Jornal Brasília Capital 384

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JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

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Onde está Reguffe? Senador campeão de votos em 2014 se escondeu dos eleitores e se omitiu do debate este ano Ano VIII - 384

Pelaí - Página 3

Brasília, 13 a 19 de outubro de 2018

Quem representa a nova política? JÚLIO PONTES

RENAN BAFFI

Outsider - Ibaneis conquistou 42% dos eleitores no 1º turno com discurso de não-político

Virada - Rollemberg teve 14% dos votos mostrando equilíbrio nas contas e um governo honesto

Ibaneis Rocha e Rodrigo Rollemberg iniciaram a disputa do segundo turno pelo Palácio do Buriti com a mesma preocupação: apresentar-se como o novo na política do Distrito Federal. O advogado, filiado ao MDB de Michel Temer e de Tadeu Filippelli, alega jamais ter disputado uma eleição para cargo público. Já o atual chefe do Executivo local, que busca a reeleição, afirma que a nova política é governar sem corrupção e não ter vergonha de mostrar os aliados. - Páginas 8 e 9

Votação de Bolsonaro reduz peso da TV

Eleição de deputados do DF vai à Justiça

O que revelaram as urnas no DF?

Sem aparecer no horário eleitoral e nas inserções gratuitas, candidato do PSL vence primeiro turno usando redes sociais

Advogado Paulo Goyaz mostra que as bancadas das Câmaras Federal e Distrital pode não ser a anunciada pelo TRE

Eleitor mostra mais preocupação com Direitos Humanos e agenda identitária do que com Saúde e Educação

Adriano Mariano - Página 2

Júlio Pontes - Página 4 e 5

Chico Sant’Anna - Página 11


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 13 a 19 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

D I RE T O D E B R A S Í L I A - E L E I Ç ÕE S P RESID ENCIA IS NO B RA SIL

O discurso do antissistema foi o grande vencedor até aqui Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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A vitória do efeito Bolsonaro foi acachapante no primeiro turno das eleições brasileiras no domingo (7). O candidato do PSL foi o vencedor, com 46,03% dos votos válidos ante 29,28% de Haddad (PT). Ciro Gomes (PDT) obteve 12,47% e consolidou-se como a terceira via da política nacional, em detrimento de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (REDE), que viram seu capital eleitoral se desintegrar, ficando em míseros quarto e oitavo lugares, respectivamente. Caso o PSDB não vença no segundo turno as disputas estaduais de São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país, as eleições de 2018 representarão o fim do poder nacional dos tucanos, que já viram sua força na Câmara dos Deputados cair quase pela metade e se reduzir em 50% no Senado. O apoio incondicional ao impeachment da ex-presidente Dilma representou sua morte nas urnas. O PT se tornou oposição ao governo Temer, e assim sobreviveu eleitoralmente. Bolsonaro se tornou a antítese petista. Seja quem for que vença a disputa presidencial, fato é que o PSL, um partido nanico com oito deputados federais e nenhum senador, passou a ser a segunda maior bancada na Câmara, com 52 deputados, e a décima no Senado, com quatro senadores eleitos. Além disso, elegeu os deputados federais e estaduais mais votados da história do Brasil – Eduardo Bolsonaro, com 1.843.735 votos, e Janaína Pas-

C

nRodrigo Rollemberg É estranho uma pessoa dizer que é honesta e, por isso, é merecedora de qualquer coisa. Honestidade é o normal, é pressuposto, é o esperado de todo cidadão. Não pense que terá crédito em se dizendo honesto. Alfredo Cavedal, via Facebook

Estou com a honestidade! Meu voto é, sim, pro 40! Maria das Graças Marnet, via Facebook O cara pegou uma cidade falida e assaltada por todos os desgovernos anteriores e teve que controlar as contas descontroladas, a bagunça administrativa e arrumou as coi-

Adriano Mariano, consultor especialista em marketing político eleitoral adriano@viesmarketing.com.br WhatsApp: (17) 98103-2471

choal, com 2.060.786, ambos de São Paulo. Além disso, diversos deputados estaduais, senadores e governadores conseguiram vencer ou ir ao 2º turno como os favoritos graças ao apoio que tiveram da imagem de Bolsonaro. O apoio incondicional ao impeachment e a Bolsonaro rendeu vitória para a Câmara Federal a outras figuras, como Joice Hasselmann (PSL), com 1.078.666 votos, o líder do MBL, Kim Kataguiri (DEM), com 465.310 votos, e o ex-ator de filmes pornográficos Alexandre Frota (PSL), que obteve 155.522 votos. Assim como Kim

Kataguiri, que conquistou notoriedade e visibilidade pelas redes sociais, Arthur Mamãe Falei (DEM), também foi eleito deputado estadual por São Paulo com 478.280 votos. Vários dogmas eleitorais foram colocados à prova nestas eleições. A TV não ajudou em nada Geraldo Alckmin, que apesar de ser o dono do maior tempo no horário gratuito e nas inserções, foi o grande desastre eleitoral. Mas, ao mesmo tempo, ajudou Haddad a se tornar rapidamente conhecido como o candidato de Lula. O PT conseguiu se manter como a maior bancada na Câmara, com 56 deputados. E, apesar de perder três senadores, manteve a sexta maior bancada no Senado. Para Bolsonaro a TV foi irrelevante. Como conquistou quase que a totalidade do reduto eleitoral que antes pertencia ao PSDB, é possível inferir que o tempo de TV do PSDB foi essencial para referendar a predileção pela imagem controversa de Bolsonaro e o antipetismo. E a internet? Ah, esta merece um artigo à parte, e certamente será ainda mais importante na batalha do segundo turno. Até aqui, o impensável aconteceu. Bolsonaro sem estrutura partidária e sem tempo de TV, e Lula, preso desde abril, foram os grandes nomes. O PT, expert em publicidade de embate, conseguirá derrubar a quase hipnose nacional do eleitorado cativo de Bolsonaro? E os apoios de segundo turno, farão efeito?

a r t a s

sas. Não podia sair gastando dinheiro porque os 58 anos de roubalheiras e desvios ocorridos em todos os governos anteriores fizeram um estrago gigante e o enquadraram na Lei de Responsabilidade Fiscal. Não se arruma essa bagunça e as consequências disso em somente quatro anos. Paulo Teixeira, via Facebook

Difícil falar que não houve corrupção, pois quem é responsável pela fiscalização do governo, a CLDF, é um balcão de negócios onde o dever de fiscalizar é trocado por cargos, pastas e administrações regionais. Eduardo Melo, via Facebook Além de honestidade, temos que ter um governador

que se preocupe com os quatro pilares de qualquer governo: Saúde, Educação, Segurança e Transporte. Glesia Silva, via Facebook Sobre entrevista com o governador e candidato à reeleição. Rollemberg disse que a diferença entre ele e as demais candidaturas é a honestidade.


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VICENTE PIRES – Os moradores da Vicente Pires estão apreensivos quanto ao resultado do segundo turno das eleições para governador. As obras em andamento desde o ano passado terão continuidade ou não? Vale lembrar que os recursos são oriundos do governo federal. Portanto, temos que ficar de olho para que as obras não sejam paralisadas. Mesmo com as chuvas, os operários continuam trabalhando. Para os moradores das ruas 3, 6, 8 e 10, a situação é caótica.

MPF questiona honorários de Ibaneis O Ministério Público Federal ajuizou ação civil contra o candidato do MDB ao Buriti, Ibaneis Rocha, e quatro sócios dele, além do Município de Jacobina (BA), questionando o pagamento de R$ 3,3 milhões em honorários advocatícios com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental. Os procuradores classificaram o repasse como “exorbitante” e pediram o bloqueio de bens dos acusados. INDISPONIBILIDADE – A Justiça Federal decretou a indisponibilidade de bens, mas Ibaneis e os sócios recorreram e conseguiram uma vitória no TRF da 1ª Região, que os excluiu da ação civil. Porém, o processo prossegue contra o escritório Ibaneis Advocacia e Consultoria. PENHORA – Ibaneis ofereceu para penhora imóveis que somam R$ 5 milhões e a Justiça desbloqueou as contas dos advogados. Eles alegam que há jurisprudência do STJ considerando legal o pagamento de honorários com recursos do Fundef.

Onde está Reguffe? ROQUE DE SÁ/AGENCIA SENADO

Os moradores do Guará contam agora com quatro representantes eleitos: o senador Izalci Lucas (PSDB), o deputado federal e YouTuber Luís Miranda (DEM), e os distritais Júlia Lucy (Novo) e Rodrigo Delmasso (PRB).

Senador mais votado do DF em 2014 só elegeu um distrital este ano e se omitiu do debate sobre o futuro da Capital e do País

THIAGO OLIVEIRA

Como no jogo Onde Está Wally, o senador José Antônio Reguffe (sem partido), do alto de seus 826.576 votos em 2014, se escondeu dos eleitores. Apoiou 13 candidatos proporcionais, dos quais um foi eleito. Mas se omitiu no debate do futuro da Capital e do Brasil. CONVITE – Não veio a público mostrar o que pensava. E não foi por falta de convite. Por pelo menos três oportunidades, a candidata do Psol, Fatima Sousa - que surpreendeu nessas eleições -, instou Reguffe a assumir seu papel de líder político. AVESTRUZ – Para alguns analistas, Reguffe comete o mesmo erro de Marina Silva, que no pós-eleição de 2014 e no impeachment de Dilma Roussef (PT) se

calou e se escondeu como avestruz, que enfia a cabeça na terra. FRACASSO – O resultado do comportamento de Marina, que para alguns buscava estar de bem com todos os lados, foi o fracasso nas urnas de 2018. Terminou em oitavo lugar, com menos de 1% dos votos, atrás de Cabo Daciolo, que dispensa comentários. EXTINÇÃO – O fracasso de Marina pode resultar na extinção da Rede, já que o partido não superou a cláusula de barreiras. Há quem diga que o futuro da legenda é uma fusão com o PV. 2º TURNO – E qual será o futuro de Reguffe? Vai tomar partido nas eleições de segundo turno pro GDF?

Adeus ao Rorizismo

REPRODUÇÃO

FUNDEF – O caso remonta a 2003, quando Jacobina entrou com ação contra a União, cobrando mudança na forma de cálculo do valor do repasse do Fundef por aluno. O município pedia que o montante fosse estabelecido na proporção da receita total para o fundo, acrescida do total estimado de novas matrículas.

Guará elege quatro representantes

Desde a primeira eleição em Brasília, há 30 anos, pela primeira não teve um membro do clã Joaquim Roriz (foto) eleito. Com as filhas Jaqueline e Liliane inelegíveis, a tarefa caberia à viúva, Weslian,

ao neto Joaquim ou ao sobrinho Dedé. Todos falharam, assim como Eliana Pedrosa (Pros), que trazia a bênção da família do velho caudilho. CONTINUIDADE – O Rorizismo poderá ter sua continuidade com Tadeu Filippelli (MDB), que não se elegeu mas, na condição de padrinho da candidatura Ibaneis Rocha, ainda pode ter uma sobrevida.

TAGUATINGA – Em contrapartida, Taguatinga só terá como legisladora a ex-secretária de Esportes, Leila do Vôlei (PSB/ foto), que será senadora a partir de janeiro. Desde 2015, a cidade não tem representantes na CLDF. O último morador da Região Administrativa foi Washington Mesquita (PTB), que se candidatou este ano e não se elegeu.

Antecipamos prisão de Perillo O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) foi preso na quarta-feira (10) no aeroporto de Goiânia. O Brasília Capital antecipou na edição 382 que ele foi salvo pela Lei Eleitoral no mês passado. Isso porque, o ex-governador não podia ser preso devido ao período eleitoral. À época, ele foi o único dos seis investigados na Operação Cash Delivery que não teve prisão decretada. Ainda assim, foi alvo de busca e apreensão.


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Batalha jurí Caberá à Justiça eleitoral e ao STF definir se a liminar da ADIn 5420 está em vigor. Decisão pode mudar composição das bancadas federal e distrital do DF Júlio Pontes

A

composição das bancadas de Brasília nas Câmaras Legislativa e Federal vai virar uma batalha judicial. No domingo (7), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) proclamou o resultado e divulgou os nomes dos eleitos. Mas, na quarta-feira (10), o advogado Paulo Goyaz, em matéria exclusiva publicada pelo portal bsbcapital.com.br contestou a decisão. Ou seja, se ele estiver com a razão, vários dos candidatos aclamados pelo TRE como vitoriosos serão substituídos. De acordo com a relação oficial, oito dos 24 deputados distritais da atual legislatura permanecerão na Câmara Legislativa a partir de 2019 (veja quadro 1). Na Câmara dos Deputados, apenas Érika Kokay, do PT, foi reconduzida. Três dos oito novos deputados federais saíram da Câmara Legislativa para o Congresso: Julio Cesar, Professor Israel e Celina Leão. A mulher do ex-governador José Roberto Arruda, Flávia Arruda, foi a mais votada. Paula Belmonte, Luís Miranda e Bia Kicis conquistaram seus primeiros mandatos sem jamais terem disputado uma eleição (veja quadro 2). NORMA – De acordo com estudo do advogado Paulo Goyaz, o TRE-DF, ao aplicar a norma do artigo 10 da

QUADRO 1

QUADRO 2

BANCADA DIVULGADA PELO TRE-DF

BANCADA POR PAULO GOYAZ

Deputados distritais

Deputados distritais

Martins Machado (PRB) - 29.457 votos

Martins Machado (PRB) - 29.457 votos

Del. Fernando F. (PROS) - 29.420 votos

Del. Fernando F. (PROS) - 29.420 votos

José Gomes (PSB) - 16.537 votos

José Gomes (PSB) - 16.537 votos

Arlete Sampaio (PT) - 15.537 votos

Arlete Sampaio (PT) - 15.537 votos

Jorge Vianna (Podemos) - 13.070 votos

Jorge Vianna (Podemos) - 13.070 votos

Iolando (PSC) - 13.000 votos

Iolando (PSC) - 13.000 votos

Eduardo Pedrosa (PTC) - 12.806 votos

Eduardo Pedrosa (PTC) - 12.806 votos

João Cardoso (Avante) - 12.654 votos

João Cardoso (Avante) - 12.654 votos

Roosevelt Vilela (PSB) - 12.257 votos

Roosevelt Vilela (PSB) - 12.257 votos

Hermeto (PHS) - 11.552 votos

Welligton Luiz (MDB) - 11.663 votos

Fábio Félix (PSOL) - 10.955 votos

José Cláudio Bonina (PMN) - 9.456 votos

Valdelino Barcelos (PP) - 9.704 votos

Valdelino Barcelos (PP) - 9.704 votos

Daniel Donizet (PRP) - 9.128 votos

Dr. Gutermberg (PR) - 13.373 votos

Júlia Lucy (Novo) - 7.655 votos

Anderson Medina (PP) - 9.604 votos

Reginaldo Sardinha (Avante) - 6.738 votos

Reginaldo Sardinha (Avante) - 6.738 votos

Leandro Grass (Rede) - 6.578 votos

Luzia de Paula (PSB) - 9.456 votos

Reginaldo Veras (PDT)* - 27.998 votos

Prof. Reginaldo Veras (PDT)* - 27.998 votos

Rafael Prudente (MDB)* - 26.373 votos

Rafael Prudente (MDB)* - 26.373 votos

Delmasso (PRB)* - 23.227 votos

Delmasso (PRB)* - 23.227 votos

Chico Vigilante (PT)* - 20.975 votos

Chico Vigilante (PT)* - 20.975 votos

Robério Negreiros (PSD)* - 28.819 votos

Robério Negreiros (PSD)* - 28.819 votos

Agaciel Maia (PR)* - 17.715 votos

Agaciel Maia (PR)* - 17.715 votos

Cláudio Abrantes (PDT)* - 14.238 votos

Cláudio Abrantes (PDT)* - 14.238 votos

Telma Rufino (PROS)* - 11.715 votos

Telma Rufino (PROS)* - 11.715 votos

*REELEIÇÃO

*REELEIÇÃO

Resolução TSE 23.554 de 2017, para relacionar os 24 deputados distritais e os oito federais eleitos, omitiu de apreciar a liminar concedida na ADIn 5.420 de 2015 e a revogação do Artigo 7º da Lei 13.165 de 2015, que alterava o artigo 109, I do Código Eleitoral. Sendo assim, segundo

ele, o TRE utilizou regra suspensa pelo STF para preencher as vagas remanescentes após a aplicação do quociente partidário. QUOCIENTES - Para deputados distritais, apenas o PSB obteve dois quocientes (123.454 votos). Os de-

mais partidos e coligações apenas um quociente: PRB/SD (97.745 votos); Avante (94.824); PSD/PODE (92.058); PDT/PV (91.902); PT (90.097); PROS (86.917); PP (82.554); PR (69.29); PMN/PTC (68.926); MDB (68.327) e PSC (61.994). As 11 vagas remanescentes deveriam ser ocupadas somente por estes partidos, segundo a liminar do STF. SOBRAS - Assim, deveriam ter sido declarados eleitos: 14ª vaga – PRB/ SD (sobra de 48.872 votos); 15ª vaga – Avante (sobra de 47.872); 16ª vaga – PSD/PODE (sobra de 46.026); 17ª vaga – PDT/PV (sobra de 45.026); 18ª vaga – PT (sobra de 45.048); 19ª vaga – PROS (sobra de 43.485); 20ª vaga – PP (sobra de 41.227); 21ª vaga – PSB (sobra de 41.152); 22ª vaga – PR (sobra de 34.645); 23ª vaga – PMN/PTC (sobra de 34.463); 24ª vaga – MDB (sobra de 34.163,50). No entanto, o TRE declarou eleitos, segundo Goyaz indevidamente, o NOVO (Júlia Lucy) - 59.149 votos, no lugar do PP (Anderson Medina); a REDE (Leandro Grass) com 58.902 no lugar do PSB (Luzia de Paula); PRP (Daniel Donizet) 58.180 votos no lugar do PR (Dr. Gutemberg); o PSOL (Fábio Félix) com 59.840, no lugar do PMN/PTC (José Cláudio Bonina - Véi da 12); e o PHS (Hermeto) com 47.404 votos no lugar do MDB (Welligton Luiz) (veja quadro 2). O advogado destacou ainda que o artigo 7º da lei 16.165 de 2015 foi revogado pela Lei 13.488 de 2017 e assim permanece em vigor apenas os parágrafos 1º e 2º do artigo 109 do Código Eleitoral, caso seja afastada a aplicação da ADIn 5420 do STF e assim, o preenchimento das vagas remanescentes será pelo critério dos candidatos mais votados.


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dica à frente Ninguém esbarra na cláusula de barreira dos 10% Para Paulo Goyaz, somente poderiam ser chamados os partidos em questão se sobrasse alguma vaga em face da cláusula de barreira. Ou seja, se os partidos não tivessem candidatos com mais de 10% do quociente eleitoral. Ele esclareceu que, neste caso, serão declarados eleitos, no DF, os 13 candidatos escolhidos pelo quociente partidário e as demais 11 vagas pelos candidatos mais votados. “Dessa maneira aumentaria a representatividade na CLDF”, concluiu. Caberá à Justiça eleitoral e ao STF definir se a liminar da ADIn 5420 está em vigor ou se aplica a norma dos parágrafos 1º e 2º do artigo 109 do Código Eleitoral. Segundo o advogado, “em todos os casos haverá mudança na composição”. No DF, para deputado federal apenas as coligações PSDB/PR/DEM (257.176 votos), PRB/PODE/PPS/SD/ PSC/PSD (253.517 votos) e PSB/PCdoB/ PDT/REDE (193.858 votos) conseguiram quociente partidário, tendo cada uma obtido um quociente partidário, elegendo Flávia Arruda, Julio Cesar

QUADRO 3

QUADRO 4

Deputados federais (TRE-DF)

Deputados federais (Paulo Goyaz)

Flávia Arruda (PR) - 121.340 votos

Flávia Arruda (PR) - 121.340 votos

Érika Kokay (PT)* - 89.986 votos

Laerte Bessa (PR) - 28.526 votos

Bia Kicis (PRP) - 86.415 votos

Marcos Pacco (PODE) - 39.060 votos

Julio Cesar (PRB) - 79.775 votos

Julio Cesar (PRB) - 79.775 votos

Professor Israel (PV) - 67.598 votos

Professor Israel (PV) - 67.598 votos

Luis Miranda (DEM) - 65.107 votos

Luis Miranda (DEM) - 65.107 votos

Paula Belmonte (PPS) - 46.069 votos

Paula Belmonte (PPS) - 46.069 votos

Celina Leão (PP) - 31.610 votos

Maria Abadia (PSB) - 24.575 votos

*REELEIÇÃO

e Professor Israel Batista. Quanto às vagas remanescentes, duas hipóteses podem ocorrer: 1) Se cumprir a liminar da ADIn 5402 de 2015, somente as coligações que obtiveram quociente partidário (PSDB/PR/DEM e PRB/PODE/PPS/SD/ PSC/PSD) têm direito a duas vagas remanescentes. PSB/PCdoB/PDT/ REDE têm direito a uma vaga mais. Assim, no entendimento do advogado, estariam eleitos nas vagas remanescentes Luís Miranda (65.107), Laerte Bessa (28.526), Paula Belmonte (46.069), Marcos Pacco (39.060) e Maria de Lourdes Abadia (24.575) (veja quadro 4); e 2) Se não considerar a liminar e aplicar a revogação do artigo 109 e

Incisos I, II e III, aplicaria apenas o parágrafo 2º (com redação da Lei 13.488 de 2017), onde as vagas remanescentes seriam ocupadas pelos candidatos mais votados, indiferentemente de quociente partidário. Desta forma, estariam eleitos Erika Kokay (89.986); Bia Kicis (86.414), Luís Miranda (65.107), Paula Belmonte (46.069) e Celina Leão (31.610) (veja quadro 3). Paulo Goyaz entende que há uma situação jurídica especial, pois há uma liminar do STF que assegura o direito de somente os partidos e coligações que obtiveram o quociente partidário disputar as vagas remanescentes. Sendo que a liminar deve ser cumprida enquanto estiver em vigor.

Minirreforma comete erro técnico Paulo Goyas esclarece que houve um erro técnico na minirreforma política de 2017. Ao editar a lei 13.488 de 2017, que revogou expressamente os artigos 5º, 6º, 7º, 8º, 10º e 11º da Lei nº 13.165, de 29 de setembro de 2015, consequentemente deixou em vigor apenas o parágrafo 2º do artigo 109 do C.E. Portanto, se não for apli-

cada a liminar do STF, devem ocupar as vagas remanescentes os candidatos mais votados, indiferentemente de partido ou coligação. Esclareceu que no tocante aos candidatos eleitos pelo quociente partidário nenhuma mudança ocorreu. A diferença é que pela lei 7.454 de 1998, após a escolha dos candi-

datos eleitos pelo quociente partidário, as vagas remanescentes (no caso do DF, 11 vagas de deputados distritais e cinco vagas de deputados federais), somente podem ser preenchidas pelo partidos que obtiveram quociente partidário, como era realizado anteriormente, e não pelos demais partidos.

Deputados virtuais Bia Kicis (PRP) e Luís Miranda (DEM) surpreenderam ao se elegerem deputados federais. Após a confirmação dos dois nomes, a reação em comitês de campanhas no DF foi a mesma: “quem são?”. O desconhecimento entre políticos não interferiu no resultado. Bia obteve 86.415 votos. Miranda cravou 65.107. Ambos eram novatos em eleições. Miranda sequer mora no Brasil. Nenhum instituto de pesquisa previu que eles poderiam ter chances. Mas como acabaram eleitos? A resposta é: internet. Mas, não é tão simples assim. Muitos candidatos apostaram suas fichas na rede e perderam. A diferença é que Bia e Miranda fizeram o caminho inverso. Eles não investiram no marketing digital. Ambos já tinham maciça presença virtual, o que os credenciou para a disputa. Seus seguidores garantiram o sucesso. A página de Bia Kicis no Facebook conta com 400 mil seguidores. Ela publica basicamente conteúdos antipetistas e foi mais uma candidata que surfou na onda de Bolsonaro. Já Luís Miranda tem 730 mil inscritos em seu canal no Youtube. Sua página no Facebook é curtida por 2,3 milhões de pessoas, e seus vídeos de dicas para brasileiros que querem morar nos EUA alcançam marcas de 800 mil visualizações. Os políticos tradicionais trataram os blogueiros como se fossem as antigas “lideranças comunitárias”, e que eles fariam campanha para quem já estava lá. Mas essas celebridades saíram do mundo virtual e agora serão representantes no Congresso Nacional. (JP)


Dirigir depois de beber pode virar o retrato de uma tragédia. No trânsito, somos todos responsáveis.

De acordo com a legislação, dirigir alcoolizado pode ser considerado um crime. Além disso, qualquer quantidade de álcool no organismo não é segura quando se dirige. Uma única dose interfere nos reflexos do motorista e o deixa mais propenso a cometer infrações, acidentes e mortes no trânsito. Escolha a vida: se você bebeu, nunca dirija.


Brasília Capital n Política n 7 n Brasília, 13 a 19 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Votar em Haddad (Lula) é institucionalizar a corrupção Há pouco mais de um ano, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, publicou uma decisão histórica: condenou criminalmente um ex-presidente da República. E, embora muitos neguem os fatos, a verdade é que Luiz Inácio Lula da Silva, líder e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), foi considerado culpado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro: crimes graves, que afetam a todos os brasileiros. Agora, no entanto, justo no momento de darmos voto à mudança pela qual tanto pedimos nos últimos 16 anos, vejo pessoas ainda em dúvida neste 2º turno. Bolsonaro ou Haddad?

Votar no Haddad, como bem lembrou o próprio durante toda sua primeira fase da campanha, é votar no Lula. E, acredito, votar no Lula, após anos implorando pelo fim da corrupção no Brasil, é, no mínimo, contraditório. Ou queremos estancar essa ferida aberta no coração do país ou queremos a continuidade de uma política populista, autoritária e, me arrisco a dizer, narcisista, já que o líder do PT em momento algum fez uma autocrítica e pediu desculpas aos milhões que acreditaram em seu discurso de luta contra a corrupção. Contra Bolsonaro, o candidato que se apresenta na outra ponta do PT, nos fa-

lam o tempo todo sobre suas características supostamente fascistas. Oras. Até onde sei, o fascismo é antidemocrático. Nesse sentido, perdoem-me os que discordam, mas, se há entre nós algum antidemocrático é esse mesmo partido que se apresenta contra Bolsonaro: o PT. Eles estiveram no poder durante 14 anos. E, agora, mesmo com Lula preso, insistem em continuar. A alternância de poder está diretamente ligada ao conceito de democracia. Sem isso, sim, pode-se dizer, sem dúvida, que vivemos em um sistema fascista. Posso ainda (e creio que devo), além das questões

políticas, falar ainda da situação econômica e social do país. Ficamos 14 anos imersos em um lamaçal de decisões erradas, impostas a ferro e fogo e que, em momento algum, chamaram para o confronto de ideais. Foram anos truculentos. Anos que, sob a cortina de um “projeto social” paliativo, que não leva educação, cultura e muito menos saúde aos que mais precisam, transformaram o Brasil em uma fábrica de despolitizados. E não digo isso de forma leviana. Sei bem do que falo. A começar pelo “Mais Médicos”, programa demagogo, que esconde a falta de investimento e o abandono do Sistema Único de Saúde (SUS). O que quero dizer a todos vocês com este artigo é: escolham, de verdade, a mudança. Vocês, que tanto nos falam em democra-

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

cia e dizem lutar contra o fascismo, escolham a alternância de poder. O projeto do PT, claramente, deu errado. Se é que havia um. E nós não podemos eleger, de forma alguma, um homem que nos diz, sem a menor vergonha, que é Lula, um ex-presidente que, além de não combater a corrupção, fez parte dela e, por isso, está preso.


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Qual deles é a nov 2º turno Governador

Ibaneis e Rollemberg tentam, cada um a seu modo, se apresenta Orlando Pontes

A

busca de votos no segundo turno da eleição para governador do Distrito Federal passará pela conquista de um título: o de representante da nova política. O candidato Ibaneis Rocha (MDB) aparentemente saiu na frente. Foi o campeão do primeiro turno, com 634.008 votos, o equivalente a 41,97% dos votos válidos.

Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Ibaneis se apresenta como outsider. Começou a campanha como desconhecido. Tinha apenas 2% das intenções de voto, mas chegou no dia 7 de outubro com chances de liquidar a fatura ainda no primeiro turno. Como não conseguiu, terá que enfrentar nova batalha no dia 28. Mas, dizem os especialistas, segundo turno é outra eleição. Embora ostentando altas taxas de re-

Rollemberg exibe gov O governador Rodrigo Rollemberg insiste num discurso que deveria ser velho, mas, para os padrões políticos de Brasília nos últimos anos, soa como novidade: um governo atravessar quatro anos sem se envolver num grande escândalo de corrupção. Desde 2009, investigações como a Bezerra de Ouro, que fez o ex-governador Joaquim Roriz, falecido recentemente, renunciar ao mandato de senador; a Caixa de Pandora, que levou à prisão o

Ibaneis se apresenta como outsider, um nome fora da política, mas é atacado por pertencer ao partido de Michel Temer e Tadeu Filippelli

ex-governador José Roberto Arruda; e a Operação Panatenaico, que prendeu o ex-governador Agnelo Queiroz e o vice Tadeu Filippelli por desvios na obra do estádio Mané Garrincha, envergonharam a Capital da República. Sem contar a Lava Jato, na qual está preso até hoje o ex-senador Gim Argello. Caberá a Rollemberg, nos próximos quinze dias, convencer a maioria dos eleitores brasilienses de que, além de arrumar as contas – ele alega ter recebido um caixa com rombo de R$ 6,5 bilhões –, seu governo teve méritos. Entre eles, obras estruturantes, como o Trevo de Triagem na saída norte de Brasília; investimentos que debelaram a crise hídrica; regularização de lotes e implantação de infraestrutura em áreas como Sol Nascente, Pôr do Sol e Vicente Pires, e melhorias por todo o Distrito Federal, com destaque para cidades de Taguatinga e Águas Claras. De acordo com os estrategistas das duas campanhas, Rollemberg e Ibaneis intensificarão o corpo a corpo com a população. O governador quer mostrar que merece ficar mais quatro anos à frente do GDF para concluir um ciclo virtuoso que inclui mais investimentos


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va política no DF?

ar como representante da modernidade para comandar o Buriti jeição, Rodrigo Rollemberg (PSB), com 210.510 votos, ou 13,94% do total válido, obteve passaporte para polarizar com o emedebista e defender a continuidade de sua gestão. E partiu para o ataque desde o primeiro dia. O governador tenta colar no adversário a marca da velha política, representada, segundo ele, por correligionários de Ibaneis, como o presidente Michel Temer e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli,

2º turno Governador

que não conseguiu se eleger deputado federal. De quebra, Rollemberg exibe, com orgulho, seus aliados. Entre eles, a recém-eleita senadora Leila Barros (PSB), sua ex-secretária de Esportes; seu vice, Eduardo Brandão, presidente local do PV; o deputado distrital Chico Leite (Rede), derrotado na corrida ao Senado; e a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, que também perdeu a disputa para deputada federal.

verno sem corrupção em áreas estratégicas, como Saúde, Segurança e Educação. Rollemberg ainda acena com aumentos salariais para diversas categorias de servidores públicos que, segundo ele, não foram concedidos por falta de dinheiro. Já Ibaneis insistirá em mostrar a ineficiência da gestão do oponente. Baterá na tecla de que, se não fez em quatro anos, é porque não saberá fazer nos próximos quatro. Caberá às urnas de 28 de outubro responder: afinal, qual a novidade Brasília elegerá para comandar seus destinos a partir de 1º de janeiro de 2019. APOIOS- Entre os candidatos ao GDF derrotados no primeiro turno, apenas Rogério Rosso (PSD) declarou apoio na segunda rodada a Ibaneis Rocha (MDB). Já Rollemberg (PSB) poderá ser apoiado por Fátima Sousa (PSol), desde que assuma “compromisso público contra o autoritarismo e retirada de direitos, representados na candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL)”. Mas o PSol não emitiu nova opinião após o candidato à reeleição declarar-se neutro na disputa. Eliana Pedrosa (Pros), General Paulo Chagas (PRP), Antônio Guillen (PSTU), Júlio Miragaya (PT) e Alexandre Guer-

ra (Novo) não se posicionaram. Guerra não votará em Ibaneis. “A candidatura do advogado foi construída em cima do dinheiro, da vaidade e da mentira”, justificou. E relembrou que Jofran Frejat (PR) desistiu da candidatura por não ter “estômago” em lidar com a turma que está com Ibaneis. Alberto Fraga (DEM) e Renan Rosa (PCO) não apoiarão nenhum dos dois. Ibaneis não expôs seu voto para presidente, mas deu declarações de que é mais próximo das ideias de Bolsonaro.

Após equilibrar as contas do GDF, Rollemberg acena com aumentos para o funcionalismo público em caso de obter um segundo mandato


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Por Chico Sant’Anna

O que as urnas nos revelaram nas eleições no DF?

O

eleitor brasiliense parece não estar muito preocupado com Saúde, Educação, Segurança, Mobilidade Urbana, dentre outras necessidades do cotidiano. É isso que se pode depreender da composição das Câmaras Federal e Distrital e dos novos senadores recém-eleitos. De maneira geral, o perfil dos parlamentares eleitos está mais associado ao debate – a favor ou contra - dos temas vinculados aos Direitos Humanos e a agenda identitária. Ícones desse debate, duas parlamentares, uma de direita e outra de esquerda, foram campeãs de votos no DF: Erika Kokay (PT) e Bia Kicis (PRP). Kokay defende negros, comunidade LGBTI, mulheres, indígenas, populações da periferia. Kicis é contra tudo isso e ainda defende a Escola sem Partido, porte de armas, redução da maioridade penal e outras agendas consideradas fora da pauta humanista. Ao contrário de eleições passadas, os representantes da Saúde e da Educação não obtiveram grande êxito. Ex-presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Gutemberg não conseguiu chegar a CLDF, embora com boa votação. André Lima (Rede), ex-secretário de Meio-Ambiente, também não sensibilizou os eleitores com sua plataforma de sustentabilidade. Em contrapartida, a CLDF ganha o seu primeiro distrital gay, defensor inconteste da agenda identitária: Fábio Félix (Psol). Para Federal, Maria José Maninha (Psol), que prega a volta do Saúde em Casa e o restabelecimento da gestão pública do Hospital de Base, foi a terceira mais votada em seu partido, que teve Talita Victor, defensora da causa LGBT, como a

JÚLIO PONTES

Érika Kokay: reeleita para defender as minorias do DF e do País que mais recebeu voto na coligação Psol-PCB. Augusto Carvalho (SD), político das antigas, sucumbiu. Laerte Bessa (PR), que se apresentava como o legítimo defensor das forças policiais, idem. PODER ECONÔMICO – Parte da nova composição da Câmara Federal traz em sua agenda as bases de um fundamentalismo religioso acentuado. A disputa polarizou-se num debate onde a intolerância ao modo de ser, de orar, à cor da pele, à procedência regional, prevaleceram. O peso econômico falou alto. Flávia Arruda (PR), herdeira do espólio do ex-governador José Roberto Arruda recebeu um aporte de R$ 2,404 e foi a mais votada. Até 20 de setembro, Paula Belmonte (PPS), esposa do bem-sucedido advogado Luiz Felipe Belmonte, havia transferido do próprio bolso para a campanha dela R$ 1,951 milhão. Já Celina Leão (PP), contou com R$ 2.154.950 para a campanha, segundo dados lançados até 10 de setembro.

REPRODUÇÃO

Bia Kicis: a favor da Escola sem Partido e do porte de armas

Ficaram em segundo plano os debates sobre o meio-ambiente, o risco de uma nova crise hídrica, a expansão urbana desenfreada, o sucateamento de escolas e hospitais e uma mobilidade urbana que não atende a ninguém: nem quem anda de transporte público, nem quem tem carro próprio. O formato das eleições e a não cobertura pela grande mídia das candidaturas proporcionais camuflam as propostas que os novos eleitos irão levar ao Parlamento. É de se perguntar se as eleições para deputado distrital não teriam uma maior atenção caso fossem realizadas quando das eleições municipais no restante do país. Assim, tanto na propaganda eleitoral, quanto na mídia haveria mais espaço para o debate da agenda local. Ficamos no escuro. Como se posicionarão os novos senadores e deputados sobre temas como a presença de agrotóxicos nos alimentos, reforma da Previ-

dência, privatização de empresas estatais estratégicas, como a Eletrobrás? No calor das urnas, parece que isso pouco importou aos eleitores candangos. De maneira geral, candidatos que trouxeram a público propostas concretas sobre questões do cotidiano urbano não tiveram sucesso. E aqueles que nada propuseram de concreto, mas tiveram muitos recursos para massificar seus sorrisos em jilgles bem elaborados chegaram ao pódio. PARTIDOS – O referencial partidário em quase nada influiu. Em eleições passadas eram comum termos bancadas partidárias de três e até quatro na CLDF ou na Câmara Federal. Desta vez, na Câmara Federal são oito de partidos diferentes. Dos 24 na CLDF, 19 são de partidos distintos. Foram priorizadas as pessoas dos candidatos como se fossem salvadores da pátria, capazes de sozinho tudo resolver. Construir um consenso vai ser trabalhoso.


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“Às vezes nunca sei...” Precisamos estar sempre dispostos a otimizar nosso aprendizado de língua portuguesa e abertos à possibilidade de refletir sobre ela ...se “às vezes” leva crase”. É com esse belíssimo verso da música As vezes nunca, do Engenheiros do Hawaii, que começo este artigo! E eu te pergunto: “às vezes” leva crase? Primeiramente, coloque definitivamente algo na sua cabeça: português não é matemática! Esta é uma ciência exata, ao passo que aquela, humana! Quanto mais você buscar respostas do tipo 2+2=4 sobre a nos-

sa língua, maiores serão as chances de você não entender nada! A língua portuguesa possui lógica, mas não baseada em respostas únicas! Para a pergunta que fiz anteriormente, respondo: depende! Em uma sentença do tipo “às vezes, durmo bem”, o emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório! Isso ocorre porque “às vezes” funciona como uma lo-

Viva fora do tempo Quem tem idade é o corpo. O espírito que o habita é eterno A pobre Humanidade deste Planeta, esquecida de que não somos o corpo, colabora para manter a separação e a discriminação existente em nosso meio, inclusive pela idade. Quem tem idade é o corpo. O espírito que o habita é eterno. Se você aceitar isso, viverá eternamente sem idade, relacionando-se de igual para igual com a criança, o jovem e o velho. Se aceitar também que somos ir-

mãos, então não será mais um agente de separação e discriminação. Mais ainda: se aceitar “que somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. Nosso objetivo é observar, crescer, amar... e depois voltar pra casa”. Então, encarará a morte com naturalidade, como fez o Apóstolo Paulo - relatado no livro “Paulo e Estevão” - diante do carrasco que o degolaria, mas que estava vacilan-

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cução adverbial de tempo dotada de núcleo feminino. A norma padrão da língua escrita determina que, nesses casos, a fim de se evitar qualquer ambiguidade, empregar o acento grave é de bom tom! É a mesma razão pela qual há crase em “você tem o meu à disposição” ou “quero pagar pelo lanche à vista”. Todavia a língua não se resume a locuções ou adjuntos adverbiais. Veja as seguintes construções: (1) As vezes em que viajei para o sul foram maravilhosas! (2) Eu sei as vezes em que fui ao hospital. Agora, faço o seguinte questionamento: como você vai empregar o acento grave nas construções 1 e 2, se, nos dois casos, a expressão “as vezes” desempenha as funções de sujeito e de objeto direto, respectivamente? Você nota que, agora,

estamos falando de funções sintáticas não preposicionadas, de acordo com a nossa gramática? Em outras palavras: a lógica é nítida, mas a resposta não é única! Precisamos estar sempre dispostos a otimizar o nosso aprendizado de língua portuguesa e, principalmente, abertos à possibilidade de refletir sobre ela! Os que mais entendem sobre o nosso vernáculo não são os que mais decoram regras, e sim os que mais raciocinam acerca do funcionamento das estruturas linguísticas! Os caminhos do idioma não são obscuros, desde que você pegue a estrada certa!

te: “não tenha pena de mim. Tenha pena de você que vai continuar fazendo este trabalho imundo. Eu cumpri meu dever e vou ao encontro do meu Senhor”. Não obstante, não confunda enfrentar a morte com naturalidade com não valorizar a vida. A vida é um presente para que você cumpra uma missão e desenvolva-se em bondade e sabedoria, como ensinou Emmanuel. Quanto mais bondade e sabedoria, mais fácil é vivê-la. Qualquer pessoa que desenvolver-se em bondade e sabedoria sentirá alegria de forma crescente e pensará em loucura. Ivone Pereira, autora do livro “Memória de um Suicida”, alegrou-se tanto no final da vida que pensou que estivesse enlouquecendo, mas a sua alegria era apenas consequência do seu crescimento e do cumprimento do

seu dever. Dever nobre de escrever sempre para prevenção ao suicídio. Na mesma direção ensinava o Mestre Chico Xavier: “eu sou feliz. Fiz todos os meus deveres de casa. Vejo mais beleza olhando para uma folha de uma planta do que numa poesia de Shakespeare”. Crescer espiritualmente é rejuvenescer-se em espírito sensibilizando o corpo que também se sentirá jovem. É desta maneira que a barreira do tempo desaparecerá. Chico Xavier, após horas de trabalho fatigante recebendo mensagens, convidava os amigos e amigas, ia pra casa, escondia algo, pedia-lhes que o procurassem, e ria como uma criança. Vivia fora do tempo.

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

José Matos Professor e palestrante


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 13 a 19 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Alea jacta est! Nós, eleitores, precisamos perguntar: para onde eles vão, se fugindo a galope no cavalo preto, bem longe das vãs promessas que fizeram e que não deverão cumprir Chegou a hora de dizer “a sorte está lançada”, tradução do título acima, quando o general romano Júlio César lançou o vitorioso grito de guerra à beira do rio Rubicão, à frente de suas tropas. Felizmente, após a renhida batalha da Eleição 2018, quando já ficamos sabendo quem conquistou o lugar almejado na multidão de 23 mil candidatos inscritos no Tribunal

Superior Eleitoral, incluindo quatro alternativas que passaram para o segundo turno nas modalidades da Presidência da República e da Governança do Distrito Federal. Já são conhecidos, porém, os nomes dos vitoriosos senadores, deputados federais e distritais, que comemoram os louros de uma suada disputa e que, agora, todos juntos, terão que aguardar

Publicidade infantil e obesidade Não venha falar que o problema está no fato de as crianças não brincarem na rua. O problema está no que elas consomem usualmente Estamos na Semana da Criança. Por esse motivo resolvi escrever sobre um problema que temos enfrentado nos últimos anos: a obesidade infantil, mas sob o aspecto da publicidade abusiva para esse público.

No Brasil, apesar da proibição da publicidade abusiva (direcionada à criança) prevista no Código de Defesa do Consumidor (CDC) desde 1990, a falta de regulamentação específica para alimentos prejudica a

a ratificação de seus respectivos sucessos na posse de 1º de Janeiro de 2019, uma terça-feira, que deverá virar feriado, disfarçado de ponto facultativo. A esses felizardos brasileiros, vale a pena inserir o poema de Carlos Drummond de Andrade, para perguntar: “E agora, José?/ A festa acabou,/ a luz apagou,/ o povo sumiu,/ a noite esfriou./ E agora, José?/ E agora, você? / Você que é sem nome,/ Que zomba dos outros/ Você que faz versos,/ Que ama, protestos?/ E agora, José?// Está sem mulher,/ Está sem discurso,/ Está sem carinho,/ Já não pode beber,/ Já não pode fumar/ Cuspir já não pode,/ A noite esfriou,/ O dia não veio,/ O riso não veio,/ Não veio a utopia,/ E tudo acabou,/ E tudo fugiu,/ E tudo mofou,/ E agora, José?// Se você gritasse,/ Se você gemesse/ Se você tocasse a valsa vienense/ Se você dormisse/ Se você cansasse/ Se

você morresse/ Mas você não morre,/ Você é duro, José!// Com a chave na mão,/ Quer abrir a porta,/ Não existe porta,/ Quer morrer no mar?/ O mar secou./Quer ir para Minas?/ Minas não há mais./ José, e agora?/ Sozinho no escuro,/ Qual bicho-do-mato,/ Sem parede nua,/ Para se encostar,/ Sem cavalo preto/ Que fuja a galope./ Você marcha, José!/ José, para onde?” Drummond previu o que passaria pelas cabeças dos poucos que se elegeram neste conturbado pleito de 2018, a quem nós, eleitores, precisamos perguntar: para onde eles vão, se fugindo a galope no cavalo preto, bem longe das vãs promessas que fizeram e que não deverão cumprir. Aliás, como sempre!

efetivação da lei. Há muitos anos tem sido discutida a forma como alimentos não saudáveis são vendidos e vinculados a brinquedos ou personagens infantis de sucesso. Há os que defendem essas práticas, mas não podemos deixar de fazer uma reflexão sobre o impacto delas na saúde das nossas crianças. E não venha falar que o problema está apenas no fato de as crianças não brincarem na rua. O problema maior está no que elas consomem usualmente. Em 2010, a movimentação internacional em torno do tema motivou a elaboração da primeira regulação sobre publicidade de alimentos em geral, por parte da An-

visa. A regulação, no entanto, foi suspensa logo após sua publicação, devido à pressão de diversas associações da indústria de alimentos. Independentemente do tipo de alimento, a propaganda direcionada a crianças se aproveita da vulnerabilidade desse grupo, e essa questão precisa ser revista. A regulação das propagandas parece ser a melhor forma de proteger nossas crianças dos alimentos não saudáveis que levam à obesidade e a doenças crônicas.

Fernando Pinto Jornalista e escritor

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)


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