ANTÔNIO SABINO/BSB CAPITAL
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Ano VIII - 416
Brasília, 8 a 14 de junho de 2019
REPRODUÇÃO INTERNET
Taguatinga faz 61 anos e festa é dos camelôs Na quarta-feira (5), nada lembrava a data festiva. No centro da cidade, comércio ilegal manteve sua rotina (foto). Página 6
As maldades da Reforma da Previdência Pobres contribuirão com 90% da economia de R$ 1,2 trilhão que Bolsonaro quer fazer em dez anos Página 2
Arranca-rabo entre Ibaneis Rocha e Paula Belmonte
Inveja O pecado capital de Caiado
À frente de um estado falido, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, cresce o olho sobre os recursos do Fundo Constitucional do DF. Ele usa o deputado José Nelto, seu aliado, para tentar dar uma garfada de R$ 2,8 bilhões nos recursos de Brasília. - Página 3 e Chico Sant’Anna - Páginas 4 e 5
Aliados saem em defesa da deputada, chamada de dondoca pelo governador durante evento no Memorial JK Pelaí - Página 3
GDF quer acabar com pecúnias de servidores Secretário André Clemente diz que Buriti vai propor à CLDF extinção das licençasprêmio pagas em dinheiro Pelaí - Página 3
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Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707
As maldades da reforma da Previdência J. B. Pontes (*) Tentamos sintetizar os principais pontos das mudanças da aposentadoria, conforme a proposta do governo. Porém, muitos detalhes não podem ser explicitados numa planilha como a do quadro abaixo. Evidente, também, que vários pontos poderão ser alterados na apreciação da PEC 6/2019
pelo Congresso Nacional. Tudo vai depender da reação da sociedade... Mas isso não é a maior das maldades contra os pobres, que contribuirão com mais de 90% dos impactos positivos da PEC para as contas públicas (R$ 1 trilhão, em 10 anos, como apregoa o governo). A maldade maior é a proposta do regime alternativo de capitalização (leia artigo
publicado na edição anterior), que implicará fatalmente na extinção (ou destruição) da Previdência Social pública no Brasil, no curto/médio prazo. E isso só interessa aos empregadores e às instituições financeiras (bancos). E aí? Vale a pena ir às ruas no dia 14 de junho para protestar? Ou essa proposta governamental está boa pra você?
de contribuição dos empregadores. É preciso esclarecer corretamente a sociedade o que de fato está querendo o governo, em conluio com a grande mídia, bancos, empresários: aprovar o regime alternativo de capitalização, que decretará o fim da previdência social pública. A propaganda e o debate que o governo faz omitem deliberadamente esse detalhe, que é o fundamental da PEC. Vejam o que diz os dispositivos da PEC 6/2019: “Art. 201-A. Lei complementar de iniciativa do Poder Executivo federal instituirá novo regime de previdência social, organizado com base em sistema de capitalização, na modalidade de contribuição definida, de caráter obrigatório para quem aderir, com a previsão de con-
ta vinculada para cada trabalhador e de constituição de reserva individual para o pagamento do benefício, admitida capitalização nocional, vedada qualquer forma de uso compulsório dos recursos por parte de ente federativo.” (NR) “Art. 40. ...................................... § 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão para o regime próprio de previdência social o sistema obrigatório de capitalização individual previsto no art. 201-A, no prazo e nos termos que vierem a ser estabelecidos na lei complementar federal de que trata o referido artigo.”
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Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).
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Governo engana a sociedade Preste atenção: a aprovação do regime alternativo de capitalização, que está na PEC da Previdência (6/2019), vai acabar com a previdência social pública, solidária e participativa (o atual regime de repartição). Isso está sendo camuflado pelo governo, que jamais fala sobre o regime de capitalização nas suas propagandas. Estão gastando milhões de reais para enganar o povo brasileiro. Se a reforma for aprovada como está, o regime de capitalização será predominante no curto/médio prazo. Nele só os empregados contribuem. A PEC não prevê a obrigatoriedade
(*) Consultor legislativo aposentado e advogado
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MEIO AMBIENTE - O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, que cuida de todas as unidades federais de conservação, vai sofrer cortes em suas bases regionais, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Hoje, o ICMBio está apoiado em 11 coordenações regionais e em Brasília. O objetivo do governo é eliminar seis coordenações. Cabe lembrar que essas coordenações não são apenas escritórios burocráticos. Cada uma delas vai a campo cuidar das 335 unidades de conservação, que abrangem 9,1% do território nacional e 24,4% da faixa marinha do Brasil.
VISÃO DO BRASÍLIA CAPITAL
INVEJA E COBIÇA Há poucos dias, Brasília padeceu sob o jugo do Tribunal de Contas da União, que determinou a devolução ao governo federal de valores relativos à contribuição previdenciária de servidores da Segurança Pública da Capital da República (pagos com recursos do Fundo Constitucional do DF). Restituído de forma retroativa, esse montante chegaria a R$ 10 bilhões. O GDF recorreu e, pelo menos por ora, está desobrigado de fazer tal pagamento. Preventivamente, porém, congelou investimentos e salários de servidores locais, em prejuízo à economia local. Mal se restabeleceu do susto, o contribuinte brasiliense passa a conviver com a notícia de que forças políticas de outras unidades federativas se organizam para tentar retirar partes do FCDF. A ação mais contundente é capitaneada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, usando como flecha o deputado federal José Nelto (Pode-GO), seu aliado. Querem dar uma garfata em 20% do Fundo (R$ 2,8 bi). O que se questiona é se esses políticos não compreendem a importância da Capital. Por que não buscam alternativas para aumentar a arrecadação em seus estados, em vez de, como corvos, mirarem dia e noite naquilo que, por direito, é de Brasília. Serão eles movidos tão somente por sentimentos, como a inveja e a cobiça?
GDF quer acabar com pecúnias de servidores O secretário de Fazenda, André Clemente, defendeu, quinta-feira (4), a privatização de empresas estatais do GDF e à revisão do Regime Único dos servidores públicos, que acabaria com o pagamento de pecúnias de licenças-prêmio não gozadas pelo funcionalismo local. “Hoje, devemos R$ 500 milhões em pecúnias. Esse valor poderia estar sendo investido na educação”, exemplificou. Ele pretende enviar um projeto lei à Câmara Legislativa para extinguir o pagamento das licenças em dinheiro. Somente o Acre e o DF mantêm esse benefício.
Arranca-rabo entre Ibaneis e Belmonte
PRECATÓRIOS - Acordo assinado sexta-feira (7) pelo governador Ibaneis Rocha com o Tribunal de Justiça do DF prevê o pagamento de R$ 500 milhões de precatórios devidos pelo GDF e a quitação da dívida no valor mínimo mensal de 1,5% da Receita Corrente Líquida (RCL). Precatórios são requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário e servem para cobrar do governo a quitação de valores devidos após condenação judicial. Todos os precatórios serão pagos pelo GDF em processos transitados em julgado, avaliados pelo TJDFT.
Adeus ao criador de Águas Claras DIVULGAÇÃO
Brasília se despediu, terça-feira (4), do arquiteto e urbanista Paulo Zimbres (foto), o idealizador de Águas Claras. Ele era professor aposentado da UnB e também foi o responsável pelos projetos do Jardins Mangueiral, em São Sebastião, e Noroeste, no Plano Piloto. VIOLAÇÃO - Zimbres sempre lembrava que o projeto original de Águas Claras previa prédios com até 12 andares. Hoje, existem mais de 600 edifícios, alguns com mais de 30 andares. A cidade, que deveria abrigar no máximo
TRUCULENTO - Os deputados distritais Leandro Grass (Rede) e Júlia Lucy (Novo) usaram a tribuna da CLDF para criticar a reação de Ibaneis. “Tratamento truculento, de pouca cortesia”, disse Grass. PESAR - Julia Lucy, que presenciou o episódio no Memorial JK, fez uma “nota de pesar” pelo comportamento do governador. “Paula Belmonte apenas reivindicou o espaço de fala”, atestou. INACEITÁVEL - Na Câmara Federal, coube ao líder do Cidadania, Daniel Coelho (PE) e ao deputado Zacharias Calil (DEM-GO) defender a colega. “A atitude de Ibaneis é inaceitável”, disse Coelho.
Legado: Zimbres projetou 3 núcleos habitacionais
100 mil pessoas, já tem 160 mil habitantes, segundo a Codeplan.
Regulamentação das patinetes elétricas O governador Ibaneis Rocha encaminhou à Câmara Legislativa projeto que insere as patinetes e bicicletas elétricas e scooters na lei que delimita a política de mobilidade urbana cicloviária do DF. Com isso, a Secretaria
Uma ríspida discussão entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a deputada Paula Belmonte (Cidadania), na sexta-feira (31/5), repercutiu durante toda a semana. Chamada de dondoca entre outros adjetivos, a parlamentar ganhou a solidariedade de vários aliados.
de Transporte e Mobilidade poderá estabelecer diretrizes para a utilização desse tipo de veículo. A lei atual prevê a possibilidade de regulamentação apenas do transporte coletivo e de veículos não motorizados.
BANDEIRA BRANCA - Uma semana depois, no encerramento da mesma Quarta Semana do Bebê,, no gramado do Congresso Nacional, Ibaneis levantou a bandeira da paz: enviou uma representante da primeira-dama Maiara Noronha ao evento proposto por Paula Belmonte. ALÍVIO - O armistício foi aplaudido por outros parlamentares da bancada do DF. Entre eles, os senadores Izalci Lucas (PSDB) e Leila Barros (PSB).
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Brasília
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Por Chico Sant’Anna
Goiás está de olho na É DIVULGAÇÃO
bom o governador Ibaneis Rocha (MDB) abrir o olho com seus vizinhos goianos. Enquanto o Distrito Federal tenta levar para o Entorno o Trem Regional, ligando Luziânia ao Plano Piloto, parlamentares goianos, próximos ao governador Ronaldo Caiado (DEM), querem mesmo é ver o carro-forte levando recursos de Brasília para Goiás e Minas Gerais.E não vão ficar só na retórica. Já tomaram a iniciativa para dar uma garfada no Fundo Constitucional do DF, que neste ano deve representar um repasse da União à Capital da República de R$ 14,3 bilhões. Pela legislação atual, a verba deve ser investida exclusivamente na Segurança Pública, Saúde e Educação de Brasília. O deputado José Nelto (Pode-GO), líder do partido que apoiou a candidatura de Caiado, apresentou projeto de lei complementar na Câmara que autoriza o uso de verbas do FCDF para a “assistência financeira para execução de serviços públicos de Segurança, Saúde e Educação” em 19 municípios goianos e dois mineiros. Dessa forma, parte dos recursos hoje destinados a manter áreas vitais do serviço público na Capital iria para o Entorno.
Muy amigos: após tomarem posse, Ibaneis e Caiado passaram a se desentender: ambos sonham com o Planalto
Combate à desigualdade: cortina de fumaça A proposta não define quantitativos, nem limites percentuais. Ela aguarda parecer do relator na Comissão de Desenvolvimento Urbano. Antes de ser votada em Plenário, terá que ser apreciada pelas comissões de Finanças e Tributação e a de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em sua justificativa, o parlamentar goiano usa uma espécie de cortina de fumaça de combate à desigualdade para respaldar sua proposição . “Há poucos exemplos
mais claros das gritantes desigualdades regionais brasileiras que o contraste entre o DF e os municípios goianos e mineiros do Entorno. De um lado, a pujança e a fartura da unidade da Federação com a mais alta renda per capita do País. De outro, uma população pobre, carente dos serviços básicos de segurança pública, saúde e educação. Nossa iniciativa busca oferecer uma alternativa para que se reduza essa chaga aberta no coração do Brasil”.
Uma garfada no Fundo
Oficialmente, o Projeto de Lei Complementar nº 3/2019 autoriza o governo federal a criar a Região de Desenvolvimento Econômico e Social do Entorno (REDES-DF), mas, na prática, dá uma garfada no Fundo Constitucional do DF. A REDES seria constituída pelo agrupamento dos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho, Corumbá, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaiso e Vila Boa, todos no estado de Goiás, e Unaí e Buritis, de Minas Gerais. O objetivo seria “promover o planejamento regional e desenvolver políticas de educação, saúde e segurança pública”. Essas políticas seriam financiadas pelo Fundo Constitucional do DF e coordenadas por um conselho administrativo do qual, segundo o projeto de lei, o GDF não faria parte. Não há qualquer obrigatoriedade de repasse de verbas de Goiás e de Minas, nem mesmo dos municípios envolvidos. Obrigatoriedade só do FCDF.
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a grana do DF JÚLIO PONTES/BSB CAPITAL
Érika Kokay: retirada de verba deixará a população ainda mais desassistida
Proposta absurda O que para o deputado José Nelto é “um passo decisivo para o resgate da dignidade de nossos compatriotas habitantes dessa Região”, para a deputada Erika Kokay (PT-DF) é “uma
proposta absurda”. Segundo ela, a retirada de uma parcela de verba pode desestruturar os serviços de Saúde, Educação e Segurança de Brasília, que são igualmente utilizados pelos
moradores do Entorno. “Retirar recursos que já são insuficientes vai fragilizar, por exemplo, a atenção em saúde de nível terciário, mas especializada. E a verba retirada daqui dificilmente vai viabilizar a instalação nos municípios do Entorno de um serviço com complexidade equivalente. A população ficaria ainda mais desassistida”, diz ela. Kokay, que pretende trabalhar pela rejeição total do projeto de lei, considerou, ainda, inaceitável a criação de um conselho que vai administrar recursos retirados de Brasília sem a participação da Capital Federal. Quem também se declarou “radicalmente contrário” à ideia foi o senador Reguffe (sem partido). “O dinheiro do FCDF é para ser gasto no DF”, reforça ele.
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Polarização: pior para a população A polarização entre Ibaneis e Caiado é mais do que visível. Não há sintonia entre os dois, que sonham com o Planalto. Caiado vê com muitas suspeições as ações que Ibaneis busca implementar na região. Na recente viagem técnica na linha férrea entre Brasília e Goiás, o governador goiano ligou aborrecido ao chefe do Executivo candango e, segundo o portal Metrópo-
les, foi possível ouvir impropérios de lado a lado. Caiado já havia bombardeado a Medida Provisória de criação da Região Metropolitana do DF. Essa MP foi solicitada por Ibaneis, antes mesmo de tomar posse, e editada por Michel Temer. Caducou no Congresso Nacional diante da resistência de Caiado. O goiano queria que o DF transferisse para Goiás uma parcela de
20% do Fundo Constitucional, o que daria cerca de R$ 2,8 bilhões neste ano. Dessa forma, os moradores do Entorno podem colocar a barba de molho: o desenvolvimento econômico e social da região, em especial dos municípios goianos, vai enfrentar mais dificuldades do que as já existentes, graças à falta de parceria entre os dois governadores.
* EXCETO FERIADO, SÁBADO E DOMINGO, VALORES SUJEITOS A ALTERAÇÃO
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A defesa do SUS está no nosso DNA Por iniciativa da deputada distrital Arlete Sampaio, a Câmara Legislativa realizou uma sessão solene, na última quinta-feira, em homenagem aos 40 anos do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF). A história do SindMédico-DF se confunde com a história da cidade, como lembrado pelo presidente fundador do SindMédico-DF, Dr. Carlos Saraiva e Saraiva. Junto a outros sindicatos já existentes na época, o dos médicos exercia o papel de caixa de ressonância das vozes da sociedade civil organizada, antes mesmo da existência da Câmara Legislativa. Esses sindicatos participaram do processo de emancipação e da estruturação política do DF na época da redemocratização. Os tempos são outros, mudaram as demandas e os anseios das categorias profissionais e da população não se concentram necessariamente no mesmo campo político das décadas passadas. Não se perdem os méritos da história, mas eles também não se constituem em amarras às instituições. Em 40 anos, ainda hoje depara-
mos com questionamentos sobre a atuação do sindicato diante dos problemas da saúde pública do DF. O vínculo do SindMédico com a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), é anterior à própria existência do sistema – os fundadores da entidade tiveram participação ativa na luta pela criação do SUS e o sindicato nunca se afastou da defesa dele. Mesmo quando ex-dirigentes passaram a exercer cargos de gestão, naturalmente, passaram a ser cobrados pelos que assumiram a comando da luta sindical. A defesa do SUS e as denúncias contra o desmonte do serviço público de saúde no Distrito Federal não visam ao confronto ideológico com governador A, B ou C, do partido de direita, de esquerda ou de centro. Visam à garantia de serviço público de saúde ao conjunto da população, independentemente da situação socioeconômica de cada indivíduo, e à garantia de condições de trabalho e segurança jurídica para o exercício da atividade médica. Quando o sindicato publica por meios próprios ou divulga à imprensa
Taguatinga 61 anos: Festa de camelôs e ambulantes Taguatinga completou 61 anos na quarta-feira (5). Mas praticamente nada na cidade lembrava a data. Pela manhã, enquanto a Administração Regional realizava uma esvaziada solenidade comemorativa ao Dia do Meio Ambiente, transcorrido na mesma data, a reportagem do Brasília Capital percorreu as ruas em volta da Praça do Relógio. A presença de ambulantes e camelôs era a mesma de sempre, assim como a ausência de fiscalização. Perto da parada de ônibus da C-6, vendedores de churrasquinho, churros e utensílios domésticos disputavam espaço com os passageiros que chegavam
ou tentavam embarcar. Na C-7, barracas na calçada expunham roupas e utilidades. No centro da Praça do Relógio, vendiam-se roupas, flores artificiais, perfumes e cosméticos. Na C-8, ambulantes ofereciam pentes, agulhas, sombrinhas, escova de cabelo, coadores de café e celulares de procedência duvidosa. Na C-9, a moça anunciava marmita a R$ 6 e o rapaz anunciava atestados médicos admissionais, demissionais e periódicos. Na C-12, roupas penduradas em cabides e manequins e muita mercadoria nos porta-malas dos carros para facilitar a fuga da Fiscalização. Pobre Taguatinga!
os problemas existentes em uma e outra unidade de saúde ou na estrutura da gestão da Saúde não é para constranger gestores ou governos. É porque, infelizmente, os problemas da Saúde só recebem a devida atenção quando se tornam de conhecimento geral e os governos se vêm pressionados pela opinião pública. E só com a correção das falhas administrativas (como falta de abastecimento de medicamentos e materiais e falta de manutenção de equipamentos e insuficiência de servidores para atender à demanda populacional) que se criam as condições para melhor atender à população. A melhora na oferta da assistência à saúde da população interessa aos profissionais, sindicatos, conselhos profissionais e outras instituições de classe tanto porque é uma questão de humanidade e cidadania quanto porque cria o cenário adequado para o melhor desempenho da atividade médica e para uma possível e desejada realização profissional. São objetivos convergentes. Evidentemente, essa atuação tem
Dr. Gutemberg, presidente do Sindicato dos Médicos do DF e advogado
incomodado sucessivos governantes, especialmente nos momentos em que escolhem usar os servidores públicos como bodes expiatórios para desviar para eles o peso da cobrança popular – como se não bastasse a pressão na ponta do atendimento das unidades de saúde. Condições dignas de trabalho são indispensáveis para a prestação adequada de serviços à população e vamos continuar democraticamente perseguindo esses objetivos. Está no nosso DNA.
FOTOS: ANTÔNIO SABINO/BSB CAPITAL
Praça do Relógio: principal cartão postal da cidade está tomado por tendas e ambulantes
Nas calçadas das quadras centrais, camelôs fazem concorrência desleal com os lojistas
Brasília Capital n Geral n 7 n Brasília, 8 a 14 de junho de 2019 - bsbcapital.com.br
ESPÍRITO
José Matos Aprenda com os vencedores “O outro não é um competidor, mas uma existência complementária que lhe torna mais rico” Pessoas pessimistas, derrotadas, costumam atribuir o sucesso dos vencedores à sorte. É uma maneira de se desculparem e se justificarem pela incapacidade de lutar para atingir seus objetivos. Em muitos casos, repetem a conduta derrotista dos pais. Sem consciência das causas que os derrotam, nada muda, e esse esta-
do continuará nos filhos, netos, etc. É preciso interromper a escalada do fracasso, tratando-se ou conhecendo a vida dos vencedores, para lembrarem-se de suas possibilidades. Ninguém é vencedor por acaso. Como dizia Einstein: é 99% de transpiração e 1% de inspiração. Os vencedores sacrificaram fins de semana,
NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Dieta obesogênica mata mais que cigarro Estudo de universidade americana mostra que 11 milhões de pessoas morreram devido à má alimentação Estudo recente realizado pelo Instituto de Medição e Avaliação de Saúde da Universidade de
Washington (Health Metrics and Evaluation) mostrou que a má alimentação parece causar mais mor-
feriados, e até a convivência com a família para chegar onde chegaram. Em matéria de concursos e vestibulares chega-se a estudar até 12h por dia. Atletas treinam diariamente de maneira exaustiva. E o que dizer dos médicos? Plantões, residências, especializações, atualizações. Se você não quiser empenhar-se para atingir seus objetivos, supondo-se que façam parte de sua programação existencial, o seu futuro poderá ser de depressão desagradável, porque a felicidade depende da execução da sua programação. Como saber se estamos certos? Mestre Emmanuel, respondeu: “faça bem feito suas pequenas tarefas, e certamente será convocado para as grandes”. Viva com disposição, mas esteja atento a duas atitudes: empenho suficiente e colaboração com o próximo. Isto lhe dará o magnetismo ideal
para você atrair pessoas e situações necessários ao seu sucesso. “Sem cooperação a máquina da vida não funciona”. Sem empenho suficiente a sorte não vem. “Sorte é quando a preparação encontra a oportunidade”. Siga com Jesus: “o que você quiser receber faça-o ao próximo”. A vida existe em cooperação. O outro não é um competidor, mas uma existência complementária que lhe torna mais rico, ensinou Osho. Cada pessoa que aparecer na sua vida será um professor. Aprenda com seus exemplos até a não ser como elas são, mas não se compare. Você é único e veio à Terra com uma tarefa única de maneira única. Sem comparação não há inveja. Sem inveja, felicidade!
tes do que o cigarro e a pressão alta (hipertensão arterial). Basicamente, a má alimentação é caracterizada por um padrão dietético ocidental, rico em gorduras saturadas e transgênicas, rico em açúcares de adição e pobre em fibras. Este conjunto de fatores caracteriza uma dieta obesogênica. Frutas, hortaliças e cereais integrais estão entre os grupos de alimentos com baixo consumo nessa população. Tal padrão dietético é responsável por uma em cada cinco mortes no mundo. segundo o estudo da Health Metrics and Evaluation. O trabalho mostra, ainda, que os maus hábitos alimentares foram responsáveis por quase 11 milhões
de mortes. Isto equivale a 22% do total de óbitos entre adultos em 2017, vítimas de complicações cardíacas, seguido de cânceres e diabetes. Em comparação, o tabaco foi associado a 8 milhões de mortes, enquanto os óbitos relacionados à alta pressão arterial chegaram à marca dos 10,4 milhões. Podemos concluir, portanto, que é fundamental evitar o vício do tabaco e os males da hipertensão. Mas é imprescindível alimentar-se bem!
José Matos Professor e palestrante
Caroline Romeiro Nutriocionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)
É É DEDICAÇÃO. TODO É MELHORIA. DIA. É TRABALHO.
PROGRAMA GDF 3 MIL NOVOS PROFISSIONAIS PRESENTE Mais eficiência nas soluções NA SAÚDE de problemas e agilidade nas ações de tapa-buraco, limpeza de ruas e retirada de entulhos em todas as regiões. O programa conta com sete Unidades de Planejamento Territorial (UPT) em parceria com a Novacap.
3 mil profissionais serão contratados, por meio de processo seletivo, para atuar no Instituto Hospital de Base de Brasília (IHBDF), no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
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MAIS ILUMINAÇÃO E SEGURANÇA NAS ESTRADAS 1.351 luminárias de LED foram instaladas na EPTG e EPIG. Isso significa mais segurança para os pedestres e motoristas, e mais economia com manutenção e consumo de energia.
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EPTG –
MAIS MOBILIDADE
EPTG - MAIS MOBILIDADE Desde 18 de março, o fluxo das faixas exclusivas para ônibus foi invertido na EPTG. A operação está diminuindo o tempo de viagem dos ônibus e aumentando em 20% a fluidez do trânsito, nos dias úteis, das 6h às 9h e das 17h30 às 19h45.