Jornal Brasília Capital 470

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Entenda a parceria do BRB com o Mengo Ano IX - 470

Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020

WIKIPEDIA

Weintraub é exilado oficial Ex-ministro foge para os EUA com apoio do governo

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Via Satélites – Página 10

www.bsbcapital.com.br

Ibaneis é quem decide o que funciona no DF

Gustavo Pontes – Página 12

Os covardes da covid-19

Profissionais da saúde denunciam que falta de anestésicos nos hospitais pode ser estratégia de laboratórios e atravessadores para aumentar preço dos medicamentos usados em cirurgias e na intubação de pacientes com problemas respiratórios Páginas 6 e 7

Página 4

ADRIANO GAMBARINI/OPAN

Bolsonaro vira Sofia Aliados comparam Presidente à personagem criada por Chico Anysio que mandava a mulher ficar calada Pelaí – Página 3

#VidasCivisImportam Presidente vai a sepultamento de militar no Rio, mas até então se negava a prestar solidariedade às 50 mil vítimas do novo coronavírus Página 2

SOS Xavante

Entidades lançam campanha solidária para ajudar povos indígenas durante a pandemia

Página 9


Brasília Capital n Opinião/Política n 2 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell (61) 9 8451-7565 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

A esperança de ser um paraquedista REPRODUÇÃO TV

Mais de 50 mil brasileiros gostariam de ter recebido a mesma consideração dada a Pedro Lucas Ferreira Chaves Orlando Pontes

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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Pedro Lucas Ferreira Chaves tinha 19 anos. Era soldado do Exército. Servia na Brigada de Infantaria Paraquedista. No sábado (20), durante um treinamento no Campo dos Afonsos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, seu equipamento ficou preso ao avião C-105 Amazonas. Ao cair, o paraquedas não abriu. O jovem foi levado ao Hospital Geral, na Vila Militar, mas não resistiu. Naquele mesmo dia, o Brasil superava a marca de 50 mil óbitos pela covid-19. Dados do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apontavam que a 25ª semana da pandemia – de 14 a 20 de junho – registrara o maior número de óbitos desde o início da doença. Nesse período, 7.256 novas mortes foram contabilizadas. Nos 7 dias anteriores, a doença fez 6.790 vítimas. Uma diferença de 6,8%. O maior valor acumulado, até então, tinha sido 7.096 óbitos. Na última semana, foram 217.065 resultados positivos (aumento de 22% em relação à anterior). Mas o que diferencia os mais de 50 mil brasileiros vítimas da covid-19 e o 1,1 milhão de contaminados do jovem militar Pedro Lucas é o fato de não terem o mesmo reconhecimento por parte do Presidente da República. Jair Bolsonaro insiste no negacionismo da letalidade do novo co-

Jair Bolsonaro vai a enterro de Pedro e ignora 50 mil de mortes por covid-19

ronavírus. Desde o início da pandemia, minimiza e ignora o valor das vidas perdidas para a doença, dizendo ser uma “gripezinha” e que ia morrer mesmo um percentual de brasileiros. Mas, no domingo (21), interrompeu sua agenda presidencial para participar do velório do jovem militar morto durante um treinamento. Na cerimônia, restrita, no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, na Avenida General Benedito da Silveira, prestou solidariedade à família do soldado – o que jamais fez com nenhuma das vítimas da pandemia e muito menos às famílias destroçadas. Semblante contrito, provavelmente, pensava que poderia ter tido o mesmo destino de Pedro Lucas quando serviu àquele batalhão no início de sua carreira na Força terrestre. É essa empatia que falta ao Presidente em relação aos mortos e contaminados, como de resto aos 200 milhões ameaçados pela pandemia. Será que teremos todos de embarcar num C-105 para, só assim, o capitão, finalmente, perceberá que nossas vidas também importam? Até a ajuda emergencial de R$ 600 às famílias pobres que precisam fazer o isolamento social para tentar escapar da contami-

nação, ele contesta e quer tirar. os 36 milhões de trabalhadores informais que ficaram sem nenhuma renda e sem o auxílio não podem permanecer em casa. Bolsonaro já anunciou que limitará o auxílio a esses “invisíveis” a apenas mais R$ 600, parcelados em três vezes. Assim, com a flexibilização precipitada do isolamento social, o número de contaminados e mortos aumenta exponencialmente. Enquanto isso, após 40 dias à frente do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello opera uma política de “imunização de rebanho” não-declarada. Militarizou a Pasta, para a qual levou duas dezenas de militares — os da ativa, em desvio de função —, a maioria neófitos em política sanitária. Quando assumiu, em 15 de maio, o Brasil contabilizava 14,8 mil mortos e 218 mil casos confirmados. Esses números quase quintuplicaram no período. Não será surpresa se duplicarmos o número de mortos até o fim de agosto. Quem sabe, até lá o Presidente perceba que cada um de nós se tornou um paraquedista pendurado num avião e se disponha a fazer algum gesto para tentar evitar a morte iminente!


Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

Perdão a Wassef – O governo suspendeu, em 2019, uma multa de R$ 27 milhões aplicada a um consórcio de empresas que não entregou os serviços contratados pela Dataprev em 2014. Integra o consórcio beneficiado Cristina Boner, ex-mulher de Frederick Wassef (foto), advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Nazareno era um personagem de Chico Anysio casado com uma mulher muito feia. Usava o bordão “calada!”, sempre que ela tentava se manifestar. Ao final, ele olhava para a câmera e desafiava: “tá com pena? Leva pra você!”. O silêncio de Bolsonaro desde a prisão de Fabrício Queiroz tem similaridade com a ficção do saudoso humorista. O Presidente segue orientação dos militares do governo para evitar atritos com os demais Poderes. LIMITE – Nas conversas com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assessores do Planalto perceberam que a paciência com Bolsonaro chegara ao limite. A “Abin clandestina” de Bolsonaro descobriu, em abril, uma articulação de Maia, Davi Alcolumbre (presidente do Senado) e ministros do STF pelo impeachment. Aí os militares viraram bombeiros. CAAALAADO! – A trégua foi aceita com a condição de o Presidente se conter em seus ataques às demais instituições. Moraes reagiu com frieza. Relator dos inquéritos que investigam as fake news e o Gabinete do Ódio e o que apura o finan-

Sofia

REPRODUÇÃO TV

O Senado aprovou, na terça-feira (23), e a Câmara vai analisar, o projeto que prevê o primeiro turno das eleições municipais em 15 de novembro e, o segundo, em 29 de novembro. Para evitar contágio de covid-19, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, defendeu a divisão do processo por horários. Primeiro, logo cedo, votariam os idosos. ciamento e a organização de atos antidemocráticos, é o magistrado mais temido no Planalto. SIGA O DINHEIRO – Foi Moraes quem determinou à PGR para seguir o dinheiro recebido pelos extremistas bolsonaristas e chegou a 26 pessoas físicas e jurídicas e 11 congressistas. Desses, quatro usaram cota parlamentar para financiar atos antidemocráticos. Por “coincidência”, depois que o Presidente adotou o silêncio, reduziu aparições públicas e polêmicas vazias, o governo começou a andar. Paradas no Congresso, a ampliação da data de validade da CNH passou a tramitar e o novo marco regulatório do saneamento básico já está pronto para ser sancionado. CENTRÃO – O encaminhamento das propostas é resultado da arti-

culação da ala militar, liderada por Braga Netto, com o Centrão. Em troca de barrar um possível processo de impeachment e de aprovar pautas positivas, o grupo tem ganhado cargos de segundo e terceiro escalões. ESTÁVEL – O silêncio do Presidente também foi providencial para estabilizar sua aprovação (que vinha caindo) em 41% e a reprovação em 49%. A pesquisa foi realizada pelo portal Poder 360, de 22 a 24 de junho, após a prisão de Queiroz, ex-assessor do filho 01, em 18 de junho, TÁ COM PENA? – No Congresso, um parlamentar da base aliada comemora o silêncio do chefe do Planalto. E para quem o questiona, ele pergunta: “tá com pena? Fica com o antigo Bolsonaro pra você”.

Suspeita de fraude no MPF Por suspeita de fraude no sistema interno de votação, o Ministério Público Federal adiou de 18 de maio para a terça-feira (23/6) a eleição para o Conselho Superior do Ministério Público Federal.

Eleições municipais em novembro

ARMOU... – O adiamento foi articulado por Augusto Aras, entusiasta da tese de que o sistema Votum (plataforma de escolha da lista tríplice ignorada por ele e por Bolsonaro, que o indicou), usado em eleições no MPF, estaria viciado.

... E PERDEU – Mesmo após as alterações e da verificação pela CGU no Votum, foram eleitos Mario Bonsaglia (primeiro colocado na última lista tríplice para PGR) e Nicolao Dino, ligado ao ex-PGR Rodrigo Janot. Ambos são desafetos de Aras.

CUSTOS – Já no Senado, analisa-se a possibilidade de que as eleições ocorram em 2 dias, para diminuir aglomerações. Isso geraria um custo extra de R$ 191 milhões aos cofres públicos, segundo o TSE. Especialistas apontam que novembro é o prazo máximo para realização de eleições sem prolongamento de mandato dos atuais prefeitos e vereadores.

Moro no Ceub Além de colunista de jornais, o ex-ministro, da Justiça Sérgio, Moro também será professor do UniCeub. O ex-juiz vai integrar o time de Direito da universidade a partir do próximo semestre.

Merenda O distrital Chico Vigilante (PT) pediu para o Ministério Público investigar supostas irregularidades no contrato de terceirização da merenda escolar no DF. A estimativa de investimento privado na compra das merendas é de mais de R$ 375 milhões.


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Exilado oficial Weintraub foge para os EUA usando passaporte diplomático depois de deixar o cargo de ministro e pode ser deportado MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Pollyanna Villannova É a primeira vez na história que ‘exilado’ tem apoio do governo. A frase irônica é do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao se referir à fuga do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, seu desafeto, na sexta-feira (19), para os Estados Unidos da América (EUA). Após 14 meses no MEC, Abraham Weintraub anunciou, quinta-feira (18), sua saída da Pasta, dizendo que ia assumir uma diretoria no Banco Mundial. Menos de 48h depois, postou nas redes sociais que estava Miami. A fuga foi confirmada pelo irmão dele, Arthur, também exonerado do governo federal. PASSAPORTE DIPLOMÁTICO – Temendo ser preso por ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), Weintraub entrou nos EUA com passaporte diplomático de ministro, mesmo não estando mais o cargo, porque o país proibiu a entrada de brasileiros em razão do descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Bolsonaro o ajudou ao oficializar a exoneração após o desembarque em Miami. A demissão publicada no Diário Oficial da União (DOU) 2 dias após da data real foi ratificada na terça-feira (23). O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protocolou representação no Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar a data da exoneração do ex-ministro. INQUÉRITO – Weintraub fugiu por causa do inquérito que o ministro Celso de Mello, do STF, prepara contra ele. Ele é alvo de diligências da CPI das Fake News e, no dia 17/6, teve seu habeas corpus, protocolado pelo ministro da Justiça e Segurança Pú-

Suspeito de seis tipos de crimes, ex-ministro foge com ajuda de Bolsonaro

Carlos Alberto Decotelli assume o MEC DECOTELLI

O presidente Jair Bolsonaro anunciou o substituto de Abraham Weintraub, na quinta-feira (25). O novo ministro da Educação é Carlos Alberto Decotelli (foto), que afirmou, tão logo teve seu nome confirmado, que não pretende fazer uma gestão “ideológica”, ao contrário do antecessor. O

blica, André Mendonça, rejeitado pelo Supremo. Em maio, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou o ex-titular do MEC prestar depoimento em 5 dias à Polícia Federal por ter chamado os integrantes da Corte de “vagabundos”, na reunião ministerial de 22 de abril. Moraes apontou indícios de seis delitos.

ex-ministro era alinhado com Olavo de Carvalho, astrólogo tido como guru bolsonarista. Em entrevista concedida à jornalista Rachel Vargas, da CNN Brasil, Decotelli disse que não vai fazer “adequação ideológica”. “Sou um gestor de finanças e administração. O presidente falou: aplique a ciência, a integração, para entregarmos a melhor política pública para a educação no Brasil. Não tenho competência para fazer adequação ideológica”, disse.

Além do inquérito das fake news, Weintraub pode ser enquadrado, pelas declarações na reunião de 22/4, por difamação e injúria. Segundo o Código Penal, os outros crimes estão tipificados em quatro artigos da lei que define os crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social. Se condenado, poderá pegar 6 anos de prisão. Também cometeu cri-

me de racismo, em abril, contra o povo chinês, em publicação xenófoba nas redes sociais. Na terça-feira (23), o ministro do STF Celso de Mello reconheceu que o inquérito contra ele por racismo tramitará na 1ª Instância, uma vez que foi exonerado do cargo, e determinou que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre onde o caso deve tramitar: se na Justiça federal ou na estadual. Após a confirmação da fuga, Weintraub foi denunciado por partidos de oposição que pedem para que o Departamento de Estado dos EUA “clarifique as condições em que foi cedida a entrada de Weintraub e em qual status ele permanece no país, tendo em vista que não mais representa o governo brasileiro, nem qualquer órgão internacional”. OUTROS CRIMES – O ex-titular do MEC fechou dois contratos, de R$ 8,7 milhões e R$ 3,9 milhões, com a empresa de informática Globalweb Outsourcing, ligada Cristina Boner Leo, ex-mulher e sócia de Frederick Wassef, advogado que abrigou Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em sua chácara em Atibaia (SP). A empresa é administrada por Bruna Boner, filha de Cristina. Ao todo, a empresa recebeu R$ 41,6 milhões durante o atual governo. O contrato mais recente, segundo informações do UOL/Folha de S. Paulo, de R$ 8,7 milhões, foi assinado em fevereiro deste ano, para prestar ao MEC serviços de “gerenciamento técnico, operação e sustentação de infraestrutura de Tecnologia da Informação e Comunicação”. O segundo contrato, de R$ 3,9 milhões, assinado em 31 de dezembro de 2019, é destinado à Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).


Quem tem amor à vida usa máscara sempre. As medidas que o GDF tem tomado para conter o avanço do coronavírus só irão adiantar se você fizer a sua parte. O uso de máscaras é obrigatório em todas as cidades do DF. Ainda assim, a recomendação é não sair de casa sem necessidade e, acima de tudo, evitar aglomerações, porque o vírus continua se espalhando e causando mortes. A responsabilidade também é sua, principalmente pela proteção da sua vida e da sua família. Use máscara sempre. A vida de muita gente depende disso. O GDF pode cuidar da sua saúde, mas a vida depende de você.

É segurança, é proteção e dá multa para quem não cumprir.

Mais informações, baixe o app da Agência Brasília.

Lave as mãos com frequência.

Use álcool em gel.

Use máscara, é obrigatório.

Evite aglomerações.


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O V I S U L EXC

Os covarde Estoques de anestésicos para intubação de pacientes estão quase zerados. Hospitais suspeitam de especulação de atravessadores

Orlando Pontes Os estoques de anestésicos usados nas cirurgias e na intubação de pacientes com problemas respiratórios causados pela covid-19 estão muito baixos em todo o País e no Distrito Federal. O Brasília Capital apurou que o problema se agrava na rede particular, em que a reserva desses medicamentos está quase zerada. Vários médicos e diretores de unidades de saúde ouvidos pela reportagem, que preferem não se identificar, acreditam que, além do crescimento da procura, em virtude da pandemia do novo coronavírus, está havendo especulação dos fabricantes e, principalmente, das empresas que revendem os fármacos – os atravessadores. “Temos recebido propostas para entrega dos medicamentos com preços até quatro ou cinco vezes acima do valor praticado antes da pandemia”, diz o chefe da área de suprimento de um grande hospital privado do DF. Mesmo quando os hospitais se dispõem a pagar, segundo ele, os atravessadores dificultam e atrasam as entregas. O chefe da UTI de outro hospital particular lamenta o que tem assistido nos últimos dias. “Há uma semana, tínhamos apenas seis doses de anestésicos em nossa farmácia e mais de vinte pacientes em nossos leitos de terapia intensiva. Recebemos ligações de outros hospitais pedindo ajuda porque não tinham mais a medicação para manter os internados sedados”, afirma.

O consenso entre os profissionais é o de que esteja havendo especulação mercadológica, numa cruel adaptação da lei da oferta e da procura em plena pandemia. A preferência, no momento, é vender para o governo, que está liberado pelos órgãos de controle a comprar sem licitação. “Isso dá margem a muitas negociatas”, desconfia um infectologista. Levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) aponta que, em 22 unidades da Federação o estoque de pelo menos um desses medicamentos está zerado. A alegação das indústrias é a de que não têm conseguido atender aos pedidos, mesmo após as licitações, devido ao crescimento da procura. Especialistas acreditam que a principal alternativa seria o Ministério da Saúde abrir uma ata de registro de preços e centralizar a compra dessas medicações para distribuir aos estados e municípios. “As tratativas individuais, ou mesmo das Secretarias de Saúde, deixam os compradores em situação de fragilidade”, afirma o operador da área de compras e suprimento entrevistado pelo Brasília Capital. O “leilão” dos laboratórios e atravessadores não prejudica apenas os doentes de covid-19. O chefe de um Pronto-Socorro teme não poder atender a uma eventual emergência. “Imagine se ocorre um acidente grave envolvendo várias vítimas que necessitem de cirurgias de emergência? Vamos ter de operar essas pessoas sem anestesia?”, questiona.


Brasília Capital n Saúde n 7 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

es da covid-19 Experimentos que levam à cura As notícias que vêm das áreas exclusivas para pacientes de covid-19 não são todas desanimadoras. Após 3 meses de pandemia, os médicos já criaram um protocolo para o tratamento da doença e têm uma lista de remédios ministrados de acordo com o quadro de cada um. O índice de pessoas recuperadas tem crescido. A principal recomendação é evitar internações prolongadas para que não haja superlotação dos leitos. Isso reduz, também, a propagação do vírus. Por isso, algumas vezes, pacientes recebem alta e precisam retornar ao hospital. “É um risco, de fato. No entanto, a maioria deles completa a recuperação em casa sem maiores problemas”, atesta um médico. De qualquer forma, nos casos mais graves, a média de permanência na UTI é de 30 dias. Pela experiência adquirida nos últimos 90 dias, os profissionais que trabalham com pacientes da covid-19 têm ministrado, na fase inicial da doença, medicações com zinco, vitamina D, o antibiótico Azitromicina e Predinisolona. Na fase inflamatória, o protocolo recomenda manter a Azitromicina e acrescentar Cinforo (outro anti-

biótico), além do corticoide Dexametasona e do anticoagulante Xarelto. O corticoide combate o excesso de anticorpos produzidos pelo organismo para enfrentar o novo coronavírus. Outro procedimento que tem apresentado bons resultados é o uso da “bombinha” com dilatadores das vias respiratórias superiores indicada para portadores de asma. “São todos experimentos que fazemos visando a aliviar o sofrimento das pessoas. É muito bom quando o resultado é positivo, mas, até o momento, nenhum deles tem comprovação científica”, pondera o chefe de UTI. O uso de spray nasal coincide com experiências que vêm sendo feitas por cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Eles estudam a possibilidade de a

imunização para a covid-19 ser feita com a “bombinha”, em vez da aplicação de uma injeção, por exemplo. Os testes da vacina, a mais promissora até o momento, estão em fase avançada, e vem sendo realizados com a participação de dois mil voluntários brasileiros. No melhor cenário, a vacina deve ser anunciada de outubro a dezembro deste ano. Os cientistas avaliam se a imunização das mucosas, camadas de tecido epitelial que revestem os órgãos, seria uma estratégia eficiente. Ao administrar a vacina em pontos como o nariz, a imunização “treinaria” o tecido para identificar o novo coronavírus, impedindo o avanço da infecção pelo corpo. O procedimento é usado em crianças em vacinas contra o vírus influenza.

55 mil mortos e 1,2 milhão de contaminados

Às 13h da tarde de sexta-feira (26), o Brasil atingiu 55.304 óbitos por covid-19 e 1.244.419 casos confirmados da doença. O resultado é do levantamento do consórcio de veículos de imprensa com dados das Secretarias Estaduais de Saúde. Às 8h, o Brasil contava 55.102 mortos e 1.234.850 casos. Na quinta (25), às 20h, o 18º balanço do consórcio apontava 55.054 mortes; 1.180 óbitos em 24h; e 1.233.147 confirmações, com os dados atualizados das Secretarias Estaduais do Amazonas, Ceará, DF, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins. Sem política pública para combater a pandemia, o governo federal conseguiu, em 90 dias, elevar o Brasil a segundo país com mais vítimas no mundo, atrás só dos EUA, que registraram 122,4 mil mortes. Enquanto isso, o País continua sem ministro da Saúde, sem testes e com imensa subnotificação; sem remédios e com ação de atravessadores.


Brasília Capital n Saúde/Economia n 8 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

Covid-19 no Brasil: ondas conturbadas ou um tsunami? Em Brasília e no Brasil estamos em plena curva ascendente de contaminação pela covid-19. Em outros lugares do mundo, como a China, a Coréia do Sul e a Itália, depois da situação controlada, novos casos voltaram a surgir, e já se teme a segunda onda da pandemia. Por aqui, corremos o risco de não ter o intervalo que estão tendo os países asiáticos e europeus. Na pandemia da gripe espanhola (1918/19), foram três as ondas: a primeira, considerada mais leve, começou em fevereiro e se concentrou nos países que participaram da 1ª Guerra Mundial basicamente. A terceira foi considerada branda. A mais terrível foi, de longe, a segunda, que percorreu todos os continentes, a partir do segundo semestre de 1918. Ocorrida logo após a guerra mundial, que custou cerca de 9 milhões de vidas, a gripe espanhola, levou de 20 a 40 milhões – há estudos que chegam a considerar 100 milhões de pessoas. Um volume de perda de vidas humanas que, mais do que a própria guerra, motivou uma crise econômica tão sem precedentes quanto a mortalidade. Diferente de outros países, com menor território e menos diferenças socioeconômicas, o Brasil entrou

numa curva ascendente acentuada e, apesar do tempo para se preparar, ainda desliza: não se conseguiu fazer o isolamento social no nível desejado, não se fez as adequações necessárias nas unidades de saúde, criando áreas de isolamento, não se uniformizaram os protocolos de atendimento para pacientes suspeitos de covid-19 nas unidades de saúde. Aliado a esses problemas, ainda persiste o baixo índice de testagem da população. Nem a lei distrital que obriga a testagem quinzenal dos profissionais de saúde está sendo cumprida pela Secretaria de Estado de Saúde do DF! Em plena pandemia, na troca da empresa prestadora de serviços de limpeza nas unidades públicas de saúde, contratou-se um fornecedor que diminuiu a quantidade de trabalhadores da limpeza, que deixa faltar papel toalha e sabão – até água e sabão, produtos básicos para evitar contaminação, chegam a faltar em unidades de saúde na capital da República. Isso é aceitável? Não bastassem esses problemas de gestão e logística, ainda assistimos à falta de medicação para sedação dos pacientes que precisam ser submetidos ao procedimento

de intubação, para serem ligados a aparelhos de suporte respiratório. Sem eles, o sofrimento do paciente é maior, assim como o risco de contaminação do profissional de saúde que executa o procedimento. Nesse último ponto, o que mais causa indignação é que há indícios fortes de que os medicamentos não estão em falta, mas retidos por distribuidoras que estão agindo em cartel para forçar a elevação dos preços dessas drogas. É uma prática que, se confirmada, deve ser punida com rigor. A própria Portaria 188, de 2020, pela qual o Ministério da Saúde declarou o estado de emergência sanitária prevê que as autoridades sanitárias podem dispor de serviços e bens de pessoas físicas e jurídicas que sejam necessários para o enfrentamento da pandemia em benefício da saúde popular. É o caso de colocar em campo a Polícia Federal. Estamos enfrentando, ainda, a primeira onda sob o falso dilema de respeitar as regras de higiene e isolamento social ou fazer festas colocando profissionais de saúde fazendo testes rápidos na porta. A alternativa às práticas de isolamento social é permitir a contaminação generalizada para chegar

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

à imunização de rebanho (mais de 70% da população), o que teria um ônus incalculável tanto no aspecto moral quanto no econômico. Como vamos olhar nos olhos uns dos outros se permitirmos, tanto pela conduta pessoal quanto pelo comportamento de grupo, um desperdício de vidas dessa monta?

A economia em tempos de pandemia Júlio Miragaya (*)

AGÊNCIA BRASIL

A pandemia da covid-19, que fechará a semana com cerca de 1,4 milhão de infectados e 60 mil mortos no Brasil, terá impacto devastador sobre a economia nacional, podendo o PIB sofrer uma retração de até -10,0%. No Distrito Federal as consequências na economia também serão expressivas, embora com características distintas de outras unidades da Federação, em face das características peculiares de nossa estrutura econômica. O impacto no PIB local deverá ser um pouco mais brando do que

no restante do País. Aqui, o setor público responde por cerca de 50% do PIB, e ele não deverá registrar grande contração. Do mesmo modo, a indústria de transformação, bastante abalada em todo o País, tem, no DF, peso reduzido (3% do PIB). Impactos maiores terão os setores de serviços privados (45% do PIB) e a da construção civil (5%), fortemente afetados pela paralisação de suas atividades produtivas. A enorme presença de pequenas e microempresas e o alto grau de informalidade nas relações de trabalho deverão ter forte impacto nos níveis de desemprego, que já excede 330 mil. Se considerada a Região Metropolitana, esse contingente salta para 550 mil. O impacto na renda tende a ser

contundente. Desde 2015, havia sido retomado o aumento na distância entre os extremos dos extratos de renda no DF (que estava em queda desde 2004). E isso tende a se acentuar neste período, pela redução no rendimento das famílias mais pobres, concentradas no mercado de trabalho informal (assalariados sem carteira, domésticas, autônomos, etc). Dessa forma, a tendência é a de que a concentração de renda aumente no DF. Já o impacto na receita deverá ser um pouco menor, visto que o orçamento local é menos dependente de receitas vinculadas a atividades produtivas e as receitas patrimoniais têm peso relativo maior do que em outras UF. O Fundo Constitucional do DF deve so-

frer forte contração, em 2021, pois em sua composição estão o Imposto de Renda e o IPI, firmemente afetados pela crise. Nesse cenário, ações emergenciais deveriam ser adotadas pelo GDF, como a disponibilização de financiamento para as micro e pequenas empresas, buscando recursos no BNDES e em outros bancos oficiais, com o BRB criando um fundo de aval e entrando como parceiro avalista e um programa emergencial de obras públicas, organizando frentes de trabalho direcionadas para obras de infraestrutura urbana.

(*) Ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


Brasília Capital n Nacional n 9 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br FOTOS: ADRIANO GAMBARINI/OPAN

A’uwe tsari – SOS Xavante A busca por uma vida feliz e saudável

Campanha solidária, lançada na quartafeira (24), para prestar ajuda aos povos indígenas durante a pandemia A pandemia da covid-19 avança inclemente sobre as populações mais vulneráveis, entre elas as nações indígenas. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), até domingo (21) já havia mais de 7 mil casos confirmados e 330 mortos. Os 22 mil Xavante que habitam, sobretudo o Estado de Mato Grosso, estão entre os povos originários mais expostos e frágeis. Para tentar impedir mais um genocídio e prestar ajuda emergencial, a Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT), a Federação dos Povos Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt) e do Condisi Xavante (Conselhos Distritais de Saúde Indígena) se uniram na campanha A'uwe tsari – o – SOS Xavante.

O lançamento da campanha aconteceu, na quarta-feira (24), às 19h, pelas redes sociais. Também participaram da campanha, os Expedicionários da Saúde, a Operação Amazônia Nativa (O pan), o The Nature Conservancy Brasil, a Revista

Entregamos em Domicílo ou Retire seu pedido

Xapuri e o jornal Brasília Capital. O objetivo foi sensibilizar não apenas os bancários, mas toda a sociedade brasileira e a opinião pública internacional, bem como arrecadar fundos para atendimento sanitário e alimentar durante a pandemia.

O nome A’uwe tsari, que se traduz por “ajude o povo Xavante“, ou simplesmente, SOS XAVANTE, foi sugerido pelas próprias lideranças indígenas. Juntas, as palavras a’uwe (gente, povo) e tsari significam, para os Xavante, o vínculo com suas raízes, a busca por uma vida feliz e saudável, a cura pela natureza, a própria cosmogonia herdada de seus ancestrais nos jardins das plantas tortas, do Bioma Cerrado, na Região Centro-Oeste do Brasil. No momento, infelizmente, há relatos de mortes e de pessoas enfermas em grande parte das mais de 300 aldeias Xavante. Um povo que, heroicamente, resistiu a 80 anos de contato com a sociedade nacional não haverá de sucumbir agora ante esta terrível pandemia.

202 Sul

Taguatinga Norte


Brasília Capital n Cidades n 10 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

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Satélites

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Estágio para negros – Estudantes terão direito a 20% das vagas nas seleções para estágio nos órgãos públicos distritais, conforme decreto desta quarta-feira (24). Cota vale para processos com três ou mais vagas e deverá constar nos editais. O DF é primeira unidade da Federação a implantar essa política para estágios. Ano passado, o GDF já havia decretado a mesma reserva para concursos públicos.

Por Lorrane Oliveira

DISTRITO FEDERAL AGÊNCIA BRASÍLIA

Atenção à Saúde tem novo subsecretário O governador Ibaneis Rocha (MDB) exonerou, terça-feira (23), o subsecretário de Atenção à Saúde, Luciano Moresco Agriz­ zi e nomeou o médico Gustavo

Bernardes, ex-diretor do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), para o cargo, um dos mais estratégicos durante a ação de combate à pandemia da covid-19.

Programa Moradia Digna

GDF em ritmo acelerado O GDF está recuperando a pavimentação da faixa exclusiva do BRT Sul. Metade da obra, iniciada em abril e orçada em R$ 23 milhões, foi concluída. O segundo trecho ficará pronto em 60 dias. Outra população beneficiada com obras de infraestrutura é a de Vicente Pires. A Secretaria de Obras prevê que a cidade estará toda asfaltada até dezembro. Nesta semana, começou a pavimentação da Rua 3. O investimento total na RA é de R$ 542 milhões. O alargamento da DF-001 entre Taguatinga e Brazlândia também avançou, além da recuperação do trecho entre a DF-095 e a BR-080.

Na segunda-feira (22), a Operação Buraco Zero chegou à marginal da Epia Sul, próximo ao Metrô e à Rodoviária Interestadual. No Núcleo Bandeirante, foi finalizado o trabalho de aplicação de massa asfáltica nos estacionamentos da 3ª Avenida. OUTRAS AÇÕES – No Núcleo Rural de Sobradinho, foram retomadas as obras na Rota do Cavalo, que liga ao Itapoã. Já a Associação dos Produtores Rurais de Taguatinga foi beneficiada com a entrega de um trator. O equipamento foi adquirido com recursos do FDR e vai atender a 28 produtores ligados à entidade.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab-DF) regulamentou, na quarta-feira (24), o subprograma Moradia Digna. O objetivo é oferecer assis-

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tência técnica gratuita nas áreas de arquitetura e engenharia para projetos, construção e ampliação de moradias para famílias classificadas em situação de vulnerabilidade social.

PLANO PILOTO

Obras nas tesourinhas As obras abrangem os 96 acessos viários às superquadras e ao comércio local do Plano Piloto. Na terça-feira (23), a Novacap concluiu o trabalho no conjunto de tesourinhas das Quadras 3/4 da Asa Sul. Nos demais

trechos, os trabalhos seguem com pelo menos 90% de conclusão. A empreitada foi dividida em quatro etapas, com o fechamento de quatro tesourinhas de cada vez – duas na Asa Sul e duas na Asa Norte. AGÊNCIA BRASÍLIA

Ibaneis é quem decide sobre reabertura O Tribunal Regional da 1ª Região (TRF-1) suspendeu, na quarta-feira (24), a liminar da juíza federal Kátia Balbino de Carvalho, da 3ª Vara Cível, que impedia o GDF de autorizar a reabertura de mais segmentos do comércio. No entendimento do desembargador federal, Ítalo Fioravanti Sabo Mendes, cabe ao Poder Executivo gerir a retomada dos serviços, sem

interferência do Judiciário. O governador Ibaneis Rocha (MDB) comemorou a decisão e afirmou que vai se reunir com técnicos para estudar a melhor opção sobre a flexibilização. PRESSÃO – Na terça-feira (23), empresários e trabalhadores se reuniram em frente ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para pedir a retomada das atividades.

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SÃO SEBASTIÃO

São Sebastião ganha presente A Região Administrativa completa 27 anos e ganhará serviços de urbanização e limpeza. São eles: operação tapa-buraco, sinalização vertical e retirada de

lixos. O governador Ibaneis Rocha determinou a instalação e recuperação de meios-fios e bocas de lobos. As obras começaram na quarta-feira (24).


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Quer ter um cuidado integral da saúde? Pergunte-me como! Vamos trazer para a prática a interdisciplinaridade e parceria entre as áreas, em vez de invadir o território alheio O título acima é um tanto sensacionalista e parece uma propagandinha muito comum que víamos em adesivos de carros há algum tempo. E sim: se você quer emagrecer, ter mais saúde, deve ter um cuidado integral!

Lembre-se de que temos diversas áreas da saúde especializadas em diferentes cuidados e, ao buscarmos esses profissionais, eles trarão visões diferentes e abordagens complementares sobre o nosso caso específico de saúde.

ESPÍRITA

José Matos Você após a morte Não há um Deus premiando ou castigando. Cada um sofre ou se alegra de acordo com a sua consciência Embora a morte seja uma realidade, evita-se falar sobre ela, à mercê de ser assunto tão importante. Assim, voltamos para o Além, de onde, temporariamente, saímos, completamente ignorantes e apavorados. Agora, com a covid-19, esse tema tornou-se preocupação da maioria. O que acontece após a morte? Em 1938, o espírito André Luís,

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pseudônimo do cientista Carlos Chagas, passou a relatar a vida após a morte em 17 livros, por meio do médium Chico Xavier. Quatro livros dessa lavra falam mais de perto desse assunto. O primeiro, e o que detalha o Além desde o momento da morte é “Nosso lar”. Em seguida, no mesmo tema, vieram: “Obreiros da vida eter-

Gosto muito de trabalhar em parceria com médicos, profissionais de educação física, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros. Busco conhecer os especialistas parceiros de áreas distintas para que a forma de

na”, “Ação e reação” e “No mundo maior”. No livro “Obreiros da vida eterna”, André Luís detalha a desencarnação de três pessoas: a vida passou como um filme em dois ou três minutos. O espírito desprendeu-se do corpo físico e flutuou a 1 metro de altura do corpo. Depois de algumas horas, os técnicos da espiritualidade vieram e cortaram o cordão fluídico (cordão de prata) que liga o espírito ao corpo. Agora livre, 70% permanece por aqui mesmo, segundo Chico Xavier. Alguns, são levados por parentes para suas moradas. Outros, serão atraídos para regiões de alegria ou sofrimento, de acordo com suas obras, como ensinou o Apóstolo Tiago. Mas não são as obras em si o sentimento gerador do magnetismo colocado nas ações desempenhadas ao longo da vida. É o magnetismo que faz o espírito ser atraído por local semelhante.

trabalho seja fluida e com um único objetivo: melhorar a qualidade de vida da pessoa que confiou a saúde dela a mim. Então, façamos isso como profissionais de saúde. Vamos trazer para a prática o discurso de interdisciplinaridade e parceria entre as áreas, em vez de invadir o território alheio, que culmina em exercício ilegal de uma determinada profissão. Busque conhecer os parceiros, dialogar e discutir os casos encaminhados. E, como paciente, exija o mesmo dos profissionais que te acompanham – o diálogo. Quem tem a ganhar é sempre o paciente!

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

O certo é o certo, mesmo que ninguém esteja fazendo. O errado é o errado, mesmo que todos estejam fazendo. A vida não é “caos”, é “ordem”. Quem a desarmoniza terá de sofrer as consequências e reparar o mal feito. Não há um Deus premiando ou castigando. Cada um sofre ou se alegra de acordo com a sua consciência. “Os seus pecados lhe são perdoados porque você muito amou”. Quanto mais caridade, consigo e com os outros, mais dignidade, melhor magnetismo. Tudo é encantamento. Com o bem, você cresce, beneficia, é beneficiado, vive feliz e livre, aqui e no Além. Com o mal, você cai, prejudica, se prejudica e viverá em prisão emocional, aqui, temporariamente, e no Além. Ame!

José Matos Professor e palestrante

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Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 27 de junho a 3 de julho de 2020 - bsbcapital.com.br

Entenda a parceria do BRB com o Flamengo Gustavo Pontes O anúncio do BRB como patrocinador master do futebol do Flamengo repercutiu em todo o País, durante a semana, pelos valores revelados e pela forma como o processo de captação foi conduzido. Para estampar a marca na camisa do rubro-negro, o Banco de Brasília investirá R$ 35 milhões. Em 2019, o BRB investiu R$ 512 mil em patrocínio para os clubes que disputaram o Candangão. No ano passado, o banco apoiou o basquete do Flamengo em um valor superior ao que paga ao Basquete Brasília, time da capital, tricampeão do NBB. PARCERIA – Além da marca na camisa, a parceria irá originar um novo banco digital, a ser lançado

em julho. O BRB será responsável por operacionalizar a Folha de Pagamento do Flamengo e terá preferência na contratação, pelo clube, de produtos e serviços bancários, como empréstimos, cartões e seguros. O contrato será de 3 anos, prorrogáveis por mais 2, e os lucros serão divididos meio a meio. Os torcedores rubro-negros também terão vantagens. O plano do BRB é abrir 1,5 milhão de contas digitais, emitir 3 milhões de cartões pré-pagos e movimentar R$ 5 bilhões em transações financeiras já no primeiro ano. PACIFICADO – A parceria do BBB com um clube do Rio não foi bem recebida, num primeiro momento, por torcedores de times do DF. Uma torcida organizada do Gama mar-

cou um protesto em frente à sede do banco para quinta-feira (25). No entanto, o GDF e o BRB convidaram representantes do alviverde e de outros clubes. O encontro serviu para acalmar os ânimos e discutir o futuro do futebol local. No fim, ficou acertado um apoio do BRB para Gama e Brasiliense, que representam o DF na quarta divisão do Brasileirão 2020. Para o Candangão deste ano, o BRB fechou com 5 dos 12 clubes participantes um patrocínio de R$ 6 mil por jogo. O banco também patrocina o futebol feminino do Minas Brasília e o Real Brasília Futsal (esse disputará a Liga Nacional). Outros incentivos ao esporte local são os patrocínios ao Basquete Brasília, ao Cerrado Basquete e à Federação Brasiliense de Vela Adaptada.

Paulo Victor é o novo secretário de Futebol do GDF Pouco mais de um mês após assumir a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal, Celina Leão convidou o ex-goleiro Paulo Victor para assumir a Secretaria Executiva de Futebol. Nascido no Pará, o ídolo do Fluminense e reserva do Brasil na copa de 1986, tem história no futebol de Brasília, vestindo as camisas do Ceub, na década de 1970, e do Brasília, nos anos 1980, antes de se transferir para o Rio de Janeiro. Fora de campo, Paulo Victor já havia passado pela Secretaria de Esporte, como assessor, em gestões anteriores e também pela diretoria do Real Brasília. (GP)


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