Jornal Brasília Capital 452

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AGÊNCIA BRASIL

Gama segue firme na liderança. Real tropeça

Gustavo Pontes - Página 12

www.bsbcapital.com.br

Candangão

Ano IX - 452

Brasília, 22 a 28 de fevereiro de 2020

CEB causa choque entre GDF e trabalhadores

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Carnaval FOTOS: FÁTIMA KOSSTA

Editorial - Página 2

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Não é notícia velha: Bolsonaro volta a atacar jornalista

Durante audiência com deputados, Ibaneis disse que poderia reavaliar privatização da CEB. No dia seguinte, declarou que ela é “irreversível” Página 4

Piranhas e Santinhas agitam Olhos d’Água Páginas 6 e 7

Divirta-se com segurança e responsabilidade Antônio Loiola - Pág. 8

Como curtir a festa sem “muita” ressaca Caroline Romeiro - Pág. 11

Brasília, capital dos bicos Chico Sant’Anna Página 9

E mais:

Pelaí - Pág. 3 e Sindmédico - Pág. 5


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 22 a 28 de fevereiro de 2020 - bsbcapital.com.br

Ex pedi en te

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E D I T O RI A L

“Ela queria dar o furo”. Novo ataque de Bolsonaro a jornalista Ultrapassa qualquer barreira do aceitável a piada infame do Presidente da República para atingir a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disparou Jair Bolsonaro, terça-feira (18), fazendo insinuação sexual. Meia dúzia de bajuladores que o esperavam à porta do Palácio da Alvorada – incluindo aí algumas mulheres – ensaiaram risinhos de puxa-sacos. Mas não tem graça nenhuma a maior autoridade do País ofender a honra de uma profissional – ou de qualquer pessoa – principalmente se baseando em depoimento mentiroso de uma testemunha numa CPI do Congresso. Bolsonaro lastreou seu comentário nas declarações de Hans River, ex-funcionário da Yacows, uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp. Hans fora ouvido, na véspera, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. E mentiu para tentar constranger a jornalista. Mas Patrícia Campos Mello contra-ata(...) Tá chovendo de gente/ cou. Tornou públicos nas redes sociais os Que fala de samba e não diálogos que manteve, sabe o que diz/ Por isso vê lá via aplicativo, com o informante, outrora onde pisa/ Respeite a camisa sua fonte. Ficou evique a gente suou/ Respeite dente que foi Hans River, e não a repórter, quem pôde chegar onde que fez insinuações a gente chegou/ E quando sexuais. Infelizmente, o Presidente prefere pisar no terreiro/ Procure acreditar num farsanprimeiro saber quem eu sou/ te do que na imprensa séria e independente. Respeite quem pôde chegar Esquece-se ele, no enonde a gente chegou. tanto, que – a despeito dos arroubos autoritários do atual governo – o Brasil ainda é um país democrático, onde as instituições, bem ou mal, funcionam. A bancada de oposição no Senado e na Câmara dos Deputados se mobiliza para exigir retratação de Bolsonaro na Procuradoria Geral da República e ingressar com um pedido de impeachment do Presidente por quebra de decoro. Toda a sociedade civil se mobilizou contra a baixaria vociferada por Bolsonaro. Entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB e Federação Nacional dos Jornaistas (Fenaj) publicaram duras notas de repúdio ao Presidente da República. E o Brasília Capital se une a todas elas, aproveitando para dedicar ao Senhor Presidente os versos (no destaque) da música “Moleque Atrevido”, dos sambistas Jorge Aragãoo, Flávio Cardoso e Paulo Roberto, o Paulinho Rezende.

A OAB e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicaram a seguinte nota conjunta: “A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) prestam solidariedade à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que, nesta terça-feira (18.fev.2020), foi, novamente, atacada pela família Bolsonaro, dessa vez pelo próprio presidente da República. A Abraji e a OAB repudiam veementemente a fala do presidente. O desrespeito pela imprensa se revela no ataque a jornalistas no exercício de sua profissão.” A ABI, na nota assinada pelo presidente da associação, Paulo Jeronimo de Sousa, criticou Bolsonaro pela declaração: “Nesta terça-feira, mais uma vez, para vergonha dos brasileiros, que têm o mínimo de educação e civilidade, o presidente da República, Jair Bolsonaro, é ofensivo e agride, de forma covarde, a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo”, disse o presidente, em nota. Para a ABI, o comportamento “misógino desmerece o cargo de Presidente e afronta a Constituição” Para a Associação Nacional de Jornais (ANJ) a fala de Bolsonaro desrespeita a imprensa e o seu trabalho essencial na democracia. A nota divulgada afirma que: “As insinuações do presidente buscam desqualificar o livre e exercício do jornalismo e confundir a opinião pública. Como, infelizmente, tem acontecido reiteradas vezes, o presidente se aproveita da presença de uma claque para atacar jornalistas, cujo trabalho é essencial para a sociedade e a preservação da democracia”, afirma a ANJ. A Federação Nacional dos Jornalista (Fenaj), em nota assinada pela Comissão Nacional de Mulheres, disse que o episódio foi de “machismo, sexismo e misoginia”.


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ROGÉRIO LOPES

CARNAVAL X COMBATE ÀS DROGAS – O deputado Delmasso (Republicanos), vice-presidente da Câmara Legislativa, que é evangélico, questionou o edital do GDF destinando R$ 5 milhões para blocos de carnaval. “Ao mesmo tempo, o Fundo de Combate às Drogas, recebeu só R$ 3 milhões para o ano todo”. Ele lembrou os casos de violência e de consumo de álcool e drogas no carnaval. E comparou: “Um programa que salva vidas recebe menos recursos do que uma festa que tem matado pessoas”.

Fascal

Causou polêmica a proposta da Câmara Legislativa de abrir o Fascal (plano de saúde da Casa) para ex-parlamentares e tornar o benefício vitalício. Autor da proposta, o vice-presidente Delmasso (foto) (Republicanos) divulgou nota esclarecendo sua posição: RETIRADA – “Solicitei a retirada de tramitação e arquivamento do Projeto de Resolução que trata da reformulação do Fascal para discussão junto à Mesa Dire-

O prefeito de Luziânia (GO), Cristovão Tormin (PSD/foto), foi afastado do cargo por 120 dias. A decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça de Goiás, Carmecy Rosa Maria Alves, foi publicada quarta-feira (19). Tormin é acusado pelo MP do Estado de contratar funcionário fantasma. Também é denunciado em 16 ações relacionadas a assédio sexual. tora de outras saídas para equilíbrio de contas do Fundo”.

Durante o afastamento, ele continuará recebendo suas remunerações.

NEPOTISMO – O MPGO apura a nomeação de Joaquim Chaves de Freitas Carvalho como chefe de Divisão de Atividades Recreativas, da Secretaria de Esporte e Lazer. A contratação é nepotismo cruzado. Ele é irmão da prefeita do Novo Gama, Sônia Chaves (PSDB), aliada de Tormin.

REPETECO – O deputado garantiu que o texto não previa “nenhum tipo de privilégio”. Porém, devido à repercussão negativa, por “matérias tendenciosas da imprensa”, decidiu retirar o projeto. Poucas horas depois, o presidente Rafael Prudente (MDB) anunciou que apresentará outra proposta com o mesmo teor.

RENATO ARAUJO/AGÊNCIA BRASÍLIA

VIVEIRO – Assumem as funções, respectivamente, Kedson Mário Rocha Cirilo e Luana de Lima Machado. Aveiro, com larga experiência na iniciativa privada, deve assumir um cargo na área de empreendedorismo do GDF. Aline se desgastou após entrar em atrito com moradores devido à intenção de estatizar o viveiro de plantas criado pela comunidade do Park Way.

DIVULGAÇÃO

REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO

Administradores exonerados Os administradores regionais do Park Way, Aline Gomes de Faria, e do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Hélio Aveiro (foto), foram exonerados na sexta-feira (21), a pedido. A decisão foi publicada no Diário Oficial do DF.

Justiça afasta prefeito de Luziânia por assédio sexual

Este é o título das manifestações marcadas para todo o País no dia 15 de março por líderes bolsonaristas contra o Congresso Nacional e em apoio ao “foda-se” do general Augusto Heleno. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional foi gravado com esta ofensa-ameaça ao Parlamento. CHANTAGEM – "Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se", disse Heleno, numa cerimônia no Palácio da Alvorada. Bolsonaristas saíram em apoio ao general. A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-

-SP) pediu: "Deixem o general Heleno trabalhar em paz". E torpedeou a ideia de que ele seja convocado pelo Congresso Nacional. PAUTA ÚNICA – O deputado Filipe Barros (PSL-PR), integrante do movimento Direita Paraná, é um dos líderes do movimento do dia 15 de março. Ele postou no Twitter uma foto do general fardado com o senho franzido diante do Congresso Nacional, cercado por bolsonaristas para convocar a manifestação. E diz que a "pauta única" do protesto será o apoio ao governo em confronto com o Congresso.


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Novo SIG vai impulsionar empregos Alterações no setor propostas pelo GDF são aprovadas pela Câmara Legislativa A Câmara Legislativa aprovou, terça-feira (18), proposta do Executivo definindo novos parâmetros de uso e ocupação do solo do Setor de Indústrias Gráficas de Brasília. A altura máxima dos prédios passa de 12m para 15m. Também serão ampliadas as atividades permitidas, especialmente na prestação de serviços. O texto segue para sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB). A expectativa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) – que elaborou o projeto embasada em pareceres favoráveis de infraestrutura, drenagem de águas pluviais, iluminação, fornecimento de energia e impacto de trânsito – é de ampliação da oferta de empregos no setor. As mudanças no SIG eram discutidas há mais de 10 anos e a

proposta aprovada contou com o apoio de entidades atuantes na defesa do tombamento de Brasília que integram o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan). “Este projeto representa grande vitória para o DF, que passará a contar com maior oferta de comércio e serviços”, avaliou o titular da Seduh, Mateus Oliveira. A aprovação da matéria em primeiro e segundo turnos teve o voto favorável de 20 dos 21 deputados distritais presentes à sessão. As alterações no SIG são consideradas fundamentais pelo GDF para destravar a economia da capital. Ao longo da tramitação, apenas seis emendas parlamentares de aprimoramento da redação foram apresentadas em dezembro. “Isso indica maturidade de todos”, avaliou o líder do governo

AGÊNCIA BRASÍLIA

A ligação do SIG com o Sudoeste ganhará melhorias. Prédios terão 15m de altura

na Casa, Cláudio Abrantes (PDT). A Lei do SIG amplia o modelo de uso dos lotes e permite a instalação de mais de 200 atividades na área, como comércios de pequeno porte, serviços e escolas. Hoje, apenas atividades bancárias, de radiodifusão e impressão de jornais e revistas são permitidas. ONALT E ODIR – A Seduh já iniciou o projeto de requalificação dos espaços públicos do local. Os principais pontos são a melhoria da conexão com o Setor Sudoeste e os ajustes na dimensão das pistas de rolamento de vias para melhoria de calçadas e de vagas de estacionamentos. Além disso, serão criadas ciclovias, estruturas de acessibilidade, arborização e urbanização de espaço livre de uso público da Quadra 6.

PT se reorganiza para as próximas eleições Pollyanna Villarreal O PT do Distrito Federal tem até o dia 15 de março para aprovar um calendário de organização e até o dia 30 de abril para preparar os eixos temáticos de atuação nas Regiões Administrativas. Esta é a deliberação dos novos dirigentes da agremiação, eleitos no fim de 2019, para disputar as eleições. “Perante uma realidade diferente, teremos uma nova forma de dirigir o partido”, afirma o presidente

do PT-DF, Jacy Afonso. Ele explica que o projeto intitulado “Sinergia Petista” propõe organizar, simultaneamente, todas as instâncias do PT no DF, desde os diretórios regionais e zonais e se organizar de acordo com as secretarias temáticas, que reúnem os temas da educação, saúde, transporte e assim por diante. Um dos itens da reorganização interna e externa do PT é a reformulação da comunicação. “Temos 60 mil filiados no DF e 2,4 milhões no Brasil. Diante desse número,

buscamos ter uma comunicação efetiva, direta com os filiados, com a sociedade e com os veículos de comunicação”, afirma Afonso. Na terça-feira (18), o partido realizou reuniões simultâneas em Taguatinga, Gama e Brazlândia. Na quinta-feira (20), ocorreram encontros para discutir a nova forma de o PT se organizar. “É uma sincronização de ações do partido. A modificação na comunicação é uma das ações que faremos nesse processo de reorganização”, explica.

Instrumentos de contrapartida serão aplicados para controle da política urbana. A Outorga Onerosa de Alteração de Uso (Onalt) será cobrada em qualquer caso em que o proprietário ou locatário do imóvel solicitar alvará de construção ou licença de funcionamento para uma das novas atividades a serem permitidas. O valor será calculado caso a caso pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). Outra ferramenta de gestão urbana, a Outorga Onerosa do Direito de Construir (Odir), será cobrada em todos os lotes que podem ter construção acima do coeficiente básico. As arrecadações serão destinadas ao Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb) e aplicadas na execução de novas intervenções de requalificação do sistema viário e dos espaços públicos do SIG.

O presidente do PT-DF diz que o partido aposta nessas ações para assegurar melhor desempenho nas próximas eleições. “Sem dúvida, com essa modificação, o PT terá um desempenho muito melhor já nas eleições municipais deste ano, como preparatório para 2022”. Afonso aposta que o PT chegará forte na disputa pelos governos do DF e do País a pouco mais de 2 anos. “É lá que nós queremos ter pessoas comprometidas com a defesa dos interesses do povo”. Externamente, o PT inicia a atuação denominada “sintonia social”. “É a relação do PT com os movimentos sociais”, esclarece Afonso.


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Que os próximos carnavais tenham mais saúde!

E

m 2014, foram atendidas 650 ocorrências nas imediações do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e do Fifa Fan Fest (que ocorreu no Taguapark) no período da Copa do Mundo de Futebol. Desses atendimentos, apenas 37, mais graves, foram removidas para os hospitais de Taguatinga, de Ceilândia, de Base, para a UPA de Ceilândia e para um hospital privado conveniado à Fifa. Seis anos depois, chegamos ao carnaval com a expectativa de 2 milhões de pessoas – entre elas 25 mil turistas – participando da folia de Momo em blocos e eventos que reúnem multidões maiores do que a lotação do Mané Garrincha. Sabemos do investimento do governo e dos patrocínios, da perspectiva de atração de turistas e de faturamento do

comércio. Temos informação de 2,5 mil policiais militares em serviço no período e 564 bombeiros militares. Mas, quando se procura notícia sobre a estrutura de saúde para esse grande evento, não se encontra muito além da informação de que o 193 deve ser acionado em caso de emergência. O carnaval acontece ao ar livre, com muita alegria e boa vontade dos organizadores dos blocos e eventos, que até atendimento de brigadistas precisam oferecer. Mas sem a estrutura e organização para atendimento em saúde de 2014. E sabemos que teremos gente precisando de assistência por má-alimentação ou por intoxicação alimentar, por ingestão abusiva de álcool e outras substâncias tóxicas, acidentes e episódios de violência física e abuso sexual – duas situa-

ções que, infelizmente, se tornam mais frequentes a cada ano. Um exemplo em que as autoridades poderiam se espelhar é o que se faz no Sambódromo do Rio de Janeiro: Há 20 carnavais funcionam ali oito postos de atendimento médico durante os desfiles das escolas de samba, plenamente abastecidos de medicamentos, insumos e equipamentos para socorro nos casos mais simples e estabilização de casos graves. Ambulâncias ficam paradas ao lado desses postos para as remoções necessárias. O carnaval é uma tradição que tem peso cultural, social e econômico. Está no DNA da cultura brasileira. E a alegria faz bem para a saúde. Abusos à parte, a festa tem de continuar. Mas, com o crescimento do carnaval brasiliense, passou da hora de

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

considerar a adoção de medidas e estruturas especiais para dar atendimento à população que segue os bloquinhos ou vai aos eventos fechados.


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Carnaval

O melhor carna Pode até existir quem discorde, mas, para quem curte Olhos d’Água, não há dúvida Orlando Pontes O desgastado banner pendurado atrás do caixa do Bar do Ciclista, o mais tradicional comércio do lugarejo, data de 2006. Quem se dá ao trabalho de parar para ler o poema “Lugarzim Besta”, de Emerval Crespi, dá o primeiro mergulho no sentimento do que é curtir a vida em Olhos d’Água. Diz a primeira estrofe:

Lugarzim besta, sô Num tem nada pra oiá Uns triêrozim estreito Cercado de mato e pé de pau Cu’as fulozinha incarnada Arrudiada de Bejafrô Nesses 14 anos, muita água passou debaixo das pontes sobre os rio Galinhas e do Ouro, que cortam a cidadezinha. Mas pouca coisa mudou. Zoin, como a cidade é carinhosamente chamada por seus moradores nativos e, especialmente, pelos forasteiros que se mudaram para lá em busca de sossego e melhor qualidade de vida, continua sendo um

Lugarzim das rua prifumada Das vêis chêra áio queimado Das ôtra café torrado Chêra inté dama da noite Qui o vento metido a açoite Leva consigo pra bêra da istrada

Irreverência, descontração, festa, amizade, inclusão e muito samba: Ingredientes do carnaval em Zoin

Dois anos antes de Emerval ter a inspiração para o texto que é uma espécie de hino não musicado de Zoin, numa certa noite de carnaval, o potiguar Jácio Fiúza, recém-chegado do Recife (PE), entediado com o paradeiro em pleno Reinado de Momo, se juntou a Hélio Pinheiro, Arnaldo David, Rubão, Adenilson e Jair, com suas respectivas companheiras, e foram para a rua.

Os homens vestidos de mulher e sem qualquer instrumento musical, desfilaram pelas ruas. Cantavam marchinhas de carnaval à capela, a plenos pulmões. O movimento chamou a atenção dos moradores. Alguns acharam engraçado, outros desrespeitoso. De uma forma ou de outra, estava fundado, ali, o Bloco das Piranhas, que neste 2020 comemora 16 anos de irreverência.

Ô cantim parado Onde as muié sai suzinha No caminho da missa, à noitinha Sem importá cum hômi marvado Arremedo da chama da vida Donde a igrejinha tenta inxergá a mina Num tem ferro, num tem vidraça Só moça e véia debruçada Na janela oiando a vida passá


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aval do mundo! FOTOS: FÁTIMA KOSSTA

O Bloco das Piranhas cresceu e se multiplicou. Em 2019, mais de um mil foliões seguiram a bateria de Mestre Badala, o patriarca da Família Queiroz, e de outros músicos – e percussionistas – a maioria desafinados – que se juntam a eles. A Prefeitura de Alexânia, da qual Olhos d’Água é distrito, disponibiliza banheiros químicos instalados na Praça Santo Antônio. A cotização (vaquinha) dos piranheiros e simpatizantes paga até carro de som, que faz as vezes de trio elétrico, e outros itens da infraestrutura do bloco, como faixas e adereços.

Vêis em quando inda se iscuita Bem prá acolá O rangê dum carro de boi Que insiste num si interrá A junta incangada puxando Os causo desse lugá

As Piranhas continuam se concentrando no domingo de carnaval, a partir do meio-dia, na porta da Família Queiroz, na entrada de Zoin. Dali, o bloco parte rumo à Praça Santo Antônio, com paradas estratégicas em frente aos principais bares.

Lugarzim besta, sô Das vidinha tudo pequena Qual fulozinha branquinha Miúda e prifumada Qui brota nos laranjá

Nesse dia, o poema de Emerval dá lugar ao batuque, à alegria e à irreverência de quem, em pleno 2020, ainda cultua a forma de brincar carnaval do início do século passado. As Piranhas, neste ano, vão para a avenida com a marchinha do artista plástico Pedro Jorge. A puxadora, mais uma vez, será a cantora Cacau, que promete não deixar ninguém parado:

Assanha, meu bem, assanha Eu vou sair no Bloco das Piranhas (bis) Camaleão e drag queens Tá todo mundo soltinho assim (bis) Sai do armário, meu bem, Sai do armário Deixa de manha, Você é uma piranha (bis)

E as Piranhas deram cria. Em 2019, as mulheres e companheiras dos homens fantasiados resolveram criar uma dissidência. Lu Anacleto, Danuza Jeker, Tatiana Barros, Alec Brasil, Beth Alves e Alda Lima fundaram o Bloco Santinhas do Pau Oco. Elas usam véu no rosto e muitas até se vestem de freira. Como se fosse uma vingança, saem na segunda-feira, também ao meio-dia. Dispensam bateria. Usam alto-falantes e carro de som para propagar seu lema para quem quiser ouvir. E vão levar para as ruas de Zoin a marchinha de autoria do cantor Beirão em parceria com Lu Anacleto e Alda Lima:

Esse ano eu vou brincar Com as Santinhas do Pau Oco Eu bebo, mas não tô louco (bis) É muita purpurina Elas tão chegando Nas ruas de Olhos D’Água Elas vão passando Não fique triste Vamos brincar As Santinhas do Pau Oco Tão botando pra quebrar

(*) Para quem vai de Brasília, o melhor caminho para chegar a Olhos d’Água é pela BR-060. O acesso é por Alexânia. Ao todo, são 90 Km de distância. Todo o percurso está asfaltado.


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Carnaval

Divirta-se! Curta, brinque com muita alegria, responsabilidade, respeito e segurança! Antonio Alfredo Ventura de Loiola (*) Chegou a festa mais esperada pelo brasileiro. O ano só começa depois do carnaval! Porém, durante a folia, é importante seguir algumas valiosas regras de segurança e de cidadania para pular e se divertir sem dor de cabeça. Mesmo usando roupas confortáveis, leve documento de identificação e dinheiro suficiente para o seu evento. Se op-

tar pelo cartão de débito ou de crédito, coloque um adesivo chamativo em um dos lados. Desse modo você dificulta a ação de meliantes na troca de seu cartão e fica mais fácil para você lembrar do adesivo colado nele! Aproveite para deixar o carro ou a moto em casa. Dê preferência para o transporte público coletivo – táxi, aplicativo ou carona. Mas, se insistir em ir de carro, além de estacionar em local autorizado, lembre-se do lema: “Se beber não dirija. E não pegue carona com quem ingeriu bebida alcoólica. Sua vida é muito valiosa! Evite aceitar bebidas de estra-

nhos. Esqueceu-se do Boa Noite Cinderela? De maneira alguma, leve para a folia tesoura, faca, estilete ou objetos desse tipo. São armas brancas, e não adereços! E ninguém sai com arma para uma festa! Com samba, axé, frevo, pagode e uma variedade de músicas e estilos, dançar e pular fazem parte da alegria. Então, esbarrar em alguém é natural. Portanto, não há motivos para de partir para brigas! Lembre-se: É tempo de festa e confraternização! Respeite para ser respeitado! Tudo que é forçado não é bom! Obrigar alguém a lhe beijar ou agarrar à força é constrangedor. Saiba que importunação sexual é crime, assim como assediar menores de idade! Não é Não! Isto é básico. Não force alguém a fazer o que não deseja! Respeita as Mina, mas se rolar um crush ou der um match, previna-se: Use Camisinha! Na festa da carne, todos se fantasiam. E o bom da vida é a diversidade. Então, nada de discriminar os outros por sua opção sexual, raça,

cor, religião! O que seria do verde se todos gostassem do amarelo? Aceite as pessoas como elas são. Trate os outros como gostaria de ser tratado, “tire o seu preconceito do caminho” e abra alas para à diversidade, recordando que homofobia é crime. Colabore com a limpeza! Não jogue latinhas, resto de comida, garrafas, guardanapos no chão. Lugar de Lixo é no Lixo!” Se precisar de auxílio da Policia Militar, ligue 190; do Samu, 192; dos Bombeiros, 193. Para emergências com mulheres, ligue na Central de Atendimento à Mulher, 180; e na Delegacia da Mulher (DEAM): 3207-6172. Para socorrer os pequenos, o GDF disponibilizou o SOS Criança Foliã: (61) 99212-7776, um número de WhatsApp que permitirá que crianças perdidas sejam localizadas com rapidez e segurança. Divirta-se! Curta, brinque com muita alegria, responsabilidade, respeito e segurança! (*) Advogado - OAB/DF 50.764 – antonio@loiola.com.br


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

Brasília, capital dos bicos - I REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Altas taxas de desemprego, baixos índices do comércio, da construção civil e do setor de serviços levam à informalidade

O

Distrito Federal teve, em 2019, a maior taxa de informalidade em 4 anos. Ou seja, Brasília virou 2019 com o título de Capital dos Bicos. Para qualquer governo, o sucesso da gestão depende de que as pessoas tenham comida, saúde, educação e moradia. Portanto, possuir emprego e renda é uma necessidade. A realidade é que a taxa de desemprego aferida pelo IBGE no DF, referente ao quarto trimestre, foi de 12,5%, equivalente a 208 mil pessoas. Superior à do último trimestre do governo Rollemberg, de 12,1%. Significa que a capital federal ganhou 10 mil novos desocupados. Só não foi maior pelo fato de muitos trabalhadores terem optado por fazer bico. E, nessa condição, não são computados como desempregados. Os indicadores locais e nacionais demonstram que eram falsos os discursos que justificavam a aprovação da reforma trabalhista, no governo Temer, e da Previdência, na gestão Bolsonaro. Nacionalmente, a União tem sido obrigada a sacar das reservas cambiais acumuladas nos governos Lula e Dilma para honrar com seus compromissos financeiros. Dos 390,5 bilhões de dólares acumulado nos dois governos, o Banco Central consumiu, até o fim do ano passado, US$ 36,9 bilhões das reservas internacionais. Isso se deve, em grande parte. à desconfiança dos investi-

dores estrangeiros que repatriaram, em 2019, US$ 44,8 bilhões. A economia nacional não está bem, apesar de o governo federal dizer o contrário. No DF, um dos principais setores geradores de emprego, o de serviços, fechou 2019 no vermelho. No confronto com igual mês do ano anterior, a atividade econômica decresceu 5,9%, em dezembro de 2019, o que pode ser um indício de maus resultados para 2020. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE.

Desemprego leva milhares de pessoas a filas em que surgem oportunidades de trabalho

GASTOS PÚBLICOS – Ao lado da construção civil, o setor de serviços (bancos, transportes, informática, publicidade, locadoras de

Estagnação econômica A estagnação econômica na Capital Federal pode ser aferida, também, pela taxa negativa de inflação. Ou seja, houve deflação. Se o comércio estivesse ativo, a possibilidade seria de uma taxa mais elevada. Porém, enquanto o País aferiu em janeiro uma alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 0,21%, a inflação medida pelo IBGE em Brasília ficou em -0,12%. Um dos motivos de queda de inflação pode ser a baixa demanda. Ou seja, o brasiliense consumiu pouco, talvez pelas férias. E aí, os empresários tiveram que baixar seus preços. Um

exemplo foi o da gasolina, que no mês passado caiu 1,87%. Com a volta às aulas e o fim das férias, as bombas subiram novamente. Esse comportamento é visível nos indicadores do comércio varejista. Em novembro, ele rateou: Apresentou a quarta queda consecutiva do volume de vendas. No mês, foi de 6% frente do mês anterior. Nem mesmo a Black Friday o salvou. Comparando com outros estados brasileiros, o DF apresentou o 4º menor índice de volume de vendas. Ou seja, a situação em Brasília está bem pior do que na maioria dos demais Estados.

mão de obra, segurança, saúde e educação) é um dos principais empregadores. Entretanto, depende muito de gastos públicos, principalmente no que se refere à informática, propaganda e locadoras de mão de obra (vigilância, limpeza, etc.). Com os cortes de gastos pelos governos federal e distrital, o impacto foi direto, ainda mais numa cidade em que a Indústria é incipiente. A maior contribuição negativa ficou na categoria “outros serviços”, que compreende imprensa, provedores de Internet, com uma queda de 21,6%. Também a indústria da construção civil apresentou queda no último mês de 2019, tanto no desempenho econômico quanto na geração de empregos. Embora antevejam um 2020 melhor do que o ano que passou, os empresários da construção civil não pretendem apostar todas as suas fichas. O índice que mede a intenção de investir em equipamentos e máquinas caiu de 51,4, em dezembro, para 41,1, em janeiro. (Continua na próxima edição)


Brasília Capital n Cidades n 10 n Brasília, 22 a 28 de fevereiro de 2020 - bsbcapital.com.br STIU/DIVULGAÇÃO

CEB dá choque entre GDF e trabalhadores Orlando Pontes Entrou em curto-circuito a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB). Um dia depois de receber em audiência no Palácio do Buriti os deputados Chico Vigilante e Arlete Sampaio, do PT, aos quais prometeu reavaliar sua decisão, o governador Ibaneis Rocha (MDB) voltou ao ponto inicial e declarou, sexta-feira (21), que a venda da estatal “é irreversível”. Na quinta-feira (20), o chefe do Executivo disse aos parlamentares que poderia não vender a Companhia. Para isso, os funcionários deveriam aceitar uma série de condições. Entre elas, abrir mão de conquistas que ele considera abusivas e até redução de salários. A lista dos “sacrifícios” foi apresentada à diretoria do Sindicato dos Urbanitários (Stiu-DF), que representa os trabalhadores do setor. Durante o encontro de quinta-feira, os deputados entregaram a Ibaneis o resultado de uma audiência pública realizada, quarta-feira (19), com servidores da CEB e o ex-ministro das Minas e Energia e ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, mostrando que a CEB pública é viável. O governador ficou de ler o documento. No entanto, na sexta-feira (21), a Agência Brasília divulgou nota reafirmando que “uma das prioridades do GDF, o processo de privatização da CEB é irreversível”, atribuindo a declaração ao governador Ibaneis Rocha (MDB). IRRESPONSABILIDADE – “Estudei profundamente o caso da empresa e a situação financeira é gravíssima. São débitos de mais de R$ 2 bilhões que o governo não tem como cobrir, acrescido da necessidade de investimentos para que o serviço seja melhorado”, disse o governador. Ibaneis argumentou que houve “muita irresponsabilidade de go-

vernos anteriores para que a empresa entrasse em dificuldades”. E citou privilégios e vantagens a servidores. “A privatização é o único caminho e será feita. Já estamos com estudos adiantados e, nas próximas semanas, o mercado terá novas informações sobre o processo em curso”, disse. O governador destacou que o caso da CEB é diferente do caso do Banco de Brasília (BRB), em que foi possível buscar alternativas para a privatização. Também citou a Caesb, que estava na lista para negociações com a iniciativa privada, mas fechou 2019 com lucro de R$ 110 milhões. As declarações de Ibaneis foram uma reviravolta da conversa que ele manteve com Vigilante e Arlete. Tanto que, após a audiência, os deputados foram para a sede do Stiu. Na sexta-feira, no momento da publicação da nota da Agência Brasília, a diretoria do sindicato se reunia para preparar a convocação da Assembleia Geral na qual seriam apresentados os “sacrifícios” cobrados pelo Buriti. ASSEMBLEIA – Como a mudança de rumo não foi comunicada oficialmente pelos interlocutores, o Stiu divulgou nota reiterando que seguiria o cronograma. “No dia 20/02, os dirigentes sindicais se reuniram com os deputados Chico Vigilante e Arlete Sampaio, que relataram a conversa entre eles e o governador. Segundo os parlamentares, o governador se mostrou disposto a abrir um processo de negociação sobre a privatização da CEB, desde que o trabalhadores concordassem, em Assembleia, a reduzir despesas com pessoal”, diz o comunicado. Como era sexta-feira de carnaval, o assunto ficou em compasso de espera. A expectativa é a de que a solução apareça após a Quarta-Feira de Cinzas.

Funcionários da CEB lotaram o Plenário e a galeria para ouvir o ex-ministro Nelson Hubner (no detalhe)

Empresa é viável A esperança dos sindicalistas e dos deputados é que Ibaneis aproveite o feriado de Momo para ler o documento entregue por Chico Vigilante e Arlete Sampaio. É o resultado da audiência pública em que o ex-ministro Nelson José Hubner mostra que a preservação da Companhia como empresa pública é viável. O ex-ministro argumenta que a privatização da CEB é desnecessária. Ele avalia que, na situação atual, não será um bom negócio para a população brasiliense a venda da Companhia, e que há sempre um risco quando a gestão de uma empresa pública se direciona para o mercado de capitais. Hubner aposta que, com ações rápidas e nada complexas, é possível recuperar a estatal. “Está fácil ajustá-la. Vender a CEB hoje seria fazer a festa do investidor privado”, afirma. O especialista entende que o grupo empresarial que eventualmente venha a comprar a Companhia “vai ganhar muito dinheiro em pouquíssimo tempo”. Ele acredita que uma das primeiras medidas dos compradores será o reajuste da tarifa, mesmo antes de apresentar qualquer tipo de melhoria no serviço. Para o ex-ministro, existe ainda o risco à segurança ener-

gética da Capital da República. “Perder o controle em um estado como Goiás, por exemplo, é bem diferente. Brasília é a sede dos três Poderes do País e abriga mais de uma centena de representações diplomáticas estrangeiras”, exemplifica. Nelson Hubner apresenta algumas alternativas para recuperação econômica da CEB e, assim, evitar a privatização. Entre outras, substituir 20 mil medidores atualmente parados; alienar imóveis da holding para pagar dívidas; negociar (cobrar) débitos atrasados da Universidade de Brasília (UnB) e do próprio Governo do Distrito Federal; e reduzir o Pessoal, Material, Serviços e outros (PMSO) ao regulatório estabelecido no contrato de concessão firmado com a Aneel. “Ficou claro que há saída para a preservação da CEB pública. A partir dos esclarecimentos do Hubner, nosso sindicato vai intensificar o debate sobre os riscos para a sociedade da privatização da CEB”, disse o representante do Stiu, João Carlos Dias. Ele informou que o sindicato vai fazer reuniões setoriais nos próximos dias para discutir o assunto com a categoria. No sábado (22), haverá panfletagem e carro de som nas ruas de Taguatinga.


Brasília Capital n Geral n 11 n Brasília, 22 a 28 de fevereiro de 2020 - bsbcapital.com.br

ESPÍRITA

José Matos Médiuns em desenvolvimento Quanto mais caridoso é o médium, mais fiel instrumento da espiritualidade superior ele será Mediunidade é dom gratuito de Deus e deve ser exercida gratuitamente, sem nenhum interesse de recompensa material ou espiritual. O médium é o intermediário entre o Plano Espiritual e o Plano Material, mas é, também, qualquer agente do bem, visto que, o verdadeiro bem procede de Deus. E Ele é amor. Nesse sentido, o desenvolvi-

mento mediúnico, além de ser um treinamento para o desenvolvimento das faculdades mediúnicas, é, também, o desenvolvimento da sensibilidade. Quanto mais caridoso é o médium, mais fiel instrumento da espiritualidade superior ele será. Allan Kardec não deixava nenhum amigo em dificuldade financeira se retirar de sua presença

sem colocar uma cédula dobrada no seu bolso com a seguinte frase: “Da parte dos bons espíritos”. O mesmo fazia Chico Xavier, que usava as mesmas palavras. Chico esteve sempre em contato com os necessitados, a ponto de achar-se que ele era a própria reencarnação de São Francisco, o que ele sempre negou. Na mesma direção, o médium baiano Divaldo Franco começou sua atividade fundando um orfanato em Pau da Lima, em Salvador, transformado em escola profissionalizante para três mil estudantes carentes. É pela caridade consigo, em primeiro lugar, e com o próximo, em segundo lugar, que o médium se aproxima de Deus e se mantém em sintonia com a espiritualidade maior. O dom mediúnico e o lugar onde o médium exercerá sua mediunidade se dá de acordo com três critérios: merecimento,

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Então... que venha o carnaval! Algumas orientações nutricionais importantes para passarmos ilesos e curtirmos a festa sem “muita” ressaca No Brasil, a gente costuma dizer que o ano só começa depois do carnaval, certo?! Por isso, às vezes me pergunto se essa não é a data mais esperada da nossa cultura. Falando em começar depois do carnaval, a dieta está na lista des-

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

sas coisinhas que deixamos para dar o pontapé em março. Algumas orientações nutricionais são importantes para passarmos ilesos e sem “muita” ressaca no carnaval. Aqui vão algumas delas! A hidratação do corpo é uma

das coisas mais importantes nesse período. Afinal, ainda estamos no verão, e, na maior parte do País, temos altas temperaturas. A festa na rua é muito boa, mas é importante que nos mantenhamos hidratados. Para isso, vamos ingerir muita água, água de coco, sucos naturais de frutas e isotônicos. São as principais alternativas

necessidade e capacidade. A convivência com os dons mediúnicos leva tempo e o médium pode passar por crises de desânimo, dúvidas e revolta com os guias para, posteriormente, adaptar-se e superar-se. Pode também deslumbrar-se com o assédio, a fama, envaidecer-se e fracassar. A dedicação, o estudo, a caridade desinteressada e a humildade devem ser a bússola do médium: aprender, servir, passar... Exemplo de médium vencedora foi Ivone Pereira, psicógrafa do livro “Memórias de um Suicida”. Pobre, solteira, vivendo de favor, nunca se deslumbrou com dinheiro, fama e aplauso. “Ave Cristo! Os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam”.

José Matos Professor e palestrante

que podem e devem ser usadas! Importante lembrar àqueles que acham que bebida alcóolica hidrata: Não se enganem! O álcool estimula a diurese e ajuda a desidratar o corpo! Outra dica importante é evitar alimentos muito gordurosos, bem como ter cuidado com a ingestão de comidinhas de rua, observando sempre a higiene no seu manuseio e preparo. Por fim, frutas e chás gelados são uma boa pegada para o carnaval. Alguns drinks podem ser feitos com eles! Aproveite o carnaval! Semana que vem vou trazer dicas para ajudar a “desintoxicar” o corpo no pós-carnaval.

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 16 a 22 de novembro de 2019 - bsbcapital.com.br

Folga de carnaval Sétima rodada do Candangão só acontece no próximo fim de semana DIVULGAÇÃO

Gustavo Pontes Passada a primeira metade do Candangão, Gama, Real Brasília e Brasiliense confirmam o favoritismo ao título deste ano. O Alviverde lidera com 100% de aproveitamento, após vencer o clássico Verde-Amarelo contra o Jacaré. É seguido pelo Real Brasília, que no fim de semana tropeçou no Capital (0 a 0). Brasiliense e Formosa completam o G4. Na parte de baixo da tabela, o Ceilandense segue na lanterna sem pontuar. O Paranoá, com apenas um ponto também, amarga a zona de rebaixamento. O Ceilândia é o primeiro time

Primeiro estádio de Brasília, na Vila Planalto, o Defelê será reinaugurado domingo

fora do Z2, após mostrar evolução na vitória sobre o Paranoá por 3 a 0, na estreia de vários

jovens jogadores emprestados pelo Real Brasília. A sétima rodada terá como

Volta às aulas. Mais atenção é proteção. A educação é a melhor direção. Na volta às aulas, não podemos esquecer algumas lições. Dentro do veículo, é obrigatório o uso da cadeirinha. Ao atravessar a via, utilize a faixa de pedestre e conduza a criança, segurando-a pelo pulso. Próximo de escolas, reduza a velocidade e redobre a atenção. No embarque e desembarque, fuja das filas duplas: trânsito livre é criança segura. E, ao contratar um serviço de transporte escolar, certifique-se de que a documentação está em dia. Volta às aulas com segurança é uma prova de amor. Detran e GDF: sempre atentos para garantir a segurança de nossas crianças.

Jogos da 7ª rodada Sábado (29/2) 15h30 – Sobradinho x Formosa 16h – Paranoá x Gama Domingo (1º/3) 15h30 – Unaí x Taguatinga 15h30 – Capital x Luziânia 15h30 – Real x Brasiliense 15h30 – Ceilândia x Ceilandense

maior atração o jogo entre Real Brasília x Brasiliense, que marcará a reinauguração do estádio Defelê, na Vila Planalto. Com a folga do carnaval, os times terão mais para treinar. Restam apenas cinco rodadas da primeira fase. JOGOS – O líder Gama vai jogar contra o Paranoá. O Capital enfrenta o Luziânia em um confronto equilibrado. O Ceilândia fará um duelo local com o Ceilandense, único time que ainda não pontuou. O Sobradinho recebe o Formosa na briga pela quarta posição, enquanto o Unaí tentará a reabilitação em casa, contra o Taguatinga.


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