Jornal Brasília Capital 382

Page 1

Uma esperança brasiliense

THIAGO OLIVEIRA

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.bsbcapital.com.br

Entrevista Chico Sant’Anna

Colunista do Brasília Capital e candidato ao Senado fala de sua preocupação com a preservação da cidade Ano VIII - 382

Páginas 4 e 5

Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018

Entrevista Alberto Fraga

THIAGO OLIVEIRA

“No meu governo bandido vai ter que mudar do DF” Coronel da PM, Alberto Fraga promete linha dura contra os criminosos, caso chegue ao Buriti. Candidato do DEM afirma ser injusta sua condenação por cobrança de propina quando foi secretário de Arruda. Desconfia que os adversários Rodrigo Rollemberg (PSB) e Ibaneis Rocha (MDB) “mexeram os pauzinhos” para tirá-lo do segundo turno. E dispara contra o emedebista, que se apresenta como novidade na política: “ele financiou candidatos da velha esquerda com dinheiro do próprio bolso”. Páginas 7, 8 e 9

REPRODUÇÃO

ODIR RIBEIRO

Eliana Pedrosa terá o apoio do PT no 2º turno É o que prevê acordo de Lula com o PROS Pelaí - Página 3

Brasília dá Adeus a Joaquim Roriz Multidão acompanha sepultamento do político que governou o DF por quatro mandatos e era o “Pai dos Pobres” Página 2


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

Brasília se despede de Roriz

M

ais de cinco mil pessoas foram ao cemitério Campo da Esperança, na manhã de sexta-feira (28), se despedir do ex-governador Joaquim Domingos Roriz. O político que governou Brasília quatro vezes (um mandato biônico e três pelo voto direto) morreu na véspera, após sofrer três paradas cardíacas. O estado de saúde de Roriz inspirava cuidados há dez anos, e se agravou progressivamente. Ele estava internado há mais de um mês na UTI do Hospital Brasília, no Lago Sul. Ele sofria de insuficiência renal crônica.

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

PAI DOS POBRES – Em seus governos, Roriz criou cidades como Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Sobradinho II, Santa Maria e Vila Roriz. Sua política era baseada na distribuição de lotes para assentamento de populações de baixa renda. Isto lhe rendeu o codinome de Pai dos Pobres. Em torno de seu nome formou-se um segmento político conhecido como rorizismo, que durante duas décadas rivalizou com o Partido dos Trabalhadores, gerando uma disputa entre azuis e vermelhos na Capital do País. O patriarca da família deixa a viúva Weslian Roriz, com quem casou-se em 1960, as filhas — Wesliane, Jaqueline e Liliane — e quatro netos. Os admiradores acompanharam o funeral ao som de Andorinhas, do Trio Parada Dura, uma das músicas preferidas de Roriz. Ex-secretário de Comunicação dos governos Roriz, o jornalista Weligton Moraes, disse que o ex-chefe era como um pai para ele. “Estive ao seu lado nos momentos felizes, mas principalmente nos tristes. Foi isso que nos deixou tão próximos. Durante toda a sua carreira política, nunca o abandonei. Boa parte da minha personalidade foi moldada a partir dele’”, afirmou. REPRODUÇÃO-CONTEXTO-EXATO

MARCIO ROCHA

C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores

Siga o Brasília Capital no facebook.com/jornal.brasiliacapital

Familiares e ex-assessores acompanharam o velório no Memorial JK

C

nJardim Botânico São loucos... Está mais que na hora de desconcentrar os empregos públicos e privados do Plano Piloto. Não dá mais! Renato Real, via bsbcapital.com.br Um bairro que já sofre com trânsito, falta de transporte e serviços de saúde públicos vai ter o que resta da

sua qualidade de vida destruída pela ganância imobiliária e pela falta de compromisso dos administradores da cidade com a população. Paula, via bsbcapital.com.br Sobre coluna Brasília por Chico Sant’Anna, que revelou a possibilidade de o Jardim Botânico ganhar novo bairro com até 10,5 mil habitantes.

O governador Rodrigo Rollemberg rendeu suas últimas homenagens a Roriz

a r t a s

nIzalci Lucas Jornal Brasília Capital sempre dando uma lição de cidadania, prestação de serviços à sociedade com isenção e clareza... Parabéns! Antonio Loiola, via Facebook Pra mim nenhum dos dois merece meu voto. Se serviram no Senado e na Câmara para aprovar emendas pra

prejudicar o trabalhador. Cida Soares, via Facebook Ele fala em traição, mas está traindo o candidato à Presidência do seu partido. Ele disse que não seria senador nem debaixo d’água e depois fala que os outros é que mudaram? É a favor do Bolsonaro, mas abre espaço no seu tempo para o PT. Realmente, meio confuso esse

senhor... Eduardo Balduino, via bsbcapital.com.br Sobre entrevista com o deputado Izalci Lucas (PSDB), candidato ao Senado. Ele aproveitou para cutucar o senador Cristovam Buarque: “Não adianta ficar escrevendo artigo para jornal todo dia ou fazendo discurso. Tem que trabalhar”.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

CUIDADOS COM BEBÊS – A Casa da Amizade e o Rotary Clube de Brasília Centenário promovem, em parceria com a Universidade Católica de Brasília (UCB), um curso para as mulheres acima de 18 anos que querem ter conhecimentos básicos ou uma profissão sobre os cuidados com bebês e crianças, com aulas teóricas e práticas. Será dia 20 de outubro, das 8h30 às 18h. Inscrições gratuitas. Informações: 98156-3737 e 99965-4047.

Segundo turno em pauta WIKIPÉDIA

Uma semana antes do primeiro turno e diante dos resultados das pesquisas de intenção de voto, os partidos já discutiam as alianças para o segundo turno no DF. Alberto Fraga (DEM) e Rogério Rosso (PSD) não admitiam ficar fora da segunda rodada. Por isso, não cogitam declarar apoios. CONFIANÇA – Rodrigo Rollemberg (PSB) ainda aposta que continuará na corrida pela reeleição. Ibaneis Rocha (MDB), empatado tecnicamente com a líder Eliana Pedrosa (Pros), sinaliza manter a independência, não recusando apoios, mas não tornando públicas possíveis alianças. ELIANA e PT JUNTOS – A leitura dos aliados de Ibaneis é de que o candidato não pode perder o discurso do novo, mesmo estando filiado ao partido de Tadeu Filippelli. Já Eliana Pedrosa (foto) não tem como fugir do acordo nacional de sua legenda

Os professores aposentados estão receosos de não receber a pecúnia (conversão em dinheiro da Licença-Prêmio por Assiduidade – LPA). O GDF se comprometeu a destinar R$ 11 milhões por mês para pagar esses débitos. Porém, o Sinpro alerta que este valor não será suficiente para arcar com os aposentados de junho de 2016. De acordo com o Sindicato, em agosto o valor não cobriu todos os pagamentos, mas o GDF adicionou R$ 8 milhões ao montante, o que manteve o governo em dia com a categoria.

Raquel Dodge no STF A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é a favorita para assumir uma vaga de ministra do STF caso os ministros Celso de Mello ou Cármen Lúcia confirmem a antnecipação de suas aposentadorias. Os dois voltaram a comentar sobre a intenção de pendurar as togas antes dos 75 anos.

com o PT: quem passar para o segundo turno terá o apoio do outro. RACHA – Porém, entre os petistas brasilienses, desiludidos com o pífio desempenho de Júlio Miragaya, antecipam que se recusarão a votar na ex-secretária dos governos Roriz e Arruda.

Marilvado e os famosos REPRODUÇÃO INSTAGRAM

Mart’nália e Teresa Cristina (foto), foi a vez de Caetano Veloso postar vídeo pedindo voto para o candidato do Senado no DF.

Marivaldo Pereira busca apoio de famosos para sua campanha. Depois do fundador do canal Portal dos Fundos, Gregorio Du Vivier, e das sambistas

Pecúnia dos professores

INDEPENDÊNCIA – O distrital e candidato à reeleição Reginaldo Veras (PDT) reafirma sua independência. O partido dele integra a coligação Brasília de Mãos Limpas (PSB, PV, Rede e PCdoB, além do PDT). Todavia, o professor abriu seu voto: para federal, apoia o correligionário Léo Matos; para o Senado, Chico Leite (Rede) e Wasny de Roure (PT); para o governo, Fátima Sousa (PSol). E Ciro Gomes (PDT) para presidente.

Salvo pela eleição O ex-governador Marconi Perillo (PSDB-GO) poderia ter sido preso na sexta-feira (28) não fosse a legislação eleitoral, que proíbe a prisão de candidatos entre 15 e dois dias antes das eleições. Ele foi um dos seis alvos da operação da PF que apura se seu grupo político recebeu propinas de R$ 12 milhões da Odebrecht.

Conquista de Taguatinga JÚLIO PONTES

Candidato a deputado federal, o ex-administrador de Taguatinga, Antônio Sabino (PT/foto) defende o sistema binário nas avenidas Comercial e Samdu. “A medida melhorou a vida de todos, permitindo maior fluidez do trânsito e a norma da convivência social e econômica ao longo das duas avenidas. A sociedade taguatinguense não permitirá que o atraso e os que defendem o caos ganhem essa parada”.

JUSTO - Pioneiro da cidade e presidente da ACIT, Justo Magalhães é o melhor colocado entre os candidatos a distrital da coligação Rede-PCdoB. Ou seja, se o grupo atingir o quociente eleitoral para fazer um deputado, a vaga será dele.


Brasília Capital n Política n 4 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br FOTOS: THIAGO OLIVEIRA

Luziânia até a Rodoferroviária e, se quiser, de lá até Formosa, transformar a linha férrea em um trem regional.

Chico Sant’Anna quer ser senador para lutar pelo resgate da qualidade de vida em Brasília

Entrevista Chico Sant’Anna Você é um defensor da preservação de Brasília. Fale desse seu compromisso como candidato ao Senado. – Brasília foi projetada para ser cidade modelo, onde não houvesse tanta desigualdade. Não à toa ganhou o jargão de Capital da Esperança. Seria onde todo mundo teria as suas oportunidades e uma boa qualidade de vida. Uma cidade onde o meio ambiente seria exemplar, assim como a saúde, a educação, a segurança pública.

Uma esperança brasiliense Orlando Pontes

Mas não é isso que se vê hoje... – Infelizmente a cidade não evoluiu nesse sentido. A Humanidade como um todo é muito mais insegura e violenta. Mas acho que nós podemos resgatar grande parte do sonho do que foi aquela Brasília. Esse discurso tem receptividade junto à população? – O anseio da população por essa Brasília é muito grande. As pessoas querem ter de volta aquela saúde pública de qualidade, a educação, a tranquilidade de poder andar na rua. Hoje, o grande medo dos pais é ficar em casa esperando o filho chegar do colégio, do trabalho, porque não existe segurança. É possível mudar isso a partir de uma melhor gestão dos recursos públicos, não só o Fundo Constitucional que custeia saúde, segurança e educação, mas de convênios com os ministérios e o Fundo do Centro-Oeste, que é um fundo de financiamento com taxas menores. Todos os candidatos falam em trazer dinheiro para Brasília. Os recursos chegam. A questão é aplicar e fiscali-

E

x-presidente do Sindicato dos Jornalistas do DF, o titular da coluna Brasília por Chico Sant’Anna, do Brasília Capital, é candidato ao Senado pelo Psol. Ele tinha apenas seis meses quando seus pais vieram ajudar a construir

zar. – É isso que a gente vem colocando. Eu fiz um levantamento do que saiu na imprensa do final do ano passado para cá nas áreas de saúde, mobilidade urbana, educação, coleta seletiva, ambulância do SAMU, segurança pública. Dá quase 1 bilhão de reais que não foram executados ou não foram formalizados. Até maio havia R$ 415 milhões para levar o metrô até a expansão do Setor O e a Expansão de Samambaia. Mas o GDF não levou a documentação necessária para transformar essa disponibilidade de recurso em dinheiro em caixa. Um senador teria condições de fiscalizar e exigir que isso fosse feito? – É exatamente isso que defendemos. A Constituição atribui aos deputados federais e aos senadores o poder de fazer leis e de fiscalizar.

a nova capital, a quem trata como uma irmã mais velha. Chico põe sempre a defesa da preservação de Brasília e da qualidade de vida de sua gente em primeiro lugar. Nesta entrevista, ele fala do sonho de ajudar a devolver à população do DF a sensação de segurança e de satisfação de morar num lugar que um dia já foi a Capital da Esperança.

Um parlamentar federal tem quase o poder de polícia. Ele aciona o Ministério Público, o Tribunal de Contas, pode fazer uma auditoria. Pode, por exem-

“Teve senador que votou contra os direitos dos trabalhadores e está tentando se reeleger.“

plo, fazer uma CPI do desperdício das verbas federais em Brasília. Levantar o que e porque foi desperdiçado e quem foi o responsável. Esse lado da fiscalização é que nós entendemos, a partir de conversas com a população, que os parlamentares não vêm executando. Os senadores que colocaram dinheiro não correm atrás. Uma de suas propostas é a ligação ferroviária do DF com o Entorno – Nós não vamos ter uma solução para os engarrafamentos de Brasília, para o transporte coletivo, se não tratarmos com o Entorno. Diariamente, cerca de 1,5 milhão de pessoas vêm para Brasília estudar, trabalhar, procurar serviço e saúde. É um afluxo muito grande de passageiros e o transporte coletivo por ônibus não dá conta. Nós defendemos que de

Esse braço para Formosa passaria pela Asa Norte? – Exatamente. Para o Entorno será um trem regional, mas para quem mora dentro do DF vai ter um transporte de qualidade que evitaria essas despesas de fazer Trevo de Triagem Norte. Há quatro anos aumentaram a Epia Sul rumo ao Gama para três faixas, mais uma de ônibus, e já está engarrafado. Como senador você terá que se debruçar sobre assuntos cruciais, como as reformas da Previdência, a revisão da reforma trabalhista, além da tributária e política – Tem também a Lei do Agrotóxico, que foi aprovada pela Comissão Especial e é muito perigosa para a saúde do brasileiro. São dois projetos de lei: um esconde nos rótulos que aquele produto teve aplicação de agrotóxico; o outro que é mais absurdo ainda, proíbe os supermercados de vender produtos orgânicos. A questão da reforma trabalhista, é de se chamar atenção, porque teve senador que votou contra os direitos dos trabalhadores e está tentando se reeleger. E a reforma tributária? – A carga de impostos no Brasil é muito grande e desigual. Um motoboy que rala todo dia pra cima e pra baixo paga IPVA da moto. O milionário que tem um jatinho ou um iate, não paga um centavo de IPVA. A Dona Maria que tem uma kit que aluga para complementar a aposentadoria pode pagar 27,5% do aluguel em impostos se ela ganha R$ 1.500 de salário e R$ 1000 de aluguel. Já o cidadão que aplica na bolsa de valores e ganha milhões da noite para o dia é isento. É uma injustiça social muito grande. O que diria sobre a PEC do teto de gastos? – Um ano


Brasília Capital n Política n 5 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Entrevista Chico Sant’Anna depois, nós estamos sentindo na pele os efeitos da PEC 95, a Universidade de Brasília teve que aumentar o preço do bandejão; várias atividades da UnB foram prejudicadas. Quem trabalha na pesquisa científica no Brasil foi prejudicado. No ano que vem não vai ter mais bolsa de fomento à pesquisa paga pela pelo CNPq. Com a PEC 95 o dinheiro só dá até até outubro deste ano. O Hospital do Gama fechou a Pediatria; o da Cei-

cerca de dez mil pessoas, é quase como um atendimento particular. Com isso, reduz-se a pressão sobre os hospitais. A Fátima também tem colocado que o GDF não pode abrir mão daquilo que está na Constituição: a saúde pública é um dever do Estadoo, não da empresa. O Instituto Hospital de Base é como se fosse um shopping. A casca é do IHBDF, mas a Radiologia é da empresa tal, o laboratório de análises é de outra empresa, e quem vai cuidar de serviço é outra empresa de fora. Inclusive não gerando emprego aqui. Uma proposta em estudo no PSOL é retomar a Fundação Hospitalar, que foi extinta lá início do ano 2000.

Mude já para o melhor 2 quartos em Águas Claras. Utilize seu FGTS.

O que você diria para a população de Brasília em relação ao voto para o Senado?

R E S I D E N C I A L

NOVO E PRONTO 3° Ofício R.09-143.589. *Sujeito à aprovação de crédito pela instituição financeira

MARCÍLIO BIONE

“Cheguei em Brasília em 1958, com seis meses, no colo de minha mãe e do meu pai, que me ensinaram a amar tanto esta cidade”

Qual sua compreensão em relação à saúde pública do DF? – Concordo plenamente com a proposta de nossa candidata a governadora, professora Fátima Sousa. As ações básicas de saúde dão resposta a 80% dos problemas da população. Com a volta do Saúde em Casa, que consistia em uma equipe de médicos e enfermeiros, auxiliares e agentes comunitários para cada 2 mil residências,

– Nós estamos preocupados porque a dez dias das eleições 60% não sabem se vão votar para senador. E o senador tem um papel muito importante para Brasília. Não votar é deixar como está, é ter gente que vai votar contra os seus direitos, fazer com que você trabalhe até morrer com a reforma previdenciária, fazer com que não tenha mais direitos trabalhistas, com que as pessoas dêem as costas para Brasília. Eu sou um cara que chegou em Brasília em 1958, com seis meses de idade, no colo da mãe e do pai, que acreditaram nessa cidade e me ensinaram a amá-la tanto.

O apartamento

O lazer

2 quartos sendo

uma suíte 53 a 60 m² Com vaga de garagem Visite UNIDADE MODELO Rua 8 Norte

Completa área de lazer, com piscina, fitness, espaço gourmet, salão de festas, sauna, SPA e brinquedoteca.

O local

Próximo à estação do metrô Arniqueiras, bares, restaurantes, mercados e ao Parque de Águas Claras. Completa infraestrutura de comércio e serviços.

CENTRAIS DE VENDAS 61

35 6 2 1 1 1 1

Águas Claras (Av. Araucárias) WWW.PAULOOCTAVIO.COM.BR

61

33 4 0 1 1 1 1

208/209 Norte (Eixinho, ao lado do McDonald’s)

F I N A N C I A M E N TO G A R A N T I D O * | FAÇA A S U A P R O P O S TA

CJ 1700

lândia passa calamidade; o do Guará está sucateado. A população não pode esquecer quem votou a favor da PEC 95 e hoje é candidato a reeleição.


Brasília Capital n Política n 6 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br RENAN BAFFI

“Nunca prometo nada que eu não vá cumprir. Honestidade acima de tudo!”

Entrevista Claudeci Luart

Então você será um deputado independente? – Totalmente. Se o governador quiser apoiar esse projeto que eu tenho de baixar os impostos, estarei com ele. Se não abaixar os impostos, não está comigo. Eu quero gerar emprego e dar dignidade às pessoas.

Como está sua campanha? – Estamos muito felizes com a recepção na rua. Em qualquer parte que a gente vai recebe muito carinho e calor humano. As pessoas estão revoltadas com a política, mas querem renovar. Em 2014 você concorreu a distrital e teve 10 mil votos. Qual a expectativa para este ano? - É boa. A gente está vendo esse termômetro na rua. Hoje eu visitei uma feira em Taguatinga Sul. Não temos rejeição. A gente só fez o bem para a sociedade, como sempre fiz na empresa. São mais de 20 lojas em todo o DF há 17 anos. Minha família toda trabalha na empresa. Uma andorinha só não faz verão. Você é conhecido popularmente como o empresário da sacolinha. Como é esse trabalho? – Eu fico muito feliz de ser reconhecido em qualquer lugar que eu vou. O projeto da sacolinha começou porque eu percebi que as pessoas compravam sapatos na minha loja e eu queria presentar essas pessoas. Mas eu precisava saber que a pessoa havia comprado na minha loja. Aí surgiu a ideia: quem estiver com a sacolinha é porque comprou na Luart Calçados. Comprou na Luart Calçados, saiu com a sacolinha, trombou com o Claudeci na rua o que acontece? – Ganha R$ 1 mil. Mas as pessoas não podem me procurar. Eu que tenho que procurar com a equipe da TV Record. Nós criamos esse projeto juntamente com o jornalista Henrique Chaves, do

em vez de reduzir, você está apoiando um candidato que quer criar mais um imposto... – O meu partido está coligado ao Rosso, mas eu sou neutro. Não o apoio. Ele cuida da vida dele e eu vou cuidar da minha. Quem quer que venha a ser o governador eu estarei lá para abaixar impostos, para gerar emprego.

Olha a sacolinha! Orlando Pontes Candidato pela segunda vez, Claudeci Luart (Podemos) tornou-se conhecido por distribuir dinheiro pelas ruas do DF. Duas vezes por semana ele premia clientes que encontra com a sacolinha da Luart Calçados. A abordagem é feita junto com a equipe do Balanço Geral, da TV Record, comandado pelo jornalista Henrique Chaves. “Estou contribuindo com as pessoas e incentivando que

Balanço Geral. Eu saía procurando e quem tivesse a sacolinha da Luart Calçados recebia na hora 1 mil reais. Isso deu uma repercussão gigantesca. Estou contribuindo com as pessoas e incentivando que elas comprem na Luart. Mas não tem nada combinado. Eu pego a equipe e digo para qual cidade nós vamos. Ninguém sabe para onde eu vou. O que este marketing bom para sua empresa ajuda em sua candidatura e por que será importante para a população tê-lo na Câmara Legislativa? – Eu sou candidato a distrital com um objetivo: eu

elas comprem na minha loja. Não tem nada combinado. Eu pego a equipe e digo para qual cidade nós vamos. Ninguém sabe para onde eu vou”, explica. Nesta entrevista ao Brasília Capital, ele afirma que disputa uma cadeira na Câmara Legislativa para trabalhar contra o aumento de impostos e para ajudar a gerar empregos. E pretende dar atenção especial às mulheres, direcionando emendas parlamentares para a construção de creches.

conheço Brasília toda. Sei onde está o melhor comércio, onde as pessoas estão passando mais

“Noventa por cento das mulheres pedem conta do emprego com o coração partido.” dificuldade. Nasci em Taguatinga, no Hospital São Vicente de Paula. Sou meio doido, porque hoje lá é o HPAP. Mas não

rasgo dinheiro (risos). Sei que tem gente na nossa capital passando fome, que quer um trabalho, quer dignidade. E na Câmara, como você faria para ajudar essas pessoas? – Vou valorizar todos os comerciantes, todos os feirantes. Como? – Incentivando todos eles. Nós temos que reduzir os impostos. Do jeito que está, não dá: uma pessoa pagando e a outra não pagando. Não pode! Mas o candidato a governador de sua coligação, Rogério Rosso (PSD), disse que vai criar o IPTU verde. Então,

O que você faria com suas emendas parlamentares? – Destinarei, principalmente, para as áreas voltadas para as mães de família que querem trabalhar. Tem muita mãe que não tem creche para deixar seu filho. Então, vou destinar uma parte para valorizar as creches públicas, para a mãe poder deixar seu filho. Isso é fundamental. E valorizar as mulheres que ganham neném. Quando a mulher dá à luz, automaticamente tem que pedir demissão do trabalho! Conheço bem isso. Noventa por cento das mulheres pedem conta do emprego com o coração partido. Várias já chegaram para mim e disseram: “Claudeci, eu ganho R$ 1.500, mas tive filho e preciso pagar R$ 1.000 para alguém ficar com minha criança. Não compensa eu trabalhar. Prefiro sair da empresa e tentar voltar daqui a seis meses”. O que os seus eleitores podem esperar do Claudeci como deputado? - Em primeiro lugar, transparência. Nunca prometo nada que eu não vá cumprir. Honestidade acima de tudo! Trabalharei para valorizar os comerciantes, brigar para abaixar impostos. Serei um soldado da população. Sem rabo preso com ninguém. Sem vestígio de ninguém. Prometo não decepcionar quem me der esse voto de confiança.


Brasília Capital n Política n 7 n 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br THIAGO OLIVEIRA

Entrevista Alberto Fraga O senhor respeita o povo? – Eu respeito. E quero ser um governador que vai respeitar o povo no governo, coisa que o atual governador não faz. Como ele desrespeita o povo? – Tirando a qualidade de vida do cidadão de Brasília. Saúde uma porcaria, a segurança pública um desastre. Temos 15 delegacias fechadas. Não temos policiamento nas ruas. Ele é tão negligente que parece que não sabe que o homem e a mulher envelhecem. A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil estão com dificuldade de fazer o policiamento porque seus quadros estão altamente defasados. Em 2003, a PM tinha 16 mil homens. Quinze anos depois, tem 10.800 homens. E quanto à defasagem salarial... – Há muito tempo sem nenhum reajuste. Mas não é só o policial. A maioria dos servidores públicos também está sem reajuste. Mas esta é uma questão que temos que ter cautela ao falar. Eu acho justo e legítimo o direito de melhoria salarial. Mas o que se sabe é que esses dois últimos governos quebraram o DF e nós temos que ter um pouco de cuidado. Eu quero assumir o governo, pagar o que deve, pagar as dívidas, pra depois pensar no que será feito. Rollemberg diz que nesses três anos arrumou a casa, a mesma coisa que o senhor está falando que vai ter fazer. Acha que realmente a casa estava tão desarrumada? – Ele disse que tinha um déficit de R$ 6,5 bilhões. Acre-

No dia seguinte à condenação por cobrança de propina, Fraga concedeu entrevista ao Brasília Capital: “sentença política que será refeita”

“Bandido vai ter que mudar do DF” Orlando Pontes

O

candidato do DEM ao Palácio do Buriti, deputado Alberto Fraga, quer ser um governador no estilo prefeitão, seguindo a escola de Joaquim Roriz, seu primeiro padrinho político. “Quero ir para a rua fiscalizar as obras, ver a população”. Coronel da reserva da Polícia Militar, ele prome-

dito que o primeiro ano é para fazer tudo isso: arrumar a casa. Agora, ficar nesse discurso três anos e meio é incompetência também, é falta de gestão. É conversa para boi dormir. A configuração das coligações é resultado de um racha no seu grupo político, que lançou quatro candidatos. Por que tanta desavença? – Porque todo mundo acha que pode ganhar do governador que aí está. Aliás qualquer um dos quatro ganha, de tão ruim

te jogar duro com os bandidos, como fez em Ceilândia, quando comandou o Batalhão da PM. “A segurança pública vai melhorar e eu sei como fazer isso. O povo não suporta mais a violência. Eu não tenho nenhum medo de falar que o bandido vai ter que pensar duas vezes. Nós vamos trabalhar duro e proteger a sociedade. Bandido vai ter que mudar do DF”, assegura. Nesta entrevista ao Brasília Capi-

tal, Fraga se defende da condenação a quatro anos de prisão por cobrança de propina. Garante ser inocente e aponta para dois adversários (Rodrigo Rollemberg e Ibaneis Rocha) como suspeitos de terem “mexido os pauzinhos” na Justiça para tirá-lo do segundo turno das eleições. “Não tem prova alguma contra mim. Eu não tenho dúvida de que foi uma jogada política e de que essa sentença será refeita”.

que ele é. Eu achei ruim ter divido o grupo, mas mesmo assim a campanha indica que o povo não quer o que está aí. O próprio Brasília Capital antecipou que o Rollemberg iria partir para o ataque durante o debate para tentar reverter a rejeição.

2007 e vem se arrastando há onze anos. Ao receber as alegações finais de um dos envolvidos no processo, em dois dias, num final de semana, um juiz de primeira instância, de forma monocrática, resolveu me condenar a quatro anos.

O senhor acaba de ser condenado a quatro anos de prisão por cobrança de propina à época em que foi secretário de Transportes. O que isso influencia na campanha? – Esse processo é de

Baseado em quê? – Não tem prova contra mim. Ele me condenou baseado na palavra de um motorista de lotação que foi expulso da cooperativa por ter desviado dinheiro. Eu não tenho dúvi-

da de que essa sentença será refeita. Mas isso causa uma reviravolta... – Claro que causa. O eleitor abre o jornal e vê uma manchete enorme dizendo: Fraga condenado. Isso mexe com a cabeça do povo. Mas quem me conhece sabe que eu jamais iria me envolver com cooperativas, que foram criadas para entrar no lugar das vans. Se eu tivesse que me envolver com corrupção seria melhor eu ter ficado com os


Brasília Capital n Política n 8 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Entrevista Alberto Fraga empresários de ônibus, que têm muito mais dinheiro. É uma condenação política para confundir o eleitor. Quem poderia ter mexido esses pauzinhos na Justiça? – Eu não gosto de acusar sem provas, mas existe um indício muito forte: como o governador sabia dessa sentença antes mesmo da minha defesa saber? Os meus advogados não sabiam de nada e ele já sabia o teor da sentença. Mas não é só o Rollem-

Qual o sentimento que o senhor tem em relação a esse julgamento do povo? – É que nós vamos ganhar a eleição. O povo não suporta mais ver tanta desorganização na cidade. Mesmo com essas notícias, eu ainda recebo o carinho do povo, porque as pessoas que me conhecem sabem que eu jamais iria me envolver numa situação dessa. Não posso ser responsabilizado por alguém que disse que foi pegar dinheiro em meu nome. Não autorizei ninguém a fazer isso. Estou sendo julgado e condenado por algo que não fiz. Não existe nada me ligando a essa pessoa. Ao contrário, existe declarações dessa pessoa dizendo que quem deu o dinheiro nunca teve contato comigo. Mas, infelizmente, o juiz preferiu acreditar na palavra de alguém que foi expulso de uma cooperativa porque estava roubando dinheiro.

Mas quando o Bolsonaro fez campanha em Brasília caminhou ao lado do general Paulo Chagas (PRP)... – Ele deu apoio porque o general é da farda. Mas o Paulo Chagas nem é do partido dele. Eu quero que alguém me mostre um momento em que o Bolsonaro diz: “meu candidato é Paulo Chagas”. Nunca disse! Ele sabe que tem esse “problema” comigo. A mesma saia justa que eu tenho em não assumir a ligação com o PSDB, ele tem com relação ao general. A minha relação com Bolsonaro é uma amizade de décadas. E dessa amizade existe compromisso político? – Existe. No segundo turno, com certeza, ele vai apoiar a minha candidatura. Não tenho dúvidas disso. Até mesmo porque temos conversado muito sobre isso. Anteontem eu recebi um áudio dele, se recuperando, dizendo que vamos estar juntos. É bom para o Brasil essa polarização Bolsonaro X Haddad? – O que não é bom é ter o PT de volta. Isso não é bom. Não é possível que o povo vai esquecer. O País está quebrado. Fomos assaltados durante 13 anos.

“Embora eu tenha minha orientação partidária, sou amigo do Bolsonaro há 39 anos. Não tenho como dizer que apoio outro” berg que tem interesse em desgastá-lo na briga para ir ao segundo turno... – Sabemos que o candidato Ibaneis (Rocha, do MDB) tem muita ligação o Tribunal de Justiça. Já foi presidente da OAB-DF, é articulado, é milionário, porque ganhou várias ações a favor dos servidores públicos. Mas eu não tenho provas. Quem vai me julgar é o povo. Nós vamos apelar. Não tenho dúvida de que serei inocentado.

O seu partido, o DEM, está na coligação do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Mas o seu candidato do coração é Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas. Como está sendo isto? – É uma saia justa. Embora eu tenha minha orientação partidária, sou amigo do Bolsonaro há 39 anos. Nós fizemos Educação Física juntos. Eu não tenho como dizer que apoio outro. O PSDB foi muito importante na nossa coligação. Procuro respeitar ao máximo.

“Quando você se elege, tem que ter humildade, ir para as ruas. Deve ser o governador de todos, e não apenas daqueles que votaram em você”

Mas o PT é pior do que a ditadura, como tivemos durante o regime de 1964? – Eu penso o seguinte: ao contrário do que muita gente acredita, o Bolsonaro não pensa em implantar uma ditadura no Brasil. Mas ele defende a tortura e rende homenagens ao general Brilhante Ustra... – Não... O Ulstra lutou contra as guerrilhas, contra os comunistas que lutavam armados e queriam tomar o poder de forma violenta. O coronel Ustra era uma das resistências. Não quero entrar no mérito, mas os petistas querem mudar a História. Se você analisar friamente o que aconteceu em 1964, não houve um golpe. Golpe é quando as Forças Armadas resolvem agir sem consultar ninguém. Nós

tivemos marchas de mulheres, apoio da Rede Globo. Quer dizer... As Forças Armadas receberam, à época, o apoio da sociedade brasileira. Mas depois vieram os Atos Institucionais... – Sim, o AI 5, aquela confusão toda... Mas o fato é que os exilados que fugiram voltaram e se tornaram grandes autoridades do país. Presidente, ministros. E aí tentam mudar a história contando outra versão. Eu prefiro ficar com a realidade. O quê Brasília pode esperar de Alberto Fraga, ex-secretário de Arruda, e que substituiu Jofran Frejat (PR), que justificou a desistência alegando que estava cercado de diabos? O senhor já identificou esses demônios? – (Risos). Até agora eu não encontrei com o diabo. O senhor é um deles? – Com certeza, não. Pelo contrário. Eu tenho o apoio e a confiança do

Frejat. Eu já havia decidido que ele seria meu candidato ao governo, porque estava consolidado na disputa ao Senado. Mas o grupo decidiu que eu seria o candidato se o Frejat desistisse. Conseguimos trazer o Izalci, que abriu mão da candidatura ao Buriti para me apoiar. O Izalci diz que recuou do projeto porque foi traído pelo grupo do Cristovam, do Rosso... – Exato. Todo mundo acompanhou o que aconteceu. Mas agora eu quero ser aquele governador no estilo prefeitão. Que vai para a rua fiscalizar as obras, ver a população, como eu fui na Ceilândia, quando comandei o Batalhão da PM. A segurança pública vai melhorar e eu sei como fazer isso. O povo não suporta mais a violência. Eu não tenho nenhum medo de falar que o bandido vai ter que pensar duas vezes. Nós vamos trabalhar duro e proteger a sociedade. Na sua época na Ceilân-


Brasília Capital n Política n 9 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br FOTOS: THIAGO OLIVEIRA

a orla? – Ele deveria fazer o que eu anunciei que vou fazer: pegar os 11 pontos de frequência e dar uma estrutura digna para a pessoa ir para lá, levar sua família. Terá banheiro, lanchonete, lixeira. Mexer com a segurança dos moradores mostrou que ele é incompetente. A sentença não fala em desocupação parcial, fala total. E se é total, a lei diz cinco metros. É o que diz o artigo 62 do Código Florestal. Mas ele mora no Park Way e invadiu quase 12 mil metros de área pública... Quais os seus planos para a Saúde do DF? – Nossa principal meta é reforçar os postos de saúde, a bandeira do Jofran Frejat. Vamos colocar um pediatra, um clínico geral e um ginecologista nos postos, que terão remédios e funcionarão 24 horas por dia. Assim vamos desafogar os hospitais em 80%.

dia existia uma máxima na cidade de que bandido bom era bandido... – Morto! E morria um bocado, né? – Quem trocava tiro com a polícia morria. Se o sujeito troca tiro com a polícia, imagina com um cidadão de bem, o que é que ele vai fazer? Respondi a vários inquéritos. Graças a Deus fui absolvido em todos. Por isso que digo: não tenho medo de processo; tenho medo das injustiças. Processo foi feito pra gente responder. Mas nessas trocas de tiros só morriam bandidos de origem humilde... – Mesmo de origem humilde, continua sendo bandido. Bandido pode ser de origem humilde ou de origem rica, é bandido. É aquele que vive à margem da lei. Se enfrenta a Justiça ou a polícia, qual é a intenção desse cidadão? E os direitos humanos? – Os direitos humanos é uma política totalmente deturpada no nosso

país. Eu prefiro defender os humanos direitos. São esses que merecem o nosso respeito. Eu não conheço nenhum caso em que os direitos humanos vai visitar a família de um policial assassinado em seu trabalho. Não conheço nenhuma visita dos Direitos Humanos a uma família da viúva que perdeu o marido, o pai de família que levava sustento para casa. Por isso, que cada um fique na sua. É claro que eu não sou contra os direitos humanos, mas de forma correta; não direitos humanos como sinônimo de defender bandido. O senhor tem passeado com o Átila? – O tempo está curto. O Átila é um belo cachorro. Mas esta foi uma conversa que o Rollemberg inventou porque não teve argumentos para falar dos abusos que ele cometeu na orla do Lago, em virtude da sentença que ele não cumpriu. A sentença não fala em 30 metros. E ele derrubou as casas das pessoas avançando os 30 metros. Mas como democratizar

Caso o senhor seja eleito, Brasília não corre o risco de novamente ter um governador que venha a ser preso, devido à sua condenação? – Não existe essa possibilidade. Eu tenho certeza absoluta de que esses processos foram colocados por perseguição política pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT). Como meu nome não constou em nenhum momento na Operação Caixa de Pandora, ele determinou aos delegados, que infelizmente atenderam ao pedido dele, que tinham que me envolver no processo. Para se ter uma ideia, eu tenho uma condenação por posse ilegal de armas. Logo eu, que sou colecionador, atirador, coronel da polícia. Isso mostra que realmente a Justiça não pode entrar na política. Acontece coisas assim, difíceis de explicar. O seu aliado Arruda também recebeu uma condenação... – Isto é uma questão de ordem pessoal. Cada um responde por seus atos. O que eu defendo é que ele foi um excelente governador, bom para o povo. Fui secretário dele e

fizemos muita coisa por Brasília. Nas questões pessoais cada um carrega a sua cruz. Alguns de seus adversários, que já foram aliados dele, tentam desgastar sua imagem devido a essa aliança... - Eu diria que são uns covardes. A maioria sempre fez parte do nosso grupo. Outros tentam disfarçar. É o caso do Ibaneis Rocha (MDB). Ele se apresenta como novidade, dizendo que não faz a velha política. Esconde da população que sempre bancou, com dinheiro do próprio bolso, as campanhas da velha política da esquerda. A prestação de contas nos tribunais eleitorais do País estão aí para quem quiser checar. Ele financiou os candidatos a senador Cláudio Aldemário Araújo Castro (PSOL), em 2014; a deputado federal Roberto Policarpo (PT), em 2010; a senador Wellington Dias (PT), em 2006;

Entrevista Alberto Fraga rendimento tão abaixo dos índices, se se investe tanto em educação e os resultados são pífios? O que a população do DF pode esperar de um governo comandado por Alberto Fraga? – Eu serei um governador que vai respeitar o povo. Quero dizer que quando você se elege governador, você não é melhor que ninguém. Você tem que ter humildade, tem que ir para as ruas, tem que andar. Deve ser o governador de todos e não apenas daqueles que votaram em você. O governador é o servidor

“Ibaneis Rocha diz que não faz a velha política. Esconde que sempre bancou, com dinheiro do próprio bolso, as campanhas da velha esquerda” e o vereador Antônio Costa do Nascimento (PTB). Pergunta de leitor, via Facebook: Quais as suas propostas para a educação? – Nós temos que tirar a educação dessa situação vergonhosa em que hoje se encontra. O Distrito Federal já foi o primeiro lugar nos índices do Ideb, e hoje ocupa um dos três piores lugares do Brasil. Então, tem alguma coisa errada. O que está acontecendo? Por que os nossos alunos estão com esse

público número um do povo. Ele tem que ter respeito pelo povo. Eu quero fazer um governo respeitando o povo, protegendo e levando melhorias para aqueles que realmente precisam, que são os menos favorecidos. É esse o governador que eu quero ser e tenho certeza que Deus vai me dar essa chance. Eu sou do grupo do Roriz, que veio do Arruda, que trouxe desenvolvimento para nosso Distrito Federal, e não esse atraso dos últimos nove anos.


Brasília Capital n Política n 10 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress. com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Medalha de ouro em mobilidade

E

m tempos eleitorais, volta à baila o debate sobre mobilidade urbana e transporte público. Entra governo, sai governo, e as coisas, literalmente, não andam. E o que é pior: desde o governo Arruda, em 2009, a má-gestão administrativa dos governantes que passaram no Buriti fez a cidade perder cerca de R$ 1,2 bilhão que deveriam ser empregados na ampliação do metrô e da implantação do VLT. Esses dois serviços, segundo as previsões iniciais, já deveriam estar em pleno funcionamento. O Distrito Federal poderia ter hoje outro padrão de qualidade de vida, caso os projetos de mobilidade urbana tivessem sido implantados. Certamente, o título da terceira cidade da América do Sul mais engarrafada não teria sido entregue a Brasília. As pessoas ficariam menos tempo presas no trânsito, ou enlatadas em desconfortáveis ônibus e num metrô insuficiente. Um estudo acadêmico realizado pelo arquiteto e urbanista Matheus Augusto de Oliveira e Carvalho sobre uma hipotética situação em que Brasília sediaria as Olimpíadas de 2032, demonstra, no capitulo sobre mobilidade urbana, como a Capital Federal poderia ter um padrão Europeu de transporte Público. É importante salientar que a proposta tem o transporte sobre trilhos como seu carro-chefe, abandonando as tradicionais soluções rodoviaristas. O trabalho parte do que existe de concreto atualmente e o que deveria ser feito nos próximos anos. Na combinação dessa estrutura, o segredo é a integração dos modais (tipos de transporte), permitindo viagens em ônibus, metrô, VLT e até trem regional com bilhete único, válidos para todo o dia ou para a semana inteira.

DIVULGAÇÃO

Maquete mostra um sistema de transporte público padrão europeu numa suposta Olimpíada em Brasília em 2032: medalha de ouro em mobilidade

Investimento de R$ 6,88 bi em 14 anos A proposta do urbanista parte do Entorno com a transformação da extinta linha da RFFSA em um trem regional. Há muito se cogita essa adaptação entre Luziânia (GO) até a Rodoferroviária. Mas ele inova ao propor que a linha se amplie até Formosa, do lado Norte do DF. Assim, dois dos principais corredores de passageiros para o Plano Piloto seriam atendidos por via férrea. Além disso, moradores de Planaltina, Sobradinho, Fercal e condomínios seriam dotados de um metrô de superfície. O mesmo aconteceria do lado Sul, para quem mora em Santa Maria, Gama, Park Way, Núcleo Bandeirante e Guará. O projeto retoma o Expresso Pequi, ligando Brasília a Goiânia, passando por Águas Lindas, Santo Antônio, Abadiânia, Alexânia e Anápolis. Um novo corredor de desenvolvimento se formaria, diminuindo a pressão sobre a Capital.

METRO E VLT – O estudo reforça a necessidade de a linha atual do metrô ser concluída, chegando ao Setor O e à Expansão de Samambaia, e, de outro, à Asa Norte, onde seria construído um terminal próximo à Ponte do Bragueto. E resgata a linha de VLT interligando o Aeroporto ao Terminal Norte, passando pela W-3 Sul e Norte. Esta obra é vista como a redenção da W-3 Sul. A nova malha incluiria três outras linhas de VLT. 1) Sol Nascente – Asa Sul, atravessando Taguatinga desde a Avenida Hélio Prates até a Praça do Relógio, de lá atravessaria a cidade pelo Pistão Sul, Núcleo Bandeirante, Rodoviária Interestadual e Estação Asa Sul do Metrô. 2) Praça do Relógio – Asa Norte, via Sudoeste, Esplanada dos Ministérios e Noroeste; e 3) Rodoferroviária – Vila Planalto, via Eixo Monumental. Tudo se integrando na Rodoviária do Plano Piloto, de

onde sairia uma linha de BRT para a UnB, via L.2 Norte. O estudo não traz alternativas para o Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião, Paranoá e Itapuã. Mas a materialização dessas linhas, traria um desafogo tanto àqueles que se deslocam por meio de transporte coletivo, quanto de carro particular. VALORES – As duas linhas de VLT, duas linhas de trens regionais e a expansão de uma linha do BRT custaria R$ 6,88 bilhões, 34% a menos em relação aos R$ 10,4 bilhões gastos na construção dos 16 quilômetros da Linha 4 do Metrô do Rio. A proposta é apontada para daqui a 14 anos. Com um investimento anual de R$ 500 milhões e o compromisso de todos os governantes com o projeto. Seria possível uma Brasília, medalha de Ouro em Mobilidade Urbana.


ANUN_046_VERAO DF_simples 260x297mm out_18 curvas.indd 1

20/09/2018 11:17:10


Brasília Capital n Literatura n 12 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Coragem

G

elo derretendo, sorvete escorrendo em um dia de calor, fumaça de charuto se desfazendo lentamente no ar. O gelo era eu, me derretendo, escorrendo, me liquefazendo. As sensações à flor da pele, a pele na pele. Tudo potencializado à máxima frequência. Era assim que eu imaginava. Nossa, como eu imaginava! E era assim, pura luxúria imaginária. Mas eu estava presa, presa dentro de mim. Presa nos paradigmas e nas regras. Fecha a perna menina, a saia está muito curta; menina não ri alto; cuidado com as palavras; mulher bebe pouco; come pouco; mulher deve ser sensata, comedida. Como é possível nadar em meio a tanto anzol? Como ficar bronzeada

com o céu tão nublado? A gente não pode nem querer. Está proibido. O grito preso vai para o estômago, e geralmente causa uma fome danada. E essa fome que é mais que fome não cessa com brigadeiro de colher, nem com vinho, nem com nada. As fomes a saciar são muitas e a liberdade pouca. As frustrações, as suposições, os “nãos” ditos e não ditos. E vamos nos enclausurando, aceitando o pouco, o quase nada. E não nos reconhecemos. Acabamos por nos ajustar ao que eles querem

de nós. Comedidas, discretas, boa profissional. Excelente não é bem-vindo e pouco tolerado. Aos poucos vamos ajustando, a roupa, o cabelo, o próprio corpo aos desejos do outro. E quem é esse outro mesmo? Ahhh menina! Muito gelo e pouco uísque! Você merece derreter-se, perder-se, encontrar sua melhor versão, que geralmente é com pouca ou nenhuma maquiagem, algum suor e muito brilho nos olhos. Como diria Guimarães Rosa, o que a vida quer da gente é coragem, minha filha! Este parece ser o preço que a felicidade cobra: coragem.

(*) Escritora

Eu sei de tudo! O toque do WhatsApp soou. O homem olhou na tela a mensagem: “Estou sabendo de tudo e vou mandar um ‘zap’ para sua esposa”. O homem levou um susto. Olhou o número. Olhou a foto. Estava sem foto. O número não fazia parte de seus contatos. O coração quase saindo pela boca. Ficou na dúvida cruel. “Respondo ou não?”. Eis a questão! “Vou responder”, decidiu. – Quem é? – Sondou, o homem. – Ninguém. – Respondeu o incógnito. – Ninguém não envia mensagem pra ninguém. – Devolveu, apreensivo. – Não interessa! Só sei que sua esposa vai saber de tudo. – Devolveu, seco. – Isso só pode ser brincadeira! – Protestou. – Quem não deve não teme. – Sentenciou o estranho.

– Pois é! Eu não devo! – Respondeu. – Então não vai dar em nada se eu contar, né? – Argumentou. – Espera... – Digitou nervoso. – Como você sabe dela? – Cedeu. – Ah! Quer dizer que confessa que tem outra? – Pressionou. – É... Não! Não! – Titubeou. Mandou o Print: “Como sabe dela?” às 12:00. – De onde você é? – Sondou novamente. – De lugar nenhum. – Continuava o tormento. – De lugar nenhum, ninguém, não manda mensagens. – Prosseguia. – Você confessou. Isso é o que importa. Vou contar tudo. – Ameaçava. – Vai para o diabo! Eu nem te conheço. E não confessei nada. Você não tem provas. – Vociferou.

Ana Ribeiro

– Primeiro confessou da outra e agora está se defendendo. – Pontuou. – Ai meu São Amaro! Só o que faltava! – Exclamou, num suspiro profundo. – Tá! Tá! Foi só um selinho que eu dei nela. Nada além disso. Se ela disse que passou disso, é tudo mentira. – Aquiesceu. – Ah, então você confessa mesmo que ficou com outra. – Asseverou. – Bem... – Confuso. – Eu sabia! – Triunfou. – Como assim? Você estava supondo? – Suspeitou. – Pode ser! – Confirmou. – Então você não sabia de nada! – Manda carinha de raiva. – Agora sei de tudo e vou contar. – Continuava. – Vai pro diabo! Vou te bloquear! –

Helder D’Araújo

Esbravejou novamente. – Bloqueia. Quero ver como você vai fazer para bloquear a mensagem que enviarei para sua esposa. – Insistia. – Negarei tudo! – Respondeu decidido. O estranho digitou o número do contato. – Esse é o número de sua esposa? – Interrogou. – Quem te deu esse número?! – Esbugalhou os olhos. – Sou eu, Genival, a Jamira. – Digitou a esposa do defunto. Fim.

(*) Antônio Helder do Rozário de Araújo é autor do livro “É preciso saber usar a internet” (Editora Multifoco), blogueiro e poeta


Brasília Capital n Cidades n 13 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

97,15 dos professores já presenciaram violência nas escolas do DF A cada sete minutos, em algum lugar do mundo, uma criança ou um adolescente de 10 a 19 anos é assassinado. Em 2015, 82 mil meninos e meninas nessa faixa etária foram mortos. Desse total, a América Latina e o Caribe dão conta de 24,5 mil. As pesquisas sobre o tema mostram que, geralmente, esses jovens também são os atingidos pela exclusão escolar. No Distrito Federal, 97,15% dos professores da rede pública de ensino já presenciaram algum tipo de violência, e 57,17% deles já foram vítimas dessa violência. Também 96,36% dos (as) professores (as) já presenciaram atos de violência entre estudantes. Os dados são inéditos e fazem parte de uma pesquisa encomendada pelo Sinpro-DF e pela realizada Metro Pesquisa, com 1.355 professores (as), que responderam questões pelo formulário disponível no site do sindicato e por e-mail, no período de 4 de dezembro de 2017 a 21 de março de 2018. Com a ideia de retirar a violência da invisibilidade e intitulada Violência nas Escolas, a pesquisa faz parte da luta do sindicato por melhores condições de trabalho e por uma sociedade mais justa. Não é de agora a preocupação da diretoria colegiada do Sinpro-DF com as condições de violência nas escolas do DF. Tanto é que, em 2008, lançou a campanha permanente “Quem bate na escola maltrata muita gente”. Essa campanha realiza um concurso de redação anual que premia estudantes e professores que apresentam as melhores redações ou desenhos sobre a temática do ano. Em 2017, véspera do ano que a campanha completa 10 anos, a diretoria decidiu verificar a situação e realizou a pesquisa. Os dados da violência estão neste documento inédito intitulado Violência nas escolas públicas do Distrito Federal (link no final da matéria). “Além de integrar a campanha ‘Quem bate na escola maltrata muita gente’, a pesquisa é um termômetro

para mostrar o fiasco que é a política de choque de gestão e de Estado mínimo adotado pelo atual Governo do Distrito Federal (GDF) e que a redução drástica de investimento de dinheiro público na educação, na saúde e na segurança é a causa do recrudescimento do número de atos violentos dentro das escolas, do aumento da evasão escolar e do adoecimento da categoria”, afirma Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF. Ela assegura que essa violência afeta a categoria e transforma o ambiente escolar em local sem condições de trabalho. “O sindicato luta contra isso em várias frentes de combate. Esse ambiente contaminado é falta de condições de trabalho. Daí uma das frentes ser a nossa Pauta de Reivindicações. Outra é o incentivo que o sindicato dá aos projetos das escolas, quer seja no âmbito da política pedagógica e de pais, quer seja cobrando de quem é responsável pela elaboração e aplicação de políticas públicas. Apoia também as escolas a desenvolverem projetos que não têm subsídio da Secretaria de Educação e que ficam muito na responsabilidade da própria escola”, informa. A diretora diz que esse adoecimento da categoria tem chamado muita atenção da diretoria. “E isso é pauta nossa com o governo, porque grande parte desse adoecimento é emocional, porque o ambiente da escola favorece muito para isso. A violência, esse clima de insegurança que se vive na escola hoje, de ameaça, é claro que influencia muito para isso. A gente não precisa de muitas pesquisas para saber”, explica. A partir desta matéria, o Sinpro-DF irá publicar uma série de matérias sobre a pesquisa, detalhando cada item contido no documente. Acompanhe pelo site.

Hospital Anchieta investe em imunoterapia Da Redação A imunoterapia vem sendo utilizada como tratamento promissor contra diversos tipos de câncer. A técnica estimula o combate da célula tumoral pelo próprio sistema de defesa do paciente. O Hospital do Câncer Ancheita (HCAN) implantou esse método desde outubro de 2017. O sistema imunitário humano é formado por um conjunto de células e estruturas que atua no combate a infecções ou invasões por substâncias e germes estranhos ao organismo. Esse sistema consegue identificar células mutadas como estranhas, induzindo a morte dessas células. Com os tumores, no entanto, a célula mutada consegue escapar desse reconhecimento. “A partir do momento em que a ciência descobriu essa atividade da célula tumoral, tornou-se possível o surgimento de medicamentos que consertam esse ‘defeito’ do sistema imunitário, fazendo com que a célula tumoral seja combatida pelo sistema de defesa da própria pessoa”. Esse tratamento chama-se imunoterapia. É um concei-

to semelhante ao das vacinas, mas de maneira mais específica”, destaca o oncologista Marcos França, responsável técnico pelo HCAN. De forma geral, a ciência já comprovou que os pacientes submetidos à imunoterapia aumentam o tempo de vida e apresentam menores índices de efeitos colaterais. “A indicação de imunoterapia se faz em cenários específicos e para tumores específicos. O grande benefício dessa terapia é que, no geral, ela tem menores efeitos colaterais do que os tratamentos convencionais e possui melhores taxas de resposta. Mais importante ainda é que um percentual dos pacientes, que oscila de 10% a 20%, pode ter respostas além do esperado e por tempo duradouro, gerando taxas de controle superiores à quimioterapia convencional”, ressalta França. Alguns tratamentos combinam quimioterapia e imunoterapia. Além disso, é possível combinar também mais de um tipo de imunoterapia para tratamento do câncer. Os tumores que se beneficiam dessa combinação são os de pulmão, de rim e o melanoma. Informações e agendamento no www.hcanchieta.com.br.

JUNTOS VAMOS FAZER A DIFERENÇA

DEPUTADO DISTRITAL

12456 CNPJ: 31.193.207/0001-53 - COLIGAÇÃO: “Sustentabilidade e Trabalho” - PDT/DF e PV/DF - VALOR: R$ 1.000,00


Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

Nem tudo é o destino Querer progredir é da lei, mas querer progredir em prejuízo do outro é contra a lei, e a cobrança virá Mestre Kalunga ensinou: “quase ninguém vive como Deus gostaria. Deus gostaria que todos vivessem melhor”. Mas, porque não vivem? porque não se esforçam o suficiente, se revoltam com as situações difíceis, desanimam ou querem progredir prejudicando o próximo. “A vida deve existir em cooperação. Sem cooperação a máquina da vida não funciona”, ensinam todos

os grandes Mestres da Humanidade. Querer progredir é da lei, mas querer progredir em prejuízo do outro é contra a lei, e a cobrança virá. Cobrança que não fazia parte do “destino”. Quanto maior a maldade empregada, maior a cobrança. “Embainha tua espada porque quem fere pela espada, por ela será ferido”, ensinou Jesus. Viva com visão coletiva e não pense no bem apenas para você.

Botafogo: “És herói em cada jogo!” Se isso é viver de um passado glorioso e ser chamado de louco, sou louco, sim Com um elenco atual de pernas-de-pau, tudo indica que o meu Botafogo seja rebaixado para a Segunda Divisão. Mas haja o que houver, continuarei alvinegro de corpo e alma, em louvor a um time que já teve um genial jogador de pernas tortas que ostentava nome do passarinho Garrincha; de um artilheiro que soltava foguetes com os pés chamado Perácio; de um catedrático de futebol do nível professoral

de Nilton Santos; ou de um craque galã que conquistava as mulheres bonitas com suas jogadas de bailarino, tal qual Heleno de Freitas, que tinha o apelido de Gilda, mas não era boiola, até muito ao contrário. E quem não lembra da sensacional performance do artilheiro goiano Túlio Maravilha, que ajudou o Botafogo a conquistar o Campeonato Brasileiro de 1995? Se isso é viver de um passado glorioso e ser cha-

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

O terapeuta Wanderley Oliveira, no livro “Amorosidade – A cura da ferida do abandono”, tece interessantes considerações para nossa vida e saúde menta. Vejamos: “Quem não confia em si vai achar defeitos e problemas em todas as pessoas, em todos os lugares, em todo tipo de convivência e relação, reproduzindo rivalidade, desconforto e competição sistemática. “Esses são mecanismos inconscientes da inveja de quem se sente reprovado, discriminado e não aceito. Tudo o que lhe incomoda no outro é material de reflexão para entender a própria personalidade. Indulgência é ser misericordioso, antes de tudo, consigo próprio. Quando aceitamos quem somos, não desistindo de sermos uma pessoa melhor, a vida começa a fluir e a roda do carma do aprendizado

individual passa a girar. A rejeição vinda de outra pessoa só encontra eco na nossa intimidade quando há autorrejeição. É um aviso de que estamos nos afastando do autoamor com o qual devemos nos acolher. Confiar significa “fiar + com”, isto é, estabelecer um vínculo de saúde emocional primeiramente consigo mesmo e, depois, com seu próximo. A confiança em si mesma e nas pessoas são vigorosos escudos de proteção da alma. A amorosidade cria o estado interno de coerência e serenidade que se expressa em forma e conduta afetuosa: empatia, gratidão e autenticidade. É fruto de um sólido bem-estar com você mesma”.

mado de louco, sou louco, sim, tal qual está gravado no grito de guerra “Fúria Jovem”, no boné que meu neto carioca Daniel me mandou de presente e que resume a garra e o deslumbramento pela Estrela Solitária, conforme os versos do Hino Oficial do alvinegro: “Botafogo, Botafogo / Campeão desde 1910 / És herói em cada jogo / Botafogo / Por isso que tu és / E hás de ser / Nosso imenso prazer / Tradições, / Tens também /, Tu és o glorioso / E não podes perder / Perder pra ninguém!” No meu histórico ingresso no Botafogo como Sócio Atleta, jogando na meia-direita na categoria juvenil, devo dizer que a Estrela Solitária me conduziu para morar numa vila na rua da Passagem, coração do bairro Botafogo, onde os moradores eram botafoguenses de carteirinha, cujo local ficava pertinho

da sede alvinegra na rua General Severiano, que era o estádio mais bonito do Rio de Janeiro, à época, quando o Maracanã não passava de um sonho no espaço vazio. Foi lá que vi o Garricha aplicar o célebre drible no Nilton Santos, quando apareceu pela primeira vez no estádio, depois de ser rejeitado no Fluminense por ter pernas tortas. Como eu, modéstia à parte, era bom de bola e seria promovido a titular na ala direita, possibilitando que eu jogasse ao lado de Garrincha na década de 1950. Mas o destino não permitiu por eu ter ido estudar numa faculdade presbiteriana de Teologia, em São Paulo. Aliás, frustração que carrego até hoje, botafoguense que sou e serei, até morrer!

José Matos Professor e palestrante

Fernando Pinto Jornalista e escritor


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

O preconceito linguístico Em nossa sociedade, surgem ações afirmativas a fim de combater desigualdades e preconceitos Você certamente já ouviu falar sobre diversas formas de preconceito: contra negros, mulheres, homossexuais, nordestinos, venezuelanos. Todas essas formas de segregação têm algo em comum: as pessoas que as sofrem passam por isso em função de uma característica que é inerente ao indivíduo. Um negro não deixa de ser negro e uma mulher não deixa de ser mulher, por exemplo. Por isso, em nossa sociedade, surgem ações afirmativas a fim de combater cada uma dessas desigualdades. Todavia, há um preconceito que ainda não conseguiu alcançar o reconhecimento da nossa sociedade: o linguístico.

Vamos imaginar duas situações hipotéticas: 1. Em uma roda de amigos, uma pessoa diz “pra que eu seje mais feliz, preciso passar em um concurso”. A informação em si é deixada de lado pelos receptores (apesar de ter sido compreendida por todos), e o assunto da conversa passa a ser o seje. As piadas começam. Além das piadas acerca da pronúncia, uma parece ser mais séria: “você quer passar onde mesmo com esse seje? Talvez, todos levem na brincadeira. Talvez, a amizade seja desfeita. Talvez, a pessoa desista do seu objetivo. Talvez... 2. Um casal alfabetizado tardiamen-

Evento fitness movimenta Brasília Evento terá palestras sobre o impacto da microbiotaintestinal e como planejar dieta para crianças que fazem exercícios físicos Neste final de semana acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães a maior convenção fitness do DF, o Brasília Capital Fitness.

Estarei lá para fazer duas palestras muito interessantes. Uma tem um tema pertinente já abordado em alguns textos aqui no Brasília Capital

te (e você, leitor, pode, por sua conta, imaginar por que motivos uma pessoa só consegue aprender a ler e a escrever durante a fase adulta) resolve criar um comércio em casa, para melhorar a renda familiar. Criam um anúncio – vende-se doces. Os comentários começam. “Nesse doce não dá pra confiar”; “doce sem concordância não é pra mim”. O casal, então, desiste do comércio (e você, leitor, pode refletir sobre as suas desistências – e os motivos que te motivaram a tomar essa atitude). Quando falo sobre esse assunto, só me lembro de um versículo: “Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu?” (Mateus 7, 3). Faço uma pergunta: você sabe tudo sobre português? E já deixo a minha resposta: eu não sei. Disfarçado em diversos mitos – o brasileiro não sabe português; o português é muito difícil; a ascensão social depende do português –, o preconceito linguístico cresce de maneira assustadora, e me preocupa a falta de ações de combate a ele. Muitas pessoas ainda pensam, de maneira rasteira, que o que é certo, na fala e na escrita,

está expresso nas gramáticas normativas, sem sequer observarem o contexto e a finalidade em que determinada comunicação foi produzida. É equivocado pensar que só existe uma língua portuguesa! Todo falante é poliglota em sua língua materna. Há várias línguas portuguesas: a da conversa íntima, a da entrevista de emprego, a da redação para concursos. Ter consciência disso é o primeiro passo para se refazer a noção de erro. Saiba: muitas pessoas perdem oportunidades ou desistem de algo em função do receio, medo ou vergonha de falar ou escrever, e isso não é bom para que, futuramente, essas pessoas possam ampliar (e não corrigir) o seu conhecimento acerca do português. A linguagem é uma das características que nos diferenciam dos demais animais. Usemos, portanto, a nossa racionalidade em prol de uma sociedade mais justa.

sobre o impacto da microbiota intestinal na saúde humana. Nesse caso específico, vou abordar esse impacto na performance esportiva. Se a gente é o que a gente come, imagina nossas bactérias intestinais?! O outro tema que abordarei é sobre como planejar e prescrever dieta para crianças que praticam exercícios físicos e esportes e adolescentes atletas. Cada vez mais nos deparamos com adolescentes atletas nos consultórios, e as condutas precisam ser tomadas com muita cautela e estudo, especialmente se houver necessidade de restrição calórica e suplementação.

Essa atualização será feita na palestra para os nutricionistas da cidade que trabalham com esse público. A segurança na prescrição de uma dieta e de suplementos é muito importante. Sempre digo isso aqui no jornal. E vou reforçar: se tiver alguma dúvida sobre nutrição, procure um nutricionista para te orientar. Esqueça blogueiros e insta-personalidades para esse assunto. Com a saúde não se brinca!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)


Brasília Capital n Geral n 16 n Brasília, 29 de setembro a 5 de outubro de 2018 - bsbcapital.com.br

É urgente e necessário levar a Saúde a sério

H

á alguns dias, falei aqui sobre a intenção do GDF de terceirizar a distribuição de medicamentos. Destaquei, inclusive, que a ideia é uma verdadeira confissão de inoperância e incompetência. Pois bem. Na última terça-feira (25), fui procurado pela imprensa local para falar sobre uma licitação da Secretaria de Saúde que foi bloqueada pelo Tribunal de Contas (TCDF) por suspeita de irregularidades: mais remédios do que o necessário. Dois dias depois, me deparo, na internet, com a chamada de um jornal afirmando: “GDF

deixa pacientes com doença grave sem remédio”. Então, novamente, lembrei das palavras “inoperância e incompetência”. Antes da última notícia, da falta de remédio para pacientes com doenças graves, falei, na entrevista, exatamente isso. Em uma ponta, estranhamente, há a suposta compra excessiva de medicamentos. Na outra, a falta deles. É uma conta sem lógica. Uma conta, verdadeiramente, desumana. Há mais de um mês que os pacientes com hipertensão arterial pulmonar, doença fatal, esperam pelo remédio Bosentana que, original-

mente, custa mais de R$ 4 mil: por isso mesmo, como bem lembra o texto do jornal que denunciou a situação, ele deveria ser fornecido pelo SUS. E essa, claro, não foi a única notícia ultrajante da saúde pública do DF esta semana. No Instituto Hospital de Base (IHBDF), a menina dos olhos de Rollemberg e Humberto Fonseca, metade dos equipamentos gastroscópios, para realização de endoscopias, estão quebrados. Além disso, denunciaram ainda a carência de materiais básicos na maior unidade de Saúde do DF. Faltam até curativos por lá.

Em Santa Maria, um paciente comprou, com seu próprio dinheiro, fio de sutura para passar por cirurgia. Sinceramente, não sei como, nesta situação em que os pacientes do SUS estão jogados, o atual governador do DF tem a coragem de fazer promessas. É cruel. Ele teve quatro anos para, pelo menos, manter o que ainda funcionava no SUS-DF. Em vez disso, conseguiu piorar. Agora, a propaganda da vez é afirmar que vai transformar grandes hospitais públicos em institutos. É assustadora a incapacidade desta gestão de fazer autoavaliação e autocrítica. Não

Dr. Carlos Fernando, presidente do Sindicato dos Médicos do DF

está tudo bem, não. Estamos cansados. E, tenho certeza, assim como eu, a maioria da população deve estar contando os dias para o dia 07 de outubro. Que vença o melhor. E que esse melhor queira, de verdade, resgatar o SUS. É urgente e necessário levar a Saúde a sério.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.