – conforme série histórica demonstrando mortalidade e tempo de internação abaixo daqueles observados em serviços internacionais de qualidade –, agrega, neste momento de crise sem precedentes, mais dez leitos humanizados, amplos, com telemetria e capacidade de atender alta complexidade, e que, ao mesmo tempo, favorece o aconchego familiar”, diz dr. Rigonato.


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ç Com as dez novas UTI, o HSF passa a oferecer 34 leitos de terapia intensiva para a população de Ceilândia e região

Parceria com o GDF No intuito de contribuir com a população do Distrito Federal, o HSF firmou contrato com a Secretaria de Saúde do DF para prestar serviços de UTI para pacientes provenientes da rede pública de saúde. São dez leitos de UTI dedicados ao tratamento de pacientes críticos, inclusive os portadores de covid-19. “A população de Ceilândia, cidade-satélite mais populosa do DF, merece iniciativas que promovam a excelência no cuidado à sua saúde. É nesse sentido que o HSF reafirma seu compromisso com a população”, finaliza dr. Rigonato.

Especialistas e atendimento de primeira linha Excelência: hospital conta com profissionais de alto nível, como o chefe da UTI, dr. Fabrício Rigonato, e a enfermeira supervisora, Erica Bruna dos Santos

Batalha contra a covid-19 O estado de pandemia exige atenção redobrada para que menos pessoas sejam acometidas pela doença covid-19, transmitida pelo novo coronavírus. Os impactos do vírus no mundo estão sendo percebidos por toda a população, todos os tipos de empresa e em todos os países, sejam eles desenvolvidos ou não. Mas é bem verdade que quem emprega motivação e lança mão de busca por resultados positivos neste período consiga reduzir os danos. Investir em crescimento e ampliação é uma

aposta em valores e fomenta a missão do HSF em atender mais e melhor à população. “O Hospital São Francisco é o primeiro e maior hospital privado de Ceilândia. A cidade, assim como as regiões circunvizinhas, não param de crescer, e o hospital precisa acompanhar esse crescimento. Ao longo de 24 anos crescemos ano a ano e sempre fizemos investimentos em ampliação das edificações, modernização das instalações e equipamentos, bem como em capacitação constante de nos-

sos colaboradores, de modo que hoje somos referência em serviços de excelência em saúde”, afirma dr. Fumihiko. O momento pede atenção. O público merece qualidade e satisfação em situações como a atual. “Agora não seria diferente. É com imensa satisfação que entregamos à cidade e região esses novos leitos de UTI amplas modernas, com uso de tecnologia de ponta, e que não deve nada aos melhores hospitais do País”, conclui dr. Fumihiko.

O HSF conta com corpo clínico composto por mais de 200 profissionais muito bem capacitados e instalações de primeira linha. Aparelhos de alta tecnologia, hotelaria e ambientação confortáveis, além de ser um dos mais modernos do DF. Atende a 44 Planos de Saúde e Convênios, entre os quais, Bradesco Saúde, SulAmérica, Geap, Postal Saúde, Amil, Cassi, Unimed, Casec, BBB Saúde, STM e Capesesp. Entre as mais de 40 especialidades oferecidas estão Alergologia, Angiologia e Cirurgia Vascular, Cardiologia, Cirurgia Geral, Plástica e Vascular, Dermatologia, Geriatria, Endocrinologia, Ginecologia/Obstetrícia, Infectologia, Mastologia, Neurologia, Oftalmologia, Ortopedia, Pediatria e Pneumologia.


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O SUS nunca foi problema, foi sempre solução

“É

difícil encontrar palavras para expressar meu débito com o NHS (o SUS da Inglaterra) por salvar minha vida”, escreveu em sua conta no Twitter o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, ao receber alta de sua internação por covid-19. Lá e cá, no Brasil, o sistema público de saúde é a diferença entre viver e morrer para a parcela dos infectados pelo novo coronavírus que desenvolve o quadro mais severo da doença. Não podemos esquecer que o Sistema Único de Saúde, apesar de todas as deficiências estruturais e de financiamento, mesmo antes da pandemia, já era a tábua de salvação para pelo menos três quartos da população brasileira, que não têm condição de pagar por um plano de saúde ou por atendimento privado. Na contramão do que se vê agora – que o Brasil e o resto dos países do mundo não podem abrir mão de estruturas públicas de saúde –

governantes em nível municipal, estadual, distrital e federal têm tratado o SUS não como solução para as necessidades de assistência em saúde da população, mas como um problema (de opinião pública e para o desempenho eleitoral) a ser contornado. Também na esfera legislativa, os políticos têm tratado mal o nosso Sistema Único de Saúde – ao mesmo tempo em que se faz o jogo da destinação de emendas para aplicação em saúde nos municípios e estados, aprovam-se medidas, como, por exemplo, a terceirização da gestão de unidades de saúde e a redução de investimentos, como no caso da Emenda Constitucional nº 95, a qual já retirou R$ 22,5 bilhões do SUS desde 2018. Esses recursos, e mais ainda, investidos por estados, DF e municípios têm de voltar agora, a título de gastos emergenciais, para aquisição de equipamentos e materiais em um momento em que a deman-

da mundial faz os preços dispararem, e para montagem de hospitais de campanha, criação de leitos que deixarão de existir depois da fase crítica da pandemia em curso. Toda essa movimentação de recursos, ainda que estejam muito abaixo do necessário para o melhor desempenho do Brasil no enfrentamento da covid-19, ainda dá margem a desvios dentro e fora das estruturas de governo, com superfaturamento e gastos desnecessários. Em três décadas de existência, poucos nomes de políticos são lembrados por terem promovido avanços na concretização do SUS, que é um projeto de Estado, um alicerce civilizatório brasileiro. A pandemia do novo coronavírus revela, mais do que nunca, que o País tem errado na forma de tratar a saúde pública e que está na hora de corrigir esse rumo. O SUS, que era o patinho feio, o espantalho dos noticiários, se mostra como o que

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

realmente é: um cisne, motivo de esperança de toda uma população e de orgulho para quem nele trabalha e para quem o defende.

Governo federal libera R$ 242 milhões para Brasília O governo federal liberou, na quarta-feira (29), mais de R$ 242 milhões para Brasília. São valores propostos em emendas individuais e conjuntas dos 11 representantes da capital no Congresso Nacional. Do total, R$ 70 milhões serão destinados a ações de combate ao novo coronavírus e de prevenção à covid-19. A informação é do líder da bancada do DF, senador Izalci Lucas (PSDB). Segundo Izalci, as liberações que começam agora são recursos para custeio. Mas o senador evitou comentar se os repasses são consequência da reaproximação política do governador Ibaneis Rocha (MDB) com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Até segunda-feira (27), a liberação de recursos de emendas da bancada do DF era de apenas R$ 3.030.078. Dos 11 congressistas, somente Luís

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Senador Izalci Lucas (PSDB-DF) evitou comentar os motivos dos repasses

Miranda (DEM) e Julio Cesar (Republicanos) haviam sido contemplados com os repasses. Miranda indicou R$ 7 milhões e

teve R$ 2,5 milhões pagos para o Fundo Nacional da Saúde. Julio Cesar teve R$ 3,8 milhões empenhados e apenas R$ 485.039 executados. O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus indicou recursos para o Ministério da Cidadania, em projetos ligados ao esporte, sua área de atuação. OBRAS – Izalci explica que cada parlamentar tem direito de indicar a destinação de R$ 22 milhões em emendas de bancada. Metade desse recurso deve ser aplicada na área da Saúde. Para emendas individuais, cada um tem direito a R$ 15 milhões este ano. Além do combate ao novo coronavírus, a bancada destinou verbas para escolas e creches, para o Instituto Federal de Brasília (IFB), para a construção do viaduto na avenida Hélio Prates, em Taguatinga, e

para a Casa da Mulher de Brasília, entre outras obras. EMENDAS PARLAMENTARES – De acordo com a publicação Orçamento em Discussão, da Consultoria de Orçamento, Fiscalização e Controle do Senado, as emendas parlamentares se caracterizam como uma importante ferramenta da qual deputados e senadores buscam inserir demandas locais, de suas bases eleitorais, no Orçamento público. Além disso, o texto considera as emendas “como um fundamental mecanismo retificador de um arranjo tendente à ingovernabilidade”. Os deputados podem apresentar até 25 emendas ao Orçamento da União. Ou seja, indicar ao Poder Executivo 25 gastos específicos para atender às demandas da comunidade que representam. O valor total a que cada parlamentar tem direito em emendas varia a cada ano.


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UnB na vanguarda contra a pandemia Apesar da falta de investimento financeiro do Estado, instituição adota série de medidas para proteger o DF e o Entorno UnB

Pollyanna Villarreal A Universidade de Brasília publicou, segunda-feira (27), um estudo com diagnóstico sobre a pandemia do novo coronavírus no DF. Trata-se da “Nota Técnica nº 1 – Cenários da epidemia de covid-19 no Distrito Federal”, elaborada, neste no de abril, pelos pesquisadores associados do Observatório PrEpidemia. A Nota Técnica mostra a evolução da doença sem as medidas de contenção, como o isolamento social, que o GDF começou a flexibilizar antes de a cidade atingir o pico da pandemia, previsto para os meses de maio a junho. A previsão do documento da UnB é a de que, sem o isolamento, o pico irá se estender até dezembro, com um índice alarmante de contaminações e mortes. Em artigo publicado na imprensa no dia do aniversário de Brasília, a reitora Márcia Abrahão Moura declarou que nestas últimas semanas a universidade tem demonstrado de forma contundente seu nível excelente de competência e comprometimento

A contribuição da Universidade de Brasília no combate à pandemia é ampla, envolve todas as áreas do conhecimento

com a sociedade e mostrado que a instituição está aberta e engajada na busca de novos conhecimentos e na condução de soluções que amenizem os impactos da pandemia. “Nossa comunidade tem atuado de diversas maneiras: estudos do vírus em si (com o sequenciamento do genoma do Sars-Cov-2, por exem-

plo), pesquisas sobre a eficácia de medicamentos e apresentação de alternativas para o enfrentamento da doença, abarcando todas as áreas do conhecimento”, escreveu. A contribuição da UnB no combate à pandemia é ampla. Vai desde esclarecimentos sobre contágio, prevenção e formas de tratamento em caso de

Iniciativas organizadas em comitê Márcia Abrahão (foto) informa, em seu artigo, que as iniciativas foram tão numerosas que a universidade decidiu organizá-las por meio de um Comitê Específico de Pesquisa, Inovação e Extensão da Covid-19, bem como a criação de uma plataforma digital que reúne todas as atividades desen-

volvidas para combater o novo coronavírus e oferecer proteção à população do DF e Entorno. A plataforma é um site repositório de todas as iniciativas. Ela é acessível pelo link www.repositoriocovid19.unb.br. “Uma chamada pública para a prospecção de projetos selecionou 115 pro-

postas de excelente qualidade. Com apoio da Secretaria de Saúde do DF, da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPDF). Temos a perspectiva de conseguir R$ 30 milhões para dar início à execução de parte dos projetos”, afirma Márcia.

contaminação até fabricação de respiradores e outros instrumentos da alta tecnologia científica e médica. Desde a primeira hora, quando o primeiro infectado foi identificado na capital do País, a universidade presta serviços científicos, acadêmicos e de extensão para evitar uma tragédia sanitária e social no DF. BETO MONTEIRO

Reitora diz que UnB espera o dinheiro para executar parte dos projetos


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Plataforma digital incentiva cooperação Uma plataforma digital, por sua vez, mostra os esforços da universidade para o enfrentamento da pandemia e incentiva a cooperação entre pesquisadores. É nesse ambiente que estão reunidas todas as iniciativas que a UnB desenvolve em diferentes áreas do conhecimento contra o novo coronavírus. O “Repositório digital covid-19 UnB em ação” dá visibilidade às variadas frentes de atuação e de abordagens para lidar com a emergência em saúde pública, além de facilitar a busca e o agru-

pamento dessas informações em um só espaço. Nota publicada no site da UnB mostra que, neste momento de extrema retirada do financiamento das pesquisas científicas desenvolvidas nas universidades públicas e na graduação, um mecanismo que sistematiza e armazenas as informações produzidas pela UnB para enfrentamento da pandemia é uma necessidade. “É preciso que as pessoas vejam a importância da UnB para o DF e o Brasil”. Os Comitês Gestor do Plano

de Contingência em Saúde da Covid-19 (Coes) e de Pesquisa, Inovação e Extensão de Combate à Covid-19 (CPIE) desenvolveram a plataforma em parceria com o Laboratório de Inteligência de Redes, da Faculdade de Ciência da Informação (FCI), e o Laboratório Avançado de Produção, Pesquisa e Inovação em Software (Lappis), da Faculdade do Gama (FGA). Um dos idealizadores é o professor da FCI, Dalton Martins. Ele ressalta que o local virtual visa também a favorecer a interação entre pesqui-

Parceria com o HUB para produção de EPI

Atividades da UnB de combate à covid-19 Desde março, a UnB tem publicado estudos e notas, em parceria com outras instituições, sobre o novo coronavírus. No início da pandemia, publicou uma nota técnica junto com a USP e a UFRJ. Os pesquisadores têm atuado desde a instrução sobre prevenção e fabricação de respiradores até aplicação de testes para detecção da covid-19 e estudos laboratoriais para encontrar uma vacina ou um medicamento capaz de deter a sanha do coronavírus no corpo humano. Os Institutos de Física, Química e Biologia, entre outros, não param. A UnB se dedica a produzir conhecimento novo para proteger e defender a população. Todas as áreas do conhecimento estão com foco na produção de pesquisa científica para o combate ao novo coronavírus. São tantas as iniciativas que os projetos foram classificados por categoria, tipo de projeto e área de conhecimento. Na divisão por “categorias”, há 12 áreas que reúnem 97 projetos que vão desde “ações para categorias vulneráveis e aspectos sociais, econômicos e am-

UnB

Nos laboratórios, pesquisadoras procuram a cura para a covid-19

bientais até desenvolvimento de fármacos e vacinas, ensaios clínicos, desenvolvimento de testes e produção de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI). Na classificação por tipo de projetos, cinco campos reúnem 186 pesquisas em andamento nas áreas de extensão, iniciativa externa, inovação, pesquisa e serviço tecnológico. Na Faculdade de Tecnologia, por exemplo, os departamentos têm produzido resultados científicos excelentes, como

sadores, estratégia que ajuda a ampliar as colaborações e maximizar o impacto das ações em andamento. “Essa transparência não só fortalece os pesquisadores e a comunidade acadêmica a entenderem o que está sendo feito e como podem colaborar, como também pode apoiar a sociedade a encontrar respostas, entre o que a universidade está produzindo, para as suas demandas e necessidades nesses tempos de pandemia”, destaca o docente, que coordena o Laboratório de Inteligência de Redes.

criação de equipamentos, entre outros. As atividades de extensão têm ajudado na coleta de informações preciosas para traçar o perfil da doença no DF e Entorno. Na divisão por áreas de conhecimento, nove campos agregam 166 projetos em curso. Recentemente, o Comitê Específico de Pesquisa, Inovação e Extensão da Covid-19 emitiu uma nota orientando a manutenção do distanciamento social pelo Governo do Distrito Federal.

Uma parceria da UnB com o Hospital Universitário (HUB) tem resultado em fabricação de máscaras e luvas para médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde que estão na linha de frente nos hospitais. Máscaras e luvas fabricadas na universidade foram entregues no HRAN, referência em coronavírus no DF. A UnB também tem elaborado conhecimento, contribuições e mecanismos para ajudar o DF e o Entorno, bem como cidades próximas dos estados vizinhos, a superarem a crise sanitária. Além da própria fabricação de luvas, máscaras e álcool em gel, a universidade produz pesquisa. O Instituto de Química desenvolve máscaras e luvas úmidas de proteção. Outra pesquisa estuda a descontaminação e o processo de reutilização de respiradores de máscara facial com filtro N95. No de Biologia, além de oferecer produção de testes para diagnóstico da covid-19, o Instituto foi o primeiro no DF e o terceiro no Brasil a sequenciar o genoma do coronavírus, em parceria com o Laboratório Sabin, revelando capacidade física e intelectual para a produção ciência.


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ADUnB investe no fortalecimento da pesquisa A Associação dos Docentes (ADUnB) – sindicato dos professores da UnB – também se uniu à universidade e investe em ações que ajudam a combater o novo coronavírus. Uma delas é o investimento de R$ 150 mil em iniciativas para ajudar os profissionais que estão na linha de frente no combate à covid-19, além de outros projetos. Esse montante seria destinado, originalmente, à festa da ADUnB, costumeiramente realizada no primeiro semestre do ano. “A atuação do sindicato, nesse momento ímpar, é mais que necessária, é fundamental. Busca-se atuar de braços dados com quem está

na linha de frente contra a pandemia e pela saúde pública. Temos, entre eles, vários colegas que estão dedicando tempo, estudo, compromisso, envolvimento e sacrifício na busca de alternativas para o combate à covid-19”, explica o vice-presidente da ADUnB, Jacques Novion. Por isso, segundo ele, essa ação é considerada de grande importância. “Não consiste em ‘assistencialismo’ ou ‘filantropia’, como habitualmente nos querem fazer crer aqueles que estão mancomunados com o discurso do atual governo”, acrescenta. AJUDA A PROFESSORES – A ADUnB auxilia docentes que estão fora do

Perto de você

País. Em março e abril, a entidade buscou autoridades e órgãos públicos para repatriar professores que estão em atividade acadêmica representando o Brasil no exterior. Por meio de uma campanha na Internet, a ADUnB recebeu o pedido de ajuda de 15 professores da UnB que se encontram nessa situação. Disponibilizou atendimento jurídico, durante o período de pandemia, para os docentes acessarem remotamente. Confeccionou quatro mil máscaras e doou para o HUB. Um grupo de professores da universidade e voluntários confeccionou as máscaras para atender os profissionais de saúde.

Diagnóstico pela leitura de radiografias Dois laboratórios da universidade desenvolveram um sistema que pode dar diagnóstico para covid-19 por meio da leitura de radiografias. Recentemente, cinco projetos da UnB foram contemplados com recursos do MEC. Um deles vai beneficiar 100 localidades, entre regiões administrativas do DF e cidades que compõem a Região Integrada de Desenvolvimento do DF (Ride) e municípios do Centro-

os Estam andoy n o i c fun Deliver com na porta as entregstaurante! e do r

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-Oeste e de Minas Gerais. A universidade também garante auxílios a estudantes de baixa renda durante a pandemia. A Faculdade UnB Gama desenvolve projeto de implementação de acessório para ventilação múltipla. A Faculdade de Tecnologia desenvolve sistemas de controle em volume e pressão e adequado às condições sanitárias para pacientes em UTI devido à covid-19.

UnB

Uma das grandes descobertas foi a identificação da doença por raio-X

A entidade divulgou em seu site contatos de serviços de entrega de legumes, verduras, frutas e flores, além de alimentos prontos. A ideia é colaborar com pequenos produtores e comerciantes. Lançou a campanha “ADUnB Perto de Você”, para oferecer aos associados acima de 65 anos serviço gratuito de entrega. Para solicitar, basta ligar 61-33478569 ou pelo WhatsApp 61-98493-8382. O serviço está disponível das 8h às 18h. Jacques Novion diz, também, que a entidade tem “mostrado grande preocupação com a segurança e a saúde de nossos colegas, da comunidade e dos profissionais da área de saúde, que sofrem, dentre outros fatores, com a carência de Equipamentos Básicos de Proteção Individual (EPI)".


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Escolas só serão reabertas com garantias RENATO ALVES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Ibaneis garante: volta às aulas dependerá de estudos da Educação, Saúde e Mobilidade O governador Ibaneis Rocha (MDB) garantiu, quarta-feira (29), que nenhuma medida em relação à volta as aulas será tomada sem que o GDF tenha segurança sobre suas consequências. A declaração foi feita em meio às reações sobre possíveis datas a serem propostas pela Secretaria de Educação para o retorno das atividades nas escolas, suspensas desde março. Ele garantiu que o estudo que solicitou ao secretário João Pedro Ferraz dos Passos (Nota Técnica 9/2020, de 25 de abril) é apenas uma das etapas que serão consideradas. O próximo passo será submeter esse estudo às Secretarias de Saúde, de Mobilidade e à Codeplan (que subsidia o governo com informações a partir da pesquisas de dados). “Precisamos ter uma noção

Aguardar dados das áreas técnicas para definir o retorno gradual às atividades nas escolas

clara de qual será o impacto do retorno às aulas no sistema de mobilidade. Há uma previsão de que aumente 5%, mas isso ainda precisa ser conversado com a Semob”. Ibaneis disse que as datas previstas na nota da Secretaria de Educação tornadas públicas na terça (27) – retorno no dia 18 de maio para o Ensino Médio e 1o de junho para os outros níveis – não devem, por enquanto, ser levadas em consideração. “Pedimos para a Secretaria de Educação um estudo. Eles fizeram as sugestões. Depende agora de setores como o da Saúde, que vai nos

dizer se podemos fazer esta retomada com segurança”, conclui. AÇÕES – Na terça, os Ministérios Públicos do DF e Territórios (MPDFT), Federal no DF (MPF-DF) e do Trabalho (MPT) ajuizaram ação civil pública na Justiça Federal pedindo a suspensão imediata de todas as atividades não essenciais no DF devido ao estado de emergência causado pela covid-19. Ibaneis disse que vai aguardar a decisão da Justiça para publicar os decretos com as regras para a reabertura das atividades na capital.

Curso Supletivo a Distância grátis por 30 dias DIVULGAÇÃO

Curso Supletivo a Distância grátis por 30 dias Por causa da pandemia do novo coronavírus e para ajudar as pessoas que estão cumprindo a quarentena em casa, o colégio Kadima liberou o acesso para novos alunos estudarem à distância. A gratui-

dade durará por 30 dias, a partir de sexta-feira (1º de maio). O curso oferecido é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o supletivo, equivalente ao Ensino Médio, destinado aos estudantes que não terminaram os estudos na época própria – maiores de 18 anos que não concluíram o Ensino Médio. O Kadima é credenciado pela Secretaria de Educação para ofertar o curso a distância na modalidade EAD, com direito a Certificado de Conclusão reconhecido pelo MEC. “Percebemos

que muitas pessoas que estão em quarentena ainda não terminaram os estudos básicos. Então, está sobrando tempo para quem quiser estudar, mas pode estar faltando dinheiro para pagar um curso. Então oferecer a oportunidade de estudar em casa, sem custo, por 30 dias”, explicou o diretor Eliseu Kadesh (foto). Os interessados poderão obter mais informações pelo site www.colegiokadima.com/site/ acesso30 ou pelo WhatsApp +55 61 98276-8181.

ONG monta computadores para estudantes carentes A Secretaria de Educação está disponibilizando aulas virtuais para estudantes impossibilitados de ir à escola devido às medidas de isolamento social. Porém, muitos não têm acesso à ferramenta por não disponibilizarem de computador em casa. Para tentar resolver o problema, a ONG Metareciclagem – Programando o Futuro, do Gama, está fazendo uma campanha de doação de computadores. As máquinas são montadas pelos voluntários a partir da arrecadação de equipamentos e peças em desuso. Quem tiver algum tipo de material que possa ser doado pode entrar em contato pelo Whatsapp (61) 3559-1111, pelo e-mail doeseucomputador@gmail.com ou acessar o site doeseucomputador.org. br. O pessoal da ONG vai à casa do doador.

Deputados propõem suspender o ENEM Os deputados Israel Batista (DF) e Célio Studart (CE), ambos do PV, protocolaram, segunda-feira (27), Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para suspender o calendário do Exame Nacional do Ensino Médio 2020 definido pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educação. As provas, nas versões impressa e digital, segundo o edital, estão previstas para 1º e 8 de novembro e 22 e 29 de novembro, respectivamente. O PDL visa a adiar a realização do exame em decorrência dos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus.


Dengue. Para ninguém mais morrer, não deixe o mosquito da morte nascer. De uns anos pra cá, o mosquito da dengue também passou a ser relacionado com doenças como a zika, a chikungunya e a febre amarela. É um inseto mortal capaz de infectar até 300 pessoas durante o seu curto ciclo de vida. Mas pouco adianta o GDF investir no combate ao mosquito se você não colaborar. Na guerra contra a dengue, o soldado mais importante é você.

O QUE O GDF ESTÁ FAZENDO:

O QUE VOCÊ PRECISA FAZER:

Por meio do Programa Sanear – DF, mais de 200 homens e 130 veículos estão nas ruas, todos os dias, removendo lixo e entulho, lavando áreas públicas e pulverizando saneantes e inseticidas.

Não juntar lixo. Com as chuvas, ele se torna o principal criadouro do mosquito.

O GDF também faz o monitoramento de residências instalando armadilhas e checando os possíveis focos do mosquito. Além disso, o GDF comprou produtos e insumos e capacitou centenas de novos servidores para reforçar as equipes de combate à dengue.

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99532-1873

df.gov.br

Impedir que a água fique acumulada em qualquer tipo de recipiente capaz de abrigá-la, tais como: garrafas, tampas, vasos, pneus, baldes, tonéis, calhas etc. Denunciar pelo 160 a existência de casas e terrenos abandonados que possam servir de criadouro para o mosquito. Solicitar a remoção de lixo e entulho pelo 162 ou 3451-2521.

LAVE AS MÃOS COM FREQUÊNCIA, USE ÁLCOOL GEL E, SE PRECISAR SAIR, USE MÁSCARA.


Brasília Capital n Cidades n 12 n Brasília, 2 a 8 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

Brasília Por Chico Sant’Anna

Descoberta foi feita no vale do córrego Cachoeirinha, no Paranoá, por um grupo de geógrafos e arqueólogos Brasília acaba de completar 60 anos, mas muito pouco se sabe sobre a história desse território. Desde o início da República, missões foram organizadas para desvendar o Planalto Central. Desde o belga Cruls, em 1893, o francês Francis Ruellan e o alemão Leo Weibel, em 1947, dentre outras expedições, reviraram essas terras, identificando riquezas, recursos naturais, topografias, vegetações. Tudo detalhadamente pesquisado e anotado para que Brasília fosse feita no lugar certo. Pouco, contudo, se sabe sobre o ser humano que por aqui habitou. Muito antes dos portugueses chegarem ao Novo Mundo, pelas matas de cerrado já existia vida inteligente. Conclusão de um minucioso trabalho

de arqueologia na região da cidade-satélite do Paranoá atesta que a presença humana no Distrito Federal remonta a 8.414 anos, do período Holoceno (Idade da Pedra Lascada). Esse brasiliense produzia os instrumentos e armas necessários à sua sobrevivência. O Entorno do DF é rico em vestígios da presença humana. Principalmente a partir de pictogrifos e inscrições rupestres. Porém, jamais um trabalho científico havia detectado uma presença tão remota dentro do quadrilátero. A descoberta se deu numa área alvo de licenciamento ambiental para a implantação de projeto habitacional no vale do córrego Cachoeirinha, no Paranoá. Por isso, o sítio arqueológico foi batizado de Cachoeirinha. Ele é o primeiro que tem a datação realizada cientificamente. “Até então, a estimativa de idade era feita a partir da associação com os tipos de ferramenta encontradas e se concluía que os sítios possuíam de 4 a 8 mil anos, mas sem datação absoluta”, explica o geógrafo e arqueólogo Edilson Teixeira de Souza, que coordena os trabalhos desde 2017.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Presença humana no DF começ

Pesquisadores identificam ferramentas feitas em pedra e vestígios de carvão queimado nas proximidades do Paranoá

Idade da pedra lascada As primeiras indicações de que por ali havia existido a presença humana afloravam no terreno rochoso com marcas de lascamento. Elas foram deixadas pela atividade de fragmen-

tação intencional dos blocos. Numa análise mais aprofundada, o pesquisador identificou inúmeras ferramentas produzidas em pedras lascadas (vestígios líticos), confeccionadas a

partir da exploração desses blocos em tempos pretéritos. Os vestígios são de grupos caçadores coletores, nômades que vagavam pelas terras em busca de alimentos e que ainda desconhe-

ciam a agricultura. “Por isso as ferramentas comumente encontradas são feitas em pedra, mas é claro que faziam em outros materiais, como madeira e ossos. Só que material orgânico se perde ao longo do tempo.


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Patrimônio desconhecido

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

ou há 8.414 anos Rosto de influência asiática Embora não haja trabalhos sobre o biótipo dos homens que habitavam essa região, o pesquisador acredita que o brasiliense pré-histórico possuía tipo físico semelhante aos indígenas atuais, originários do leste asiático. Dois trabalhos já foram realizados para tentar moldar a face desse grupo étnico. Em um, o rosto foi moldado a partir de dados morfométricos influenciados por uma genética africana. Em outro, considerando estudos genéticos (à esquerda da foto) reconstituído a partir da constatação de que essas populações tinham genética asiática como nossos atuais indígenas. Pelos utensílios encontrados, pode se estimar que o brasiliense pré-histórico era caçador e coletor de alimentos. As ferramentas de pedra possuem

gumes esculpidos por lascamento, para facilitar o corte ou a raspagem de carne, couro ou madeira. Para Edilson de Souza, a escolha do lugar foi pelas características naturais. Eles dispunham de água e da vegetação com diversificada fauna e flora, onde caçavam, colhiam frutos e pescavam. Não foram encontrados vestígios que pudessem identificar o tipo de abrigo que usavam.

Rota de passagem Pelo sítio Cachoeirinha devem ter passado inúmeros grupos em distintos períodos para extrair a rocha local, que era boa para o lascar e confeccionar ferramentas. Entretanto, não foram encontrados vestígios de acampamento ou outro tipo de atividade no local que pudesse sugerir que por ali uma comunidade tenha se fixado por mais tempo. Essa hipótese não está descartada, mas carece de mais estudos e pesquisas. Durante as escavações, no-

vas ferramentas foram identificadas juntamente com inúmeros detritos de sua fabricação, demonstrando, comprovadamente, que no local houve atividade humana pretérita, baseada na utilização dos recursos naturais, no caso, as rochas. Essas rochas foram utilizadas como fonte de matéria-prima para a fabricação de parte de suas ferramentas cotidianas, assim como não há dúvidas de que utilizaram os demais recursos disponíveis no local.

CARVÃO – Nas escavações também foram descobertos importantes restos orgânicos (carvão), que estavam associados aos vestígios arqueológicos. Esse material foi cuidadosamente coletado e enviado para um laboratório nos Estados Unidos, para a datação das amostras. O resultado obtido foi uma data de 8.414 anos antes do presente, revelando a primeira ocupação humana conhecida do Distrito Federal.

No DF são conhecidos quase 60 sítios arqueológicos, de acordo com o banco de dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Existe uma grande dificuldade em recuperar restos orgânicos associados a esses sítios, devido às condições e composição do solo da região. Esse foi o primeiro sítio arqueológico com datação no DF e atualmente é o mais importante registro pré-colonial localizado na região”, explica Edilson Teixeira de Souza. Empolgado, Souza registra que ele e sua equipe fo-

ram “agraciados com esse presente e ficamos muito contentes em ter escrito esse importante capítulo da história da arqueologia do Distrito Federal, que será lembrado pelas próximas gerações de pesquisadores como o primeiro trabalho científico que conseguiu datar amostras de carvão recuperadas durante as escavações. E, principalmente, que conseguiram datar, até hoje, a primeira ocupação humana na área do DF, inserindo a região no cenário nacional e internacional das pesquisas arqueológicas”.

Falta museu de história natural O grande problema é a falta, aqui, de um museu de história natural. Quando das obras do Metrô, outros vestígios foram localizados e encaminhados para Goiânia, onde o Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia, da PUC Goiás, desempenha importante papel. Embora tenha laços com esse organismo, Edilson Souza explica que os achados deverão ser destinados à Universidade de Brasília. Em 2019, Brasília perdeu para o Rio de Janeiro um acervo fenomenal de dois mil insetos, borboletas, libélulas, aranhas e besouros, catalogado aqui no DF ao longo de 40 anos pelo biólogo Victor Stawiarski. Vergonhosamente, não temos nem local adequado nem verbas para manter acervos dessa mag-

nitude e tocar as pesquisas que eles permitiriam. PASSADO E FUTURO – Heroicamente, a professora da UnB, Rosângela Corrêa, tenta fazer vingar o embrionário Museu Arqueológico e Histórico do Planalto Central. Essa deveria ser uma missão abraçada pelos governos federa e local. Mais importante do que Museu da Bíblia ou equivalentes, o Eixo Monumental deveria abrigar um espaço que reconte a história da brasilidade, do homem brasileiro. A cada novo loteamento, a cada nova grande obra, são descobertos vestígios de uma história ainda desconhecida. Temos de melhor conhecer a nossa história natural para, quem sabe, projetar um futuro mais auspicioso.


Brasília Capital n Cidades n 14 n Brasília, 2 a 8 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

Piantella não resiste ao novo coronavírus Orlando Pontes Ao passar em frente ao Piantella, na manhã de terça-feira (28), o advogado Clésio Oliveira se deparou com a faixa com o dizer “Passo o ponto”. Não ficou surpreso, mas triste. Ele sabia que o estabelecimento, atualmente sob a direção do empresário Roberto Peres, estava em dificuldades financeiras, mas tinha esperanças de que sobrevivesse a mais uma crise.

Com o celular, Clésio registrou a cena e mandou a imagem para o Brasília Capital, que publicou matéria no site www.bsbcapital.com. br . A notícia repercutiu em praticamente todos os grandes veículos de comunicação – Correio Braziliense, Estadão, Metrópoles, Estado de Minas, Valor Econômico, entre outros. O Piantella é (ou era) o restaurante preferido dos boêmios endinheirados de Brasília. A elite política da capital se reúne ali

há mais de 30 anos. Clésio sempre teve mesa cativa. Presenciou muitas histórias, desde brigas de casais a acordos políticos – às vezes pouco republicanos – que definiram muitas coisas importantes para a sociedade brasileira. Ao cerrar suas portas, o velho Piantella, cravado no coração de Brasília, na 202 Sul, leva com ele parte do folclore político da cidade. Resta, além da saudade, um remoto fio de esperança de que ele renasça

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das cinzas, como uma Fênix. Mas isso é conversa para mais adiante. Por enquanto, fiquemos com as reminiscências de Clésio Oliveira sobre o já saudoso Piantella.

Morre uma estrela Clésio Oliveira

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Nem Pafa´s, nem Tarantela. Piantella, sim. O Piantella era assim: um novíssimo rico a cada dia. No bar, devoravam-se com altivez umas dez reputações por mês. Podia não ser a casa da mãe Joana, mas tinha uma boa briga por semana. O Piantella era assim: fazia, como outrora, um negocinho político a cada hora. (Silvestre Gorgulho). Ninguém conseguia entender mais do Piantella do que a figura emblemática, que, durante anos, fez daquele lugar um ambiente de conchavos políticos, traições, nomeações, demissões e outras “cositas más”. Este é o nome: Marco Aurélio Costa. Marco Aurélio soube, como ninguém, transitar dentro daquele “serpentário político”, no qual as cobras criadas se reuniam, entre goles e acepipes, para tramar a aprovação de temas de interesse nacional, regional ou pessoal. Ulysses Guimarães, capitaneando seus companheiros de lutas, sentava-se à mesa para discutir o futuro do Brasil. Ali nasceram as “Diretas-Já” e a nossa Constituição Cidadã, nossa liberdade, e outros tantos temas de interesse da sociedade. Nelson Carneiro lutava pela apro-

vação do divórcio. Dante de Oliveira propôs a Emenda Constitucional nº 5, que restabelecia eleições diretas para Presidente da República. Assim, entre tantos fatos relevantes, o Piantella se movimentava, dando ritmo e vida às conversas por meio das famosas Petições Auriculares. No Piantella, reuniam-se os três Poderes da República sob a vigilância da imprensa, o Quarto Poder. Era um covil de cobras criadas. Lá, os jornalistas pescavam as informações para fazer o fechamento diário dos jornais de grande circulação. Uma fonte de informação valiosa dentro de um pequeno espaço – o bar. O Piantella tinha a capacidade de receber todos os que, de alguma forma, tinham interesse em dar algum palpite na condução dos destinos do Brasil. Também havia a figura do Papagaio de Pirata, sempre presente em qualquer ambiente que se preza. Pasmem! Até petistas se abotelavam para provar daquilo que tanto criticavam: “o indescritível prazer de sorver um bom uísque e degustar um Frango à Kiev, um Fettuccine ao Camarão e outros tantos pratos de um cardápio sofisticado”. Eram os novos donos do poder. Tive a oportunidade de frequentar restaurantes renomados mundo afora. E sempre dizia: “Não existe no mundo uma cozinha igual à do Piantella”. Ali o cozinheiro fazia chover e fazer sol: qualquer pedido saía. E

bem elaborado. Não era linha de montagem. Era fazer de pronto. Como frequentador do bar do restaurante, sentado à mesa 112 (extinta pela arquiteta que fez a penúltima reforma), fui um observador privilegiado do que acontecia naquele ambiente de negociação política e de negócios – alguns não muito republicanos. Fazia parte daquele universo e dos costumes enraizados na capital. Vi brigas de namorados e de casais, de políticos, de advogados, de ministros de Estado. Aquilo era um caldeirão fumegante. Ao final do “expediente” era uma paz ensurdecedora. Nada igual, em lugar nenhum! Os restaurantes tradicionais nas grandes metrópoles e no exterior são originários de famílias, como era o Piantella. E o que deu errado no Piantella? No meu entendimento, a causa principal foi a gestão de algumas pessoas com dinheiro e sem conhecimento de como se administra o dia a dia de um restaurante. O restaurante é um sacerdócio. Tem de rezar muito para que as engrenagens não emperrem. Lá, o homem da almotolia foi embora e as engrenagem enferrujaram. Brasília tem uma cultura de que um cursinho de culinária é suficiente para abrir um restaurante. Não é! Cozinha é um bicho danado. Tem de ter mão, olhar e carinho por aqui-

lo que mais satisfaz: um bom prato. Após a saída do mestre Marco Aurélio, o Piantella passou a ser dirigido por amadores. E o único amador que teve sucesso no Brasil foi o Amador Aguiar, do Bradesco. Poderia escrever um livro sobre os acontecimentos que presenciei e participei no Piantella. Porém, por questão pessoal e por respeito às pessoas, deixo de alongar o tema. Tenho recebido sugestões de alguns amigos para colocar o Piantella novamente em pé. Sempre lhes digo: O problema do Piantella pode ser até investimento. Mas, sem o seu idealizador, aquele lugar, dificilmente, alguém terá sucesso. O Piantella se confunde com a figura de Marco Aurélio Costa, que sempre nos acolheu bem, até quando estávamos duros. Pergunto-me, desde terça-feira (28)/4: “Quando a quarentena terminar, onde vamos nos reunir para contar e ouvir “causos”, inclusive sobre a pandemia e de como um Presidente mal-educado tem tratado a nossa população”. Não se enganem: haverá muitos “causos” para serem contados e ouvidos – alguns verdadeiros, outros nem tanto. Marco Aurélio, sou um grande admirador do seu esforço em manter vivo o Piantella. (*) Amigo do Marco Aurélio Costa


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ESPÍRITA

José Matos Desgosto de viver As pessoas gostam de comparar sua situação com a de quem vive em situação melhor e, assim, invejam e ficam infelizes Kalunga, guia espiritual de Gaspareto, ensinou: “quase ninguém vive como Deus gostaria. Ele gostaria que todos vivessem melhor”. Exceto em algumas situações que, temporariamente, não podem ser modificadas, quase todos os casos de miséria estão baseados na má vontade, no orgulho, na malda-

de, no ódio, na preguiça, etc. As pessoas gostam de comparar sua situação com a de quem vive em situação melhor e, assim, invejam e ficam infelizes. A infelicidade lhes levará ao desgosto de viver. Ficando infelizes, viverão torcendo pelo fracasso e infelicidade dos outros, e sentindo prazer em comentar.

Se você valorizar o que falta, as chatices da vida, e não tiver gratidão pelo que tem e teve, ficará invejoso, odiento, infeliz. Estando infeliz, torna-se despeitado e passa a desejar mal aos outros e odiar seus êxitos. Saia dessa! Acorde! Se você está sempre vendo defeitos nas pessoas e pondo gosto ruim em tudo, você está infeliz! Eleve seu astral! Seja grato por tudo o que você já teve e tem. A felicidade virá quando você fizer os outros felizes. “O que você quiser receber, faça aos outros”, ensinou Jesus. Aprenda com Emmanuel: “A felicidade é, talvez, a única dádiva que você pode ofertar sem tê-la”. Você não pode pagar uma comida para alguém? Dar uma esmola e dizer palavras de ânimo ao mendigo? Elogiar a roupa, o corte de cabelo, o brinco de alguém? Pagar a

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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Por que as dietas não dão certo? Já foi demonstrado em diversos estudos que envolvem adesão ao tratamento nutricional que conduta restritiva não funciona A ideia em si de “dieta” remete a uma conduta restritiva. No entanto, já foi demonstrado em diversos estudos que envolvem adesão ao tratamento nutricional que isso não funciona. Então, de onde vem a palavra dieta?

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

A palavra é derivada do grego, diaita (δiαιτα), e quer dizer “modo de viver”. Alimentação faz parte do modo de viver. Aliás, fala muito sobre esse modo. Nosso modo de viver reflete em tudo na nossa vida, desde

as pessoas com quem nos relacionamos até nosso estado de saúde. Você já deve ter ouvido a frase “você é aquilo que você come”. Mas ouvi uma adaptação dela que me parece fazer mais sentido: “Você come aquilo que você é”. Não parece, mas são coisas bem diferentes. E nesse contexto precisamos entender como nos relacionamos com os alimentos. Quais as nossas atitudes,

mais pela balinha do garoto no sinal? Ligar para alguém dando uma boa notícia? Comprar um remédio? Arrumar um emprego? Visitar o amigo no hospital? Ligar para o amigo em dificuldade, ajudar ou, pelo menos, se solidarizar sem esperar retribuição? É assim que você sai da infelicidade! “Sempre que você ama, fica alegre. A alegria é uma função do amor. Portanto, torne-se cada vez mais amoroso para que possa se tornar mais alegre. Por um lado, mesmo estando numa prisão, você será capaz de transformá-la num templo. Por outro lado, mesmo um templo se transforma numa prisão se não houver amor”. Ame, e tudo o você fizer estará certo, ensinou Santo Agostinho.

José Matos Professor e palestrante

e num espectro maior de tempo, como é o nosso comportamento em relação às nossas escolhas alimentares? Esse é exatamente o nosso modo de viver. A alimentação diz muito sobre quem nós somos, nossa história de vida, traumas, lembranças, fases da vida. Podemos conhecer muito do outro quando falamos de comida. Faça essa experiência com seus amigos e familiares. Conheça-os pelos alimentos. E se você tem um bom relacionamento com os alimentos, seja um propagador desse bom relacionamento entre as pessoas próximas a você. Provavelmente, isso contribuirá para mudar o modo de viver da nossa sociedade. Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Esportes n 16 n Brasília, 2 a 8 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

Um show de solidariedade DIVULGAÇÃO

Grupo de pagode Menos É Mais faz live para arrecadar donativos e Real Brasília doa 140 cestas básicas Gustavo Pontes O grupo de pagode brasiliense Menos É Mais deu um show de solidariedade no domingo (26). Durante 4 horas – das 18h às 22h – os cinco integrantes do conjunto e a banda se apresentaram pelo canal próprio no YouTube para arrecadar alimentos que serão distribuídos a instituições de caridade do Distrito Federal. Dentre as doações, chamou atenção a do Real Brasília, que ofereceu 140 cestas básicas. Além da ação solidária, o Real aproveitou o show para ativar sua marca, com a exibição de um vídeo contando a história do clube, exibido no intervalo da live, além de posts nas redes sociais interagindo com torcedores e incentivando-os a também fazerem doações. As cestas básicas doadas pelo Leão do Planalto serão entregues para famílias da Vila Planalto. A escolha do local foi um pedido do presidente do clube, Luís Felipe Belmonte, e aceito pelo grupo de pagode. Dessa forma, o clube passa uma mensagem de gratidão à população da Vila, que abraçou o Real Brasília desde o primeiro jogo no estádio Defelê. EXPERIÊNCIA INCRÍVEL – As doações extrapolaram as expectativas do Menos É Mais. Segundo o percussionista Gustavo Goes, foram arrecadados 20,4 toneladas de alimentos e itens como máscaras, álcool em gel e dezenas de cursos online. A apresentação atraiu 4,1 milhões de internautas e chegou a ter 535 mil espectadores simultâneos. “Foi uma experiência incrível poder alegrar um público tão abrangente e ainda conseguir ajudar pessoas necessitadas nes-

Os integrantes do Menos é Mais: Jorge, Duzão, Goes, Paulinho e Ramon

te momento difícil pelo qual estamos passando devido à pandemia da covid-19”, emocionou-se o vocalista Duzão. O Menos É Mais foi criado há 3 anos e é formado, exclusivamente, por músicos brasilienses. O grupo já é considerado um dos mais importantes do gênero no Brasil, com mais de 900 mil seguidores no YouTube e 740 mil no Instagram. Apenas no domin-

go, obteve mais 82 mil novos inscritos no YouTube. Entre outros fãs, mandaram vídeos durante a live os jogadores Neymar e Thiago Silva, da Seleção Brasileira. O atacante Gabigol, do Flamengo, e o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho enviaram mensagens. Do meio artístico, também deram uma força para os garotos de Brasília os cantores Periclão, Ferrugem e Xand de Pilares. “Foi demais”, vi-

brou o produtor musical multi-instrumentista Paulinho Félix. PIQUET – Morador de Brasília, o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet também está fazendo uma campanha de arrecadação junto com seu filho Pedro Piquet, piloto da Fórmula 2. Além da campanha na Internet, os dois estão indo, pessoalmente, entregar as cestas à comunidade evangélica Nova Aliança.


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