Jornal Brasília Capital 374

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Para fazer a diferença Candidato do PPS a deputado distrital tem compromisso com o desenvolvimento econômico e a justiça social Páginas 8 e 9

Ano VIII - 374

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

JÚLIO PONTES

Entrevista Rafael Vasconcellos

Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018

Milionários insaciáveis Dezesseis donos de postos de combustíveis, seis funcionários e seis representantes de distribuidoras foram denunciados pelo Ministério Público do DF e Territórios por crimes contra a ordem econômica e organização criminosa. Eles formavam o Cartel dos Combustíveis que agiu durante décadas na cidade e tiveram mais de R$ 800 milhões bloqueados pela Justiça. Página 5

Pinga-fogo com Eduardo Brandão

Lula levará multidão ao TSE

Justiça e MP tiram poder do Legislativo

Presidente do PV-DF será o vice de Rollemberg

Registro da candidatura, dia 15, atrairá 30 mil militantes e simpatizantes a Brasília

Deputados e vereadores estão desacreditados de sua capacidade de resolutividade

Pelaí - Página 3

Página 4

Chico Sant’Anna - Páginas 10 e 11


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

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ARTIGO

x p e d i e n t e

Crônica nada justa da minha profissão! Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte Thiago Oliveira artefinal.mapadamidia@gmail.com (61) 9 9117-4707 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). C-8 LOTE 27 SALA 4B, TAGUATINGA-DF - CEP 72010-080 - Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com - www.bsbcapital.com.br - www. brasiliacapital.net.br

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empre que alguém me pergunta se não tenho medo de ser policial militar respondo quase que instintivamente: não. Porque realmente não tenho. Fui treinada para não ter e nem paro pra pensar se teria, ou só complicaria o que pra mim já está resolvido. Mas, muitos vezes fico extremamente triste e abalada mesmo com a profissão que amo e escolhi por vocação. Diariamente vejo informações serem distorcidas a bel prazer e um trabalho de vida sendo colocado em xeque por puro ego ou falta de educação/conhecimento de muitos. No sábado, fomos encurralados pela população da Estrutural. Nos atiraram pedras, xingaram e fizeram com que eu tivesse vergonha de me arriscar por aquelas pessoas. Vergonha e até arrependimento. Nos filmavam como se nós fôssemos bandidos, quando fomos atender a duas ocorrências na mesma quadra, uma de dois suspeitos armados e outra de vias de fato. Quando avistamos os suspeitos, os abordamos, e, para nossa infelicidade havia um cadeirante entre eles. Ele que havia ficado nestas condições após ser alvejado por tiros

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nFernando Pinto Caro Fernando Pinto, quero conhecer melhor as propostas do candidato. Quando tiver um encontro com ele, me convide! Depois, tomaremos aquela cerveja preta que tanto apreciamos. Abraço. Fernandi Braga, via bsbcapital.com.br Não podemos julgar um pelos outros, e sim olhar para

Fomos humilhados pela população que todos os dias nos aciona dezenas de vezes.

Alane Moraes (*)

uma nova política. Renovação é o que precisamos e creio que esse será uma ótima escolha. Juarez Pereira, via bsbcapital.com.br Lula e muitos outros também fizeram isso, foram eleitos e observe o que fizeram com o país. A política brasileira está falida e, como um navio seriamente avariado, cedo ou tarde inevitavelmente afundara em uma situação de

por um desafeto. A mãe do cadeirante deu um péssimo exemplo e invadiu a abordagem. Mãe, eu sei que você age instintivamente, mas não dê esse exemplo ruim. Não desqualifique outra autoridade para preservar seu filho. Faça com que ele a respeite. Fique de longe a observar. Se algo estiver errado, identifique-se e, aí sim, questione. Mas não invada. Ao invadir você mostra para o seu filho que haja o que houver, ele certo ou errado, você brigará por ele. Isso o encoraja a agir mesmo errado achando que a senhora o apoiará, o fará acreditar que a polícia está errada, quando não está. Ele será o senhor da razão e sabe quem vai sofrer: a senhora, pois terá um filho que não sabe respeitar as regras e limites que a vida em sociedade impõe. Resumindo, a mãe e o filho jun-

tos agrediram duas policiais militares por estarem ali abordando suspeitos. A população se virou contra nós, porque, segundo a crença deles um cadeirante não pode ser abordado e a mãe pode atrapalhar o trabalho da polícia. É como se a abordagem fosse uma afronta e nós os inimigos. Uma total inversão de valores. É colocar a população contra a polícia. Que situação triste! Resumindo: os suspeitos armados assistiram a cena de camarote. Não retiramos duas armas das ruas da Estrutural e fomos humilhados pela população que todos os dias nos aciona dezenas de vezes. Quando forem vítimas novamente encurralem os bandidos como nos encurralaram. Filmem-os, joguem pedras e tocos de madeira como fizeram conosco e, por favor, não nos acionem. Porque de segurança vocês parecem entender. e muito! Mais tarde voltamos ao local com reforços e os suspeitos já não estavam. Mais tarde, por ali, mais uma troca de tiros entre bandidos. Segue o baile dessa nada justa profissão!

(*) Soldado da Polícia Militar em desabafo publicado no Facebook

a r t a s

miséria. Tiago Soares Duarte, via bsbcapital.com.br Sobre crônica de Fernando Pinto, que apresentou o advogado Cláudio Sampaio como pré-candidato a deputado distrital. nPaula Belmonte Todos vão ter o mesmo discurso. Temos que olhar com quem anda. Maquiavel já di-

zia: “diga ao povo o que ele quer ouvir”. Maria da Consolação Toledo, via Facebook Só de ser um nome novo no cenário político, é bom acompanhar. Caso confiem a ela esse cargo, é fiscalizar e cobrar. Valdelina Soares Neves, via Facebook Não a conheço, mas se for pra tirar políticos que se perpetuam no cargo sem nunca terem feito nada, eu estou

dentro. Celio Viana, via Facebook Só temos que tomar cuidado com as promessas de campanha, pois serão muitas para apenas quatro anos! Luciano Morais, via Facebook Sobre nota no Pelaí mostrando que a candidatura de Paula Belmonte a deputada federal incomoda velhas raposas da política do DF.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

AMBULANTES – A lei 6.190/2018, de autoria do deputado Wellington Luiz (MDB), que regulamenta a profissão de ambulantes no Distrito Federal, foi publicada no Diário Oficial na quinta-feira (2). O texto trata da atividade de comércio, prestação de serviços ambulantes nas vias, estacionamentos e logradouros públicos. A norma também define regras de higiene para comercialização de comidas e a obrigatoriedade do ambulante se regularizar e se cadastrar como Microempreendedor Individual (MEI).

Cristrovam: não sou

omisso Ao ter seu nome confirmado pela convenção do PPS, sexta-feira (3), como candidato à reeleição, Cristovam Buarque lembrou que foi o parlamentar que mais aprovou leis desde a redemocratização do país. “Eu estaria sendo omisso se não me colocasse à disposição de Brasília e do Brasil nesses próximos quatro anos. Teremos, no Palácio do Planalto, um presidente legitimado pelos votos e caberá a ele a condução do país para a retomada do desenvolvimento, ou para o caos”, disse.

EXEMPLO - Em relação ao DF, o se-

RACHA - Depois da desistência de Jofran Frejat (PR) de concorrer ao Buriti, passaram a ser quatro candidaturas no espectro dos aliados do ex-governador Joaquim Roriz:

Cristovam e o presidente do PPS-DF, Chico Andrade

nador acredita na possibilidade de os brasilienses “terem de volta uma gestão responsável e uma administração pública que já fez de Brasília exemplo para todo o país”. E completou: “É preciso cuidar do país e das pessoas. Temos que pacificar o país e a nossa cidade”, afirmou.

Eliana Pedrosa (Pros), Rogério Rosso (PSD), Ibaneis Rocha (MDB) e Alberto Fraga (DEM). REJEIÇÃO - Enquanto isso, a esquerda e centro-esquerda, onde gravitam o PT e o PSB, tem concorrentes de menor potencial de votos. Diante desse cenário, Rollemberg, mesmo com altos índices de rejeição, passa a reunir reais possibilidades de disputar o segundo turno. O mesmo ocorre com o PT, que lançou o economista Julio Miragaya.

MPF mantém inelegibilidade A defesa de José Roberto Arruda solicitou a suspensão da inelegibilidade do ex-governador até a conclusão da perícia dos equipamentos utilizados nas gravações

JÚLIO PONTES

FÁBIO LINO

PT e Rollemberg otimistas É verdade que até 15 de agosto tudo pode mudar. Mas, pelo cenário do final da semana passada, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o PT têm motivos para estarem otimistas com suas possibilidades de chegar ao segundo turno das eleições de outubro.

Pinga-fogo

produzidas pelo delador da Caixa de Pandora, Durval Barbosa. Para o Ministério Público Federal o pedido fere o direito processual e não deve sequer ser analisado pelo STJ.

Rollemberg com Eduardo Brandão: fidelidade ao PSB garante a vaga de vice-governador ao PV

Seis perguntas para Eduardo Brandão Por que apoiar a reeleição de Rodrigo Rollemberg, mesmo com altos índices de rejeição? – Os índices de rejeição têm baixado muito. A população começou a ver com mais clareza o trabalho que tem sido feito pelo governador, em especial o respeito da gestão dele pelo dinheiro público. Precisamos analisar que o índice de rejeição não é uma exclusividade do Rodrigo. Ele diz muito mais respeito à classe política, de forma geral, em decorrência das operações deflagradas nos últimos dois anos. Apoiamos desde o início o projeto de reeleição principalmente porque ele provou que não faz parte desta classe política tão rejeitada, com motivos, pela população. O governador cumpriu os acordos com o PV? – Com relação à nossa bandeira mais importante - a do desenvolvimento sustentável, Rodrigo foi muito assertivo. O fechamento do Lixão da Estrutural, um dos maiores da América Latina, e a forma como o Distrito Federal enfrentou a maior crise hídrica da história são excelentes exemplos de sua atuação que converge com o ideário do Partido Verde.

O PV foi o primeiro partido a declarar apoio à reeleição. A vice foi uma forma de coroar os verdes pela lealdade? – Entendemos que a posição de vice-governador é uma construção. É um cargo de escolha e que preconiza lealdade e coerência como valores a serem pesados. Por outro lado, nosso perfil executivo parece se encaixar, neste momento de “casa arrumada”, e contribuir para a virada que a população do DF aguarda na construção de dias melhores. O que você pensa da oposição que o atual vice fez a Rollemberg desde o início do governo? – Conheço muito pouco o vice-governador. Tenho muito respeito, afinal ele é o vice. É verdade que o PDT pediu a vice, mas Rollemberg optou pelo seu nome pela fidelidade? – Sobre este possível pedido, apenas o governador pode responder. Além do PV e da Rede, o PCdoB, PPL e PEN estarão no grupo? – Espero que sim. Partidos como estes são programáticos e costumam fazer suas escolhas de forma consciente.


Brasília Capital n Política n 4 n Brasília,4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

PT espera 30 mil em frente ao TSE RICARDO STUCKERT

Ato político está marcado para o dia 15, no registro da candidatura de Lula Da redação O registro da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República será um grande ato político em Brasília no próximo dia 15. O PT espera reunir pelo menos 30 mil pessoas em frente à sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apoiar a volta do ex-presidente, que está preso em Curitiba há 100 dias. A presidente regional do PT, deputada federal Érika Kokay confirma que a mobilização terá início alguns dias antes, no entorno do Distrito Federal. Três marchas de trabalhadores sem-terra sairão das cidades de Formosa (BR-020), Luziânia (BR-040) e do Engenho das Lajes (BR-060). Cada grupo marchará dez quilô-

Preso há mais de 100 dias em Curitiba, Lula terá sua candidatura oficializada pelo PT com grande manifestação de militantes em frente ao STF

metros por dia até chegar ao centro da capital. No dia 15, às 16h, militantes e simpatizantes da candidatura de Lula se juntarão ao MST. Entre

eles, catadores de lixo que acamparão no Parque da Cidade ou nas imediações do estádio Mané Garrincha. “Vamos mostrar ao país que o

povo não aceita que Lula seja impedido de concorrer. Eleição sem Lula é um golpe na democracia”, afirma Érika Kokay.


Brasília Capital n Política n 5 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

Cartel denunciado 28 pessoas viram réus por participação em esquema criminoso na venda de combustíveis no DF JÚLIO PONTES

REPRODUÇÃO

Da redação

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primeira Vara Criminal de Brasília recebeu, segunda-feira (30), denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra 28 acusados pela prática de crimes contra a ordem econômica e organização criminosa. Eles formavam o cartel dos combustíveis e tiveram cerca de R$ 800 milhões bloqueados pela Justiça. A estimativa da investigação é de que, somente de 2011 a 2016, o lucro obtido ilegalmente variou de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. As investigações apontaram que a ação do grupo impactava em aumento de até 30% no preço do combustível no DF. Para o deputado Chico Vigilante (PT), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa, a denúncia contém, em sua maioria, constatações da CPI dos Combustíveis, realizada pela Câmara Legislativa em 2004. O parlamentar, que foi o relator da comissão, conta que o documento final denunciou a existência do cartel e recomendou o indiciamento de 21 empresários operadores da associação criminosa. “Na época, o Ministério Público denunciou e foi uma pena que o Tribunal de Justiça não tenha acatado as denúncias e punido os responsáveis, que continuaram explorando a população”, avaliou o deputado.

Vigilante: investigações começaram na CPI dos Combustíveis, em 2004

Matias: Rede Cascol fez delação premiada e vai pagar multa de R$ 150 milhões

Operação Dubai desvenda os crimes A denúncia divulgada esta semana é fruto da Operação Dubai, deflagrada em novembro de 2015, que investigou o cartel e comprova a participação de redes de postos do DF e distribuidoras. São 16 donos e seis empregados de postos e seis representantes de distribuidoras que se tornaram réus por crimes contra a ordem econômica e associação criminosa. A denúncia do MPDFT descreve o funcionamento do cartel, mostrando que a organização criminosa atuou, no mínimo, de janeiro de 2011 a abril de 2016, para formar acordos de fixação de preços de gasolina e etanol no mercado de revenda e distribuição do DF. Além disso, abusou do poder econômico para eliminar a concorrência, por meio de retaliações comerciais a postos que não seguissem as ordens da organização criminosa para aumentar os preços conjuntamente, e adotou ações para tornar inviável o consumo do etanol no mercado local. A investigação conjunta do Gaeco, do Conselho Administrativo de Defesa

Econômica (Cade) e da PF desvendou a atuação de, ao menos, 13 redes de postos no cartel de combustíveis: Cascol, Gasolline, JB, Auto Shopping, Planalto, Braga, São Roque, Karserv, Original, Petros, Jarjour, Posto dos Anões e PB. “No início, os donos das redes combinavam os preços em reuniões no sindicato. Com o passar do tempo, passaram a fazer os acordos por telefone e mensagens de WhatsApp. Dessa forma, a organização criminosa avisava aos concorrentes o novo preço e a data em que todos deveriam aplicar o aumento”, destaca a denúncia. Vigilante lamenta que a investigação do MP tenha se restringido ao período de cinco anos, de 2011 a 2016. “Se não fosse a morosidade da Justiça e se o Judiciário tivesse acatado a denúncia e aplicado punição no tempo da CPI, em 2004, a população não teria sofrido tanto nas mãos dos operadores do cartel”, avalia o deputado. DISTRIBUIDORAS – A denúncia do MP também abrange a atuação das dis-

tribuidoras BR, Ipiranga e Raízen/ Shell no mercado do DF para eliminar a concorrência nas “guerras de preços”. De acordo com a denúncia, o papel delas na organização era financiar represálias comerciais contra revendedores dissidentes por meio da concessão de descontos, “cujo objetivo era aniquilar o revendedor que reduziu preços”. As distribuidoras também agiam para boicotar o consumo de etanol, ao aumentar arbitrariamente o seu preço e impedir que concorresse com a gasolina. COLABORAÇÃO PREMIADA – No curso da investigação, o Tribunal do CADE firmou um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com a Rede Cascol. Pelo acordo, a empresa e seus sócios reconheceram a prática de cartel e foram multados em R$ 90 milhões pelo CADE e em R$ 58,301 milhões pelo MPDFT. Juntos, os acordos firmados com o CADE e o MPDFT somaram quase de R$ 150 milhões.


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uma medida antidemocrática desse governo golpista, que até agora só agiu contra os interesses dos brasileiros. Se aprovada, vai piorar ainda mais a qualidade vida da população. O Brasil caminha na contramão de países como a França, a Alemanha e os Estados Unidos, que estão reestatizando o saneamento ao comprovarem a perversidade e ineficiência da gestão privada”, alerta o dirigente sindical. Já para a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), as modificações vão piorar os serviços prestados para a população carente residente nas periferias das grandes cidades e da zona rural que ainda não tem acesso aos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. “A lei hoje diz que se uma empresa pública de água e esgoto for privatizada, quem comprou não pode ficar com os contratos das prefeituras. Eles são extintos automaticamente. Isto é bom porque impede que as empresas privadas, que só visam o lucro, ganhem praticamente de graça diversos contratos e os municípios fiquem reféns de aumentos de tarifas. Temer quer mudar isso também e incluiu na nova lei o artigo 8B, que autoriza o capital privado a ficar com os contratos”, explica Edson Aparecido da Silva, assessor de saneamento da FNU.

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O ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) transformou o Brasil em um balcão de negócios que está atraindo grandes empresas privadas nacionais e estrangeiras interessadas no patrimônio e nas riquezas naturais do País. Desta vez, o alvo é a água e o saneamento básico. O governo encaminhou ao Congresso Nacional a Medida Provisória 844/2018 que, se aprovada, ampliará a atuação das empresas privadas na administração dos serviços e operação dos sistemas de água e esgoto dos maiores e mais rentáveis municípios brasileiros. Como o que interessa é o lucro, essas empresas não vão se interessar pela administração do sistema em municípios de menor porte ou deficitários. Na prática, a MP impede o subsídio cruzado – mecanismo em que os municípios superavitários subsidiam os deficitários e, assim, custeiam os investimentos nos municípios menores. Se a MP for aprovada, além do aumento de tarifas e dificuldade de acesso ao saneamento básico, em especial para a população mais pobre, há o risco de um desastre ambiental e de Saúde Pública para pelo menos 88% dos municípios brasileiros que têm até 50 mil habitantes. O secretário do Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Daniel Gaio, critica mais essa investida de Temer, que já reduziu drasticamente recursos de áreas como Saúde e Educação, contra mais um direito humano básico do povo brasileiro. ”A MP do Saneamento é mais

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Esta será uma das consequências da aprovação da MP do Saneamento proposta pelo ilegítimo Temer

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Contas de água e esgoto ficarão mais caras


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A hora e a vez do ICDF

A

falta de compromisso da Secretaria de Saúde (SES-DF) com a população tem um novo capítulo denunciado pela imprensa local. Desta vez, os principais prejudicados são os pacientes do Instituto de Cardiologia (ICDF). Por ausência de pagamento da Pasta à unidade, eles tiveram suspensos, na última segunda-feira (30/07), parte dos serviços ambulatoriais em cirurgias de coração e transplante de órgãos. Além disso, por conta da situação, até os colabores do instituto podem ficar sem receber o 13º salário. Essa é a gestão do “rumo certo”. Segundo a própria superintendente do ICDF e da Fundação Universitária de

Cardiologia, a falta de pagamento tem provocado uma “situação insustentável” para o instituto, “comprometendo a aquisição de materiais e insumos hospitalares pela falta de regularidade de pagamento dos seus fornecedores, fato esse que, com muita frequência, tem prejudicado a realização do Programa de Cirurgia Cardíaca”. E não para por aí. O cenário é tão devastador para quem precisa dos serviços que até procedimentos eletivos do programa de cirurgia correm risco de serem cancelados: mais “rumo certo”. A dívida da Secretaria de Saúde, segundo o ICDF, é de aproximadamente R$ 15 milhões. E o porquê de

essa conta não ter sido paga até agora não foi esclarecido pela Pasta. Porém, quem acompanha de perto as ações da atual gestão sabe a verdade por trás dos fatos: falta de compromisso. Hoje, não tenho dúvidas de que, além da total ausência de capacidade de gestão, falta ao atual secretário de Saúde, Humberto Fonseca, vontade de fazer o que é preciso pela população. Só que os usuários do SUS-DF, a maioria deles, não têm tempo de esperar. Ainda que seja, como a própria SES-DF afirmou, “apenas parte dos serviços” cancelados. Porque essa “parte dos serviços” pode ser justamente aquela que o “seu

João” precisava para continuar vivo, ao lado da família, levando o sustento para dentro de sua casa. A “parte dos serviços” suspensa pode ser justamente aquela que você, leitor, necessita. A atual gestão pode até fingir que não sabe, mas o “rumo certo” é investir no que é essencial. E Saúde continua sendo um direito universal. O rumo do GDF, claramente, está errado.

Dr. Carlos Fernando, presidente do Sindicato dos Médicos do DF


Brasília Capital n Política n 8 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br FOTOS: JÚLIO PONTES

Entrevista Rafael Vasconcellos Quais ações você considera importantes para a sociedade de Brasília e que a Câmara Legislativa não tem enfrentado? – O principal é o desenvolvimento econômico e a justiça social. Existe um radicalismo e posições contrárias, não se construindo uma pauta que integre esses dois temas. Acredito que a Câmara Legislativa, pelo papel que poderia desenvolver, está subaproveitada. É um órgão extremamente caro – custa R$ 564 milhões por ano – e não realiza as funções que deveria. Muita gente fala até em sua extinção. O problema não é a Câmara Legislativa, mas a maioria dos deputados distritais que lá estão. Há muito a ser feito! Você pode dar exemplos do que poderia ser feito? – A fiscalização é uma das atribuições do Parlamento. Existem várias políticas públicas que poderiam ser acompanhadas de perto pelos deputados distritais, os quais deveriam sair de seus gabinetes e estar com a sociedade, agindo para que os serviços públicos funcionem. Recentemente, fomos ao posto de saúde de cidade Estrutural, a partir da informação de que as crianças não conseguiram atestados médicos. O diretor nos orientou que esse atendimento é realizado por equipes, diretamente na casa das pessoas, bastando fazer uma requisição. Em seguida, orientamos a população desse procedimento. Continuamos vigilantes. Caso não resolva, atuaremos novamente para que os atestados médicos sejam forne-

Rafael Vasconcellos quer ser o deputado distrital do desenvolvimento econômico e da justiça social: ele promete fazer o dobro pela metade

Para fazer a diferença Orlando Pontes

R

afael Vasconcellos, 37 anos, é nascido e criado em Brasília. Formou-se em Direito pela UDF em 2003 e em seguida passou num concurso para procurador do Estado de Sergipe, onde ficou durante seis meses. Retornou à Capital da República para assumir a Procura-

cidos. Essa é uma função do Deputado Distrital: destravar a burocracia, buscando soluções com os servidores públicos e a população. Os parlamentares não exercem essa função por terem cargos no governo. Praticamente todos têm. Outros têm empresas que recebem milhões em contratos com o governo ou algum tipo de ligação para pagar despesas de campanha e não cumprem o seu papel com independência. Política deve ser feita com a sociedade, com independência e em torno de programas para a cidade. É política para a população, não para os políticos.

doria da Fazenda em 2006, onde está até hoje. Só se afastou por quatro meses em 2017 para exercer a função de Juiz de Direito do estado de Roraima. Em 2014, disputou a eleição para deputado distrital e obteve mais de 4 mil votos. Este ano, mais uma vez apresenta seu nome para a disputa de uma cadeira na Câmara Legislativa com o firme propósito de “fazer a di-

Acabar com esse toma-lá-dá-cá tem sido um discurso recorrente de todos os pré-candidatos. Na campanha é fácil falar, mas depois de eleito como se cumpre isso? – Esse compromisso deve ser cumprido já na pré-campanha, não depois de eleito. Muitos defendem isso durante a campanha, mas fazem milhões de acordos escusos, ilegítimos, e gastam milhões. E quando assumem têm que pagar a dívida. Por isso minha pré-campanha é diferente. Diferente em que sentido? – É uma pré-campanha

ferença”. Nesta entrevista ao Brasília Capital, ele conta que esta vontade o moveu por onde passou e em todas as funções que exerceu. “Por onde eu trabalhei, sempre procurei manter posições firmes sobre assuntos que exigem um novo olhar, ao mesmo tempo conciliando com o diálogo para a construção de bons resultados”, diz.

baseada em ideias. As propostas e compromissos surgem em reuniões com as pessoas que venho conversando ao longo de anos, nos meios por onde já passei – acadêmicos, jurídicos, sociais. Cumpro uma intensa agenda de visitas e contatos com a sociedade. Muita sola de sapato, muita conversa. Quem se elege assim, não tem dívidas a pagar e pode agir de acordo com a convicção do que é melhor para o Distrito Federal. Isso é devolver o Estado para o povo. Todos que estão conosco são voluntários. Eu acredito que só tem como alguém prometer

que vai manter um mandato independente se a pré-campanha e a campanha forem independentes e de baixo custo. Para a campanha deste ano foi criado o Fundo Partidário. Você não vai usar esses recursos do seu partido? – Eu não vejo nenhum problema nessa ação, que está de acordo com a lei. Porém, é um dinheiro que deveria ser usado pela sociedade e não para manter partido político. O Fundo vai ter R$ 1,7 bilhão. É um valor muito alto. Deveria ser reduzido. Eu prefiro fazer uma campanha de maneira


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independente, para quando eu estiver na Câmara Legislativa não ter dívida a pagar. Neste ano também estão autorizadas as chamadas vaquinhas virtuais... – É um bom instrumento de captação de recursos. Inclusive, a nossa já está no ar. O que me incomoda é o volume de recursos públicos gastos com campanhas eleitorais que poderia ser utilizado para educação, saúde, segurança, urbanização e outras políticas públicas. Quanto à questão social, quais os principais problemas que você vê em Brasília? – Existem várias deficiências. Precisamos fazer o DF voltar a funcionar, para reduzir o desemprego. O Governo precisa prestar serviços públicos básicos. Há muito o que fazer nas áreas de educação, saúde, segurança pública e urbanização. É inaceitável que pessoas morem em barracos de madeirite na capital de um país rico como o Brasil. Por exemplo, na Educação devemos trabalhar para que toda criança esteja na escola, desde a creche. No papel existem bons projetos. Precisamos “desatar o nó” para que eles cheguem até a população. Quanto às creches, já existem mecanismos legais que obrigam o governo a prover essa necessidade da população... – Existe a Lei Distrital 5.672 de 2016 prevendo que cada aluno matriculado em creche particular tem direito a receber R$ 457 por mês. A Lei já existe. Temos o dinheiro disponível. Só que não chega a quem precisa. O Deputado Distrital deve trabalhar para “desatar o nó” e superar essa burocracia, fazendo com que o dinheiro chegue a quem precisa. Muitas vezes, não chega porque a creche não tem conhecimento ou por existirem burocracias dentro da Secretaria de Educação que inviabilizam esse direito. A educação

é prioridade. Só vamos atingir a justiça social se começarmos pela educação. E isso deve ser realizado desde a creche. Todos os deputados têm direito a apresentar emendas parlamentares. Alguns se comprometem a destinar suas cotas para um determinado setor. Qual seria o seu compromisso? – Hoje são R$ 18,8 milhões que cada deputado distrital tem direito por ano. Meu compromisso é que 100% desse valor será destinado exclusivamente à Saúde, à Educação e à Segurança Públicas. Dentro disso, já estou elaborando alguns projetos especificando para onde vão esses valores, como a construção de postos hospitalares, reformas de escolas, compra de medicamentos, de viaturas e muitos outros...

uma história na cidade. Sou professor de Direito há 17 anos. Nessa caminhada, fiz muitos amigos e amigas, muitos alunos e alunas. Estas são as pessoas que nos dão força para seguir adiante. Em 2014, o Senador Reguffe me convidou a integrar um grupo de candidatos que ele estava formando. Com muito orgulho, assumimos o desafio e seguimos a forma dele de fazer política. Todas as propostas são submetidas às pessoas que vão aderindo. Elas leem, sugerem e rabiscam também. Muitas cabeças pensam melhor do que uma. Então a gente vai criando um programa de governo coletivamente. Isto vale inclusive para as emendas orçamentárias, em que identificamos as necessidades de acordo com cada cidade, ouvindo lideranças e moradores.

milhões. É um custo altíssimo para elaborar leis inconstitucionais. O dinheiro arrecadado com os altos impostos que pagamos está sendo desperdiçado. A causa disso é o despreparo da maioria dos parlamentares. Mas muitos gostam de jogar para a galera; fazem leis para atender um determinado setor, mesmo que seja inconstitucional. Isto poderia ser evitado porque dentro da Câmara Legislativa existe a Comissão de Constituição e Justiça, que faz exatamente esse juízo de admissibilidade se a norma é ou não constitucional. No meu caso, todas as propostas já passaram por esse crivo. Respeitar e economizar o dinheiro público é obrigação do Deputado. Diante disso, o que a sociedade brasiliense pode

“Vou apresentar projeto para que o dinheiro economizado com a redução das despesas do gabinete seja utilizado para a Saúde, a Educação e a Segurança. O dinheiro é do povo e não do parlamentar” Você falou que a sua candidatura é apoiada por voluntários. Quem são esses aliados que o cercam para construir a espinha dorsal do seu mandato? – A construção dessa pré-candidatura é uma construção social, surgida a partir da vontade de fazer a diferença. Sou de Brasília. Tenho

Grande parte dos projetos aprovados pelos distritais tem algum vício de iniciativa ou são inconstitucionais. Como evitar essa perda de tempo que resulta em desperdício de dinheiro público? – Cada dia de funcionamento da Câmara Legislativa custa aproximadamente R$ 2

esperar de Rafael Vasconcellos como possível deputado distrital em 2019 – Hoje, o Governo é um inimigo do empreendedor. Quero mudar isso. O Governo deveria implorar para que as pessoas empreendam. Lutarei com todas as forças contra a burocracia e pela redução da carga tribu-

tária. Precisamos de um “Na Hora” para pessoas jurídicas. Vou acompanhar a população na prestação dos serviços públicos, fiscalizando as políticas públicas. Serão apresentados projetos de Lei para que os valores economizados durante o mandato sejam utilizados para projetos sociais, para incrementar o uso da tecnologia (dentro e fora do governo), para articular soluções com a iniciativa privada nas políticas de mobilidade urbana, por exemplo. O foco é a sociedade. O custo do Parlamento tem que ser reduzido drasticamente. Dá para trabalhar o dobro pela metade do que eles custam. Isso, inclusive, é uma bandeira de campanha que a gente apresenta: “o dobro pela metade”. Eu vou trabalhar o dobro, porque vou fiscalizar e eles não fiscalizam, pela metade do que eles custam. Isso, por si só, já é algo que mostra que eu sou um pré-candidato cujo custo-benefício é melhor do que os outros. Você concorda com a cartilha do Reguffe? – Tenho muita admiração pelo senador Reguffe. Ele me convidou a entrar para a política em 2014. Aderi à sua cartilha. Reduzirei os assessores de 24 para nove, não vou usar verba indenizatória, não vou usar nenhuma despesa extra. Vamos pagar apenas os salários dos assessores. E vou apresentar um projeto de lei para que o dinheiro dessa economia seja utilizado em projetos sociais. Repito: esse dinheiro é do povo e não do parlamentar, não é da Casa Legislativa. Não vou ter motorista nem carro oficial. Vou renunciar a todos esses privilégios. O dinheiro é do povo, e isso deve ser respeitado.


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Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress. com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Justiça e MP tiram autonomia do Legislativo ALEXANDRE RIULENA

Muita gente questiona a produtividade da Câmara Legislativa, frequentemente acusada de ser um grande e inútil balcão de negócios. Essa “inutilidade” da CLDF é fruto, em grande parte, do modelo político-administrativo estabelecido no Brasil. E seus efeitos não são exclusivos sobre Brasília. Eles atuam igualmente nas Assembleias Legislativas nos estados. Embora o Brasil seja uma república federativa, como a Suíça e os Estados Unidos, a autonomia dos entes federativos é cada vez menor, principalmente pela atuação da Justiça e do Ministério Público. Um exemplo clássico desta limitação de ação dos estados aconteceu recentemente nos Espírito Santo. Diante de um quadro epidêmico de hipertensão dentre os capixabas, o Legislativo local propôs e aprovou uma lei que

só o Contran poderia determinar tal regra. Novamente, foi ignorada a realidade local – Brasília era a capital dos acidentes – que trazia fortes impactos sobre a saúde e os cofres brasilienses. Os estados também estão limitados a criar taxas e impostos mais adequadas à

realidade local ou criar políticas fiscais que incentivem o desenvolvimento econômico. Rotularam de Guerra Fiscal. Mas o impedimento parece favorecer apenas as unidades federativas mais fortes, como São Paulo, deixando localidades mais remotas sem atrativos, como ocorre em alguns estados do Norte e do Nordeste. Os legislativos locais, sejam municipais ou estaduais - distrital em nosso caso – estão cada vez mais de mãos atadas e desacreditados de sua capacidade de resolutividade junto ao eleitorado. Até os mecanismos de leis propostas por iniciativas populares, mesmo que reúnam milhões de apoios, estarão sujeitos às balizas centralizadoras do poder governamental da União. Para que manter, então, uma instituição cara se ela nada pode fazer?, perguntam muitos.

democracia direta – referendos, plebiscitos, orçamentos participativos, consultas, audiências – devem entrar com mais ênfase em nosso

arcabouço legal, concedendo mais poder ao cidadão de tomar, por si próprio, as decisões que digam respeito à sua cidade e ao seu estado.

Acusada de ineficiente, a Câmara Legislativa é vítima do modelo político-administrativo adotado no Brasil impedia a disponibilização de saleiros sobre as mesas de bares e restaurantes. O Ministério Público estadual questionou e a Justiça revogou a medida, alegando que é competência da União fixar regras para o comércio. Deixou, contudo, no bolso do contribuinte

capixaba a conta dos gastos em Saúde no tratamento dos hipertensos. LEI DO CINTO – Aqui no DF, a famosa lei que tornou obrigatório o uso do cinto de segurança – medida distrital que precedeu a federal – foi alvo do MP, sob a alegação de que

Pacto federativo será revisto 2019 marca um novo momento na política nacional. O Pacto Federativo deve ser revisto com urgência. Estados, Distrito Federal e municípios

devem ter maior capacidade de decidir sobre seus destinos. A Lei Orgânica do DF precisa ser aperfeiçoada, dando mais competência aos cidadãos e

ao Legislativo local. Essa camisa de força político-administrativa não é vantajosa. Junto com esta maior autonomia, mecanismos de


Brasília Capital n Cidades n 11 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

UIRA LOURENÇO

Na rodoviária do Plano Piloto o piso tátil está mal-conservado e a calçada destruída

Buritizáveis temem herança maldita A campanha eleitoral oficial ainda nem teve seu calendário aberto e já tem candidato ao GDF assustado com a herança maldita que vai receber. Não são apenas as áreas da Saúde, Educação e Segurança que assustam. Mobilidade Urbana é outro fantasma que assombra os buritizáveis. Além da ineficiência do sistema atual, baseado quase que exclusivamente em ônibus e carro particular – o metrô está longe de responder por uma parcela majoritária dos deslocamentos – há a questão das vias públicas cada vez mais esburacadas com o intenso trânsito de veículos. O Departamento de Estradas de Rodagem não tem um estudo sobre a real situação das vias públicas sob sua responsabilidade. Nem, tão pouco, quanto custaria para deixar tudo em ordem. Mas o certo é que por onde o brasiliense passa as vias estão esburacadas, onduladas, perigosas para o trânsito. Uirá Lourenço, do blog Brasília para Pessoas, tem feito levantamento fotográfico das condições tanto

das vias públicas, quanto das calçadas para pedestres. O quadro é de descalabro. Parece o solo lunar, de tantos buracos colocando em risco motoristas e pedestres. ASFALTO NOVO – O mais grave é que não faz muito tempo o GDF lançou como preparativo para a Copa de 2014 a Operação Asfalto Novo. Vias em todo o DF foram recuperadas. A realidade atual sugere questionar a qualidade do serviço e do material aplicado. Rodovias como a EPIA-Sul, reformada e ampliada para receber o BRT, e o Eixo Rodoviário Sul – o Eixão - estão repletas de buracos. Algumas faixas de rodagem possuem perigosas ondulações. Pelas cidades do DF, o quadro não é diferente e até pior. O acúmulo das vias danificadas assusta aqueles que pretendem assumir o Buriti. Pois quem chegar vai ter a cobrança de colocar tudo em ordem e em pouco tempo. Resta saber como estarão as finanças do GDF, se essas também não estarão totalmente esburacadas.


Brasília Capital n Cidades n 12 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

Abaixa o som ai! - Para não criar confusão com os vizinhos, muitos moradores de Águas Claras, Taguatinga e Guará acabam fazendo silêncio e/ou acionando a Polícia Militar de maneira anônima. Segundo a PM, este é um dos tipos mais frequentes de ocorrências atendidas pela corporação. Falta bom senso e noção e cidadania. Lembre-se perturbar o sossego é contravenção.

POR ELIANE ARAÚJO Entre em contato com a Coluna Via Satélites. Este espaço é aberto para as demandas da comunidade. Críticas, sugestões ou sugestões de pautas, envie para o e-mal elianegaa@gmail.com

VICENTE PIRES

DISTRITO FEDERAL

PARK WAY

Bom exemplo

Festival comemora Mês da Fotografia

Linha cruzada

DIVULGAÇÃO

JOSÉ MEDEIROS

Guerreiro entrega o pet ao dono

O administrador Charles Guerreiro fez uma boa ação na última semana. Um cão da raça York Shire, perdido, perambulava pela Rua 4, correndo risco de atropelamento. Guerreiro recolheu o animal e, usando sua rede de Whatsapp, localizou o dono do pet. E fez questão de entregá-lo pessoalmente ao proprietário (foto). Aproveitou o episódio para alertar os moradores para que tenham mais atenção com seus bichinhos de estimação em virtude das obras na cidade.

Nos 31 dias de agosto ocorre a 7ª edição do Festival Mês da Fotografia, em virtude do Dia Internacional da Fotografia, comemorado no dia 18. Haverá exposições, ocupações urbanas, visitas guiadas, workshops, lançamentos de livros e conversa com fotógrafos em Brasília. Ao todo, o festival promove exposições em nove pontos da capital. Uma delas é “Já fui Floresta”, do fotógrafo José Medeiros, que aborda a vivência e a luta dos índios. Na abertura, o artista fez uma intervenção na parada

de ônibus da 704 Sul, onde o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos foi morto queimado há 21 anos.

Como fazer produtos sem glúten e sem lactose DIVULGAÇÃO

Explosão controlada Na terça-feira (31), a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (SINESP) detonou rochas no lote 1 da Rua 1 Chácara 104 para continuar as obras de infraestrutura no local. Logo após, foi feita a limpeza da área onde está sendo construída a rede de águas pluviais e de lagoa de contenção. O local foi isolado num raio de 100 metros e o trânsito interditado. Oito órgãos do governo foram mobilizados para garantir o êxito da operação.

As fotografias de José Medeiros são uma das atrações

Uma das receitas mais procuradas é o pão sem fermendo

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) está

com inscrições abertas para três cursos voltados à população de áreas urbanas do DF. As aulas acontecem em agosto e duram de 4 a 6 horas. Os cursos serão oferecidos na Unidade Didática de Processamento/Banco de Alimentos, no SIA, próximo à Ceasa. As inscrições custam R$ 200 com material didático e lanche incluídos e podem ser feitas pelos telefones (61) 98525-5981 / 3311-9492 ou 3311-9496.

Noções de ética cidadania Em ano eleitoral, o projeto “Controladoria na Escola” vai levar a questão do combate à corrupção para dentro das salas de aula das escolas públicas do DF. A ideia é capacitar 280 professores de 109 es-

tabelecimentos da rede oficial para dar noções de cidadania para mais de quatro mil alunos. Eles também receberão orientações sobre controle social e participação do cidadão na resolução de problemas.

A instalação de duas antenas de telefonia celular no Park Way deixou moradores do bairro preocupados. As obras, bem próximas a moradias, começaram sem que a administração regional tivesse ciência. Depois de questionamentos comunitários, descobriu-se que a Secretaria de Gestão Territorial e Habitação concedeu a autorização de uso por dez anos, sem que a comunidade tenha sido consultada em audiência pública. Pior, a concessão da área foi de forma gratuita para a empresa telefônica multinacional. Fosse um feirante que quisesse montar um quiosque, teria que pagar taxas de uso aos cofres públicos. CHICO SANT’ANNA

Antenas instaladas sem aprovação da administração

TAGUATINGA

Parquinho novo Administração Regional de Taguatinga entregou um parquinho para crianças em frente à Feira Permanente da QNL. A administradora Karolyne Guimarães agradeceu o apoio da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), da Novacap e de William Monteiro, que coordenou a obra. “Trabalho magnífico com a liderança do William”.


Brasília Capital n Cidades n 13 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

Insólitos Mário Pontes “Surpreender-se” – escreveu o sempre surpreendente pensador espanhol Ortega y Gasset – “é o esporte, o luxo específico do intelectual”. E como gosto de observar o que se passa, sem me dar ao duvidoso cuidado de andar sempre com uma câmera na mão e uma trena no bolso, deixo-me surpreender com frequência, e só raramente sou derrotado por um a zero na contagem dos proveitos. A primeira e agradável surpresa dos últimos dias me foi trazida pelo velho e doméstico telefone de mesa. E, fato raro, a chamada não procedia de São Paulo, nem a voz era a daquele sujeito que, dia sim outro também, tenta me vender algum treco que até hoje não descobri o que vem a ser. Tratava-se de uma voz conhecida, mas como fazia anos que não a ouvia, me foi um tanto difícil identificá-la. – Aqui é o Ivo Barroso, ainda se lembra? -- Claro! – Como esquecer o amigo, cuja ficha curricular é antes de tudo uma fileira de livros de poesia, escritos ou traduzidos por ele? – Pode almoçar comigo na quinta? Aqui mesmo no Leblon, em um restaurante pertinho de minha casa. Fui. E enquanto os pratos não vinham, Ivo extraiu dois livros da bolsa. Tinham cara de recém-editados. Qual sua relação com eles? Ao invés de responder, chamou-me a atenção para o primeiro, um volumezinho de bolso, capa ilustrada com a imagem de uma caravela. Título: A carta de Pero Vaz de Caminha. -- Como você sabe – disse – há várias edições dele no Brasil. Mas, passados cinco séculos, o original do escrivão da frota de Cabral tornou-se quase ininteligível para os leitores atuais. Tratei, pois, de copidescá-lo. E em certas passagens quase tive

FOTOS: REPRODUÇÃO

de traduzi-lo para o português de hoje... Como está dito aí no prefácio, fiz algo que os filólogos já chamaram de tradução interlingual. Aplaudi e ele me passou outro volume com o mesmo formato. Título: Meu Rubaiyat. A palavra remete a um gênero de poesia cultivado em países da Ásia, entre eles a Pérsia e a Turquia. O rubai, formado por quatro versos, sofre mínimas

Os primeiros exemplares foram escritos como uma exaltação do hedonismo, aceitação de uma concepção filosófica que concebe e proclama o prazer e a felicidade como bens supremos variações nas línguas em que é escrito. Mais importante do que suas características formais, relativamente simples, é o fato de que os primeiros exemplares foram escritos, há muitos séculos, como uma exaltação do hedonismo, aceitação de uma concepção filosófica que concebe e proclama o prazer e a felicidade como bens supremos. O gênero começou a tornar-se conhecido no Ocidente quando em meados do século XIX Edward Fitzgerald traduziu para o inglês os Rubayat do filósofo e poeta persa Omar Khayam (1047-1142). No Brasil, chegaram ao grande público em 1928, pela mão de Otávio Tarquínio de Souza, que fez sua versão com base na tradução francesa de Franz Toussaint. Ivo não resistiu à tentação de introduzir na tradução de Tarquínio “algumas rimas e cadências”, a fim de “aproximá-la da forma poética original”. O resultado dessa tentação é o volume de bolso intitulado Meu Rubayat, jóia gráfica que ele me oferece entre duas rodadas de vinho.

Poeta e tradutor, Ivo Barroso traduziu para o português de hoje os textos do escrivão da frota de Pedro Alvares Cabrail

Fios da extático Outro escritor com quem tive recentemente um breve e valioso contato foi Márcio Catunda, cearense nascido em Fortaleza, autor de vários livros de poesia. No seu caso, a surpresa começa com o título do livro que acaba de publicar: Dias Insólitos. Sua leitura é uma experiência insólita, pois revela um feixe de qualidades capazes de envolver e conquistar o leitor. A poesia multiforme e transparente de Márcio leva o leitor a partilhar com ele o temor e o tremor

diante dos desconhecidos fios da extático, do receio que acompanha a esperança, da negação com a qual frequentemente cruzamos nas escadarias da transcendência. Para corresponder às expectativas de um autor cidadão do mundo, a poesia de Márcio criou asas. Com elas os tempos e lugares da criação parecem ter abdicado de seus limites, limpado suas trilhas e acendido as luzes que clareiam a sucessão de insólitos no caminho do poeta.


Brasília Capital n Geral n 14 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

Vende-se um apartamento Nessa construção, o “se” funciona como partícula apassivadora, pois a oração está na voz passiva analítica Um dos grandes sonhos de todo brasileiro é ter a casa própria. Durante o processo de buscar um novo imóvel e fazer uma reforma, uma pequena palavra torna-se comum: o pronome “se”. O primeiro passo é procurar um lugar que atenda aos anseios do futuro morador. Então, é comum encontrar diversos anúncios com a seguinte frase: (1) Vendem-se apartamentos.

E é essa a forma correta. Nessa construção, o “se” funciona como partícula apassivadora, pois a oração está na voz passiva analítica. É o mesmo que dizer que apartamentos são vendidos (essa é a forma em voz passiva sintética). Poucas pessoas entendem que fazer uma voz passiva significa transformar o objeto direto em sujeito paciente. Isso significa dizer que “Apar-

Baiaco, o melhor repórter que conheci Seu nome era Ubiratan de Lemos, era baixinho e feio, mas tinha três bonitas namoradas fixas, a quem sustentava com regalias de princesas No transcurso do e-mail enviado ao Júlio Pontes, diretor deste bem-amado Brasília Capital, afirmando que o diploma de Jornalismo nunca fez e jamais fará bons jornalistas, eu disse a ele que o melhor Repórter que conheci nesta minha longa jornada trabalhava na revista O Cruzeiro (*), no Rio de Janeiro, e o dito cujo era autodidata. Mas ninguém naquela elite

de jornalistas, chefiada por David Nasser, escrevia textos mais lindos. Nascido no norte amazônico, seu nome era Ubiratan de Lemos e tinha características físicas marcantes: era baixinho e feio, o que lhe valeram o apelido de Baiaco, porque lembrava o peixinho gordinho Baiacú, por sinal, incomível. Porém, para os jornalistas cariocas, mesmo os poucos com pin-

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410 Ligue e participe: (61) 9 9881-3086 www.opovoeopoder.com.br

tamentos” não é o objeto direto, mas o sujeito paciente – em razão do pronome “se”. Como o sujeito está no plural, o verbo deve estar no plural! Após a aquisição do novo lar, talvez sejam necessárias algumas reformas. Novamente, o pronome “se” aparece: (2) Precisa-se de pedreiros. Notou que, desta vez, o verbo está no singular? O termo “de pedreiros” não pode ser sujeito, uma vez que está preposicionada – na verdade, essa expressão funciona como objeto indireto. O “se” agora não consegue ter a mesma função que em 1; agora, ele é um índice de indeterminação do sujeito; portanto, o verbo só pode ficar no singular. Apesar das diferenças, há algo em comum entre 1 e 2. Em ambas, o emissor tem um objetivo: omitir o agente da ação verbal (que não é o mesmo que omitir o sujeito). Por isso, atual-

mente, muitas pessoas adotam outras formas também gramaticalmente corretas: vendo apartamentos e preciso de pedreiro. São sentenças menos impessoais, mas que, a depender do contexto, são bem-vindas, pois passam o mesmo conteúdo sem gerar polêmicas gramaticais! Felizmente, a língua portuguesa é dinâmica e sempre oferece alternativa aos nossos entraves linguísticos. Em um texto dissertativo, essa pessoalidade não é recomendada; mas, em um anúncio, não há problema! O nosso vernáculo pode ser moldado para atender a circunstâncias diferentes!

ta de galã, como Luiz Carlos de Moraes Sarmento, nenhum de nós dava tamanha sorte com mulher, como o Baiaco. Tanto era que tinha três bonitas namoradas fixas, a quem sustentava com regalias de princesas. Mas onde o Baiaco driblava que nem o Garrincha era mesmo nas reportagens garimpadas pelo autor; ou nas reportagens em série, que no Rio ocupavam meses sobre o mesmo fato sensacional, que substituíam as novelas de hoje. Nos casos em referência, o primeiro Prêmio Esso de Jornalismo, em 1956, foi Ubiratan de Lemos e Mário de Moraes que inauguraram, viajando do Nordeste ao Rio num Pau-de-Arara, como se fossem flagelados. No segundo caso, sobre o boa pinta tenente Bandeira, aviador da FAB, quando foi preso e condenado por suspeita de ter assassinado sua noiva. E desde então o militar se fe-

chou em copas, negando-se a falar com jornalistas, inclusive eu, que o procurei inúmeras vezes, como repórter da revista Manchete, também editada no Rio e a única publicação que podia competir com O Cruzeiro. E quando nenhum repórter esperava, o sacana do Baiaco deu um furo em toda a imprensa do Rio de Janeiro, levando na bandeja para o tenente Bandeira, como se fosse um apetitoso presentinho de carne e osso: uma linda vedete de corpo escultural. (1) - Na década de 1950, O Cruzeiro vendia cerca de 700 mil exemplares, ficando à altura da revista norte-americana Life Magazine e da francesa Paris Match, até então, as melhores do mundo!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

Fernando Pinto Jornalista e escritor


Brasília Capital n Geral n 15 n Brasília, 4 a 10 de agosto de 2018 - bsbcapital.com.br

Estranhos na multidão Desenvolva atenção, respeito, carinho, solidariedade e gratidão, e você, ao invés de isolamento, viverá rodeado de pessoas agradáveis Este ainda é um mundo de pessoas mentalmente doentes, embora muitas sejam vistas apenas como sistemáticas. Existe esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, etc. Mas quero me referir àqueles outros doentes ainda não catalogados pela Medicina. Pessimismo é doença; agressividade é doença; preguiça é doença; inveja é doença; egoísmo é doença; orgulho é

doença; complexo é doença; maldade é doença. Doenças que deveriam ser erradicadas pela própria pessoa, sozinha, com ajuda espiritual ou de terapeutas. Se não combatidas, essas doenças agravam-se com a idade, requerendo, em muitos casos, tratamento clínico. O que é ruim, caso não combatido piorará com a velhice. O pessimista pode se tornar deprimido; o agressi-

Como identificar produtos orgânicos A regra para uma alimentação saudável permanece: “descascar mais e desembalar menos” Para ser chamado de orgânico e poder ter no rótulo essa denominação, produtos processados, tais como pães e biscoitos, precisam conter pelo menos 95% dos seus componentes orgânicos. Ou seja, resta uma parte muito pequena

para outros ingredientes não-orgânicos (5% é o máximo permitido). Os produtos orgânicos podem levar no rótulo expressões como agroecológico, biodinâmico e sustentável. Afinal, os alimentos orgânicos favorecem a saúde e o meio

vo, violento; o complexado, desconfiado ao extremo etc. Ninguém nasce gente. Todos nascem como projetos para tornarem-se gente e, a maioria, termina seus dias de vida numa situação pior, porque se preocuparam apenas em acumular o que não podem levar, esquecidos do principal objetivo na vida de todos: a humanização de si. Há pessoas que vivem com má-vontade. Qualquer fracasso, decepção, perda ou frustração é motivo de revolta, desânimo agressividade, isolamento, suicídio. Em muitos momentos, costumam ser grosseiras. Não se desculpam e aparecem depois sorridentes, como se nada tivesse acontecido. Como tudo que é ruim tende a piorar com o tempo, a situação dessas pessoas é o isolamento ou alguma companhia que suporte todas as suas chatices e caprichos. Este é um mundo

estranho de pessoas estranhas. A causa básica dessas estranhezas é o egoísmo. Jamais se tem notícia de que algum São Francisco de Assis tenha tratado mal alguém por causa de algum problema, físico, mental ou espiritual. Se você é assim, não se desculpe. Coloque-se no lugar dos outros e veja se as trata ou faz por elas como e o que gostaria de receber. Então, você gostaria de ser tratado como trata os outros? Não? Então, desenvolva atenção, respeito, carinho, solidariedade e gratidão, e você, ao invés de isolamento, viverá rodeado de pessoas agradáveis. Contudo, não esqueça da exortação do Apóstolo Paulo: “é necessário que cresçam até a medida da estatura de Cristo”.

ambiente. Para garantir que um produto é orgânico, é preciso olhar todo o seu sistema de produção, visitar os produtores, e avaliar uma série de outras coisas. As instituições certificadoras devem ser credenciadas pelo Ministério da Agricultura e trabalhar com métodos consagrados internacionalmente. A certificação pode ser pedida por um produtor sozinho ou em grupo. Produtos orgânicos, quanto mais frescos, melhor. Por isso, muitos consumidores preferem comprar direto dos agricultores familiares da sua região, em feiras e pequenos mercados. Estranhamente, um projeto de

lei que foi aprovado há pouco tempo no Brasil proibiu a venda de alimentos orgânicos em supermercados, o que dificulta o acesso a esses alimentos. A regra para uma alimentação saudável permanece, “descascar mais e desembalar menos”, dando preferência sempre aos alimentos da estação.

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)



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