Jornal Brasília Capital 386

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JÚLIO PONTES

Ano VIII - 386

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Entrevista Rodrigo Rollemberg Brasília, 27 de outubro a 2 de novembro de 2018

“Ibaneis é arrogante” Em desvantagem na disputa do segundo turno pelo Palácio do Buriti, o candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB) parte para o ataque contra o adversário Ibaneis Rocha (MDB), que decidiu não participar de debates na reta final da campanha. “É arrogância e demonstração de desapego com a população de Brasília”, diz o governador em entrevista ao Brasília Capital. Rollemberg recebeu a reportagem em seu comitê na segunda-feira (22), cinco dias antes do pleito, e apostou que, mesmo as pesquisas apontando uma diferença de 50 pontos percentuais entre ele e o oponente, ainda venceria a disputa nas urnas deste domingo (28). Páginas 7 a 10

Brasília Capital: jornalismo democrático e independente na campanha

Agaciel Maia cotado para presidir a Câmara Legislativa

Pesquisas apontam Ibaneis no Buriti e Bolsonaro no Planalto

CLDF reestrutura carreiras do DER e da Agefis

Editorial - Página 2

Pelaí - Página 3

Páginas 4 e 5

Página 6


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 27 de outrubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br

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EDITORIAL

x p e d i e n t e

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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Democracia e independência

o domingo (28), encerra-se o período eleitoral. Cento e quarenta e sete milhões de brasileiros aptos a votar, vão às urnas escolher o próximo presidente da República. Em 13 estados, também acontece o segundo turno nas disputas para governador, a exemplo do Distrito Federal. Na Capital da República, 2 milhões de eleitores decidirão se Rodrigo Rollemberg continuará ocupando a principal cadeira do Palácio do Buriti ou se deverá cedê-la a Ibaneis Rocha a partir de primeiro de janeiro do próximo ano. Desde o encerramento da Copa do Mundo da Rússia, no dia 15 de julho, o assunto mais discutido no Brasil é a política. No Brasília Capital não foi diferente. A maioria das páginas das 20 edições semanais impressas de lá até esta, e das notícias publicadas no portal bsbcapital.com.br,foi dedicada a ajudar os eleitores na escolha dos seus representantes para os próximos quatro anos. Ao todo, foram 36 entrevistas com candidatos aos diversos cargos em disputa. Dos 17 postulantes às duas cadeiras do Senado, nove se apresentaram ao eleitores pelas páginas deste semanário, inclusive os dois eleitos – Leila do Vôlei e Izalci Lucas. Não fizemos – e não fazemos – distinção de partidos ou ideologias. Participaram das entrevistas e lives no Facebook políticos de esquerda, de

C

nÔnibus em Águas Claras Coitados de nós que moramos no Sol Nascente. Só tem uma linha de ônibus São José, e não tem outras empresas. As águas só correm pro lado mais forte. Diana Silva Alves, via Facebook Enquanto isso, o Guará só tem ônibus para o Plano Piloto. Parabéns, senhor gover-

nador. Gleidson Galego, via Facebook Área nobre de Brasília sempre em primeiro lugar. Agora vem na Santa Maria para ver... Bruno Trilhas, via Facebook É bom para dar acesso às faculdades UniCeub, Processus e outras que o metrô não atende. Nara Leite, via Facebook Bom demais. Estou muito

direita, tradicionais, novatos, com ou sem chances reais de serem eleitos. A abertura desses espaços foi feita de forma democrática e imparcial, como deve ser a imprensa livre que defendemos e praticamos. A informação rasa que o eleitor brasileiro encontrou durante este período em notícias falsas espalhadas nos grupos de WhatsApp e outras redes sociais não obteve repercussão neste Brasília Capital, que está presente em todos os meios digitais disponíveis. A política local teve alguns pontos de destaque no Brasília Capital. Em outubro de 2017, um ano antes das eleições, fomos o primeiro veículo a entrevistar umpré-candidato ao GDF até então desconhecido da maioria dos brasilienses: o advogado e ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha. Ele se apresentava como outsider e garantia que Rollemberg “não venceria por W.O novamente”. Ele venceu o primeiro turno e lidera as pesquisas às vésperas do segundo turno. Em abril, o senador Cristovam Buarque, que ajudou a eleger o atual governador, disparou: “Rollembergfoi um governo sem legado”. Os petistas Wasny de Roure e Marcelo Neves usaram o mesmo espaço para responder ao ex-correligionário: “se aproximou muito de Temer”, disse o primeiro, e “é a maior representação de Judas para o povo brasileiro”, atacou o outro. Cristovam não se reelegeu e Rol-

lemberg, embora em desvantagem, ainda luta para se manter no cargo. Já Leila Barros (PSB) adotou a bola de vôlei como símbolo de sua campanha por sugestão do editor Orlando Pontes, que propôs a foto de capa da edição 377, em 18 de agosto, com a pose na Praça do Relógio, no centro de Taguatinga. Após a manchete “Uma cortada na corrupção”, a candidatura da ex-atleta saiu da quarta colocação nas pesquisas para o primeiro lugar. Leila será a primeira mulher a representar Brasília no Senado Federal. Coincidência? Um furo de reportagem após a apuração do votos do primeiro turno divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral garantiu ao portal bsbcapital.com. br enorme audiência. Trata-se da batalha judicial que virou a eleição para deputados distritais e federais, segundo interpretação do advogado Paulo Goyaz. A matéria repercutiu em todos os veículos de comunicação da capital. Mas foi publicada primeiro aqui. Portanto, nossos leitores têm todos os motivos para continuar nos acompanhando nesta jornada, bebendo diretamente na fonte a água limpa das notícias verdadeiras, veiculadas em primeira mão por um veículo de credibilidade e que, muitas vezes, está à frente dos fatos divulgados pela imprensa convencional. Bom voto a todos. E que vença a democracia!

a r t a s

feliz. Isabella Cunha, via Facebook Sobre nota na coluna Via Satélites informando que Águas Claras ganhou mais duas linhas circulares de ônibus. Uma delas vai até Vicente Pires. nIbaneis Rocha Amigo, eu conheço Dr. Ibaneis de perto. E acredite: ele

faz direito o que se propõe a fazer. Meu parâmetro não é o que ele diz, mas o que ele fez, como advogado (dos bons, apesar dos ataques relacionados à sua controversa carteira de clientes), e como gestor na OBA/DF. Valdilene Moizinho, via WhatsApp Sangue novo em Brasília. Precisamos mudar! Carmen Lúcia Carvalho, via Facebook

Esse Ibaneis é fujão de debates. É arrogante e não vai a lugar nenhum com tantas promessas. Águida Maciel, via Facebook Sobre entrevista com o candidato a governador Ibaneis Rocha. O Brasília Capital foi o primeiro veículo de comunicação a entrevistá-lo, há um ano, quando ele se apresentava como outsider e ainda era desconhecido da maior parte da população.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 27 de outrubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br

POSSE NA CNC - Toma posse dia 19 de novembro o novo presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Tadros. O mandato vai até novembro de 2022. A solenidade que tradicionalmente ocorre em Brasília pode ser transferida para o Rio de Janeiro. Tadros encabeçou a chapa Unidos pela CNC e derrotou a oposicionista CNC em Ação, liderada pelo presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. O processo eleitoral, ao contrário do que é normal em entidades patronais, foi tumultuado, com acusações de parte a parte. Trados teve 24 votos contra quatro de Adelmir Santana.

Filippeli fora

Bolsonaro é Temer Autointitulado como novidade para o Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas para o Palácio do Planalto, já negocia a permanência da equipe de Michel Temer (MDB) em seu governo. QUEM FICA – A principal herança de Temer para Bolsonaro deve ser na economia. Assessor econômico do presidenciável, Paulo Guedes tem negociado a permanência de Mansueto Almeida (Tesouro) e de Marcos Mendes (Ministério da Fazenda). QUEM SAI – O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, adiantou que deixará o cargo. Ele é o único nome cogitado para o cargo na equipe do PSL.

Temer é Bolsonaro Aliados de Bolsonaro pressionaram Temer e o presidente decidiu não nomear quatro vices-presidentes da Caixa Econômica Federal. Se eleito, o candidato quer chancelar os nomes, por considerar cargos-chave para a máquina pública. AGÊNCIAS – O presidente também recuou de nomeações para cargos de direção em agências reguladoras, após tratativas com representantes de Bolsonaro. JÚLIO PONTES

Novo? GUSTAVO GOES

Tadeu Filippelli e Ibaneis Rocha no ato de assinatura da filiação do ex-presidente da OAB ao MDB

Líder nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno no dia 28, Ibaneis Rocha (MDB) descarta a indicação para seu eventual governo de pessoas que respondam a qualquer processo na Justiça. Este critério afasta a possibilidade de seu correligionário Tadeu Filippelli, preso na Operação Paratenaico, integrar o primeiro escalão do GDF. CELINA– A alternativa para Filippelli seria Ibaneis indicar a deputada Celina Leão (PP) para um cargo no Executivo e, assim, abrir espaço para ele assumir na Câmara dos Deputados como suplente. Mas Ibaneis avisou que não chamará nenhum parlamentar federal, sem descartar convidar distritais. Celina emitiu nota negando interesse em

integrar o time de Ibaneis. AGACIEL – Ibaneis já pensa na formação da base de apoio na Câmara Legislativa. E o seu preferido para comandar a Casa é, paradoxalmente, o líder do governo Rollemberg, Agaciel Maia (PR). Reginaldo Veras e Cláudio Abrantes também são pré-candidatos para substituir seu correligionário Joe Vale no cargo mais alto da Câmara. WELLINGTON - Atual vice-presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB) torce para o correligionário Rafael Prudente ser chamado para o Executivo. As chances são boas. FUSÃO - Tudo caminha para a fusão Rede-PV se juntar também ao PPS. Tratativas estão avançadas. Aguardem!

Dedo na ferida A dificuldade do PT em reconhecer os próprios erros fez mais uma vítima no comício de artistas promovido pelo partido terça-feira (23), no Rio de Janeiro. Depois de Cid Gomes no Ceará, o líder dos Racionais MC’s, Mano Brown (foto), foi vaiado pela plateia quando criticou o distanciamento do

PT dos trabalhadores e do povo. CAETANO – “O partido do povo tem que entender o que o povo quer. Se não sabe, volta pra base e vai procurar saber”, afirmou. Depois da fala de Brown, Caetano Veloso defendeu o colega artista e destacou que a situação é complexa.

Pregando ser novidade na política, o empresário Romeu Zema (foto), candidato ao governo de Minas Gerais, foi filiado ao PR de 1999 até janeiro deste ano, quando entrou no Novo. A informação foi verificada em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). MENSALÃO – Zema afirmou que foi convidado por um amigo há cerca de 20 anos para se filiar ao partido de Waldemar Costa Neto, preso no mensalão. Destacou, no entanto, que nunca militou ou foi candidato a cargos públicos pela legenda. LAVA JATO – Em Minas, o PR apoiou a reeleição de Fernando Pimentel (PT), demonizado pelo Novo. O partido teve políticos envolvidos na Lava Jato, esteve na base dos governos do PT e de Temer. Faz parte do bloco chamado de “Centrão”. Novo?

Ameaças A Folha de S. Paulo entrou com representação no TSE solicitando que a Polícia Federal investigue ameaças a profissionais do jornal. Após a publicação de reportagens investigativas sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), a autora da matéria, jornalista Patrícia Campos Mello, recebeu intimidações e ofensas via redes sociais. Outros dois jornalistas que participaram da apuração da reportagem também vêm sofrendo ataques.


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Haddad faz autocrítica e Bolsonaro planeja governo Militar se volta ao Centrão e tenta antecipar flexibilização da lei das armas. Haddad aposta em notáveis e crê em virada nos últimos minutos

JÚLIO PONTES

REPRODUÇÃO

Da Redação A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, se aproxima da base governista de Michel Temer (MDB). Já o petista Fernando Haddad reconhece erros do partido, mas não conquista aliados, como Ciro Gomes (PDT). Mesmo decrescente, a diferença entre os dois, segundo pesquisa DataFolha de quinta-feira (25), ainda era de 6 pontos. Em vantagem, Bolsonaro prepara sua equipe de governo. Além dos cargos de primeiro e segundo escalões, o PSL pretende retirar os indicados - técnicos e funcionários de carreira - que foram nomeados entre 2002 e 2016. Apesar de o grupo do militar ter declarado intenção de cortar 25 mil cargos de confiança, a máquina do Executivo só possui 22 mil. Sendo assim, preveem a eliminação de 20 mil funções DAS (Direção e Assessoramento Superior). Na Câmara dos Deputados, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) pleiteia sua manutenção no cargo mais alto da Casa. Para isso, avalia votar a flexibilização da lei das armas. O projeto é do deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que deve integrar o eventual governo Bolsonaro. A proposta visa retirar a exigência de que o cidadão comprove a necessidade de ter uma arma e diminuir a idade mínima para porte de 25 para 21 anos. Atualmente, cabe ao delegado da Polícia Federal julgar se a comprovação é justa ou não. A aproximação com o DEM é considerada vital para a gover-

Bolsonaro negocia alteração na lei das armas ainda neste ano

nabilidade de uma futura gestão Bolsonaro. É o partido de Rodrigo Maia e do prefeito de Salvador, ACM Neto, que detém maior influência no chamado Centrão. HADDAD – Enquanto a classe artística, intelectuais e notáveis de vários cantos do mundo se unem em torno da candidatura de Fernando Haddad, o PT ainda patina em termos de efetivos apoios políticos. Após 15 dias tentando atrair, sem sucesso, Ciro Gomes (PDT), Haddad mantém em sua base Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (Psol) e

Haddad faz mea-culpa do PT e visa virada nos últimos minutos

tucanos Fernando Henrique Cardoso, Jarbas Vasconcelos e Alberto Goldman. Contudo, a diferença que era de 18%, chegou a 12% na última pesquisa. Em São Paulo – estado considerado reduto tucano – Haddad chegou a 51% das intenções de voto, contra 49% de Jair Bolsonaro. A frente democrática de Haddad, com certa anuência da centro-direita, sofre resistência interna no PT. Adversários do partido exigem uma autocrítica para reforçar a candidatura petista. A contradição deve permanecer até o final.

O objetivo daqueles que defendem o voto anti-Bolsonaro é acenar ao centro e buscar o eleitor mais pobre, historicamente ligado ao PT, mas atualmente distante dos ideais da legenda. Arquiteto da candidatura de Haddad, Lula divulgou carta na quarta-feira (24) pedindo união aos democratas contra o que chama de “aventura fascista”. O aceno do maior líder da legenda mostra que a autocrítica de Haddad tem o aval de seu tutor e alimenta esperanças petista de virar nos últimos instantes da corrida eleitoral.


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Distância no 2º turno do DF é a maior do país Mesmo com diferença de 48 pontos, Rollemberg ainda aposta na virada, enquanto Ibaneis acumula apoios políticos reacomodados

JÚLIO PONTES

JÚLIO PONTES

Da Redação Às vésperas do segundo turno da eleição, pesquisas apontam que a diferença de Ibaneis Rocha (MDB) para Rodrigo Rollemberg (PSB) é a maior entre todas as disputas nacionais. Segundo o DataFolha o emedebista tem 74%, contra 26% do atual governador. Embora Rollemberg tenha declarado em entrevista ao Brasília Capital (leia páginas 7, 8, 9 e 10) que está otimista com a virada, os números e as evidências são desanimadoras para o socialista. Além da diferença numérica, Rollemberg passou a ter que administrar os apoios políticos de outras legendas. Sua coligação, Brasília de Mãos Limpas, formada por partidos do campo progressista (PSB, PV, PCdoB, PDT e Rede) sofreu baixas. De fato, somente os três primeiros estão dispostos a irem com o governador até o final. A articulação nacional que trouxe PDT e Rede não foi suficiente para mantê-los na base do PSB. A indecisão do PDT, de ter ou não candidato próprio ao GDF, obrigou a legenda a coligar-se com Rollemberg por imposição do presidente nacional, Carlos Lupi. Entretanto, em nenhum momento o partido se manteve unido. O deputado distrital reeleito Cláudio Abrantes, por exemplo, declarou apoio a Ibaneis ainda no primeiro turno. Já a Rede Sustentabilidade abraçou a causa e lançou Chico Leite como candidato ao Senado, ao lado de Leila do Vôlei, correligionária do governador. Após o resultado do primeiro turno, o grupo de Chico apontou a união

Ibaneis acumula apoios de ex-aliados do governador

da imagem dele com a de Rollemberg como a maior causa da derrota, o que levou o partido a romper no segundo turno, mesmo com orientação nacional de permanência. Embora pareça oportunismo, o professor de Relações Internacionais e Ciência Política na Universidade Católica de Brasília, Creomar de Souza, considera normal que ocorra uma “reacomodação de forças ao redor de Ibaneis” devido ao “quadro favorável” apontado nos últimos levantamentos.

Rollemberg tenta colar imagem de Ibaneis em Temer e Filippelli

HORA DA VIRADA – Embora a campanha de Rollemberg insista em dizer que agora é a “hora da virada”, os dias passam e a tendência de vitória de Ibaneis só aumenta. Segundo levantamentos internos feitos por telefone, a uma semana do pleito, o advogado caía, a cada dia, 2 pontos percentuais, o que justificaria o otimismo na reeleição. Mas Rollemberg sabe que sua rejeição ultrapassa de 50%, o que o impossibilita de alcançar a maioria simples dos votos.

Por isso, nos últimos dias de campanha, Rollemberg aposta em tentar denegrir a imagem do seu oponente, tentando colar nele o desgaste do presidente Michel Temer e do ex-vice-governador Tadeu Filippelli, e escancarando possíveis casos de abuso de poder econômico, que causariam cassação do candidato após a eleição, o que traria uma “instabilidade política”, temida pela população de Brasília, principalmente após operações Caixa de Pandora e Panatenaico.


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CLDF reestrutura carreiras do DER e da Agefis JÚLIO PONTES

Projetos de Lei aprovados por distritais alteram escolaridade exigida para cargos nas autarquias Da Redação

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inda em clima de volta aos trabalhos após as eleições, mas com as galerias lotadas, a Câmara Legislativa aprovou, na terça-feira (23), projetos de lei que alteram as carreiras de servidores do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e da Agência de Fiscalização do DF (Agefis). Com isso, passa a ser necessário um diploma de nível superior para assumir o cargo de inspetor fiscal da Agefis. A maior defensora da proposta é a presidente da Agência, Bruna Pinheiro, que esteve na CLDF. Ela destacou que o cargo precisa de nível superior por ser de “extrema responsabilidade e contemplar atividades de elevado grau de complexidade”. Outra carreira reestruturada pelos distritais foi a dos servidores do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), que têm 1,2 mil cargos. O PL aprovado altera o nome da carreira para Gestão e Fiscalização Rodoviária, muda a nomenclatura dos cargos

Bruna Pinheiro defende que inspetores fiscais tenham obrigatoriamente curso superior: “atividades do cargo são de elevado grau de complexidade”

e o grau de escolaridade exigido para o ingresso em cada uma das funções. Segundo o texto, o cargo de analista de atividades rodoviárias passa a ser chamado de especialista de gestão e fiscalização (de nível superior) e o de técnico de atividades rodoviárias passa a ser analista de gestão e fiscalização rodoviária (mudando a exigência de nível médio para superior). EXTINÇÃO – Apesar da comemoração dos servidores que acompanharam a

análise, votação e aprovação da proposta em plenário, o deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) fez questão de alertar para possíveis questionamentos da matéria na Justiça. “As emendas apresentadas minimizam uma série de problemas do PL. Mas, mesmo assim, alerto para a possibilidade de o Judiciário questionar, por exemplo, o risco de transposição de cargos. Faço esse alerta para ninguém se sentir enganado no futuro”, reforçou.

Já a deputada Celina Leão (PP), eleita para a Câmara Federal, afirmou não ver risco de o projeto ser considerado inconstitucional, considerando o caso de propostas semelhantes que viraram lei. Alguns servidores que acompanhavam a votação dos projetos na galeria do plenário da Casa lembravam que o candidato Ibaneis Rocha (MDB), líder nas pesquisas da disputa pelo Buriti, pretende extinguir a Agência de Fiscalização, caso seja eleito.

milhões para a Central de Abastecimento de Brasília (Ceasa), para a rubrica de construção de prédios próprios. Também foi aprova-

do R$ 220 mil para o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Brasília Ambiental) e para o DFTrans. (GP)

Dinheiro em caixa Ainda na terça-feira (23), a CLDF aprovou a abertura de créditos à Lei Orçamentária Anual do DF (LOA). Ao todo, mais de R$ 7

milhões foram autorizados. Deste total, cerca de R$ 3,1 milhões serão em favor da CEB, para a aquisição de equipamentos; e R$ 3,9


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Entrevista Rodrigo Rollemberg

JÚLIO PONTES

A cinco dias do segundo turno, o candidato à reeleição acredita na virada na reta final: “este é o momento de fazer com que as retas do gráfico das pesquisas se cruzem e a gente tenha uma grande vitória”

“Ibaneis é arrogante” O

governador Rodrigo Rollemberg (PSB) vê como arrogância e “demonstração de desapreço com a população de Brasília” a decisão de seu adversário, Ibaneis Rocha (MDB), de não participar de debates no final do segundo turno na disputa pelo Palácio do Buriti. Embora os institutos apontem uma diferença de 50 pontos percentuais entre ele e o oponente, o candidato à reeleição garante que pesquisas para consumo interno de sua campanha mostram que a vantagem do emedebista é de “apenas” 15%. “Até o último momento a opinião do eleitor pode mudar, mudando o resultado da eleição”, aposta. Durante entrevista ao Brasília Capital segunda-feira (22) à noite em seu comitê, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), Rollemberg disse que “Ibaneis é a velha política. E até mais: a pior política. Ele está ligado a Michel Temer, Tadeu Filippelli, Júnior Brunelli e Benício Tavares”. Rollemberg duvida que o emedebista cumpra a promessa de pagar a paridade da Polícia Civil com a Polícia Federal, porque isto implicaria em aumentar os salários da PM, dos professores e do pessoal da Saúde, o que causaria um impacto de pelo menos R$ 4 bilhões por ano nos cofres do Distrito Federal. “Se a gente tiver um nível de irresponsabilidade desse tipo, vamos ter, em seis meses, Brasília vivendo um caos”, prevê o socialista. Ele também se recusa a se posicionar a favor ou contra Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial. “Eu adotar uma posição a favor de um ou de outro iria contribuir para essa radicalização nefasta para Brasília e para o Brasil. Por isso, decidi ficar independente e reafirmar os valores que sempre me acompanharam desde sempre, da democracia, da redução das desigualdades sociais, do combate à corrupção, do respeito aos direitos humanos, do respeito à diversidade”, justifica.


Brasília Capital n Política n 8 n Brasília, 27 de outrubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Entrevista Rodrigo Rollemberg Governador, última semana de campanha. Animado? – Animado. Tenho sentido que meu adversário vem caindo e a gente se aproximado dele. E este é o momento, é a reta final, de fazer com que as retas do gráfico das pesquisas se cruzem e a gente tenha uma grande vitória. O seu adversário, numa postura de quem lidera a disputa, tem se recusado a participar de alguns debates com o senhor. Qual a sua avaliação dessa postura do Ibaneis Rocha? – Isso

dos debates. Essa postura do Ibaneis demonstra um desapreço muito grande com a população, um desrespeito com a população, e uma característica arrogante de sua personalidade. Nas campanhas anteriores, havia uma grande rixa nas ruas, entre as militâncias. Hoje, as militâncias não estão em confronto, mas os dois candidatos estão se estranhando. Por que isso – Essa eleição é estranha; uma eleição diferente. Existe uma frieza dos eleitores, uma decepção muito grande com a política por tudo que aconteceu no Brasil. Todas as denúncias de corrupção, que foram em grande parte delas protagonizadas pelo partido do candidato Ibaneis, o MDB, levaram a uma frustação muito grande da população, e também faz com que os votos não estejam consolidados.

“Quando as pessoas conhecem determinadas facetas do perfil do Ibaneis, descobrem que ele é a velha política. E até mais: a pior política” é fruto da postura arrogante do candidato. Veja que isso nunca aconteceu em Brasília. Em todas as eleições, até quando a dona Weslian teve que substituir o governador Joaquim Roriz, ela participou dos debates até o final. Na última eleição, eu e o Frejat participamos de todos os debates. O governador Roriz, em todas as suas campanhas, mesmo estando na frente, participou

Então, até o último momento a opinião do eleitor pode mudar, mudando o resultado da eleição. No Brasil todo e em Brasília, todos os institutos de pesquisa erraram: não previram a vitória do Zema em Minas Gerais; não previram a vitória do juiz no Rio de Janeiro; não previram que eu iria para o segundo turno aqui no DF. Na minha opinião, por isso, o voto não

está consolidado, e a população só vai decidir o voto na véspera ou no dia da eleição. Pelos institutos, o senhor tinha poucas chances de passar para o segundo turno. Mas, na semana que antecedeu o 7 de outubro, em entrevista ao Brasília Capital, mostrou-se otimista, e acabou contrariando as pesquisas. Agora, mais uma vez, os levantamentos apontam uma dianteira muito grande para o seu adversário. Ainda acredita na virada? – Nossas pesquisas mostram que ele vem caindo e a gente subindo. Eu tenho uma confiança muito grande de que a gente vai ganhar no segundo turno. Acho que essa decisão dele de não participar dos debates mostra que ele vinha caindo a cada debate, quando a gente confrontava o Ibaneis com a verdade de sua trajetória. Veja bem: ele veio até aqui crescendo, como se fosse o novo. Só que, na verdade, ele era desconhecido. Quando as pessoas começam a conhecer determinadas facetas do perfil do Ibaneis, descobrem que ele é a velha política. E até mais: a pior política. Ele está ligado a Michel Temer, que dispensa comentários; a Tadeu Filipelli, preso pela Lava-Jato; a Júnior Bruneli, da oração da propina; a Benício Tavares, acusado de pedofilia; está sendo processado pelo Ministério Público por ter superfaturado e recebido indevidamente R$ 3 milhões de um dos municípios mais pobres do Brasil, com isso deixando mais de mil crianças fora da escola. Existem ainda outras suspeitas que precisam ser explicadas. Alguns temas levantados pelo Alberto Fraga, por exemplo, de um tal de Lorival, que foi um servidor da Justiça demitido pelo bem do serviço público porque fazia cálculos superfaturados que beneficiavam escritórios

de advocacia e que o Fraga insinuou que o escritório do Ibaneis poderia ser um dos beneficiários, e ele até aqui não explicou isso. Então, temos vários temas sombrios que, digamos assim, fazem uma sombra sobre a candidatura do Ibaneis. Talvez por isso ele não queira participar dos debates. Para não ter que ser confrontado com esses temas constrangedores para a trajetória dele. Então, do ponto de vista de quem está à frente

nas pesquisas, a estratégia dele de não participar dos debates pode ser uma forma de se proteger e evitar desgastes. Vemos a mesma coisa na disputa presidencial, com o Jair Bolsonaro... – Não tenho dúvida que é uma postura arrogante do candidato. Mostra esse perfil arrogante que a população já percebeu que é uma característica dele, e me parece muito desrespeitosa com o eleitor. O eleitor tem todo o direito de ver o confronto dos candidatos, porque desse


Brasília Capital n Política n 9 n Brasília, 27 de outrubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br FOTOS: JÚLIO PONTES

“A grande preocupação do Ibaneis é ser confrontado com temas constrangedores da sua trajetória política, que ele não teria condições de dar explicações adequadas”

confronto direto que surgem as questões relevantes, inclusive da vida pessoal, da vida profissional, da trajetória, para o eleitor saber se aquela pessoa tem os atributos morais que ela quer ver no governo do DF. Me parece que a grande preocupação dele é ser confrontado com temas constrangedores da sua trajetória política, que ele não teria condições de dar explicações adequadas. O senhor tem procurado deixar a marca de um

governo transparente, sem escândalos de corrupção, uma coisa que não se via em Brasília nos últimos anos. Na campanha, tem apresentado propostas dentro de uma realidade econômica possível, enquanto o seu adversário promete coisas que o senhor já diz que ele não vai cumprir... – Não vai cumprir mesmo. E isso é mais um fato pelo qual ele está correndo do debate. É muito fácil ele sair prometendo, prometendo e prometendo, mas quando é confrontado com números e

realidade, não tem como dar explicação. Por exemplo: ele está prometendo dar 37% de aumento para Polícia Civil. Isso custa R$ 942 milhões por ano. Pressionado pela Polícia Militar, que não se conforma em ter um aumento menor do que o da Civil, ele disse que também vai dar o mesmo aumento para a PM. Dá 1,9 bilhão ao ano. E ainda tem as 32 categorias profissionais que estão aguardando o aumento. Mais 1,5 bilhão ao ano. Ou seja, só aí nós estamos falando de mais de R$ 4 bilhões ao ano. Mas você acha, por exemplo, que os professores vão se conformar de ver uma categoria como os policiais civis receber 37% de aumento e eles receberem 2,5% de aumento? Você acha que os servidores da Saúde e da administração direta vão se conformar em ter aumento de 5% ou 6% sabendo que uma categoria teve aumento de 37%? Mas a Polícia Civil alega que está há dez anos sem reajuste... – Não é verdade. No meu primeiro ano de governo eles tiveram um aumento de 5%, como a Polícia Militar. O que eu estou colocando é que ele fez o compromisso com Polícia Civil de dar a paridade de 37% e a Polícia Militar não aceita um aumento diferente do da Civil. Então ele vai e garante para a PM que vai dar o aumento. Se ele não der, como não vai dar, porque é matematicamente impossível dar, ele vai ter greve da Polícia Civil, vai ter operação tartaruga da Polícia Militar, greve de professores. E nós vamos ter um caos na cidade no ano que vai ser um ano muito difícil, porque qualquer que seja, o presidente que vai assumir um país dividido, em Brasília será preciso ter tranquilidade. Será preciso ter um governador que dialogue com todas as pessoas, como eu dialoguei e consegui passar por um momento de

maior turbulência da história de Brasília sem nenhum conflito mais grave, sem nenhum incidente mais grave. O senhor acredita que podemos ter problemas sociais graves na cidade em virtude dessa polarização política no País? – Eu estou muito preocupado com Brasília. Por outro lado, todos os especialistas em direito eleitoral são unanimes em afirmar que o Ibaneis, numa eventual vitória, seria cassado, e haveria uma nova eleição em Brasília em um ambiente também de muita polarização e radicalização, porque o que ele fez, ninguém teve coragem até hoje de fazer. Foi algo muito explícito. Também acho que essa é uma outra causa para ele não ir aos debates, porque ele é tão arrogante que em cada manifestação que faz, vai se enforcando com a própria corda. Ele vai cons-

Entrevista Rodrigo Rollemberg apenas o desejo de comprar o eleitor, através do abuso de poder econômico. Ele reitera isso nos debates com a sua arrogância e cria provas contra si mesmo. O Ibaneis diz que vai cobrir o aumento de despesas com o reaquecimento da economia, aprovando projetos e desativando a AGEFIS, que, segundo ele é um empecilho para o setor produtivo... – É obvio que a AGEFIS não é um empecilho. E digo mais. Ele está dizendo nesse mundo da fantasia que

“Se ele não der, e não vai dar, o reajuste, a Civil fará greve, vai ter operação tartaruga da PM e greve de professores. Será o caos na cidade” truindo provas contra si, com o abuso de poder econômico. Uma pessoa que chega na TV Globo e reitera: “eu vou construir casa com o meu dinheiro, se eu ganhar a eleição; e se eu não ganhar, eu não vou fazer nada; não estou nem ai”. Ou seja, ele mostra um desprezo enorme pela população Mostra que não existe sentimento humanitário nenhum em suas ações. Existe

ele está criando, além de ter prometido todos esses aumentos que dão mais de R$ 4 bilhões e que não agradariam professores, servidores da Saúde e outras categorias que não aceitariam receber muito menos do que os 37% da Polícia Civil, ele está dizendo que vai voltar o nível dos impostos de 2015. Com isso, ele reduziria em R$ 2 bilhões a arrecadação anu-


Brasília Capital n Política n 10 n Brasília, 27 de outrubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br JÚLIO PONTES

regulares e isso aparecia no processo de regularização.

Entrevista Rodrigo Rollemberg al. Então, assim nós estamos criando um caldo de cultura muito perigoso, porque nós demoramos quatro anos fazendo todo o esforço para arrumar as contas. Se a gente tiver um nível de irresponsabilidade desse tipo, vamos ter, em seis meses, Brasília vivendo um caos. Outro caminho que ele aponta é a regularização fundiária, para aquecer a construção civil. O senhor tem trabalhado nessa linha em algumas áreas, como em Vicente Pires, Sol Nascente, Arapoanga... – Nossas ações estão muito adiantadas: 63 mil pessoas já receberam suas escrituras no DF e mais 7 mil aderiram à compra direta da Terracap no processo de regularização de condomínios. Mas o candidato Ibaneis não tem interesse em promover a regularização em condomínios, porque ele tem vários terrenos irregulares em condomínios, inclusive prédio. Ele não tem interesse porque ele tem muito patrimônio oculto dentro desses condomínios. Na hora que ele regularizar, esse patrimônio vai ter que aparecer e deixar de ser oculto. Então, eu alerto também os moradores de condomínios, que são moradores de boa-fé, que viram a seriedade com que o governo está promovendo a regularização, pela porta da frente, que o candidato não terá interesse em fazer a regularização dos condomínios. Simplesmente porque ele tem terrenos em condomínios ir-

(Pergunta de internauta) – Como está a regularização do setor Arapoanga em Planaltina? – Lá é terra privada, mas o processo está adiantado na CODHAB. Me parece que eles vão fazer uma doação da parte que já foi ocupada pela população para dispor do restante da área e conseguir regularizar. Está bem adiantado.

“Eu adotar uma posição a favor de Bolsonaro ou de Haddad contribuiria para essa radicalização nefasta para Brasília e para o Brasil”

Seria no atual governo ou no próximo mandato? – Nós vamos trabalhar para dar continuidade ao processo de regularização neste nosso governo. Não tenho condições aqui, sem as informações, de afirmar se seria neste ou no próximo governo. Qual mensagem o senhor deixa para os nossos leitores e internautas para o próximo dia 28 e, caso se reeleja, qual a perspectiva para o futuro governo? – Eu diria que o dia 28 de outubro vai ser um momento muito importante na vida de Brasília. Nós não vamos votar apenas em um governador; nós vamos decidir qual futuro queremos para Brasília. Nós mostramos que é possível governar sem corrupção e com resultados. Mostramos que um governo sério, um governo equilibrado, um governo, sereno é muito importante para enfrentar um momento de turbulência política que o Brasil viveu, está vivendo e vai viver ainda, infelizmente, em função desse processo de radicalização. Então, é muito importante que as pessoas tenham muita consciência disso. Ao mesmo tempo, é importante pensar na estabilidade da cidade. Nós temos um candidato que está se passando de novo, mas na verdade é apenas um desconhecido que está aliado com o que há de pior na politica do DF e que, se eventualmente viesse

a ser eleito, já viria com uma acusação muito grave de abuso de poder econômico e que, segundo todos os especialistas, tem uma chance enorme ou quase certa de ter o mandato cassado, onde existiria uma nova eleição, trazendo mais instabilidade política para o DF. Então, as pessoas precisam pensar! E o que o senhor representa? – Quanto a mim, as pessoas já me conhecem. Fui deputado distrital, federal, senador, governador. Não respondo a nenhum processo. Enfrentamos um momento difícil da economia brasileira e do DF. Tivemos coragem de tomar as medidas necessárias para arrumar as contas. E eu tenho certeza de que hoje, com a experiencia que eu tenho, com as contas melhores, e com as pessoas que eu co-

nheço, nós teríamos condições de fazer um governo muito melhor para Brasília e para os brasilienses. É pensando nessa estabilidade da cidade que o senhor não se posiciona na disputa presidencial? Isso não macula de alguma forma a sua própria história de homem de esquerda? – Veja bem, Orlando. Eu sou de uma família muito grande. Somos 13 irmãos. Minha mãe tem 42 netos e 31 bisnetos. Eu vejo essa divisão na minha família. Quando o assunto política vem à mesa, nós temos um nível de radicalização que as pessoas brigam, gritam. Isso está dividindo as famílias, afastando os amigos. Está um nível muito alto de radicalização na política brasileira. O meu grande objetivo neste momento é unir Brasília com grandes proje-

tos, com desenvolvimento econômico, distribuição de renda, criação de empregos, redução das desigualdades sociais, melhoria da qualidade dos serviços públicos, melhoria da qualidade de vida da população. Então, eu adotar uma posição nesse momento, a favor de um ou de outro, iria contribuir para essa radicalização nefasta para Brasília e para o Brasil. Por isso decidi ficar independente e reafirmar os valores que me acompanham desde sempre, da democracia, da redução da desigualdade social, do combate à corrupção, do respeito aos direitos humanos, do respeito à diversidade. Enfim, temas que me acompanham desde sempre na minha trajetória política e que foram conquistas muito importantes da população brasileira e que consolidam a democracia no Brasil.


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VINHOS – O Pão de Açúcar promove um bate-papo informal e gratuito sobre vinhos. Serão tratadas curiosidades, dicas de harmonização e outras informações para os apreciadores da bebida, como a recomendação de rótulos mais apropriados para cada ocasião. As vagas são limitadas a 20 participantes por encontro. O evento, com duração de uma hora, acontece no Espaço Café ou nas áreas de vendas de vinhos, semanalmente, sempre às quintas-feiras, às 19h, na loja do Lago Sul, no Gilberto Salomão. Os encontros acontecem nas próximas quintas-feiras (1º e 8/11). A expectativa é expandir os eventos para mais lojas da rede no Distrito Federal.

POR: JÚLIO PONTES TAGUATINGA

SANTA MARIA

5 mil pessoas no Meu Pistão

Segurança do CRAS é agredido

COMUNICAÇÃO BRASÍLIA

A iniciativa da Administração Regional de Taguatinga, em parceria com a rede Globo e os patrocinadores Fibra e Sabin, reuniu 5 mil pessoas no Pistão Sul, no domingo (21). O evento Meu Pistão incentiva a ocupação de espaços públicos, promove ações de qualidade de vida, cidadania e entretenimento para a população.

ÁGUAS CLARAS

Praça Tuiuiú ganha iluminação REPRODUÇÃO FACEBOOK

Inaugurada em 2 de outubro, a Praça Tuiuiú, localizada entre as ruas Buriti e 16 Norte, recebeu nova iluminação na última semana. Após a inauguração, a Administração Regional solicitou ligação de luz no local. A Com-

panhia Energética de Brasília (CEB) instalou dois postes com lâmpadas de led. A obra contemplou a construção de calçadas, rampas de acessibilidade para portadores de necessidades especiais - PNEs, fornecimento e instalação de playground infantil, equipamentos de ginástica para a terceira idade (Pontos de Encontro Comunitário - PECs), estacionamento em blocos de concreto intertravados, parque para cachorro (ParCão), lixeiras, bancos, mesas de jogos em concreto, pergolados, gramados, vegetação e áreas de convivência.

Inauguração da nova área do Parque Na sexta-feira (26) aconteceu a inauguração da nova parte do Parque de Águas Claras que pertencia à Residência Oficial de Águas Claras. O coordenador

do Movimento O Parque é Nosso, João Carlos Bertolucci, comemorou o aumento de 31,5 hectares da área: “É um momento importante para a cidade”.

REPRODUÇÃO

Com número de servidores abaixo da capacidade para atender a população, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Santa Maria enfrenta longas filas de usuários que tentam agendar atendimento. Na terça-feira (23), um caso de violência foi registrado na unidade. Em vídeo gravado no local (foto), pessoas tentam forçar a entrada pelo portão. Um homem che-

ga a atirar um banco contra um dos seguranças.

CEILÂNDIA

Parque do Setor “O” é entregue à comunidade Ceilândia recebeu na terça-feira (23) seu primeiro parque recreativo público. Além da ciclovia e pistas de cooper com cerca de dois quilômetros, cada área conta também com ambientes de convívio e equipamentos para várias outras atividades de esportes e lazer, como um Ponto de Encontro Comunitário (PEC).

Todo o parque está cercado e é contornada por 7,8 quilômetros de calçadas. Esta é a primeira etapa de urbanização do Parque Recreativo do Setor O, que, apesar de ter sido criado oficialmente há 23 anos, ainda não tinha recebido infraestrutura para que pudesse ser bem utilizado pela comunidade.

GUARÁ

CasaPark recebe feira de orquídeas O shopping CasaPark recebe neste final de semana a Feira Nacional de Orquídeas. A entrada é gratuita e o evento terá a participação de vários orquidários premia-

dos nacionalmente. A feira foi aberta quinta-feira (25) e funcionará até domingo (28). O horário de visitação é das 10h às 22h e, no domingo, do meio-dia às 20h.


Brasília Capital n Cidades n 13 n Brasília, 27 de outrubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br

O mundo paralelo de Rollemberg: propostas para a Saúde Casa supostamente arrumada, hora de a população saber a verdade. Tenho visto, lido e escutado muitas coisas em relação às propostas de Rodrigo Rollemberg para a Saúde nos próximos quatro anos. No papel, é verdade, a teoria funciona de vento em popa. Em seu novo Programa de Governo, o socialista dedica cinco páginas à área, divididas em “ações estruturantes”, “obras” e “ações de apoio”. A questão é: elas estão tão distantes da realidade do DF que, mesmo com muito esforço (o que não é característico da atual gestão), seria impossível concretizá-las. Já no início das propostas, por exemplo, Rollemberg e sua equipe afirmam que querem “manter a cobertura de Estratégia Saúde da Família acima de 70% no DF”. O problema aí, como já disse antes,

é que apenas a quantidade de equipes da Estratégia Saúde da Família aumentou; fato. Mas a cobertura populacional e a produtividade na área caíram. É um discurso panfletário: houve, com o Converte, uma substituição do modelo tradicional por equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) sem planejamento adequado nem aumento de mão de obra, resultando, portanto, no aumento da desassistência. Outro ponto das propostas de Rollemberg para a área que, aliás, vem sendo vendido à população como algo positivo, é a transformação de outros hospitais do DF em institutos, a exemplo do que ocorreu no Hospital de Base. Sobre esse tópico, tenho inúmeras críticas que, talvez, nem caberiam em apenas um texto. No entanto, para alertar a população do DF,

digo, com convicção, que Brasil afora, as experiências com este tipo de gestão em unidades de Saúde não tiveram êxito. E não será diferente aqui. Hoje, após mais de seis meses de implantação do tal “instituto”, o Hospital de Base vive uma verdadeira crise, que vai da suspensão de serviços até a falta de lençóis e ainda afeta a formação de novos profissionais: uma realidade que acende o alerta para a ideia vendida por Rollemberg de que o Instituto teria maior eficiência por não pertencer à administração direta. Fora que, da maneira como foi feito, o “instituto” apresenta sérios riscos de seleção de funcionários com apadrinhamento ou nepotismo. Trocando em miúdos, o famoso cabide de empregos. O governador diz ainda que, se reeleito, quer construir

três novos hospitais (não vale rir). Um especializado em câncer, um em Ceilândia e um no Guará. Oras! Nesta semana, na quarta-feira (24), parte do teto de um dos corredores da Unidade de Básica de Saúde (UBS) 6, de Taguatinga, caiu durante a chuva. Detalhe: o local nem consta na lista de reformas pretendidas por esta gestão no Programa de Governo. A SES-DF não conhece mais a realidade da SES-DF. Rollemberg também fala em modernizar a infraestrutura de tecnologia, informação e comunicação da SES-DF. Bom. Certamente, ele esqueceu que foi preciso, no ano passado, que a Justiça desse um prazo de 90 dias para que os telefones da Secretaria fossem religados. Isso porque, por falta de pagamento, durante um ano, a pasta ficou com limitação para o uso de telefones e internet. Por último, mas não menos importante, consta ainda nos devaneios de Rollemberg para a Saúde a recomposição salarial dos servidores. Sobre esse

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

item, garanto, há um grande descompasso deste governo entre as promessas de campanha e a realidade. Pois, até agora, os servidores continuam aguardando a terceira parcela do reajuste salarial aprovado por Agnelo. Governador, se a autocrítica já é necessária, imagina o bom senso. Uma coisa é prometer o que é possível. Outra coisa é fantasiar uma realidade e, em cima de uma utopia, criar propostas. Política é coisa séria. Não é ficção.


Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 27 de outubro a 2 de novembro de setembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Eleições, políticas públicas e alimentação saudável Não vou sugerir que você, leitor, procure um nutricionista, mas que leia um pouco sobre temas voltados à saúde da população Este é um período em que reflito muito sobre as políticas públicas voltadas para a saúde da população, e alguns discursos em particular me preocupam nesse sentido. Toda semana nesta coluna aqui no Brasília Capital trago um pouco de informação sobre alimentação e nutrição de modo geral, com no-

vidades e discussões sobre a importância de uma sociedade civil mais atuante para a busca de uma alimentação e um modo de vida mais saudáveis em todos os aspectos para a nossa espécie. Pensando nisso, precisamos neste momento conhecer as propostas dos candidatos em relação às políti-

Lá vai São Francisco, pelo caminho... O santo que caminha de pés descalços e conversa com os passarinhos é digno de atenção e respeito até do mais empedernido ateu ou agnóstico Sentado no banco dianteiro no carro em movimento de minha mulher, Lêda Maria, e protegido pelo lusco-fusco da noite, chorão que sou, derramei lágrimas silenciosas de emoção ao ouvir a gravação no CD do veículo, através da voz feminina, porém afinadíssima de Ney Matogrosso, cantando: “Lá vai São Francisco / Pelo caminho / De pés descalços / Tão pobrezinho1 / Dormindo à noite / Junto ao

moinho / Bebendo a água / Do ribeirinho // Lá vai São Francisco / De pés no chão / Levando nada / No seu surrão / Dizendo ao vento: / Bom dia, amigo! / Dizendo ao fogo: / Saúde, irmão! // Lá vai São Francisco / Pelo caminho / Levando ao colo / Jesuscristinho / Fazendo festa / No menininho / Contando histórias / Pros passarinhos // Lá vai São Francisco / Pelo caminho...”

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

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cas que protegem a amamentação, por exemplo, pois o Brasil se destaca em relação às ações protetivas e promotoras ao aleitamento, incluindo a licença maternidade. Isto faz diferença na vida de um

Precisamos neste momento conhecer as propostas dos candidatos em relação às políticas que protegem a amamentação indivíduo para que no futuro tenhamos uma sociedade com mais saúde e qualidade de vida. Outra questão é sobre a relação dos candidatos com a indústria de alimentos, ou com o

Depois que abandonei o catolicismo e me tornei membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro por mais de 70 anos -, enxugo as lágrimas e me pergunto se esses versos da música sobre São Francisco de Assis me fizeram retornar à Igreja Católica Romana, da qual me desliguei na adolescência. Conscientemente, respondo que “Não”, muito embora o santo, que caminha de pés descalços e conversa com os passarinhos, seja digno de atenção e respeito, até mesmo do mais empedernido ateu ou agnóstico. Além do que, é preciso louvar as palavras de São Francisco em sua oração de Fé: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor! Onde houver ofensa, que eu leve o perdão! Onde houver discórdia, que eu leve a união! Onde houver a dúvida, que eu leve a fé! Onde

pacote de venenos (agrotóxicos) e propostas em relação à problemática ambiental. Você também analisa essas questões? Se ainda não pensou nisso, pare e reflita. Não vou sugerir que você, leitor, procure um nutricionista, mas leia um pouco sobre as políticas públicas voltadas à saúde da população. E não quero dizer construção de novos hospitais ou contratação de mais profissionais. Estou falando da saúde de verdade que começa com prevenção. Não queremos tratar uma sociedade doente, queremos construir uma população saudável.

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

houver o erro, que eu leve a verdade! Onde houver o desespero, que eu leve a esperança! Onde houver a tristeza, que eu leve a alegria! Onde houver trevas, que eu leve a luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: Consolar, que ser consolado! Compreender, que ser compreendido! Amar, que ser amado! Pois é dando que se recebe! É perdoando que se é perdoado! E é morrendo que se vive para a vida eterna - Amém!” Resumindo: permaneço na arquibancada torcendo pelo Botafogo do RJ e fã incondicional de São Francisco, enquanto ele, o santo, continua seguindo pelo caminho, conversando com os passarinhos e caminhando de pés descalços, tão pobrezinho!

Fernando Pinto Jornalista e escritor


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 27 de outubro a 2 de novembro de 2018 - bsbcapital.com.br

Por um mundo sem Madres Terezas O propósito do Criador, ao enviar grandes almas para nosso meio, é fazer com que um dia nos tornemos tão grandes quanto elas Vivemos num mundo tão carentes de valores humanos que endeusamos qualquer pessoa que faça o que deveria ser natural para qualquer um fazer. Não obstante, o extraordinário deveria ser um mundo onde a solidariedade, por ser natural, não precisasse de Madres Terezas. Anos atrás, um cearense zelador do Aeroporto de Brasilia encontrou

e devolveu uma pasta com 10 mil dólares. Virou notícia nacional, foi promovido e ganhou passagens de avião para visitar seus parentes na terra de Renato Aragão. De igual maneira, já neste ano, aconteceu o mesmo com um gari do Rio de Janeiro que também virou notícia. Em países desenvolvidos, normalmente, devolve-se para a delegacia, e é um procedimento natural.

A cerca de, há cerca de, acerca de O Português é cercado por particularidades léxicas. Quando falamos sobre a língua escrita culta, é fundamental entendê-las O nosso idioma é cercado por algumas particularidades léxicas. Entendê-las é fundamental, sobretudo quando falando sobre a língua escrita culta. No artigo de hoje, quero abordar três formas: acerca de, há cerca de, a cerca de. A primeira estrutura (acerca

de) é a mais simples de todas: é o mesmo que sobre, a respeito de, com relação a. Ex.: ele não falava nada acerca de seus planos após as eleições. Antes de discutir as outras duas, vamos, primeiramente, falar sobre cerca de. Esta locução é usada

O que têm em comum essas práticas honestas? Vontade de permanecer com a consciência em paz e dormir em paz, devolvendo o que não lhe pertence, colocando-se no lugar daquele que perdeu. O acúmulo de desonestidades leva, em muitos casos, a doenças como depressão, pânico e Alzheimer na velhice. O gari do Rio de Janeiro, perguntado porque tinha devolvido o dinheiro ou o bem encontrado, respondeu com simplicidade franciscana: “porque não era meu!”. O populacho brasileiro quando encontra e se apossa de algo alheio, justifica dizendo que “o achado não é roubado e quem perdeu é relaxado”. Não é verdade. É crime. Está catalogado no artigo 169, II do Código Penal: “quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de

restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, no prazo de quinze dias. Pena: detenção de um mês a um ano ou multa”. Então, entenda o propósito do Criador ao enviar grandes almas para nosso meio: fazer com que um dia nos tornemos tão grandes quanto elas. No dizer de Gandhi, “eu sou apenas o barro nas mãos do oleiro”. No dizer de São Francisco, “faça de mim instrumento de sua paz”. No dizer de Jesus, “o filho do homem veio par servir”. Aprenda, cresça e sirva você também.

como sinônima de aproximadamente. Ex.: Cerca de 10 mil pessoas justificaram o voto em Brasília. Com esse conhecimento, é mais fácil entender o funcionamento de há cerca de e a cerca de: enquanto esta faz referência a um tempo futuro, aquela diz respeito a um acontecimento pretérito. Ex.: Há cerca de três semanas, ocorreu o primeiro turno. Ex.: Estamos a cerca de poucas horas do segundo turno. O motivo é lógico: o verbo “haver” também pode indicar tempo transcorrido – como em há dois anos, ocorreram as eleições municipais. Em contrapartida, no outro exemplo, empregou-se apenas a preposição “a”.

Vale também ressaltar que, apenas com a preposição, também é possível indicar uma localização aproximada: Ex.: Eu moro a cerca de 100 metros do meu local de votação. Agora, não há mais motivos para dúvidas! Bom resto de semana e boa votação!

José Matos Professor e palestrante

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)


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