Jornal Brasília Capital 399

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Disney descarta parque no DF, mas surf é sonho possível Complexo com piscina de ondas, parque de Skate e vários equipamentos ficaria pronto em 2021 Ano XIII - 399

Brasília, 9 a 15 de Fevereiro de 2019

Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11

Escola militar, novo passe livre e eleição para administrador Numa semana agidada, governador enfrenta temas polêmicos junto à sociedade Páginas 5, 6 e 12

Rio de sangue sob a lama

Duas semanas após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, as famílias continuam contando os mortos e desaparecidos. Investigações apontam que a tragédia poderia ter sido evitada. Páginas 8 e 9


Brasília Capital n Opnião n 2 n Brasília, 9 a 15 de fevereiro de 2019 - bsbcapital.com.br

E

x p e d i e n t e

ARTIGO

Não foi ilegal

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com

Lucimara Vieira Rios (*)

Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869

A edição 398 do Brasília Capital trouxe nota intitulada “Justiça infringe a Lei”, na qual o abordou o indeferimento do pedido de deslocamento formulado pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que pretendia participar do funeral do seu irmão Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá. Na ocasião, o ex-presidente, por sua defesa, requereu ao Juízo competente autorização para deixar o estabelecimento prisional, onde se encontra cumprindo pena em Curitiba/PR, para deslocar-se até São Paulo a fim de acompanhar o sepultamento do ente querido. Tudo com base no artigo 120 da Lei de Execuções Penais (LEP). O jornal enfatizou que, com a negativa do juiz e a confirmação do indeferimento pelo Tribunal, o Poder Judiciário teria infringido a Lei de Execuções Penais, intuindo ser direito líquido e certo do preso a autorização para sair do complexo prisional – no caso, uma cela nas dependências do Departamento de Policia Federal – e acompanhar o funeral de um familiar. Entretanto, em que pese as pertinentes considerações e abordagens do expediente, permitimo-nos esclarecer que não há direito líquido

Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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C

nCapa Que bela capa! Ana Paula Cortes, via WhatsApp Não vale mesmo a pena ver de novo, até mesmo a cor negro-cinza da impressão sugere calamidade. Portanto, excelente capa. Fernando Pinto, via e-mail Excelente capa! Gustavo Goes, via Instagram

Sobre capa da edição 398 mostrando a tragédia em Brumadinho (MG). nLula Compraria o suco de Laranja Queiroz e daria pra família Bolsonaro toda. Fábio Hussain, via Instagram R$ 30 na cachaça do Lula? Prefiro a Pitu ou a 51,

Direito de Lula participar do velório de Vavá não era líquido e certo e certo garantido ao sentenciado que, cumprindo pena em regime fechado, venha demonstrar interesse em participar do sepultamento de familiar. A Lei 7.210/84 - que rege a execução penal e ainda está em vigor em nosso país - não deixa brecha quando estabelece que ao preso poderá ser concedida autorização para comparecer ao sepultamento, desde que tal fato não importe transtorno à ordem pública e ao Estado. A Lei é objetiva ao dizer que poderá ser concedido, não impondo em nenhum momento à Administração Pública uma obrigação quanto à liberação do condenado. Para a concessão não basta o simples requerimento pelo pretenso beneficiário, sendo necessário, ainda, que as condições circunstanciais que envolvem a saída do preso sejam favoráveis. Ademais, na esteira do entendimento dos tribunais pátrios, como por exemplo o Tribunal de Justiça

do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), inexiste direito subjetivo do sentenciado, uma vez que o legislador conferiu ao Estado o poder discricionário para decidir acerca da possibilidade e conveniência quanto à saída do custodiado do estabelecimento prisional. Isso porque, como dito acima, indispensável atenção há de ter o Poder Público no cumprimento do dever de agir com a necessária cautela quando da condução do preso sob sua responsabilidade, conferindo segurança ao próprio preso, bem como aos agentes públicos e demais membros da sociedade. Significa dizer que a efetiva indisponibilidade de pessoal para realizar a cogente escolta do custodiado se reverte em justificativa para negar – indeferir – o benefício. Por fim, não é redundante lembrar que a restrição de liberdade imposta ao condenado retira deste qualquer expectativa de, junto aos seus familiares, participar e compartilhar de momentos sociais alegres ou tristes, como no caso do sepultamento de um ente querido. Trata-se assim de privação inerente à pessoa que teve seu direito de ir e vir retirado por decisão judicial.

(*) Advogada em Brasília/DF

a r t a s

que custam menos de 10 reais. Gabriel Martins, via Instagram Sobre nota no Pelaí que mostrou a cachaça Lula Livre produzida pelo MST em Patos de Minas e vendida por R$ 30. nJean Wyllys Quero saber se ele vai pagar aos eleitores que votaram

nele. Indo embora do país ele vai abandonar seu papel de parlamentar. Deveria existir algum tipo de punição. Thiago Silva, via Facebook Sobre nota na coluna de Chico Sant’Anna dando conta de que o PSol vai processar quem difundiu notícias falsas sobre Jean Wyllys. nChico Sant’Anna

O aproveitamento de tudo que desprezamos por diferentes razões chama-se lixo zero. Para isso, é preciso ter consciência e sabedoria para obter os bens que realmente são necessários e podem ser integralmente reusados. Eugênio Giovernardi Ambientalista no facebook A respeito da coluna de Chico Sant’Anna edição 398.


Brasília Capital n Política n 3 n Brasília, 9 a 15 de fevereiro de 2019 - bsbcapital.com.br

FIGURÃO - Leitores telefonaram para a Redação impressionados com a rapidez e a qualidade do asfalto que a Novacap está colocando na rua que dá acesso às chácaras 1 a 5 da QI 15 do Lago Sul, perto do Cindacta. Seis caminhões e máquinas trabalhavam freneticamente durante a semana. A reportagem apurou que um figurão tem pressa de mudar para lá. Dizem que ele é dono de um importante centro comercial...

O folião Ibaneis

Mobilização contra reformas RENATO ALVES / GDF

Um observador da cena política brasiliense fez uma divertida leitura da situação de Ibaneis Rocha numa comparação com a proximidade do carnaval. Na percepção do folião, o “cordão dos puxa-saco” do governador, ao contrário do que diz a letra da antiga marchinha, não aumenta. BLOCO X ALA – O problema, na visão do carnavalesco, é a desunião do Bloco do Buriti quando se trata de defender os projetos polêmicos enviados pelo governo para a passarela da Câmara Legislativa. É um “silêncio sepulcral” após os discursos contrários da ala oposicionista.

PREJUÍZOS - Cerca de 200 dirigentes de 26 sindicatos, de confederações e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) participaram do encontro, que avaliou os prejuízos para a classe trabalhadora das reformas propostas pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).

SAMBAS-ENREDO – Se ninguém entra na avenida para defender as bandeiras do governo, menos ainda quer cantar no rádio ou na TV os sambas-enredo em defesa da restrição ao acesso do passe livre estudantil ou da militarização de escolas. ABRE-ALAS – Resta a Ibaneis puxar seu enredo, cantado a plenos pulmões pela galera do secretariado do GDF, tendo como abre-alas o vice-governador Paco Britto. Mas, sem o coro dos distritais aliados, o samba pode atravessar na avenida e a escola passar para segundo grupo na classificação dos cidadãos brasilienses. ENSAIOS – Prova disso foram os ensaios públicos dos estudantes protestando contra as mudanças no passe livre. O primeiro já na segunda-feira (4), primeiro dia útil após a notícia do envio da matéria

“A classe trabalhadora e as reformas trabalhista e previdenciária” foi o tema do debate promovido pelo gabinete do deputado distrital Chico Vigilante (PT), sexta-feira (8), no Clube dos Comerciários, com palestras da presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (ABRAT), Alessandra Camarano, e dos ex-ministros da Previdência, Ricardo Berzoini e Carlos Gabas.

DESAFIO - Os convidados, incluindo a presidente do PT-DF, deputada Érika Kokay, apontaram a precarização das relações de trabalho como um desafio do movimento sindical para evitar perdas ainda maiores. “Precisamos mobilizar a classe trabalhadora para evitar mais retrocessos”, disse Chico Vigilante. Sem o coro dos deputados distritais, Ibaneis puxa o samba-enredo dos projetos de intesse do Buriti ANTÔNIO SABINO / BSB CAPITAL

ao Legislativo, o segundo no Conic e na rodoviária, na quarta-feira (6), e depois na sexta-feira (8), em frente à sede da Câmara Legislativa. BATERIA – Fantasiados de Mickey, eles fizeram ecoar o refrão dos percussionistas Fábio Félix, Chico

Vigilante, Arlete Sampaio, Leandro Grass e Reginaldo Veras, que não se afinam com a bateria do Buriti. BANDA – E assim, Ibaneis pede passagem e vai descobrindo como é que toca a banda “Quero Mais Sem Dar Nada em Troca” da base aliada...

Vigilante, Kokay e Berzoini: mobilização contra as perdas da classe trabalhadora


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PT faz manifestações por Lula Milhares de pessoas vão às ruas em São Paulo e Curitiba contra nova condenação do ex-presidente RICARDO STUCKERT

Da Redação Milhares de pessoas se concentraram, no final da tarde de quinta-feira (7), na sede nacional do PT, no bairro da Sé, em São Paulo, e em frente à Polícia Federal, em Curitiba, para protestar contra mais uma condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018, condenado a 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP). Agora, Lula foi condenado a mais 12 anos e 11 meses no processo do sítio de Atibaia, por corrupção e lavagem de dinheiro. A sentença foi determinada na quarta-feira (6) pela juíza Gabriela Hardt, substituta do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro. Outras 12 pessoas foram denunciadas no processo. Segundo a acusação, o ex-presidente teria recebido R$ 1 milhão em propinas referentes às reformas do imóvel, que está registrado em nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula e ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar. As obras, de acordo com a sentença, foram custeadas pelas empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin. Gabriela Hardt também determinou o confisco do sítio e estabeleceu o valor mínimo de reparação de danos causados: R$ 85 milhões. Ela ainda decretou a interdição de Lula para o exercício de cargo ou função pública pelo período equivalente ao dobro da pena estabelecida. A medida atinge os outros condenados por lavagem de dinheiro – Léo Pinheiro, José Carlos Bumlai, Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, Carlos Paschoal, Emyr Dinis, Roberto Teixeira, Fernando Bittar e Paulo Gordilho.

Diante da militância e de simpatizantes do petista, o ex-presidenciável Fernando Haddad discursa em São Paulo e engrossa o coro de Lula Livre

Zanin: “uma condenação sem provas” O advogado Cristiano Zanin Martins, que atua na defesa do ex-presidente, afirmou que a juíza não apresentou qualquer ato cometido por Lula para justificar a sentença, que teria sido baseada apenas nas delação do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, desconsiderando provas, laudos, depoimentos e documentos que atestavam a inocência de Lula em relação às acusações. Uma perícia realizada no sistema de contabilidade de propinas da Odebrecht não apontou qualquer ope-

ração destinada à reforma do sítio. "Não foram encontrados no material examinado documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal", destaca o advogado. DEMOCRACIA – As lideranças petistas convocaram as manifestações em defesa da democracia e em apoio ao ex-presidente. "Mais uma vez, Lula é condenado sem provas. O presidente que mais fez pelo povo brasileiro hoje é preso político, refém

de um Judiciário que rasga a lei diariamente para manter em cativeiro aquele que teria sido eleito novamente pelo povo. Vamos à luta, vamos às ruas! Por #LulaLivreJá!", postou o PT nas redes sociais. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e o senador Paulo Rocha (PA) destacaram que a nova condenação acontece em meio ao crescimento da possibilidade de Lula ser indicado ao prêmio Nobel da Paz. E afirmaram que a defesa vai recorrer da decisão.


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Telemedicina: debate precisa ser ampliado “A Telemedicina já é uma realidade no Brasil”. Essa foi a frase mais dita durante o II Fórum de Telemedicina, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que ocorreu nesta semana. Eu estive lá e acompanhei, atentamente, boa parte das palestras. Até determinado ponto, concordo em absoluto que os avanços tecnológicos são, hoje, indissociáveis da Medicina e, portanto, a Telemedicina é, sim, uma realidade da qual não podemos fugir. No entanto, assim como a maioria dos representantes de instituições médicas presentes no encontro, acredito que a Resolução recém-aprovada pelo CFM, que autoriza consultas e procedimentos via Telemedicina, pode, ao contrário do que propõe, representar um grande atraso nas políticas de saúde no Brasil. A primeira questão a ser abordada neste contexto é o que queremos mais adiante. Há anos, a população brasileira clama por mais investimentos em Saúde, tanto médicos quanto pa-

cientes. Há anos, estampamos, quase que diariamente, as manchetes de jornais cobrando por mais investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) que é, possivelmente, uma das maiores conquistas e direitos dos brasileiros. Agora, na contramão de tudo isso, a Telemedicina, da forma como aprovada na Resolução 2.227/2018 pelo CFM, aparece como uma solução (inviável na prática) às demandas de um país que não consegue, sequer, garantir vacinas nos postos de Saúde. De que tipo de desenvolvimento (e para quem) estamos falando? O segundo ponto que discuti e continuarei debatendo com meus colegas é: como fica a relação médico-paciente diante disso? Como funciona (ou não), na prática, uma teleconsulta e um procedimento médico? Para além das certezas que um exame de raio-x pode nos trazer, por exemplo, é preciso levar em conta, em muitas situações, as condições sociais e culturais do pacien-

te. A Medicina é muito mais que um diagnóstico. E as evoluções que nos trouxeram até aqui não puderam desprezar a importância do contato físico entre médicos e pacientes. A terceira questão, que também preocupa a todos, é a provável ampliação de fraudes na Medicina. Falsos médicos, falsas clínicas e falsos diagnósticos. Quem vai controlar isso dentro de um país, como Brasil, que segue em 1º lugar na lista mundial de fraudes na internet? Além disso, é preciso salientar: a Telemedicina, como bem lembrou o deputado e médico Hiran Gonçalves durante o Fórum, tende a favorecer e muito - as operadoras de assistência médica que, com a “facilidade” oferecida, tenderão a disponibilizar consultas para as mais diversas áreas, incluindo as mais complexas. Pergunto novamente: de que tipo de desenvolvimento (e para quem) estamos falando? São muitas as arestas que precisam ser aparadas antes de levarmos adian-

Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado

te um tema tão complexo quanto a Telemedicina. Conferências entre médicos e troca de experiências online já fazem parte do nosso dia a dia. E sem problema algum. Porém, nesse prazo de 60 dias, em que as instituições médicas podem e devem ampliar o debate sobre o assunto, sugiro a todos nós, médicos e pacientes, que pensemos na possibilidade, talvez, de que teleconsultas e procedimentos à distância, sejam, na verdade, mais alguns entre os vários passos dados nos últimos anos para a precarização da Medicina e da atividade médica.

Comunidade aprova gestão compartilhada REPRODUÇÃO FACEBOOK

Comunidade participou da aprovação da gestão compartilhada no CED 7, em Ceilândia

A comunidade escolar dos quatro primeiros Centros de Ensino públicos escolhidos pelo GDF para implantação da gestão compartilhada aprovou o projeto-piloto da Secretaria de Educação, em parce-

ria com a Secretaria de Segurança Pública. O CED 7 de Ceilândia, na quarta-feira (6), foi o último a decidir, em votação, iniciar as aulas adotando o novo modelo educacional. Antes, a proposta havia sido acatada

pelo Centro de Ensino Fundamental 1, da Estrutural; o Centro de Ensino Fundamental 3, de Sobradinho; e o Centro de Ensino Fundamental 308, do Recanto das Emas. Um dos coordenadores do programa de gestão compartilhada nas escolas, o assessor especial da Secretaria de Educação, Mauro Oliveira, comemora a aceitação da comunidade escolar. “Todas as quatro escolas passaram pelo processo de escolha por meio do voto. Não foi uma imposição. Consultamos todos os envolvidos por meio das eleições e, a aprovação foi muito grande”, disse. Além de pais e de alunos, a proposta agrada também boa parte dos docentes. O governo vai avaliar o desem-

penho das quatro escolas neste ano. Se houver avanços, a Secretaria de Educação vai ampliar a proposta para pelo menos outras 36 escolas públicas a partir de 2020. PASSE LIVRE – Após polêmicas, o GDF mandou para a Câmara Legislativa, sexta-feira (8), o projeto que altera o passe livre estudantil no Distrito Federal. A gratuidade permanece para estudantes de escolas públicas, bolsistas em escolas particulares com renda até quatro salários mínimos, estudantes que façam parte de programas estudantis ou recebam assistência do GDF ou da União. A mudança gera uma economia de R$ 115 milhões por ano aos cofres públicos.


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Ricardo Noronha (centro) mediou o debate entre advogados contra e a favor da prova da OAB

Bacharéis contra exame de ordem Da Redação A necessidade do exame de ordem, realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para autorizar o exercício da profissão no País, foi tema de debate promovido pelo jornalista Ricardo Noronha, coordenador em Brasília do Movimento Limpa Brasil (MLB). A discussão ocorreu terça-feira (5), na Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), com a participação de representantes de várias entidades da categoria. O advogado Edson Grossi afirmou que, na condição de professor de Direito de duas universidades, constantemente é cobrado pelos alunos sobre a inconsistência da prova, com questões mal elaboradas, confundindo a própria banca examinadora com pegadinhas desnecessárias. Ele defende a aplicação do exame com fiscalização rigorosa e garantiu que vai levar aos seus pares na OAB e à banca examinadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) as ponderações colocadas no encontro. "O Exame de Ordem precisa sofrer modificações", disse. OFENSA - O presidente regional da Associação Nacional dos Bacharéis (ANB), Georges Brito, afirmou que “a OAB não existe”. Segundo ele, a

entidade foi extinta em 1991 pelo decreto 18 do então presidente Fernando Collor de Mello. "A OAB morreu e não ressuscitou", disparou. O surpreendente ataque de Brito foi imediatamente rebatido por Grossi: "a lei 8.906/94, que regulamenta o exercício da advocacia, institui, no artigo 44, a OAB. O plenário do STF, em votação unânime, em 2011, reconheceu pela constitucionalidade da instituição", disse. E emendou: “a afirmação do colega não procede e ofende a instituição”. CONTA - Falando em nome da Ordem dos Bacharéis do Brasil (OBB), Vasco Vasconcelos pediu o fim do exame. “O concurso não qualifica ninguém, não passa de caça-níquel, causa desemprego, leva à depressão e à morte”. Para ele, “a responsabilidade de legislar sobre profissões é de competência exclusiva da União”. Para encerrar, o presidente da Associação Nacional dos Bacharéis, Carlos Schneider, corroborou com os colegas bacharéis e afirmou: "a conta a pagar pela OAB, aos bacharéis, será muito alta". O Brasília Capital tentou falar com o presidente da OAB-DF, Délio Lins, mas ele não atendeu as ligações da reportagem.

Estudantes do Cemi do Gama são destaque no PAS e no Enem 2018 Quarenta e três por cento dos 162 alunos do Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi) do Gama que fizeram o Programa de Avaliação Seriada (PAS) 2018 e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 passaram com notas elevadas. Ou seja, 66 estudantes passaram na primeira chamada para a Universidade de Brasília e outras instituições de ensino superior dentro e fora do Distrito Federal. A previsão de Lafaiete Formiga, professor de matemática e diretor do Cemi, é de que, em março, com a segunda chamada do PAS, o número se eleve para 80 estudantes. Ele comemora, e diz que, além do esforço dos (as) estudantes, há vários fatores que corroboram o resultado positivo. Um deles é que o Cemi é uma escola de Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI), com o número de aulas superior ao das demais escolas da rede pública e um corpo docente dedicado, que investe em programas de iniciação científica, projetos e trabalhos que exigem dos (as) 460 alunos tempo, dedicação e estudo. Português é uma das disciplinas que têm pelo menos quatro aulas a mais do que as demais, além de atividades culturais fora da escola, que ocorrem no Plano Piloto. Outro aspecto é o fato de ter recebido investimentos financeiros em 2018. Ainda que precários, os recursos que entraram no ano passado resultaram no sucesso dos estudantes. O Cemi recebeu todas as parcelas do PDAF, além de recursos de emendas parlamentares da Câmara Legislativa.

O Cemi também é sucesso na inclusão de pessoas com deficiência. Em 2018, recebeu 11 estudantes especiais e vários deles sobressaíram nos exames. Paulo Damasceno brilhou no PAS. “Quem vê o Paulo não diz que ele é autista. É um protagonista dos saraus culturais e outras atividades em que se revela uma pessoa integrada, feliz e capaz de produzir conhecimento. O desempenho dele e dos outros especiais comoveu os (as) professores (as). Paulo é um dos que superaram de tal forma o autismo que a mãe veio à escola agradecer o desenvolvimento do filho”, conta o diretor. Formiga diz que, apesar de ter recebido todas as parcelas do PDAF e algumas emendas da CLDF, a escola ainda carece de recursos financeiros. “Precisamos de uma quadra coberta e de um espaço para instalar o redário, para o descanso dos (as) estudantes que passam o dia na escola”. Cleber Soares, diretor do Sinpro-DF, afirma que “o Cemi é um exemplo de escola que, com menos recursos financeiros conseguiu superar todas as escolas militarizadas do país nas avaliações de conhecimento. Provou que não é preciso substituir professores por policiais e que, o necessário mesmo é ampliar todos os tipos de investimentos e fazer a escola pública funcionar com os recursos financeiros a que tem direito”.


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Flamengo

sempre eu hei

de ser

Q

uatro garotos de 14 e 15 anos das categorias de base do Flamengo, dois adolescentes que faziam testes para iniciar o sonho de ser jogador profissional de futebol e quatro funcionários do clube morreram num incêndio no Centro de Treinamentos Ninho do Urubu, na madrugada de quinta (7) para sexta-feira. O CT, localizado em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, é considerado um dos mais modernos do Brasil. Além dos dez mortos, outros três jovens ficaram feridos, um deles em estado grave. Os primeiros indícios são de que o fogo começou num curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. A tragédia uniu todas as torcidas do País e levou ao adiamento dos jogos semifinais do primeiro turno do Campeonato Carioca. No sábado (9), ocorreria o Fla-Flu, e no domingo o Vasco enfrentaria o Rezende. Os vencedores desses confrontos decidirão a Taça Guanabara. Até lá, somos todos Flamengo até morrer.

Temporal deixa seis mortos REPRODUÇÃO UOL

No quinta-feira (7), também no Rio, um temporal com ventania causou apagões, derrubou mais de 200 árvores, fechou vias por toda a capital fluminense e deixou seis pessoas mortas. Na Avenida Oscar Niemeyer, uma encosta deslizou sobre um ônibus (foto ao lado) e matou dois passageiros. O motorista sobreviveu, mas ficou em estado de choque.

Deslizamentos também causaram uma morte na Rocinha, na Zona Sul, e duas em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. No Vidigal, a queda de um muro matou uma pessoa. Antes da chegada da chuva, alertas sonoros e comunicados foram emitidos para que a população se resguardasse em locais seguros. O prefeito Marcelo Crivella disse que, mesmo assim, a tragédia não

era prevista. Meteorologistas do Alerta Rio explicaram que havia um primeiro núcleo de chuva que constava em suas previsões. Entretanto, não conseguiram observar que atrás dela outra linha da tempestade viria em seguida. O volume registrado no dia 7 foi equivalente ao esperado para todo o mês de fevereiro.


ais de 150 brasileiros morreram e outros 182 estão desaparecidos debaixo do lamaçal que vazou da barragem Corrego do Feijão em Brumadinho no dia 25 de janeiro. Quinze dias depois do desastre, a mineradora Vale continua tentando negar sua culpa na tragédia humana e ambiental. Começou a distribuir R$ 100 mil para familiares dos mortos e a população atingida. Uma ninha-

ria diante dos bilhões que faturou com a extração de minério de ferro e com o que deixou de investir em prevenção. A Justiça promete celeridade nos processos de indenização das vítimas. Enquanto isso, o medo toma conta de outras centenas de cidades onde represas de rejeitos foram construídas sem os devidos cuidados e, para agravar, não recebem a manutenção adequada. Os corpos de Brumadinho ainda não esfriaram, mas, aos poucos, a vida retoma a roti-

na, tanto na destruída cidade mineira como no restante do Brasil. Pelo menos até que a próxima tragédia se abata sobre a cabeça de todos. Só resta rezar pelas vítimas e rogar a Deus para que contrarie as evidências de que novos acidentes podem ocorrer a qualquer momento, repetindo os dramas de Mariana, há três anos, e de Brumadinho. A lista com os nomes dos mortos pregados na cruz dispensa qualquer outra informação nesta página.

Valei-nos Deus! M

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Brasília Capital n Brasil n 9 n Brasília, 9 a 15 de fevereiro de 2019 - bsbcapital.com.br ANDRE PENNER / AP


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Brasília

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Por Chico Sant’Anna

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Um Pateta

O Maquete eletrônica mostra uma imensa piscina de ondas em meio à vegetação do cerrado

Repeteco Não é a primeira vez que se propõe a implantação de um parque aquático e de uma filial da Disney em Brasília. No governo de Cristovam Buarque, a proposta veio de poderosos empresários do setor imobiliário e do turismo próximos ao ex-presidente Fernando Collor. À época, a cidade ganharia

uma das atrações da Disney, em Orlando: o Parque da Universal Studios. A Disney do cerrado seria numa imensa área da Proflora, estatal de reflorestamento. Parte do local hoje abriga o Setor Habitacional Mangueiral, em São Sebastião. Missões foram e voltaram aos EUA e nada saiu do papel.

Ducha de água fria O parque aquático foi o que avançou mais. Para a instalação de um complexo de padrão internacional, em 1996, a Terracap promoveu uma licitação e uma área de 164 mil metros quadrados ao lado do ParkShopping foi concedida por 30 anos ao consórcio Wet’n Wild Brasília. O grupo era integrado pelas empresas Novadata Computadores, Própiso Engenharia e Anif Comércio e Engenharia. O empreendimento, se implantado, geraria de 300 a 400 empregos diretos e atrairia 700

mil visitantes por ano. O projeto não foi à frente. Ao iniciarem as obras descobriram que no subsolo havia uma grande estrutura de captação de águas pluviais, e seu remanejamento seria caríssimo. Nem os empresários, nem o GDF aceitaram a conta. Resultado, o projeto fez água e foi parar na Justiça. Atualmente, os empresários aguardam um julgamento do STJ. Assim, há o risco de o Wet’n Wild Brasília ser uma ducha de água fria no GDF e implicar em mais desembolsos do Tesouro local.

carnaval deste ano só em março, mas os brasilienses já começam a preparar as fantasias. Na primeira semana de fevereiro, a imprensa noticiou dois projetos mirabolantes que estariam sendo planejados com apoio do GDF. O primeiro propõe trazer as ondas do surf até o cerrado, por meio de uma filial do Global Wave Parks. O segundo, ainda mais ousado, propõe instalar em Sobradinho uma filial da Disney Word. Para os dois projetos, claro, o governo deveria contribuir com vultosas somas, seja por meio da cessão de áreas públicas, pela construção de infraestrutura, ou por meio da isenção de impostos. Tudo para tornar a iniciativa palatável a seus idealizadores. SURFANDO NO CERRADO - A proposta do Surf Park na Capital foi anunciada nos sites especializados por Ítalo Ferreira, 4º surfista no ranking mundial e embaixador do projeto, cuja tecnologia é da empresa espanhola Wavegarden. Não há maiores detalhes, mas o portal da internet informa que ele estaria a 15 minutos do centro de Brasília e a imagem de uma maquete eletrônica, que ilustra a noticia, mostra uma imensa piscina de ondas em meio à vegetação do cerrado. Segundo Italo Ferreira, o parque está em processo de licenciamento ambiental e o início das obras está previsto para o primeiro semestre de 2020, com a sua conclusão no primeiro semestre de 2021. Seria um complexo de esportes, lazer e entretenimento. Além da piscina com ondas, preveem-se instalações para outros esportes, incluindo parque de skate e BMX padrão internacional, escalada, vôlei de praia, tênis de praia, bares, restaurantes, lojas e um hotel. SOBRADISNEY - Já a instalação da Disneylândia no cerrado seria nas antigas instalações do Polo de Cinema, em Sobradinho. O GDF informou que reservou uma área de 800 hectares. Isso representa a área de cerca de 114 Superquadras. O Plano Piloto inteiro possui 120 superquadras. É um espaço que abrigaria uma nova cidade com facilidade. Mas parece que tudo não passou de factoide, criado sabe-se por quem e com qual objetivo, pois foi rapidamente desmentido pela Disney nos Estados Unidos. Em nota, informou não ter no momento planos para a construção de parques no Brasil.


Brasília Capital n Cidades n 11 n Brasília, 9 a 15 de fevereiro de 2019 - bsbcapital.com.br

em Brasília Síndrome de Tio Patinhas Na mitologia criada por Walt Disney, o Tio Patinhas representa o capitalismo selvagem. Ele nada em dinheiro e em tudo se dá bem, mesmo que à custa de seus parentes e amigos. Ele só não pode perder é dinheiro. Há o Pato Donald, sempre com um projeto grandioso que irá lhe permitir vencer na vida e, quem sabe, ser tão poderoso quanto o tio. Mas Donald tem o fracasso como sua principal característi-

DE OLHO NO FILÉ - A existência de grandes áreas no DF nas mãos do governo atiça a criatividade de empresários que anseiam contar com terrenos gratuitos ou a baixo custo. Para tanto, elaboram projetos mirabolantes. É uma versão high tech do Pro Lote. Nessa linha, já foi proposto um Parque da Xuxa. Ziraldo tentou criar o Ziramundo, o Parque da turma do Menino Maluquinho, reduzido a um parquinho indoor, no Pier 21, fechado em 2006. Rollemberg fez Consulta Pública em 2016 para transformar o Zoológico em Jurassic Park. Deu em nada.

ca. Nada do que faz dá certo e ele acaba ficando no prejuízo. Tudo isso o leva a um nível de irritação tal que explosões de comportamento tornam-se normais em sua vida. É tão marcante que psicólogos classificam esse tipo de comportamento em humanos de SPD - Síndrome do Pato Donald. Há ainda o Pateta: desengonçado, conhecido pelo seu jeito atrapalhado e que sempre se enrola em alguma coisa.

Brasília não é Patópolis Embora cheia de espertalhões que gostam de se dar bem com o dinheiro alheio, Brasília não é Patópolis. Nossa cidade não é ficção, nem lugar para Tios Patinhas bancarem os espertos e se darem bem, mamando nas tetas do Buriti. Querem implantar projetos dessa magnitude? Cocem o bolso e abram suas carteiras. O escasso recurso público tem hoje a prioridade de ir para a Saúde, Segurança e Educação. O turismo é, de fato, uma importante opção para o desenvolvimento sustentável do DF, mas tudo tem que ser feito com seriedade e profissionalismo.

Projetos devidamente estruturados e viáveis podem e devem ser apresentados. Não precisamos, contudo, de Patos Donalds com projetos fantasiosos e de difícil capacidade de êxito. Trapalhadas de Patetas do cerrado já tivemos muitas. Bastam-nos as do Mané Garrincha, que faliu a Terracap, e a do Autódromo. Antes de pensar em Disney, precisamos dar uma solução a esses espaços e também à Piscina com Ondas do Parque da Cidade, que há 20 anos está fechada. Isso, é claro, sem esquecer o Teatro Nacional e o Museu de Arte (MAB).


Brasília Capital n Cidades n 12 n Brasília, 9 a 15 de fevereiro de 2019 - bsbcapital.com.br

VIA

Satélites

{ÁGUAS

Por Júlio Pontes

CLARAS

{DISTRITO

Administrador sofre ataques Desde que foi escolhido, o administrador de Águas Claras Ney Robsthon sofre oposição de moradores por não ser morador da cidade (reside no Sudoeste). Nos últimos dias, os ataques passaram a ser por suposta coação contra proprietários de quiosques e food-trucks. Robsthon é dono de uma pizzaria e, segundo os adeversários (vários deles apareciam em enquetes no final do ano como candidatos ao cargo que ele ocupa) e políticos. Entre outros, o ex-diretor do Procon, Todi Moreno, e o ex-vice-governador Renato Santana dizem que o administrador usa a Agefis para intimidar os comerciantes informais. Santana postou no Instagram foto de uma faixa (abaixo) contra Robsthon. Já Todi Moreno usou o Facebook para atacar os métodos do administrador. Na página da Associação de Moradores (Amaac) a polêmica ganhou corpo num bate-boca entre o presidente da entidade, Roman Cuattrin, e o jornalista João Bertolucci. A discussão enveredou, inclusive, para acusações pessoais. O Facebook institucional da Administração publicou nota de esclarecimento. DIVULGAÇÃO

PEGA ENTULHO - A administração de Taguatinga apresentou o programa Pega Entulho, que visa recolher materiais descartados pela população. O novo serviço não recolhe restos de obras e precisa ser agendado pelo telefone 3451-2521. Pede-se que na data marcada o material esteja fora do lote para agilizar o recolhimento.

FEDERAL

{VICENTE

A volta do Cartão Material Escolar TONY WINSTON / AGÊNCIA BRASÍLIA

O GDF encaminhou para a Câmara Legislativa o projeto de Lei que retoma o Cartão Material Escolar. O benefício está suspenso há três aos por determinação do Tribunal de Justiça. O projeto corrige as falhas apontadas pelo TJDFT. A iniciativa, voltada exclusivamente às famílias de baixa renda beneficiárias do Programa Bolsa Família, será concedida a estudantes de 4 a 18 anos matriculados na rede pública. Conforme o texto, R$ 27 milhões estão reservados no orçamento da Educação para implantar o Cartão. A secretaria contabiliza que cerca de 60 mil alunos serão alcançados. A previsão é de que cada aluno do ensino fundamental

Cartão: benefício para 60 mil estudantes

receba R$ 240 e os do ensino médio, R$ 320 por ano.

Participação popular nas Administrações O GDF enviou à Câmara Legislativa o projeto que garante a participação popular no processo de escolha dos administradores regionais. Todo cidadão pode ser candidato, desde que atenda a requisitos elencados no texto, incluindo comprovação de residência na cidade há, no mínimo, dois anos. É obrigatório que o postulante esteja em pleno gozo dos direitos políticos, idade mínima de 21 anos, idoneidade moral e reputação ilibada. O interessado vai preencher um requerimento com subscrição de próprio punho, documentação comprobatória dos requisitos e títulos anexos. ETAPAS - O processo será conduzido pelo gabinete do governador. Inicialmente, será feito o cadastro e seleção das entidades associativas que

representam a sociedade organizada em cada RA. Em seguida, se fará o requerimento de escolha, abonado pelas entidades cadastradas. A terceira etapa é a apresentação de títulos na forma do estabelecido no projeto, preparação para a votação direta que vai escolher os seis nomes que irão compor a lista a ser encaminhada ao governador. As fases seguintes serão a escolha pelo governador de um dos nomes em no máximo 30 dias e a posse. O escolhido terá que participar de um curso de formação na Escola de Governo com conteúdo sobre autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos da administração pública. O projeto do GDF é semelhante a uma lei já aprovada pela Câmara Legislativa proposta pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT).

PIRES

Ibaneis quer solução em 30 dias “É preciso dar uma solução definitiva para os problemas enfrentados pelos moradores de Vicente Pires há anos”, determinou o governador Ibaneis Rocha. Ele pediu aos órgãos responsáveis um projeto de execução das obras de drenagem e pavimentação na cidade. Foi estipulado o prazo de 30 dias para ser concluir o cronograma. Segundo o administrador Daniel de Castro, a meta é que, no final de 2020, 70% das obras estejam concluídas. As próximas ruas a receber intervenções são a 4, 4B, 4C além da principal da Colônia Agrícola.

{TAGUATINGA

O que vem por aí? GETÚLIO ROMÃO

Moradores denunciam à reportagem que uma grande área, onde era localizado o Clube Industrial de Taguatinga (CIT), está sendo desmatada. O local, próximo ao Córrego do Cortado, é cercado por prédios e margeia a Via Estádio e a Avida Samdu. Administração, o que vem por aí?


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Unanimidade na Fecomércio FERNANDO BIZERRA / FECOMÉRCIO

Francisco Maia é eleito presidente até junho de 2022 Da Redação O jornalista e empresário Francisco Maia foi eleito quarta-feira (6), por unanimidade, presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Ele era o primeiro vice e agora assume em definitivo o mandato até junho de 2022 no lugar de Adelmir Santana, que renunciou ao cargo no dia 7 de janeiro. Maia era candidato único e recebeu 27 votos de diretores efetivos da Fecomércio-DF. Na mesma reunião, ele foi empossado e, em seu primeiro pronunciamento na função, disse que sua gestão procurará fortalecer os sindicatos filiados à entidade, que representam os principais setores

Jornalista e empresário, Maia buscará maior integração com a CNC e com a sociedade

econômicos de Brasília. O novo presidente também sinalizou que procurará distender a relação com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), que havia indeferido sua permanência na vaga

aberta por Adelmir Santana seguindo a linha sucessória natural. Ou seja, exigiu que houvesse novo processo eleitoral. Agora eleito, Maia disse que promoverá uma integração com a CNC).

“Quero fazer um agradecimento a três pessoas que foram fundamentais nessa decisão de continuar nessa luta: o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o vice-presidente Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, e o primeiro vice-presidente administrativo Luiz Gastão Bittencourt”, disse. Os dois últimos foram nomeados interventores no Sesc e Senac do DF após a CNC avocar, no final de janeiro, a gestão das duas entidades por 90 dias. Entre as propostas específicas para a Fecomércio estão a renovação, modernização e a busca da autossustentabilidade financeira, além de uma gestão profissional do Sesc e do Senac no DF. A meta é encontrar novos modelos de atuação e de fonte de recursos para os sindicatos. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF é formada hoje por 26 sindicatos filiados e dois associados, que juntos representam mais de 90 mil empresas e respondem por 93% do PIB privado brasiliense.


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PROFESSOR

Elias Santana Crase em casa Quando a casa não for especificada, não há acento grave; quando for, há! Você provavelmente já teve dúvidas se, em "eu cheguei cedo a casa", deve-se empregar ou não o acento grave - também conhecido como sinal indicativo de crase. O impasse é justificável, pois, colo-

quialmente, temos o hábito de usar "eu cheguei cedo em casa". Então, quando passamos a encarar que o verbo "chegar" exige a preposição "a" (e não "em"), nasce uma vontade incontrolável de colocar o famige-

CRÔNICA

Fernando Pinto “Uma simples canção” Eu estava a fim de tirar um cochilo na poltrona da sala, quando ela se aproximou empunhando o envelope transparente. Abriu-o e disse: “vovô, eu guardei esta sua crônica há muitos anos!” E me entregou o pedaço de papel já amarelado, página 7 do Brasília Capital, de 7 de agosto de 2013, cuja crônica se intitulava “Uma simples canção” “Para a minha querida netinha Bárbara, com o Amor do vovô Fernando”. Claro que me emocionei com o gesto da Bárbara, então uma menininha linda

de olhos castanhos com sete aninhos, hoje com 13. Adolescente de corpo elegante e uma das alunas mais bem colocadas em sua turma no colégio, ao mesmo tempo que desenvolve o dom artístico musical ao piano ou violão, com voz afinada que já exibiu em alguns palcos da cidade, sendo aplau-

O povo e o poder com Marcelo Ramos Repóter do povão

Rádio JK - AM 1.410 (segunda a sábado - 08h às 10h) Ligue e participe:

99981-3086 / www.opovoeopoder.com

rado tracinho inclinado à esquerda em cima da vogal. Mas qual seria a forma correta? Pense comigo: coloquialmente, você diz "cheguei em casa" ou "cheguei na casa"? Provavelmente, você escolheu a primeira opção. Portanto, fica provado que, antes de "casa", deve-se empregar apenas uma preposição, e não uma preposição com um artigo, que é o que acontece no segundo exemplo. Em outras palavras, ao fazer a transposição para a norma culta, o adequado é "cheguei a casa", sem crase. Agora, vamos analisar outro cenário: coloquialmente, você prefere "cheguei em casa da minha mãe" ou “cheguei na casa da minha mãe."?

Agora você deve ter escolhido a segunda oração. Isso ocorre porque agora não se trata de uma casa qualquer; por conseguinte, há a necessidade do emprego do artigo. Então, para a norma culta, o adequado é "cheguei à casa da minha mãe", com crase. Para resumir o assunto, quando a casa não for especificada, não há acento grave; quando for, há! Sem mistérios e com raciocínio, crase é um assunto simples! Basta estudar!

dida com entusiasmo pela plateia, na qual nós de sua família engrossamos o tom das palmas. Naquela ocasião, meu problema era dormir, mas o dela era bater um papo. Ou seja: não havia acordo. Estava caracterizado naquele precioso instante o crime de lesa-sono, com a agravante de que a vítima já estava com incontáveis horas de cochilos atrasados. E se houvesse uma equipe de sete jurados tresnoitados, mesmo assim a ré seria, com certeza, absolvida por mil motivos absolutamente essenciais. Primeiro, porque tinha pouco mais de sete anos, não obstante entendesse de computador e de internet dez vezes mais do que eu. E com seus olhos castanhos, é linda e tem a cabeça ornamentada por um cabelo liso e fino de seda; segundo, porque só queria bater um papinho com o vovô dorminhoco.

- Olha, tu quer ouvir uma música legal que aprendi com minha professora de piano? Não, eu não queria ouvir coisa nenhuma, mas os meus lábios me traíram: Claro que sim, meu amor! Então ouve, tá? Aí, a menina de olhos castanhos movimentou as coradas bochechinhas e começou a cantar uma cançãozinha celestial, num autêntico dialeto de anjo, uma canção que semeava no meu coração uma doce paz, vinda não sei de onde. De, repente, a estafa física sumiu. E como se toda essa felicidade não fosse suficiente, ainda ganhei de lambuja um gostoso beijo molhado de carinho, no final daquela inesquecível canção de amor!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguistica pela Universidade de Brasília (UnB)

Fernando Pinto Jornalista e escritor


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ESPÍRITO

José Matos Como plantar, colherá! O desonesto rico de hoje será o pobre de amanhã. O abusador da saúde de hoje será o doente de amanhã. O corrupto de hoje será o presidiário de amanhã Há um encantamento generalizado em nossa população com a desonestidade. Desonestos, corruptos e estelionatários de todos os tipos consideram-se, simplesmente, “inteligentes”. Ignorantes, desconhecem – ou não se importam – que há um governo oculto do mundo que preside nossas vidas e nossas ações. Nada

escapa ao grande olho de Deus. Questionado por uma pessoa de bem sobre as dificuldades enfrentadas na vida e o aparente bem-estar do vizinho desonesto, Chico Xavier respondeu-lhe: “Que bom que você tá colhendo, e ele ainda tá plantando!”. Vida é plantação e colheita. O desonesto rico de hoje será o pobre de

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Áreas de atuação do nutricionista São apenas seis, de acordo com a Resolução CFN nº 600/2018. Fique ligado! O nutricionista é um profissional de formação generalista, mas que tem diversas possibilidades de atuação em sua área. O artigo primeiro da lei que regulamenta a profissão apresenta

como competência do nutricionista, visto que esse é um profissional da saúde, “zelar pela preservação, promoção e recuperação da saúde”. Desse modo, deve ficar claro que

amanhã. O abusador da saúde de hoje será o doente de amanhã. O corrupto de hoje será o presidiário de amanhã. Somos regidos por quatro leis básicas: Lei de Progresso, Lei de Solidariedade, Lei de Retorno e Lei de Merecimento. Se você pensa em progredir em prejuízo dos seus semelhantes, estará infringindo a Lei de Solidariedade e cairá na Lei de Retorno, que manda devolver a cada um de acordo com suas obras, para reflexão, educação e evolução. Ignorância, erro, arrependimento, expiação, reparação e libertação. Pense no bem, fale do bem, plante o bem que o resto vem. Questionado pelos apóstolos sobre a grande quantia depositada por um fiel no cofre da Sinagoga, Jesus respondeu-lhes: “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino

de Deus”. É muito difícil alguém rico cuja riqueza não venha ou se mantenha pela desonestidade, sonegação de impostos, exploração de trabalhadores e trambicagem de todo tipo. O mal não está no dinheiro em si. O mal está na forma de adquiri-lo e usá-lo. A um jovem rico que queria segui-lo, Jesus recomendou-lhe: “vende teus bens, entrega aos pobres e segue-me”. Ele abaixou a cabeça e retirou-se triste porque era muito rico. O apego aos bens materiais e à má forma de adquiri-los e administrá-los distanciam o homem de Deus. A riqueza que não beneficia – ou prejudica – o semelhante é causa de ruína. A riqueza que beneficia e multiplica-se honestamente é causa de elevação.

o nutricionista não é um profissional que deve visar estética, e sim a saúde de seu cliente ou paciente. Portanto, sua conduta deve ser pautada em evidências cientificas robustas. As áreas de atuação do nutricionista são seis, de acordo com a Resolução CFN Nº 600/2018. Porém, cada área apresenta subáreas de atuação. As seis áreas são: Nutrição em Alimentação Coletiva, Nutrição Clínica, Nutrição em Esportes e Exercício Físico, Nutrição em Saúde Coletiva, Nutrição na Cadeia de Produção, Indústria e Comércio de Alimentos, e Nutrição no Ensino, na Pesquisa e na Extensão. Não existe “Nutricoaching”, “Nutricionista ortomolecular”, “Nutricio-

nista anti-anging”, ou qualquer coisa similar a isso. O que é diferente, por exemplo, se você conhecer um nutricionista clínico ou esportivo que tem uma visão funcional. Ele não é nutricionista funcional, percebe? Ele tem atuação ou na nutrição clínica ou esportiva e tem uma abordagem dentro da nutrição funcional. Esses títulos são usados de forma equivocada por alguns profissionais a fim de impressionar seus clientes. Fique atento!

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutriocionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)

BARBEARIA GOURMET DE SEGUNDA A SÁBADO - 9H ÀS 20H SHVP RUA 12 - CH. 312 LOTE 21

3526.1007


Brasília Capital n Literatura n 16 n Brasília, 9 a 15 de fevereiro de 2019 - bsbcapital.com.br

Sancho e a Rainha - Capítulo VII - FIM Mario Pontes (*) Tentou convencer Dorotéia de que aquilo que lhe parecia um caso não passava de um encontro mediado pela música. – Curioso – me diria mais tarde. – A gente tenta misturar a água com o azeite, abominar o exclusivismo da mulher, mas não poder viver sem ela. Dorotéia, porém, mostrou que podia viver sem ele. Convencida de que Sancho andava a chifrá-la com a musicóloga, expulsou-o de casa, vendeu a loja, deu-lhe algum dinheiro e finalmente entregou-lhe o carrinho. Sancho torrou tudo em viagens para lugares dos quais não gostava nada de nada. – A falta dela – disse – fez de mim um judeu errante. A certa altura ela morreu, eu morri, mas agora parece que estamos ressuscitando. Voltávamos para a Capi-

tal. A certa altura Sancho soltou a voz de barítono, queimada por milhares de uísques e outras aguardentes menos qualificadas: – La donna è mobile... – E o que pra dizer do uomo? Respondeu-me com uma gargalhada, que o fez descuidar-se do volante e por pouco não nos lançar pra fora da estrada. Depois da semana santa passou a frequentar cada vez menos a redação. Gastava o tempo todo naquela praia, cuidando da saúde dos pescadores e dos seus filhos raquíticos e chagados. Recebeu quarenta e um votos para deputado estadual... Dias depois reapareceu no jornal pra despedir-se “dos bons camaradas”, entre os quais incluiu o gerente que, na sua ausência, tinha voltado a nos deixar à mercê do agiota. – E agora, para onde você

vai? – Brasília – respondeu. Aprovei: – Você é uma típica criatura de fronteira. – E acrescentei, mas somente para os meus botões: – Um faroeste é o lugar ideal pra você esquecer suas derrotas. Mas, como se tivesse adivinhado meu pensamento, ele disse em meio a uma das suas potentes gargalhadas: – A minha ilha está lá. É lá que eu vou governar. Adeus! Dias depois de sua partida o jornal contratou um novo repórter e eu cuidei de limpar as gavetas da mesa que fora ocupada por ele. Tudo que encontrei foi uma pasta com folhas de papel envelhecidas ou envelhecendo. Uma deslizou, caiu no chão e quando a apanhei veio desdobrada. Estava coberta de palavras escritas com uma caligrafia que, embora vigorosa, não podia omitir a pas-

sagem da dona por um colégio de freira. Dizia: “Acabei de rasgar sua carta. Será que depois de tanto tempo de separação você ainda acha que pode entrar de novo em minha vida? Nunca me esqueci da noite em que encontrei você com aquela coisa magrela saindo do teatro. Não posso esquecer do seu cinismo, me apresentando, esta é Vicenzia, minha esposa. Esta é Lúcia, jornalista. E ela, a sirigaita, é sempre um grande prazer encontrar alguém que entenda de música como o nosso Vicente. Nosso Vicente! Nosso! Que descarada!...” Não soube dele nos meses e anos que se seguiram, os do final da construção da cidade, das crises políticas e dos militares no poder. De repente, como um soco no estômago, o telegrama de Vicenzia anunciando sua morte. Após um minuto de conversa comigo ela teve de

voltar ao seu posto, a fim de atender a nova leva de associados. Esperei-a por quase meia hora, fingindo ler um jornal em cujas páginas só cabiam notícias oficiais. Eu observava os movimentos dela atrás do balcão, e atrás dela as caixas de remédios enfileiradas nas prateleiras. Lembrei-me daquela noite na enseada e me perguntei se, pelo menos por algum tempo, eles tinham sido realmente felizes em São Paulo. Quando o último cliente foi embora ela deu a volta ao balcão e veio sentar-se de novo ao meu lado. – Pois é – disse compungida. – O nosso Sancho... O nosso! pensei. Agora ele é nosso. Obra da Morte... que grande descarada!

(*) Ex-editor do Caderno Livro, do Jornal do Brasil, ficcionista e tradutor de obras de ficção e ensaio. Mora no Rio.


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