Jornal Brasília Capital 457

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Ano IX - 457

Brasília, 28 de março a 3 de abril de 2020

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DIVULGAÇÃO

Júlia Lucy (foto) vai na contramão do combate à Covid-19 Deputada é contra projeto que aumenta verba para campanhas de esclarecimento à população sobre os perigos da doença e de como evitar sua propagação Pelaí – Página 3

ISAC NÓBREGA/PR/ AGÊNCIA BRASIL

Ibaneis adia comemorações dos 60 anos de Brasília por tempo indeterminado Via Satélites – Página 10

É preciso atenção com as comidas entregues em casa durante a quarentena

GERSON LUCAS

Caroline Romeiro – Página 11

A falta que faz o Saúde em Casa para um planejamento preventivo do atendimento Chico Sant’Anna - Páginas 8 e 9

Clubes de futebol incentivam torcedor a ficar em casa para evitar disseminação do vírus Gustavo Pontes – Página 12

Coronavírus isola Bolsonaro Nos laboratórios de pesquisa – os quais o Presidente abomina –, cientistas trabalham para isolar e decifrar o vírus que mata milhares de seres humanos pelo planeta. Ao desdenhar da pandemia, assumindo o discurso do mercado, Bolsonaro se afasta do mundo real e põe em perigo a vida dos brasileiros Páginas 6 e 7


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 28 de março a 3 de abril de 2020 - bsbcapital.com.br

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x p e d i e n t e

Cegueira sistêmica DIVULGAÇÃO

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell (61) 9 8451-7565 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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Rayssa Tomaz (*) Muito louvável a iniciativa do GDF de não suspender as atividades curriculares enquanto passamos por este crítico momento. Porém, a determinação de aprendizagem via conteúdo online, anunciada pela Secretaria de Educação durante a emergência do novo coronavírus, apresenta em si uma contradição: Continua a educação, mas retira do processo quem não dispõe de condições sociais para tal. O governo não consegue gerir a Educação para todos os seus estudantes. Ano após ano, inúmeras matérias da imprensa relatam dificuldades, como matrículas que não atendem à demanda, infraestrutura precária, má distribuição de materiais escolares e pedagógicos, dentre outras. Ressalto, ainda, a distorção entre idade e série no DF, em que estudantes com 2 anos de atraso é de aproximadamente 25% nos anos finais do Ensino Fundamental e chega a 32% no primeiro ano do Ensino Médio, segundo dados da Codeplan de 2018. No âmbito da Ciência e da Tecnologia, projetos importantes,

como o acesso gratuito de wifi em espaços públicos e a implantação de redes de Internet nas escolas, são iniciativas ainda muito distantes da realidade brasiliense – e estamos falando de um dos maiores IDH do País. Vi uma notícia de que a rede pública faria aulas online para as crianças durante o confinamento. Isso, vale ressaltar, já é uma dinâmica comum nas escolas particulares. Então, onde se en-

Vamos, primeiro, alimentar nosso povo, para depois de vencida a etapa da sobrevivência sanitária, prosseguirmos na garantia do acesso universal à educação contra o equívoco? Se consideramos apenas o aspecto educativo, em separado do sociológico, não conseguimos depreender o que tal ideia propõe. Estamos falando de crianças que, muitas vezes, não têm o que comer em suas casas. Temos, ao menos, 70 mil famílias que, segundo o mesmo governo, receberão bolsas para matar a fome durante a suspensão das ati-

vidades escolares – decreto este publicado no dia 15 de março. Então, proponho uma reflexão: Como imaginamos que estas crianças tenham condição de assistir videoaulas pela Internet? Com cerca de 35 mil famílias em situação de miséria absoluta no nosso quadradinho, beira à ingenuidade propor tal ação. Vamos, primeiro, alimentar nosso povo para depois de vencida a etapa da sobrevivência sanitária, prosseguirmos na garantia do acesso universal à educação, necessidade primordial dentre tantas outras igualmente urgentes. O que farão estes estudantes quando, vencidas as dificuldades momentâneas, retornarem ao modelo tradicional de ensino? Se já havia inúmeras condicionantes de desigualdade entre camadas sociais baseadas na educação, a falta de acesso ao virtual implica na criação de mais um indicativo: Os inviabilizados educacionalmente pelos modelos digitais. O mundo não se resume à nossa realidade de classe média, confortavelmente sobrevivendo aos impactos do vírus. Existe um abismo social digital que não enxergamos porque ele não adentra a bolha de nossas redes sociais (*) Jornalista e Secretária de Juventude e Comunicação do Partido Verde do DF

Do limão, a limonada DIVULGAÇÃO

Peniel Pacheco Apesar de trágico, o novo coronavírus está nos propiciando muito tempo para repensarmos nossas atitudes. Portanto, mantenhamos a calma nessas horas. A crise vai passar e não vai deixar apenas sequelas. Vai nos ensinar a maior lição que precisamos aprender: A ca-

pacidade de superação! Superar nossos medos, em favor da segurança de todos. Superar a intolerância, em favor do respeito mútuo. Superar a ansiedade, em favor da nossa saúde emocional. Superar nossas desavenças políticas, em favor das melhorias que a população realmente precisa. Superar nossas vaidades, em favor da valorização e do reconhecimento do próximo. Superar a ganância e o egoísmo em favor do bem-estar coleti-

vo. Superar o ódio, em favor da paz e da harmonia. Superar os complexos, em favor do autoconhecimento. Superar a autossuficiência, em favor do espírito de cooperação. Superar as perdas, por meio da união, da solidariedade e da compaixão! Com ou sem vacina, o vírus vai passar, mas vai deixar suas marcas. Que a principal delas seja o anticorpo que vai nos imunizar contra tudo que é desumano! Saboreie a limonada! Aproveite!


Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 28 de março a 3 de abril de 2020 - bsbcapital.com.br

ADE – O GDF vai investir, este ano, R$ 100 milhões em infraestrutura nas Áreas de Desenvolvimento Econômico, com financiamento de US$ 71 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contrapartida de R$ 30% do governo. O objetivo é incentivar empreendimentos que gerem emprego e renda. As obras realizadas e em andamento priorizaram quatro ADE já em funcionamento: Setor de Materiais de Construção e Setor de Indústrias da Ceilândia, Setor de Múltiplas Atividades do Gama e o Pólo JK, em Santa Maria.

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d i t o r i a l

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Desinformação não pode ser uma doença contagiosa Em meio à pandemia do novo coronavírus, a quase totalidade da população mundial está, constantemente, ligada nos veículos de comunicação. Portanto, a comunicação é, mais do que nunca, essencial para a preservação de vidas, informando e esclarecendo as pessoas acerca dos riscos da pandemia e de como se proteger da doença. Não é à toa o aumento do “consumo” de comunicação neste período. A audiência de todos os veículos cresceu e as pesquisas mostram que a população confia na imprensa mais do que nos governantes. A covid-19 assusta e a mortalidade cresce a cada dia, obrigando as pessoas conscientes a não sairem de casa. E no Brasil, contrariando o Presidente da República, um dos grandes responsáveis por essa formação de consciência na população é a imprensa. A confiança nos órgãos de imprensa foi medida por uma pesquisa do Datafolha no dia 23 de março. As TVs são confiáveis para 61% dos brasileiros. Os jornais impressos transmitem confiança para 56%. Já as redes sociais (Facebook e WhatsApp), ambiente preferido de Jair Bolsonaro e seu gabinete do ódio, têm índice de sofríveis 12%. O chefe do Executivo, que a esta altura não lidera o conjunto da Nação e governa apenas para o seu nicho, vai na contramão do mundo e prefere usar seus espaços de fala para criticar a imprensa. A contradição é que ele mesmo, em decreto publicado no dia 22 de março, tornou a atividade como serviço essencial. Ou seja,

AGÊNCIA BRASIL

Bolsonaro ataca jornalistas mas diz que Comunicação é essencial CARLOS CANDRA/CLDF

Júlia Lucy não compreende o papel da imprensa jornalistas, mesmo com risco de morte, devem trabalhar. O decreto obriga todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis a se manterem em pleno funcionamento. E como os veículos se sustentarão durante o período em que as empresas privadas estarão com suas atividades suspensas e poupando recursos para outros compromissos que não incluem a propaganda de seus produtos? No Brasil, eles dependem, em muito da publicidade oficial, de governos e órgãos públicos. Nos EUA, onde o coronavírus já matou, até o fechamento desta edição, dia 27/3, às 16h06, 1. 434 pessoas, a Interactive Advertising

Bureau (IAB), associação do mercado da publicidade, que reúne as gigantes Google e Facebook, fez um apelo às empresas para alertar para a necessidade econômica dos veículos de comunicação: “Todo dólar que você gastar em sites noticiosos de credibilidade ajuda a salvar vidas”. A Câmara Legislativa avalia um pedido do Governo do Distrito Federal de suplementar o orçamento da Secretaria de Comunicação Social. Esta verba é fundamental para que o GDF possa prosseguir o excelente trabalho que o governador Ibaneis Rocha (MDB) vem fazendo na prevenção à Covid-19. Vale lembrar, por exemplo, que ele foi o primeiro chefe de Executivo estadual a suspender as aulas nas escolas públicas e particulares. Porém, a proposição encontra algumas resistências de parlamentares talvez mais preocupados com a próxima eleição do que com a saúde e o bem-estar da população. A deputada Júlia Lucy (Novo) aproveitou a reunião virtual da Câmara Legislativa para dizer que a imprensa, de forma “orgânica”, já presta este serviço. Um verdadeiro ataque à saúde dos veículos de comunicação. A esperança dos profissionais e dos veículos de comunicação do DF é a de que a desinformação de Júlia Lucy, ao contrário da Covid-19, não seja contagiosa. E que seus pares entendam a importância da comunicação neste momento crucial da vida nacional e, especialmente, para a preservação de vidas na capital da República.

Puxão de orelha em público Como quem põe de castigo o filho que fez coisa errada, Carlos Guerra (foto), patriarca da família, fundador do Giraffas e dono das empresas, desautorizou o filho Alexandre em público e pelas redes sociais. Foi um puxão de orelha daqueles bem dados. Em vídeo publicado, domingo (22), nas redes sociais, Alexandre subestimou o impacto das mortes que a Covid-19 pode causar no Brasil. Suas declarações repercutiram primeiro no blog de Chico Sant’Anna, colaborador do Brasília Capital. AFASTADO – “Daqui a 3 ou 4 meses, a pandemia terá passado e uma crise econômica sistêmica, que virá, será mais grave do que os reflexos na saúde da população. [...] Se você pensa que o custo da crise vão ser pessoas doentes, mortas, infectadas, esse não vai ser o maior custo para a população. O que não está sendo tratado é o reflexo que as medidas remediadoras vão ocasionar. [...]. Eu tenho funcionários, boletos, contas a pagar”, disse “Giraffinha”, candidato do Novo ao Buriti em 2018. Carlos, por sua vez, afirma que colocou os funcionários em férias coletivas remuneradas e que todos terão os empregos garantidos quando tudo passar. Que segue as orientações das autoridades sanitárias, que não apoia o governo Bolsonaro, que o filho não é mais o CEO do Grupo e que Alexandre concordou em deixar de ser acionista dele.


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O Imposto de Renda em tempos de coronavírus

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m 2019, a Secretaria Nacional da Receita Federal foi surpreendida por número recorde de declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), entregues por quase 31 milhões de contribuintes. Este ano, boa parte dos 32 milhões de contribuintes está desorientada e atordoada em meio à crise provocada pelo novo coronavírus. Preocupação e medo da doença em si e a disputa no campo político sobre as medidas de combate à pandemia deixam os contribuintes atordoados e as próprias empresas também veem dificuldades em se organizar até para a elaboração das declarações de rendimento de seus empregados. Do dia 2 de março, quando começaram a ser recebidas as declarações, até a tarde

do dia 26, a Receita informou que apenas 7,5 milhões de declarações tinham sido entregues. No dia do início da entrega das declarações, a Folha de S.Paulo publicou matéria indicando que metade das declarações só é entregue nos dez dias finais do prazo e de 20% a 30% só chegam à Receita na última semana. Não à toa, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Ordem dos Advogados do Brasil (OB), o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindfisco) e outras instituições têm pedido à Receita e ao Ministério da Economia a dilatação do prazo. A CNI propõe 90 dias. O Sindfisco apontou o risco a que se expõem os contribuintes circulando nas ruas para solicitar a papelada. A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) também vê

essas dificuldades e ressalta a posição ainda mais complicada dos profissionais que estão na ponta do combate à pandemia, já pressionados pelo cuidado com os pacientes e pela preocupação com a própria segurança, dada a carência generalizada de equipamentos de proteção individual. A falta de flexibilidade do governo em relação ao IRPF cria insatisfação. Não acenam ao contribuinte nem com a possibilidade de dilatar o prazo para cobrar o imposto, ameaçam permitir suspensão de contratos de trabalho e cortes salariais. Mas quando o contribuinte precisa, como na atual emergência sanitária, se ressente da insuficiência de recursos (respiradores, leitos de UTI, equipamento de proteção individual para os profissionais de saúde). A Fenam reitera que é con-

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

veniente estender o prazo para entrega das declarações do IRPF e conta que o patriotismo e o senso comum das autoridades orientem essa decisão neste momento dramático.

Contra o CORONAVÍRUS (COVID-19) Como posso me proteger? Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Ao tocar, lave sempre as mãos com água e sabão.

Não compartilhe objetos de uso pessoal, tais como talheres, toalhas, pratos e copos.

Lave as mãos com frequência, com água e sabão, ou higienize com álcool em gel 70%.

Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos.

Evite aglomerações e mantenha os ambientes ventilados.

Evite contato físico com outras pessoas e fique em casa.

Como o coronavírus (covid-19) é transmitido?

E quais os principais sintomas?

A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo (cerca de 2 metros), por meio do:

O coronavírus (covid-19) é similar a uma gripe. Geralmente é uma doença leve a moderada, mas alguns casos podem se tornar graves. Os sintomas mais comuns são:

Ar

Toque ou aperto de mãos

Objetos ou superfícies contaminados

Câmara Legislativa do Distrito Federal. Com você no combate ao coronavírus.

Tosse seca

Febre

cl.df.gov.br

Espirro

Dificuldade para respirar


CORONAVÍRUS

O que o GDF está fazendo: • O GDF tomou medidas duras para conter o avanço da doença. • Foi o primeiro a suspender aulas, eventos e sessões de cinema. • Isolou áreas nos hospitais da rede pública para atender os pacientes. • Contratou 330 médicos e enfermeiros, abriu 70 novos leitos de UTI, adquiriu 200 aparelhos respiratórios e mais medicamentos. • Reduziu impostos para álcool gel, máscaras e outros equipamentos de prevenção. • Disponibilizou no aeroporto estrutura de atendimento pronta para detectar casos suspeitos. • Colocou equipes do corpo de bombeiros para vistoriar voos e locais de grande circulação.

O que você precisa fazer: Lave as mãos com frequência usando água e sabão. E higienize com álcool gel 70%.

Ao cumprimentar alguém, evite dar as mãos ou trocar beijos.

Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas e fique em casa até melhorar.

Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos.

Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.

Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Ao tocar, lave sempre as mãos com água e sabão.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS?

O coronavírus (Covid-19) é similar a uma gripe. Geralmente é uma doença leve a moderada, mas os idosos, pessoas com baixa imunidade ou com doenças preexistentes têm mais chance de desenvolver um quadro grave da doença. Os sintomas mais comuns são:

FEBRE

TOSSE

DIFICULDADE PARA RESPIRAR

Evite aglomerações e mantenha os ambientes ventilados.

COMO O CORONAVÍRUS (COVID-19) É TRANSMITIDO? A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo (cerca de 2 metros), por meio de:

Espirros ou gotículas de saliva

Tosse

Contato com objetos ou superfícies contaminadas

Toque ou aperto de mãos

Catarro

Em casos suspeitos, o GDF disponibiliza equipes volantes para fazer o exame onde a pessoa estiver. Caso você tenha os sintomas, ligue para 190, 193 ou 199.


Brasília Capital n Nacional n 6 n Brasília, 28 de março a 3 de abril de 2020 - bsbcapital.com.br

Um messias devoto do San Na contramão do mundo, Bolsonaro desdenha a pandemia, convoca trabalhadores para retornarem às atividades e conquista o isolamento político Orlando Pontes Jair Bolsonaro tem certeza de que é um Messias. E aqueles que o tratam como “mito” dizem amém. Mas a maioria dos brasileiros que hoje tenta se safar do novo coronavírus já o vê como porta-voz do Demo – e não é o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). Na terça-feira (23), o Presidente da República ocupou rede nacional de rádio e televisão para falar à Nação sobre a pandemia da Covid-19. E em vez de unir, dividiu ainda mais os brasileiros, numa cisão que ele faz questão de aprofundar desde o fim do pleito de 2018. Bolsonaro e seu gabinete do ódio ainda não desceram do palanque. Em seu discurso, o Presidente minimizou a pandemia no Brasil e assombrou o mundo – exceto, evidentemente, aqueles que endeusam mais o dinheiro do que a vida, os devotos do santo mercado. Jornais de Portugal, Inglaterra, França e Espanha classificaram Bolsonaro de ‘incendiário’, ‘inacreditável’ ‘contraditório’. O inglês The Guardian ainda destacou os panelaços e alertou para a gravidade da pandemia. Na França, o “Le Monde” o condenou por chamar a Covid-19 de “gripezinha”, convocar a população para o trabalho e as escolas a retornarem as aulas no

Bolsonaro divide a Nação com seu gabinete do ódio e fica isolado

Jornais de Portugal, da Inglaterra, da França e da Espanha classificaram Bolsonaro de ‘incendiário’, ‘inacreditável’ ‘contraditório’ momento em que um terço da população mundial é colocada em confinamento. E destacou o ataque de Bolsonaro à mídia, por “propagar a histeria” diante da pandemia que já causou mais

de 20 mil mortos mundo afora. A crítica ao comportamento do presidente passou a ser a pauta de toda a imprensa brasileira, mostrando a reação de políticos da extrema esquerda à ultradireita. Ele conseguiu, incrivelmente, a façanha de unir os opostos em defesa do povo, cuja saúde ele pôs em risco com seu posicionamento irresponsável. OPOSIÇÃO UNIDA – Para a mídia internacional, as crenças do “líder da extrema direita do Brasil são incendiárias, difíceis de acreditar e contradizem as recomendações do Ministério da Saúde do próprio País”. Seu discurso é comparado ao de Donald

Trump e de Daniel Ortega, na Nicarágua. Na América Latina, Bolsonaro conseguiu levantar manifestações contrárias até de seus aliados de ultradireita. Repleto de contrainformação, desinformação, desserviço e subserviência a uma parte do empresariado brasileiro que, isolada em casa, dá ordens a distância para seus empregados não pararem a economia, Bolsonaro conseguiu colocar contra si todos os governadores e toda a mídia nacional. Unificou o discurso da oposição. “O Brasil está protegido da doença devido ao clima quente e a população majoritariamente jovem”, vociferou o Presiden-


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nto Mercado WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

te em determinado trecho de seu pronunciamento. Mas o “Le Parisien” lembrou que, no momento do discurso, o País já contabilizava 2.201 casos de Covid-19 e 46 mortes.

Ao cumprir a quarentena recomendada pelos profissionais da saúde, os brasileiros se defendem do novo coronavírus e dos devaneios de Bolsonaro

ISOLADO – O jornal destacou, ainda, que as deficiências do sistema de saúde somadas à pobreza e à insalubridade, condições que afetam grande parte da população, ameaçam agravar a epidemia na primeira economia da América Latina. Ao semear a semente do descaso com os brasileiros, Bolsonaro colheu o rompimento com os 27 governadores de estados. Ele perdeu o apoio de aliados como João Dória (SP) e Ronaldo Caiado (GO). Caiado, que é médico e entende os perigos da Covid-19, já se mostrara contrário a ele desde o dia 15 de março, quando o Presidente convocou uma manifestação contra os Poderes da República. No Congresso Nacional e no Judiciário, muitos se distanciaram de Bolsonaro. O presidente do banco Itaú, Cândido Bracher, foi à imprensa declarar que sente “falta de um administrador de crise”. Isolado, o chefe do Executivo é deixado para trás pelas entidades médicas, por parte da cúpula militar e até pelo vice-presidente Hamilton Mourão. DEVANEIOS – Na contramão de seu discurso estapafúrdio, a população segue as orientações dos governadores, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, e se isola. A sabedoria popular e o instinto de sobrevivência superam em muito o desejo do Presidente da República em cumprir as promessas que fez ao Santo Mercado para chegar ao Planalto. Assim, ao cumprir a quarentena recomendada pelos profissionais da saúde, os brasileiros se defendem do novo coronavírus e dos devaneios de Bolsonaro.

Teleaula e EaD não são viáveis para a educação básica A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) cogita substituir aulas presenciais por teleaula pela Internet ou pela televisão. O Governo do Distrito Federal (GDF) tenta viabilizar a Educação a Distância (EaD) durante a pandemia do coronavírus. O anúncio foi feito nesta semana, quando a secretaria informou que está reunida para resolver o problema da falta de aulas e que o projeto é transmiti-las por meio eletrônico, uma vez que não há previsão para o fim da quarentena e do isolamento instituídos para conter o avanço do coronavírus. A diretoria colegiada do Sinpro-DF vê a notícia com preocupação. Explica que a EaD cumpre um papel específico no processo educativo, porém não supre a necessidade de situações de aprendizagem dos estudantes da educação básica no que se refere a aulas presenciais. A teleaula não substitui as aulas presenciais em todas as modalidades de ensino e aprendizagem, principalmente, na fase inicial de escolarização, que é a educação básica Esclarece que a educação engloba vários segmentos de aprendizagem que compõem a educação básica, a educação infantil, o ensino especial, o ensino profissional técnico, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), as séries iniciais e finais. Esses segmentos não serão contemplados com a metodologia a distância, uma vez que a interação social é parte significativa para que a aprendizagem ocorra nessas etapas. Até mesmo no ensino superior a EaD tem limitações de uso. Nesse nível, ela é utilizada em projetos e situações específicos. A prova disso é que a Universidade de Brasília (UnB), pioneira na adesão à EaD no País, suspendeu, na segunda-feira (23), o primeiro semestre acadêmico de 2020. A UnB tem profunda experiência nesse modelo de ensino e, ainda assim, suspendeu o semestre acadêmico para não prejudicar os estudantes dos cursos presenciais. O Sinpro-DF entende como acertada a política de isolamento

e de suspensão das aulas que o governador Ibaneis instituiu no DF para enfrentamento da pandemia. Todavia, assegura que não é retomando aulas e os demais serviços, ou seja, não é expondo a população aos perigos da doença, como quer o Presidente da República, e nem é modificando de forma aligeirada e sem embasamento as relações de trabalho e a administração de serviços públicos, como, por exemplo, o modelo de educação em curso, que iremos evitar prejuízos. “A EaD não irá aplacar os prejuízos que o coronavírus está impondo. O planeta está de quarentena e o mundo colherá os prejuízos da pandemia. O momento agora é de parar tudo. É hora de proteger a saúde individual e pública. E, para isso, o correto seria todos os agentes públicos se esforçarem para revogar a Emenda Constitucional 95 (EC 95), de 2016, que congelou por 20 anos os investimentos do Estado nos setores sociais para pagar uma dívida pública não auditada com banqueiros. É a volta do investimento do Estado nas áreas sociais que modificará a realidade e amenizará os impactos do coronavírus no Brasil”, afirma. Além disso, os professores do Distrito Federal defendem a educação presencial e exigem que após o fim da pandemia, a reorganização do novo calendário escolar seja dialogada e organizada com a participação da categoria por meio de sua representação sindical. Não cabe agora, ainda no início de uma situação tão grave em que muitos brasilienses serão infectados nos próximos 30 dias e com a previsão de agravamento da pandemia, decidir de forma aligeirada a situação do ano letivo.


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Brasília

FOTOS: GERSON LUCAS

Por Chico Sant’Anna

Que falta faz o Saúde em Casa! Programa propiciava um raio-X da população e possibilitava planejar e executar uma política preventiva, garantindo atendimento aos moradores, sem ir para as filas nos hospitais 1997. Santa Maria surgira de um assentamento. Ruas de chão, água em chafarizes transportada em latas e baldes. Longas filas se formavam em torno das bicas. Havia apenas um posto de saúde para tanta gente em condições tão precárias. Qualquer problema de saúde, o caminho era o Hospital Regional do Gama. Ali nasceu um dos mais revolucionários programas de Saúde Pública do DF – o Saúde em Casa. Da junção de experiências internacionais realizadas na Inglaterra, na China e em Cuba, Brasília executou um modelo de assistência que reduziu as filas hospitalares, baixou as taxas de mortalidade infantil e materna, ampliou as coberturas vacinais e deu atendimento domiciliar a gestantes, nutrizes e idosos. Acusado de ser medicina petista, o programa foi extinto no governo Roriz, em

1999. Quatro mil profissionais foram demitidos. MAPEAMENTO – Um dos segredos da eficiência do Saúde em Casa foi o mapeamento dos assistidos. Para cada mil residências, uma equipe de dez profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagens e agentes comunitários de saúde). Cada agente era responsável por 250 casas, e ele precisava ser morador da localidade. Com o levantamento do perfil da população, sabia-se quantos hipertensos, diabéticos, gravidas, deficientes físicos, mentais, crianças menores de 5 anos, imunodeprimidos, lactantes existiam na comunidade. Com o raio-X da Saúde local era possível planejar e executar uma política de saúde preventiva, evitando-se filas, viabilizando internações domiciliares

e garantindo atendimento aos moradores sem que esses fossem obrigados a ir para as filas de centros de saúde e hospitais. Em menos de dois anos, o programa já cobria todo o DF. Da Saúde básica deu-se início ao referenciamento aos especialistas e equipes de odontologia foram criadas. Para cada duas mil famílias, um consultório, com uma oficina protética dando retaguarda. Na área rural, as equipes chegavam de bicicleta, charrete ou a cavalo. Consultórios volantes garantiam o atendimento às famílias do campo. Os resultados logo foram percebidos nas estatísticas de saúde da capital. As filas diminuíram. O programa chegou a responder pelo atendimento de 1,4 milhão de habitantes, quando o DF tinha dois milhões de moradores.

Equipes atendiam pacientes em casa. Na área rural, iam até a cavalo

Bomba relógio Por que lembrar do Saúde em Casa agora? Simples. Diante da necessidade de a população ficar reclusa e alguns pacientes terem de cumprir quarentena domiciliar, o programa reduziria a pressão sobre a estrutura hospitalar, liberando os profissionais para os casos graves. Já se saberia onde estão os idosos, os cidadãos dos grupos de risco, aqueles com problemas cardiovascular e respiratório, mais vulneráveis ao coronavírus. Impossibilitado de fazer uma checagem na população, até por não possuir kits de exames suficientes, o Sistema de Saúde está diante de uma bomba relógio. Na Itália,

de uma hora para outra, unidades de saúde foram tomadas por milhares de novos pacientes, necessitando construir e adaptar novas unidades. O Saúde em Casa propiciaria um termômetro prévio e a adoção de medidas atenuantes. “Se o Saúde em Casa estivesse em ação, a população se sentiria segura diante de qualquer mudança no quadro de saúde. O médico ou enfermeiro estaria acessível. A triagem seria mais eficaz e na própria residência. O sistema teria mais rapidez na organização e evitaríamos a lotação de hospitais”, diz a ex-secretária de Saúde, Maria José Maninha, criadora do programa.


Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 28 de março a 3 de abril de 2020 - bsbcapital.com.br

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

GDF mantém Saúde da Família O GDF afirma possuir hoje 493 Equipes Saúde da Família (ESF). Entretanto, o modelo de atenção é outro. Retoma os modelos existentes na década de 1980, com a adoção dos centros de saúde – rebatizados de Unidade da Família – como referência de atendimento, que se mostraram insuficientes com o crescimento populacional. Além de ser responsável por uma população quatro vezes maior do que era a do Saúde em Casa – hoje cada equipe cobre quatro mil famílias –, a atenção é mais focada

nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e não nas residências. As equipes, embora continuem do mesmo tamanho, passaram a ter mais agentes comunitários e menos profissionais de enfermagem. MÉDICOS CUBANOS – Além disso, com o fim do acordo com os médicos cubanos do Mais Médico, muitas equipes ficaram sem profissionais de medicina. Outro grande problema, segundo relatam profissionais da Secretaria de Saúde, é que não houve, até o momento, nenhum treina-

mento específico para que essas equipes atuem preventivamente no coronavírus. “Só nos enviam circulares, memorandos, mas ninguém sabe exatamente o que fazer”, comenta um profissional de uma ESF. E tudo isso, segundo Maria José Maninha, se agrava ainda mais com o sucateamento do SUS e a quase extinção das Ações Básicas. “O coronavírus aparece num momento muito difícil da rede de Saúde. Essa pandemia causará um prejuízo sem precedentes de vidas e econômico”, conclui Maninha.

A fila se formou pela Estrada da Vargem Bonita: Faltou vacina e comprovante de vacinação

Esqueceram o Park Way A Regional do Park Way, com mais de 25 mil habitantes, foi esquecida pela campanha de vacinação contra a influenza, iniciada segunda-feira (23). A Secretaria de Saúde apelou para que a população, especialmente a idosa, comparecesse. Mas o único posto de vacinação da região só funcionou na Vargem Bonita, para os moradores locais. Com 22% da população enquadrada no critério de idoso (mais de 60 anos), foi necessário que os mo-

radores, por meio da sua Associação Comunitária, pressionassem autoridades para implantar um posto de vacinação. Parlamentares que se dizem padrinhos da comunidade foram acionados. Da noite para o dia, um sistema drive-thru de vacinação foi improvisado e cerca de 500 pessoas foram vacinadas. A fila se espalhou pela Estrada Parque Vargem Bonita, mas faltou vacina e o comprovante de va-

cinação. E foi só um dia. Não teve repeteco. O administrador regional Kedson Mário só apareceu para fazer a selfie. Vice-presidente da Associação Comunitária local, Tércia Gualberto, lamentou. “Neste momento, precisamos de um administrador presente para cuidar das necessidades do bairro, que interaja com as entidades para que juntos possamos fazer o enfrentamento adequado desta epidemia”, destacou.


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VIA

Satélites Por Lorrane Oliveira

Festa adiada – O GDF informou, na quinta-feira (26), que os eventos previstos para a comemoração do aniversário de 60 anos de Brasília estão todos suspensos por causa do novo coronavírus (Covid-19). A decisão foi tomada depois da previsão de pico da doença. O evento será comemorado em data posterior ainda a ser definida.

Acolhimento de pessoas em situação de rua Desde terça-feira (24), pessoas em situação de rua contam com quatro espaços de acolhimento para ficar em isolamento e evitar a contaminação e proliferação do novo coronavírus. Eles ficam no Autódromo Internacional Nelson Piquet, no Movimento Eureka (906 Norte), no Creas Diversidade (614/615 Sul) e no Centro Pop (903 Sul). O Governo do Distrito Federal (GDF) assegura alimentação, banheiro, dormitório, lavagem de roupa, distribuição de kits de higiene, acompanhamento social e segurança. Ao todo, são 650 vagas.

DIVULGAÇÃO/SEDES

Crianças ganham bolsa alimentação O governador Ibaneis Rocha (MDB) criou, terça-feira (24), uma bolsa alimentação para 23.383 crianças de zero a 5 anos atendidas em creches conveniadas do DF. O benefício, de R$ 150 por mês, será pago, proporcionalmente, ao tempo que durar a suspensão do funcionamento das unidades escolares, prevista até 5 de abril. O BRB vai entregar os cartões às 14 Regionais de Ensino, que farão a distribuição. As famílias deverão utilizar o valor, preferencialmente, na compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais locais.

DIVULGAÇÃO/SEDES

O acampamento do autódromo começou a ser construído na segunda-feira (23), na área dos paddocks, e tem capacidade para abrigar 200 pessoas. A Polícia Militar fará a segu-

rança do local. Haverá duas tendas de 100 m² cada, 10 tendas de 36 m², 50 contêineres (para dormitório) e pelo menos 30 estruturas que servirão de banheiro.

Doações de leite materno caem 35% A Secretaria de Estado da Saúde (SESDF) divulgou, na quinta-feira (26), uma queda de 35% na coleta domiciliar de leite materno. “As mães estão com medo e não querem profissionais de saúde em suas casas. Entretanto, estamos realizando a coleta com todo o rigor científico, tanto as recomendações das legislações de Banco de Leite Humano quanto todos os planos de contingências realizadas pelo GDF”, esclareceu Miriam Santos, coordenadora dos Bancos de Leite Humano do DF. A coleta pode ser feita em casa e doada às unidades de Banco de Leite. Para doar, ligue para o Disque Saúde 160, opção 4, ou entre no site Amamenta Brasília.

AGENCIA BRASILIA

Estrutura para pacientes com problemas respiratórios Uma parceria entre o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), a Secretaria de Saúde e o Ministério da Saúde para fortalecer o combate e a disseminação do novo coronavírus permitiu a instalação de uma estrutura de atendimento rápido para pacientes com sintomas respiratórios. A

tenda está montada na área da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeira, começou a funcionar, na segunda-feira (23), e fica aberta de 7h a 1h da madrugada, todos os dias da semana. São dois médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem por turno.

Ibaneis demite diretor do SLU O diretor-presidente do Serviço de Limpeza Urbana, Félix Ângelo Palazzo, foi exonerado na noite de terça-feira (24). A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF em decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que nomeou como substituto Edson Gonçalves Duarte. O governador está in-

satisfeito e preocupado com o acúmulo de lixo e chorume em vários pontos do Distrito Federal, em plena crise de combate à proliferação da Covid-19. Na mesma edição do DODF, Ibaneis afastou o subsecretário de Vigilância Sanitária à Saúde, Divino Valero Martins. Para o lugar dele, foi indicado Eduardo Hage Carmo.

Bombeiros vistoriam rodovias e aeroporto O Corpo de Bombeiros Militar faz ações no combate ao novo coronavírus com operações de identificação de possíveis casos nas rodovias do DF e no Aeroporto Internacional JK. Viaturas do CBMDF estão circulando pelas Regiões Administrativas alertando para a necessidade de as pessoas permanecer em isolamento social e orientando sobre as principais medidas de prevenção contra a Covid-19. Também permanecem à disposição, seis ambulâncias exclusivas para o transporte de pacientes com sintomas graves da doença.


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ESPÍRITA

José Matos Mágoa: Livre-se desse peso Esta é uma das razões de cirrose em pessoas que nunca beberam e artérias entupidas no coração de muitas pessoas Você já observou que após um ataque de raiva você sente vontade de lavar o rosto, tomar um banho? Talvez você faça isso pensando em esfriar a cabeça, mas, a verdade, é que o ódio libera da alma, na região da testa, algo assemelhado a uma lama preta que escurece seu rosto. E é por isso que você, de alguma

maneira percebendo isso, sente vontade de livrar-se dela. Se fosse só isso seria um problema passageiro. Porém, parte dessa lama vai para o coração e outra parte para o fígado. E se você, pelo perdão, não se livrar dela, esses órgãos, com o tempo, adoecerão. Esta é uma das razões de cirrose em pessoas que

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Alimentação e Nutrição online em tempos de corona Conselho de Nutricionistas libera consultas online. Contra o Covid-19, é preciso cuidado com as comidas entregues em casa Diante do cenário de pandemia, declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por causa do novo coronavírus, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) publicou, dia 18 de março,

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

a Resolução nº 646. A decisão delibera, neste momento de crise, a suspensão até o dia 31 de agosto deste ano, do que trata o artigo 36 do Código de Ética e Conduta dos Nutricionistas.

nunca beberam e artérias entupidas ou válvulas danificadas no coração de muitas pessoas. Dr. Fritz, por meio do médium Edson Queiróz, após tirar o tumor do seio de uma mulher, ensinou: “Isso aconteceu em virtude do ódio que você alimentou durante muitos anos”. Chico Xavier, carregando uma mancha negra sobre o coração, devido à mágoa que sentia pela vizinha que matou seu cachorro, recebeu a orientação de Emmanuel para fazer-lhe uma grande caridade. Então, Chico lhe deu uma máquina de costura, o sonho dela. Ao receber o presente, partiu dela um jato de luz que desintegrou a mancha. A superação do ódio e da mágoa requer autoconhecimento e tempo. À medida que vamos nos conhecendo, vamos diminuindo o rigor com os outros porque ficamos conscientes de que também ofendemos, magoamos e prejudi-

camos, até mesmo, por omissão. Buda, quando andava pela Índia, pediu comida a uma dona de casa e ela lhe trouxe o cocô do filho. Ananda, seu discípulo, quase a agrediu. Mas Buda, rindo, esclareceu-lhe: “Calma, Ananda! Eu não aceitei o presente dela”. Ódio, mágoa e violência são recursos que usamos durante milhares de anos para sobrevivermos até percebermos que precisávamos uns dos outros. Entretanto, embora com a presença de grandes instrutores em todas as épocas e lugares, ainda carregamos o condicionamento que só venceremos pelo aprofundamento do autoconhecimento que dá consciência, compreensão e paz. O ódio e, seu subproduto, a mágoa, são doenças que precisam de cura.

Desse modo, os nutricionistas podem, por meio não presencial, até àquela data, realizar atendimento nutricional desde a primeira consulta de forma não presencial, seja ela online ou teleatendimento. A necessidade de isolamento social por período indeterminado pelas nossas autoridades até o momento e a necessidade da continuidade na prestação da assistência nutricional pelos nutricionistas foi o que motivou a diretoria do CFN a tomar essa decisão. Muitos nutricionistas comemoraram essa decisão, mas temos muitas incertezas sobre o desdobramento dessa permissão. Porém, esta será uma cena para os próximos capítulos. Outra situação que a pandemia gerou no âmbito nutricional foi o medo de pedir comida pelos aplicativos, considerando que existe um risco de contaminação por meio dos alimentos.

Caso os estabelecimentos que produzem refeições sigam todas as recomendações de higiene que já fazem parte das boas práticas de produção, além de seguirem as orientações para evitar não só um surto alimentar como também prevenir contaminação por coronavírus, essas opções são super viáveis e seguras do ponto de vista microbiológico. Afinal, neste momento, para evitar a Covid-19, o mais importante é que as pessoas não saiam de casa. Então, é contar com a responsabilidade e o profissionalismo dos estabelecimentos que preparam as comidas e com a agilidade dos serviços de entrega. Fiquemos atentos e de quarentena!

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

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TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 28 de março a 3 de abril de 2020 - bsbcapital.com.br

Clubes incentivam torcedor a ficar em casa Pelas redes sociais, divulgam treinos para atletas manter a forma física e fazem campanhas de conscientização Gustavo Pontes A pandemia do novo coronavírus parece estar longe do fim e as competições esportivas não têm previsão de voltarem ao normal. Os campeonatos de futebol pelo Brasil estão parados, mas muitos times passaram treinos para que os atletas façam em casa e, assim, mantenham a forma física. Essas séries estão sendo postadas nas redes sociais para interagir com torcedores e motivá-los a também se exercitarem em casa.

Brincadeiras e correntes Pensando em como continuar interagindo com os torcedores, os clubes também estão fazendo brincadeiras entre si, divulgando correntes e tentando levar um pouco de alegria aos seus simpatizantes.

Comunicação e Marketing a todo vapor (de casa) Com os jogos paralisados, os departamentos de comunicação e marketing dos clubes estão se adaptando e usando a criatividade para se manterem ativos nas redes sociais. Muitos estão fazendo belas campanhas de conscientização para seus torcedores, como foi o movimento em que os perfis oficiais de várias agremiações colocaram na frente do nome entre parênteses: (de casa), ressaltando a importância de evitar sair de casa durante a quarentena.

Canais esportivos se adaptam à quarentena Sem transmissões ao vivo, alguns canais esportivos têm apostado em reprises de jogos históricos. Na terça-feira (24), o SporTV levou ao ar a final da Copa do Mundo de 2002, a final da Copa do Brasil de 2006 entre Vasco x Flamengo e a do Campeonato Carioca de 2010 (Botafogo x Flamengo), partida marcada pelo pênalti de cavadinha do uruguaio Loco Abreu. O perfil oficial do Botafogo nas redes sociais fez até uma “cobertura” em tempo real e a torcida pôde reviver aquele momento.

Times de Brasília se mantêm ativos Alguns clubes do Distrito Federal também tem movimentado as redes sociais durante a quarentena. O Minas Brasília, da primeira divisão do Campeonato Brasileiro Feminino, vem apostando em postagens das atletas treinando em casa. O Capital aproveitou para mostrar alguns gols do time no Candangão, enquanto o Real Brasília fez uma campanha de divulgação de séries e filmes para assistir neste período, incentivou e repostou no Instagram vídeos de atletas

treinando em casa e, a partir de quarta-feira (25), iniciou uma série de vídeos com profissionais de enfermagem, medicina, psicologia e educação física dando informações sobre o combate ao coronavírus e como se manter ativo mesmo dentro de casa. O Brasiliense fez apenas um comunicado suspendendo as atividades e reforçando os cuidados para evitar a Covid-19, assim como o Gama, que também postou um vídeo com os bastidores do último jogo, que foi sem torcida.


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