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Grupos enchem os bolsos promovendo resistência às campnhas de vacinação preventiva de doenças que matam milhões de pessoas Ano VIII - 412
Brasília, 11 a 17 de maio de 2019
DIVULGAÇÃO
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Chá de cocô de cachorro para curar sarampo Mario Pontes - Página 8
LUIS GUSTAVO PRADO (SECOM/UNB)
Professores, estudantes e políticos preocupados com a educação pública abraçaram a biblioteca da UnB
Mexeu com a UnB, mexeu comigo Sociedade se mobiliza contra cortes de investimentos em educação no País Embora a maioria dos políticos do DF não tenha atendido ao chamado para o abraço em defesa da Universidade de Brasília, na terça-
feira (7), cresce o movimento de estudantes e professores. O Brasília Capital faz um check-up da importância da instituição para a cidade. A Chico Sant’Anna - páginas 4 e 5 e Pelaí - página 3
UnB injetou R$ 1,7 bilhão na economia local em 2018, gera mais de 6 mil empregos diretos e fez mais de um milhão de procedimentos no HUB.
Brasília Capital n Opnião n 2 n Brasília, 11 a 17 de maio de 2019 - bsbcapital.com.br
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A R T I G O
x p e d i e n t e
Não é reforma, mas sim destruição Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com
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J. B. Pontes (*) O governo afirma que a saída para a crise é a reforma da Previdência. Que, após ela, tudo vai melhorar, e que se ela não for feita será o fim de tudo. Mas será verdade essa solução “mágica” defendida pelos poderosos, desde o fatídico governo Temer. Precisamos entender, primeiramente, como é o modelo atual e como serão os modelos pretendidos pela proposta de Bolsonaro. O atual é o da repartição, baseado na solidariedade: os trabalhadores ativos e os empresários - ou melhor, os consumidores, uma vez que a contribuição dos empresários é transferida para os preços dos produtos e serviços - contribuem para pagar os aposentados. O modelo de repartição é sonhado pelos poderosos e pelo governo - espertamente, isso não é explicitado. Nele, somente os empregados contribuem para formar uma poupança individual, que lhes garantirá a aposentadoria. Os recursos arrecadados passam a ser gerenciados por instituições financeiras privadas que se-
rão as grandes beneficiárias. O governo afirma que os dois regimes coexistirão simultaneamente, e só o trabalhador que quiser, por sua livre vontade, passará para o regime de capitalização. Uma falácia! 1. Suponha que um trabalhador que está no regime atual perca o emprego; 2. Imagine uma fila com 10 pretendentes a uma vaga, 9 querem permanecer no regime de repartição e 1 opta pela capitalização; 3. Qual você acha que o empresário contratará? Sem dúvidas, o que aceitou o regime de capitalização. Por isso, aprovada a reforma, em pouco tempo a maioria dos empregados será constrangida a se transferirem para o regime de capitalização, que tem sido um desastre para os trabalhadores nos países que o adotaram. E isso implicará ainda uma enorme transferência de recursos do Estado para as instituições financeiras. Isto porque, para cada empregado que migrar do sistema de repartição para o de capitalização, o governo terá que transferir para as entidades financeiras as contribuições previdenciárias anteriormente arrecada-
das relativamente àquele empregado. Fica, portanto, demonstrado que o problema não é a falta de recursos alegada pelo governo, que ainda gasta milhões em propaganda enganosa para nos fazer aceitar essa reforma. A intenção real é a destruição da previdência pública. E mais: mesmo para os poucos que consigam permanecer no regime atual, a reforma pretende alterá-lo substancialmente, passando a exigir 20 anos de contribuição para que o trabalhador tenha direito a se aposentar, que só terá direito à aposentadoria integral se contribuir por, no mínimo, 40 anos. Assim, a idade mínima (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) não é a mais cruel, mas sim o direito à aposentadoria integral, que somente será alcançada por poucos.Portanto, o que está em jogo é, acima de tudo, uma disputa pela renda: querem transferir tudo para a iniciativa privada: saúde, educação, seguridade social...
(*) Consultor legislativo aposentado do Senado Federal e advogado
A R T I G O
Beth Carvalho, a benemérita, partiu José Matos Neste mundo de tanto egoísmo, não devemos esquecer daqueles que fazem ou fizeram a diferença. A cantora Beth Carvalho, falecida há uma semana, é um exemplo de gente que veio ao mundo para ser feliz e ajudar ao próximo. Beth deu voz e vez a muitos artistas que graças a ela tornaram-se conhecidos. Entre outros, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Almir Guineto. Beth cantava com alegria e com prazer. O samba estava em suas veias e em sua alma! Mesmo doente e acamada, não parou de cantar. Graças à formação política recebida de
seus pais, filiou-se ao PDT de Brizola e apoiou Lula em todas as suas campanhas presidenciais. Foi uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais. Um exemplo foi a conquista do direito à numeração dos discos, inédito no mundo. Como diria Falabela, Beth foi para o andar de cima e, agora, junta-se ao contingente enorme de grandes estrelas animando o povo do outro lado. Alguém, alhures, já o disse: "do outro lado, o som dos violões é mais plangente". Confúcio, o filósofo chinês, ensinou 500 anos a.C.: "escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida". Este era o segredo de Beth: fazia o que
amava. De classe média, educada desde cedo, inclusive, com balé e canto, não se esqueceu de compartilhar com os menos favorecidos. Beth, agora feliz, sem as dores na coluna que a maltratavam, pode juntar-se a outros artistas em shows, agora gratuitos, para as almas sofredoras do Além, e dizer, como Chico Xavier: "sou feliz; fiz todos os meus deveres de casa; vejo mais beleza numa folha do que numa poesia de Shakspeare”. Ou como o imperador romano Júlio César: "vim, vi e venci”.
José Matos Professor e palestrante
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BOA PAGADORA - O governador Ibaneis Rocha sancionou, terça-feira (7), a Lei nº 6.298, do deputado José Gomes (PSB), que institui o Selo Empresa Boa Pagadora. O objetivo é incentivar as empresas a adotarem a responsabilidade social e fiscal. As interessadas na utilização do selo deverão atender a requisitos como estar em dia com as obrigações trabalhistas, tributárias e previdenciárias; não ter execuções cíveis e fiscais em tramitação e possuir certidão negativa de débitos com a seguridade social e de débitos trabalhistas.
Advogada brasiliense assessora Damares
STJ a jato para Temer
Ad v o g a d a com atuação em Direito Eleitoral junto a parlamentares, empresas e entidades não governamentais, a brasiliense Cristiane Brito (foto) foi nomeada secretária nacional de políticas para a mulher pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Cristiane é filiada ao PRB.
Michel Temer voltou à prisão na quinta-feira (9), após decisão da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Tão logo se apresentou à Polícia Federal em São Paulo, o ex-presidente recorreu da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Por unanimidade, a distrital Jaqueline Silva foi eleita, quarta-feira (8), presidente PTB local. O mandato vai até dezembro de 2022. Prestigiaram a convenção o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, e a presidente do PTB mulher, Graciela Nienov.
CELERIDADE - O processo chegou à Corte às 13h07 de quinta-feira. Às 15h01 foi sorteado como relator o ministro Antônio Saldanha Palheiros. Às 15h45 o caso já estava pronto para julgamento e foi pautado para a sessão de terça-feira (14) da Sexta Turma.
PRESTÍGIO - Prestigiaram o evento o vice-governador Paco Britto e os deputados Rafael Prudente, Rodrigo Delmasso, Roosevelt Vilela, Bispo Renato, Paula Belmonte, Celina Leão e Cláudio Abrantes.
Jaqueline Silva comanda o PTB/DF
ESTADÃO CONTEÚDO
O tema que mais aflige o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é o decreto que regulamenta a posse, o porte e o comércio de armas, publicado quarta-feira (8) pelo presidente Jair Bolsonaro. O deputado quer entrar em um acordo com o governo para revisar o ato. INCONSNTITUCIONALIDADE - Maia confirmou que há pontos inconstitucionais na medida, constatados por técnicos da Câmara, e que deputados já enviaram oito decretos legislativos para barrá-la. VIOLÊNCIA - Há um entendimento entre parte dos parlamentares de que a medida aumentará a violência no País. A bancada evangélica já se manifestou contra. “A assessoria da Casa encontrou algumas questões que, não deveriam ter sido colocadas no decreto presidencial".
IMPRESSA PTB
DOIS PESOS - A celeridade impressionou. O recurso que reduziu a pena do ex-presidente Lula, por exem-
plo, estava pronto para julgamento desde dezembro do ano passado, mas só foi pautado em abril.
Leila, uma novata animada
THIAGO OLIVEIRA/BSB CAPITAL
Decreto das armas aflige Rodrigo Maia
Temer: rapidez na tramitação de recursos no STJ
Leitora assídua do Brasília Capital, a senadora Leila Barros (PSB-DF), a Leila do Vôlei (foto), reagiu imediatamente à publicação de notícia na internet sobre o ato em defesa da UnB na terça-feira (7) – leia coluna de Chico Sant’Anna nas páginas 4 e 5 – no site bsbcapital. com.br dando conta de que poucos políticos locais atenderam ao chamado. SOLIDÁRIOS – “Não compareci porque terça e quarta-feira são dias que a Casa (o Senado) ferve. Tem muito trabalho nas comissões, relatorias e plenário. Mas a reitora Márcia Abrahão sabe do meu total apoio. Aliás, posso assegurar que todos da bancada são solidários e estão do lado da UnB nesta luta”.
DESAFIO – Leila está empolgada com o trabalho como senadora. “Tem muita coisa boa acontecendo. Aprovei o PL da segurança das barragens e fui relatora do projeto de medidas protetivas para as mulheres, que já seguiu para a sanção presidencial. A missão é desafiadora, mas é, ao mesmo tempo, prazerosa e gratificante. Estou gostando”, escreveu a senadora no WhatsApp do jornal.
Renato Andrade, Delmasso e Cláudio Abrantes prestigiaram Jaqueline Silva
Indulto favorece réus da Lava Jato Por 6 a 4, o STF validou o decreto de indulto natalino editado pelo ex-presidente Michel Temer em 2017. Com a decisão, condenados que se enquadram nas regras poderão solicitar o benefício na Justiça, incluindo condenados na Operação Lava Jato. A Corte derrubou a decisão individual do ministro Luís Roberto Barroso que suspendeu o indulto.
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Brasília
Maioria dos políticos do DF não compareceu ao ato pela integridade orçamentária da universidade
Por Chico Sant’Anna
LUIS GUSTAVO PRADO (SECOM/UNB)
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omeça a mobilização pela defesa da integridade orçamentária da Universidade de Brasília. Alunos, ex-alunos, professores e servidores deram um grande abraço, terça-feira (7), na Biblioteca do Campus Darcy Ribeiro. O Ato contou com a presença de parlamentares de outros Estados, mas nem toda comunidade política do DF esteve presente. Dos candidatos ao GDF em 2018, só a professora Fátima Sousa compareceu. Da atual gestão do GDF, nem mesmo o secretário de Educação foi
Fátima Sousa foi a única candidata ao Buriti nas eleições de 2018 presente ao ato convocado por estudantes e professores
Uma universidade para todos Segundo a 20ª edição do Anuário Estatístico da UnB, até 2017, a universidade havia diplomado 145 mil estudantes de graduação e pós-graduação. Há dois anos, eram 50 mil universitários matriculados em um dos 153 cursos de graduação ou 158 de mestrado e doutorado. As estatísticas desmentem aqueles que dizem que é uma instituição para as elites. Dados do perfil social mostram que apenas 39% dos alunos são de cor branca; 46,9% são declarados negros ou pardos. Sem contar com uma universidade pública estadual, quem desempenha esse papel no DF é a UnB, principalmente após a criação dos campi de Gama, Ceilândia e Planaltina. SAÚDE - A população do DF conta com uma importante ajuda na área da saúde humana e animal. Em 2016, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) realizou mais de um milhão de procedimentos, entre consultas médicas e odontológicas, cirurgias, exames,
hemodiálises, dentre outros. No atendimento aos animais domésticos, mais de 35 mil procedimentos foram realizados em 2017 pelo Hospital Veterinário. SUCATEAMENTO – A classe política nacional já entendeu o que representa o sucateamento das universidades federais. Na Câmara, todos os partidos de oposição entraram em obstrução por causa dos cortes de verbas nas universidades públicas e na educação básica. Não votarão nada até o governo dar uma solução para direcionar recursos suficientes para a educação. Está na hora de Brasília acordar. A defesa de nossa cidade e de nossa principal universidade não deve ser restrita à comunidade acadêmica, não deve ter cor, partido ou classe social. Todos devem abraçar essa causa. Ela vai além da cerca do campus. Políticos, eleitos ou não, devem demonstrar explicitamente seu compromisso com o DF e com a UnB.
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LUIS GUSTAVO PRADO (SECOM/UNB)
defender a principal instituição de ensino da Capital. Dos 24 distritais, estavam lá apenas Fábio Felix (Psol), Leandro Grass (Rede) e Chico Vigilante (PT). Dos oito federais, Erika Kokay (PT) e Professor Israel Batista (PV) marcaram presença e nenhum dos três senadores se fez presente, embora alguns tenham enviado assessores para representá-los. A lista de faltosos é grande. Dos seis ex-reitores ainda vivos, todos eleitos pela comunidade acadêmica, apenas o professor José Geraldo de Sousa Junior participou do ato em defesa da UnB.
Em frente ao prédio Reitoria, todos deram-se as mãos: brasileiros repudiam declarações do ministro da Educação
Orçamento injeta R$ 1,7 bi na economia local Em uma cidade em que não há um setor industrial forte, a presença de uma instituição como a UnB ganha importância muito além do seu papel na educação, pesquisa e extensão. Em 2018, o orçamento da universidade foi de R$ 1,7 bilhão, quase todo ele injetado na economia do DF, seja sob a forma de salários e bolsas, seja em compras de bens e serviços. A sua presença movimenta também atividades do campo do chamado Turismo de Educação – pessoas que se deslocam para Brasília para participar de eventos, cursos ou mesmo para trilhar toda a formação acadêmica. Com isso, ganham os setores de hotelaria, restauração e de locação de imóveis. A universidade faz girar a economia, contribuindo para a geração de renda e empregos. Entre professores e servidores administrativos, a UnB gera mais de seis mil empregos diretos, sem contar os terceirizados, notadamente nos serviços de limpeza, conservação e vigilância.
Por isso, um garrote federal sufocando a sobrevivência da universidade se torna também num aperto na vida de todos os brasilienses. E os ausentes ao ato de desagravo da UnB parecem não perceber a importância global da instituição para o DF. A sensação que se tem é que, para esse segmento, a UnB é um problema federal, que não diz respeito à cidade. Estão errados. As classes política, empresarial, os trabalhadores, os estudantes – mesmo os não universitários – precisam compreender que a decadência dessa instituição de ensino representará também decadência para a população de Brasília. Os empregos que a UnB gera vão da Estrutural ao Lago Sul. A geração de renda vai da vendedora de dim-dim à grande construtora ou empresa de vigilância. Nenhuma outra instituição sediada na Capital, privada ou pública, tem o peso econômico que a UnB possui e, muito menos, a interface social que ela proporciona.
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Uma vitória do serviço público de saúde A história das gêmeas Lis e Mel, nascidas unidas pelos crânios e submetidas a uma cirurgia poucas vezes realizada no mundo é motivo de alegria para todos, um marco para a medicina brasiliense e, mais que isso, uma vitória do serviço público de Saúde do Distrito Federal. É a materialização do que o Sistema Único de Saúde pode ser na sua melhor forma. A história não começa e termina no último final de semana de abril deste ano, em uma sala de cirurgia do Hospital da Criança de Brasília José Alencar. Como caso clínico, começou em janeiro do ano passado, quando a situação das irmãs foi diagnosticada no Hospital Materno Infantil de Brasília. Como marco da medicina, ela iniciou nos bancos do curso de Medicina da Universidade de Brasília, cresceu na formação dos servidores médicos e de outras carreiras públicas da saúde em suas residências e práticas diárias no Hospital de Base, no Hospital Materno Infantil, no Hospital Regional da Asa Norte e no Hos-
pital Universitário de Brasília. É indispensável reconhecer a colaboração de empresas privadas que proveram insumos e dos consultores estrangeiros que deram suporte à equipe multidisciplinar e multiprofissional brasiliense. Todos têm mérito, mas vamos dirigir nossos olhos para o sistema que permitiu a assistência à família de Camila Vieira Neves e Rodrigo Martins Aragão, a quem também louvamos a força, a coragem e a perseverança. O Hospital Materno Infantil, onde a condição das irmãs foi diagnosticada, foi a unidade de saúde onde Camila foi acompanhada e onde nasceram Lis e Mel. O Hospital Regional da Asa Norte, o Hospital Universitário de Brasília e o Hospital de Base foram os cenários onde vários dentre os 50 profissionais integrantes da equipe desenvolveram as habilidades e técnicas que possibilitaram o procedimento, como os neurocirurgiões Benício Oton de Lima (que chefiou a equipe da cirurgia de separação das gêmeas) e Márcio Marcelino, o
anestesiologista Luciano Fares e o cirurgião plástico Ricardo de Lauro Machado Homem. Neste sentido, boa parte da estrutura da rede pública de saúde do Distrito Federal teve algum nível de participação no processo que culminou na cirurgia histórica – a rede funcionou. Mais que uma realização científica, o feito tem valor inestimável como marco na prestação de um serviço público de qualidade àquela família, que não teria meios para custear um procedimento dessa natureza. Como bem destacou o professor da UnB Antonio Lassance, “cada qual é uma entidade autônoma, separada, mas são unidas umbilicalmente por princípios constitucionais e por sistemas que são alvos constantes de ataques e depreciações”. A história de Lis e Mel nos comove, enche de alegria e acende nossas esperanças. É um caso excepcional e raro, mas deixou evidente a capacidade, a dedicação e o empenho dos médicos que atuam nas nossas
Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado
unidades públicas de saúde. Mostra, também, que é possível oferecer atendimento de qualidade aos que buscam a rede pública e isso é feito quando os meios estão disponíveis aos profissionais. Nosso mais profundo desejo é que, desde o caso mais complexo ao mais simples, sejam dados aos médicos e demais profissionais de saúde os meios para oferecer assistência com dignidade e qualidade à nossa população.
Briga pelos cargos na Junta Comercial do DF Senador e deputado disputam espaço antes mesmo da sanção da lei O Senado aprovou, quarta-feira (8), a Medida Provisória 861/18, que transfere para o Governo do Distrito Federal a administração da Junta Comercial do DF. Na véspera, a matéria havia sido aprovada na Câmara dos Deputados. A Junta do DF era a única do País federalizada. As demais são subordinadas aos governos estaduais. Durante a votação na Câmara, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) apelou ao governador Ibaneis Rocha (MDB) e aos deputados distritais para que “façamos algo enxuto, digital, com transparência
Júlio César e Izalzi disputam o direito de indicar apadrinhados para os cargos na JUCIS-DF
e agilidade”. A preocupação da parlamentar é no sentido de que “não seja mais um lugar cheio de cargos comissionados”. E concluiu: “quando a gente aumenta o custo, quem paga são os contribuintes”. QUADRO - Em mensagem enviada
pelo GDF ao presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB), o projeto de Lei mostra que a JUCIS-DF terá um quadro com 94 pessoas, com um quadro de pessoal que custará R$ 434.194,88 mensais. Em 2019, o Executivo local gastará R$ 5.217.892,18 com cargos comissionados.
CABIDE – A regionalização da Junta Comercial do DF para o GDF era um pleito antigo do empresariado local e foi comemorado pelo presidente da Fecomércio, Francisco Maia. “Trará facilidade e agilidade aos processos, reduzindo a burocracia”, disse ele. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ruy Coutinho, aposta que a medida proporcionará mais dinâmica às operações de registro de empresas na Capital da República. Nos bastidores do GDF, a informação é de que, antes mesmo de a matéria ser sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), pelo menos dois parlamentares do DF brigam pela indicação dos comissionados que dirigirão a Junta Comercial. O espaço é disputado pelo senador Izalci Lucas (PSDB) e pelo deputado Júlio César (PRB).
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ESPÍRITO
José Matos Benzedores, curadores e picaretas Eles não agem sozinhos. São auxiliados pelos gênios do bem, se atuam com amor, ou pelos do mal, se desejam o mal Ao ser procurado por um fazendeiro que reclamava do excesso de cobras em sua fazenda, Chico Xavier aconselhou-o a procurar um benzedor sério. Questionado por curiosos sobre a validade do trabalho do benzedor, Chico ensinou: "o benzedor, com suas orações, chama os elemen-
tais (espíritos da natureza), que encaminham as cobras para outros lugares". Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que pode imaginar nossa vã filosofia", ensinou o poeta e escritor inglês William Shakespeare. A verdade é que benzedores e curadores ainda existem pelo in-
NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Slow Food: nova tendência alimentar? O princípio básico é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial O movimento Slow Food (traduzido literalmente como “comer lento”) foi fundado em 1986 pelo jornalista italiano Carlo Petrini. Atualmente, é uma associação internacional sem fins lucrativos presente em mais de 150 países. Conta com o apoio e atua em conjunto com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e
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Alimentação). O movimento defende a ideia do direito à alimentação com prazer. Ou seja, tornar o cotidiano mais prazeroso por meio de uma alimentação com qualidade. O Slow Food também defende o respeito ao meio ambiente e aos produtores e agricultores. Sendo assim, defende uma alimentação boa em
terior do Brasil, e se suas orações não fizessem efeito, não seriam procurados. Não obstante, não agem sozinhos. Serão sempre auxiliados pelos gênios do bem, se atuarem com amor, ou pelos gênios do mal, se desejarem o mal ou se o fizerem por interesses financeiros. Deus não é banqueiro. Deus é amor e sempre estará presente por meio dos seus emissários onde existir amor. À medida que o benzedor pratica suas orações com amor, desata as próprias energias que se misturarão às energias dos benfeitores celestiais. Então, sentirá o efeito de calor, frio ou fervilhamento, inicialmente nas mãos, depois nos braços e, finalmente, por todo o corpo, irradiando luz para lugares e pacientes. Erram muito os beneficiados quando recompensam materialmente esses benfeitores que, se aceitarem,
perderão a assistência dos mensageiros de bem. A recompensa do benfeitor deve vir única e exclusivamente de Deus, conforme estabelecido pelo profeta Joel: "dai de graça o que de graça recebestes", e pelo próprio Jesus, em Mateus 10:8: "Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai". Alguns curadores já nascem com esse dom, mas qualquer um que praticar a caridade no dia a dia e desenvolver o hábito da oração, também poderá desenvolver o dom da cura. Comece em casa com filhos e netos. Depois, expanda para os demais, de preferência numa instituição benemérita.
sabor, limpa e sem prejuízo à saúde e com preços justos para os produtores. “O princípio básico é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos com respeito ao meio ambiente e aos produtores, priorizando a saúde do consumidor com uma produção livre de agrotóxicos, com o mínimo de processamento e de uso de aditivos químicos, além de ter preços acessíveis, privilegiando o modo de cultivo que preserve o meio ambiente e os animais, e dando ao produtor um valor justo pelo seu trabalho”. Além de privilegiar pequenos agricultores e a produção consciente, o Slow Food muda completamente nossa relação com a comida e com a hora de comer. Pode ser um meio eficaz para quem busca o emagrecimento, pois o indivíduo passa a conhecer melhor os alimentos, o que o
levará a fazer escolhas mais saudáveis, auxiliando no equilíbrio. Sendo um contraponto ao fast food, tanto no que diz respeito à qualidade da comida, mas também na velocidade em que devoramos uma refeição. Comer devagar nos ajuda a reconhecer o tamanho da nossa fome e quando já estamos saciados. O comer é fundamental para viver, e os alimentos têm profunda influência nos nossos sentidos, no meio ambiente, nas culturas, histórias e tradições. É impossível ignorar a relação entre o prato e o planeta. Além disso, reconhecer a importância do prazer associado à alimentação torna o dia-a-dia mais leve e prazeroso.
José Matos Professor e palestrante
Texto elaborado pelas nutricionistas da Equipe Q4 Nutrição: Bárbara Almeida, Jamile Braz, Juliana Almeida Revisado por: Caroline Romeiro.
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
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Jasmim de cachorro No interior do Brasil, sarampo é tratado com chá de cocô Mario Pontes (*)
E
mbora razoável conhecedor da tendência de boa parte da espécie humana para o nojento, o absurdo, às vezes ainda me surpreendo com manifestações de apego à ignorância e ao erro, capazes de eriçar os pelos de uma tábua envernizada. De fato, é necessário estar com os reagentes adormecidos para não deixar cair o queixo diante, por exemplo, de certos grupos de indivíduos que, em pleno século XXI, enchem os bolsos promovendo algo tão absurdo como a resistência às campanhas de vacinação, preventivas de doenças que mataram milhões e continuam a perseguir o bem-estar da espécie. O sarampo, por exemplo. No Brasil, a resistência – quase sempre mascarada de esquecimento – ainda é largamente é registrada. Mas não é só aqui que grandes contingentes deixam de vacinar-se ou de lembrar o próximo que está na hora de ir ao posto de saúde e precaver-se dessa doença, capaz de causar graves problemas, não raro a morte. Tive sarampo quando andava pela casa dos dezessete anos. Havia trocado minha cidadezinha, no interior do Ceará, pela capital do estado, onde fora
aceito na redação de um jornaleco. Anos depois, exaurido pelo excesso de tarefas, pedi duas semanas de folga. Lá pelo décimo dia, quando preparava a volta ao batente, acordei com febre e mal-estar generalizado. Tocar em mim era como afagar um tejuaçu, lagarto cuja pele, ao ser tocada, provoca coceira semelhante à de uma folha de urtiga. Havia dois médicos no lugar: um jovem, não muito amigo do trabalho; e um senhor idoso, sem tempo para atender a todos que o procuravam. Por isso, este só pôde aparecer no quarto dia. Na véspera, recebemos a visita de uma senhora meio idosa, que conhecia minha mãe pela presença quase diária de ambas na igreja. Ela perguntou o que se passava comigo. – Está com sarampo – respondeu minha mãe. – O que já lhe dei? Um chazinho pra baixar a febre... Estou esperando o médico. – Pois não espere mais! Tenho um remédio milagroso. Posso ir lá em casa buscá-lo, em meia hora chego aqui com ele. – Alguma erva? – Não. É jasmim de cachorro, sequinho. Não há sarampo que resista. Felizmente minha mãe não aceitou o conselho. O médico veio naquele mesmo dia, e na manhã
seguinte eu estava melhor. Mas sempre que ouço a palavra sarampo imagino quantos, naqueles cafundós, ainda são tratados da doença com chá de cocô seco de cachorro... Pior é saber que coisas assim não ocorrem só no interior do País, nos nossos sertões. Nos últimos dias, jornais estrangeiros registram que não apenas aqui, na África, na Ásia, na Oceania, mas igualmente em países civilizados como a Ucrânia, a Sérvia, os Estados Unidos e a França é visível a resistência às campanhas contra doenças como o sarampo. A advertência a respeito – dizem os jornais – vem de uma respeitada organização internacional: o Centro Europeu de Prevenção e Combate a Doenças. O que me permite indagar se em Paris, Berlim, Kiev, Washington, megeras ressuscitaram e andam a recomendar chá de cocô de cachorro às vítimas do sarampo. Horrível imaginar, mas a idiotice sempre foi longeva!
(*) Jornalista, morador do Rio de Janeiro
O MELHOR DAS CULINÁRIAS
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