Jornal Brasília Capital 380

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ANTÔNIO SABINO

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Entrevista Fernando Marques Ano VIII - 380

Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018

O senador do desenvolvimento e do emprego Aos 64 anos, com a vida empresarial consolidada, o mineiro de Belo Horizonte Fernando Marques entrou na política “para devolver ao Brasil um pouco do que o País já me deu”. Sua maior preocupação é com as questões sociais (emprego e saúde) e com o setor produtivo (destravar o desenvolvimento do Distrito Federal). Quer trabalhar para tornar mais célere a aprovação de projetos, para que o BRB seja um banco de fomento e pela entrada em funcionamento do Centro Administrativo. Páginas 7, 8 e 9

Os homens e os morangos Em sua estreia no Brasília Capital, a escritora Anna Ribeiro revela um pouco do imaginário feminino que, muitas vezes, escapa à percepção dos homens menos sensíveis. Página 16

Meios de comunicação de massa reduzem debate político à cobertura de agendas

Pedrosa quer mais 2 estádios no DF. Marina faz tapioca em Taguatinga

Grandes redes de rádio e TV excluem pequenos partidos da programação sobre a campanha eleitoral. Saída dos candidatos nanicos é o corpo a corpo e a mídia alternativa, que também não tem apoio dos governos.

Candidata do Pros promete construir arenas no Recanto e em Santa Maria. Presidenciável da Rede relembra suas origens.

Chico Sant’Anna - Página 10

Caça-Votos e Pelaí - Páginas 2 e 3


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

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x p e d i e n t e

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com

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Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869

É CRIME? - Raad Jr (PSDB), 21 anos, candidato a distrital, parado em blitz no dia 10 de setembro, em Planaltina, admitiu ter usado maconha. Questionado pela policial, afirmou não saber se usar a droga é crime. Ele é filho do ex-distrital Raad Massouh. (foto 2)

Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

MAROLA - Candidato do PT ao GDF, Júlio Maragaya andou pela Ceilândia, terça-feira (11) ao lado do distrital Chico Vigilante, morador da cidade , e do candidato ao Senado, Marcelo Neves. A “onda vermelha” não passou de marola. (foto 1)

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PROMESSA - Alberto Fraga (DEM), que disputa o Buriti, caminhou, sexta-feira (14) pela Feira do Gama. Diante das lojas fechadas, prometeu aquecer a economia do DF e valorizar pequenos e microempresários. Só não disse como. (foto 3) BLINDADO - Candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB) andou, quinta-feira (13), em Samambaia, ao lado do “escudo” Leila do Vôlei, candidata ao Senado, e de seu vice, Eduardo Brandão (PV). (foto 4)

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores

BOLA-FORA – Após dizer, na TV, que construiria mais dois estádios no DF, Eliana Pedrosa (Pros) foi a Santa Maria gravar um vídeo explicando sua intenção com as obras: inserir jovens nos esportes e tirá-los da marginalidade. Então, tá! (foto 5)

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CAFÉ - Fátima Sousa (PSol) reuniu-se com o SindMetrô, terça (11), e fez um pitstop para um café em Águas Claras. (foto 1)

C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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CA RT A S

nChico Leite Até tinha simpatia pelo senhor. Mas aliado do atual governador, nem pensar! Marcos, via Facebook Vamos votar na integridade do candidato e não nas alianças partidárias. Chico Leite provou em 16 anos que é o melhor para o Senado no DF. Lítcya Oléria, via Facebook

Quem quer renovar com ética e compromisso vota Chico Leite 180. Ederson Oliveira, via Facebook Sobre entrevista com o distrital Chico Leite (Rede). nEleições 2018 Uma vergonha e nada democrático. É o famoso gato por lebre. Um país que obri-

ga os eleitores a votar, obriga os cidadãos a bancarem as campanhas políticas... Nada surpreende no Brasil. Adalberto Reis, via Facebook Aí está uma das armadilhas para puxar os mais poderosos financeiramente. Geovane Soares, via Facebook Sem contar o favorecimento do partido para certos candidatos. Marcelo Mar-

ques, via Facebook Tiveram a oportunidade de acabar e não quiseram. Laercio Souza, via Facebook Sobre matéria que explicou como funcionam as coligações proporcionais e o quociente eleitoral. nEliana Pedrosa O que tinha que fazer em relaçao à Samdu e a Comer-

cial era criar uma faixa exclusiva para onibus subindo a Comercial Sul/Norte e outra descendo a Samdu Norte/Sul, como existe em São Paulo. Melhoraria para os pedestres. Luís Sérgio, via WhatsApp Sobre a proposta da candidata Eliana Pedrosa (Pros) de acabar com a mão única nas duas avenidas de Taguatinga.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

TROCO - Ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha (MDB) registrou em cartório, sexta-feira (14), documento se comprometendo a, caso seja eleito, abrir mão do salário de governador, da residência oficial e de honorários advocatícios de seu escritório envolvendo o GDF. Os pouco mais de R$ 20 mil referentes ao salário do chefe do Executivo são troco para quem declarou à Justiça Eleitoral ter mais de R$ 93 milhões na conta bancária.

Pinga-fogo / Max Talesca

Marina aposta em Brasília

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candidata da Rede à presidência aposta em Brasília para melhorar seu desempenho nas pesquisas. Em 2010, Marina Silva foi a campeã de votos na capital, atingindo 41,96% dos votos válidos. Em 2014, recebeu 563.830 e perdeu para Aécio Neves (PSDB) por 4.500 votos. Na sexta-feira (14), fez campanha no Taguacenter, em Taguatinga. Andou pelo comércio e fez tapioca com as cozinheiras da tradicional lanchonete Biscaseiro (foto).

Vôlei (PSB), que também concorre ao Senado.

VICE - O vice de Marina também cumpriu agenda esta semana em Brasília. Eduardo Jorge (PV) esteve em um evento na 705 Norte, ao lado de Chico Leite (Rede), candidato ao Senado, de Rodrigo Rollemberg (PSB) e Eduardo Brandão (PV), candidatos a governador e vice, respectivamente; Rayssa Tomaz (PV) candidata à deputada federal e Leany Lemos, primeira suplente de Leila do

O MELHOR - Jorge aproveitou para defender o plano de governo de Marina Silva como “o melhor”. E cutucou os adversários. Referiu-se a Ciro Gomes (PDT) como “aquele que vai tirar todos os nomes do SPC” e a Fernando Haddad (PT) como “o candidato terceirizado do Lula”. BOLSONARO - As principais críticas foram dirigidas a Jair Bolsonaro (PSL). Para Eduardo Jorge, é “inadmissível” que um deputado passe 28 anos no Congresso Nacional e não aprove nenhuma lei e agora queira ser o salvador da Pátria. “Fui deputado de oposição em todos os mandatos na Câmara e, mesmo assim, aprovei projetos importantes para todos os brasileiros, como a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a lei dos medicamentos genéricos”, comparou.

JOÃO VICTOR CAMPOS

JÚLIO PONTES

JÚLIO PONTES

“As instituições não estão funcionando perfeitamente. A OAB precisa ajudar o Brasil a sair dessa crise”

“Por uma OAB mais democrática” Sete questões para o pré-candidato a presidente da OAB-DF pelo Movimento OAB Para Todos: ALTERNÂNCIA - Sempre falamos sobre a necessidade de renovação, em virtude de um princípio importante para a democracia, que é a alternância de poder. Um dos grupos está há quatro mandatos e o outrto fez um dos últimos cinco. DEMOCRACIA - Com a redemocratização do Brasil, a OAB ficou menos democrática. Na época da ditadura tínhamos um sistema proporcional. Votava-se diretamente no conselheiro. Com isso, havia dentro do Conselho diversas matizes ideológicas. Em 1994, com a mudança do estatuto, ingressou um novo regime. Hoje, corre-se o risco de uma chapa ganhar com 35% dos votos e 65% ficarem de fora. CENTRALIZADORA - A OAB é centralizadora. É presidencialista exacerbadamente. O Conselho Seccional está acima da diretoria. Ele pode, inclusive, cassar as decisões da diretoria. O Conselho não tem mais uma função institucional. É uma mera terceira instância do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB.

Marina fazendo tapioca: volta às origens

Eduardo Jorge: cutucada nos adversários

AVANÇO – Temos que avançar em muitas coisas: na inovação, inclusão e renovação. Temos que renovar, mas em

algumas coisas temos que voltar no tempo. Na época em que a OAB era independente, um conselho seccional não poderia se partidarizar. A OAB perdeu a independência. VITÓRIA – Estamos com grande convicção na vitória. Nas pesquisas, nosso movimento está em uma rota ascensional de muita grandeza. Precisamos de 8 mil a 10 mil votos. CRISE - A OAB deve atuar em duas funções: fiscalizar e defender as prerrogativas dos advogados e defender o Estado Democrático de Direito. Estamos precisando muito da OAB neste momento. Há uma crise insticucional no Brasi. As instituições não estão funcionando perfeitamente. É importante que a OAB ajude o Brasil a sair dessa crise. INCLUSÃO - O movimento OAB Para Todos se baseia em pilares como a inclusão dos advogados que estão nas subseções, no Plano Piloto, e que estão fora do alcance de prioridade da OAB. Há uma massa de advogados desasistidos, que a OAB não consegue encontrar, por incompetência ou por falta de vontade política. A imagem do advogado e da OAB precisa melhorar. O advogado teve sua imagem ferida, e precisa ser resgatada, assim como a da OAB, que ainda é a mais forte instituição da nossa sociedade civil.


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Sindser sabatina Ibaneis e Wellington Luiz

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REPRODUÇÃO

Wellington Luiz e Ibaneis Rocha (sentados) ouviram as demandas dos servidores

R E S I D E N C I A L

NOVO E PRONTO MARCÍLIO BIONE

3° Ofício R.09-143.589. *Sujeito à aprovação de crédito pela instituição financeira

dedica seu mandato à defesa sistemática dos servidores. “O debate fomenta novas propostas e cria oportunidades de se encaminhar reivindicações que não podem ser esquecidas. As carreiras que participam das estruturas do governo de Brasilia não podem ser lembradas apenas em momentos de eleição. Sempre defendi e tive todo meu mandado voltado para a melhoria dos serviços públicos e, principalmente, lutando para que o servidor fosse valorizado”, disse o parlamentar, que é policial civil concursado.

Homenagem a grileiro CHICO SANT’ANNA

Em um momento em que tenta-se passar o Brasil e o Distrito Federal a limpo, é triste perceber que homenagens são feitas nas vias públicas da cidade a tradicionais grileiros e condenados por desvio público. São homenagens não oficiais feitas pelos mesmos moradores que sofrem com os desmandos daqueles que se notabilizaram por dilapidar o patrimônio público. No Lago Sul, uma via de acesso a um condomínio irregular (foto), que já foi alvo de determi-

nação da Justiça para ser fechada, não só se mantém aberta, como foi batizada de Avenida Pedro Passos. ex-distrital condenado por corrupção passiva a 8 anos e 2 meses de prisão pela 7ª Vara Criminal de Brasília. Na cidade Estrutural, o homenageado já habita a Papuda há muitos anos e por lá deverá ficar muito tempo. Trata-se de Luiz Estevão, senador cassado, cujo nome foi atribuído à rua que atravessa importante área comercial da Estrutural.

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O Sindicato dos Empregados e Servidores Públicos (Sindser-DF) promoveu um debate com o candidato a governador Ibaneis Rocha (MDB) e com o vice-presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz (MDB). Durante o encontro, os dois políticos ouviram reivindicações e receberam propostas para serem implementadas pelo próximo governo. O evento, no auditório do Teatro Dulcina, no Conic, contou com dezenas de representantes de diversas carreiras do serviço público. Todos elogiaram o trabalho de Wellington Luiz, que


Brasília Capital n Política n 7 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br ANTÔNIO SABINO

Entrevista Fernando Marques O que motiva uma pessoa na sua condição a entrar na vida pública? – Eu comecei a trabalhar aos 17 anos como pequeno empresário. Nos meus 47 anos de trabalho passei por muitos problemas e dificuldades e consegui vencer e fazer minha empresa se desenvolver e crescer. Hoje, gero 5 mil empregos, sendo 1,2 mil em Brasília. Eu acho que a saída para o nosso país é apoiar o pequeno, o médio e o grande empresário. Quero ser senador para defender o desenvolvimento, o emprego de qualidade e a profissionalização de nossos jovens, não só no Distrito Federal, mas em todo o Brasil.

Fernando Marques defende a educação em tempo integral como caminho para acabar com o ciclo vicioso da miséria nas periferias brasileiras

O senador do desenvolvimento Orlando Pontes

Qual a importância dos incentivos oficiais para o empresariado? – O pequeno e o microempresário de hoje são o médio empresário de amanhã e o grande empresário do futuro. O Estado precisa dar condições, usar ferramentas para facilitar a vida do empreendedor. O BRB tem que facilitar linhas de crédito para o micro, pequeno e médio empresário para haver um desenvolvimento industrial em Brasília. Brasília foi projetada para ter 500 mil habitantes e hoje tem mais de 3 milhões. De acordo com sua declaração de Imposto de Renda, o senhor é o candidato a cargo público mais rico do Brasil. De que forma isto favorece ou atrapalha sua candidatura? – Meu patrimônio é resultado do meu trabalho nesses

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ono do maior patrimônio pessoal dentre todos os concorrentes a cargos eletivos nas eleições deste ano no País, Fernando Marques (SD), 64 anos, quer ser o senador do desenvolvimento, do emprego de qualidade e da qualificação profissional dos jovens. Ele começou a trabalhar aos 17 anos no laboratório do pai, que tinha

47 anos de luta. Não tenho muito dinheiro. Tenho muita fábrica. Eu acredito no desenvolvimento industrial. Nosso País não pode ser um país apenas agrícola. Eu tenho investido em fábricas. Tenho uma fábrica supermoderna há 15 anos aqui em Brasília, no polo industrial JK. Fui pioneiro ali, enfrentei muitas dificuldades para a implantação dessa unidade. Chegando ao Sena-

apenas cinco funcionários. À época, passou a fazer o curso de Contabilidade à noite para poder trabalhar durante o dia. Acabou se transformando num dos maiores empresários do ramo de medicamentos do País. Seu conglomerado tem 5 mil funcionários, sendo 1,2 mil no DF. Nesta entrevista ao Brasília Capital ele defende que o BRB seja o banco de fomento dos empreendedores locais, critica a Saúde e a Segurança públicas e se

do, não quero carro oficial, verba de representação, viajar por conta do Senado. Eu vou lá para ajudar. E a equipe? – Uma secretária, o chefe de gabinete. Eu preciso de uma estrutura mínima, enxuta. Seis assessores já seriam suficientes. Vai receber salário do Senado? – Não vou devolver o meu salário. Pretendo

diz favorável à abertura do Centro Administrativo. Marques mostra-se indignado com a burocracia que atrapalha a aprovação de projetos pelo GDF. Se eleito, promete doar o salário de senador para instituições de assistência às crianças carentes das cidades-satélites e criar projetos com os quais possa “devolver ao Brasil um pouco do que o país me deu”. E crava: o DF terá os três melhores senadores: Cristovam, Reguffe e eu”.

doar para instituições que apoiam principalmente a crianças nas cidades-satélites. Todo mês doarei o meu salário e públicar no meu portal para quem foi destinado. Todos deveriam fazer isso. Eu posso e vou fazer isso. Não vou pra lá para falar “agora estou arrumado por oito anos”, ou, como alguns que estão disputando com alguém pelas costas financiando e gastando

para depois assumir como primeiro suplente. Pretende cumprir o mandato integralmente, assumiria algum cargo no Executivo ou disputaria o governo após os primeiros quatro anos no Senado? – Eu não tenho interesse de ir para o Executivo. Se for para administrar, eu continuo administrando minhas empresas. Vou continuar


Brasília Capital n Política n 8 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Executivo para ter uma linha de desenvolvimento e geração de empregos; para ter uma Saúde que funcione. É isso que precisa.

Entrevista Fernando Marques cumprindo o meu papel de empresário. Minha empresa continua. Não estou falando que vou fazer alguma coisa que já não faço. Chegando ao Senado vou fazer aquilo que já faço. Se Deus me der saúde, vou ficar os oito anos servindo à minha pátria, ao meu país, e devolvendo um pouco do que o meu país me deu. Mas esse discurso de empreendedor e gestor se adequa mais ao Executi-

Quais seriam os seus projetos nessa linha? – Uma coisa que eu acho fundamental é o ensino em tempo integral. A criança ir para escola de manhã e voltar à tarde. E lá na escola ela comer, praticar esporte, recreação, visitar museus, aprender cultura. Não podemos incendiar a nossa história como aconteceu agora no museu do Rio de Janeiro. Isso é um crime, uma coisa inacreditável. Para quais áreas o senhor destinaria suas emendas parlamentares? – Principalmente para a Saúde. Está uma tragédia essa área.

“É preciso gerar emprego na ponta, perto das casas das pessoas. É importante descentralizar a administração” vo do que ao Parlamento. Por que não se candidatou a governador em vez de senador? – Eu acho que o nosso Legislativo tem que ser mais atuante para funcionar e facilitar a vida do cidadão. Não adianta ir lá para o Senado e falar que arrumou um emenda aqui outra ali. Lá é preciso pessoas que tenham cabeça e pensem o que vão fazer em termos de lei. Fazer o Legislativo atuar junto com o

O modelo adotado pelo GDF no Instituto Hospital de Base é a solução? – Tem que fazer a coisa funcionar, e isso não está acontecendo. Temos que operar com inteligência, tecnologia. Hoje em dia todos têm um celular. A pessoa tem que conseguir saber, através de um aplicativo, onde seria o melhor lugar para ser atendida de acordo com suas necessidades (especialidade, tempo de espera para

atendimento, proximidade etc). Tem muita coisa na parte tecnológica que custa muito pouco e torna a operação eficiente. O secretário de Saúde tem que utilizar o que tem e colocar o sistema para funcionar e depois seguir para sanar as necessidades. Por exemplo, construir um hospital do servidor público, que já existe em todo o Brasil e aqui não.

“Eu acho um erro alguém votar para o Senado em alguém porque tem um rostinho bonito ou porque tem uma conversinha mole, do tipo eu vim lá do Nordeste”

Em suas andanças pela cidade durante a campanha não tem registrado nenhum tipo de reconhecimento ao trabalho do atual governo nessa área? – Eu estava conversando com o prefeito de Valparaiso (GO) e encontrei o secretário de saúde de lá. Ele me disse que estão fazendo 50 cirurgias de catarata por dia. São 1400 por mês. Perguntei se havia essa demanda toda em Valparaiso. Ele disse que a esmagadora maioria é de pacientes que vão de Brasília para lá. Inverteu o fluxo. As pessoas estão indo de Brasília para valparaíso operar catarata. É falta de gestão. Os empreendedores também reclamam da burocracia aqui no Distrito Federal... – Fui pioneiro no Polo JK. Sofri demais para aprovar nossos projetos, para ter a licença ambiental. Um empresário não precisa de correr atrás de licença de meio ambiente para o polo. Eu tive que correr. Contratei 2 mil Kw da CEB e só chegava 1.300. A CEB não me entregava aquilo que foi contratado. Foram muitas dificuldades. O senhor é favorável à retomada do programa que criou as chamadas Áreas de Desenvolvimento Econômico nas cidades-satélites? – É importante, por exemplo, que as pessoas não saiam da Ceilândia para trabalhar no Plano Piloto. É preciso gerar emprego na ponta, perto das

casas das pessoas. Sem dúvida, eu acho que é muito importante a descentralização inclusive da administração do governo pelo nosso futuro governador Rogério Rosso. Descentralizar o governo para facilitar a vida do cidadão. O senhor defende que o GDF assuma a gestão do Centro Administrativo antes da conclusão das investigações das possíveis irregularidades ocorridas no contrato com o consórcio que construiu o complexo? – Eu acho que aquilo ali é um caso de incompetência. Nós temos hoje em

Brasília mais de 100 grandes empreendimentos prontos e parados. É uma coisa inacreditável. Empreendimentos modernos, construídos com aprovação do governo, com a chancela do governo, com autorização do governo, de acordo com a planta aprovada pelo governo. O projeto fica pronto mas não pode ser ocupado, não tem alvará de funcionamento. Quantos empregos poderiam estar gerando se esses empreendimentos estivessem funcionando! Traria outros investimentos para Brasília. Quem vai investir em um lugar onde aprova


Brasília Capital n Política n 9 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br FOTOS: ANTÔNIO SABINO

coisa nesse sentido pode ser discutido. O que não pode é ficar empreendimentos arrojados parados. Quanto se paga de aluguel e qual o custo da administração hoje, toda pulverizada. Em Minas, em Belo Horizonte, foi criado um centro com todas as secretarias da administração. Em Goiás também. É muito mais fácil para a gestão administrar do que ficar uma Secretaria em um prédio, outro órgão em outro prédio. O Estado tem que existir para facilitar a vida do cidadão comum da cidade-satélite e do empreendedor também. Tem que incentivar para que ele produza e invista mais.

tudo, você constrói e depois não libera? É preciso analisar isso. O governo tem que dar solução para isso. Se foi construído em um lugar que foi permitido, se foi aceita e aprovada a planta, por que não liberar? É inconcebível isso. Você vê isso da iniciativa privada e em obras do próprio governo. Isso é de uma incompetência administrativa gigante. O senhor já discutiu esta questão com seu companheiro de chapa a governador? Como desobstruiria aquilo em meio às investigações da Justiça? – Eu

acho que para um projeto funcionar independe de um processo de investigação. Se houve alguma coisa errada, se houve alguma coisa que não estava de acordo com a legislação, que se apure. Mas uma vez construído, pronto e aprovado pela Agefis, por que não colocar para funcionar? Faça-se a investigação, mas deixa funcionar. O governo também alega que a despesa para o Centrad entrar em operação oneraria muito mais os cofres públicos do que a situação atual... – Eu acho que o contrato ou qualquer

Qual sua avaliação quanto à segurança no DF. Quais as propostas de sua coligação para esta área? – A segurança de Brasília está péssima. Temos que criar um plano de carreira, motivar os profissionais, sentar com as representações das polícias Civil e Militar e traçar estratégias para evitar o crime. Precisamos usar a inteligência, fazer blitz, usar serviços de informação, escutas autorizadas. Não Podemos deixar que Brasília chegue à situação tão triste quanto o Rio de Janeiro. Mas se o crime não for combatido rapidamente, com inteligência, isso vai acabar acontecendo. Já existem indícios de que o Entorno do DF pode vir a se transformar numa Baixada Fluminense... – Não precisa nem ir tão longe. Nós temos o Sol Nascente e o Por do Sol, uma região muito pobre, onde a ausência do Estado, a falta de escolas, creches, pavimentação, esgoto, polícia, frentes de trabalho é notória. Ainda bem que as igrejas têm assumido a função do Estado, recebendo as crianças, ajudando as fa-

mílias. São uma das poucas portas que se abrem para as pessoas que moram nesses lugares. O Estado está completamente omisso. O senhor tem um colega de chapa, Cristovam Buarque, do PPS, que está no Senado há 16 anos e tem como bandeira a educação. Como está sua parceria com ele? – Eu só decidi me envolver na política para me aliar com pessoas sérias, competentes, dedicadas, ficha limpa. O senador Cristovam é uma pessoa que eu admiro muito, um educador, uma pessoa a quem a nação deve muito, e Brasília também. Ele tem mais de vinte leis aprovadas, a maioria na área de educação. Eu acho que a educação é fundamental, é o ponto de partida para a vida de um

Entrevista Fernando Marques lo. Porque as pessoas precisam saber a minha vida, o que eu fiz, de onde eu vim o que eu faço. Eu acho um erro alguém votar para o Senado em alguém porque tem um rostinho bonito ou porque tem uma conversinha mole, do tipo “eu vim lá do Nordeste”. Eu vim, com muito orgulho, lá de Minas Gerais. Mas o eleitor tem que votar avaliando aquilo que eu fiz a vida inteira. Uma pessoa de 40, 50, 60 anos tem que saber o que

“Estou distribuindo currículo. As pessoas precisam saber o que eu fiz, de onde eu vim e o que eu faço” ser humano. Uma criança tem que ter uma educação básica para se desenvolver e depois chegar à universidade. Concluir pelo menos o segundo grau é fundamental para se vencer na vida. Qual sua mensagem para a população do DF como candidato ao Senado? – Quando as pessoas me perguntam se sou candidato a senador, eu respondo que estou distribuindo currícu-

fez na vida e se está preparada para ocupar uma cadeira no Senado. Acho que Cristovam, Reguffe e eu podemos ser os três melhores senadores do País. Se Deus me ajudar a chegar lá, tenho certeza de que vou me tornar um senador do qual o brasiliense sentirá orgulho. Se Deus me der saúde, vou ficar os oito anos servindo à minha pátria, ao meu país e devolvendo um pouco do que o meu país me deu.


Brasília Capital n Política n 10 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress. com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Candidatos, mídia e sociedade Os meios de comunicação de massa – rádios e TVs –, concessões do Estado, que deveriam estar a serviço da cidadania, se omitem. Reduzem o debate eleitoral a simples cobertura de agendas

A

s eleições estão batendo à nossa porta. Mas nas ruas o clima é outro. Pouca gente está empolgada, muitos desconhecem até os cargos em jogo e os candidatos que estão na disputa. Esse clima é fruto do atual momento político, com o descrédito com a classe política e, prinpalmente, para com o sistema político em vigência, que, na visão de muitos, é um jogo de cartas marcadas. As novas regras eleitorais contribuem muito para isto. O calendário eleitoral foi encurtado, o período de horário eleitoral no rádio e na TV é mais curto e infinitamente menor o tempo das candidaturas. Peguemos o exemplo do Psol. Em 2014, o candidato da legenda ao GDF dispunha de 1,14 min. Este ano, apenas 9 segundos. Como fazer o debate político em tão pouco tempo? Como apresentar alternativas ao modelo político e ao modelo de políticos que ai estão e descontentam a cidadania? Os meios de comunicação de massa, em especial as emissoras de rádio e TV – concessões do Estado e que, portanto, deveriam estar a serviço da cidadania – se omitem. Reduzem o debate eleitoral a simples cobertura de agendas e algumas entrevistas com candidatos a presidente e governador. Mesmo nem todos ganham tal oportunidade. Em muitos meios, esse é um privilégio de quem está na ponta das pesquisas. Pesquisas estas que, nas últimas eleições, não têm retratado o resultado das urnas.

DIVULGAÇÃO

Candidatos do PSol fazem o debate político no corpo a corpo com a população e na mídia comunitária

Imprensa Comunitária minimiza desinformação Esse quadro de desinformação, que gera desânimo no eleitor, só não é mais grave graças à chamada mídia comunitária. São pequenas emissoras de rádio, jornais tabloides – como este Brasília Capital em que escrevo agora – blogs, youtubers e a guerreira TV Comunitária do DF. Todas elas, de forma plural e democrática, vêm dando espaço a candidatos a deputado distrital, federal, senador e governador. Mas essas emissoras de rádio somam apenas umas três dezenas e são de baixa potência, não garantindo a cobertura em todo o DF. Muitas já legalizadas, algumas operam só na internet – as webrádios – via facebook e instagram; e outras até de forma clandestina, pois não conseguiram obter ainda as demora-

das autorizações da Anatel. Veículos que, em sua maioria, estão fora do beneplácito das propagandas oficiais e que se viram para sobreviver. Sem as suas transmissões e publicações o cidadão estaria num obscurantismo ainda maior no processo eleitoral. Que grande emissora fará o debate sobre as demandas do Recanto das Emas, do Paranoá, do Gama, da Estrutural? Que emissora cobrará de forma regionalizada os compromissos dos candidatos para com Ceilândia, São Sebastião, Brazlândia e Planaltina? A importância desses veículos para a formação da cidadania cresce na medida em que a chamada grande mídia abandona sua missão constitucional de bem informar e de regionalizar sua informação.

Comunicação é cidadania Quem chegar ao Congresso Nacional e mesmo ao Buriti deverá pensar seriamente nesse segmento midiático. Brasília carece de uma política de comunicação voltada à pequena imprensa, a imprensa de bairro, de cidade-satélite. Ela não apenas é fonte de informação e de geração de emprego e renda, mas também de fomento à cidadania. Como o próprio institucional da Associação Brasileira de Rádio Comunitária (Abraço) vocifera, é essa mídia quem entrevista o padre ou o pastor do bairro, que ouve o professor da escola, o médico do centro de saúde ou o comerciante da esquina. A cidadania pede seu direito a ter voz e, por meio da mídia comunitária, isso pode ser um passo importante. No Congresso Nacional, carecem marcos jurídicos – que não interessam à grande mídia – que abranjam o pequeno comunicador. Que o funcionamento desses meios seja simplificado. Nos Estados Unidos, quase toda escola de ensino médio tem sua emissora. Em países como a França, há leis especificas que asseguram a sobrevivência midiática dos pequenos. É na mensagem por eles transmitidas que o pequeno cidadão também se faz ser ouvido.


em o e polu is a im a os an r que atam m fala m e , S a . z a e u aioria natur de ág em a ue a m entes o c q r s t a é s n e e d s b u em ndios bém a nte sa casa o ca ge s incê o tam u e o c o d is s r p l o a e t m strar os an . O qu ndo e o quin se ala Todos saúde ado n coloca m c , e e e d lo t d o s n o c a . p ambie eis e o fogo ulação roblem meio revisív rios p a pop equen p é a p s d im a o s m t a cau nos a as são com u fumaç cham usa da meça a s o c c a 93. e , s s e igue 1 iada crim l êndio ic , c é o in in o d s s lh do cerra . Apó e entu vazios dio no m lixo s n e o ê n o c e g r n r fo ter um i oloca vistar nte. C a e o m a il : fac reza

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Secretaria do Meio Ambiente

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

Secretaria do Meio Ambiente

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL


Brasília Capital n Cidades n 12 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Área do aterro sanitário será ampliada A vida útil do aterro sanitário de Brasília, que é de 13 anos, poderá ser ampliada para 35 anos. Isso pode ocorrer caso

o SLU e a Terracap assinem, ainda neste mês, um contrato para expansão da área que recebe rejeitos de todo o DF. Hoje, o local possui 72 hectares e com o contrato passará a ter mais 71 hectares.

POR ELIANE ARAÚJO Entre em contato com a Coluna Via Satélites. Este espaço é aberto para as demandas da comunidade. Críticas, sugestões ou sugestões de pautas, envie para o e-mail elianegaa@gmail.com

{TAGUATINGA

{ÁGUAS

Parquinho dá nova vida à QNG

Posto de vacinação improvisado

FOTOS: JÚLIO PONTES

O designer gráfico Carlos Sousa, 56 anos, morador da QNG 34, denunciou ao Brasília Capital supostas más condições de funcionamento e manutenção do recém-inaugurado parquinho na Praça da QNG 43. Na quarta-feira (12) à tarde, a reportagem encontrou cerca de 20 pessoas utilizando os equipamentos. Entre elas, a líder comunitária Adriana Alves, 45 anos. “Graças a Deus a praça foi revitalizada antes do período eleitoral, com uma emenda do deputado Chico Vigilante (PT). Antes, a interseção das QNGs 43 e 32 era “escura e insegura”.

CLARAS

A comunidade de Águas Claras está indignada com o posto de vacinação improvisado em {VICENTE

PIRES

Red Wolf, um novo pub

Na praça revitalizada, o parquinho alegra as crianças

um antigo postinho da PM. Com o calor, as pessoas têm que enfrentar filas sob o sol.

O pub Red Wolf, na Rua 5, traz um novo conceito de bar e uma alternativa única em Vicente Pires. Chope, sinuca, balcão, tela de projeção holográfica, espaço para música ao vivo e

boa gastronomia. Estas são algumas das opções oferecidas pela casa, que proporciona aos clientes um espaço diferenciado para se divertir e interagir com as atrações, eventos e campanhas oferecidos pelo estabelecimento. A dica é aproveitar a promoção de inauguração e convidar os amigos para o happy hour. Telefone: 3297.4777


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A fórmula da terceirização: inoperância e incompetência

A

ntes de falar sobre terceirização, é importante contextualizar e dizer a você, leitor, quem ganha com o sucateamento da Saúde. Porque é assim, como um efeito dominó, que chegamos até o plano do GDF de terceirizar a distribuição de medicamentos na rede pública. É assim que funciona: existe uma intenção real de sucatear os serviços públicos, colocá-los em crise e, depois disso, entrar com a “solução” chamada terceirização. Como já falamos antes, essa é uma estratégia recorrente desta gestão. Só que não podemos deixar isso acontecer.

Não falta dinheiro para investir na Saúde. Na verdade, segundo levantamento do Ministério Público, o GDF deixou de usar R$ 361 milhões na área. Sim. O dinheiro estava lá, os pacientes estavam nas filas, os médicos e demais servidores estavam precisando de material para trabalhar e, mesmo assim, nada foi feito. Porque não há vontade de fazer. Para eles, do lado de lá, se piorar, melhora. Porque aí, sem qualquer constrangimento, eles nos dizem que, para melhorar, tem que terceirizar. É uma espécie de atestado de incompetência aliado à sen-

sação de esperteza. Porque a terceirização favorece a corrupção. Em geral, o que acontece nos processos de terceirização, como já falamos inúmeras vezes no que diz respeito, por exemplo, ao Instituto Hospital de Base (IHBDF), é que os resultados são bem positivos, tão e somente, para as empresas: que assinam contratos fartos com o Estado. Não há, portanto, preocupação em, de fato, melhorar o que está ruim. A “casa arrumada” foi, deliberadamente, bagunçada. E Rollemberg sabe disso. O que, talvez, ele ainda não saiba, é que nós sabemos

como funciona a estratégia que, agora, ele pretende estender para a distribuição de medicamentos. Hoje, 100 servidores fazem o recebimento, armazenamento, distribuição e transporte desses produtos. Você não leu errado: são apenas 100. Para todo o Distrito Federal. Contratar novos servidores? Valorizar o serviço público? Investir em um plano sério para melhorar a logística? Não. Nada disso é solução. Para o GDF, que, aliás, já cogitou a terceirização desse serviço no início do governo, é preciso contratar uma empresa de fora para fazer isso. Nes-

Dr. Carlos Fernando, presidente do Sindicato dos Médicos do DF

ta gestão que não sabe/não quer gerir, para aperfeiçoar, é preciso terceirizar. É uma verdadeira confissão de inoperância e incompetência.

Faltam escolas na minha cidade!


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Pra Lêdinha, com Amor! Rainha de vários súditos e guardiã absoluta de seu reino! Ninguém ouse desafiar sua capacidade de ser e fazer os outros felizes Eis que, para comemorar o 68º aniversário de Lêda Maria, a 8 de setembro, foram chegando palavras de amor: dos filhos Cláudio e Fernanda; das netinhas Bárbara e Malu; da norinha Alê e da irmã espiritual Dóris Marize, cuja mensagem transcrevo, ipsis literis: “Era uma vez um lugar mágico! Encantador, na verdade. Ali o sol aquece sem queimar, a chuva cai sem fazer barulho, as plantas sobrevivem por meses com suas flores

e cores, o vento refresca sem incomodar. E neste clima delicioso, a vida segue seu curso em um ritmo livre e solto. Lá, mora um sábio! Um homem lúcido, sensível, íntegro e gentil, que domina tão bem as palavras que, quando as aprisiona, sempre é possível imaginar algo não escrito. Às vezes, eu penso que ele é um encantador de palavras! Será? Este sábio relata seus medos com a força e a simplicidade de quem bra-

Regência verbal Boa parte do estudo da gramática passa pelo raciocínio, mas existem alguns tópicos que precisam ser memorizados Nesta semana, houve o reinício das atividades da seleção brasileira. Foram dois confrontos, contra os Estados Unidos e El Salvador. Você assistiu aos jogos? Ou você assistiu os jogos? Provavelmente, você, com alguma facilidade, reconheceu que a primeira pergunta está gramaticalmente correta. Mas sabe por que você sabe isso? Porque você decorou! Felizmente, boa parte do estudo da gramática da nossa língua passa pelo raciocínio, mas existem alguns tópicos que precisam ser memorizados (principalmente por aqueles que irão fazer provas de concursos, vestibulares ou ENEM). Entre eles, está a regência de alguns verbos da língua portuguesa. Fiz uma lista deles para você! Divirta-se!

1. Agradar VTD: no sentido de “fazer carinho” Ex: O esposo agradava a mulher. VTI: no sentido de “ser agradável” Ex: O assunto não agradou aos convidados. 2. Ajudar VTD ou VTI (sem alteração de sentido). Ex: O professor ajudou os (aos) alunos. 3. Aspirar VTD: no sentido de sorver (o ar), sugar. Ex: A diarista aspirou o pó da sala. VTI: no sentido de desejar, almejar, querer. Ex: Ele aspira a um cargo público. 4. Assistir VTI: no sentido de ver, presenciar. Ex: Eu assisti ao maravilhoso

vamente superou-os, vivendo cada desafio de frente. Ele fala de sua vida como um espectador de sua história e encanta a todos, mesmo que sua vida tenha sido reescrita inúmeras vezes, na busca incansável de descobrir o mistério das coisas... um verdadeiro repórter da vida, eu diria! Ele, o sábio, se casou com uma rainha. E, assim como as histórias, ela, a rainha, cuidou de tudo, do castelo, dos filhos deles e de outros filhos, fossem dele ou dos amigos! O castelo vive cheio, e ali todos são felizes! E quando todos esperavam que a rainha fosse descansar e viver a mágica do não ter pressa, ela se dispôs a continuar cuidando de tudo, mais intensamente! Ela não para, dorme pouco, mas sonha muito da janela de sua torre. E ali ela planeja as férias das netas, os aniversários dos filhos e vive a reviver a sua volta a Paris. Ninguém

tem dúvida de que ela já morou por lá! Quando? Em algum momento de uma vida. Sim, porque as rainhas vivem várias vidas em um só tempo! Assim é Lêdamaria! Uma rainha de vários súditos e a guardiã absoluta de seu reino! Ninguém ouse desafiar sua capacidade de ser e fazer os outros felizes, pois a rainha abraça o tempo, desfaz os nós e refaz o que for preciso, até mil vezes, para garantir o final que ela imagina ser o adequado para cada um! Feliz Aniversário, Lêdamaria! Vida longa à rainha!”. Diante de tanta beleza ornamentada com palavras, o que este felizardo marido pode acrescentar? Simplesmente que te amo, Lêdinha, ad aeternum!

clássico. VTD (preferencialmente) ou VTI: no sentido de dar assistência, ajudar. Ex: O médico assiste os (aos) enfermos. VI: no sentido de morar. Ex: A família Piquet assiste em Brasília.

VTD: lembrar/esquecer (sem o pronome). Ex: Meu pai lembra o seu nome. Eu esqueci a sua blusa. VTI: lembrar-se/esquecer-se (com o pronome). Ex: Meu pai se lembra do seu nome. Em esqueci-me da sua blusa.

5. Atender VTI ou VTD (sem alteração de sentido). Ex: O juiz atendeu (a) todos os advogados.

10. Obedecer VTI. Ex: Eles não obedecem ao regulamento.

6. Chamar VTD: no sentido de convocar. Ex: A mãe chamou o filho para almoçar. VTD ou VTI: no sentido de “dar nome” ou “apelidar” Ex: Eles chamavam a (à) mãe de heroína. 7. Chegar VI: mas, quando acompanhado de expressões locativas, deve-se usar a preposição “a”. Ex: Chegaremos cedo à escola.

Fernando Pinto Jornalista e escritor

11. Proceder VTI: no sentido “de iniciar”, “executar”. Ex: O ator procedeu à apresentação. VI: no sentido de “ter procedência”, “ser verdadeiro”. Ex: A fala de empresário não procede. 12. Visar VTD: no sentido “de mirar”, “ver”. Ex: O atirador visou o alvo. VTI: no sentido “almejar”, “desejar”. Ex: Ele visa a um novo emprego.

8. Implicar VTD ou VTI: no sentido de “acarretar”, causar. Ex: O seu comportamento implica (em) demissão. 9. Lembrar/lembrar-se (também válido para esquecer/esquecer-se)

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 15 a 21 de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Jerônimo – tetraplégico, cego e vencedor Longe de abater-se, prosseguiu com mais fé. E dizia: “Deus é tão bom que até a doença me deu à prestação” Jerônimo Mendonça, mineiro de Ituiutaba, ex-jogador de futebol, sonhou vendo-se de duas maneiras: de pé e deitado. Um velho, que depois ficou sabendo tratar-se de Bezerra de Menezes, o esclareceu: o de pé é você hoje; o deitado é você amanhã. Tempos depois Jerônimo foi acometido de paralisia progressiva provocada por artrite reumatóide. De muletas, passou para a cadeira de rodas e posteriormente para a

cama. Inicialmente revoltado, mudou de ideia ao ler o livro “Apenas Uma Sombra de Mulher”, de Fernando D’O. Converteu-se ao Espiritismo, fundou Centros Espíritas e orfanato e, por 32 anos, viajou pelo Brasil divulgando seu trabalho. Com o tempo, nova catástrofe aconteceu. Ficou cego e teve que arrancar os olhos para livrar-se da dor insuportável. Longe de abater-se, prosseguiu com mais fé. Dizia ele:

E se alimentos saudáveis fossem mais baratos? Hábitos alimentares ruins são grandes vilões para o aumento da obesidade, como o consumo de refrigerantes Frequentemente abordo aqui no Brasília Capital a temática da obesidade. Porém, hoje vamos tratar de outro aspecto relacionado ao assunto: o incentivo governamental para a produção de bebidas e alimentos não saudáveis. Os hábitos alimentares ruins são grandes vilões para o aumen-

to dessa pandemia, e o consumo de bebidas açucaradas, tais como os refrigerantes, contribuem muito para o quadro. Dados mundiais mostram que o consumo de refrigerantes se tornou mais acessível nas duas últimas décadas. As bebidas açucaradas estão cada vez mais baratas, tanto para

“Deus é tão bom que até a doença me deu à prestação”. O que fez Jerônimo reagir de forma tão positiva? A culpa dos erros cometidos em vidas passadas alojada no inconsciente, a programação existencial que trazia, a leitura do livro, o sonho com Bezerra de Menezes, mas, acima de tudo, o ideal. Para Vicktor Frankl, psicanalista sobrevivente de campos de concentração nazista e autor do livro “Em Busca de Sentido”, são o ideal e o desejo de encontrar-se com pessoas amadas os dois eixos que fazem alguém superar dificuldades terríveis. Assim foi com Jerônimo. Alegre, bem humorado, contador de estórias edificantes, foi a pessoa mais agradável que conheci nesta vida. Gente revoltada, triste, sem vontade de viver, envergonhava-se, encantava-se, e muitas vezes chorava

ao encontrá-lo. Como bem já ensinou alguém: “não são os acontecimentos em si que lhe fazem feliz ou infeliz. É a forma como você os enfrenta”. Jerônimo os enfrentou e os venceu com maestria, embora muitas vezes tivesse precisado do apoio do Mestre Chico Xavier, que sempre o ensinava: “quando a nossa vida está por um fio, devemos trabalhar muito no bem para engrossá-lo. Você não é um coitadinho. Você é um filho de Deus”. Todos somos filhos de Deus. Viver com disposição, solidariedade e sinceridade nas relações, desenvolvendo os sentimentos de dignidade, utilidade e gratidão é o que o Criador espera de nós.

serem produzidas quanto para serem consumidas. Consequentemente, comprometem uma porcentagem cada vez menor do orçamento de indivíduos e famílias. A tendência é global, mas é ainda mais acentuada nos países pobres e em desenvolvimento. As conclusões são de um estudo publicado em maio deste ano pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos. Foram analisados dados de 82 países, de 1990 a 2016, sendo 40 países de alta renda (como Estados Unidos e França) e 42 de média e baixa renda (como Brasil e Colômbia). A partir daí os pesquisadores correlacionaram informações sobre o preço real das bebidas açucaradas e

o preço em relação à renda per capita dos indivíduos. Então, veio à tona uma discussão antiga e pertinente sobre a taxação de alimentos e bebidas não-saudáveis. Se os países não implementarem uma política de aumento de preços para este tipo de produto, será cada vez mais difícil conter a epidemia de sobrepeso e obesidade que se espalha por todo o mundo. Não é justo “culpar” as escolhas individuais quando o ambiente é obesogênico. Pense nisso!

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)


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Os homens e os morangos Anna Ribeiro (*)

E

spumante no gelo, luz de velas – mentira! A luz era normal mesmo. Mas eu estava regulada para meia luz. Coisa de mulher, a tal meia-luz. Banho recente, sentiu o cheiro de sabonete? Música boa. Para completar, os tais morangos doces. Caríssimos, diga-se de passagem, mas um luxo. Em certas ocasiões não são só permitidos, são necessários. E falta falar sobre um pequeno detalhe. Ele. Detalhe porque, no imaginário feminino, mais vale o cenário, a iluminação, o texto, e só muito depois e menores são os personagens. Mas faltava Ele. Sim, em maiúsculo, Ele, Ele, Ele. Um homem que devia ter ascendência grega. Digo, dos Deuses Gregos – mentira! Tinha mesmo era um sotaque que não deixava dúvidas da procedência sulista. Mas, Ela apaixonada, entregue a uma paixão com tons vermelhos como os tais morangos. Cenário check. Banho check. Gelo, espumante e Eles, os morangos doces. Como deve ser o amor em seu primeiro ato. Doce, mas não muito. Só o suficiente para ter vontade de repetir, repetir, repetir... Será que me atrevo? Inicio os trabalhos? Acho chique mulher que abre sozinha o espumante – mentira! Na verdade eu estou louca de vontade de ver minha flutê cheia de bolhinhas, que são mais eficazes que Rivotril! Isso sim, é verdade. Mas, e o cenário? Não,

vou esperar, fazer “a recatada”. Mais uma música e Ele já chega. Coisa de tempo. Espera. Um pouco sobre espera. Uma mulher não espera simplesmente. Ela projeta, vive cada pequeno ato que compõe a preparação. As preliminares emocionais são as mais intensas e mais significativas, e geralmente influenciam diretamente as outras. Desde o convite, as palavras certas, lidar com a insegurança, ainda que o “sim” ao convite seja de fato um pouco de frio na barriga. Faz parte. Não quer parecer chata.Não quer parecer fácil. Não quer parecer antiquada. Por pouco não quer ela mesma aparecer. Vai entender! Depois o a bebida. O espumante é bebida para celebrações. E há celebração maior que o amor? Moço, um espumante por favor! Para acompanhar, Eles, os morangos, claro. Quem nunca assistiu Uma linda mulher? Richard Guuer sabia das coisas. Bem que podia ser ele, hein? Afinal ele paga as contas dele e dela. Quem foi que inventou essa história de feminismo, de dividir conta? Manda o endereço por favor! Essa modernidade, as vezes cansa! Sem contar que nós, antes de preparar o cenário e etc. fazemos a preparação real! E

isso é caro, e geralmente envolve processos dolorosos. Ficar bonita dói. A Beyonce lançou uma música com o título A beleza Dói. Concordo. E você também que eu sei. Enfim, a campainha! É praticamente Vivaldi! Nunca tinha reparado na minha campainha. Mas é Vivaldi, com certeza. Os passos apressados até a porta, o coração ainda mais apressado. É Ele. É o Deus Grego do interior; melhor, é um projeto inacabado, peça de colecionador. Já sei! Obra de arte. Sabe, obra de arte, horrível, mas a gente acha lindo! Então; Ele. Abraço, aquele abraço gostoso, quentinho, um beijo de “oi”, e entre uma amenidade e outra; meu dia foi bom , o meu também. Mal sabe ele quanto tempo esse cenário todo me custou física e emocionalmente. Coisa mais linda é um homem abrindo um espumante com classe! Não foi o caso. Mas relevei. Olha, temos morangos. Era meu trunfo! Aposto que ele nunca viu morangos tão lindos e doces. Lá estavam Eles, os morangos, vermelhos, lindos. Não tardou e o primeiro se foi. Não, não fui eu quem comeu. Ele comeu não só o primeiro, mas o maior morango! Comeu junto a educação, comeu junto a gentileza, comeu junto a classe. Comeu o romance, comeu. E com isso me fez pensar no outro. Aquele que ainda habitava meu coração. Aquele que eu deixei, mas que nunca me deixou, aquele que abria a porta do carro. Aquele que me servia, com toda a classe do mundo taças de amor, de dedicação, de romance, de tudo o que eu no fundo sabia. Um Deus. Não era grego, mas me fazia rainha. Benditos morangos. Fiquei tão agradecida que nunca mais comi morangos doces!

IMAGEM ILUSTRATIVA

(*) Escritora


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