Jornal Brasília Capital 475

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Pelaí – Página 3

Marcelo Café é a atração do projeto Portfólio Sala Brasília

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Ano IX - 475

Brasília, 1º a 7 de agosto de 2020

ENFRENTA! No segundo compromisso público após anunciar estar curado da covid-19, Jair Bolsonaro voltou a minimizar a pandemia. “Fazer o quê? Enfrenta”, disse ele, numa coletiva de imprensa, em Bagé (RS), ao entregar moradias de baixa renda. Naquele momento, o Ministério da Saúde registrava 91.263 óbitos e 2.610.102 casos da doença no Brasil. Ao dizer que isto “é a vida”, Páginas 6 e 7 o Presidente confirma a tese de que seu pensamento está em 2022, ano em que os mortos não votarão

Zona Verde vai desengarrafar Brasília

A leveza do palhaço e do jornalista músico

GDF discute projeto de cobrança de estacionamento na área central do Plano Piloto

Pirulito e Rodrigo Rodrigues tinham o poder de aproximar as pessoas

MDB sai do Centrão em busca de independência

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Gustavo Pontes – Página 12

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Entrevista Tadeu Filippelli

DIVULGAÇÃO

AGÊNCIA BRASIL

Música para espantar a crise financeira

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.bsbcapital.com.br

ANA VILELA

Morosidade do TCDF pode custar vidas


Brasília Capital n Opinião/Política n 2 n Brasília, 1º a 7 de agosto de 2020 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

MEC (Seres) e MCTI (CGEE): uma pesquisa estranha José Domingues de Godoi Filho (*) DIVULGAÇÃO

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell (61) 9 8451-7565 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

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A despeito das práticas abomináveis de reitores, submissos ao MEC, para impor a “flexibilização das aulas presenciais”, houve rejeição da maioria das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Em 16/6/2020, o MEC emitiu a Portaria nº 544, substituindo as aulas presenciais pelas virtuais. Revogou portarias anteriores e estendeu o período de autorização até 31/12/2020. Em 15/7/2020, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), do MEC, informou “que, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)”, do MCTI, conduz o monitoramento das portarias anteriores deste ano. Tal parceria Seres/CGEE tem “convidado” estudantes e profes-

sores a se cadastrarem na plataforma de pesquisa e a preencherem o questionário. Isso após prorrogarem o prazo vencido em 11/7. Os links foram disponibilizados no dia 15/7. Para participar, é necessário o estudante ter se matriculado no 1º semestre de 2020 e, o professor, atuado em Instituições de Ensino Superior (IES) nesse período. O acesso ao formulário só ocorre se for efetuado o cadastro. Uma estranha e capciosa maneira de fichar pessoas com objetivos muito conhecidos de governos como o atual, que persegue universidades; é negacionista; reduz o orçamento da educação, ciência e tecnologia; intervém na escolha de reitores; e ataca a liberdade de cátedra. As antigas ASI (Assessorias de Segurança Interna) – sou testemunha e fui prejudicado por uma delas – das universidades públicas, na ditadura, que se apresentam agora de diferentes formas, uma das quais a parceria MEC(Seres)-MCTI(CGEE) parece ser exemplo a ser vencido. O MEC e aliados ocupantes (ou pretensos) de

cargos nas universidades, em vez de aproveitarem a suspensão das aulas para uma reflexão sobre a educação superior e debater currículos e formação, em virtude da evolução tecnológica e das demandas da sociedade para os próximos anos, insistem em piorar a formação com a “flexibilização das aulas presenciais”, priorizando o adestramento de profissionais apertadores de botões, alienados e coisificados. O MCTI, em vez de explicar o acordo que fez com a empresa estadunidense CISCO System para “acelerar a transformação digital brasileira”, sem licitação, sem chamamento público, sem audiência pública e sem transparência, faz parcerias para resgatar, de forma capciosa, a elaboração de uma nova “lista de subversivos”. Quanto à comunidade universitária, cabe resistir e denunciar mais esse ataque às universidades públicas. (*) Professor da Universidade Federal de Mato Grosso – Faculdade de Geociência.

PIB na gangorra 3 (final) Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Este terceiro artigo fecha a série “PIB na gangorra”. Nos dois primeiros, tratamos da oscilação do Brasil na hierarquia dos maiores Produtos Internos Brutos (PIB) do mundo nos últimos 40 anos. E como foi o desempenho brasileiro neste período? Na década de 1980 (Figueiredo, Sarney e 1º ano de Collor), o PIB cresceu 16,8%, mas a população cresceu 19,3%. Dessa forma, o PIB per capita regrediu 2,1% no período. Na década seguinte, a de 1990 (Collor, Itamar e seis anos de FHC), o PIB cresceu 29,2% e a população cresceu 17,4%. Consequentemente, o PIB per capita cresceu 10,0%. Já na década de 2000 (dois anos de FHC e oito anos de Lula), o PIB cresceu 43,8% e a população 12,4%, resultando num incremento do PIB per capita de 28%. Foi a década não

somente de maior crescimento do PIB, mas também a única em que se avançou na melhor distribuição da renda e da riqueza. Lembremos de que, na década de 1970, dos ditadores Médici e Geisel, o crescimento do PIB foi maior, mas baseado numa brutal concentração da renda e riqueza. Por fim, na atual década, o desempenho foi o seguinte: de 2011 a 2015 (governo Dilma), o PIB cresceu apenas 5,9%, ante um crescimento da população de 5,5%, o que resultou num diminuto crescimento de 0,4% do PIB per capita. Já na segunda metade da década, considerando a estimativa mais branda de queda do PIB este ano (6,25%), fecharemos o quinquênio com retração de 6,0% no PIB e queda brutal de 10,6% no PIB per capita. Isto revela que as reformas neoliberais pós-impeachment de Dilma apenas agravaram a crise econômica. Separando-se os desempenhos em períodos de governos do PT e não PT, observamos que, nos oito anos de governo Lula, o PIB cresceu 37,5% (4,1% a.a.), que, somados ao crescimento de 5,9% (1,1% a.a.) nos cinco

anos de Dilma, resultaram em crescimento de 45,6% (2,93% a.a.), que, confrontados a incremento populacional de 15,7% nesses treze anos, resultaram em aumento de 25,8% (1,8% a.a.) no PIB per capita. Já nos 27 anos de governos Figueiredo/Sarney/ Collor/Itamar/FHC/Temer/Bolsonaro, o PIB cresceu 48,4% (1,47% a.a.). Mas, ante o aumento de 51% da população, resultou em queda de 1,7% no PIB per capita (-0,07% a.a.). Em suma, os números demonstram, cabalmente, não obstante equívocos cometidos, em que momento o País efetivamente cresceu nas últimas quatro décadas. Daí se percebe o enorme poder da grande mídia e das fake news – a versão moderna de que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, de Joseph Goebbels. Afinal, milhões de brasileiros acreditaram e ainda acreditam no mantra de que Lula e Dilma quebraram o Brasil. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável (UnB), ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


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Olho vivo – O governador Ibaneis Rocha (MDB) fez, quinta-feira (30), uma cirurgia para correção de miopia e astigmatismo em um dos olhos (a data para a intervenção na outra vista ainda não está marcada). O procedimento, considerado simples, não alterou a agenda do comandante do Buriti. A operação foi feita pelo oftalmologista Canrobert Oliveira, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Vidas importam? Brasília amanheceu, sexta-feira (31), com mais de 90% das vagas públicas de UTI para pacientes de covid-19 ocupadas. Na rede particular, eram 96%. Enquanto isso, 100 leitos que poderiam estar recebendo infectados pelo novo coronavírus, que estão prontos há 15 dias, continuam ociosos no Centro Médico da Polícia Militar.

Passando a boiada Está em andamento a tática do ministro do Meio Ambiente, revelada na “histórica” reunião de 22 de abril, de “passar a boiada” durante a pandemia. Levantamento da Folha de S.Paulo, em parceria com o Instituto Talano, mostra que,

de março a maio deste ano, a Pasta de Ricardo Salles (foto) publicou 195 atos, no Diário Oficial da União (DOU), muitos deles considerados lesivos à preservação ambiental. No mesmo período de 2019, foram apenas 16. Aumento de 12 vezes.

Guerra na Lava-Jato O procurador-geral da República virou o inimigo número um das mordomias dos procuradores da Lava-Jato. Ao declarar, na terça-feira (28), que “é hora de corrigir os rumos para que o lava-jatismo não perdure”, Rodrigo Aras despertou a ira e provocou reações nos meios político e jurídico. TRANSPARÊNCIA – A afirmação foi feita durante uma live do

Prerrogativas, grupo de advogados críticos à Lava-Jato. Augusto Aras disse que pediu acesso a dados da operação por uma questão de transparência. “Todo o sistema único do Ministério Público Federal tem 40 terabytes. Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados. Ninguém sabe como foram escolhidos, quais os critérios”, afirmou o PGR.

SUSPEITAS – São 80 Unidades de Terapia Intensiva e 20 enfermarias. Porém, o Tribunal de Contas (TCDF) proibiu o início das atividades, atendendo à recomendação do Ministério Público de Contas (MPC-DF). As suspeitas foram levantadas a partir da comparação com um serviço semelhante contratado pela Prefeitura de Salvador (BA). REGRAS – O acerto entre a Secretaria de Saúde do DF e a Associação

Saúde em Movimento (ASM) é no valor de R$ 60 milhões (anteriormente, com o Instituto Med Aid Saúde – Imas – era de R$ 85 milhões). Mas, segundo o MPC, não cumpre algumas regras previstas na Lei das Licitações. FILA – No TCDF, o relator é o conselheiro Inácio Magalhães, que não pautou a matéria para a reunião semanal, na quarta-feira (29). Será que quem está na fila da UTI pode esperar mais uma semana? LIMINAR – Felizmente, o governador Ibaneis Rocha obteve uma liminar junto ao STF suspendendo a obrigação de prestar contas ao MPC. Agora, é torcer para que os leitos abram a tempo de salvar vidas. Elas importam, sim!

Eleição na UnB O primeiro turno da eleição para reitor e vice da UnB (2020/24) será nos dias 25 e 26. Entre estudantes, professores e técnicos, são 50 mil votantes. Cada categoria tem peso diferente, conforme o número de eleitores do segmento. Se houver segundo turno, será em 11

de setembro. Com a lista tríplice, a escolha caberá ao MEC, que, por tradição, opta pelos mais votados. Estão no páreo as duplas Márcia Abrahão e Enrique Huelva; Virgílio Arraes e Suélia Rosa; Jaime Martins e Gilberto Lacerda; e Maria de Fátima Sousa e Elmira Simeão.

Sesc e Senac doam máscaras Casa da Mulher Brasileira São Sebastião vai ganhar uma Casa da Mulher Brasileira. A unidade custará R$ 1,8 milhão e será construída com recursos de uma emenda individual do deputado federal Julio Cesar Ribeiro (Re-

publicanos-DF). O recurso já foi empenhado e está à disposição da Novacap para o início das obras. Do total, R$ 1,586 milhão será para a construção e R$ 214 mil para os equipamentos.

A Defesa Civil do DF recebeu 30 mil máscaras de tecido para distribuir à população em situação de vulnerabilidade social. A doação foi feita, segunda-feira (27), pelo Sesc e pelo Senac. As máscaras, que ajudarão em ações de prevenção ao novo coronávirus, foram produzidas por

costureiros voluntários do Senac com material doado pelo Sesc. Segundo o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, a meta é confeccionar 100 mil desses equipamentos. Em junho, foram entregues 30 mil unidades. As 40 mil restantes devem ficar prontas durante o mês de agosto.


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A debandada do Centrão De olho na sucessão de Rodrigo Maia e nos louros da reforma tributária, bloco de apoio a Bolsonaro se esfarela Orlando Pontes Composto por nove partidos (MDB, DEM, PL, PP, PSD, SD, PTB, Pros e Avante), que reúnem 221 deputados federais e gravitam em torno do governo federal em troca

de cargos na Esplanada dos Ministérios ou em estatais País afora, o Centrão começou a se desfazer. Na segunda-feira (27), o MDB e o DEM, as duas maiores legendas do grupo, iniciaram a debandada, reduzindo a força do aglomerado em 63 votos.

Oficialmente, os partidos buscam mais independência. Mas, os objetivos políticos são a sucessão do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em fevereiro de 2021, e a aprovação da reforma tributária, no segundo semestre. Os deputados não querem entregar o comando da Câmara a Artur Lira (PP-AL), considerado fiel escudeiro do Planalto, e, tampouco, dar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, todos

os louros pela possível aprovação da reforma tributária. Depois do anúncio da saída do blocão, MDB e DEM negociam uma aproximação com o PSDB. A ideia é formar uma frente de centro para eleger um candidato apoiado pelo próprio Rodrigo Maia, provavelmente o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (MDB-SP). Na terça-feira (28), o Solidariedade (SD) e o Avante também articulavam o desembarque do Centrão.

Entrevista Tadeu Filippelli

O gesto visa à sucessão de Rodrigo Maia na presidência da Casa? – MDB e DEM, juntos, têm mais de 60 deputados. Isso tem peso em qualquer situação. O MDB está unido? – Creio que o partido poucas vezes teve tanta clareza do sentido de sua unidade interna. Estamos todos unidos sob o comando do deputado Baleia Rossi (presidente nacional da legenda), um líder no sentido mais amplo da palavra. Como suplente, o senhor se sentirá à vontade para votar contra o governo, caso seja esta a orientação do seu partido? – Aos 71 anos, não tenho mais idade para me submeter a esse tipo de exigência em troca de um mandato. Votarei sempre, primeiro, com a minha consciência, e, depois, junto com o meu partido.

JORGE CAMPOS/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O que significa a saída do MDB e do DEM do Centrão? – Posso falar pelo MDB. O partido integrava o bloco muito mais por questões de formação de comissões e outras articulações na Câmara do que por participação do governo. Foi um movimento para reiterar uma postura independente.

O

Único representante do MDB-DF, na Câmara, o deputado Tadeu Filippelli, em entrevista ao site www.bsbcapital.com.br, disse, na terça-feira (28), por telefone, ser favorável à postura independente da legenda em relação ao Executivo federal. Um dos políticos mais experientes do DF – já cumpriu mandatos na Câmara Legislativa e na Federal, foi vice-governador na gestão Agnelo Queiroz (PT) e administrador de São Sebastião e secretário de Obras nos governos de Joaquim Roriz – Filippelli está no exercício do mandato como primeiro suplente de Celina Leão (PP), nomeada secretária de Esportes do GDF. Na quarta-feira (29), ele encerrou o terceiro período de quarentena desde o início da pandemia da covid-19, por ter se encontrado com aliados que, posteriormente, testaram positivo para o novo coronavírus – um deles, inclusive, faleceu devido às complicações da doença. Acompanhe as observações de Filippelli.

Observando a atual bancada do DF, o senhor identifica alguma liderança em formação? – Devido ao suporte que têm em suas assessorias, é preciso destacar o trabalho que vêm fazendo as deputadas Flávia Arruda (PL) e Paula Belmonte (Cidadania). Elas seriam potenciais candidatas à sucessão de Ibaneis Rocha? – Ainda é muito cedo para esse debate. Como é sua relação com o Buriti? – Respeitosa. Sou do partido que elegeu o governador. Fazemos parte do mesmo grupo político. Acha que o governador está agindo corretamente no enfrentamento da pandemia? – Esta crise sanitária trouxe junto, infelizmente, uma profunda crise política. A maior dificuldade de qualquer governante, neste momento, é equalizar as decisões balanceando a queda de braço entre a economia e as medidas de preservação da vida. Muito complicado. E o pós-pandemia? – Todos teremos de nos reinventar. O senhor está se reinventando? – Sim. Primeiro esperei o resultado do teste de covid-19, que deu negativo.


O GDF tomou medidas duras para proteger sua vida. O Distrito Federal é a Unidade da Federação que mais testa e que agora tem o maior número de leitos de UTI no país. Mas se você não fizer a sua parte, vai sofrer as consequências. Tome cuidado para não aumentar ainda mais esse número. O comércio que não obedecer ao distanciamento será multado e poderá ser fechado.

Use máscara e respeite o distanciamento.


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Michelle, sua Orlando Pontes Tudo bem que dona Maria Aparecida Firmo Ferreira não seja nenhuma santa. Afinal, ninguém é obrigado a sê-lo. Ela, aliás, já foi acusada até de tráfico de drogas. Mas, quis o destino, tornou-se avó da primeira-dama do País. E que diferença isso fez na vida dela? Aparentemente, nenhuma. No dia 1º/6, dona Maria Aparecida deu entrada na emergência do Hospital Regional de Ceilândia, após ser encontrada caída numa rua do Sol Nascente, uma das maiores favelas da América Latina. Aos 80 anos, foi diagnosticada com covid-19 e, no dia 3, foi transferida para a UTI do HRC. Nesta semana, sofreu piora e foi transferida para o Hospital de Santa Maria.

AGÊNCIA BRASÍLIA

Uma família que não se preocupa com a vovozinha, vai esquentar a cachola com 200 milhões de ilustres desconhecidos?

DIVULGAÇÃO

Bolsonaro e seu clã não têm empatia pelas vítimas da covid-19. Não enxergam pessoas, contabilizam votos

Na quinta-feira (30), a avó de Michelle Bolsonaro voltou a ser entubada, após os exames de sangue mostrarem agravamento de seu quadro infeccioso. Ela precisa de auxílio de ventilação mecânica para respirar. No mesmo dia, sua neta famosa anunciou que também está com o novo coronavírus. Ao contrário de sua avó, porém, Michele Bolsonaro, 38

anos, faz o tratamento no Palácio da Alvorada, assistida por profissionais da Presidência da República. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom-PR), ela “apresenta bom estado de saúde e seguirá todos os protocolos estabelecidos”. Já o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), que administra o HRC, na periferia

de Brasília, informa que dona Maria Aparecida “está recebendo toda a assistência necessária ao quadro de saúde”. VIVA A EMA! – E o que essa história tem a ver com os brasileiros que ainda sobrevivem à pandemia? Resume-se a uma palavra: empatia. Ora! Se uma família não se preocupa com a vovozinha de 80 anos – mesmo tendo ela um passado não muito recomendável –, vai esquentar a cachola com 200 milhões de ilustres desconhecidos? Terá esta família – incluindo a neta e seu digníssimo esposo – a capacidade de se colocar no lugar dos milhares de doentes ou das famílias enlutadas Brasil afora? Jair Bolsonaro revelou, no dia 7 de julho, que testara positivo para a covid-19. Dezoito dias depois anunciou que estava curado. A experiência, aparentemente, não mudou sua opinião a respeito da pandemia, que sempre negou. Pelo menos em público, permaneceu recomendando a cloroquina para tratar a doença. Chegou a oferecer o remédio para uma ema no jardim do Alvorada, que retribuiu com uma bicada (essa ema nos representa!).

O segredo da mente Em artigo na Folha de S.Paulo, o sociólogo e doutor pela Universidade de Oxford (Inglaterra), baseado em tese do cientista político Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), tenta desvendar o segredo da mente dos Bolsonaro. O Presidente da República e seu clã não enxergam pessoas; contabilizam votos. Não importa se é o seu, o meu ou o da vovozinha.

Estamos todos contabilizados e precificados. Para se reeleger em 2022 – seu único grande objetivo – ele precisa que os sobreviventes da pandemia não sintam empatia pelas vítimas. A conta – conforme os dois especialistas – é a seguinte: o Brasil deve chegar a 100 mil mortos na pandemia nos próximos dias (duas vezes o número de brasileiros mortos na Guerra do Paraguai). Mas Bolsonaro aposta que genocídio não custa voto.

Se 1 milhão de pessoas morrerem, e os dez parentes e amigos mais próximos delas se revoltarem contra o presidente-candidato, não será suficiente para colocar um concorrente no segundo turno. Christian Lynch observa: os que morreram não vão votar. Portanto, caso você adoeça e morra, Bolsonaro perderá o seu voto, mas nenhum adversário dele o terá. Ou seja, Bolsonaro já precificou a sua morte, e conta que ainda dá para ganhar eleição sem os votos

de sua viúva e de seus órfãos e até de seus amigos mais chegados. MENTIRA – Mas, para isso, é preciso que os sobreviventes não sintam qualquer empatia com as vítimas. E Bolsonaro mente para o público ao afirmar que os que morreram já eram velhos, doentes, já iam morrer mesmo. Além disso, se convencer o público de que só os que morreram corriam riscos, é menos provável que as pessoas façam a pergunta fundamental da empatia: “E se fosse eu?”.


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a avó e você AGÊNCIA BRASÍLIA

Malandro é malandro... Para dar sequência a seu plano, Bolsonaro (foto) tenta manter seus seguidores fiéis “protegidos” da ciência e da imprensa profissional, que descobriram a verdade, que não serão iludidos pelo que diz a “mídia esquerdista” ou os “cientistas comprados pela China”. Afinal, não tem estelionato que dê certo se o malandro não conseguir que o otário sinta que quem está sendo malandro é ele. Na Argentina, onde fizeram o isolamento, morreram em to-

DIGA NÃO

ao RETORNO

PRESENCIAL nas ESCOLAS Por amor. Pela vida. Pela família

dos esses meses menos do que morrem no Brasil em três dias de pandemia. Na Nova Zelândia, não há mais casos de covid-19, e a vida voltou ao normal. Enquanto isso, no Brasil o governo Bolsonaro só gastou 11% dos recursos destinados ao combate à epidemia (governos estaduais receberam 39% do prometido; municípios receberam 36%). Sem a comparação com outros países, é mais difícil ter noção de que o longo platô de mortos – um

número estável e alto de mortos por dia durante meses – vai atrasar mais a recuperação econômica do que qualquer quarentena que Bolsonaro não tivesse sabotado. Ninguém no mundo resolveu a economia antes de resolver a pandemia. Nós não resolvemos a pandemia. Mas ainda é cedo para dizer se matar 100 mil pessoas custa votos no Brasil. Nos Estados Unidos, a reeleição de Donald Trump parece, seriamente, ameaçada. Aqui, o clima anda mais para acordão.


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VIA

Satélites

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Por Lorrane Oliveira

300 mil testes para covid-19 – A rede pública de saúde do DF recebeu, terça-feira (28), 300 mil testes rápidos para covid-19. Com eles, é possível obter resultado em 48 horas. A Secretaria de Saúde vai iniciar a distribuição para que sejam disponibilizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os testes foram aprovados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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TAGUATINGA

Boulevard arborizado na Avenida Central soas e no comércio local. Além do paisagismo, as calçadas e estacionamentos serão revitalizados. A avenida continuará a existir, mas o tráfego concentrará veículos do transporte público, como o BRT, e os motoristas interessados no comércio do centro.

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GDF Presente desativa cinco lixões irregulares Em parceria com a Administração Regional e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o GDF Presente realizou, durante a semana, a desativação de cinco lixões irregulares. Mais de 650 toneladas de entu-

lho foram recolhidas. Quatro dos lixões desativados ficavam em Taguatinga Norte (QNM 42, QNM 38, QNH 4 e QNL, próximo ao Setor de Indústrias Gráficas). O outro ficava na QSE 16, em Taguatinga Sul.

Estão em funcionamento, desde terça-feira (28), dois novos reservatórios de água da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), com capacidade para 30.000m³, que atenderão às populações do Plano Piloto, Lago Sul, Sudoeste, Octogonal, SMU, Cruzeiro, Guará, SIA, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, SMPW 1 a 5 e parte de Águas Claras. Eles ampliaram a capacidade do antigo, que era de 20.000m³, e estava em operação desde 1960. Pela antiguidade, o R1, operava com 70% de sua capacidade nominal e será demolido. A obra dos tanques novos foi iniciada em fevereiro de 2019, custou R$ 35 milhões e foi feita com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os reservatórios são de aço carbono e estão entre os mais modernos do País, com vida útil estimada de 50 anos. Para colocá-los em funcionamento, a Caesb fez interligações na rede com equipamentos modernos e divisões específicas na

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ÁGUAS CLARAS/PARK WAY

Nova ponte sobre o Córrego Samambaia O Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF) trabalha na construção da ponte sobre o Córrego Samambaia (foto), orçada em R$ 2,4 milhões. A estrutura conta com um vão de 20 metros de

comprimento e 15,5 metros de largura, com três faixas de rolamento de três metros e meio cada, e uma ciclofaixa com três metros de largura. Cerca de 60 mil veículos passam pelo local diariamente.

DISTRITO FEDERAL

Água boa por mais 50 anos AGÊNCIA BRASÍLIA

A atual Avenida Central de Taguatinga se transformará em um boulevard arborizado após a construção do túnel, cujas obras foram iniciadas na semana passada. O projeto (maquete) prevê uma paisagem inteiramente diferente da atual, com foco nas pes-

distribuição da água, reduzindo o risco de falta d’água, por exigirem menos manutenção. LEGADO – O governador Ibaneis Rocha destacou a importância da obra. “É um grande investimento para melhorar a vida da população. Entregamos um sistema moderno. Mesmo em tempos de pandemia, mantivemos os serviços essenciais, como o fornecimento de água e a coleta e tratamento de esgotos “, disse. O presidente da Caesb, Daniel Rossiter, afirmou que a obra é “um grande legado” do governador Ibaneis. “Os novos reservatórios são mais modernos, tecnológicos e de fácil manutenção. A gerente de operações Cláudia Morato destacou que a Caesb está dando mais uma garantia de qualidade da água. “Isso, para nós, é um grande presente. Estamos ganhando um reservatório à altura da qualidade da água que a gente trata”, enfatizou.

PLANALTINA

Novo batalhão da Polícia Militar O espaço existente na Área Especial 13, no Setor Norte, será reformado para abrigar 300 militares, que cuidarão da segurança de 200 mil pessoas. A previsão é de que a licitação da obra seja publicada em agosto. O investimento, com recursos do

Fundo Constitucional do DF, será de R$ 6,1 milhões. O projeto, feito pela Novacap, passa por ajustes. A nova sede contará com três edificações, uma guarita, um bloco administrativo e garagem, entre outras urbanizações e infraestruturas necessárias.


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De quem é a responsabilidade pela disseminação e controle da covid-19? Este ano, a covid-19 já ceifou mais vidas do que qualquer outra doença ou causa externa no Distrito Federal, como violência ou acidente de trânsito. Isso demonstra que não é uma doença simples. Em 4 meses, a pandemia já nos roubou mais de dez vezes o número de vidas subtraídas pela dengue em mais de dez anos de surtos. Boletim da Secretaria de Segurança do DF mostra que, até junho, a violência provocou menos de um quinto das mortes motivadas pelo novo coronavírus. Informações do Detran mostram que as mortes do trânsito são menos do que 10% na comparação. Todas essas situações demandaram e demandam atitudes, tanto da população quanto do governo, para reduzir a perda de vida. Um exemplo disso foi a campanha pela Paz no Trânsito, que, há mais de duas décadas, mobilizou a sociedade civil organizada, a imprensa e o GDF para salvar milhares de vidas. A partir da mobilização pela imprensa, a campanha

determinou mudança de comportamento e postura dos condutores de veículos e pedestres. E, também, a estruturação de políticas e investimentos governamentais. Foi uma verdadeira revolução replicada em todo o País. A pandemia da covid-19 não é diferente. Exige mudanças de comportamento de cada indivíduo e uma maior articulação dos órgãos de governo para o enfrentamento da doença e para controlar a disseminação do vírus, sob pena de colapso do sistema de saúde e aumento das mortes – o que, infelizmente, está acontecendo. Do lado do governo, a Saúde precisa se articular com outros setores. No dos transportes, por exemplo, além do estabelecimento de protocolos de higienização da frota de ônibus e do Metrô, é indispensável que se evite a superlotação dos veículos e manter um distanciamento adequado entre as pessoas – algo que tem sido desrespeitado, apesar de continuarmos

com um índice de contaminação entre os maiores do País. Não adianta orientar as medidas sanitárias sem dar condições para que o distanciamento social seja respeitado e creditar à população a responsabilidade pelo aumento da contaminação. Do início de março até o fim de junho, uma em cada cinco vidas no DF foi tomada por um microrganismo que cada um de nós pode estar carregando para dentro de nossas casas e ambientes de trabalho, expondo nossos pais, irmãos, cônjuges, filhos, parentes, colegas e amigos ao risco. A retomada das atividades econômicas ainda não significa retorno à normalidade. O governo tem de fiscalizar o cumprimento e cobrar das empresas e instituições as medidas sanitárias necessárias e, se preciso, até voltar a suspender atividades não essenciais. A quem tem de circular pela cidade, é indispensável usar máscara, procurar manter a distância uns dos outros, higienizar as

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

mãos, evitar as aglomerações e pensar duas vezes antes de se permitir uma atividade externa desnecessária, pois até a mais simples e inocente pode oferecer risco. Diferentemente, do que se faz para evitar as mortes no trânsito, no combate à covid-19 não tem amigo da vez para assumir o controle do volante. Como presidente do Sindicato dos Médicos e por respeito à minha atuação como médico, posso orientar uma coisa só: evite sair de casa.

Tecnólogos em Segurança Pública cobram diplomas da PMDF Cento e sessenta e oito alunos do curso de Tecnólogo em Segurança Pública do Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP), que se formaram no dia 20 de fevereiro deste ano, cobram a emissão de seus diplomas. Caso o comandante geral da Polícia Militar, coronel Julian Pontes, não emita os documentos, eles vão entrar com um mandado de segurança contra a corporação. O grupo já fez uma moção de repúdio ao comandante e entregou ao ajudante de ordens do governador Ibaneis Rocha. Uma das formandas é a ex-diretora do Conselho de Segurança (Conseg) de Taguatinga, Marta Lima. Ela afirma que Julian Pontes e o comandante da Academia de PM de Brasília, coronel William Delano, se negam a entregar os 168 diplomas do curso superior “porque são contra a existência do ISCP. ”Constam nas placas e nos anais da formatura homenagens ao ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro,

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Desde a formatura, alunos esperam documento para progressão profissional

que foi o paraninfo, e ao ex-comandante da corporação e fundador do ISCP, coronel Marco Antônio Nunes de Oliveira, o patrono”. Moro compareceu à formatura acompanhado do general Teófilo, secretário Nacional da Segurança Pública. “O ISCP é cadastrado no Ministério da Educação. Quando saiu do comando, o coronel Nunes deixou mestrado pago para os policiais e o coronel Pontes suspendeu. Eles

não aceitaram as placas com os nomes dos formandos e dos docentes porque tinham os nomes dos nossos paraninfo e patrono. Só aceitam a placa se retirarmos os nomes deles. É ilógica essa exigência”, afirma Marta. PREJUÍZOS – Marta Lima foi presidente da comissão de formandos da turma de 2019, com 78 alunos. Eles enfrentam a mesma dificuldade dos

52 que fizeram o curso em, 2018, e também não receberam o documento de conclusão. Segundo ela, os alunos que trabalham em órgãos da Secretaria de Segurança Pública que se formaram fizeram um requerimento via Sistema do GDF ou, presencialmente, ao Comando Geral da PM e à Academia para que o coronel Delano respondesse sobre o diploma e não obtiveram resposta. Marta Lima diz que os formados estão sendo prejudicados. “Alguns são funcionários do Detran e outros são militares do Corpo de Bombeiros. Há formandos de órgãos da Segurança Pública local e nacional. Todos precisam do diploma para serem promovidos, pois essas corporações não aceitam certificado sem o diploma”, conta. Até o fechamento desta edição, o Centro de Comunicação Social da PMDF não havia respondido nossa solicitação de informações sobre este caso dos diplomas.


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Projeto dos bancários ajuda artistas do DF Porfólio Sala Brasília apresenta prata da casa aos domingos Estreia, domingo (2/8), às 20h, o “Portfólio Sala Brasília”, um programa que tem a cara do Distrito Federal. É um projeto do músico Adriano Rocha em parceria com o Sindicato dos Bancários. A transmissão será pelos canais do YouTube do Sindicato (bancariobsb) e do projeto. Haverá um lançamento a cada semana. O primeiro a se apresentar é o músico Marcelo Café. O Portfólio Sala Brasília apresenta músicos do DF e Entorno com composições autorais e performance solo. Kleytton Morais, presidente do sindicato, e Talida Régia, secretária de Cultura, informam que o projeto nasce para apoiar os artistas durante a pandemia. Um

ANA VILELA

dos principais aspectos levados em conta pela curadoria para selecioná-los foi a situação econômica decorrente da covid-19”. Outros critérios também considerados foram gênero e raça. Além do pagamento do cachê, outro objetivo é assegurar ao participante um portfólio profissional. As gravações dos bate-papos musicais de 30 minutos são produzidas na sala da casa de Adriano Rocha, na Fercal. Daí a palavra “sala” no título do projeto. SOBRE O ARTISTA – O cantor e compositor Marcelo Café nasceu em Niterói (RJ) e mora em Ceilândia há mais de três décadas. Aos 7 anos, cantava na igreja evangélica que a família frequentava, incentivado pela mãe. Aprendeu a tocar violão e bateria. Com trabalho solo, em 2007, foi classificado para o Festival de Música da Rádio Nacional com

Músico Marcelo Café, de Ceilândia, inaugura o novo programa virtual da cidade

“Depois do Samba”, mesmo nome do CD autoral, gravado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF) e lançado em 2015. Naquele ano, ganhou o prêmio de artista de samba mais acessado do Centro-Oeste pelo site Palco MP3. Em 2016, venceu o Festival Brasília Independente, da TV Glo

bo-DF. Em 2017, venceu o Festival Universitário de Música Candanga (Finca-UnB). No mesmo ano, foi destaque vocal no Festival São Paulo Exposamba, com “Samba Cura”. Marcelo Café também se destaca por seu trabalho de empoderamento de negras e negros.

Zona Verde vai desafogar Brasília A Secretaria de Mobilidade (Semob) do GDF vai receber, até o dia 14, sugestões para o projeto de implantação da cobrança de estacionamentos pagos em Brasília. A ideia é dividir o Plano Piloto e o Sudoeste em quatro zonas: Ipê Amarelo (áreas residenciais do Plano Piloto e do Sudoeste); Ipê Roxo (centro de Brasília e Setores Hospitalares); Ipê Rosa (Eixo Monumental); e Ipê Branco (estacionamentos perto do Metrô, BRT e similares). Serão cobradas taxas que variam de R$ 1 a R$ 5 por hora para motocicletas e automóveis. O projeto especifica o horário de funcionamento e o tempo máximo de permanência. A empresa vencedora da licitação ficará responsável pela manutenção dos espaços e pela construção de seis mil novas vagas

perto de estações do Metrô e similares. Parte dos valores arrecadados será repassada ao Instituto de Previdência dos Servidores (Iprev-DF). SINDIVAREJISTA – O tema foi debatido em audiência pública virtual, na sexta-feira (31), e, inicialmente, ganhou um grande defensor: o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF). “A cobrança vai disciplinar o uso de veículos, acabando com abusos que prejudicam quem pretende ir às compras”, afirma Edson de Castro, presidente da entidade que representa 30 mil lojas. Levantamento do Sindivarejista indica pontos mais críticos em escassez de vagas na capital: Setores Comerciais Sul e Norte; Hoteleiros Sul e Norte; Autar-

quias Sul; Hospitalar Sul e Norte e Esplanada dos Ministérios. “A proposta da implantação da Zona Verde chegou em boa hora. Há 22 anos, o GDF tentou instalar algo semelhante, mas a idéia não prosperou e os estacionamentos hoje são vigiados por pessoas sem nenhum preparo e sem compromisso com os donos de veículos”. PERDAS – O GDF afirma que a Zona Verde é um estímulo ao transporte público e à ocupação eficiente dos espaços, em atendimento às diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Conforme a proposta em discussão, a concessão terá duração de 30 anos, com investimento de R$ 300 milhões em valores atuais. O Sindivarejista estima que

o comércio perde, anualmente, mais de R$ 50 milhões porque os consumidores não têm onde parar os seus veículos e vão embora. Pela proposta da Semob, cada morador teria direito a uma vaga gratuita na quadra. Durante a semana, o estacionamento seria pago das 9h às 20h. Aos sábado, a cobrança valeria das 9h às 13h. No domingo, não haveria taxa. A secretaria estima que a Zona Verde deve cobrar por cerca de 100 mil vagas no centro. Desse total, 73 mil serão em áreas residenciais. Representantes dos Conselhos Comunitários das Asas Sul e Norte são contra o projeto. Argumentam que privatizar os estacionamentos, sem um sistema de transporte público de qualidade, punirá o cidadão.


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Alimentos que ajudam a produzir a serotonina Neurotransmissor é responsável pelo equilíbrio do sono, apetite, humor e temperatura corporal A primeira pergunta que você, provavelmente, vai fazer é: o que é a serotonina? Para quê serve? A serotonina é um neurotransmissor responsável pela comunicação

entre as células do nosso sistema nervoso central, especificamente para equilibrar o sono, o apetite, o humor e a temperatura corporal. Cansaço constante, desconforto

ESPÍRITA

José Matos Pare de sofrer de amor Deixe ir quem não lhe quer mais, quem não teve seus caprichos atendidos por você; quem não aceita seu modo de ser ou de viver Os filósofos classificaram o amor em três tipos: Eros, Filos e Ágape. Jesus também o fez em três tipos: ame o próximo, ame o próximo como a ti mesmo e amem uns aos outros como eu vos amei. O primeiro tipo de amor determinado por Jesus já tinha sido ordenado por Moisés. O segundo, usa o autoconheci-

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

mento como pré-requisito e, por isso, muito difícil de ser encontrado, já que as pessoas, por não procurarem se conhecer, projetam ou enxergam nos outros suas qualidades e defeitos. Daí, toda a fonte de desentendimentos. O terceiro tipo é o amor de Jesus, amor por toda a humanidade, correspondente ao Ágape

intestinal, baixa libido e até depressão podem ser sinal de níveis baixos de serotonina no organismo. Portanto, fique atento a esses sinais! O estresse crônico é um dos fatores que podem contribuir para essa redução. Em contrapartida, alguns alimentos podem ajudar nosso corpo a equilibrar os níveis de serotonina. Alimentos como cacau, banana, nozes e aveia são fontes de triptofano. E onde o triptofano entra na história? Ele é um aminoácido essencial, ou seja, nosso corpo não produz, por isso precisa vir da alimentação, e que é precursor de serotonina, ou seja, é a partir do triptofano presente nesses alimentos que nosso corpo produz esse neurotransmissor. Quer uma receitinha para aju-

dar a equilibrar seus níveis de serotonina? Lá vai: panqueca de banana com aveia e cacau. Use dois ovos, 1 colher de sopa de farelo de aveia ou aveia em flocos, 1 banana amassada, 1 colher de café de cacau em pó. Misture tudo e coloque na frigideira em fogo baixo, e deixe assar/cozinhar. Você pode usar uma colher de sobremesa rasa para colocar na frigideira antes de colocar a mistura, caso sua panela não seja antiaderente. Para finalizar, triture as nozes por cima da panqueca! Bom apetite!

dos filósofos. É o amor que devora, no dizer do Mestre Petrus. Como podemos chegar ao amor que Jesus pede? Começando pelo amor simples ou amor em ação, que Carlos Pastorino, em sua magnífica obra “A sabedoria do Evangelho”, chama de caridade. Jesus o exemplifica na parábola do rico e de Lázaro. O rico se banqueteava todo dia e o mendigo Lázaro ia em busca de um prato de comida, mas tinha de se contentar em disputar com cachorros as migalhas que caíam dos pratos. Por não praticarem o amor na sua forma mais simples, que é a caridade, que Jesus comparou com a doação de um copo d’agua dado em seu nome, as pessoas não chegam ao segundo tipo, que precisa do pré, do autoconhecimento. É nesse segundo tipo que vemos o sofrimento ao fim dos re-

lacionamentos. Sofrimento não baseado no amor, mas no apego, idealização, carência, posse etc. Ame, mas seja desapegado, ensinam os mestres do oriente. Ame, mas “deixe ir quem não lhe quer mais, quem não teve seus caprichos atendidos por você; quem não aceita seu modo de ser ou de viver”. Deixe ir, e “não fique onde o café não é mais servido”. A vida é uma viagem; tem sempre novos passageiros nas estações. Às vezes, é preciso um período de fracassos, derrotas e decepções para se atingir a vitória e conhecer pessoas melhores e mais interessantes. Tudo são aulas e experiências na Escola Terra. Ame! A vida ecoa, reflete!

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

José Matos Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

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O palhaço e o músico jornalista DIVULGAÇÃO

Pirulito e Rodrigo Rodrigues, o RR, tinham em comum o poder de unir as pessoas Gustavo Pontes A morte do jornalista e músico Rodrigo Rodrigues, na terça-feira (28), aos 45 anos, tornou pública uma capacidade que ele tinha e apenas os amigos mais próximos conheciam: a de unir as pessoas. O apresentador do SporTV usava a música, sua grande paixão, para aproximar os amigos As homenagens a ele geraram outro fato inédito: pela primeira vez, os canais concorrentes SporTV e ESPN se juntaram. Jornalistas de esquerda, de direita, roqueiros, sambistas. Todos choraram a morte de RR, como Rodrigo Rodrigues era carinhosamente conhecido no meio. Na sexta-feira (24), véspera da internação de RR com sintomas de covid-19, no Rio de Janeiro, morreu em um hospital do Gama, no Distrito Federal, de parada cardiorrespiratória após complicações de um segundo Acidente

Ambos apaixonados pelo futebol, ensinaram que a vida é união e humildade

Vascular Cerebral (AVC), o Palhaço Pirulito. José dos Santos Cavalcante, nome de batismo de Pirulito, tinha 54 anos. Era querido por torcedores e moradores do Gama e respeitado por todos os amantes do esporte do DF. O palhaço que alegrava e coloria as ruas, portas de escolas e estádios com seus

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pirulitos e balões multicoloridos, deixou seu lugar marcado como torcedor-símbolo do Gama. Ele sobrevivia com salário de uma pequena aposentadoria. O “extra” do comércio ambulante, doava ou comprava ingressos para quem quisesse assistir os jogos do “Gamão do Povão” e não tinha dinheiro. E Pirulito morreu como viveu: só.

RR e Pirulito, cada um a seu modo e em diferentes condições, nos ensinaram que precisamos de união e humildade. O futebol é a paixão do brasileiro e de milhões de aficionados em todo o mundo. Não há nada que una mais as pessoas do que esse esporte. E o futebol aproxima RR e Pirulito após a morte de ambos. Que as diferentes lições deixadas pelo músico jornalista e pelo palhaço solidário estejam mais presentes no nosso dia a dia e nos inspirem, especialmente neste momento difícil que todos estamos vivendo! Agora, estamos todos na torcida para que a alegria, a humildade, o respeito e o poder de unir as pessoas, por mais diferentes que sejam, que RR transmitia na TV e Pirulito nos estádios, sejam mais presentes e nos inspirem. Obrigado, RR. Muito obrigado Pirulito! Vocês talvez não tenham se conhecido neste plano, mas, certamente, se encontrarão. E, juntos, tornarão a vida mais leve e melhorarão a energia positiva que vibra no universo, onde quer que estejam. Esta é a nossa torcida. Este é o desejo que move a nossa fé.

202 Sul

Taguatinga Norte


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