Jornal Brasília Capital 388

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Diretor do IHBDF, Ismael Alexandrino (foto), mostra avanços no atendimento e quer manter contrato com o GDF Ano VIII - 388

PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA.

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Instituto melhora atendimento no Hospital de Base

Página 11

Brasília, 10 a 16 de novembro de 2018

ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

O 3º turno de Ibaneis

Decisão do governador eleito de ouvir a comunidade na escolha dos administradores mobiliza moradores de todas as cidades do DF para formação de listas tríplices. Site do Brasília Capital abre espaço para quem quiser votar. Páginas 4 e 5

Polícia Militar cobra isonomia com a Civil

REPRODUÇÃO FECOMÉRCIO

JÚLIO PONTES

Escolha da coronel Sheyla Sampaio frustra 10 mil homens que esperavam debater nome do novo comandante Artigo - Elias Costa - Página 2

Telma Rufino causa discórdia na LUOS

Adelmir: exclusão da CNC na quarta-feira (14)

Jamal: eleição para o Sebrae dia 21 de novembro

Adelmir Santana será excluído na CNC. Jamal Bittar quer comandar o Sebrae

Representantes da comunidade acusam deputada de favorecer grilagem com “mudanças ortográficas”

Após fazer oposição à chapa que comandará a Confederação, presidente da Fecomércio-DF será afastado da diretoria. Presidente da Fibra quer acumular o Sebrae.

Página 6

Pelaí - Página 3

Eleição da OAB testa prestígio do governador eleito Ibaneis Rocha presidiu a entidade de 2013 a 2015 e simpatiza com a situação. Chapas respondem a 11 perguntas do Brasília Capital.Votação é dia 29. Chico Sant’Anna - Páginas 7 a 10


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 10 a 16 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br

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ARTIGO

x p e d i e n t e

Insegurança na Segurança Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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enos de seis horas após a publicação em primeira mão pelo portal Brasília Capital, quarta-feira (7), de artigo de minha autoria dando conta do forte anseio de participação da tropa da Polícia Militar em opinar na escolha do futuro Comandante Geral, o governador eleito Ibaneis Rocha, desconsiderando tratamento isonômico à PM em relação à Polícia Civil, anunciou o nome da coronel Sheyla Sampaio para ocupar a função, a partir de primeiro de janeiro do próximo ano, fortalecendo e amparando sua decisão no forte viés do estereótipo feminino na condução da Corporação. Divergências de gênero à parte, inegável é que a referida oficial possui qualidades pessoais e profissionais que a habilitam a assumir tão nobre missão nesta instituição bicentenária. Torcemos para que a coronel Sheyla Sampaio consiga ter uma maior aproximação com a tropa e atender suas necessidades e anseios, fortalecendo ainda mais as bases da instituição. Nos últimos anos, vários governadores se esforçaram pelo crescimento e fortalecimento da PMDF, que hoje, no cenário nacional, se firma como a mais bem preparada para defender e apoiar a sociedade. Porém, não é a melhor remunerada, se comparada com outras unidades da Federação onde o custo de vida é

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nArrudismo Ele não vai colocar corruptos! Só os laranjas... Cláudio Ribas, via Facebook Não tínhamos opção no voto pra governador do DF. Está aí o resultado: mais corruptos no DF. Cristiane Mohamad, via Facebook Tem jeito não, viu! Essa raça é só matando. Bandi-

dos! Corja nojenta. Clene Brandão, via Facebook Eu não votei no Ibaneis para ver isso. Pelo o amor de Deus! Adriana Soares de Lima, via Facebook Sobre coluna Brasília por Chico Sant’Anna, mostrando que nomes ligados ao ex-governo Arruda poderão integrar o governo Ibaneis.

Elias Costa - Poeta, escritor e major da PMDF muito mais baixo do que o de Brasília. Antes mesmo de assumir o Buriti, Ibaneis Rocha tem criado no seio da tropa desconforto e preocupação nunca antes experimentados. Os policias militares, como malabaristas sobre uma corda pênsil, caminham inseguros e não sabem o que lhes espera num futuro próximo. As propostas de governo apresentadas para a categoria não são claras. O tratamento isonômico com a Civil na escolha do Comandante Geral não foi oferecido. Há rumores de que os policias da reserva e os reformados possam ter tratamento diferenciado em relação aos que estão na ativa. Fala-se, inclusive, na possibilidade da criação de um Gabinete de Segurança Institucional e o consequente escanteamento da Casa Militar. Isto, para PM, seria um retrocesso jurássico. E para o reinado governamental, um

trincamento na espada do rei. E, por que não dizer?, o beijo de Judas. Não devemos esquecer que a PMDF, por sua nobreza e profissionalismo tão bem demonstrados seu dia a dia, possui hoje o único policial representante na Divisão Policial do Escritório de Estado de Direito e Instituições de Segurança (Orolsi) do Departamento de Operações de Paz na sede da ONU, em Nova York. Sem contar os quase cem projetos sociais desenvolvidos pela corporação atualmente; as milhares de ocorrências atendidas todos os meses e a gradativa diminuição dos crimes, reflexo do empenho e profissionalismo dos pouco mais de 10 mil PMs do DF. Nossa polícia hoje tem com um déficit de 5 mil homens e, diante de tanta incerteza e obscuridade momentânea, espera que o governador Ibaneis, com sua generosidade e sabedoria, acene com mais clareza para a PM e entenda que um Estado forte e seguro somente se firma com uma PM forte e valorizada. Exemplos do contrário disso não faltam. Basta assistir aos noticiários. Aliás, foi a partir dessa percepção da importância do trabalho e da necessidade de valorização das policias militares que o presidente eleito Jair Bolsonaro começou a construir uma base sólida para ganhar as eleições, prometendo “hastear no chão do Brasil novamente a bandeira da ordem e do progresso”.

a r t a s

nQuem é quem? Estávamos sem opção. Mas, se não fez em quatro anos, pé na bunda! Este, se não fizer nada, pé na bunda! Nós somos os patrões. Luiz Mauricio, via Facebook Gosto do general Paulo Chagas. Vai ficar tudo bem! Também gosto do Frejat, foi um bom secretário de Saúde.

O resto é o resto, a velha política que não deu certo. Deya Deynha, via Facebook Essa é uma prova da continuação da velha política do DF. Gaspar Reis, via Facebook É, estou vendo que não adianta colocar gente nova, com chefes velhos. Candidatos que não se elegeram em vez de cair fora pega um

cargo de chefia. Tanto faz se elegeram ou não, estamos cercados deles. Cleone Silva, via Facebook A população é livre, escolheu porque quis. Roberto Carvalho, via Facebook Sobre quem são os possíveis integrantes no governo Ibaneis e qual seu papel na administração pública.


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Jaime Alarcão, ex-secretário-adjunto de Obras do governo José Roberto Arruda (PR), é o mais cotado para a Secretaria de Transportes de Ibaneis Rocha (MDB). Ele coordenou a campanha da deputada federal eleita Celina Leão (PP) e conta com o apoio da deputada mais votada este ano, Flávia Arruda (PR), mulher do ex-governador. Alarcão é investigado pelo TCDF por supostas irregularidades em obras de galerias de águas pluviais executadas por meio de convênio do GDF com a prefeitura do município de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno de Brasília.

CNC quer excluir Adelmir Santana

Sebrae: novo round Rollemberg x Ibaneis JÚLIO PONTES

REPRODUÇÃO WIKIPÉDIA

O presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana (foto), pode ser excluído da diretoria da Confederação Nacional do Comércio (CNC), formada pelos dirigentes das federações estaduais. A reunião para decidir o futuro do dirigente brasiliense está marcada para quarta-feira (14), na sede da entidade, no Rio de Janeiro. O pedido de exclusão foi apresentado pelo conselheiro Valdeci Cavalcante, presidente da Fecomércio do Piauí, desafeto de Adelmir. RETALIAÇÃO – A assessoria da Fecomércio-DF afirma que é uma retaliação por Adelmir

ter liderado a oposição na eleição da CNC e denunciado irregularidades praticadas por membros da atual diretoria. E a sua saída, de qualquer forma, ocorrerá no dia 16, quando a nova diretoria será empossada.

Vice quer cargo no governo Ibaneis

e pode colher bons frutos. Eu, Abadia, Rosso, Alírio Neto, José Humberto, Odilon Aires, Milton Barbosa, Filippelli e outros chegamos ao topo. Todos passamos por administrações fortalecidas”. O único administrador que se elegeu foi o Roosevelt Vilela, da Candangolândia. JOSÉ HUMBERTO - O ex-secretário de Governo de José Roberto Arruda não deve ficar fora do próximo governo. Ele entende como funciona a máquina, e seu estilo “gerentão” combina com o “pulso firme” do governador eleito.

JAMAL – Na semana passada, o presidente da Federação das Indústrias (Fibra), Jamal Bittar (foto), manifestou a vários dirigentes o interesse em concorrer à presidência do Con-

Já no primeiro ano de mandato, Renato Santana (PSD/foto) passou a criticar a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB). O vice chegou a acusar o governador Rodrigo Rollemberg de racismo e perseguição. A rusga, agora, pode render a ele espaço na gestão de Ibaneis Rocha. O acordo está sendo costurado pelo candidato derrotado ao Buriti, Rogério Rosso. Veja o que pensa Santana:

ADMINISTRAÇÕES – O caminho para um bom governo passa pelas administrações regionais, que. Rollemberg esvaziou. Ibaneis indica que irá fortalecê-las

ELEIÇÃO – Está marcada para 21 de novembro a eleição do presidente do Conselho Deliberativo, do superintendente e dos diretores da entidade. Os mandatos vão de março de 2019 a fevereiro de 2023. Também serão eleitos os membros do Conselho Fiscal para o próximo ano. ELEITORES – São onze eleitores: Fundação Universidade de Brasília (FUB), Banco de Brasília (BRB), Fecomércio, Caixa Econômica Federal (CEF), Sebrae Nacional, Codeplan, Secretaria de Economia e Desenvolvimento, Inovação, Ciência e Tecnologia (Sedict), Federação das Associações Comerciais e Empresariais (FACI-DF), Federação das Indústrias (Fibra), Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Banco do Brasil, Federação da Agricultura e Pecuária (FAPE).

ANTÔNIO SABINO

CONTINUAÇÃO – Não descarto continuar no Executivo após a troca de governo. Sou servidor de carreira. O PSD, apoiou Ibaneis no segundo turno. Mas o responsável por qualquer conversa será o presidente do meu partido no DF, Rogério Rosso. “A caneta está com Ibaneis. É ele que decide”.

A disputa pelo comando do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal (Sebrae-DF) marcará um novo round da disputa entre os grupos políticos do atual chefe do Palácio do Buriti, Rodrigo Rollemberg (PSB), e o do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB).

Jamal: ele quer presidir o Sebrae-DF

selho Deliberativo. Ele ainda pediu apoio para o retorno do atual secretário de Desenvolvimento Econômico do GDF, Valdir Oliveira, para o cargo de superintendente, e quer indicar aliados para duas das três principais diretorias. INTERFERÊNCIA – O problema é que um grupo de empresários que apoiou a candidatura do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) não aceita a indicação de Jamal. Esses empresários pedirão a interferência do emedebista no assunto. INTERVENÇÃO – Caso a chapa idealizada por Bittar se concretize no dia 21, o grupo oposicionista está disposto a pedir a Ibaneis uma intervenção no Sebrae, tão logo assuma o Buriti, para escolha de uma diretoria afinada com os projetos do futuro governador.


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O terceiro turno de Ibaneis FOTOS: DIVULGAÇÃO / JÚLIO PONTES / ANTÔNIO SABINO

Júlio Pontes O compromisso do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) de abrir espaço para participação da comunidade na escolha dos administradores regionais está mobilizando candidatos em todas as cidades do Distrito Federal. Em várias localidades têm sido criados sites e outras ferramentas de consulta. Mas Ibaneis ainda não definiu como ocorrerá o processo. Provavelmente, seguirá o que prevê a Lei Orgânica do DF: após votação popular, será formada uma lista com os três mais votados, e caberá ao chefe do Executivo indicar o gestor de cada regional. Isto num segundo momento, uma vez que a disposição do governador eleito é nomear os administradores enquanto transcorrerá a disputa popular. O Brasília Capital fez um levantamento com os pretendentes a administrador de Taguatinga e de Águas Claras. Como os próprios candidatos passaram a criar sites e outras maneiras de “consultar” a população, o jornal decidiu criar um espaço em seu portal na internet para receber as manifestações da comunidade. Portanto, para opinar sobre os futuros ocupantes das RAs III (Taguatinga) e XX (Águas Claras), acesse o site www.bsbcapital. com.br e vote. Divulgaremos o resultado na próxima edição deste Brasília Capital.

KAROLYNE GUIMARÃES - Atual administradora da cidade, a advogada apoiou abertamente a reeleição de Rodrigo Rollemberg. Embora não admita, tem trabalhado junto aos colegas da secção da Ordem dos Advogados, em Taguatinga, para se manter no cargo. Mas dificilmente conseguirá. Sua gestão é muito criticada pelo grupo do ex-vice-governador Benedito Domingos (PP).

Cadidatos a administrador de Taguatinga

Escolha de administradores por listas tríplices mobiliza candidatos em todo o DF

JOSÉ LUIZ RAVENNA - Passou a ser reconhecido como líder comunitário, inclusive em sessão solene na Câmara dos Deputados, após coordenar o grupo Defensores de Taguatinga e comprar brigas em defesa da cidade. “Não tem ninguém melhor do que eu para o cargo”. Papiloscopista aposentado da Polícia Civil, ajudou na campanha do deputado Laerte Bessa (PR) e tem o apoio do empresário Paulo Octavio (PP). ELISEU KADESH - Diretor do Colégio Kadima, lançou-se pré-candidato ao GDF e acabou como segundo suplente do candidato ao Senado Juiz Everardo (PMN), mas renunciou. Para Kadesh, não basta ser “amigo da galera” para pleitear o cargo, referindo-se aos líderes comunitários. “Me preparei para um cargo no Executivo, que seria o Governo. Estou apto a assumir a Administração Regional”. RICARDO LUSTOSA JACOBINA - O urbanista esteve no cargo de 2015 a 2017. Acredita que seu maior serviço para a cidade foi a inversão das avenidas Comercial e Samdu, que reduziu a zero o número de acidentes fatais nas duas vias. Caso volte a ocupar o cargo, Lustosa brigará para conclusão do alargamento do viaduto e pelo “tão sonhado” túnel de acesso na EPTG. ROGÉRIO EDUARDO PEREIRA - Prefeito comunitário de Taguatinga Sul, tem 46 anos e é empresário. Participou da campanha de Jaqueline Silva (PTB), que só não foi eleita por problemas de seu partido, o PTB, no Tribunal Superior Eleitoral. Segundo ele, o senador eleito Izalci Lucas (PSDB) e a deputada federal Paula Belmonte (PPS) o apoiam, além do Padre Katê, da Paróquia de São João Batista. JUSTO MAGALHÃES - É presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (ACIT) e empresário local há 40 anos. Foi candidato a distrital pela Rede Sustentabilidade e conseguiu 1.157 votos. Segundo ele, já foi sondado outras vezes para assumir o cargo, e que, agora, se surgir o convite, está disposto a analisar. “Assumo se tiver autonomia. Para ser marionete eu não quero”. JOÃO FELIPE – O jovem de 28 anos é conselheiro tutelar desde 2015. Participa do Conselho Comunitário de Segurança e diz amar Taguatinga e sonhar em contribuir para uma melhor qualidade de vida para seus vizinhos. “Conheço como poucos a região e a realidade da comunidade”, afirma. Garante que com autonomia da Administração Regional, melhorará a vida da cidade. CARLOS COSTA – O empresário de 52 anos administra a página Apaixonados por Taguatinga nas redes sociais “desde os tempos de Orkut”. Afirma que já conseguiu várias benesses para a cidade, entre elas o campo sintético da QNL 3, por meio de emendas parlamentares de Rafael Prudente (MDB). Lutará, caso administrador, pela terceira faixa no viaduto que liga o centro da cidade à Via Estádio. DR. EDUARDO MOREIRA – O advogado de 44 anos, morador da QNA, diz que sua meta é “fortalecer a saúde da cidade”. É membro da OAB, seccional de Taguatinga, e lutará por políticas públicas inclusivas. Acredita que a especulação imobiliária afastou os empresários das principais avenidas voltadas ao comércio e levou as lojas para as quadras residenciais, “o que prejudica os moradores”. JOADSON LUSTOSA – Aposta que os critérios adotados por seu conterrâneo, o governador eleito Ibaneis Rocha, de Correntes-PI, lhe credenciarão a assumir o cargo: “ele vai exigir curso superior e experiência com gestão pública”. Formado em gestão pública, foi chefe de gabinete em três RAs, com apoio do distrital Cristiano Araújo: Santa Maria, Riacho Fundo e Estrutural. JUCELINO CARVALHO – É diretor da Regional de Ensino de Taguatinga. Pretende deixar a cidade sempre limpa e levar a educação para o âmbito da Administração. “Falta o carinho que aumenta a autoestima da população”, aponta. Sonha com a volta de festivais e atrações culturais, como a antiga festa da FACITA. Conta com o apoio do distrital reeleito Reginaldo Veras (PDT), terceiro mais votado este ano.


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Cadidatos a administrador de Águas Claras

JOÃO CARLOS BERTOLUCCI - Jornalista e líder do movimento O Parque é Nosso, diz ter sido o responsável pela expansão de 31,5 hectares do Parque Ecológico. “Fiz reuniões com o Ibram e o governador, além de ter elaborado um abaixo-assinado com 1080 participações”. Pioneiro, é assessor de Telma Rufino, deputada que indicou os últimos administradores da RA XX. ANDREA QUADROS - Advogada, 44 anos, foi candidata a deputada distrital pelo Novo e conseguiu 1.844 votos. Não acredita que haverá eleição: “promessa eleitoreira”. Segundo ela, mesmo que haja a lista tríplice “as cartas estarão marcadas”. “A aprovação depende dos deputados, que não aprovariam porque as administrações são moedas de troca com o Executivo”. VASCO PIGATTO - Empresário da construção civil, 60 anos, afirma ter construído o primeiro edifício de Águas Claras. “Participei da concepção do projeto da cidade”. Pretende instalar a delegacia de Polícia Civil, criar um programa de cultura permanente e instalar uma biblioteca fixa no Parque Ecológico, além de diminuir o número de quiosques irregulares. WINSTON RODRIGUES LIMA - Capitão da reserva da Marinha, foi candidato a distrital pelo PRP, obteve 5.400 votos e foi o segundo mais votado em Águas Claras. Aos 57 anos, mora há nove na cidade. Se for indicado, pretende lutar pela conclusão do calçamento com acessibilidade, aumentar o número de creches e construir a primeira escola pública na parte vertical. VALDECI MACHADO - Ex-administrador regional, presidente da Associação Comercial e Industrial de Águas Claras (Aciac) e da Federação das Associações Comerciais, afirma que os candidatos “estão colocando os carros na frente dos bois”. Afinal, segundo ele, sequer foram decididos os critérios”. Perguntado se aceitaria um possível convite de Ibaneis, ele diz que sim. JERUSA RIBEIRO - Atual administradora de Águas Claras, foi indicada pela deputada distrital reeleita Telma Rufino (Pros). Funcionária concursada do GDF, diz que ocupa o cargo “para cumprir missão”, e que não é sua pretensão continuar. Entretanto, afirma que se houver o convite do futuro governador permanecerá no cargo “com o maior prazer”. ADRIANO GALENO - Empresário do ramo da educação, mora há oito anos na cidade. Aos 35 anos, afirma que só pondera ocupar o cargo porque o governador eleito prometeu autonomia para as administrações. Caso assuma a função, brigará principalmente pela construção de creches e da delegacia de polícia, que, segundo ele, já tem terreno destinado, em frente ao Colégio Ipê. TÉRCIO MENDES – Ex-diretor do colégio La Salle, hoje é diretor do Acreditar - Centro de Desenvolvimento Interdisciplinar de Formação. “Serei defensor fiel da lisura e transparência das atividades em Arniqueiras, Areal, ADE, além da parte vertical”. Não tem apoio político, mas garante que tem “da comunidade”. Seu grande projeto é um programa permanente de cultura na cidade. JURANDI SIQUEIRA – Empresário da comunicação visual, sua empresa fica na Área de Desenvolvimento Econômico (ADE). Nunca se envolveu politicamente, mas se coloca à disposição porque, segundo, ele no meio político “só existe conversa fiada”. Lutará para que os recursos arrecadados em Águas Claras sejam utilizados na própria RegiãoAdministrativa.


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LUOS: a discórdia que fere Brasília

O troca-troca de Toffoli

REPRODUÇÃO SITE TELMA RUFINO

“Mudanças ortográficas” incluídas por Telma Rufino causam protestos de representantes da comunidade Da Redação Reunião do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), com a presidente da Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), Telma Rufino (Pros), terça-feira (6), revelou que está muito distante um acordo para aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) e do ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico) ainda neste ano. Apesar da urgência pedida pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que encaminhou um substitutivo para o Legislativo solicitando a votação da LUOS na forma como está, após a realização de uma audiência pública prevista para segunda-feira (19), existe um impasse. A comissão de líderes comunitários que acompanha as discussões na Câmara Legislativa denunciou a Joe Valle que foram feitas alterações no texto sem o conhecimento da população, embora, no encontro de terça-feira, a deputada Telma Rufino alegue que fez apenas “mudanças ortográficas”. Os representantes comunitários afirmam que as alterações no texto ferem o tombamento de Brasília e prejudicam nascentes e Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Eles citam as áreas de uso misto. Segundo a diretora do Conselho de Segurança de Taguatinga, Marta Lima, as “mudanças ortográficas de Telma Rufino permitirão, por exemplo, edificações em áreas ambientais, o que pode vir a favorecer a ação de grileiros de terras públicas em vários pontos do Distrito Federal”. Para evitar problemas, o grupo solicitou ao presidente da CLDF o cancelamento da votação da LUOS e do subs-

Telma Rufino: deputada nega ter recebido nova proposta de LUOS encaminhada pelo GDF titutivo do GDF e da audiência pública do dia 19. Inclusive porque, segundo os representantes da comunidade, a lei que rege este tipo de convocação prevê um prazo mínimo de 30 dias entre a publicação e a sua realização. TRAMITAÇÃO CÉLERE - A assessoria de Telma Rufino explicou que o projeto substitutivo da LUOS ainda não foi protocolado pelo Executivo, autor da matéria. “A presidente da CAF aguarda o envio do PL para que a tramitação seja iniciada e a presidência da Casa possa convocar as audiências públicas junto às Comissões de Mérito”. Ainda de acordo com a nota do gabinete da parlamentar, o que estava em análise na reunião de terça-feira era uma minuta de projeto substitutivo por parte das assessorias técnicas da CLDF, não havendo interferência no conteúdo formal da proposta. “Apenas aperfeiçoamento do texto legislativo, a fim de torná-lo mais

claro e proporcionar uma tramitação eficiente e célere”, encerra a nota. O presidente da Câmara, Joe Valle, disse não lembrar de ter recebido o documento dos líderes comunitários. Mas afirma ter solicitado ao chefe da Casa Civil do GDF, Sérgio Sampaio, o envio do substitutivo prometido pelo governador Rollemberg, que até a sexta-feira (9) não havia chegado às suas mãos. Segundo Joe Valle, o projeto da LUOS está no sistema Wikilegis da CLDF, dentro do link eDemocracia. Ele afirma que, sob seu comando, a proposta tramitará com total transparência, e caberá aos representantes comunitários, caso considerem pertinente, judicializar a tramitação do projeto para assegurar o prazo mínimo de 30 dias para realização da audiência pública. Joe nega que Telma tenha alterado o conteúdo do texto enviado pelo Executivo.

Na quarta-feira (7), enquanto 41 senadores votavam o reajuste de 16,38% nos salários de ministro do Supremo Tribunal Federal e do Procurador-Geral da República, o presidente do STF, Dias Toffoli, articulava com seus dez colegas ministros a revogação do auxílio-moradia pago aos membros do Judiciário. O acordo costurado com o presidente do Congresso, senador Eunício de Oliveira (MDB-CE), deve ser concretizado até o final do ano. Como os parlamentares já fizeram sua parte, cabe ao Supremo pautar o julgamento do auxílio-moradia no plenário do STF. “Com a aprovação do subsídio, poderemos agora resolver a questão do auxílio-moradia. Vou conversar com o relator, o vice-presidente do STF, Luiz Fux, para ver a melhor hora de deliberarmos a respeito”, afirmou Toffoli depois de o Congresso aprovar o reajuste. O acerto entre STF e Legislativo foi um dos primeiros pedidos de Toffoli ao presidente do Senado após assumir o STF, em setembro. Na época, ficou acertado que o projeto seria levado ao plenário logo depois das eleições de outubro. Nas contas da equipe de Toffoli, a troca do reajuste pelo fim do auxílio-moradia não trará mais custos ao governo – ainda que possa representar real aumento de rendimento aos magistrados. Atualmente, o salário dos ministros é de R$ 33,7 mil. A partir do ano que vem, ultrapassará os R$ 39 mil – caso Michel Temer sancione o projeto aprovado pelo Senado. Porém, se ganharão R$ 5,3 mil a mais, os magistrados devem perder R$ 4 mil do auxílio-moradia mesmo aos que têm imóvel próprio no local onde atuam. A conta bruta traz um aumento real de R$ 1,3 mil. Ou seja, 1,85%.


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Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress. com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Eleição da OAB-DF testa prestígio de Ibaneis Rocha

N

o próximo dia 29 deste mês, cerca de 20 mil profissionais do Direito entre os 42 mil aptos a votar devem às urnas eleger a diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Distrito Federal (OAB-DF), para o triênio 2019/2021. Será o primeiro teste para o prestígio do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB), que presidiu a entidade de 2013 a 2015 e, embora não declare apoio explícito, é simpatizante da Chapa 10, da situação. A entidade tem um orçamento anual de R$ 28 milhões. Numa cidade onde até 30 anos atrás os moradores eram privados do direito ao voto, as eleições de instituições corporativas ganharam visibilidade maior do que nas demais unidades da Federação. A OAB, além dos temas intracorporis, sempre atuou na vida política do DF. Foi um dos principais atores na luta pela emancipação política de Brasília. De seus quadros saíram nomes como o do ex-senador Maurício Corrêa, do deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas e do ex-ministro da Justiça, Sepúlveda Pertence. E agora, para o GDF, Ibaneis Rocha. Neste processo eleitoral, pela primeira vez o comando da instituição é disputado por quatro chapas, uma delas composta por 70% de mulheres. Foi uma forma de protesto à OAB Federal, que postergou para 2020 a exigência de cotas mínimas de mulheres na composição das chapas. NOVA GERAÇÃO - Na disputa pelo comando da OAB está uma nova ge-

DIVULGAÇÃO ENA/OAB

Políticos como Maurício Corrêa, Sigmaringa Seixas e agora Ibaneis Rocha começaram a carreira na presidência da OAB-DF ração na faixa de 40 anos, mas com muita experiência. Délio Lins e Silva, da chapa Independência na Ordem, traz a força do nome do pai, advogado respeitado nacionalmente. Max Telesca, cabeça da Somos Todos OAB, que num passado recente atuou na defesa da reparação de perseguidos políticos pela ditadura militar, traz como bandeira uma renovação que fuja do revezamento de poder dentre os mesmos grupos políticos “que se alternam no poder há 15 anos”. Única mulher a disputar a presidência, Renata Amaral, cabeça da Or-

dem Democrática, levanta a bandeira da igualdade dos direitos de gêneros e lembra que foi a responsável pela iniciativa da ação civil pública para a contratação de ginecologistas, obstetras e pediatras para a penitenciária feminina do DF, a Colméia, além da construção/adequação de espaços destinados à seção de gestantes/parturientes, berçário e creche. DEBATE - O Brasília Capital abre espaço para apresentar as ideias dos candidatos no que tange a Brasília, aos Direitos Humanos e Sociais e a polí-

tica nacional. O debate é rico. Apenas a Chapa 10, encabeçada por Jacques Veloso – apoiado pela atual presidência da OAB e que tem a simpatia declarada do governador eleito –, não concordou em responder as perguntas do jornal. Talvez seguindo o exemplo de Ibaneis, que preferiu, no segundo turno, não participar dos debates com a imprensa e com o adversário Rodrigo Rollemberg, sua equipe de comunicação alegou que os temas poderiam ser alvo de perguntas após as eleições. Confira a seguir o que pensam as outras três chapas: u


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Onze perguntas para as chap Qual a principal bandeira da sua chapa? De que forma ela se difere das demais?

A chapa tem apoio do ex-presidente Ibaneis? Que relação terá com o GDF em caso de vitória?

Nossa chapa é plural e independente. Plural no sentido de ter representação de todas as vertentes da advocacia e dos movimentos de inclusão social. E independente porque não tem em seus quadros nenhum candidato derrotado nas últimas eleições e, por isso mesmo, nenhum vínculo político-partidário.

O governador apoia o candidato da situação. Nós somos oposição a esse grupo político. A relação com o GDF será institucional, porém, vigilante, para defender os interesses maiores da sociedade e da advocacia, em especial dos advogados públicos.

A inclusão no mercado de trabalho dos profissionais da advocacia que estão excluídos dele; inovação nos métodos de trabalho, tendo em conta a revolução da informação; o resgate da relevância institucional da entidade, e a renovação dos quadros políticos da Ordem, em respeito ao princípio republicano da alternância no poder.

Não temos o apoio do governador eleito, mas esperamos ter com ele, até mesmo porque já temos, uma relação de respeito mútuo e independência crítica com relação à sua atuação.

O resgate da OAB para a defesa do Estado Democrático de Direito, a justiça social e os direitos humanos. Pela primeira vez na história, uma chapa é composta majoritariamente por 70% de mulheres e 30% de homens. A principal diferença em relação às demais é que nos apresentamos como uma verdadeira alternativa a grupos que historicamente se revezam na OAB-DF.

Não recebemos qualquer tipo de apoio do ex-presidente Ibaneis. A relação da nossa gestão com qualquer órgão de governo será o diálogo institucional, resgatando a função primordial da OAB de exercer um papel de observância dos direitos.

Por Chico Sant’Anna Délio Lins e Silva Jr. é o cabeça da chapa 20 – Independência na Ordem DIVULGAÇÃO

Brasiliense, advogado criminalista é sócio do pai no escritório Délio Lins e Silva Advogados Associados. Presidiu as comissões de Apoio ao Advogado Iniciante e de Honorários da OAB-DF. Professor universitário, é pós-graduado em Direito Penal Econômico, Mestre e doutorando em Ciências

Jurídico-Criminais pela Universidade de Coimbra, Portugal. Primeiro presidente do Instituto de Garantias Penais (IGP), membro dos institutos Brasileiro de Ciências Criminais - Ibccrim e dos Advogados do DF - IADF, e coordenador de estudos criminais da Rede de Excelência Jurídica - RIEX.

Max Telesca é o cabeça da chapa 30 – Somos Todos OAB JÚLIO PONTES

Gaúcho, advogado titular da Telesca e Advogados Associados e escritor, é autor, dentre outras obras, de 2038, a Instituição da Cleptocracia Num Futuro Não Muito Distante. Pós-graduado em Direito Processual Civil, no Centro Universitário de Brasília/DF e pós-gradu-

ando em Direito Penal e Processual Penal, pelo Instituto de Direito Público de Brasília. Presidiu o Tribunal de Ética da OAB/DF e hoje está à frente do Instituto de Popularização do Direito – IPOD. Desde 2016 é vice-presidente do sindicato dos Advogados do Distrito Federal.

Renata Amaral é a cabeça da chapa 40 – Ordem Democrática DIVULGAÇÃO

Carioca, sócia do escritório de Advocacia Zveiter, no Rio, e do primeiro escritório feminista do DF, Teodoro e Amaral Advogadas, milita na área de proteção dos direitos humanos. É especialista em Direito Privado. Atua principalmente nas Cortes Superiores e nas causas que envolvem violência de gênero

e Direito das Mulheres. Doutoranda em Ciências Jurídicas pela Universidad Catolica Argentina. É cofundadora e vice-presidente da Associação de Advogadas pela Igualdade de Gênero e Raça. Na OAB, foi conselheira seccional e presidiu as comissões de Assuntos Constitucionais e da Mulher Advogada.


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apas que disputam a OAB-DF Como a chapa, se eleita, se posicionaria caso o governo encaminhasse projeto alterando a Constituição retirando direitos sociais ou trabalhistas?

Explicite a posição sobre Luos, ZEE, PPCUB, Lei do Silêncio, eleição para administradores, Escola sem Partido, Estatuto da Família, Privatização/Concessão de unidades de Saúde e de estatais (CEB Caesb BRB etc)

Que mudanças se fazem necessárias para que a Justiça no DF seja mais ágil e eficiente?

Qual a posição sobre cotas raciais, direitos ao público LGBT, igualdade social independente de sexo e gênero e imigração de estrangeiros?

Merecem uma discussão aprofundada, mas longe do período eleitoral, sem manifestações passionais. Antes de diminuir a maioridade, o Estado deve investir em educação. Sobre a flexibilização do porte de armas, nossa chapa entende que as regras do Estatuto do Desarmamento ainda são atuais e devem ser preservadas.

Os direitos sociais e trabalhistas contemplados em nossa Constituição são conquistas históricas de nosso povo. Apesar de reconhecermos a grave crise porque passa o País, a solução do problema não é a subtração desses direitos. Deve-se, antes, diminuir o tamanho do Estado, a carga tributária e incentivar a produção, com a geração de emprego e renda.

Nosso principal objetivo é fortalecer a OAB/DF para que ela recupere o respeito e a representatividade dos advogados e o protagonismo junto à sociedade. Nos assuntos de competência da CLDF, como LUOS, PPCUB, Lei do Silêncio e eleição para administradores regionais, a OAB não pode se manter silente. Na nossa gestão, após a discussão técnica apresentaremos posição sobre os temas.

A Justiça do DF, por ser vinculada à União, tem orçamento generoso. Isso permite pagar justa remuneração para juízes e serventuários e ser dotada de uma estrutura condizente com sua missão. Apesar de ser uma das mais ágeis do País, a saída para o nosso Judiciário é apostar nas soluções alternativas de conflitos, tais como mediação, conciliação e arbitragem.

Nossa chapa é extremamente sensível a esses temas, tanto que em sua composição tivemos a preocupação de abrigar todos os advogados, independentemente de credo, cor, gênero e posição social. É dessa pluralidade que conseguiremos analisar os assuntos sob os mais diversos ângulos e encontraremos os melhores caminhos para a solução dos nossos problemas.

A redução da maioridade penal não é um fim em si mesmo. Pode parecer solução, mas não resolve o problema da criminalidade, que é complexa, cultural e demanda soluções de longo prazo. É multidisciplinar, não afeita somente ao Direito Penal. Somos favoráveis à flexibilização do porte de armas para advogados e outras profissões em situações de risco.

Absolutamente contrária à retirada de direitos sociais e trabalhistas. A Reforma da Previdência é extremamente necessária, em moldes mais justos do que os apresentados no último texto no Congresso. Há necessidade de uma discussão mais ampla, mas não há dúvida sobre sua necessidade.

Somos favoráveis à definição legal de famílias diversas para fins patrimoniais; ao não alinhamento ideológico das escolas.; na Luos, PPCUB e ZEE, nos colocamos ao lado da preservação do Patrimônio da Humanidade; na Lei do Silêncio somos favoráveis às restrições nas quadras residenciais, sopesando a questão empregatícia e econômica; não acreditamos em eleição para administradores regionais. Somos contrários à privatização ou concessão de unidades de Saúde do GDF e de serviços essenciais, e favoráveis à privatização de setores não ligados às políticas públicas típicas de Estado.

Ela faz parte de um sistema disfuncional. Ainda assim é uma das mais ágeis do País. A agilização dos procedimentos passa por medidas que demandam alterações legislativas federais, mas a unificação dos processos eletrônicos, dos procedimentos cartorários, e a fiscalização dos prazos para os juízes pelo CNJ pode ser feita de imediato. Mas tudo isso demanda mudança legislativa federal.

A chapa, diante de seu caráter inclusivo e de respeito às minorias, proporcionará atenção especial a estes temas por meio das comissões da OAB e do Conselho Seccional. Há uma necessidade premente de atenção a estes temas. A sociedade passa por mudanças e a OAB deve ter uma postura ativa com relação aos direitos das minorias.

Em nenhum país a redução da maioridade ou o porte de armas foram vetores de diminuição dos índices de criminalidade. O Brasil tem indicadores inadmissíveis de homicídios por armas de fogo. E os principais alvos são jovens negros pobres. Essas propostas, além de não combater o problema da segurança, podem contribuir para uma situação ainda mais insustentável.

A gestão da Ordem Democrática se manifestará e atuará nos espaços de discussão existentes contra qualquer ameaça da retirada de direitos da população brasileira, fazendo cumprir o seu verdadeiro papel institucional que é “defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de Direito, os Direitos Humanos e a Justiça Social”.

Primeiramente, precisamos ter uma advocacia mais respeitada, que possa dialogar com o Poder Judiciário e estabelecer estratégias para o fortalecimento e otimização do sistema judicial.

A chapa Ordem Democrática se filia às posições de equidade, respeito às diversidades, observância e defesa incansável dos Direitos Humanos.

Como analisa as propostas de redução da maioridade penal e flexibilização do porte de armas?

Todos esses projetos de leis atingem diretamente parcelas expressivas da população. Estavam na pauta da CLDF sem que fosse feito o devido debate público. Defendemos o chamamento de audiências públicas com ampla participação da sociedade civil, o debate franco, que garanta a legitimidade democrática do processo legislativo.

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Por Chico Sant’Anna É favorável à realização de concurso público para a designação de todos os ministros dos tribunais superiores?

É favorável à extinção da Justiça Militar?

A missão de todo ministro da Justiça é fazer com que as instituições cumpram as garantias constitucionais. E é isso que se espera de qualquer um, seja Sérgio Moro ou qualquer outra pessoa que ocupe o cargo.

Não. Reconhecemos que a escolha dos ministros, pela atual regra constitucional, comporta aperfeiçoamento, mas entendemos que a realização de concurso público não é a melhor saída. A progressão na carreira para os magistrados e a reserva de vagas para o MP e para a Advocacia permitem equilíbrio importante nas Cortes Superiores e salutar oxigenação desses tribunais.

A Justiça castrense e o Judiciário merecem reflexão profunda da sociedade. O Congresso que tomará posse deverá debater este tema. Temos um dos Judiciários mais caros e ineficientes do mundo. O CNJ, uma das maiores revoluções constitucionais no início dos anos 2000, perdeu o foco e não consegue cumprir sua missão. Sob nossa gestão, a OAB formulará saídas para esse problema nacional.

Não. O quinto constitucional permite uma oxigenação de ideias e visões do direito nas cortes brasileiras. Porém, a forma de ingresso dos advogados no quinto deve ser aprimorada. Defendemos critérios técnicos que reflitam a vontade da classe – e não escolhas políticas, como é atualmente.

É uma escolha do presidente da República. Entendemos, mesmo com as reservas que a advocacia criminal faz ao estilo do juiz Moro, com as quais muitas vezes concordamos, que ele cumpriu um papel histórico importante. Queremos desejar sorte e sucesso ao novo ministro da Justiça.

Não. No entanto, somos favoráveis ao mandato e a uma forma mais democrática e transparente de eleição, que envolva mais atores jurídicos e sociais na escolha.

Não somos favoráveis à extinção da Justiça militar. Está funcionando. Não há necessidade de mudar.

O quinto constitucional é um instrumento importantíssimo, mas que precisa ser aprimorado. O processo de escolha deve ser mais transparente e democrático e com critérios mais objetivos.

A chapa Ordem Democrática vê com preocupação a indicação e aceitação do magistrado para a pasta da Justiça no próximo governo, considerando as consequências políticas e eleitorais, amplamente conhecidas, de suas decisões no âmbito dos processos em que funciona. Estaremos atentas e observando sua atuação no Executivo.

Não. Mas somos favoráveis a um aprimoramento do processo que é previsto na Constituição.

Não. Defendemos que a Justiça Militar, bem como as demais especializadas, observe os princípios e garantias constitucionalmente previstos, sem a possibilidade de ampliação de sua competência, por entendermos ser essa ampliação inconstitucional.

Não. Entendemos que a presença da advocacia nos colegiados oxigena os tribunais e auxilia a construção jurisprudencial.

Como analisa a nomeação do juiz Moro para ministro da Justiça?

É favorável à extinção do quinto constitucional da OAB?

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JÚLIO PONTES

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Eficiência, o trunfo do IHBDF Diretor do Instituto aposta que, ao ser confrontado com os números, Ibaneis decidirá manter o contrato com a instituição REPRODUÇÃO WIKIPÉDIA

Da Redação

NOVA MENTALIDADE – “Eu divido os dez meses de existência do Instituto em duas etapas: até o final de abril, e de maio até o final de outubro. Na primeira etapa, tentamos contratar pessoas, adquirimos insumos e equipamentos. Só que até o final de abril a Justiça havia paralisado dois processos seletivos de quase mil pessoas. Assim, o desempenho foi abaixo do esperado porque não conseguimos contratar pessoas para aumentar a produção”, avalia Ismael Alexandrino. Além da não contratação de pessoal via Instituto, o HBB perdeu vários profissionais por aposentadoria ou transferência para outras unidades. No final de abril, com a contratação de novos trabalhadores, a produção chegou mais próxima aos patamares projetados desde o início da nova gestão.

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A manutenção do contrato da Secretaria de Saúde com o Instituto Hospital de Base (IHBDF) foi um dos centros da campanha para governador. Alvo do ataque de adversários, a medida foi defendida pelo candidato derrotado à reeleição, Rodrigo Rollemberg (PSB). Já o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), dizia que poderia rever os termos do acordo, para decidir se manteria ou encerraria a parceria com instituição. O diretor-presidente Ismael Alexandrino Júnior garante que o IHBDF melhorou a qualidade do atendimento aos usuários. E apresenta números comparativos entre os serviços prestados antes e depois da celebração do contrato. Entre outros indicadores, cita o aumento de 11,9% de atendimentos em relação ao mesmo período no Hospital de Base, com uma média de 1.122 internações/mês em 2018, contra 1.002 em 2017; crescimento de 12% no número de cirurgias (3.447 em 2018 em comparação com 3.083 no ano anterior). O atendimento de urgência teve acréscimo 24% (subiu de 123.104 em 2017 para 155.327 em 2018).

emergência. Agora nós conseguimos operar as eletivas”. A expectativa de Ismael Alexandrino é de que, no próximo governo, com a busca por resultados e a redução da burocracia “esse modelo se casará muito bem com a maneira de pensar” de Ibaneis Rocha. O diretor aposta aposta que o Instituto contribuirá muito. “O hospital não é mais estatal, é paraestatal. Ou seja, é um serviço social autônomo”, lembra.

Com o Instituto, os atendimentos de urgência no Hospital de Base passaram de 123 mil em 2017 para 155 mil este ano, segundo o diretor Ismael Alexandrino (no detalhe)

Segundo Ismael Alexandrino, um dos principais problemas do IHBDF é gerir pessoas, mudar a mentalidade dos servidores. “Mudar o regime jurídico é simples; mudar o modelo de gestão é mais complexo. Mas o que está entre essas duas coisas é mudar o modelo mental. Então, a grande dificuldade é mudar a forma como as pessoas pensam. Não que o modelo anterior fosse errado, mas era diferente”. CELELRIDADE - O diretor aponta muitas conquistas, como o fato de os trabalhadores perceberem o verdadeiro prazer de modificar positivamente a condição das pessoas que procuram atendimento. “O hospital, de modo geral, é um ambiente hostil, vulnerável. As pessoas nos procuram por necessidade, num momento difícil. Então, o atendimento rápido e resolutivo é fundamental”. De acordo com o médico, uma mudança positiva ocorreu no Pronto-Socorro. “Implantamos uma metodolo-

gia de gestão que iniciou nas fábricas de automóveis do Japão no pós-guerra, que visa diminuir o desperdício de tempo, de pessoas e de insumos. Colocamos mais salas de classificação de risco e montamos a Central de Resolutividade, com um enfermeiro, um médico, gestor de leitos, gestor de transporte, gestor administrativo. Todos esses profissionais juntos dão mais celeridade ao atendimento”. A compra e manutenção dos equipamentos é outro ponto de destaque. Antes, eram feitas de 30 a 35 tomografias por dia. Agora, são realizadas de 150 a 200. “Isso faz a fila do próprio complexo andar com mais velocidade”. A troca do aparelho da radioterapia elevou de 10 para 35 atendimentos diários. Na Oncologia, eram 20 consultas por mês e foi para 84 por semana, quase 350 consultas/mês. Das 16 salas, somente seis funcionavam. Agora, doze funcionam. “Só estávamos operando cirurgias de urgência e

INSTRUMENTO – Por esse modelo, uma parte do conselho e administração tem mandato de dois anos, e a outra parte tem pessoas nomeadas pelo governo, sem remuneração. Existe a diretoria-executiva, que é de fato que faz a gestão do hospital, com mandato de três anos, que foi escolhida pelo conselho-administrativo. “A relação do instituto com a mudança de governo tende a ser tão profícua quanto a anterior. “Se a Secretaria nos apoiar, honrando os repasses sem atrasos, sem equívocos de descontos, o Instituto terá condições de entregar para a população e para o SUS um serviço diferenciado. Além do que, o próximo governo pode nos ajudar a intermediar verbas federais e emendas parlamentares distritais. Então, havendo o interesse de colaborar com a população, o governo terá totais condições de fazer isso através de um instrumento chamado Instituto Hospital de Base”. IBANEIS – A assessoria do governador eleito informou que Ibaneis Rocha não disse, durante a campanha, que iria cancelar o contrato do IHBDF. “Ao contrário, perguntou várias vezes ao atual governador como é que a entidade funcionava. Chegou a citar que o MP do Trabalho impediu novas contratações por irregularidades encontradas. Ele vai tentar entender como funciona o IHBDF, porque os números são conflitantes e/ou inconclusivos, e há denúncias publicadas na imprensa de pessoas que não teriam sido atendidas e muito mistério nos contratos”.


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ENEM - Com a realização segunda etapa da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no domingo (11), os serviços de transporte público do DF terão alterações para auxiliar os candidatos. Todas as linhas de ônibus do DFTrans terão reforço das 11h às 13h e das 17h às 20h. Nesses horários, os coletivos vão circular conforme a tabela de sábado. No restante do dia, a operação seguirá a tabela de domingo. Já no metrô, o horário de funcionamento será ampliado. Os trens começarão a rodar às 7h e pararão às 20h, uma hora mais tarde da tabela de domingo.

POR: JÚLIO PONTES CRUZEIRO

TAGUATINGA

BRASÍLIA

Dhi Ribeiro promove roda de samba beneficente

Inscrições abertas para o Torneio Arimateia

Capital ganha novo festival de teatro

A sambista Dhi Ribeiro (foto abaixo) movimentará a cidade com sua Roda Dhi Samba Beneficente para ajudar centenas de famílias carentes do DF. O evento, que já está na quinta edição, será no feriado da proclamação da República, dia 15 de novembro, às 15h, na sede da Aruc, conhecida como o reduto do samba brasiliense. A entrada custa R$ 10, além de um quilo de alimento não perecível.

DIVULGAÇÃO

MARI VASSALO

O Festival Dulcina fará sua estreia no dia 24 de novembro com nove espetáculos cênicos e vai até segunda-feira (3/12). O evento ocorre na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, que fica Conic, Setor de Diversões Sul, ao lado da Rodoviária do Plano Piloto. Serão sete espetáculos locais, além de dois convidados de fora da capital. A distribuição dos ingressos será feita duas horas antes de cada apresentação, na bilheteria do Teatro. Cada pessoa pode retirar até dois ingressos por espetáculo.

Além de jogos, a arena localizada no Taguaparque é o local de inscrições para os times

Estão abertas as inscrições para o 39º Torneio Arimatéia de Futsal, o maior da categoria no Distrito Federal. O prazo se encerra no dia 8 de dezembro. O próprio José Arimatéia, idealizador da competição, atende os interessados das 9h às 17h, no Taguaparque – local onde acontecem os jogos. ÁGUAS CLARAS

Sala de vacina volta a funcionar Moradores de Águas Claras usuários da rede pública de saúde podem voltar a utilizar a sala de vacina da Praça Rouxinol. A Secretaria de Saúde retomou o atendimento após a conclusão dos trabalhos de manutenção do ar-condicionado e da câmara de refrigeração dos imunobiológicos. O atendimento é das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

CATEGORIAS – A princípio, são oito categorias: sub-11, sub-12, sub-17,

sub-20, feminino, adulto, veterano e máster. O valor é o mesmo para todas as equipes: R$ 1.000. Entretanto, a organização do torneio afirma que novas categorias podem ser criadas, ou as antigas excluídas, a depender do número de equipes inscritas. O mínimo é de quatro times. O evento começa no dia 16 de dezembro de 2018, às 10h, e será encerrado no dia 6 de janeiro de 2019. Não há premiação em dinheiro.

CEILÂNDIA

Casa do Cantador comemora 32 anos A Casa do Cantador, localizada na QNN Quadra 32, Área Especial G, em Ceilândia Sul, receberá o 4º Encontro dos Campeões do Repente. A competição recebe apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e o tema será Gêneros e Gerações. Repentistas consagrados e jovens

talentos locais da arte nordestina do improviso compartilham o palco com artistas de vários estados do Nordeste e movimentam o 32º aniversário de do local. Uma das presenças ilustres será Mocinha de Passira, uma das repentistas mais experientes do País. O encontro vai até sábado (10).

Arte Contemporânea ocupa Museu Nacional da República O evento 40 Horas - Seminário Internacional de Arte Contemporânea ocupará o Museu Nacional da República nos dias 10 e 11 de novembro, das 14h às 19h. Eurípedes Gomes Da Cruz Jr. (foto) e Clarice Gonçalves vão abordar a temática “Arte e Loucura”, no sábado (10). Já no domingo (11), será a vez de Vermeire Geert (Bélgica) proporcionar um experimento nomeado “A Arte De Andar na Paisagem”. DIVULGAÇÃO


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O SUS não é opção, é necessidade

H

á quem diga que não há o que comemorar quando se fala em 30 anos do Sistema Único de Saúde, o nosso SUS. Subfinanciado e com problemas de gestão, o sistema, evidentemente, precisa ser aprimorado. Mas continua sendo a melhor política de inclusão social do país e talvez de todo o mundo. Antes do SUS, tinha atendimento do INAMPS quem tinha carteira de trabalho assinada e contribuía com a previdência. Poucos conseguiam pagar plano de saúde e a maioria dependia de filantropia e dos raros hospitais públicos. Quem não pagava não tinha acesso aos serviços de saúde. A despeito de suas deficiências, o SUS nos coloca

em sétimo lugar na oferta de assistência universal em saúde no continente americano, segundo a Organização Mundial de Saúde, com uma cobertura de 77%. Países mais avançados, como o Canadá e o Reino Unido chegam a 80% e a média mundial de oferta de serviços em nível básico de saúde é inferior a 50%. Para avançar na oferta de assistência em saúde à parcela da população que não tem acesso e para melhorar a qualidade dos serviços ofertados é necessário aumentar o investimento e melhorar a qualidade da gestão da saúde – no setor público e também no setor privado. As novas tecnologias, como aplicativos de celular, por exemplo, estão aí para ajudar a fazer isso.

Não se vê, no entanto, a demonstração de vontade política para melhorar nosso desempenho. Fala-se em aumentar a quantidade de médicos no mercado de trabalho, mas nada sobre dar os meios para os profissionais já existentes exercerem adequadamente seu ofício. No Distrito Federal, por exemplo, se observa uma diminuição investimento de recursos de arrecadação própria na saúde. Em 2015, 51,5% do total dos gastos públicos com saúde eram do GDF. Em 2018, essa participação caiu para 37,4%. No cenário nacional o movimento é inverso: redução dos investimentos federais e aumento da participação dos estados e municípios. A importância do SUS fica mais evidente quando se

considera que ele é a única alternativa de uma multidão de desempregados, que cresceu com a crise econômica – desde dezembro de 2014, 3 milhões de pessoas perderam planos de saúde no Brasil. De uma população de mais de 30 milhões de pessoas acima de 60 anos de idade, 80% não conseguem pagar planos de saúde – são mais de 25 milhões de pessoas na fase da vida em que mais se necessita de assistência em saúde. Nesse cenário, é interessante relembrar a pesquisa divulgada em abril pelo Conselho Federal de Medicina para avaliar o acesso à saúde no Brasil: nada menos que 97% dos entrevistados ouvidos revelaram ter procurado a rede pública nos últimos dois anos pelo

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

menos para serem vacinados. Das pessoas que utilizaram o SUS, 22% desaprovaram o serviço prestado, 38% consideraram regular e 39% aprovaram. O SUS é a nossa tábua de salvação em um mar de inseguranças. É imperativo melhorar a gestão, aumentar o financiamento e encará-lo não como política aleatória de governo, mas como política de Estado, parte indissolúvel do nosso projeto de futuro da nação.


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Chover é um fenômeno da natureza? Do ponto de vista linguístico, a resposta é depende. Vamos entender por quê Eu sei que o título acima é polêmico. No entanto, se você chegou até aqui, ele cumpriu a sua missão! Obviamente, não tenho a pretensão de questionar o que a sábia natureza faz todos os dias, mas espero esclarecer alguns questionamentos relacionados a este verbo. Do ponto de vista linguístico, a resposta à minha pergunta é depende. Vamos entender por quê. Em uma construção como “chove

bastante em Brasília nesta semana”, temos – além de uma verdade – o verbo “chover” em seu sentido denotativo, ou seja, “cair água em gotas da atmosfera”, conforme registra o renomado dicionário Aurélio. No caso apresentado, esse verbo é classificado pela gramática como impessoal, que é o mesmo que não admitir sujeito (a famosa oração sem sujeito); portanto, “chover”, nessa

Filosofando sobre a felicidade Ela existe e pode ser usufruída de várias maneiras, como jantar caranguejos regados a caldo de lambretas À mesa, sozinho, mal posso esperar para saborear os quatro caranguejos que estão diante de mim, naquela base do toc-toc com os martelinhos brancos, de plástico. Somados aos caranguejos, as lambretas (*) e respectivo caldo de sabor inigualável. Tudo preparado pela magia de uma cozinheira que mal conheço, muito embora frequente este mesmo restaurante baiano todo final de ano, nas férias.

Só então me dou conta de que sou dono de tantas riquezas, inclusive de um estômago e apetite de leão, muito embora esteja a poucos dias para completar 93 anos de idade. Com certeza sou um sujeito sortudo caminhando sob o signo da felicidade. E aí, filosofando, me pergunto: mesmo sendo conjugada lexicamente como substantivo feminino abstrato, a felicidade existe como

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

oração, só pode ficar no singular. Já em orações como “chovem reclamações aos políticos”, “choveu bala durante o confronto” ou “choverão pétalas após a homenagem”, o emprego figurado do verbo (com o sentido de cair ou sobrevir em abundância) faz com que a análise seja diferente: “chover”, nessas ocorrências, passa a ser verbo pessoal, que significa admitir sujeito e, por isso, estabelecerá concordância. Nos três exemplos, os núcleos dos sujeitos são, respectivamente, “reclamações”, “bala” e “pétalas”. Agora, faço uma pergunta: na construção “choveu granizo em Brasília”, o verbo é impessoal ou pessoal? Pela lógica da vida, é fácil entender a última ocorrência do verbo “chover” como impessoal, uma vez que é patente a percepção de um fenômeno natural. Todavia, do ponto de vista linguís-

tico, a situação não é essa. Entende-se que esse emprego também é figurado, com o sentido de “cair da atmosfera”! Assim, o verbo “choveu” é pessoal! Agora, você deve estar com uma dúvida na sua cabeça: e quem é o sujeito, Elias? “Granizo”, eu te respondo! Em síntese, qualquer verbo que indique um fenômeno da natureza só é tido como impessoal quando ele, sozinho, descreve todo o evento. No último exemplo apresentado, o que acontece é diferente, uma vez que “granizo” contribui com o sentido do verbo. Viu como é simples? É como eu sempre digo: o português é lógico; o resultado é que não é exato!

coisa concreta ou não passa de ilusão pura e simples que as pessoas inventam para deleite próprio? Sinceramente, acredito que a felicidade existe, sim, e pode ser usufruída de várias maneiras, preferencialmente relacionadas às coisas mais simples, como jantar caranguejos regados a caldo de lambretas. Em caso de qualquer dúvida, vale a pena recorrer aos poetas, que são os arautos de Deus. Vejamos o que diz o imortal Vinicius de Moraes: “Tristeza não tem fim, / Felicidade, sim. / A felicidade é como a pluma / Que o vento vai levando pelo ar / Voa tão leve / Mas tem a vida breve / Precisa que haja vento sem parar. // A Felicidade do pobre parece / A grande ilusão do Carnaval: / A gente trabalha o ano inteiro / Por um momento de sonho / Pra fazer a fan-

tasia / De rei, de pirata ou jardineira / Pra tudo se acabar na quarta-feira! // A minha Felicidade está sonhando / Nos olhos da minha namorada / É como esta noite / Passando, passando / Em busca da madrugada. / Falem baixo, por favor. / Pra que ela acorde alegre como o dia / Oferecendo beijos de amor!” É isso aí, amigo leitor. Mas, para mim, a felicidade ampla e irrestrita é a minha linda família, tendo à frente minha mulher, Lêda Maria, rebocando com amor de sete filhos, dezessete netos e três bisnetos - por enquanto!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Fernando Pinto - Jornalista e escritor (*) Lambreta é um molusco tipo marisco, que só é encontrado no litoral da Bahia


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O suicídio de pastores As coordenações religiosas precisam pensar seriamente no aperfeiçoamento da formação dos seus guias Chamou a atenção da comunidade evangélica de Brasília o suicídio de seis pastores desde o início deste ano. Um deles reclamou da falta de visitas, de apoio dos amigos e de colegas de ideal. Embora grave, isso não é motivo para suicídio porque devemos amar e sermos gratos sem cobrar amor e gratidão de ninguém. Amor é o bem do outro quando não espe-

ro retorno e nem recompensa material ou simbólica. Diante de tão grave conduta, as coordenações religiosas, em geral, precisam pensar seriamente no aperfeiçoamento da formação dos seus guias. Formação de pastores, padres e freiras que ignora a psicologia do autoconhecimento e comportamento precisa ser revista com urgência.

Paradoxo mundial da obesidade Ela é considerada uma doença, e não existe, portanto, um obeso saudável O paradoxo da obesidade está associado a indivíduos com quadro de obesidade, mas que não apresentam ainda nenhuma das comorbidades relacionadas à obesidade. Ainda. Ou seja, não é porque o indivíduo obeso apresenta taxas sanguíneas normais

em exames laboratoriais que está tudo bem. Afinal, trata-se de uma doença crônica e pode ser que os efeitos metabólicos ainda não tenham aparecido. Porém, eles irão aparecer. A obesidade é considerada uma doença, e não existe, portanto, um

Jesus, usando como exemplo o apóstolo Pedro, o comparou a uma rocha, onde sua Igreja seria assentada. Pedro é o símbolo da fortaleza que todo guia religioso deve ser. Os requisitos mínimos são: sinceridade nas relações, vontade firme, humildade e solidariedade. Atuando, o guia deve desenvolver sentimento de utilidade, dignidade e gratidão. Com esse alicerce vem o prazer de servir e a alegria de viver até que estes tornem-se o mesmo na doença e na saúde, na carência e na fartura, como ensinou o Apóstolo Paulo. O guia deve conscientizar-se de que a vida de ministro é um processo de consciência de si, observação de si e aperfeiçoamento constante: hoje melhor que ontem e amanhã melhor que hoje. É isso que os psicólogos cha-

obeso saudável, como muitas vezes ouvimos por aí. A obesidade é uma doença multifatorial e seus efeitos trazem não só alterações física e metabólicas, mas também psicossociais. Considerando que a definição de saúde vai muito além da ausência de doenças, além de todo o bem-estar do indivíduo, precisamos tratar e prevenir a obesidade. O ambiente em que vivemos é obesogênico. As crianças estão obesas e mais da metade da população brasileira tem quadro de excesso de peso. Estamos em situação crítica, e muitas das atribuições do governo são deixadas de lado porque a força da indústria que nos deixa do-

mam de crescimento, e os mestres do Oriente chamam de acordar, despertar, evoluir. Alguns desenvolvem uma boa oratória, decoram capítulos e versículos, disso se orgulham, se envaidecem, e perdem a noção de si. Humildade sempre. A humildade de Gandhi: “Eu sou apenas o barro nas mãos do leiro”. Religião é coisa muito séria. Não é comércio. Não é prática para criar ilusão. É meio para levar o homem de volta a Deus. Somente pessoas vocacionadas devem buscar tornar-se guias. “Busque o reino de Deus e sua justiça e tudo o mais será dado de acréscimo”.

José Matos Professor e palestrante

entes é maior. Existe um discurso implícito de que aqueles que buscam uma alimentação saudável, especialmente para as crianças, são muito radicais. Afinal, o que é que tem comer de vez em quando um fast food? Na verdade, de vez em quando talvez não tenha problema. Mas passamos dessa frequência para quase diariamente. Vamos refletir sobre isso, e se o ambiente não ajuda, vamos buscar ajuda para ter alimentos de verdade à nossa mesa. Isso já faz toda a diferença.

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)


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