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Candidato a presidente da Terracap responde a processo Advogado Mateus Leandro de Oliveira (foto) é acusado, na 5ª DP, de apropriação indébita de honorários Ano VIII - 387
Brasília, 3 a 9 de novembro de 2018
Pelaí - Página 3
FOTOS: REPRODUÇÃO
Direita, volver!
Pela primeira vez desde a redemocratização após a ditadura militar (1964-84), o Brasil terá um governo de extrema direita. O capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República com 57,8 milhões de votos. Ele derrotou Fernando Haddad (PT), opção de 47 milhões de eleitores. Em 28 anos como deputado federal, Bolsonaro manteve um discurso radical, inclusive defendendo a tortura de adversários do regime, o que agora assusta setores progressistas da sociedade. A expectativa, porém, é de que o novo chefe da Nação governe para todos os brasileiros - inclusive aqueles que não concordam com suas ideias -, respeite a Constituição e defenda a Democracia.
PT faz maior bancada da Câmara Federal
Ibaneis: um olhar para o futuro do DF
Mesmo diante da onda antipetista, partido conseguiu eleger 56 deputados, quatro a mais que o PSL de Jair Bolsonaro, que saiu de oito para 52 parlamentares.
Governador eleito se compromete a não perder tempo reclamando de possível herança maldita. “Quem casa com a viúva, leva os filhos”, diz.
Páginas 6 e 7
Páginas 8 e 9
JÚLIO PONTES
Páginas 4 e 5 e Editorial - Página 2
Arrudismo está de volta ao Buriti Oito anos após o escândalo da Caixa de Pandora, grupo do exgovernador José Roberto Arruda voltará a ocupar cargos no GDF Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11
Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 3 a 9 novembro de 2018 - bsbcapital.com.br
E
x p e d i e n t e
Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br
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EDITORIAL
Presidente de todos
C
inquenta e sete milhões e oitocentos mil brasileiros elegeram, domingo (28/10), Jair Bolsonaro. O capitão reformado do Exército será o 38º presidente da República Federativa do Brasil. Outros 47.040.906, que votaram em Fernando Haddad, disseram não à proposta de um governo de extrema direita apresentada pelo futuro mandatário. E quase um terço dos eleitores aptos – 31,3 milhões – preferiram não optar entre um dos dois projetos, abstendo-se ou votando em branco ou nulo. Fato é que, pelas regras do sistema eleitoral, Jair Messias Bolsonaro, de 63 anos, tornar-se-á, a partir de primeiro de janeiro de 2019, o chefe da Nação, de fato e de direito. Caberá a ele, a partir de então, ter a grandeza de compreender que deverá governar para todos os 209 milhões de brasileiros, tenham eles votado em seu projeto ou não. Já nos primeiros momentos após a proclamação das urnas, o presidente eleito fez um pronunciamento jurando respeito à Democracia e à Constituição. Um bom sinal, tendo em vista os discursos inflamados que o caracterizaram ao longo dos 28 anos como deputado federal e, mais
C
nIbaneis e Celina Fiquem sabendo que nossa querida deputada Celina Leão é uma pessoa de compromisso e de muito caráter. Tenho certeza de que ela nunca deixará de honrar a população do DF. Estamos juntos, Celina! Rogério Santos, via bsbcapital.com.br Meu Deus! O que esperar dessa deputada? Não perdeu o
mandato de distrital graças ao corporativismo de seus colegas. Antônio Mascarrais, via bsbcapital.com.br Ibaneis disse: ninguém que estiver condenado ou respondendo processo será nomeado em meu governo”. Celina responde processo. Será que Ibaneis manterá a palavra de campanha? José Net, via bsbcapital.com.br
recentemente, como pré-candidato e candidato a presidente da República. Bolsonaro precisará compreender que, de forma indireta, a oposição e os movimentos sociais também ajudam a governar. A repulsa que explodiu nas redes sociais e na imprensa à anunciada fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, no início da semana, não é meramente discurso de contrários.
Ao moderar seu discurso, Bolsonaro estará sinalizando para seus seguidores mais fanáticos que desceu do palanque e agora precisa conduzir os destinos do País com o máximo de sensatez O movimento pode contribuir, por exemplo, para preservar as boas relações do Brasil com a China, nosso segundo maior parceiro comercial, atrás apenas dos Estados Unidos, e com outros mercados. Afinal, esses consumidores não aceitam produ-
tos que não tenham alguma certificação ambiental. Ao moderar seu discurso, o presidente eleito também estará sinalizando para seus seguidores mais fanáticos que desceu do palanque e agora precisa conduzir os destinos do País com o máximo de sensatez. Todos terão que compreender que não basta continuar repetindo o bordão “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e sair desfilando paramentados de verde e amarelo. Não é porque Bolsonaro defende a revisão do estatuto do armamento, por exemplo, que cada cidadão comprará um revólver e sairá por aí atirando a torto e a direito. Frases, declarações, vídeos e reportagens sobre destemperos verborrágicos de Jair Bolsonaro e seus seguidores mais próximos, inclusive familiares, são fartos nos meios de comunicação e nas redes sociais, território predileto do presidente eleito. A expectativa da Nação, a partir do resultado das urnas, é que esses arroubos de arrogância e intolerância permaneçam apenas no mundo virtual, e não sejam postos em prática contra conquistas históricas e fundamentais de toda a sociedade nas últimas décadas, sendo a principal delas a Democracia.
a r t a s
Filippelli está doido pra assumir e levar seus comissionados! Cristina Marinho, via Facebook Sobre nota no Pelaí que mostrou possível articulação de Tadeu Filippelli para que Ibaneis Rocha nomeasse Celina Leão para algum cargo no governo e ele assumisse a Câmara Federal como suplente de Celina.
nRodrigo Rollemberg Só vamos saber depois que acabar o governo. Quanto ao senhor, Rollemberg, fechou as delegacias e não fez nada para a PMDF e nada pra saúde, educação e segurança. Ibaneis pelo menos abriu espaço para dialogar com o servidor, coisa que o senhor nunca fez! Deya Deynha, via WhatsApp
Você também é, Rollemberg. Nunca recebeu a comissão de negociação do Sinpro-DF. Marilene Vieira Silva Rocha, via Facebook Sobre entrevista com o então candidato a reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB). Ao Brasília Capital, ele afirmou que seu então opositor à disputa do segundo turno é “arrogante” e que não vai cumprir todas as promessas.
Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 3 a 9 novembro de 2018 - bsbcapital.com.br
A nota sucinta distribuída pelo empresário José Humberto Pires para declinar do convite do governador eleito Ibaneis Rocha para que ocupasse a Secretaria de Desenvolvimento Econômico não esclareceu que, já na segunda-feira (5), ele estará em São Paulo assumindo a vice-presidência da GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação) e um cargo no Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Moro na Justiça
Cotado para a Terracap responde a processo REPRODUÇÃO SITE MOLIVEIRA
EDILSON RODRIGUES / AGÊNCIA SENADO
O juiz Sérgio Moro (foto), responsável pela Lava Jato e pela condenação do ex-presidente Lula (PT), será o ministro da Justiça do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O convite foi aceito na quinta-feira (1º). Moro provavelmente será indicado para a primeira vaga que surgir no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019. LAVA JATO – Com a saída de Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba, quem deve assumir o andamento dos processos da Lava Jato é a juíza substituta Gabriela Hardt. Ela já vinha atuando em situações de ausência do titular e deve seguir a mesma linha dele nas investigações. Foi Gabriela quem decretou a prisão do ex-ministro José Dirceu, em maio. Aos 42 anos, é ex-juíza corregedora do presídio federal de Catanduvas. DALAGNOL NA PGR – Na mesma
O advogado Mateus Leandro de Oliveira (foto), sócio do escritório M. Oliveira Advogados e conselheiro do CONPLAN – Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF, é um dos possíveis candidatos a presidente da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). O nome dele foi sugerido por pessoas muito próximas ao governador eleito Ibaneis Rocha (MDB). linha da indicação de Moro, pessoas próximas a Bolsonaro ventilam o nome do procurador Deltan Dallagnol para a Procuradoria Geral da República (PGR). Ele se destacou como coordenador das investigações da Lava Jato. Sua escolha, no entanto, tende a sofrer resistência dos membros mais antigos do MPF. LISTA TRÍPLICE – Durante a campanha, Bolsonaro declarou que não iria respeitar a lista tríplice
do MPF para escolha do procurador-geral da República. Vai procurar alguém “livre do viés ideológico de esquerda”. RUPTURA – Além de não respeitar a lista tríplice, indicar um procurador que ainda não alcançou o topo da carreira no MP (subprocurador-geral da República) significaria uma ruptura muito grande, no entendimento de procuradores experientes.
Faro pelo poder
PROCESSO - Mas Mateus Oliveira pode ser excluído da lista de pretendentes ao cargo por não preencher um critério estabelecido pelo próprio Ibaneis: não responder a processo na Justiça. APROPRIAÇÃO INDÉBITA - O Brasília Capital teve acesso a uma Notitia Criminis (Notícia-Crime) movida por um ex-cliente de Mateus Oliveira, a Agropecuária Fazenda Urubu Ltda, pela prática do crime de apropriação indébita.
REPRODUÇÃO WHATSAPP
O senador Magno Malta (PR-ES), que chegou a ser cotado para vice de Jair Bolsonaro (PSL) e sequer se reelegeu este ano, esteve em todos os palanques presidenciais desde a campanha de Lula (PT), em 2002, como mostram as imagens ao lado. REZA FORTE – Sem mandato parlamentar, Malta buscará uma boquinha no Executivo na equipe do presidente eleito. Pastor evangélico, fez a primeira oração pública em agradecimento pela vitória, a pedido de Bolsonaro. Pelo jeito, não precisará de santo muito forte para arrumar novo emprego...
PODERES - De acordo com inquérito que corre na 5ª Delegacia de Polícia do DF, na Asa Norte, Mateus Oliveira teria se valido dos poderes que
lhe foram outorgados pelo cliente para sacar dinheiro pertencente à empresa. PRISÃO - Somente quando descoberto e notificado extrajudicialmente, sete meses após o levantamento da quantia, é que o advogado teria devolvido o dinheiro. Caso a prática fique comprovada, ele pode ser condenado de um até quatro anos de prisão, pena que pode ser aumentada em razão do crime ter sido cometido no exercício da profissão. ENROSCO - Diante da denúncia, caberá a Ibaneis decidir se mantém ou quebra a própria regra de não nomear assessores enroscados com questões judiciais. A reportagem não conseguiu contato com nenhum representante da empresa Agropecuária Fazenda Urubu Ltda e nem com o advogado Mateus de Oliveira.
IRA DA LEOA - O anúncio do nome da nora de Tadeu Filippelli (MDB), Éricka Filippelli, terça-feira (30), para a Secretaria da Mulher, revoltou a deputada distrital eleita federal Celina Leão (PP). A Leoa tinha na ponta da língua o nome de Roberta Monzoni para o cargo. E subiu nas tamancas com a escolha de Ibaneis Rocha.
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A facada que mudou o mapa eleitoral do Brasil DIVULGAÇÃO
Sangue de Bolsonaro tingiu de azul o sentimento político nacional Adriano Mariano (*) Quem leu o livro “O Voto do Brasileiro”, do pesquisador Alberto Carlos Almeida, autor do best seller “A Cabeça do Brasileiro”, sabia exatamente que a direita azul e a esquerda vermelha estariam no segundo turno das eleições presidenciais deste ano. O que não era nada previsível alguns meses antes das eleições era que Jair Bolsonaro – um político da velha guarda e sem partido relevante, sem alianças, sem recursos financeiros, sem tempo de TV, que adotou o politicamente incorreto como discurso – tomaria para si e expandiria os redutos eleitorais dos azuis, que, em hipótese pertenciam a Geraldo Alckmin. Bolsonaro conseguiu não só eleger diretamente a segunda maior bancada da Câmara Federal, senadores e diversos deputados estaduais, como também, indiretamente, ajudou a eleger diversos governadores de perfis totalmente incomuns, e venceu a corrida presidencial, contrariando a lógica. Apesar de soar estranho, o fato é que não foi o Whatsapp que impulsionou sua campanha, tampouco que a TV não foi crucial para sua vitória. A facada sofrida por Bolsonaro selou, com seu sangue e muita comoção jornalística, a aliança política da qual carecia, com um povo ressentido, roubado pelos políticos, sem perspectivas e ávido por um salvador. Quase um Messias.
Atentado do dia 6 de setembro causa comoção, faz Bolsonaro conquistar tempo de TV jornalístico e o torna conhecido em todo o território nacional
Uma catarse coletiva hipnótica Com a facada, Bolsonaro conquistou tudo o que nenhum dos outros 12 candidatos à Presidência possuía: tempo de TV jornalístico que de fato valia a pena, e não aquele do horário eleitoral gratuito, chato e desgastado. Horas e mais horas na telinha, dias e dias a fio, com narrativa humanizada e enredo da injustiça contra o líder que tentaram tirar do jogo de forma criminosa. A exposição televisiva abundante, positiva e redundante o tornou conhecido em todo o território nacional, com a marca que precisava para arrebatar corações e tornar inaceitável qualquer que fosse o argumento racional contra sua candidatura. Esta catarse coletiva hipnótica em dezenas de milhões de eleitores que se converteram em seus seguidores fiéis e não-contestadores criou o campo das manifestações espontâneas e das
fake news, que solidificaram a imagem e o voto em Bolsonaro por meio das redes sociais digitais, em especial o Whatsapp. Pouco importava se era verdade ou mentira; o que importava era que o “Mito” era o único capaz de “acabar com isso tudo que está aí”. Com um canal desses, sem ruí-
dos e sem contestações, que de forma inédita se colocou à disposição de um político, nunca foram tão desnecessários profissionais de publicidade e marketing, estruturas de produção audiovisual e tampouco magos do marketing político. O improviso e a estética amadora foram a cereja do bolo para o triunfo de um dos discursos mais vazios e despreparados da história recente do País, mas que carregava em si todos os significados necessários para a conquista de corações, devoções e votos descrentes da política tradicional. Há um clichê falado pelos apaixonados que resume a lógica do voto que elegeu Bolsonaro: “não sei dizer, apenas sentir.”
(*) Consultor em Marketing e Comunicação
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Influência nos estados Apoio a Bolsonaro alavancou campanhas de governadores em todas as regiões do País, exceto no Nordeste Júlio Pontes Colar a imagem à de Jair Bolsonaro foi a estratégia de grande parte dos governadores eleitos no segundo turno. A manobra só não deu bons resultados no Nordeste, onde a influência do ex-presidente Lula (PT) falou mais alto. Embora sofra com a onda antipetista, o Partido dos Trabalhadores foi a sigla que elegeu o maior número de chefes de Executivos. Outras quatro legendas estarão nos governos de três estados cada: MDB, PSDB, PSB e PSL. O MDB caiu de sete para três estados e foi o que mais perdeu espaço. O partido pagou pela impopularidade do presidente Michel Temer. Quem também saiu no prejuízo foi o PSDB, que tinha cinco e agora tem três governadores. Os tucanos pagaram pela falta de empolgação com a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. Além do PSL, que jamais tinha feito governadores, outras siglas também se beneficiaram com a aproximação com o discurso de Bolsonaro. O PSC e o DEM não elegeram nenhum governador em 2014, mas cada um deles estará à frente de dois estados a partir de 2019. O Partido Novo elegeu um governador logo em sua primeira eleição. Conquistou Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, derrotando o petista Fernando Pimentel. Para as projeções da legenda, será um teste de fogo. Romeu Zema pode alavancar o projeto de crescimento do Novo, ou impedí-lo de expandir-se nacionalmente. Confira no mapa ao lado a nova divisão de forças partidárias nos estados e no DF.
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PT elege maior ba PSL de Bolsonaro foi a legenda que mais cresceu em 2018 Júlio Pontes Dos 513 deputados federais para a próxima legislatura, o PT, mesmo com a onda antipetista, elegeu a maior bancada na Câmara Federal, com 56 parlamentares. O PSL foi a legenda que mais cresceu percentualmente em 2018, elegendo 52 deputados. Em 2014, o partido de Jair Bolsonaro fez apenas um deputado. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 269 – ou 52% dos deputados – vão cumprir o primeiro mandato na Casa. Em 2014, esse número foi de 240 novatos. Do ponto de vista ideológico, o Diap considerou que a esquerda manteve sua bancada, o centro perdeu cadeiras e a direita aumentou a representatividade, impulsionada pelo presidente eleito. INFORMAIS – As bancadas informais pouco mudaram. Além da dita bancada de parentes – sobrenomes de famílias presentes na Câmara e no Senado – as de empresários, ruralistas e evangélicos mantiveram a mesma representatividade. Já as bancadas feminina e a da bala cresceram. Os sindicalistas perderam força. CAMPEÕES – Eduardo Bolsonaro (PSL), que teve mais de 1,8 milhão de votos foi o campeão, seguido por Joi-
ce Hasselmann (PSL), Celso Russomano (PRB) e Kim Kataguiri (DEM) – todos de São Paulo. Fora da maior cidade do Brasil, o quinto deputado mais bem votado foi João Campos (PSB), 23 anos, filho do ex-governador de Pernambuco, morto em 2014, Eduardo Campos. CLÁUSULA DE BARREIRA – Dos 35 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 21 alcançaram a cláusula de barreira. Essas legendas terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao horário eleitoral gratuito na próxima eleição. Dos 30 partidos que elegeram parlamentares, nove não atingiram a cláusula de barreira: PCdoB, REDE, PATRI, PHS, PRP, PMN, PTC, PPL e DC. Não elegeram parlamentares e também não atingiram a cláusula de barreira: PRTB, PMB, PCB, PSTU e PCO. EXIGÊNCIA DA CLÁUSULA DE BARREIRA EM 2018: 1,5% dos votos válidos para a Câmara Federal distribuídos em nove estados. Por isso, partidos como Rede, que fez um deputado e o PV que fez quatro, podem se unir. Outra fusão possível é o PRTB (partido de General Mourão, vice-presidente eleito) se unir ao PSL para continuar tendo acesso ao Fundo Partidário e ao tempo no horário eleitoral gratuito.
Bancada de deputados PARTIDO PT PSL PP MDB PSD PR PSB PRB PSDB DEM PDT SD PODE PTB PSol PCdoB PSC Pros PPS Novo Avante PHS Patri PV PRP PMN PTC DC PPL REDE PTN PSDC PEN PTdoB PRTB
BANCADA ELEITA 2014 69 1 38 65 36 34 34 21 54 21 20 15 0 25 5 10 13 11 10 0 0 5 0 8 3 3 2 0 0 0 4 2 2 1 1
BANCADA ATUAL 61 8 49 50 37 40 26 22 49 43 19 11 16 16 6 10 9 10 8 0 5 5 5 5 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0
GANHA E PERDE -5 44 -12 -16 -3 -7 6 8 -20 -14 9 2 -5 -6 4 -1 -1 -2 0 8 2 1 0 -1 4 3 2 1 0 -1 0 0 0 0 0
ELEITOS EM 2018 56 52 37 34 34 33 32 30 29 29 28 13 11 10 10 9 8 8 8 8 7 6 5 4 4 3 2 1 1 1 0 0 0 0 0
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ncada na Câmara Reeleitos e novos
269 DEPUTADOS 244 DEPUTADOS
52%
48%
Reeleitos
Novos 8 SENADORES
15%
46 SENADORES
85%
Reeleitos
Novos
Renovação recorde no Senado No Senado, houve a maior renovação desde 1994, segundo o Diap. Das 54 vagas em disputa, 46 serão ocupadas por novos representantes. Apenas oito foram reeleitos. Aquilo que foi crucificado em campanhas por todo o Brasil como “velha política” realmente perdeu força. Nomes tradicionais não comporão o cenário na próxima legislatura. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG); o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE); o eterno líder dos governos no Congresso, Romero Jucá (MDB-RR); os ex-governadores do Paraná Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (MDB); e o ex-governador de Brasília, Cristovam Buarque (PPS); perderam seus mandato.
A legenda que mais sentiu o crescimento de antigos partidos nanicos foi o MDB. A bancada atual conta com 18 senadores. Porém, a partir de janeiro, serão 11. Mesmo com a perda de sete cadeiras, ainda será a maior bancada na Casa. O PSL que não tinha nenhum nome, agora contará com quatro parlamentares. ANÁLISE – A insatisfação dos eleitores com política não é novidade. Entretanto, o “voto de protesto”, que em 2010 e 2014 foi refletido na eleição do palhaço Tiririca (PR), que chegou a ter 1,3 milhão de eleitores e este ano se aproximou de 450 mil, desta vez foi estampado em nomes com discursos inflamados contra o PT e próximos a Bolsonaro.
A ampla popularidade do presidente eleito deverá facilitar a governabilidade. Deputados e senadores do Centrão não devem sair da base de apoio, uma vez que Bolsonaro terá apoio popular no início do governo para tomar medidas como a aprovação da reforma da Previdência e a revogação do estatuto do desarmamento. A minirreforma política aprovada em 2015 não contava com o fenômeno Jair Bolsonaro, nem com a força das redes sociais. Os deputados e senadores que a aprovaram jamais pensaram que partidos nanicos como PSL conseguiriam tanta força, mesmo sem tempo de televisão e recursos do fundo partidário. Assim, muitos políticos tradicionais ficarão sem mandato.
Bancada de senadores PARTIDO
BANCADA ATUAL
MDB PSDB PT PP PSD DEM PODE PR PSB PDT PRB PTB PPS PCdoB Rede PTC PROS S/PART. PV PSL SD PSC PSOL PHS PRP Total
18 12 9 6 5 5 5 4 3 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 81
COM MANDATO ATÉ 2019 14 8 7 5 2 2 1 3 3 1 2 2 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 54
COM MANDATO ATÉ 2023 4 4 2 1 3 3 4 1 0 2 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 27
BANCADA ELEITA EM 2018 7 4 4 5 4 4 1 1 2 2 1 2 2 0 5 0 1 0 0 4 1 1 0 2 1 0
REELEITOS
NOVOS
GANHA E PERDE
3 0 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8
4 4 2 4 3 4 1 1 2 2 1 2 2 0 4 0 1 0 0 4 1 1 0 2 1 46
-7 -4 -3 0 2 2 0 -2 -1 1 -1 0 1 -1 4 0 0 0 0 4 1 1 0 2 1 81
FUTURA BANCADA (2019) 11 8 6 6 7 7 5 2 2 4 1 2 2 0 5 1 1 1 1 4 1 1 0 2 1 81
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Um olhar pa Governador eleito promete não perder tempo reclamando de possível “herança maldita”
Carlos Marún, avisou que qualquer aumento de despesa ou de repasses para o DF dependerá de aprovação do Ministério da Fazenda. Ou seja, será necessário muita negociação ou realocação de recursos.
Orlando Pontes
NOVOS SECRETÁRIOS - Quarta (31) e quinta-feira (1º) Ibaneis esteve em São Paulo para fazer exames no hospital Albert Einstein. Encontrou-se com o vice, Paco Britto (Avante), que também estava na capital paulista. Discutiram a transição, coordenada por Paco, e a formação do secretariado, atribuição de Ibaneis. Antes de viajar a São Paulo, Ibaneis havia confirmado André Clemente para a Secretaria de Fazenda; Izídio Santos Júnior, para Obras; e Éricka Filippelli, para a pasta das Mulheres. José Humberto Pires, alegando razões pessoais, declinou do convite para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Num encontro com o distrital eleito Jorge Vianna (Podemos), com o presidente do SindMédico, Gutemberg Fialho, e seu vice, Carlos Fernando; e o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat, Ibaneis não obteve consenso de um nome para a Pasta. A possibilidade mais forte é pela escolha do Dr. Gutemberg. O governador eleito ainda administra pressões de pelo menos dois aliados que ficaram sem mandato. Os distritais Raimundo Ribeiro e Wellington Luiz, ambos do MDB, pleiteiam a Secretaria de Justiça e o Detran, respectivamente.
I
baneis Rocha (MDB) assume o GDF no dia 1º de janeiro disposto a fazer uma gestão “voltada para o futuro, sem ficar olhando pelo retrovisor”. Ele garante que não pretende perder tempo reclamando de uma possível “herança maldita” que eventualmente venha a receber de Rodrigo Rollemberg (PSB), a quem derrotou nas urnas de domingo (28/10). “Quem casa com a viúva leva os filhos”, diz, valendo-se de um antigo adágio popular. No dia seguinte à vitória, o governador eleito se reuniu com o presidente da República, Michel Temer (MDB). Apresentou quatro pedidos ao correligionário: transferir a Junta Comercial do DF da esfera da União para a local, para desburocratizar a abertura e fechamento de empresas na Capital; que o governo federal pague o salário dos servidores aposentados de Brasília (uma economia de R$ 300 milhões, suficiente para pagar o reajuste da Polícia Civil); criação da Região Metropolitana, englobando o DF e municípios do Entorno; e criação da Zona de Livre Comércio, nos moldes da Zona Franca de Manaus. Temer encaminhou os pedidos para as áreas técnicas. Mas o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência,
TRANSIÇÃO - Quinta à tarde, Paco teve a primeira reunião
com o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, para tratar da transição. As duas equipes começam a trabalhar juntas a partir de segunda-feira (5). Ibaneis promete acompanhar, mas tendo liberdade para continuar montando sua equipe e a base de apoio na Câmara Legislativa. Ele visitou a Casa na quarta-feira (30) para tratar do Orçamento de 2019. Na terça-feira (6) pretende se reunir com o presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Quer descobrir de onde poderá trazer novos investimentos para Brasília e pedir indicação para a Secretaria de Segurança Pública. Levará no bolso o nome do general Paulo Chagas (PRP), candidato derrotado ao Buriti. Também espera apoio para transformar o Aeroporto JK num terminal de carga. Para isso, já abriu as tratativas com a concessionária Inframérica. CENTRAD - Ibaneis espera inaugurar, ainda no primeiro ano de sua gestão, o Centro Administrativo (Centrad) do GDF. O complexo foi entregue às pressas no último ato do governo Agnelo Queiroz (PT), em 2014, mas jamais assumido por Rollemberg, que alega problemas de ordem legal e garante que as despesas para manutenção da estrutura seriam maiores do que os custos com alugueis pagos atualmente. Ibaneis, no entanto, aposta que a centralização do atendimento de vários serviços num único local traria vantagens para a população. Ainda assim, ele pretende deixar postos avançados desse atendimento nas administrações regionais.
Fernando Leite
Raimundo Ribeiro
Jofran
Wellington Luiz Tadeu Filippelli
Ibaneis
Joe Valle
José R.
Gal. Paulo Chagas
Cláudio A
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ara o futuro Jofran Frejat
Dr. Gutemberg
Tadeu Filippelli Paco Britto Cristovam Buarque
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Cristovam Buarque
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Claudio Abrantes
Jorge Vianna
Joe Valle
Éricka Filippelli
Abrantes Fernando Leite
Governador eleito com 1.042.574 votos, chega ao Buriti disposto a empreender um novo ritmo de trabalho, “sem olhar no retrovisor e sem reclamar de herança maldita”. Ex-secretário de Saúde, liderou as pesquisas na précampanha desistiu da candidatura “para não vender a alma ao diabo”. Tornou-se conselheiro de Ibaneis. Mas não quer assumir cargos. Ex-vice de Agnelo Queiroz, levou Ibaneis para o MDB, coligado ao PP. Por responder a processo, não será nomeado para o GDF. Participa da montagem da equipe. Vice-governador eleito. É o responsável pela transição “harmonioza” entre Rollemberg e Ibaneis. Ex-governador, elegeu a esposa, Flávia, a deputada federal mais votada. Tenta usar o cacife político para indicar aliados para o time do novo governador. Concorreu ao GDF. Teve 110.973 votos. Seu partido, o PRP, elegeu um distrital e um federal. Está cotado para a Secretaria de Segurança com as bênçãos de Bolsonaro. Adversário de Ibaneis na disputa pelo Buriti. Atingiu 169.785 votos e elegeu um distrital. É o interlocutor para levar o PSD para a base aliada do governador eleito. Distrital não reeleito e correligionário de Ibaneis. Tem bom trânsito com a Polícia Civil, que desgastou Rollemberg durante três anos. Cotado para assumir o Detran. Distrital eleito, ex-vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem será um dos responsáveis por indicar o secretário de Saúde. Aliado de Arruda, o deputado distrital teve votação pífia, mas, com a ajuda do padrinho político, quer retornar à Secrataria de Justiça e Cidadania. Senador não reeleito opina na escolha do secretário de Depois de 16 anos, perdeu a eleição para o Senado. Não ocupará cargo, mas sugere nomes e políticas para Educação Presidente do SindiMédicos, foi candidato a deputado distrital, teve boa votação, mas não foi eleito. Será ouvido na escolha do titular da Saúde e está cotado para o cargo. Apesar do PDT ter se coligado a Rollemberg, apoiou Ibaneis desde o primeiro turno. Pode ser o presidente da Câmara se levar a legenda para a base governista. Atual presidente da CLDF, não disputou a eleição. Ibaneis pode preparar uma supersecretaria para atraí-lo para a equipe do futuro governo. Nora de Tadeu Filippelli, foi candidata a distrital e conseguiu 4.285 votos. Caiu nas graças do governador eleito. Será secretária da Mulher na cota do sogro. Ex-presidente da Caesb nos governos Roriz e Arruda, coordenou os comitês de campanha de Ibaneis em todo o DF. Pode retornar ao posto que ocupou anteriormente.
Quem é quem?
Ibaneis Rocha
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Por Chico Sant’Anna
O arrudismo está de volta
O
ito anos depois de ser afastado do Palácio do Buriti, com a cassação de José Roberto Arruda, o arrudismo começa a voltar ao GDF pelas mãos do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB). Os escândalos do Mensalão do Democratas apurados na Operação Caixa de Pandora parecem não ter sido suficientemente fortes para afastar de vez a força de Arruda na administração local. Nomes-chave da equipe dele farão parte do secretariado do novo governo. Sem contar a eleição de Flávia Arruda para a Câmara dos Deputados. O empresário José Humberto Pires – ex-proprietário da rede de mercados Planaltão – que atuou como todo poderoso secretário de Governo de Arruda – foi convidado para ser secretário de Desenvolvimento Econômico. Pires, que em 2009 chegou a ser indiciado na Caixa de Pandora e depois inocentado pela Justiça, declinou do convite alegando compromissos profissionais e institucionais. Mas sua indicação aponta o perfil que Ibaneis busca para a sua equipe. Perfil reforçado pela designação do auditor da Receita do DF, André Clemente, para a Secretaria de Fazenda. Em seu currículo ele traz a passagem pelo mesmo cargo nas
JÚLIO PONTES
Eleito como novidade na política, Ibaneis recorre a velhos conhecidos para formar o secretariado
gestões de José Roberto Arruda (PR), Paulo Octávio (PP) e Rogério Rosso (PSD). Desta forma, quem vai cuidar do caixa de Ibaneis é o mesmo que cuidou do caixa de Arruda. Ao indicar Clemente, Ibaneis repete o mesmo erro de Rollemberg quando decidiu nomear para dirigir o Detran um cidadão que tinha cinquenta multas em apenas um ano. E, mais grave, processava o próprio órgão por conta disso. André Clemente, segundo a Rádio CBN, deixou de pagar o IPTU e a Taxa de Limpeza Urbana de dois imóveis no Sudoeste, de 2012 a 2015,
REPRODUÇÃO YOUTUBE
José Humberto: compromissos profissionais
e o IPVA de um veículo nos anos de 2013 e 2014. Por isso, teve o nome inscrito na dívida ativa do DF. Em 2016, a Procuradoria-Geral do DF entrou com ação contra ele cobrando o pagamento de uma dívida de R$ 20 mil, com as correções. A dívida foi parcelada em 60 vezes. De janeiro até agora ele pagou mais de R$ 10 mil. O salário médio de um auditor fiscal em Brasília é de R$ 22.671, podendo variar o inicial de R$ 12.300 até o topo da carreira, R$ 30.000. Clemente alegou problemas financeiros pessoais para não pagar os impostos devidos,
além de discordar das alíquotas cobradas. Independentemente do que motivou o não pagamento, não parece salutar, nem transmite uma boa mensagem de moralidade administrativa a indicação para a Secretaria da Fazenda de um auditor fiscal que esteve inadimplente para com o Fisco. É bom lembrar, que a missão de um auditor é fazer com que impostos sejam devidamente recolhidos. Rollemberg teve a grandeza de reconhecer o erro e trocou o indicado para o Detran. Ibaneis não parece inclinado a fazer o mesmo.
executar obras, não é das melhores práticas. Não demonstra equidistância. O GDF já teve excelentes secretários de Obras com perfil técnico que saíram de seus quadros ou das empresas esta-
tais do DF. Assim, se demonstra uma preocupação em se manter a casa longe de qualquer suspeição de favorecimentos. Vamos ficar de olho nos próximos passos das escalações de Ibaneis.
Raposa no galinheiro Ibaneis decidiu ainda entregar a Secretaria de Obras ao vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil e dirigente da Barsan Engenharia, Izidio Santos. É o Sinduscon quem
representa os interesses das empreiteiras junto ao GDF. Entregar a gestão das obras, licitações, concorrências públicas a quem representa a corporação, ou seja, ao segmento que é contratado para
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Plenário do STF define se doação de alimentos próximos ao vencimento é legal
Rede ou peixe? A Rede Sustentabilidade sai das eleições de 2018 com o futuro indefinido. A agremiação comandada por Marina Silva e outros 13 partidos não conseguiram atingir o desempenho de obter 1,5% dos votos válidos em pelo menos nove Estados. Desta forma, não terá acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral, além de ter suas atuações nas Casas Legislativas tolhidas. A saída coletiva é a fusão com outra agremiação para que, no somatório das duas, a cláusula de barreira seja atingida. Individualmente, os parlamentares eleitos por essas legendas também poderão migrar para outros partidos. CAMARADA PEDROSA - O que se comenta no Congresso Nacional é que a Rede tende a fechar uma junção com o PPS, de Roberto Freire, que em Brasília tem como nome maior o do senador Cristovam Buarque. Na mesma situação encontram-se o PCdoB e o Pros, que estariam analisando uma unificação. O Pros de Eliana Pedrosa seria absorvido pelos Comunistas. O PSB de Rollemberg corteja o PPL de João REPRODUÇÃO: BRASÍLIA DE FATO
Eliana Pedrosa: união do PROS com o PCdoB
Lei do deputado Chico Vigilante, sancionada em 2016, foi revogada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes
Vicente Goulart, filho de Jango. Mas foi Rollemberg quem bloqueou a construção do Memorial à DemoJÚLIO PONTES
A lei distrital nº 5.694, que obrigava supermercados com mais de 400m² de área a doarem alimentos que estivessem perto de vencer a instituições de caridade será analisada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal até o final deste ano. No dia 19 de outubro, a Procuradoria-Geral da República se manifestou contrariamente à lei. Segundo a PGR, “compete à União legislar sobre o tema”, por se tratar de direito de propriedade. Ainda de acordo com relatório da Procuradoria, o fato da proximidade do vencimento dos alimentos poderia gerar danos pelo consumo. O terceiro argumento do relatório diz que a lei distrital “configura intervenção indevida no exercício do direito de propriedade”. Semelhante ao que levou Gilmar Mendes a suspender a decisão, em dezembro de 2017. “Ingerência indevida na atividade privada”, concluiu o magistrado. Além da PGR e do STF, a Advocacia Geral da União (AGU) também se posicionou contrária à norma. JÚLIO PONTES
Chico Leite: aliança com Ibaneis no 2º turno
cracia que abrigaria os restos mortais do ex-presidente. A dúvida que fica é quanto ao comportamento dos caciques dessas legendas. Chico Leite tem 80% da Rede no DF, e já se alinhou com Ibaneis. Não se sabe se haverá espaço para o partido na nova equipe, já que os “autênticos” da Rede refutam as manobras políticas de Leite. Haverá ainda uma janela para que individualmente parlamentares eleitos por esses partidos migrem para outros. Nessa hipótese, o PSL de Bolsonaro espera ganhar 15 novos deputados. Ocorrendo esse êxodo parlamentar, a desidratação das siglas que não obtiveram bom desempenho será ainda maior.
Chico Vigilante foi o autor da lei sancionado em agosto de 2016
DESPERDÍCIO – Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), um terço da comida produzida no mundo vai para o lixo. A lei de Chico Vigilante combatia esse desperdício. “Os estoques de alimentos que não sejam vendidos devem ser destinados a instituições de caridade ou empenhados no bem-estar social”, diz a preposição. Além de doar para instituições de caridade, “as sobras alimentícias podem também ser encaminhadas para produção de ração animal e compostagem agrícola”, diz o segundo artigo da legislação. O órgão responsável pela fiscalização seria a Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social e o descumprimento da lei acarretava multa de R$ 10 mil ao estabelecimento.
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PATIO GOURMET - Clientes do Shopping Pátio Brasil poderão participar de aulas gratuitas de culinária às quartas-feiras, às 19h30. Programação do Pátio Gourmet inclui pratos como arroz de festa, pernil recheado, panetone salgado e harmonização de espumantes com chocotone. Outra novidade da programação de Natal é que na última quarta-feira do mês, dia 28 de novembro, a aula será de harmonização de espumantes com chocotone, com a participação do sommelier Tiago Pereira. Inscrições pelo telefone (61) 2107-7404. Classificação indicativa: a partir de 18 anos.
POR: JÚLIO PONTES SAMAMBAIA
DISTRITO FEDERAL
BRASÍLIA
Chuva forte derruba árvores e causa estragos
Triplet: Uma nova forma de trabalhar o esporte
Brasília Trends traz arte, design e moda para a Capital
A forte chuva no final da tarde de quarta-feira (31) causou estragos em Samambaia Sul. Uma árvore caiu em cima do carro de uma funcionária da Clínica da Família, na quadra 314. No mesmo dia e local, um ônibus foi parar no canteiro da avenida entre as quadras 300 e 500. O Corpo de Bombeiros foi chamado e desobstruiu as áreas. Ninguém ficou ferido.
DIVULGAÇÃO
THIAGO OLIVEIRA
Túlio Moraes e Gustavo Pontes: jovens empreendedores apaixonados por esporte
ÁGUAS CLARAS
Pane no metrô assusta moradores e interrompe circulação Um curto-circuito provocou uma explosão em um dos vagões do metrô às 19h de quarta-feira (31). O trem afetado pelo problema estava próximo à Estação Arniqueiras e seguia no rumo à Central. O vagão foi retirado pelo Metrô-DF e a circulação dos veículos normalizou-se por volta das 22h10 do mesmo dia.
Brasília é uma cidade que respira esporte, mas não possui uma empresa que trabalha o desporto profissionalmente. Pensando em mudar esse cenário, dois jovens empreendedores brasilienses com vivência no exterior estão fundando a Triplet Sports Business. O projeto que chega ao mercado da capital para romper com as barreiras do amadorismo na gestão esportiva. Para Gustavo Pontes um dos idealiza-
dores do projeto “Brasília tem muito potencial para crescer e ser reconhecida em todo o País”. Túlio Moraes exemplifica: “o basquete recentemente deu muito orgulho para a cidade. O time, que teve nomes e patrocinadores diferentes, ganhou os principais campeonatos da modalidade”. Para saber mais deste projeto inovador visite o site: www.tripletsportsbusiness.com e suas redes sociais @tripletsports.
Eixão do Lazer funcionará de 7h às 19h durante horário de verão O horário de funcionamento do Eixão do Lazer será alterado com o início do horário brasileiro de verão. A partir de domingo (4), as seis faixas do Eixo Rodoviário Sul e Norte de Brasília ficarão interditadas para veículos das 7h às 19h. A medida vale até 16 de feve-
reiro de 2019, quando o período se encerra. Normalmente, o Eixão é fechado para veículos das 6h às 18h nos domingos e feriados, quando é liberado para caminhadas, corridas, pedaladas e entretenimento da população.
De 22 a 25 de novembro o Brasília Trends contempla admiradores de arte, design, moda e tecnologia na capital. O espaço terá 10 mil m² e é voltado para a geração de novos negócios, promoção do comércio e atração do turismo para Brasília. Os participantes poderão circular pelos diferentes espaços, alternar suas atividades entre cursos, desfiles, shows, palestras e oficinas, além de participar das diversas festas promovidas durante os dias de realização. PARK WAY
The Brain fechará o ano com cinco unidades A meta do The Brain Coworking é fechar 2018 com espaços no SAAN, na 503 Sul e no Shopping CasaPark que já estão em funcionamento, além de unidades na 606 Norte e no Lay Back Park, SHTN, ao lado da Concha Acústica, que serão inauguradas no final de novembro. Uma das modalidades permite que o cliente frequente qualquer uma das unidades do coworking de acordo com sua preferência. DIVULGAÇÃO
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Governo e esperanças renovados
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m outubro de 2014, o governador eleito Rodrigo Rollemberg anunciou que teria de administrar um rombo de R$ 2,1 bilhões no orçamento. Esse foi o prelúdio de um governo que chega ao epílogo, segundo o governador eleito Ibaneis Rocha, deixando um déficit de R$ 2,4 bilhões. No dia seguinte à sua leição, Rollembeg falou com a então presidente reeleita Dilma Rousseff para torca de cortesias. Em seguida anunciou que ia tirar uma folga. Na semana em que ocupou seu gabinete-trincheira no Palácio do Buriti, entregou a conta do rombo aos servidores públicos – foi o início do arrocho e da derrocada. Ibaneis, no dia seguinte ao anúncio do resultado das eleições subiu e desceu o Ei-
xo Monumental com o pires na mão: pediu dinheiro ao presidente da República, Michel Temer, e pediu ajustes no orçamento ao presidente da Câmara Legislativa do DF, Joe Valle. Também tirou uns dias para se refazer da campanha, mas antes pediu investimentos a ministros e emendas à Lei Orçamentária Anual e 2019. No início de 2016, a equipe do governador apresentou um relatório anunciando fim da “fase do caos”. Naquele mesmo ano, por falta de medicamentos, exames, materiais, equipamentos e profissionais, a mortalidade nos hospitais do DF bateu o recorde histórico. Como seus antecessores, Ibaneis afirmou que a Saúde é prioridade. Diferente deles, não se apressou em
dizer que ia pessoalmente tomar conta da pasta nem em indicar o nome de quem será o titular. Procura alguém que possa engajar os servidores (hostilizados pelos atuais gestores) na recuperação do sistema público de Saúde e que possa articular a iniciativa privada para suprir as necessidades da demanda reprimida do SUS. As lideranças dos médicos e de outras categorias de servidores da Saúde alertaram os gestores para o fato de que, além de implantar projetos que se fossem bem-sucedidos teriam resultados em médio ou longo prazo, era necessário dar solução às questões emergenciais e pontuais para salvar vidas e evitar sofrimento. Rollemberg não ouviu, não entendeu ou não
quis escutar. Ibaneis nem assumiu e já sinalizou ter entendido a mensagem. Os servidores públicos participaram da eleição de Rollemberg com esperança de uma boa gestão e, desiludidos e desprezados, trabalharam para tirá-lo do governo. O novo governador eleito chama as lideranças das diversas categorias profissionais e de outros seguimentos da sociedade civil organizada para conversar e orientar escolhas. Desde que se abriu a possibilidade legal de reeleição para ocupantes de cargos no Executivo em mandato subsequente, não houve um governador de quem a população pedisse bis. Agora existe a perspectiva de uma reforma política que pode impedir essa perpetuação no po-
Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado
der – se passar essa lei, que seja ela o motivo para que o novo governador eleito não permaneça no cargo e não uma nova desilusão para a população do DF. Ninguém mais tem carta branca quando assume um governo no Brasil, mas isso não impede de empenharmos nossa boa vontade e esperança por uma boa gestão – depois de mais de uma década de frustrações o brasiliense precisa que o próximo governo seja bem-sucedido.
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Por onde começar o estudo para a AGU? Certame será realizado por uma banca pouco conhecida (e de fama questionável): a IDECAN Muitos alunos têm me procurado em busca de orientações de estudos para o concurso da Advocacia Geral da União (AGU), uma vez que o certame será realizado por uma banca pouco conhecida (e de fama questionável): a IDECAN. Boa parte dos que aspiram a essa carreira estão acostumadas com organizadoras grandes, como o Cespe e a FCC, e não sabem por onde começar os estudos. Por
isso, resolvi fazer este artigo! Nele, vou apresentar três dicas basilares para a sua preparação! 1. Aprenda a analisar textos contemporâneos de diversos gêneros – artigo de opinião, reportagem, crônica – e, principalmente, treine a identificação do objetivo do texto. Essa é uma questão praticamente garantida no seu concurso! Sempre se faça o seguinte questionamento: o
Seguindo os passos de Allan Kardec (*) Passei a acreditar, sem angústia, que, com quase 93 anos, está chegando a hora de reencontrar no Oriente Eterno os espíritos iluminados de meu pai e de outros bem-amados Há muito tempo que venho seguindo os passos de Allan Kardec, através do itinerário de meu pai, desde menino, quando ele me levava às sessões do Centro Espírita do qual era presidente. Eu ficava do lado de fora, brincando no pátio com outras crianças, filhos de frequentadores, sob o olhar atento do porteiro daquela entidade religiosa. Não obstante a minha expecta-
tiva, meu pai jamais fez qualquer comentário sobre a Doutrina Espírita, a não ser que eu lesse todas as noites o Sermão da Montanha proferido por Jesus. Isto até sua morte, em 1937, me deixando órfão de pai e mãe aos 11 anos, quando fiquei sob a guarda de um irmão mais velho, que me espancava sem o menor motivo -, conforme já relatei na minha recente autobiografia “O Meni-
MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO
Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas
Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br
autor fez esse texto para quê? Questionar uma realidade? Contar uma história? Criticar algum fenômeno social recente? Além disso, essa questão é chave para que você tenha êxito nas demais questões de compreensão e interpretação! 2. Como eu disse inicialmente, a fama da banca é questionável. É comum encontrar questões antigas da banca com mais de uma alternativa correta; por isso, é fundamental que você aprenda a encontrar a opção mais certa entre as certas. Isso é horrível, mas a IDECAN adota esse critério. Para tanto, analise as afirmativas e veja qual delas é mais específica ou mais descritiva em relação ao que é questionado. Até recomendo que, ao longo da sua preparação, você separe algumas questões com essa característica para revisá-las separadamente. Assim, você vai se tornar cada vez mais assertivo!
3. Resolva a maior quantidade de questões antigas da IDECAN possível – e, se possível, refaça as mesmas provas repetidas vezes. Sei que o prazo é curto, mas eu sugiro que você pegue provas aplicadas entre 2018 e 2016 para treinar. Resolva-as e repita-as! Você vai perceber que, entre elas, há um certo padrão em relação à escolha do texto e a elaboração das questões. Conseguir introjetar essas similaridades é fundamental! Esses três passos representam o seu ponto de partida, mas assevero que eles já vão proporcionar um resultado muito interessante para a sua aprovação! Agora, é com você! Mãos à obra e bons estudos!
no que Tinha Medo de Gente” e que prefiro esquecer, para sempre. Aliás, foi nesse livro que relembrei a minha Primeira Comunhão na Igreja dos Franciscanos, em Santarém, de olho num distinto senhor sentado na primeira fila do templo, trajado com seu terno escuro de Maçom. Quem era? Meu pai! Quanto à minha adolescência, sem entender o Latim ministrado nas missas daquela época, me afastei, definitivamente, do catolicismo. Finalmente, filiei-me à Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, na qual recebi um banho de espiritualidade. Daí meu ingresso na década de 50 numa Faculdade de Teologia, em São Paulo, curso acadêmico que abandonei poucos dias antes de me diplomar Pastor Presbiteriano, motivado por um incidente que ofuscou a minha fé, decisão difícil também registrada naquela autobiografia.
Afinal, o espaço está encolhendo e ainda não entrei no mérito de o porquê ter decidido seguir os passos de Allan Kardec, na extensão dos passos de meu pai. Trata-se de uma conversão racional, depois de me inspirar nos exemplos que o fundador do Espiritismo deixou em palavras escritas e atos isentos de pecados. Essa decisão ficou fortalecida, recentemente, pela confirmação que recebi de minha filha Fernanda, que é médium praticante. E só então passei a acreditar, sem angústia, que, com base nos meus 92 anos e 11 meses de vida, está chegando a hora de reencontrar no Oriente Eterno os espíritos iluminados de meu pai e de outros bem-amados que partiram, inclusive minha mãe!
Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)
(*) Francês, professor, cujo nome de batismo era Hippolyte Léon Denizard Rivail.
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Seletividade alimentar infantil Encontrada principalmente para frutas e hortaliças, ela gera ansiedade e preocupação nos pais A seletividade alimentar infantil é um comportamento caracterizado pela recusa alimentar, pouco apetite ou desinteresse por determinados alimentos. Essa seletividade na infância é comumente encontrada para frutas e hortaliças, gerando ansiedade e preocupação nos pais, já que a escolha é prioritariamente por alimentos com pouco valor nutricional. É necessário atenção para os casos
de seletividade alimentar infantil, pois ela pode se perdurar pela adolescência e até à vida adulta. A seletividade pode levar a situações que desencadeiam a má relação do indivíduo com a alimentação, principalmente quando há um grande número de alimentos que a criança não consome, ou pela falta de interação com novos alimentos. Essa seletividade não causa transtornos alimentares, mas pode apresen-
Viva sem expectativas A questão da frustração surge porque tudo o que buscamos achamos que é melhor para nós. Como podemos ter certeza? Um problema muito sério nos dias de hoje é o suicídio. E uma de suas razões reside na frustração. Frustração acumulada provoca desânimo e desespero em pessoas sem fé e sem compreensão do sentido da vida, agravados, nesta geração, pela criação superprotegida que recebem.
Gente que se abala por qualquer problema; que permanece na casa dos pais por comodismo e com medo de assumir responsabilidades. Ainda assim, quando sai para casar retorna ao menor desentendimento. Educação verdadeira dá-se pela combinação de energia e afeto, liber-
tar déficits nutricionais relacionados aos alimentos rejeitados, isolamento social devido a dificuldade de frequentar lugares que não oferecem os alimentos aceitos, desenvolvimento de mais seletividade alimentar, piorando assim sua relação com os alimentos e possíveis escolhas adequadas. A criança ainda pode variar na seletividade, aceitando em determinado momento o alimento que antes era rejeitado ou ainda rejeitar um alimento que antes era consumido sem dificuldade. Também é importante saber diferenciar a seletividade alimentar da dificuldade alimentar. Na seletividade, a criança apresenta poder de escolha dos alimentos que deseja comer, demorando mais tempo para aceitar mudanças no cardápio e na introdução de novos alimentos. Já na dificuldade alimentar, a criança apresenta escolhas alimentares restritas,
que podem ser consequência da falta de habilidade para comer ou interpretar estímulos sensoriais dos alimentos. Existe uma grande variedade de alimentos que podem ser apresentados com formas diferentes de preparo e ofertadas repetidas vezes, para facilitar a aceitação e adaptação da criança, diminuindo possíveis carências nutricionais e não afetando no desenvolvimento infantil. Em casos de dificuldade alimentar, é recomendado acompanhamento nutricional e psicológico, onde os profissionais vão analisar e tentar entender a verdadeira causa e assim evitar o prejuízo no desenvolvimento infantil.
dade e limites, diálogos e bons exemplos, objetivando que o educando desenvolva-se em amor e sabedoria. Sabedoria que vem pelo conhecimento aplicado e pela experiência, desde que, cada pessoa, seja encorajada a buscar objetivos, caminhando com suas próprias pernas e pensando com a própria cabeça. A busca de objetivos deve se dar como se tudo dependesse somente de cada um e ao mesmo tempo como se tudo dependesse de Deus. Assim é que se deve viver sem expectativas, sem frustrações, confiando que há programação existencial para todos. Ninguém está aqui por acaso. Todos estamos aqui por uma causa. A questão da frustração surge porque tudo o que buscamos achamos que
é melhor para nós. Como podemos ter certeza? Não temos. Quando confiamos que há uma programação, não nos frustramos mais quando não conseguimos algo que buscávamos, apenas avaliamos, tiramos os ensinamentos, melhoramos, e seguimos em frente. Viva com objetivos, mas sem expectativas. O fim do namoro, do casamento, do emprego, o fracasso no concurso podem ser o melhor que poderia lhe acontecer. Apenas aprimore-se sempre, confie e siga com os mestres do oriente: “Caminhe! até que não aja mais nem caminho e nem o caminhante e só exista o caminhar”.
(*) Texto: estudantes da Universidade Católica de Brasília: Bárbara Almeida, Jamile Braz, Juliana Almeida e Rhaylane Gomes. Revisado por: Caroline Romeiro.
José Matos Professor e palestrante
Brasília Capital n Artigo n 16 n Brasília, 3 a 9 novembro de 2018 - bsbcapital.com.br
O agro é pop e agora é OP REPRODUÇÃO
Rayssa Tomaz (*)
S
e fosse o Brasil um país sério e verdadeiramente comprometido com a sustentabilidade, poderíamos até comemorar a fusão de duas pastas ao primeiro olhar tão antagônicas como a Ambiental e a da Agricultura, mas profundamente interligadas em sua essência. Mas sinalizações do novo presidente do Brasil apresentam a completa ignorância sobre temas tão relevantes, ou denotam claramente a quem serve este projeto. O agro agora é OP, siga inglesa popular na internet e que significa “OverPowered”, com força além do normal. Em diálogo constante com o lobby rural brasileiro ao longo de todo o período eleitoral, é sabido que este segmento é detentor de uma das maiores e mais poderosas bancadas no Congresso Nacional. O retrocesso se avizinha e custará caro, uma vez que a recomposição de danos - em especial os que impactarão diretamente nos recursos, é quase de uma inocência pueril. O meio ambiente não pode perder, ou todos nós perderemos, inclusive aqueles que enriquecem por meio da terra – mas não para a Terra. Para você que acredita ser este um papo de ambientalistas hippies, tentarei explicar de forma mais prática e didática a magnitude do problema. Ambas as áreas tratam do mesmo tema em abordagens por vezes distintas. A primeira com um olhar para o direito humano primordial a uma vida saudável e à proteção estratégica de riquezas naturais finitas, e a outra pelo viés exclusivamente produtivo e
econômico, ainda que segurança alimentar seja outro direito constitucional essencial e garantidor de soberania para uma nação. Mas, para além do que nos separa, há também um quociente comum aos dois segmentos: ambos tratam da maior riqueza brasileira, a terra. Talvez a forma seja diferente para o mesmo conteúdo por priorização estratégica, escolha política cunhada ao longo de nossa história. Colocados sempre de forma antagônica, a relação do Meio Ambiente e do Ruralismo, como são tradicionalmente postos, apresenta o principal desafio para o desenvolvimento do país no século XXI. A matriz econômica brasileira, baseada prioritariamente na extração e superexploração de riquezas naturais, é um modelo extremamente perverso e que resulta na tríade da insustentabilidade: precarização ambiental com a constante flexibilização de legislações e
Meio Ambiente e Agricultura tratam da maior riqueza brasileira: a terra instrumentos normativos; manutenção de injustiças sociais históricas por meio da manutenção da concentração de riquezas (terra); e dependência econômica de rentistas locais e internacionais em decorrência da volatilidade do mercado de commodities. A fusão dos ministérios do
Meio Ambiente e da Agricultura, caso fosse um contexto mais progressista e no qual o Estado compreendesse a relevância da transversalidade da pauta da sustentabilidade, poderia ser uma ação pacífica. Mas, em tempos de Bolsonaro, este recado soa como o cumprimento de uma ameaça a nós e ao próprio futuro chefe de Estado. Uma hora a fatura é cobrada. O agronegócio participa com 23% a 24% do PIB (compreendendo as atividades primárias, de processamento e distribuição). A aglutinação das pastas, assim como foi com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, celebra a face mais cruel do novo projeto para o país. É o fim de qualquer diálogo sobre reforma agrária, justiça no campo e avanços da agricultura familiar, modelo muito mais respeitoso e que ligava, intrinsecamente, o ruralismo ao ambientalismo, quase em seu estado da arte. Com o sufocamento das políticas públicas para a agri-
cultura familiar, do repasse de recursos e fomento mais equânime entre pequenos e grandes devemos observar uma nova onda de êxodo do campo e de migração para os grandes centros urbanos, no caminho oposto ao que deveríamos estar tomando. Com isso, virão mazelas maiores, como a escalada da violência, desemprego, adensamento das cidades e de seus problemas. Tragédia anunciada. Se o Brasil fosse sério, seria uma bela oportunidade submeter à política agrícola a agenda de sustentabilidade, na lógica inversa. Imagina que maravilha seria? Poderíamos tratar com seriedade as riquezas oriundas da extração mineral, que apresenta dilemas potencialmente muito mais graves – ainda utilizamos no Brasil métodos de acúmulo de rejeitos só usados em países pouco desenvolvidos e temos centenas de situações de risco parecidas ou até piores que as de Mariana.
O agro é pop, é OP. E sem meio ambiente, é nada. Nesse futuro delusional, poderíamos tentar mudar a matriz energética brasileira para modelos mais limpos, modernos, deixando de vez de considerar extração de petróleo como prioridade de Estado. Poderíamos potencializar a produção sem ter que flexibilizar o marco regulatório dos
agrotóxicos que, na contramão do mundo, pretende aumentar ainda mais a quantidade de veneno em nossa comida e que, em breve, pode ocasionar inclusive problemas de exportação de nossos produtos para mercados mais exigentes, como o europeu. E como venderemos nossas bananas? Podíamos garantir a qualidade de nossos aquíferos, a manutenção de nossas florestas e riquezas ainda desconhecidas e a preservação de nossos povos tradicionais. Garantir ainda o abastecimento de água tratada para 35 milhões de habitantes e saneamento mínimo para quase metade da população. Continuaríamos honrando nossos acordos internacionais e ampliando mercados pouco explorados e extremamente rentáveis, como os de crédito de carbono. Uma série de oportunidades de negócios que poderiam ajudar na composição econômica de um PIB muito mais verde. Em tempos não tão remotos assim, o ministro Blairo Maggi, conhecido pela alcunha de “Senhor Motosserra”, chegou a agradecer a graça de ter duas safras no mesmo ano por conta do uso de tecnologias ambientais. O que presenciaremos, caros amigos, será um sonho distópico de verão: o ruralismo faminto como uma besta acéfala dilacerando anos de avanço. Os mesmos coronéis latifundiários de sempre e que continuarão sendo os campeões nacionais, escravizando a terra e o povo à exaustão para continuar enriquecendo no modelo mais atrasado do mundo.
(*) Jornalista