Jornal Brasília Capital 463

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Decreto do governador Ibaneis proíbe aglomerações com mais de 100 pessoas em eventos que demandam autorização do GDF Chico Sant’Anna – Páginas 6 e 7

Ano IX - 463

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Acampamento dos 300 na Esplanada é ilegal

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Brasília, 9 a 15 de maio de 2020

Colapso pode vir de jatinho GDF estima que até o fim de maio os 172 leitos para infectados pelo novo coronavírus na rede pública local estarão ocupados. Na rede privada, as vagas podem se esgotar devido à procura de ricos de outros estados que vêm se tratar em Brasília Página 4

REPRODUÇÃO TV

recebe pressão Ibaneis entre a cruz Governador de todos os lados, até mesmo presidente Bolsonaro, para e a caldeirinha pelo doliberar atividades econômicas fim do isolamento Pelaí – Página 3

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Enfermeira relata drama do ataque de bolsonaristas

Fanáticos camisas amarelas ficarão cada vez mais violentos

Comércio prevê pior Dia das Mães em 60 anos

Página 8

Hélio Doyle – Página 2

Via Satélites – Página 10


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 9 a 15 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

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x p e d i e n t e

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Fanáticos camisas amarelas de Bolsonaro ficarão cada vez mais violentos Por Hélio Doyle (*) AGÊNCIA SENADO

Não são fatos isolados. No dia 1º de maio, enfermeiros que protestavam pacífica e silenciosamente na Praça dos Três Poderes foram ofendidos e agredidos por militantes bolsonaristas. No dia seguinte, adeptos do presidente Jair Messias Bolsonaro e do ex-ministro Sérgio Moro brigaram em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba. À noite, em São Paulo, manifestantes cercaram o apartamento em que mora o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o ofenderam. No domingo, em frente ao Palácio do Planalto, dois repórteres foram empurrados e receberam chutes e murros, enquanto o motorista de um jornal levava uma rasteira e um repórter era insultado verbalmente. Por seguidores de Bolsonaro, é claro. A agressividade dos apoiadores de Bolsonaro não é novidade, pois vem se manifestando desde a campanha eleitoral e é incentivada pelo próprio presidente e por seus filhos, um dos quais postou, recentemente, um vídeo com homens atirando. O revólver feito com os dedos é um símbolo claro desse espírito bélico, além de inúmeros outros gestos e falas repletos de exaltações à intolerância, à violência e à destruição, inclusive física, dos que são considerados inimigos. Nestes tempos de pandemia, porém, os bolsonaristas têm se mostrado ainda mais violentos e agressivos. Uns acham que é porque estão se sentindo acuados e se desesperam, com medo das acusações de Moro e tentando impedir a todo custo um processo de impeachment, agora ou quando a catástrofe passar. Outros atribuem a subida de tom ao fato de estarem sozinhos nas ruas e por isso acharem que está próximo o momento em que irão impor sua agenda antidemocrática, derrubando as instituições e dando mais poderes a Bolsonaro. As bandeiras autoritárias movem as manifestações bolsonaristas e, ao prestigiá-las, o presidente deixa claro seu apoio a elas.

São, na verdade, as duas coisas: Bolsonaro se sente acuado e acha que o ataque é sua melhor defesa. O incremento das manifestações, motorizadas ou não, e o alto nível de violência verbal e física contra os adversários são parte de seu projeto de “tomada do poder” e destruição do “sistema” que estaria impedindo o pleno exercício do governo por ele. O que os bolsonaristas querem é radicalizar o ambiente político, acirrar os ânimos, agitar as ruas, provocar confrontos e estabelecer uma situação caótica de crise econômica, política e social. O recado que procuram passar é para não tentarem o impeachment ou decisões judiciais para afastá-lo, agora ou depois, pois haverá forte resistência. E, se vier o caos que eles almejam, as Forças Armadas irão intervir a favor do presidente, contra o Congresso, o Judiciário, a imprensa e as forças da sociedade civil que se opõem a ele. De um jeito ou de outro, imaginam, Bolsonaro vencerá. GUERRA SANTA – Bolsonaro conta com uma significativa base social para executar seus planos. Pesquisas indicam que se aproxima de 30% dos eleitores, mas não se sabe quantos desses, efetivamente, irão às últimas consequências por quem chamam de “mito”. Entre os seguidores do Presidente, estão desde milionários até o extrato mais pobre da população. Há empresários de todos os portes e trabalhadores de todas as rendas, homens e mulheres, jovens e idosos. Mas há, sobretudo, fundamentalistas cristãos fanatizados e integrantes ativos ou inativos das forças policiais e armadas. Bolsonaro conta com eles para, como já disse com clareza, destruir o sistema vigente e construir uma nova ordem no País, segundo os ensinamentos do astrólogo Olavo de Carvalho, guia político do Presidente, de seus filhos e alguns ministros e assessores. É um projeto, eminentemente, fascista, autoritário e conservador. Para sua execução, Bolsonaro precisa de uma massa de fieis e fanáticos seguidores, apoiados por militantes armados que lhes assegurem vantagem no confronto — daí os incentivos ao armamento legal pelas milícias disfarçadas em clubes de caça e

de tiro. Precisa também que as orças policiais estejam ao seu lado e que as Forças Armadas optem em apoiá-lo na “guerra santa” contra os comunistas — que, para os bolsonaristas, não são só os marxista-leninistas e esquerdistas, mas todos que se opõem ao mito e a seus desígnios, mesmo estando à direita no espectro político. São os fundamentalistas e milicianos que, negando os riscos da pandemia e ignorando a ciência, estão indo às ruas para mostrar apoio a Bolsonaro e a seu projeto político, ainda que muitos não o entendam muito bem. Bradam contra a corrupção, ignorando que ela existe na família Bolsonaro e no governo que ele comanda. São contra a “velha política”, fingindo que não sabem quem foi o deputado Bolsonaro e de seus atuais entendimentos com o “centrão”. Defendem princípios religiosos, contraditórios não só com a vida pessoal e atitudes de Bolsonaro, como com a violência e os preconceitos que ele defende. Dizem-se nacionalistas, falam em “Brasil acima de tudo”, mas não questionam a submissão aos Estados Unidos e a subserviência a Israel — e até levam bandeiras desses países às manifestações. Essa massa bolsonarista está sendo insuflada para a guerra e avança aos poucos, mas com persistência, testando as forças contrárias. Como a cada avanço é atacada apenas por dezenas de pronunciamentos e notas oficiais e, mais recentemente, por pedidos de impeachment mantidos na gaveta do presidente da Câmara, sente-se animada a prosseguir e intensificar a ofensiva. A marcha bolsonarista, se não houver uma resistência real a seus propósitos, irá ser, a cada dia, mais violenta. Não pode haver ilusão: os camisas amarelas de hoje são o que foram os camisas negras de Mussolini e de Hitler, os camisas azuis de Franco e os camisas verdes de Plínio Salgado. E as milícias de Bolsonaro em breve serão a SA e a SS brasileiras. É só questão de tempo.

(*)Hélio Doyle é jornalista, consultor em comunicação e política e professor aposentado da Universidade de Brasília. Fonte: Congresso em Foco


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Engano – Ex-ministro da Defesa de Dilma e da Articulação Política de Lula, o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo aposta que Bolsonaro se engana ao pensar que teria apoio das Forças Armadas para qualquer “aventura” fora dos trâmites da democracia. No domingo (3), Aldo diz ter visto um presidente atormentado por investigações e cometendo arroubos e ameaças às instituições democráticas. “Contaria com apoio de meia dúzia de fanáticos, não do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

REPRODUÇÃO TV

Vida que segue Estamos em tempo de pandemia. Não está fácil para ninguém. Ficar em casa não é opção, é proteção. O que não falta é tempo para passar o tempo. Cada um se vira como pode. Tudo para vencer o desafio de continuar vivendo a vida sem coronavírus. E você, está fazendo o quê?

Bolsonaro e elite comercial pressionam Ibaneis a flexibilizar o isolamento

Ibaneis pressionado O governador Ibaneis Rocha está entre a cruz e a caldeirinha. Foi o primeiro chefe de Executivo a suspender aulas, em março, e um dos pioneiros do isolamento social. Agora se vê pressionado a reabrir comércio, escolas e atividades não essenciais. Mas teme o crescimento de mortos e contaminados pelo novo coronavírus, que só deve atingir o pico em julho. BOLSONARO – Nos bastidores, o Presidente da República condiciona os repasses constitucionais de dinheiro público aos entes federativos ao relaxamento da circulação de pessoas. Ao sinalizar que atenderia a isso, o GDF recebeu R$ 57,4 milhões em abril.

JUÍZA NO BURITI – O Ministério Público ingressou com ações na Justiça, questionou a retomada de atividades econômicas não essenciais. No dia 6/5, a juíza Kátia Balbino, da 3ª Vara Cível Federal, suspendeu, com uma liminar, a flexibilização até o GDF apresentar dados científicos que sustentem a decisão. NA MARRA – Após o encontro, que durou 6 horas, Ibaneis defendeu abertura do comércio. “Ou a gente faz abertura controlada ou os lojistas vão abrir na marra”, disse. Mas manteve o adiamento da reabertura do dia 11/5 para 18/5 (leia Via Satélites, p. 10).

Uma crise por dia A OMS informou que o Brasil é o terceiro em novos casos de covid-19 no mundo em 24 horas. Do dia 4 para 5/5, houve 600 óbitos e 116 mil pessoas com o vírus. Em 24h, 7.921 foram diagnosticadas com covid-19. O presidente Bolsonaro, no entanto, está empenhado em produzir crises. O que importa para ele são desavenças com desafetos, como Sérgio Moro, e ataques ao STF, ao Congresso e à imprensa.

Dia 3/5, recebeu manifestantes na rampa do Planalto. Dia 7/5, atravessou a Praça dos 3 Poderes com empresários e ministros para constranger o presidente do STF, Dias Toffoli, a pressionar governadores e prefeitos a flexibilizarem o isolamento. SOCIEDADE REAGE – Autoridades reagiram à participação dele nos atos e repudiaram a agressão a jornalistas e a pressão ao STF. Quase todos os governadores criticaram a postura.

MANDATO ONLINE “Estou cumprindo o distanciamento social. Ficando e trabalhando em casa, aprendendo a usar novas ferramentas, me reciclando cada vez mais e lutando online em defesa da advocacia e da sociedade. Só saio quando é “realmente” essencial. E quando saio, uso máscara e sempre higienizando as mãos com água e sabão ou álcool em gel”.

ISOLADO NA CHINA “Viajamos mais de mil quilômetros para ficar em isolamento. Fomos testados e ainda estamos de quarentena. Fiquei num hotel por duas semanas sem poder sair do quarto. Recebíamos alimentação no quarto. Fora 104 dias é muito complicado”. Rafael Silva Atacante do Wuhan Zall – Clube de futebol da China

RODÍZIO NO LAR “Tenho passado mais tempo com os meus filhos. Moramos em sete pessoas. Dividimos, em rodízio, as atividades domésticas. Mantenho minhas agendas políticas e de trabalho de forma virtual. Tenho lido mais e realizado atividades físicas. Precisamos sair desse período melhores do que entramos.”

OLHO NA MÍDIA “Estou aproveitando a quarentena para ficar com minha família. Não saio há mais de 40 dias. Faço ginástica em casa. Vejo muito noticiário de TV, leio jornais e revistas para formar massa crítica. Há um lado positivo na pandemia: ela vai despertar a humanidade para outro sentido da vida. Quando ela for embora, os valores da sociedade serão outros. Haverá mais solidariedade humana.”

Eduardo Brandão Presidente do Partido Verde do DF

Edson de Castro Presidente do Sindivarejista

Rodrigo Delmasso Deputado Distrital (Republicanos) Vice-presidente da Câmara Legislativa

TRABALHO VIRTUAL “Tenho participado de muitas reuniões remotas com representantes da sociedade civil para entender melhor como sair de maneira responsável do isolamento. As sessões da Câmara também não pararam. Aprovamos pautas importantes, como o auxílio emergencial. Dou atenção à família. É um momento de reflexão para todos”. Paula Belmonte Deputada Federal (Cidadania-DF)


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Colapso do sistema de Saúde do DF pode vir de jatinho DIVULGAÇÃO

Ricos de localidades em que a capacidade hospitalar chegou ao limite, estão vindo para as UTI de Brasília

Comércio e serviço

Orlando Pontes Achatar o crescimento de contágio e óbitos por covid-19 se tornou um problema para o Governo do Distrito Federal (GDF). Empresários e parte da população passaram a defender o relaxamento do isolamento. A Secretaria de Saúde (SES) tem conseguido atender à demanda por pacientes de covid-19, o que sustenta os argumentos de defensores do afrouxamento. A SES informou, na sexta-feira (8), que tem 6,5 mil leitos hospitalares e 500 UTI, sendo 172 para co-

O deslocamento de um paciente de Belém para São Paulo pode custar R$ 120 mil

vid-19, e que havia 60 pessoas com a doença em UTI. Os dez leitos do HRAN, referência em covid-19, estavam lotados. Se o aumento de casos ficar constante nos próximos 15 dias, as vagas na rede pública serão preenchidas. O secretário, Francisco Araújo, diz que há 128 leitos com suporte respiratório em hospitais privados para uso da rede pública.

Privilégio de ricos O fenômeno não é exclusivo do DF. Endinheirados saem de localidades, como Belém, para buscar socorro fora. A revista Época conta que empresários do Pará que ignoraram a covid-19 e se infectaram, voaram para os melhores hospitais de SP. As viagens em UTI aéreas chegam a custar R$ 120 mil por passageiro. Jonas Rodrigues, de uma das famílias mais ricas do Pará, dona do Grupo Líder, e o pai dele, de 70 anos, ignoraram as recomendações e pegaram a doença. O supermercadista José Santos de Oliveira, de 77 anos, também ignorou, pegou a doença e agonizou. Kleber Ferreira Menezes, ex-secretário de Transportes do Pará denunciado por improbidade administrativa e crime contra o erário, ig-

norou e passou perto de morrer. Para fugir da morte, os ricos de Belém partem em jatinhos com UTI para os melhores hospitais do País e até do exterior. Jonas foi para o Oswaldo Cruz. José, para o Albert Einstein e, Kleber, Sírio-Libanês. Todos em estado grave. A Época diz que embarcam, diariamente, oito pacientes com covid-19 em jatos com UTI de Belém. Belém vive hoje situação semelhante à do Rio na gripe espanhola de 1918: doentes buscam médicos, dão de cara na porta e sucumbem na rua. A calamidade e baixa adesão (45%) ao isolamento, fez o governo estadual decretar lockdown (bloqueio total), na quinta-feira (7), em dez municípios da Região Metropolitana.

JATINHOS – Brasília enfrenta o imponderável: a transferência de doentes de outros estados. Referência em saúde no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, o DF tem recebido doentes de covid-19 de todo lado. Os quatros hospitais da rede D’Or e do Sírio-Libanês indicam que parte das suas UTI está com pessoas de outros estados com covid-19.

O presidente da Federação das Associações Comerciais do DF e Entorno (Faci-DF), Valdeci Machado, acredita que pela curva de crescimento de casos da covid-19 apresentada pela Secretaria de Saúde, o governo pode flexibilizar as regras. Desde que os segmentos se comprometam a cumprir todos os protocolos de segurança de controle sanitário. Uma ação primordial, segundo ele, seria a realização de campanhas de conscientização. As ações seriam patrocinadas por entidades, como a Faci, a Fibra, a Fecomércio, a CDL, o Sebrae, a Fenatac e a Fapi. Ao todo, elas representam cerca de 170 mil empreendedores e colaboradores. Defende também testagens para o novo coronavírus e o rodízio no funcionamento de cada segmento.

Construção civil dá exemplo no DF Nos estudos do GDF sobre o fim do isolamento, a construção civil dá show. Emprega cerca de 200 mil pessoas e, desde o início da pandemia, não interrompeu suas atividades e até agora não registrou nenhuma contaminação. Os diretores da Mirante Incorporações, Jamil Lessa, e da Faenge Construtora, Leonardo Ávila, informam que as empresas são organizadas e contam com profissionais de segurança no trabalho. “Estamos há 21 anos dedicados a Brasília e temos compromisso com nossos 220 colaboradores”, diz. “A construção civil é muito disciplinada. Adotou rígido protocolo de medidas de combate à covid-19. Os riscos, praticamen-

te, não existem”, completa Lessa, que tem 200 empregados. As construtoras controlam a saúde dos trabalhadores. Se for identificado algum sintoma, são orientados a ficar em casa sem prejuízo econômico. Eles usam Equipamentos de Proteção Individual e são instruídos sobre higiene pessoal, uso do álcool em gel e lavar as mãos com sabonete com frequência. Lessa e Ávila discordam num ponto. O diretor da Mirante não é a favor do relaxamento e defende o acompanhamento científico e a volta gradual. O diretor da Faenge diz que “a vida está acima de tudo”, mas avalia que outros segmentos podem retornar adotando os cuidados necessários.


Salve vidas. Use máscara.

Brasília foi a primeira cidade do Brasil a pedir para que as pessoas ficassem em casa. Você ficou. Deu exemplo. Protegeu-se. E os resultados estão aparecendo. Para que essa situação se estabilize, o GDF tornou obrigatório o uso de máscaras em todas as cidades do Distrito Federal. É uma medida para, antes de tudo, proteger você e sua família. Está comprovado que o uso da máscara é a melhor maneira de se cuidar – caso precise sair de casa. Use máscara. A vida agradece.

É segurança, é proteção, é obrigatório.


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Brasília

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Acampamento dos 300, na E A Esplanada dos Ministérios sempre foi palco de manifestações populares e políticas. Foi na Praça dos Três Poderes que os brasilienses receberam os tricampeões mundiais de futebol, em 1970. Na Constituinte, o deputado Ulysses Guimarães chegou a mandar erguer um parlatório no gramado do Congresso, no qual a aglomeração da campanha das Diretas-Já e da eleição de Tancredo Neves foi marcante. Desde então, contudo, regras foram criadas para eventos naqueles espaços. A Praça dos Três Poderes virou área de Segurança Nacional. As cúpulas do Congresso não mais podem receber o povo, que perdeu o parlatório de Ulysses e ganhou um laguinho na gestão de Antônio Carlos Magalhães no Senado. A direção-geral do Senado chegou a plantar coroas de cristo na borda para afastar manifestantes. Mas Oscar Niemeyer vetou. É dele também o espelho d’água do Planalto, no qual antes foi invadido por um motorista de ônibus. As manifestações da Esplanada nem sempre foram amigá-

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Manifestação fechou as 6 faixas do Eixo Monumental e não só a da direita

veis. Em 1986, governo Sarney, durante o protesto contra o Plano Cruzado 2, as manifestações perderam o controle. Foi o Badernaço, com queima de viaturas da PM e de instalações da Rodoviária. Uma investigação

determinada pelo então governador José Aparecido identificou que o transbordo fora promovido por militares infiltrados. REGRAS – Com essas experiências, surgiu a necessidade de se

disciplinar o uso da Esplanada. Em junho de 2006, entrou em vigor o decreto 26.903, assinado por Maria Abadia, no exercício do cargo em substituição ao então governador Joaquim Roriz. Regula e fixa medidas operacionais e administrativas para o exercício de manifestação e de reunião no DF. Às regras de 2006 se somam as baixadas em 12 de março deste ano pelo governador Ibaneis Rocha (Decreto nº 40.509), que trata da prevenção ao coronavírus. A norma proíbe aglomerações com mais de 100 pessoas em eventos que demandem autorização prévia do GDF. Toda atividade na Esplanada requer, pelo Decreto nº 26.903, autorização da Secretaria de Segurança Pública, após comunicação prévia dos organizadores sobre “a realização de reuniões, manifestações e passeatas em logradouros públicos”. No artigo 9º, é expressamente “vedado o uso das áreas públicas da Esplanada, da Praça dos Três Poderes e dos Eixos Monumental e Rodoviário, para qualquer tipo de acampamento”.

Balança pesa mais para a saúde Então, a lei está sendo desrespeitada. Será que a polícia não viu o “Acampamento dos 300”? Se o decreto do coronavírus impede aglomerações de mais de 100 pessoas e, mesmo assim, diversos eventos recentes ocorreram na Esplanada, ou a Secretaria de Segurança ignorou a norma ou os manifestantes foram às ruas sem prévia autorização. Nesse caso,

caberia às autoridades coibir os atos. E as barracas não deveriam ter sido armadas na Esplanada. O artigo 6º do Decreto nº 26.903 estabelece que, em se tratando de carreata, os condutores dos veículos em fila deverão ser orientados a deslocar pelas faixas do lado direito da via. O que se viu nas fotos de 3 de maio foi a ocupação das seis faixas do Eixo Monumental.

O mesmo marco jurídico fixa que cabe ao policiamento e à fiscalização de trânsito a observância dessas regras. Mas, esses órgãos sempre enérgicos quando se trata de manifestações de estudantes ou de trabalhadores, mostraram-se dóceis, ou inativos, em relação aos bolsonaristas. A combinação entre o direito à liberdade de expressão e à saúde pública é um dos temas mais

sensíveis da atualidade. O jurista Max Telesca, ex-presidente do Tribunal de Ética da OAB/DF, acredita que a balança da ponderação dos dois princípios constitucionais pesa mais para a observância da saúde, tendo em conta a mobilização da sociedade para que não se alastre um vírus letal, devendo prevalecer as normas de distanciamento social.


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Para cumprir o decreto do GDF, o acampamento bolsonarista deve ser desmontado

Esplanada, é ilegal GDF deveria criar obstáculos O professor José Geraldo Souza Junior, da Faculdade de Direito da UnB, lembra que existe um gabinete de Segurança Interinstitucional (Buriti-Planalto). Por meio dele, o GDF deveria “admoestar” a Presidência da República, alertando que vai começar a colocar obstáculos a essas manifestações. A ex-secretária de Segurança Pública, Márcia Alencar, reforça a informação dessa parceria e lembra que há um Protocolo Tático Integrado (PTI), de 2017, pelo qual as agências do Sistema de Defesa e Segurança (GSI, ABIN, PF, FFAA, Polícia Legislativa e as Forças de Segurança do DF – PMDF,

PCDF, CBMDF e Detran-DF) atuam, conjuntamente, nessas operações, sob a coordenação geral da SSP/DF. “Quando o protocolo é desrespeitado unilateralmente, seja pela esfera federal ou distrital, o cenário se torna sombrio, gerando muita sensibilidade político-institucional em razão dos limites reais de competências dos chefes de Estado em questão, quais sejam: o Presidente da República e o governador do DF”. Segundo Márcia Alencar, “diante da crise sanitária agravada pela crise política, faz-se necessário repactuar os papéis dos agentes implicados no PTI para prevenir e evitar o

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agravamento das violências e incivilidades evidenciadas nos eventos recentes na Esplanada contra enfermeiras e jornalistas”. “Há um pouco de adesão, de servidão voluntária à Presidência, representando um conformismo temeroso à ocorrência dessas manifestações e, por outro lado, uma incapacidade de mobilizar os meios de contenção, o que seria importante fazê-lo para evitar essa escalada. Aos poucos vai se dando espaço para esse movimento carregado de violência, de intimidação que já se manifesta nas agressões a jornalistas, nas ameaças. É preciso que Ibaneis governe”, analisa José Geraldo.

Não houve omissão O jurista Max Telesca discorda da ideia de que houve omissão por parte da Segurança Pública. Ele diz ter sido informado de que a Polícia advertiu, fortemente, a militância de Bolsonaro. “Eles estão descumprindo as ordens da polícia. Imagina você ter de parar este protesto na marra. Não é algo simples”. Para Telesca, tudo ainda é muito incerto. “Vejo o enfrentamento civil como uma hipótese tristemente cada vez mais plausível. Por sua posição geográfica, por ser a capital federal, que hospeda o governo federal, que tem interesse nessas manifestações em apoio ao Presidente, e, por ser advogado e saiba da importância do direito à livre manifestação, o governador está tentando fazer esta ponderação, que não é uma tarefa fácil”. VIÉS POLÍTICO – O analista político Melillo Diniz visualiza, na postura

de Ibaneis, um viés político. “A não observância dessas regras, seja pelo GDF ou pelos manifestantes, é mais um marco da desorganização ante a epidemia que estamos passando. A liberação do governador para as manifestações e a completa falta de controle têm como única explicação uma relação com Bolsonaro, de olho nos bolsonaristas, apoiadores desse que, em Brasília, ainda são numerosos”. Além disso, segundo Melillo, “o desregramento das normas de manifestações na Esplanada é parte de uma relação neurótica de dois governantes com o complexo de pitbull. Se a razão não serve, vamos adotar comportamentos sem a necessária racionalidade e o respeito às leis. Nisso, são cada vez mais parecidos”. A assessoria do governador Ibaneis disse, em resposta à coluna, estranhar a não observância dos decretos.


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O que revela a circular do aumento da contribuição previdenciária Alguns documentos governamentais contam mais nas entrelinhas do que dizem as letras do texto. É o caso do Ofício Circular 05/2020, assinado pelo governador do Distrito Federal, por meio do qual, mandava aumentar o desconto da contribuição previdenciária dos servidores públicos do DF de 11% para até 22%. Isso representaria redução dos salários de 3,5% até 8%, o que não é pouca coisa. Aumento de tributo por meio de um ofício já é um absurdo que, por si só, é de estranhar que tenha partido de alguém que construiu uma carreira na lida com procedimentos legais e é reconhecido como bem-sucedido na área. Outra coisa que causou espanto foi o conforto na canetada que diminuiria, da noite para o dia, a renda de dezenas de milhares de famílias e, em consequência, os ganhos de quem presta serviços a elas e

o faturamento de empresas locais, as quais geram empregos para outros milhares de brasilienses. A legislação em vigor estabelece que a criação ou o aumento de tributos tem que respeitar um período de 90 dias – pelo menos para que as famílias se organizem diante da diminuição na renda. E por que aumentar as alíquotas nos percentuais definidos na circular? Como se chegou a esses números? Se o objetivo das alterações feitas nas regras das aposentadorias é equilibrar e dar sustentabilidade ao sistema previdenciário, era de esperar que os cálculos atuariais do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Iprev-DF) orientassem qualquer alteração nas alíquotas de contribuição. A reforma Previdenciária de 2019 permite isso. Outra coisa que se revela no não

escrito é uma das heranças malditas do governo Rollemberg, que promoveu desfalque bilionário no Iprev-DF, com os saques feitos em 2016 e 2017, contra os quais só levantaram as vozes o Sindicato dos Médicos do DF e o então deputado distrital Wasny de Roure. Antes desses saques, o fundo financeiro do Iprev era superavitário. A possibilidade de perda do Certificado de Regularidade Previdenciária (CPR) já nos assombrou lá atrás, no governo Rollemberg, em razão dos saques promovidos – foi por um triz. É de interesse do servidor uma previdência equilibrada e forte, e isso também importa para o conjunto da população, porque o desequilíbrio afeta a economia e a governabilidade do DF. Esse desfalque foi um dos fatores que pesou contra o ex-governador quando tentou se reeleger, em 2018.

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

No segundo turno, os servidores foram maciçamente a favor do atual governador, que se comprometeu a respeitá-los e valorizá-los. Essa é uma das situações em que muito nos interessa ver esse comprometimento expresso em atitudes que preservem os servidores.

Pancada na cabeça, empurrão, ameaça e cuspe REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Ana Catarine Carneiro (*) Acordei hoje com o coração acelerado. Chegou o dia do ato preparado com tanto cuidado. Ato em homenagem aos profissionais de saúde que faleceram pela covid-19, de pedir pelas nossas vidas, de dizer à população: “Estamos aqui” e “nos ajude”. Nossas mensagens eram claras nesse sentido. Mas os apoiadores de Bolsonaro entenderam que era contra ele. Colocaram suas faixas entre nós e nos xingaram. Muito! De canalhas, medíocres, covardes, hipócritas, palhaços, bandidos, genocidas, esquerdopatas e muitas outras coisas. Gritaram e cuspiram na nossa cara. E nós? Deu revolta, vontade de responder. Mas eles entenderiam? Parariam? Nosso ato ali era mais importante do que discutir com essa gente. Permanecemos em silêncio, olhar para a frente, posição mantida. Até que dois deles foram para cima da enfermeira ao meu lado.

Bolsonaristas agridem enfermeiros que homenageavam vítimas da pandemia

Não dava para permanecer passiva. Coloquei-me na frente dela, em silêncio. Queria deixar claro que ela não estava só. Aí foi pancada na cabeça, empurrão, ameaça e, claro, mais cuspe. Fiquei calma, apesar de

entender a gravidade do que estava acontecendo. Os colegas fizeram a proteção. Depois tivemos apoio da Polícia Militar. Fui para casa. Precisava lavar o rosto rapidamente. Fui atingida pela saliva deles várias vezes. Aí a

ficha caiu. A tristeza veio com força. Não consegui mais conter o choro. A vida já não está sendo fácil nesse período. E acontece isso? Como pode? Num momento em que seria para estarmos unidos contra a pandemia... virou jogo de torcida. Que loucura é essa? O mundo aplaude os profissionais da Saúde. No Brasil a gente apanha? As coisas perderam o sentido. A força para continuar esmoreceu. Mas começaram a chegar as mensagens de apoio. Isso está me ajudando muito. Fortalecendo de novo. Então, de acelerado meu coração foi para dilacerado, mas aos poucos. As mensagens vão me ajudando. Como é bom sentir esse carinho! Então é isso. Vamos voltar para a nossa luta. Contra a pandemia, contra o ódio, a favor das pessoas. De cabeça erguida. E tendo fé em dias melhores! (*) Enfermeira


Brasília Capital n Educação n 9 n Brasília, 9 a 15 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

Rede de Solidariedade beneficia 550 famílias em 14 cidades do DF Próxima etapa vai usar critério de carência das Regiões Administrativas

Balanço das atividades

No fim de março, dezenas de militantes do movimento social do Distrito Federal criaram a Rede de Solidariedade com o objetivo de ajudar famílias desassistidas em razão dos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Inspirado pela campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, criada pelo sociólogo Betinho, nos anos 1990, o trabalho da Rede de Solidariedade cresce a cada semana, agregando pessoas, entidades sindicais e sociais e lideranças políticas. Equipes foram montadas em várias cidades e, em pouco tempo, uma verdadeira rede de coleta e distribuição de gêneros de primeira necessidade começou a funcionar. Um mês depois, os resultados são promissores. Cerca de 550 famílias já foram beneficiadas com cestas básicas e materiais de limpeza e higiene em 14 cidades diferentes do DF.

Como contribuir

Cestas recebidas: 139 Cestas adquiridas: 411 Total de cestas distribuídas: 550 Cidades beneficiadas: Estrutural, Sol Nascente, Samambaia, Recanto das Emas, Brazlândia, Santa Maria, Sobradinho, Núcleo Bandeirante, Planaltina, Paranoá, Gama, São Sebastião, Riacho Fundo II e Plano Piloto. Equipe do Rede de Solidariedade distribui cestas na Cidade Estrutural

Depósito em contas bancárias: Centro de Estudos e Assessoria – CEA CNPJ/DF: 07.371.001/001-59 BANCO DO BRASIL: Agência: 3599-8 - Conta corrente: 40.777-1 BRB: Conta Poupança - Agência 037 – Asa Sul - Conta 037-025.238-1 Postos de coleta (alimentos e materiais de limpeza e higiene): Guará 2 - QE 13, Conjunto 13. Telefone: (61) 99272.9011 Cruzeiro Velho – Círculo Operário – SRES – Área Especial – Lote 9 Taguatinga - QNM 36 Conjunto T Casa 44. M norte. (Próximo ao Coser Bernardo Sayão) Plano Piloto – Sede da CUT-DF – SDS - Ed. Venâncio V – Subsolo Loja 14

LONGO PRAZO – 30 pessoas estão envolvidas, diretamente, na tarefa diária de arrecadar e distribuir aos que sofrem com a falta de ação do governo Federal. Sabemos que o DF é uma das unidades da federação mais desiguais do Brasil e que essa tarefa de atender a famílias que passam fome e outras privações é apenas o começo

de um trabalho de longo prazo, que pretende devolver para o mercado de consumo milhares de pessoas abandonadas pelo Estado nos últimos 4 anos (governos Temer e Bolsonaro). Dados oficiais comprovam que, nesses últimos anos, a miséria aumentou, a fome voltou a ocupar as manchetes e, o mais triste, a morta-

lidade infantil, que caía desde o fim dos anos 1990, voltou a subir. Para os coordenadores da Rede de Solidariedade do DF, após esse trabalho inicial e emergencial, a Rede começará a atuar de forma mais sistemática. Eles acreditam que no fim de semana (25 e 26 de abril) foi um divisor de águas entre a primeira e a segunda etapas da campanha. Na primeira, a Rede de Solidariedade distribuiu, aproximadamente, 40 cestas por Região Administrativa (RA). O critério foi a ordem de chegada dos pedidos. Na segunda etapa, o critério será mais relacionado ao nível de carência de cada RA do DF. A Rede também pretende, mais à frente, colaborar com a criação de projetos de economia solidária para ajudar a tirar definitivamente as famílias da miséria. Entre as propostas em estudo está a montagem de pequenas fábricas processadoras de alimentos da agricultura familiar.

O dia das mães Cristovam Buarque (*) DIVULGAÇÃO

Nenhuma relação emocional carrega tanto amor e gratidão quanto entre mãe e filho ou filha. A própria vida se deve a ela. Durante 9 meses, mãe e filho ou filha formam um mesmo corpo. O nascimento amarra mãe e filhos, pelo risco, pela dor, pela luz

que é dada e pela alegria que este momento traz. A relação se aprofunda e fica nos dois sentidos. Mas é a mãe que se dedica, por toda a vida, no cuidado a cada instante e na educação do caráter e do intelecto dos filhos. Além de ser a gestora, ela é também a primeira professora. Qualquer ser humano deve à sua mãe ter sido gestado, ter nascido e ter começado a entender o mundo. Por isso, este é o seu dia, e o carinho dos filhos é uma das alegrias que ela merece receber. Mas, por mais importante e in-

substituível que seja o papel da mãe, ela precisa do apoio da escola. A partir de certa idade da criança, a própria mãe busca a escola para complementar a educação de seus filhos. Por isso, ela quer uma escola de qualidade para suas crianças. Ela sofre ao ver que o talento de seu filho pode ser perdido, por falta de qualidade na educação de seus filhos e filhas. Então ela sente que sua Nação faz parte da gestão do futuro que ela deseja para o filho ou filha. Ela sabe que a sobrevivência deles depende do sistema público de saúde, que o emprego e

a renda que eles terão dependem de educação de qualidade. A mãe que dá vida, quer a sobrevivência e vida confortável para o filho. Por isso ela sabe que seu papel é compartido com a escola e com o país. Este é o dia apenas dela, a quem devemos dar os carinhos que ela merece, mas é um dia também de lembrar que toda mãe sonha com uma boa escola e um bom país para seus filhos. (*) Ex-senador (Cidadania-DF)


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VIA

Satélites Por Lorrane Oliveira

LÚCIO BERNARDO JR AGÊNCIA BRASÍLIA2

Pior Dia das Mães da história do DF O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) prevê que o comércio do DF sofrerá com o pior Dia das Mães dos seus 60 anos. A baixa se deve, principalmente, ao fechamento das lojas até, pelo menos, o domingo (10), quando é comemorada a data. Para a entidade, o faturamento de mais de R$ 90 milhões alcançado no ano passado é uma realidade impossível. De acordo com o Sindivarejista, há, pelo menos, 20 mil pessoas sem emprego em diferentes setores da cadeia produtiva por causa da paralisação.

Mais 10 leitos de UTI – O diretor do Hospital Regional da Asa Norte, Ulysses Castro, informou que dez novos leitos já estão ativados e serão disponibilizados ao público conforme a demanda. As camas e os monitores foram doados ao DF pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, a equipe do Hran conseguiu respiradores, estruturou a rede de gases e ofereceu os recursos humanos. Todos os novos espaços contam com suporte respiratório. A unidade conta agora com 20 leitos de terapia intensiva voltados a pacientes da covid-19.

Máscaras no transporte público De cada dez usuários de transporte público, oito já usam máscaras nos terminais e estações do Metrô do DF. A estimativa é da Secretaria de Governo, que incrementou a distribuição gratuita dos equipamentos de proteção respiratória a partir de segunda-feira (4). A partir do dia 11, por

determinação do governador Ibaneis Rocha, serão fiscalizadas todas as vias e espaços públicos, transportes públicos coletivos, estabelecimentos comerciais, industriais e espaços de prestação de serviço. Quem desobedecer ao decreto será punido com multas a partir de R$ 2 mil.

Ibaneis adia reabertura do comércio O governador Ibaneis Rocha adiou de segunda-feira (11) para o dia 18 a nova data para reabertura do comércio. Na quarta-feira (6), a Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu a ampliação do funcionamento de atividades consideradas não essenciais no DF. A decisão foi da juíza titular da 3ª Vara Cível, Kátia Balbino de Carvalho Ferreira. A juíza designou, ainda, ao Executivo distrital, que apresentasse, na quinta-feira (7), dados complementares referentes ao planejamento de retomada do comércio, com datas por blocos de atividades e regras sanitárias para diferentes ramos.

Saúde constrói 16 novas UBS

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A Secretaria de Saúde está construindo 16 novas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em cidades do DF, exceto no Plano Piloto. O objetivo é ampliar a rede de Atenção Primária para atender à população. Elas serão distribuídas da seguinte forma: Estrutural (2), Riacho Fundo II (1), Fercal (1), So-

bradinho (1), Planaltina (1), Águas Claras (1), Recanto das Emas (1), Samambaia (1), Brazlândia (2) e Ceilândia (10). Além disso, a UBS 8 de Ceilândia será reformada. Nos últimos 3 meses, a Atenção Primária do DF contratou mais de 400 novos profissionais em diferentes modalidades e categorias.

PAULO H. CARVALHO / AGÊNCIA BRASÍLIA

DF Legal reforça combate à covid-19 A Secretaria DF Legal convocou auditores fiscais de obras e inspetores fiscais a atuar emergencialmente nas ações de fiscalização de combate à covid-19. O DF Legal tem atuado de maneira ostensiva

nas ações de orientação da população e na fiscalização do cumprimento das medidas de restrição às aglomerações. Mais de 21 mil estabelecimentos foram fechados compulsoriamente e 700 interditados.

Caesb lança campanha para arrecadar sabonete A Caesb lançou uma campanha para arrecadar sabão em barra e sabonetes para famílias em situação de vulnerabilidade social. As doações serão recebidas nas portarias das unidades Sede, em Águas Claras, e SIA (Trecho 1), na Secretaria de Comunicação do GDF, no térreo do Palácio do Buriti, e no Parque Biológico de Brasília (Biotic). Para participar basta entrar em contato pelo telefone 61-3213-7117 ou pelo e-mail ascom@caesb.df.gov.br


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ESPÍRITA

José Matos Epidemia – a mensageira do amor Levando gente de todas as idades e classes sociais, ela veio nos lembrar da fragilidade da vida. É hora de consciência, ou a vida baterá mais duro Há toda uma sabedoria oculta norteando a sua vida para o progresso, para o despertar do amor e da felicidade. Observe, preste atenção! Veja quantos ensinamentos, pessoas e acontecimentos se passaram na sua vida e você não aproveitou. Não espere a dor bater à sua porta para despertar. Muitos

morrem terrivelmente deprimidos por, só no momento da morte, pensar na forma equivocada como viveram. A Terra é uma escola com infinitas oportunidades, mas com aproveitamento escasso para a maioria. Então, lembre-se da Cruz e descubra o sentido da vida. Não é sem razão que ela é o símbolo

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Almoço com memórias afetivas! Aproveite para montar um cardápio com muito amor, neste domingo, do Dia das Mães A memória é formada pelas lembranças que estão na consciência. Para a formação da memória, a atenção na infância é fundamental. Essa, por sua vez,

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

pode ser mobilizada por meio de afetos. Se nos perguntarem qual o local em uma casa nos traz mais memórias afetivas, muitos de nós responderemos que é a cozinha.

do cristianismo. Na haste vertical, o símbolo da Lei de Progresso. Na haste horizontal, o símbolo da Lei de Solidariedade. Então, progrida e compartilhe. “Se o egoísta soubesse o valor do bem, faria o bem por egoísmo”. Periodicamente, a humanidade é sacudida por abalos dolorosos, na forma de epidemias, terremotos, erupções de vulcões, secas, tempestades. Eles servem para despertá-la e não castigá-la, como pensam religiosos retrógrados. Há um plano do governo oculto do mundo, ensinam os grandes mestres de todas as épocas, para elevar a humanidade à sua potência máxima, usando o amor e a dor. Notadamente agora, com o País dividido, estamos vendo gestos de solidariedade em todos os lugares. Por menos que continuem, após a tempestade, certamente que em parte continuarão.

Os cheiros e sabores vivenciados à mesa são lembrados com carinho. Normalmente, a cozinha da casa da mãe ou da casa das avós são os locais que mais trazem boas lembranças. Os sentidos do olfato e do paladar têm uma relação íntima com os sentimentos. Isso porque se conectam diretamente com o hipocampo – o centro da memória de longo prazo do cérebro. Você já ouviu falar em comida afetiva? A comida afetiva pode ser considerada como uma lembrança da nossa infância, como também aponta o sociólogo Pierre Bordieu, que considera nossas preferências alimentares a marca mais forte do aprendizado na infância. Nesse sentido, a comida afetiva traz à

A epidemia, levando gente de todas as idades e classes sociais, veio nos lembrar da fragilidade da vida, da rapidez e da impermanência. É tempo de acordar. “A quem eu comparo esta humanidade?”, perguntou Jesus. E Ele mesmo respondeu: “As crianças brincando em folguedos”. É hora de amadurecimento. É hora de consciência, ou a vida baterá mais duro. Vamos lembrar de Madre Tereza: “O que eu faço é um gota d’agua no oceano, mas sem ela o oceano seria menor”. Vamos lembrar de Chico Xavier: “Sou feliz, fiz todos os meus deveres de casa”. Vamos lembrar de Jesus: “E quando fizeres tudo o que puderes, agradeça por ser um servo inútil, por ter feito apenas a sua obrigação”.

José Matos Professor e palestrante

memória aquela sensação nostálgica de saborear um alimento da época em que éramos crianças. Nada mais apropriado para se falar, visto que no domingo, será o Dia das Mães. Especialmente para aqueles que estão longe de suas mães, fazer aquela comidinha que sua mãe fazia para você, trará uma sensação de prazer e aconchego importante nessa data, notadamente, em tempo de pandemia e isolamento social. Então, aproveitem para montar um cardápio com muito amor para este Dia das Mães!

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

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Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 9 a 15 de maio de 2020 - bsbcapital.com.br

Atléticas da UnB promovem clássico solidário Entidades dos cursos de Administração e Comunicação se unem em busca de doações Gustavo Pontes As atléticas Presidência e Hermética, que representam, respectivamente, os cursos de Administração e Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), estão promovendo o clássico solidário para arrecadar doações para pessoas em situação de vulnerabilidade. Assim, as entidades estudantis, seguem o exemplo dos clubes profissionais mais populares do DF – Gama e Brasiliense, que tomaram a mesma iniciativa no mês passado. As atléticas universitárias são organizações dos estudantes que representam seus cursos em jogos universitários. Com a pandemia, foram obrigados a suspender todas as atividades presenciais. Mas, em parceria com a DataClick, aderiram ao clássico solidário como uma forma de ajudar pessoas que passam por dificuldades e também de divulgar o movimento das atléticas da UnB.

Ao contrário dos clubes de futebol profissional, que realizaram a mesma ação, as atléticas optaram por doar todo o valor arrecadado e já escolheram duas entidades que serão beneficiadas: Asilo Bezerra de Menezes, em Sobradinho, e, Ação Social 406, do Recanto das Emas. O diretor de Marketing da Presidência, Antônio Carlos de Oliveira, ressaltou: “Nós sabemos da importância da atlética e a nossa responsabilidade com a sociedade. Devido à pandemia, muitas pessoas estão passando por dificuldade. Então, entramos em contato com a DataClick e convidamos a Hermética para participar dessa ação. Eles aceitaram na mesma hora”. A expectativa das atléticas é arrecadar mais do que Gama e Brasiliense. “Nosso objetivo é, junto com a Hermética, arrecadar mais do que os dois maiores clubes profissionais da cidade. Isso, além de ajudar muitas pessoas, mostraria

a força do movimento atlético, que não é valorizado como deve”, ressaltou Oliveira. A vice-presidente da Hermética, Ana Clara Alves, também falou da alta expectativa com a ação. “Logo nos primeiros dias já tivemos um bom resultado. Estamos pedindo ajuda não só para os estudantes do curso, mas também para amigos de outros ciclos e familiares”, explicou. Ana Clara ressaltou a rivalidade como fator motivador: “Aceitamos o convite para participar dessa ação também por termos uma

rivalidade grande com a Presida. Ajudar é sempre bom, e da forma que está sendo feito é muito legal. Estamos muito animados para arrecadar essas doações, ganhando ou perdendo o jogo”. COMO DOAR – Para doar, basta entrar no site do ingresso de vantagens, fazer o cadastro, selecionar a quantidade de ingressos e a atlética de sua preferência: https://www.ingressodevantagens.com.br/evento_informacoes/47b6a4e0-8ef2-11ea-a260-4faaf9de1831

Alemanha aplica outro 7 a 1 no Brasil O Brasil é, hoje, um dos países com maior crescimento de casos de covid-19 e sem previsão de quando atingirá o pico da doença. Mesmo assim, há dirigentes de clubes de futebol e de federações que insistem em retomar as atividades normais, com treinamentos e jogos, mesmo que seja sem a presença de público.

Já a Alemanha está em caminho contrário. Após seguir medidas corretas de isolamento social, o país registra queda de casos da doença e marcou a volta do futebol profissional. Essa decisão só foi possível após a realização de testes em todos os clubes da primeira e da segunda divisões. Dos 1.700 profissionais testados, ape-

nas 10 acusaram positivo para o novo coronavírus. No Brasil, o Flamengo, detentor da maior torcida e da maior folha salarial do País, pressiona para voltar aos treinos. O rubro-negro ignora, até mesmo, a morte de Jorginho, massagista do clube por mais de 40 anos. O Flamengo fez testes em 293 jogado-

res, familiares e funcionários e, desses 38 deram positivo. Para se ter uma ideia da diferença dos números, significa que 13% dos testados no Flamengo deram positivo, contra apenas 0,005% dos testados no futebol alemão. Será mesmo que é a hora de se discutir a volta do futebol no Brasil? (GP)


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